sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Drosophila suzukii chega à maior região de produção de morangos no Brasil

A espécie é de origem asiática e já ocorre em 6 estados



O plantio de morangos na região sul de Minas Gerais foi iniciado há cerca de sessenta anos e ela se tornou o polo de produção mais importante desta pequena e apreciada fruta no país. Atualmente, são mais de 80 mil toneladas colhidas em 1.700 hectares. As práticas de cultivo têm evoluído no sentido de reduzir a pressão por pragas através, por exemplo, do plantio em sistema semi-hidropônico.

Entretanto, uma notícia veiculada pela revista Florida Entomologist em dezembro de 2016 coloca os produtores em alerta: Drosophila suzukii chegou ao estado de Minas Gerais. Trata-se de uma pequena mosca oriunda do continente asiático aparentada daquela que aparece em frutas em estágio avançado de maturação (Drosophila melanogaster). Ela foi detectada no sul do Brasil há cerca de três anos e ataca morango, amora, framboesa, mirtilo e até a nossa nativa pitanga. A espécie é fortemente colonizadora e vem causando perdas expressivas no Rio Grande do Sul. 

Em 2016, indivíduos coletados no município de Ervália, no sul de Minas, foram coletados e identificados em um plantio de morangos. Além disso, frutos de morango e de goiaba com aparência flácida foram coletados para verificar que espécies estavam presentes.

Todas as amostras, tanto de adultos quanto de frutos, foram positivas para Drosophila suzukii. Portanto, a distribuição geográfica conhecida para Drosophila suzukii no Brasil passa a ser: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Levantamentos mais detalhados sobre a distribuição geográfica e círculo de hospedeiros estão em andamento.

Não há, até o momento, tecnologias registradas para o controle de Drosophila suzukii no Brasil. Assim sendo, medidas que restrinjam o trânsito de frutos potencialmente infestados para as proximidades das áreas de produção devem ser observadas. Deve-se, também, evitar a presença de frutas hospedeiras nos arredores e, diante de uma suspeita de presença da praga, enviar amostras para um laboratório de diagnóstico fitossanitário para confirmação.


Para saber mais:



Foto:Agroscope

Grupo britânico compra a brasileira Bela Ischia

Após adquirir a Ebba, dona da Maguary, em 2015, Britvic arrematou fabricante mineira de sucos por R$ 218 milhões



O grupo britânico de refrigerantes Britvic anunciou nesta terça-feira, 3, a compra da fabricante brasileira de sucos Bela Ischia Alimentos, que tem sede em Minas Gerais, em um negócio de R$ 218 milhões. Essa foi a segunda transação da companhia no País. Em 2015, ela havia adquirido por R$ 580 milhões a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (Ebba), detentora dBrasil produz 8% do volume total do grupo

Segundo comunicado da Britvic, a aquisição da Bela Ischia vai expandir a atuação do grupo britânico no Brasil em Estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais, complementando a presença que havia obtido com a compra da Ebba, que tem mais força em São Paulo e no Nordeste. as marcas Maguary e daFruta

“Nossa auditoria identificou significativas sinergias de custo e potencial de expandir a receita com um portfólio mais amplo de marcas e de presença geográfica. Como resultado, estamos confiantes de que a aquisição criará uma fantástica plataforma para consolidar nossa posição estratégica no Brasil e gerar valor adicional ao acionista nos próximos anos”, disse o presidente executivo da Britvic, Simon Litherland, no comunicado emitido ontem. 

O presidente da consultoria especializada em bebidas e alimentos Concept, Adalberto Viviani, também destacou o ganho de sinergia proporcionado pelo negócio, o que poderá se reverter em uma margem maior. “O segmento de sucos prontos tem baixa rentabilidade, que varia conforme o portfólio da empresa. Por isso, um ganho de sinergia é importante”, disse Viviani ao Estado. 

De acordo com o consultor, o grupo britânico também poderá melhorar o sistema de distribuição de suas marcas no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, um dos maiores mercados de suco do País e onde a Bela Ischia tem presença mais significativa. A logística é hoje um dos principais desafios do setor. “As empresas dependem da distribuição feita por terceirizados e, com exceção da Coca Cola (dona das marcas Del Valle e AdeS), ninguém tem um bom sistema de distribuição.” 

A expectativa do grupo Britvic é que a conclusão da aquisição da Bela Ischia ocorra no final de março, após processo de auditoria e análise dos números da empresa brasileira. 

Resultados

Nos últimos 12 meses, a Bela Ischia teve faturamento de R$ 160 milhões e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de cerca de 18,5 milhões. Já o faturamento da Ebba somou R$ 471 milhões em 2016. 

Além do Brasil, o Britvic, que tem expandido sua atuação internacional, está na França e na Irlanda. Nesse último e no Reino Unido, a companhia tem um acordo com a PepsiCo para produzir e distribuir os refrigerantes Pepsi e 7UP. 

No ano fiscal encerrado em dois de outubro, o grupo registrou um incremento de 10% em sua receita, que totalizou £ 1,4 bilhões (aproximadamente R$ 5,6 bilhões). O Brasil teve uma participação de 6,3% nesse total. A companhia está no seu segundo ano de um plano de investimentos de três anos que somará £ 240 milhões (cerca de R$ 960 milhões).


Fonte: O Estadão - 04/01/2017

Hamburguer de caju: garantia de saúde e sustentabilidade à mesa

O Dia de Campo na TV vai mostrar como produzir hambúrguer vegetal com fibra de caju e proteína de soja. O hambúrguer vegetal apresenta metade das calorias do similar de carne bovina e é mais uma opção para dietas de restrição de consumo de proteína animal. Para a elaboração dos hambúrgueres, são utilizados fibra de caju, proteína texturizada de soja, tomate, cebola, pimentão, alho, pimenta-do-reino em pó, salsa desidratada, sal, óleo de milho e farinha de trigo. A elaboração é simples e pode ser feita na cozinha de casa.

O produto aproveita a fibra de caju, também conhecida como bagaço, que normalmente é descartada durante a fabricação de suco. Agora essa é a matéria-prima do hambúrguer vegetal, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa que está disponível para ser adotada pela indústria criando oportunidade de novos negócios.

O hamburguer de caju possibilita o consumo fora do período de safra e o aproveitamento do excedente de produção. Os hambúrgueres podem ser armazenados congelados por seis meses, sem prejuízo de sua qualidade físico-química, microbiológica e sensorial. O hambúrguer vegetal é apenas uma das linhas de atuação da Embrapa Agroindústria Tropical quando o assunto é o aproveitamento integral do caju. A Unidade realiza estudos visando obter produtos que utilizem a fibra do pedúnculo como matéria-prima. "Esses resultados apresentam uma nova perspectiva para o aproveitamento do pedúnculo de caju e diminuição de seu desperdício", diz a pesquisadora, Janice Lima.

O Dia de Campo na TV "Hamburguer de caju: garantia de saúde e sustentabilidade à mesa" foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF) em parceria com a Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além do tema principal o programa aborda outros assuntos nos quadros – Agência Embrapa de Notícias, Sempre em Dia; Repórter em Campo; Na Mesa; Quem quer ser cientista; Minuto do Livro e Ciência e Tecnologia em Debate.


Fonte: Embrapa

A citricultura brasileira atingiu patamares elevados de preços em 2016/2017

As indústrias processadoras de laranja começam o ano com suas compras adiantadas. Prevendo escassez do fruto, já fizeram aquisições para março, três meses antes do cenário observado em anos anteriores. A redução de área plantada, tendo como resultado a queda da produção do fruto, e a demanda aquecida, foram os principais fatores que alavancaram os preços, tanto no mercado spot, como no mercado in natura. 

