sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Volume de crédito agrícola contratado cresce 4% em relação a 2014

O fluxo do crédito rural para custeio e comercialização da safra 2015/2016 se mantém dentro das previsões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, totalizando R$ 20,9 bilhões nos meses de julho e agosto. O volume representa 4% de aumento em relação ao mesmo período de 2014. O anúncio da liberação do financiamento da agricultura empresarial foi feito nessa quinta-feira (10.09) pelo secretário de Política Agrícola, André Nassar.

“As linhas de financiamentos quando comparadas com o ano-safra comprovam que o crédito está fluindo, com destaque para o desembolso do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp)”, afirmou o secretário. Os dados acumulados de julho e agosto apontam crescimento de 64% na oferta de crédito para os médios agricultores, somando R$ 4,2 bilhões nesses meses contra os R$ 2,5 bilhões do mesmo período do ano passado. Os bancos públicos apuraram um aumento de 85% na oferta de recursos para o financiamento da categoria, de R$ 3,4 bilhões ante R$ 1,8 bilhão nos dois meses de 2014.

Dados do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central, mostram que o total financiado pelos bancos públicos, a juros controlados, foi de R$ 12,2 bilhões, nos dois meses de contratação, incluindo recursos obrigatórios, poupança rural e fundos constitucionais.

Os bancos privados somaram R$ 6,7 bilhões e as cooperativas de crédito, R$ 1,9 bilhão. Para os financiamentos a juros livres, o montante alcançou R$ 2,6 bilhão, incluindo bancos públicos, privados e cooperativas de crédito.

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) contabilizou R$ 169 milhões nos dois primeiros meses da atual safra. A expectativa é de que nos próximos meses haja uma procura maior pelo papel. “A LCA está começando a decolar”, disse Nassar.

Os médios agricultores, que possuem faturamento de até R$ 1,6 milhão ao ano, tomaram financiamento de R$ 4,2 bilhões, e os grandes produtores, R$ 16,7 bilhões.

Projeto de Lei facilita recuperação judicial do produtor rural

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei (nº 6.279/2013) que facilita a recuperação judicial de produtores rurais. Atualmente, apenas o agricultor que optou por fazer parte do regime empresarial (registrado na Junta Comercial há dois anos) pode pedir Recuperação Judicial, pois estará equiparado a todas as obrigações e outros benefícios previstos para os empresários.

“A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) aprovou o Projeto de Lei no sentido de alterar a Lei de Recuperações Judicial e Falências (nº 11.101/2005), para que a comprovação da atividade de produtor rural possa ser feita por meio da apresentação da declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física”, destaca o advogado Conrado Dall´Igna, do escritório Scalzilli.fmv.

Ele explica que o próximo passo da tramitação do Projeto de Lei é o envio à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Ali passará por análise e adequação com os princípios da Constituição (análise de constitucionalidade), e posteriores desdobramentos legais para aprovação de uma lei.

“Torcemos pela sua rápida tramitação, sanção e promulgação”, afirma Dall’Igna. Segundo ele, o produtor rural “desempenha um papel estratégico que é hoje fundamental para a economia e para a sociedade brasileira”.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Contratação de crédito agrícola cresce 4% e totaliza R$ 20,9 bilhões

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou quinta-feira (10) que o fluxo de crédito rural para custeio e comercialização da safra agrícola 2015/2016 totalizou R$ 20,9 bilhões nos meses de julho e agosto. Cresceu, portanto, 4% em relação às contratações no mesmo bimestre do ano passado, de acordo com o secretário de Política Agrícola do ministério, André Nassar.

Segundo Nassar, as contratações fluem dentro das previsões do ministério, com destaque para desembolsos do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). As linhas de financiamento indicam crescimento de 64% na oferta de crédito para produtores de porte médio, com liberações de R$ 4,2 bilhões no bimestre, ante R$ 2,5 bilhões em igual período de 2014.

Dados do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro, administrado pelo Banco Central, revelam que o total financiado pelos bancos públicos, com "juros controlados", atingiu R$ 12,2 bilhões, incluindo recursos obrigatórios, poupança rural e fundos constitucionais.

Os bancos privados somaram R$ 6,7 bilhões e as cooperativas de crédito, R$ 1,9 bilhão. Do total, R$ 2,6 bilhões foram financiados com juros livres.