Segundo informações do Cepea, em novembro, as cotações atingiram média recorde (série desde 1994), de R$26,00 por caixa (40,8kg) para a laranja pera e as tardias, mas poucos foram os negócios feitos a esse preço, pois a maioria dos citricultores já havia comprometido sua produção antecipadamente em patamar próximo de R$18,00 por caixa. Na comparação entre o segundo semestre de 2015 e mesmo período de 2016, houve valorização de 79,2% para o produto.


Fundecitrus cria programa para aplicação de cobre

O programa de controle químico tem como objetivo maximizar os efeitos da aplicação do defensivo e reduzir os sintomas da pinta preta e cancro cítrico.

O Fundecitrus elaborou um programa de controle químico conjunto de pinta preta e cancro cítrico que otimiza as pulverizações de cobre – defensivo utilizado para o combate às duas doenças.

Os pesquisadores do Fundecitrus acreditam que o programa de manejo conjunto contribuirá para maximizar os efeitos das aplicações de cobre e compatibilizar os intervalos de pulverizações. "As aplicações de cobre, que são imprescindíveis para o controle do cancro cítrico, contribuirão para reduzir os sintomas da pinta preta em pomares onde ela já ocorre e retardar o seu aparecimento em novos pomares", afirma o pesquisador Franklin Behlau.

Em plantas com menos de três anos o foco é a proteção contra o cancro cítrico, sendo que em áreas contaminadas é fundamental a aplicação de cobre nos períodos de brotação. Em pomares com mais de 3 anos - com ocorrência das duas doenças – que tiveram apenas a florada principal, as aplicações de cobre para o controle de cancro devem ocorrer a cada 21 dias, a partir da queda de pétalas até que os frutos tenham 50 milímetros de diâmetro (cerca de quatro meses).

Após esse tamanho, os frutos se tornam mais resistentes e as aplicações de cobre podem ser realizadas apenas quando houver brotação. Paralelamente, as aplicações de estrobilurina, usadas contra a pinta preta, devem ser iniciadas em novembro e repetidas de forma intercalada com as pulverizações de cobre a cada 42 dias.

Em geral, essas aplicações devem ser realizadas até abril/maio quando se encerra o período chuvoso. Em pomares com mais de uma florada, as aplicações de cobre para cancro cítrico devem ser feitas a cada 21 dias a partir da queda de pétalas até abril/maio, quando as condições climáticas se tornam menos favoráveis à doença.

"Normalmente em pomares com menos de 6 anos não há pinta preta em quantidade suficiente para a queda de frutos, o que descarta a necessidade de pulverizações de estrobilurina quando a safra é destinada para suco. Já no caso de produção para o mercado de fruta fresca são necessárias aplicações do fungicida desde o aparecimento dos primeiros sintomas da doença no pomar", diz o pesquisador Geraldo J. Silva Jr.

Fonte: Fundecitrus

Programa vai investir mais de R$ 40 milhões para fomentar agricultura familiar na Bahia

O projeto Bahia Produtiva vai lançar três novos editais no primeiro semestre de 2017 para estimular produtores da agricultura familiar a produzirem mandioca, frutas e oleaginosas no estado. O investimento previsto é de quase R$ 40 milhões. O programa é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) da Bahia.

Entre 2015 e 2016, mais de R$ 127 milhões foram repassados ao programa. Na Bahia, mais de 13,2 mil agricultores familiares já foram beneficiados por meio de editais. O projeto aijdam tem como objetivo apoiar às cadeias produtivas da bovinocultura de leite, apicultura e meliponicultura, caprinocultura e ovinocultura, pesca e ações socioambientais.

A iniciativa também vem fomentando a participação de mulheres, jovens, indígenas e quilombolas. Dos primeiros cinco editais, 60% do total de beneficiários foram mulheres, destaca o coordenador do projeto Bahia Produtiva, Fernando Cabral. “Temos uma forma democrática de acesso, que é sempre através de editais. As associações e cooperativas acessam um sistema online, onde são pontuadas através do sistema de Barema. As entidades são ranqueadas e as melhores pontuadas são sorteadas”, ressalta.

O Bahia Produtiva está presente nos 27 territórios de identidade do estado.

Fonte: Agrolink

Produtor de Progresso investe no cultivo de kiwi

Pouco difundido no Vale do Taquari - até mesmo pelas condições climáticas - o cultivo do kiwi ganhou um adepto há cerca de seis anos no município de Progresso. No caso, o empresário Delaci Martini, que em sua propriedade, na sede, implantou um pomar que hoje conta com 525 pés das variedades Bruno e Elmwood - a grande maioria plantados recentemente. Na última safra, de acordo com Martini, foram colhidos mais de mil quilos do fruto. Número que deve saltar para mais de três mil quilos ao final da colheita, que deve ocorrer entre os meses de março e abril.

A ideia de investir em kiwis veio a partir de uma troca de experiências com um amigo de longa data, que o incentivou para a produção. "Ele tinha um ou dois pés e colhia muito", lembra o empresário. Como Martini possuía terra disponível, resolveu iniciar o cultivo com a implantação de 120 pés. Além da análise de solo, por meio do apoio da Emater/RS-Ascar foi possível conhecer experiências de produtores, especialmente no município de Farroupilha, que possui o maior número de pomares no Estado.

Ainda que não entendesse muito do tema, Martini foi meio autodidata, contando ainda com o apoio dos técnicos da Emater/RS-Ascar para a realização de podas e para a sugestão de alternativas naturais para a produção do pomar. Com pouco tempo de produção, o empresário afirma que os testes de grau prix garantem uma fruta tão doce como os reconhecidos kiwis da Itália. Especialmente em um mercado em que há certa desconfiança por parte dos consumidores em relação ao sabor do produto disponível.

Em relação a este fato, o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Derli Bonine, é franco ao dizer que o mercado pode ter sido comprometido pelos próprios produtores que, na ânsia de comercializar, vendiam a fruta ainda verde e, consequentemente, azeda. "Foi uma condição que afastou o público, que não encontrava em uma fruta de valor mais elevado, a compensação pelo valor investido", analisa. "No passado imaginava-se que o kiwi pudesse até ser uma alternativa para a uva, o que não se confirmou", alerta Bonine.

"Não que o kiwi seja um mau negócio, evidentemente. Só que, além de ele ser muito recente, ele deve ser muito bem pensado, para que não seja um investimento que não resultará em retorno para o produtor", lembra Bonine. O agrônomo ressalta que a fruta necessita, por exemplo, de uma variação de frio abaixo de 7º que pode ser de 300 a mil horas. "Se o inverno não for tão rigoroso, certamente serão necessários ajustes para que não haja comprometimento da safra", explica. Assim, não é por acaso que a fruta praticamente inexiste no Vale do Taquari, sendo muito mais popular na Serra Gaúcha.

Para seu Martini todo esse contexto não chega a ser um problema. Ainda que ele acredite que encontrará dificuldades para colocação de um fruto que ainda é relativamente desconhecido, no mercado, ele mantém a motivação, estando disposto inclusive a ampliar o pomar. "Até o ano que vem quero ter 700 pés na minha propriedade", projeta. Para Bonine, o kiwi é uma alternativa para aquele agricultor que quer ampliar o número de opções em seu pomar e que já tenha o trabalho com fruticultura consolidado. "Condição que evitará maiores danos em casos de frustrações", completa.

Fonte: Emater - RS

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Produtores discutem queda da safra de laranja

Volume colhido não deve passar de 244 milhões de caixas até março, menor número em 28 anos.



Mais uma estimativa rebaixou a produtividade de laranja no Brasil na Safra 2016/2017. a expectativa é que até março o volume colhido no ciclo não passe de 244 milhões de caixas, o menor número dos últimos 28 anos no país.

Na propriedade de Emílio César Fávero, produtor de laranja,o fim da colheita se aproxima. Até março, o trabalho deve terminar nas oito fazendas, que abrigam 1,6 mil hectares de pés produtivos.

"Nós temos 20% da produção a ser colhida. A deste ano foi uma produção estável, talvez até com um pouco de aumento", afirma. "Nós tivemos chuvas mais regulares, o que propiciou que as laranjas de uma forma geral mantivessem uma produção boa e os pomares permitiram que crescêssemos um pouco na produção da laranja na produtividade".

A realidade de Emílio César Fávero, que tem tido uma produtividade dentro do esperado no ciclo, é considerada incomum pelo fundo de defesa da Citricultura, o Fundecitrus. A estimativa da safra, divulgada em 12 de dezembro, prevê quebra de 19%na comparação com 2015. Tudo indica que é a menor produtividade dos últimos 28 anos do cinturão citrícola brasileiro.

Dos 350 municípios que formam o cinturão, os talhões mais prejudicados com o calor de setembro de 2015 foram as regiões de Bebedouro, no interior de São Paulo, e o sudoeste mineiro, que apresentou queda de 38% de produtividade em relação à safra passada.

" A estimativa nossa é que os estoques vão ficar abaixo de 2 mil toneladas no final da safra, então entramos a próxima safra com estoques muito reduzidos", analisa o Coordenador da pesquisa de estimativa de safras Fundecitrus, Vinicius Trombin.

Além do adiantamento do fim da colheita o menor volume de laranja disponível interfere nos preços pagos pela caixa 40kg da fruta, que está 30% mais cara que em dezembro de 2015.

"Esses preços estão melhores também porque tivemos uma queda de produção não só no Brasil. Temos uma queda que vem acontecendo em queda de produção não só no Brasil. Temos uma queda que vem acontecendo ano após ano na Flórida. Então, as principais regiões produtoras de laranja do mundo passando por problemas de produção", aumenta Trombin.

O preço pago pela indústria é bem menor do que se pagou historicamente e a situação tem animado os produtores. "Gera um novo ânimo, porque os contratos que a indústria faz, já pensando no próximo ano, não conseguimos comprovar, mas me parece que são valores bons isso gera mais ânimo e faz com que o produtor venha a cuidar um pouco melhor do seu pomar", completa Emílio. 


Fonte: Canal Rural

Agronegócio sustenta maior superávit da história da balança comercial brasileira

A balança comercial do Brasil teve o maior resultado positivo da história em 2016. Com sete produtos entre os dez mais exportados pelo país em 2016, o campo teve participação decisiva no maior superávit registrado pela balança comercial brasileira desde o início da série histórica, em 1989.

No último ano, a diferença entre as exportações e importações ficou em US$ 47,7 bilhões (o recorde anterior havia sido obtido em 2006, com US$ 46,4 bilhões).

Em parte, o saldo é consequência da recessão econômica no Brasil e do dólar em alta, que levaram a uma queda de 20,1% nas importações. Por outro lado, a moeda americana valorizada evitou um tombo maior nas exportações e a receita caiu apenas 3,5%, com destaque para a soja, que ganha pelo montante e continua sendo a campeã do comércio exterior (as vendas da oleaginosa renderam US$ 19,3 bilhões); e para o açúcar também, cujas exportações cresceram 40,35% em receita, totalizando US$ 8,3 bilhões.

Ao todo, o montante exportado pelo Brasil em 2016 foi de US$ 185,2 bilhões e as importações ficaram em US$ 137,5 bilhões, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Previsão para 2017

Para o secretário de Comércio Exterior e Serviços do MDIC, Abrão Neto, a balança comercial deve registrar em 2017 um superávit semelhante ao de 2016. Mas, segundo ele, tanto as exportações quanto as importações devem aumentar neste ano. “Não vamos fechar uma base de comparação exata ainda. Pode ser acima de US$ 50 bilhões, mas prevemos um patamar semelhante, entre US$ 47 bilhões e US$ 48 bilhões”, disse. A projeção leva em conta um câmbio médio de R$ 3,40. No ano passado, a taxa média do dólar foi de US$ 3,48, disse.

Volume

Apesar da queda na receita com exportações no ano passado, o país bateu recorde na quantidade de mercadorias enviadas ao exterior, com 645 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação a 2015. Foi o sétimo aumento anual consecutivo. Diversos produtos registraram recorde no volume comercializado, como minério de ferro, óleos brutos de petróleo, açúcar de cana em bruto, celulose, carne de frango e suco de laranja não congelado.

O destaque negativo nas exportações foram os preços, que caíram 6,2% em média. Entre os principais produtos que compõem a pauta de exportações brasileiras, só houve aumento no preço do açúcar em bruto, de 12,3%. A soja teve o menor preço médio desde 2007 (US$ 374,77 / tonelada, queda de 2,98% em relação a 2015); o minério de ferro teve o menor preço desde 2005; e o petróleo em bruto, o menor preço desde 2004.


 

Dólar cai ante real com dados globais positivos e à espera da ata do Fed


O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, mantendo o movimento visto no pregão passado, com os investidores esperando pela ata da última reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, e reagindo aos indicadores mais positivos da economia global.

Às 10:09, o dólar recuava 0,71 por cento, a 3,2391 reais na venda, depois de cair 0,59 por cento na véspera. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,75 por cento.

"A situação política interna deu uma acalmada em janeiro, sem novas delações. E o cenário internacional parece de mais otimismo", afirmou o presidente da Canepa Asset, Alexandre Póvoa. "O mercado voltou neste início de ano com mais apetite para o risco."

No cenário internacional, o dólar também caía ante uma cesta de moedas, recuando da máxima de 14 anos.

Nos últimos dias, uma série de indicadores positivos mostrou que a economia global estava com desempenho melhor do que o esperado. Mais cedo, foi divulgado que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontou que atividade empresarial na zona do euro encerrou 2016 no ritmo mais rápido em cinco anos e meio.


Na véspera, o PMI também mostrou que a atividade industrial da China avançou mais do que o esperado em dezembro, com a produção alcançando a máxima em quase seis anos.

Os investidores também esperavam a ata da última reunião do Fed, em que elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou ritmo mais rápido de altas em 2017. O documento será divulgado às 17:00 (horário de Brasília).

O mercado buscará mais sinalizações de como o banco central dos EUA deve se comportar no governo de Donald Trump, que assume a Presidência do país no próximo dia 20. O republicano prometeu aumentar gastos, o que pode obrigar o Fed a ser mais duro na política monetária. Juros mais altos no mercado norte-americano podem significar saída de capital de mercados emergentes, como o brasileiro.

O Banco Central brasileiro, por enquanto, não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, permanecendo de fora desde o dia 13 de dezembro.



Fonte: Reuters

Instituto de Economia Agrícola terá banco de dados da produção de orgânicos e agricultura familiar em 2017

IEA também elaborará análises do mercado de terras



O Instituto de Economia Agrícola (IEA) ampliará sua linha de pesquisas em 2017, oferecendo às empresas, consultorias e à sociedade um acompanhamento periódico de preços da produção de orgânicos e estatísticas da agricultura familiar.

De acordo com o diretor técnico do IEA, Celso Luis Rodrigues Vegro, o levantamento de preços e da produção de orgânicos será realizado em parceria com as Coordenadorias de Assistência Técnica Integral (Cati) e de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), da Pasta Estadual, servindo como base para ações de segurança alimentar.