Os médios agricultores, com faturamento anual até R$ 1,6 milhão, tomaram R$ 4,2 bilhões em crédito rural. Os grandes produtores contrataram R$ 16,7 bilhões. Conforme André Nassar, a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) contabilizou R$ 169 milhões nos dois meses em análise. Segundo ele, a expectativa é que nos próximos meses haja maior procura pelo papel, que “está começando a decolar”.

Dos recursos disponibilizados no Plano Safra 2015/2016, R$ 94,5 bilhões terão juros controlados de 8,75% ao ano para grandes produtores e R$ 18,9 bilhões, no âmbito do Pronamp, juros controlados de 7,75 ao ano para custeio e de 7,5% para investimento.A juros livres, serão contratados R$ 53 bilhões.

Edição: Armando Cardoso Agrolink

Cinturão citrícola do País deve colher mais de 278 milhões de caixas de laranja

Foto: Arquivo Fundecitrus
Três meses após o início da colheita, a estimativa da safra de laranja do principal cinturão citrícola do Brasil, que engloba 323 municípios paulistas e 26 mineiros, permanece em 278,99 milhões de caixas de 40,8 kg, conforme projetado pelo Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura, em maio. 

Cerca de 56 milhões de caixas de laranja das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi foram colhidas até o momento, o que representa mais de 80% do estimado para estas variedades. 

O monitoramento de talhões feito pelo Fundecitrus mostra que os frutos destas variedades estão maiores do que a média histórica. De acordo com os técnicos da instituição, este tamanho decorre do inverno mais chuvoso e um número mais baixo de frutos por árvore, conforme previsto em maio, quando a estimativa foi realizada. 

A colheita até agosto das variedades de meia estação e tardias, como Pera Rio, Valência, Natal e Folha Murcha, está em fase inicial e é ainda pequena em relação à produção total estimada para estas variedades.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ceagesp: índice de preços recua 1,18% em agosto

Índice foi puxado pela retração no consumo e maior oferta de produtos.
Tendência é de preços reduzidos e deflação para a maioria dos alimentos.


O Índice de preços da Ceagesp recuou 1,18% em agosto, puxado pela retração no consumo e maior oferta de produtos. Com o inverno mais quente e seco, sem ocorrência de geadas, produção de qualidade chegou ao mercado e essa situação deve prevalecer no próximo trimestre, diz a Ceagesp em nota.

"Somente com a chegada do período de chuvas intensas associadas às altas temperaturas, previstas para o final de novembro e início de dezembro, este quadro deverá sofrer alteração. Até lá, a tendência é de preços reduzidos e deflação para a maioria dos alimentos in natura." No ano, o indicador registra retração de 0,85% e, nos últimos 12 meses, alta de 4,41%.

Em agosto, o setor de frutas subiu 0,49%. As principais altas foram do maracujá azedo (46,3%), jaca (25,5%), melancia (20%), maracujá doce (18,4%) e atemoia (15,7%). As principais quedas foram do mamão papaia (-37,8%), ameixa estrangeira (-21,3%), morango (-18,3%), abacaxi Havaí (-16,7%) e mamão formosa (-16%). O setor de legumes registrou queda de 8,64%. As principais baixas foram do pepino japonês (-31,7%), vagem (-20,9%), jiló (-18,7%), ervilha (-17,4%), beterraba (-15,6%) e tomate (-11,4%). As principais altas foram do pimentão amarelo (27,7%), berinjela (22,7%), pimentão vermelho (19,8%) e cenoura (4,1%).

O setor de verduras caiu 7,38%. As principais quedas foram da couve (-30.5%), coentro (-28,1%), couve-flor (-19%), espinafre (-15,8%) e alface lisa (-13,2%). As principais altas foram do moyashi (17,9%), nabo (9,7%), cebolinha (6,5%) e milho verde (4,5%). O setor de diversos recuou 6,86%. As principais quedas foram da cebola nacional (-19%), batata comum (-12,8%), batata lisa (-12%) e ovos (2,4%). As principais altas foram da canjica (4%) e coco seco (2,5%). O setor de pescados registrou alta de 5,95%. As principais elevações foram da lula (22,6%), anchovas (20,4%), polvo (17,3%), robalo (16,6%) e cação (12,1%). As principais quedas foram da tilápia (5,8%), namorado (-5%), abrotea (-5%) e corvina (-4,6%).