“Também iremos elaborar um levantamento estatístico objetivo da agricultura familiar, atualizado uma ou duas vezes ao ano, ressaltando as características desses produtores, responsáveis por cerca de 80% da produção agropecuária paulista”, adiantou o diretor-geral.


O IEA, que em 2016 completou 74 anos de atuação, sendo instituição pioneira no Brasil a sistematizar os estudos sobre economia agrícola, também elaborará análises do mercado de terras, com apoio da Secretaria da Fazenda e da Receita Federal do Brasil.

Também estarão em pauta as parcerias com as entidades de classe para o próximo ano. “Vamos buscar ações junto à União dos Produtores de Bioenergia (Udop), Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) e outros órgãos”, afirmou o diretor, cogitando ainda entidades do governo do Estado e Federal.

Além dos estudos periódicos como a Balança Comercial, “Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista”; Previsões de safra e de produção animal, o Instituto intensificará a realização do Ciclo de Seminários: Estudos IEA. “Serão promovidos 16 encontros, possibilitando à sociedade debater temas ligados ao segmento agropecuário com especialistas”, explicou Celso Vegro.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, “a experiência do IEA será importante para atender à demanda de estudos de impactos econômicos dos projetos oriundos dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), criados pelo Governo do Estado para garantir autonomia aos institutos de pesquisa da Pasta na busca de recursos e parcerias com o setor privado. Assim, estamos aproximando o conhecimento do setor produtivo, conforme orientações do governador Geraldo Alckmin”, disse.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Programa orienta aplicação de cobre para pinta preta e cancro cítrico

O Fundecitrus elaborou um programa de controle químico conjunto de pinta preta e cancro cítrico que otimiza as pulverizações de cobre – defensivo utilizado para o combate às duas doenças.

Os pesquisadores do Fundecitrus acreditam que o programa de manejo conjunto contribuirá para maximizar os efeitos das aplicações de cobre e compatibilizar os intervalos de pulverizações. "As aplicações de cobre, que são imprescindíveis para o controle do cancro cítrico, contribuirão para reduzir os sintomas da pinta preta em pomares onde ela já ocorre e retardar o seu aparecimento em novos pomares", afirma o pesquisador Franklin Behlau.

Em plantas com menos de três anos o foco é a proteção contra o cancro cítrico, sendo que em áreas contaminadas é fundamental a aplicação de cobre nos períodos de brotação. Em pomares com mais de 3 anos - com ocorrência das duas doenças – que tiveram apenas a florada principal, as aplicações de cobre para o controle de cancro devem ocorrer a cada 21 dias, a partir da queda de pétalas até que os frutos tenham 50 milímetros de diâmetro (cerca de quatro meses).

Após esse tamanho, os frutos se tornam mais resistentes e as aplicações de cobre podem ser realizadas apenas quando houver brotação. Paralelamente, as aplicações de estrobilurina, usadas contra a pinta preta, devem ser iniciadas em novembro e repetidas de forma intercalada com as pulverizações de cobre a cada 42 dias.

Em geral, essas aplicações devem ser realizadas até abril/maio quando se encerra o período chuvoso. Em pomares com mais de uma florada, as aplicações de cobre para cancro cítrico devem ser feitas a cada 21 dias a partir da queda de pétalas até abril/maio, quando as condições climáticas se tornam menos favoráveis à doença.

"Normalmente em pomares com menos de 6 anos não há pinta preta em quantidade suficiente para a queda de frutos, o que descarta a necessidade de pulverizações de estrobilurina quando a safra é destinada para suco. Já no caso de produção para o mercado de fruta fresca são necessárias aplicações do fungicida desde o aparecimento dos primeiros sintomas da doença no pomar", diz o pesquisador Geraldo J. Silva Jr.


Fonte: Fundecitrus


Produção orgânica mais que dobra em três anos no Brasil

Produção orgânica nacional pode ser encontrada em 22,5% dos municípios brasileiros



A área de produção orgânica no país, em 2017, deve passar da marca dos 750 mil hectares registrados no ano passado. Segundo a Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), esse tipo de cultivo no campo já é encontrado em 22,5% dos municípios brasileiros. E a perspectiva é ainda maior para este ano que se inicia.

Dados da Coagre indicam que houve um salto de 6.700 mil unidades, em 2013, para aproximadamente 15.700, em 2016, ou seja, mais que o dobro de crescimento em três anos. Sudeste é a região com maior área de produção orgânica, totalizando 333 mil hectares, com 2.729 registros de produtores na Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), também vinculada ao Mapa. Na sequência, aparecem as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).

Coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner avalia que “o incremento das unidades orgânicas no Brasil é muito importante, por ser um indicativo de que, cada vez mais, os produtores rurais estão investindo em uma produção sem o uso de insumos agroquímicos, que é uma opção mais segura para o próprio agricultor, para o consumidor e, especialmente, para o meio ambiente”.

“Ao mesmo tempo, vem se firmando a consciência de que os alimentos orgânicos têm o apelo dos consumidores por serem bons para a saúde, fato que abre novas oportunidades de mercados”, comenta Sylvia.

Para ela, “esse crescimento produtivo vem ocorrendo, sobretudo, devido ao incremento dos agricultores familiares, que veem na agroecologia e na produção orgânica em si uma maneira de atender, dentro dos próprios municípios, a programas que envolvem, por exemplo, a merenda escolar, por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar)”.

“O atrativo de programas, como o PNAE, o crescimento das feiras livres e a maior comunicação direta entre produtores agroecológicos e os consumidores vão permitir que esse mercado continue a crescer em 2017.”

FICHAS AGROECOLÓGICAS

Diversas informações sobre as tecnologias adequadas e permitidas legalmente para a produção orgânica no Brasil, que ajudam agricultores que pretendem entrar nesse mercado ou aprimorar os conhecimentos já adquiridos, estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura (www.agricultura.org.br) e do CI Orgânicos (www.ciorganicos.com.br).

Reunidas em Fichas Agroecológicas (link encurtado: ow.ly/IlL1307Czu9), elas incluem técnicas de manejo do solo, de preparo de insumos agrícolas para controle sanitário animal e vegetal, de manejo das plantas espontâneas e de adubação verde, entre outras práticas agroecológicas.

Sylvia Wachsner avalia a importância desse apoio: “As fichas agroecológicas atendem a uma falta de conhecimento no setor de orgânicos, que é provado, simples e de fácil realização, mas precisa ser divulgado e compartilhado entre os produtores rurais”.

“A massificação na divulgação destas tecnologias deve resultar também no incremento das unidades de produção agroecológica no país. E estamos falando de tecnologias provadas no campo, com bons resultados.”

A coordenadora informa que as fichas agroecológicas também são divulgadas no site do CI Orgânicos (www.ciorganicos.com.br/biblioteca/fichas-agroecologicas) e ainda fazem parte da biblioteca de informações disponibilizada para os produtores, na mesma homepage.

CPORGS

Para auxiliar os produtores de alimentos orgânicos no país, o Ministério da Agricultura ainda conta com as Comissões de Produção Orgânica (CPOrgs), espalhadas por inúmeras unidades da Federação, e que são responsáveis pela coordenação de ações de fomento à agricultura orgânica. Ao todo, elas são formadas por 578 entidades públicas e privadas.

“As CPOrgs, das quais a SNA faz parte, no Rio de Janeiro, funcionam como fóruns de troca de informações entre os representantes dos segmentos da cadeia de produção orgânica dos Estados, assim como coordenam ações e projetos de fomento. Entre suas atribuições, auxiliam na fiscalização e propõem políticas públicas para o desenvolvimento da produção orgânica”, relata Sylvia.

Em sua opinião, “ao serem compostas pelo mesmo número de representantes de entidades públicas e privadas, as CPOrgs criam um networking entre os interessados, ajudando a alavancar a produção estadual e permitindo um trabalho conjunto dos envolvidos nessa cadeia de produção”.

CI ORGÂNICOS

Com o apoio do Sebrae Nacional e do Sebrae-RJ, a SNA mantém o Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), que tem como objetivo principal contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva de alimentos e produtos orgânicos no Brasil, por meio da integração e difusão de informação e conhecimentos.

O trabalho envolve a identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação das informações estratégicas para os sistemas orgânicos de produção, viabilizando seu uso no processo decisório do segmento, com o propósito de incrementar a qualidade, a produtividade e a competitividade dos produtores e demais integrantes dos sistemas orgânicos de produção.

ORGANICSNET

Outro projeto mantido pela SNA com o apoio do Sebrae-RJ, o OrganicsNet – Rede Comunitária para Acesso ao Mercado pelos Produtores Orgânicos) visa estimular a cadeia de produção orgânica por uma plataforma na internet. Implantado em março de 2008, apoia os pequenos e médios produtores, oferecendo visibilidade aos seus negócios; conhecimento sobre demandas de consumidores e mercados; acesso a ferramentas que facilitam a gestão de seus empreendimentos; além de incentivos à integração e troca de informações.

Com 33 empresas participantes e atendendo aos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso, Paraná e São Paulo, o projeto está em franca expansão. Para mais informações, acesse www.organicsnet.com.br.

CURSOS DA EWB/SNA

Em seu campus ambiental e educacional, a Sociedade Nacional de Agricultura ainda mantém a Escola Wencesláo Bello, oferecendo 53 cursos de extensão livres. Na área de produção orgânica, os cursos ministrados pela EWB/SNA são de Boas Práticas na Manipulação de Produtos Orgânicos de Origem Vegetal; Gestão Integrada de Resíduos Orgânicos; Horticultura Orgânica – Básico; Horticultura Orgânica – Produção e Utilização de Adubos; Horticultura – Planejamento da Produção; e Noções Básicas Sobre Agricultura Orgânica.

Para mais informações, acesse www.sna.agr.br/extensao, envie e-mail para ewb@sna.agr.br ou ligue 21 3977-9979/ramal 4 ou 9. A Escola Wencesláo Bello fica na Avenida Brasil nº 9727 (acesso principal) ou Rua Comandante Vergueiro da Cruz nº 480 (acesso alternativo), no bairro da Penha, Rio de Janeiro.


AL: Feira orgânica comercializa frutas e verduras cultivadas sem agrotóxico

A terceira edição da Feira Orgânica aconteceu, na manhã desta terça-feira (3), na sede da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), das 8h às 12h. A feira ocorre sempre na primeira terça de cada mês.

Consumidores e adeptos de produtos sem agrotóxicos estiveram no estacionamento da secretaria e adquiriram os produtos comercializados pelos agricultores do assentamento Dom Hélder Câmara, de Murici, e Aldeia Verde, localizado no bairro Benedito Bentes, em Maceió.

A novidade desta edição foi a comercialização frutas, como manga, maracujá, carambola, banana, jaca, sapoti, abacaxi, coco e até polpa de frutas. Os tradicionais inhame, batata doce, alface, couve, hortelã, além de outros produtos cultivados sem o uso de agrotóxicos também foram comercializados.


Agricultor da Aldeia Verde, Danilo Canuto, destacou que ao poder expandir ao público as frutas cultivadas sem agrotóxico tem a sua importância econômica e saudável.

"As pessoas estão mais conscientes com a saúde e o produto orgânico tem apenas benefícios. Não gastamos dinheiro com agrotóxicos e nem maltratamos a terra. Ou seja, produzimos algo natural de forma humana", explica o agricultor, exaltando ainda que a Aldeia Verde tem mais de vinte anos de atuação em Maceió.

A terceira edição da feira contou ainda com moradores do bairro de Jacarecica, servidores da Semarh, Delegacia Geral da Polícia Civil e da Escola Fazendária.


Agricultura aposta na agregação de valores na produção para enfrentar crise

90% dos municípios paranaenses têm sua base rural



Grande safra, inclusão produtiva e segurança alimentar com boas práticas de conservação do solo e da água. Esta é a expectativa do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, para o próximo ano, apostando na capacidade e competitividade da agricultura paranaense.

“Concluindo um ano mediano em desempenho agrícola, devido aos problemas climáticos e crise financeira, estamos otimistas com o novo ano que promete uma safra recorde de verão e boa safra de inverno,” destaca Ortigara.

Considerando que 90% dos municípios paranaenses têm sua base rural e que a agricultura é um dos primeiros segmentos a responder às dificuldades econômicas, a Secretaria vai apoiar as iniciativas de negócios inovadores, com pequenas e médias agroindústrias familiares. “Em janeiro, já estaremos lançando novo edital de chamamento do Programa Pro-rural, com oportunidades para se implementar novas ações com valor agregado à produção”, diz Ortigara.

Há uma forte tendência para próximo ano de um processo crescente de agregação de valor naquilo que é mais caro aos paranaenses que é sua agricultura, sua pecuária, sua agroindústria.

Durante o Encontro de Prefeitos ocorrido recentemente em Foz do Iguaçu, o estande da Seab teve grande procura por parte dos futuros administradores municipais, preocupados em como enfrentar a crise neste inicio de mandato. As demandas apresentadas foram um bom termômetro para medir o interesse e a valorização do ambiente rural como estratégico para enfrentar a crise. “Muita procura de apoio à manutenção de conservação de estradas rurais e também solicitações de maior intervenção e articulação na assistência técnica para melhorar o desempenho agrícola”, lembra Ortigara.

SANIDADE

Outra ação positiva para o agronegócio paranaense será a iniciativa na área de sanidade animal. Segundo Ortigara, o Paraná está negociando com o estado do Mato Grosso do Sul para sintonizar as ações para eliminar de vez a febre aftosa, doença que prejudica as exportações de carnes bovina e suína. “Queremos criar um ambiente mais aberto ao comércio de carnes”, disse.

PANORAMA ESTADUAL

A Secretaria da Agricultura vai consolidar as políticas de apoio aos agricultores mais vulneráveis, com iniciativas para capacitá-los e inseri-los num ambiente mais competitivo. “Com recursos do Banco Mundial e contrapartida do Estado vamos apoiar novas agroindústrias familiares em áreas mais carentes do Estado, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Também vamos fomentar ações para o fortalecimento das cadeias produtivas na área de olericultura, frutas, produtos orgânicos, leite e agroindústria familiar”, afirmou Ortigara.

Outra iniciativa será a ampliação do esforço para aperfeiçoar o desempenho da agricultura, com a melhoria da infraestrutura no meio rural. “Teremos melhores condições de apoio às ações de recuperação e adequação das estradas rurais, com as patrulhas rurais que foram compradas com recursos do programa Pró-Rural”.

“Em 2017 seremos mais ousados na inclusão produtiva dos agricultores pobres, com recursos do BID, do Família Paranaense-Renda Agricultor e do Fundo de Combate à Pobreza “, diz Ortigara. Haverá uma busca mais ativa de apoio na transformação de muitas famílias rurais que têm alguma aptidão para agricultura mas não estão conseguindo realizar o trabalho, começando pelo apoio na instalação de água encanada e saneamento básico.

Está previsto ainda um programa de maior segurança alimentar às famílias vulneráveis, com ampliação da rede de atendimento, reestruturação do Banco de Alimentos da Ceasa, apoio à implementação e funcionamento de restaurantes populares e compra direta da produção da agricultura familiar.

CAPACITAÇÃO

Uma grande ação está em curso para melhorar o manejo de solo no Paraná e será intensificada no próximo ano. Uma aliança estratégica com 16 entidades públicas e privadas está em construção.“ A manutenção de nossa capacidade e competitividade na agricultura, pecuária e agroindústria depende de uma feliz investida na conscientização de nosso agricultor para o seu principal patrimônio que é o solo”.

FEVEREIRO

A partir de fevereiro, a Secretaria quer tornar mais agressiva a política de manejo de solos e água. “Estamos finalizando o processo de formação e capacitação de técnicos que serão enviados para planejar e executar ações no campo. Vamos querer resultados na área de bom planejamento conservacionista”, diz o secretário.

A meta é treinar cerca de dois mil técnicos do serviço público e da iniciativa privada, que serão capacitados a orientar os projetos de conservação de solos e água nas propriedades rurais. Serão instaladas unidades didáticas de macro parcelas para servirem de modelos e extração de bons indicadores de manejo de solo e de água.

“Apostamos na estratégia de percepção dos agricultores da necessidade de manutenção da boa condição de produção do seu solo. Um solo que precisa estar biológica, física e quimicamente bem resolvido, sem erosão, com boa cobertura e capacidade de absorver a chuva para que a agricultura continue competitiva”, afirma.

BALANÇO 2016

Segundo Ortigara, em 2016 o agronegócio passou por ajustes por causa da crise econômica, sofreu com o clima que teve influência da corrente El Niño, que contribuiu para a perda do ritmo de crescimento na produção. “Foi um ano de ajustes, tivemos que enfrentar a elevação dos custos de produção das empresas e de outras cadeias produtivas, com a elevação dos preços do milho. E para agravar, ainda tivemos redução no consumo”.

Conforme avaliação do secretário, o agronegócio ainda enfrentou prejuízos com o clima. Houve excesso de chuvas na primeira safra e geadas no inverno, eventos que influenciaram diretamente na redução da safra de grãos do Estado, com perdas estimadas em 4,6 milhões de toneladas na produção de soja, milho, feijão. Também houve um ambiente hostil de comércio, a China reduziu as compras de grãos, mas a desvalorização da moeda que ocorreu até o mês de setembro elevou a lucratividade das commodities.

“Mesmo assim, foi uma safra boa em termos de rendimento e tivemos preços razoáveis para quase todos os produtos e ainda a consolidação do Paraná como segundo produtor de leite no ranking nacional, manutenção da liderança na produção de frangos”, destacou o secretário. Segundo ele, não dá para se queixar muito dos preços, que se mantiveram favoráveis ao produtor, em função da desvalorização da moeda que elevou a lucratividade, ajudando o setor a se manter forte, dinâmico e competitivo.

Além disso, houve a recuperação do setor de mandioca, que vinha acumulando prejuízos no ano anterior. A produção de fumo se manteve com boa remuneração aos produtores e agora tem a expectativa de início de recuperação do setor sucroalcooleiro, com a política de transparência da Petrobras, apontou. “A recuperação do setor sucroalcooleiro vai contribuir com a renovação dos canaviais e o setor ganha estímulo no campo”, prevê.

Lembra o secretário que com esse quadro de ajustes rápidos a uma situação de crise e em face do aumento da demanda externa, foram consolidados bons investimentos das empresas privadas no Paraná nas áreas de cervejaria, frigoríficos e madeira, com investimentos de empresas de porte como a Hainecken e Ambev, Frimesa e Klabin, Agrária.

Agricultores do extremo norte do TO colhem resultados positivos com agroecologia

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) tem como princípio contribuir de forma participativa para o desenvolvimento rural sustentável, centrado no fortalecimento da agricultura familiar. Com base nesse princípio, órgão vem desenvolvendo diversas ações, em todo o Estado, voltadas à produção agroecológica, sendo uma delas a Chamada Pública em Agroecologia, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento (Sead).

Em 11 municípios beneficiados com a chamada no extremo norte do Estado, região conhecida como Bico do Papagaio, o Ruraltins tem empenhado em promover uma assistência técnica e extensão rural utilizando como base os princípios sustentáveis de produção agrícola, e obtendo excelentes resultados. Um dos exemplos de sucessos vem de Jairnópolis, ou povoado Cabanas, como é conhecido, distante 40 km do município de Araguatins.

Conforme Ricardo Loff, técnico responsável pelo atendimento aos agricultores do povoado, no local residem cerca de 15 famílias, destas, apenas oito aderiam as práticas agroecológicas, preconizadas na Chamada Pública. “Os produtores do povoado já trabalham com as metodologias agroecológicas de forma tradicional, no entanto, faltam-lhes conhecimentos de algumas tecnologias que potencializam a produção, como por exemplo, a correção de solo. E esse é o papel do Ruraltins, ensiná-los e orientá-los, introduzindo novas tecnologias e respeitando sua cultura, para que desta forma, produzam mais e melhor”, disse o técnico.

Segundo Ricardo Loff, os resultados superam as expectativas e os que não aderiram à Chamada Pública querem também participar. “Há produtores que a produção mais que dobrou e hoje comercializam o excedente para o Programa Aquisição de Alimentos (PAA) – modalidade Compra Direta Local. Os que não participavam viram os bons resultados e a partir de fevereiro vamos aumentar o número de participante”, informou o técnico.

Dentre os produtos mais cultivados no povoado estão a mandioca, a abóbora, o feijão, o amendoim, o inhame, além de hortaliças e frutas. 

Chamada Pública em Agroecologia

A Chamada Pública em Agroecologia da Sead visa trabalhar o desenvolvimento social, econômico e ambiental das famílias, bem como consolidar práticas produtivas da agroecologia existentes, focadas na produção saudável de alimentos, livres de agrotóxicos. 

De acordo com a gerente de Agroecologia do Ruraltins, Geane Rodrigues, ao todo estão sendo investidos mais de R$ 6,5 milhões, beneficiando 1.250 famílias de agricultores. A ação contempla oito municípios na região central, sete na região sul e 11 no extremo Norte. 

“Na região do Bico do Papagaio, 450 famílias de agricultores foram selecionadas nos municípios de Araguatins; Augustinópolis; Carrasco Bonito, São Miguel, Sítio Novo, Buriti, Praia Norte, Augustinópolis, Axixá, São Salvador, São Sebastião, Sampaio e Esperantina. Em 2017, vamos para o segundo ano da Chamada Pública e já em fevereiro estaremos dando andamento às atividades”, informa a gerente, lembrando que a chamada tem duração de três anos.

Retrospectiva 2016: diretor da SNA, Fernando Pimentel avalia seguro e financiamento rural

O valor das operações é de aproximadamente R$ 370 milhões



O governo federal garantiu o pagamento de mais de 90% das apólices do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), contratadas em 2016, conforme anúncio da Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O valor das operações é de aproximadamente R$ 370 milhões, de acordo com os cálculos do próprio órgão.

“Antecipamos, inclusive, parcelas com vencimentos previstos para o primeiro trimestre de 2017”, informou o secretário da SPA, Neri Geller, no último dia 30 de dezembro, durante coletiva, em Brasília (DF). Ele ainda reforçou que, com essa iniciativa, o Ministério da Agricultura cumpriu o acordo feito com o setor produtivo.

Avaliando parte do atual cenário do seguro rural no país, o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) Fernando Pimentel aponta que, em 2016, “tivemos algumas mudanças substanciais neste segmento”.

“Em julho, o ministro Blairo Maggi (do Mapa) solicitou a criação de um grupo de trabalho para sugerir mudanças nos programas de subvenção e na operação do seguro rural. A proposta do grupo era a de apresentar um relatório em 90 dias, e o prazo foi cumprido. No entanto, medidas efetivas só serão aplicáveis em 2017. Também entrou na pauta o assunto zoneamento climático”, destaca Pimentel, que também é analista de mercado e diretor comercial e de operações da Agrometrika.

Ele também comenta sobre a incorporação da Câmara do Seguro Rural pela Câmara de Crédito e Comercialização do Ministério da Agricultura: “Isto foi positivo, haja vista que os temas têm sinergia em várias frentes e devem ser discutidos de forma integrada”.

MODERNIZAÇÃO

“Nossa legislação de crédito rural e o Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) datam de 1965 e devem ser rediscutidos em consonância com as propostas de modernização do seguro. Nesse contexto, o novo governo tomou iniciativas interessantes junto aos órgãos gestores, reguladores e a iniciativa privada.”

Em relação ao financiamento ou concessão de crédito agrícola, Pimentel avalia que “2016 foi um ano mais difícil nesse quesito”.

“Os bancos públicos e privados assumiram uma postura mais conservadora diante de um aumento da inadimplência, em grande parte motivada por fatores climáticos, sobretudo, nas regiões do Matopiba (nova fronteira do Brasil, que abrange alguns municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

PERSPECTIVAS

Em relação às suas perspectivas para 2017, Pimentel destaca que “os ajustes das datas de plantio, sobretudo na segunda safra de milho, são demandas importantes”.

“Houve muita frustração, especialmente no Estado de Mato Grosso, com a falta de cobertura em apólices de milho, supostamente plantadas fora do calendário que, na verdade, em parte estava em desacordo com as práticas comuns naquela região.”

Sobre a concessão de crédito agrícola neste novo ano, o diretor da SNA acredita que a oferta de crédito, via banco, deve seguir caindo, pelo menos no primeiro semestre, por causa da queda dos depósitos à vista e da poupança.

“Por outro lado, as empresas comerciais, sobretudo as tradings, serão pressionadas a financiar os produtores da mesma forma que os fornecedores de insumos. Será um ano desafiador nesse quesito. Os cortes do orçamento público, após o ajuste fiscal, e as incertezas políticas não contribuem, atualmente, para a oferta de crédito no Brasil.”

Por fim, Pimentel analisa a aplicação da lei que autoriza a renegociação de dívidas de crédito rural (Lei nº 13.340/2016: ow.ly/F6DU3078lYs): “Ela é necessária, mas negativa. Isso porque as renegociações assustam o financiador privado, que não tem as mesmas condições que bancos públicos, fundeados pelo Tesouro”.

DADOS DO MAPA

Apesar de ainda sofrer com os impactos das mudanças climáticas em 2016, o saldo foi positivo para a agricultura, conforme secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, ao fazer o balanço do ano.

“Dos R$ 183,1 bilhões programados para o atual Plano Agrícola e Pecuário, já foram contratados R$ 57,1 bilhões até novembro, com destaque para o Moderfrota”, disse ele. A vigência do plano vai até 30 de junho de 2017. Para mais informações, acesse

Conheça os cuidados com a falsa ferrugem, praga que afeta os pomares com maior intensidade em janeiro

O ácaro causador da falsa ferrugem, Phyllocoptruta oleivora, ocorre em todas as variedades de citros durante todo o ano, porém, com maior intensidade nos períodos quentes e úmidos de dezembro a janeiro e de maio a junho. A praga infesta folhas, ramos e frutos. Nos frutos, é responsável pelo surgimento de manchas, amadurecimento precoce e desuniforme, que tornam as cascas espessas. Nas folhas, aparecem manchas de coloração escura, irregulares, frequentemente localizadas nas bordas.

Reconheça

Na fase adulta, o ácaro da falsa ferrugem apresenta coloração amarela e possui corpo em forma de cunha e fusiforme. O tamanho da fêmea varia de 150 a 165 mm de comprimento, o do macho é de 135 mm. Os ovos do ácaro são depositados nas depressões de folhas e frutos. Após três dias, em média, surge a ninfa, que apresenta características muito semelhantes ao ácaro adulto.

De acordo com o professor Daniel Andrade, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal, no verão, o ciclo completo do ácaro da ferrugem é mais rápido, de 7 a 10 dias, no inverno é de 14 dias. A longevidade máxima da fêmea é de 20 dias, período no qual libera cerca de 20 ovos.

“No inverno, os adultos hibernam, abrigando-se em brotações e folhas enroladas. Em períodos mais chuvosos, são facilmente arrastados pela água, mas é preciso estar atento pois este tipo de clima favorece a infestação devido ao aumento da umidade do ar e pelas melhorias das condições das plantas”, explica.

Sintomas

Ao infestar as folhas, o ácaro causa dano bem característico, reconhecido pela forma irregular, coloração escura, localizadas na superfície inferior e nas bordas das folhas. Laranjas novas, quando intensamente atacadas pelo ácaro da falsa ferrugem, não conseguem se desenvolver normalmente e apresentam coloração escura (de acinzentada a marrom-escura).


Quando o ataque ocorre próximo da fase de maturação, as laranjas adquirem coloração marrom-clara, sintoma conhecido por “mulata”. Quando o ataque deste ácaro ocorre em limões, limas e pomelos, a casca das frutas adquire coloração prateada. Entretanto, os sintomas variam de acordo com a idade do fruto atacado, sendo “enferrujados”, quando atacados ainda jovens, ou “bronzeados’’, quando atacados mais tardiamente.

Danos

As infestações do ácaro reduzem a capacidade fotossintética da planta, que provoca diminuição na produtividade do pomar. O ataque severo da praga em um pomar, pode torná-lo economicamente inviável devido à queda de frutos, que pode variar de 5 a 20%, dependendo do nível de infestação.

As cascas ficam mais espessas, fazendo com que eles percam o valor comercial tanto para consumo in natura como para indústria, pois causa danos às máquinas de extração. Além disso, as altas infestações provocam queda na quantidade de vitamina C, redução de peso, e alteração no sabor.

Controle

Para fazer um bom controle do ácaro da falsa ferrugem é importante reconhecê-lo em condições de campo. Os produtores devem monitorar a população do ácaro durante todo o ano, mas nos meses chuvosos e com a presença de frutos jovens a atenção deve ser redobrada. O controle químico tem sido o método mais utilizado para combater o ácaro. Antes de aplicar o acaricida, recomenda-se a inspeção de folhas e frutos, principalmente os verdes e com mais de 1,5 centímetros de diâmetro, localizados na porção média e na periferia da copa das plantas.

O enxofre é o principal ingrediente ativo dos produtos utilizados para o controle. Entretanto o uso excessivo pode eliminar importantes fungos que são inimigos naturais do ácaro. A aplicação deve ser feita quando a praga for encontrada em 20% das folhas ou frutos inspecionados, no caso do mercado de frutas frescas, e 30% quando a produção for destinada à indústria.

Fonte: Fundecitrus

Mais de R$ 3 bi foram destinados à alimentação escolar em 2016

De acordo com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% desse valor que é repassado aos cofres públicos deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar. A medida tem o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades, como também promover uma alimentação saudável. A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) disponibiliza os instrumentos de programas, como a assistência técnica para possibilitar a organização do agricultor na oferta de alimentos que atendam esse mercado nas escolas.

Para a coordenadora-geral do Pnae, Manuelita Falcão, todos os envolvidos são privilegiados com essa política pública, que, inclusive, se tornou referência para outros países do mundo. “É um círculo virtuoso em que todos ganham: o aluno que se alimenta de produtos frescos adquiridos de produtores locais, o produtor que garante um público durante todo o ano e a prefeitura que gera renda dentro do próprio município”, explica. Ela ainda ressaltou que no ano que vem o trabalho será reforçado nos locais onde a mínima porcentagem exigida pela legislação com o envolvimento do agricultor familiar ainda não é alcançada.

Balanço

Manuelita Falcão avaliou como positiva a execução dos últimos meses e acredita que em 2017 será ainda melhor com o progresso das ações desenvolvidas. “Os recursos são obrigatórios e em 2016 o calendário de pagamentos não houve atrasos. Isso é fundamental para as prefeituras e, evidentemente, para os alunos não sofrerem com uma possível descontinuidade do recebimento da alimentação. Estamos bem animados para 2017, colher os frutos do trabalho desse ano e com a expectativa do aumento per capta, devem ser aplicados mais de R$ 4 bilhões pelo Pnae”, conta.

Sobre a execução do Pnae

Os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar, de caráter suplementar, são liberados em 10 parcelas, com o intuito de cobrir os 200 dias do ano letivo de todas as fases da educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) em todos as unidades federativas do Brasil. As secretarias da educação, que são responsáveis pelas redes de ensino, recebem os recursos e operam a alimentação nas instituições de ensino. O montante transferido a cada beneficiário pode ser conferido no portal eletrônico do FNDE.

Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios é feito com base no Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), pelo FNDE, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público.


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Citros/Cepea: Oferta reduzida e demanda firme elevam cotações a recordes em 2016/17

O ano de 2016 foi marcado por preços recordes na citricultura paulista, tanto no segmento industrial como no mercado in natura. De acordo com pesquisadores do Cepea, o impulso veio da combinação de baixa produção de laranja com demanda aquecida, tendo em vista os estoques reduzidos de suco na indústria. Os valores pagos no spot e por meio de contratos de um ano atingiram as máximas nominais de toda a série do Cepea, iniciada em 1994.

Na média parcial da temporada (de julho/16 a dezembro/16), o preço pago pela laranja pera e pelas tardias nas processadoras no spot foi de R$ 22,21/caixa de 40,8 kg, colhida e posta na fábrica, forte aumento de 79,2% em relação à média do segundo semestre de 2015. Quanto à lima ácida tahiti, os preços também permaneceram elevados durante praticamente o ano todo, atingindo recordes nominais. Mesmo no período de pico de oferta (janeiro a março), as cotações se sustentaram a níveis altos, refletindo a forte demanda industrial. Além disso, a intensificação das exportações reduziu significativamente a disponibilidade doméstica.

Fonte: Cepea/Esalq

Reforma da Previdência preocupa agricultores

Uma nota que comprova a venda de dez suínos para um frigorífico de Santa Cruz do Sul, em 1982, é a primeira de milhares guardadas nos talões do produtor rural Almiro Brandt (foto acima). “Grande parte da minha vida está registrada aqui”, diz o morador de Canudos do Vale, no Vale do Taquari. O cuidado com a documentação vislumbra o momento da aposentadoria. Com 58 anos, ele está prestes a se tornar um aposentado. No entanto, nas últimas semanas, o produtor ouve com atenção as notícias sobre a reforma da Previdência e tem dúvidas se conseguirá obter o benefício ao completar 60 anos, amparado pela lei vigente.

Brandt não é o único a ver a reforma com preocupação. O ano de 2017 nasce com uma série de questionamentos sobre como a proposta do governo federal irá impactar no campo. O governo diz que as mudanças são essenciais para garantir a sobrevida do sistema. Entidades ligadas aos produtores rurais alegam que as alterações inviabilizarão o acesso dos contribuintes do campo ao benefício e afetarão a economia dos pequenos municípios, já que em 74% das cidades brasileiras os valores dos benefícios previdenciários superam os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).

A mulher de Almiro, Matilde Brandt, de 59 anos, faz parte de um terço da população de 1,8 mil moradores de Canudos do Vale que recebe benefícios concedidos pela Previdência Social, entre aposentadorias e amparos assistenciais. Dos 589 segurados, 480 (ou 81,5%) são contribuintes do campo, índice muito superior ao do Estado que tem 25% (639 mil) dos beneficiários no meio rural. No país, são 9,2 milhões. Dois pontos geram grandes polêmicas quando o tema é a seguridade no campo. O primeiro diz respeito à idade. Atualmente o homem se aposenta aos 60 anos e a trabalhadora rural aos 55. A reforma propõe que todos, contribuintes urbanos e rurais, passem a acessar o benefício depois dos 65.

Outra preocupação refere-se à contribuição. Hoje, de toda a comercialização da produção, são recolhidos 2,3% (2% vão para a Previdência Social; 0,1% para o Seguro Acidente de Trabalho e 0,2% para o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural - Senar). A contribuição pode ser feita de forma coletiva, ou seja, toda a família pode estar inserida em um mesmo bloco de produtor para comprovação das atividades rurais. As novas regras sugerem que a contribuição seja individual, mas ainda não se sabe com que regularidade. “Isso trará problemas seríssimos. Na maioria dos casos, o agricultor não tem uma renda mensal como o assalariado. Nessas condições, é bem provável que a família optará por apenas um membro fazer a contribuição mensal. Por mais que tenhamos evoluído, ainda será o homem que terá preferência de fazer o recolhimento, excluindo a mulher e os jovens da Previdência”, avalia a tesoureira-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Elisete Kronbauer Hintz.


O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Alberto Broch, estima que 70% dos trabalhadores não terão condições de contribuir com a Previdência se for instituído o recolhimento mensal. “Não vamos aceitar que isso passe. Como o governo pretende que os trabalhadores façam contribuições regularmente, por exemplo, em regiões do Nordeste onde as secas se estendem por cinco, seis anos?”, questiona. “70% dos trabalhadores rurais brasileiros vão ser jogados para os programas de assistência social se isso vingar”, complementa.

Apesar de ainda não ter sido oficializado, o deputado gaúcho Darcísio Perondi, da base aliada do governo, deve fazer parte da comissão especial que examinará a matéria. Ele é defensor das mudanças e diz que a Previdência ficará “insustentável em 20 anos” se não forem aumentados a idade mínima e os anos de contribuição – de 15 passará para 25 no meio rural. Dados da Anfip mostram que, com as renúncias, desonerações e baixa fiscalização, em 2014, as contribuições previdenciárias do meio rural somaram R$ 7 bilhões, enquanto que os pagamentos de benefícios demandam, em média, R$ 98 bilhões ao ano (22,5% da despesa total do Regime Geral da Previdência). Ainda que o modelo adotado para a seguridade rural não seja autossuficiente, a Anfip garante que o sistema previdenciário teve superávits nos últimos anos. O Ministério da Fazenda anunciou o déficit de R$ 152 bilhões em 2016.

“Está na hora do homem ajudar mais em casa”, diz Perondi

Creditando dados à Previdência Social, Perondi acrescenta que existe uma sonegação na contribuição de 25% e, no mínimo, 30% de fraude nas aposentadorias rurais. “Muita gente que não trabalhou na ‘colônia’, ou trabalhou muito pouco, arruma um atestado e passa. É um sistema justo, mas com problemas sérios de fiscalização”. Sobre a proposta que amplia em 10 anos a idade mínima para a mulher se aposentar, o deputado responde que será preciso uma mudança no comportamento dos homens gaúchos. “Se a mulher tem jornada dupla, acho que está na hora do homem ajudar mais em casa. Na entressafra ele vai jogar carta no clube, enquanto ela fica cozinhando e limpando. O homem tem que sair da comodidade e do seu machismo”. Segundo o parlamentar, a discussão do texto deve se estender até junho, na Câmara dos Deputados.