Fonte: Globo Rural

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Método ajuda a manter bananais livres de doença

Solução que combina formulação química com técnicas específicas de aplicação ajuda a reduzir perdas na produção de banana no Norte do País. Trata-se de um método de controle individual com aplicação de uma pequena quantidade de fungicida na folha da bananeira, que age como uma espécie de "vacina", protegendo a planta do fungo causador da sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiiensis). O método simples e de baixo custo ajuda a controlar a doença em banana comprida, uma das variedades mais consumidas no País, garantindo plantios sadios e mais produtivos.

Agricultores do Amazonas, Rondônia e Pará utilizam a técnica desenvolvida pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM) desde 2008 e, segundo o pesquisador Luadir Gasparotto, essa forma de controle reduziu drasticamente a incidência da doença e o uso de produtos químicos como alternativa de controle. "Em cultivos do Amazonas baixamos de 52 para 3 aplicações de produtos químicos nos bananais, por ciclo produtivo, além de ampliar o tempo de intervalo dos tratamentos de 15 para 60 dias", explica.

A banana-comprida ou banana-D´Angola é uma variedade do grupo Terra (aquelas consumidas fritas, cozidas ou em forma de mingau) amplamente cultivada nas regiões Norte e Nordeste e tem grande aceitação no mercado. Bastante utilizada em pratos da culinária regional é extremamente susceptível à sigatoka-negra, doença que provoca perdas de até 100% na produção.

Agricultores familiares do Acre também adotaram a tecnologia e comemoram aumento de 35% na produção. A experiência começou há três anos, por meio do projeto "Transferência de alternativas tecnológicas para convivência com a sigatoka-negra em bananeiras", executado pela Embrapa em propriedades rurais de Acrelândia e Plácido de Castro. Nesses municípios, a banana-comprida é o carro-chefe da produção, mas sucessivas perdas dos cultivos, devido a ataques recorrentes da doença, trouxeram descrédito para a cultura e insegurança para os agricultores.

De acordo com a pesquisadora Sônia Nogueira, líder do projeto, foi preciso um longo processo de convencimento dos agricultores. Em bananas do tipo prata, os ataques da sigatoka-negra foram contornados com o uso de variedades melhoradas em substituição às bananas comuns, mas não havia ainda uma solução para a banana-comprida. "Instalamos Unidades Demonstrativas em diversas propriedades rurais e os resultados chamaram atenção tanto em relação ao nível de sanidade dos cultivos quanto à produtividade. A incidência da doença caiu para menos de 10% das plantas e os frutos se desenvolveram melhor, resultando em cachos com até 40 quilos, três vezes a média de peso obtida em plantios da região. Esse resultado foi decisivo para a adoção da tecnologia", destaca.

O Brasil produziu sete milhões de toneladas de banana, em 2014, e ocupa o terceiro lugar no ranking da produção mundial, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Cultivada em todos os estados brasileiros, a banana gera trabalho e renda para aproximadamente 1,3 milhões de agricultores familiares, que plantam mais de vinte variedades comerciais da fruta.

Produção e lucro

O agricultor Raul Gonçalves, morador do Assentamento Orion, em Acrelândia, é pioneiro no uso da técnica. Ele cedeu parte do seu bananal para a realização dos primeiros testes com a tecnologia e se surpreendeu com os resultados. As plantas tratadas se desenvolveram melhor e os frutos ficaram maiores e mais limpos. "Esse método de controle veio como uma luz no fim do túnel. Agora plantamos e temos certeza de que vamos colher", enfatiza.

Hoje, os 30 hectares de banana comprida de sua propriedade são tratados com o método individual de controle químico e o retorno econômico renovou o ânimo para permanecer na cultura. Entre os meses de fevereiro e junho deste ano, Gonçalves colheu 25 mil cachos da fruta e contabilizou uma renda bruta de 300 mil reais. Livres da doença, os bananais aumentaram a produção, que é vendida para comerciantes de Manaus (AM) e estabelecimentos comerciais locais. Esse desempenho, aliado ao aumento na demanda pela banana-comprida, triplicou a renda da família em relação aos ganhos obtidos antes da adoção do método.

Outro agricultor que conhece bem o poder de destruição da sigatoka-negra e adotou o método é Sebastião Câmara, um dos moradores antigos do Ramal Samaúma, em Plácido de Castro. Junto com os dois filhos, cultiva 20 hectares de banana comprida e, na última colheita, a produção de 6.700 cachos da fruta rendeu 55% de lucro para a família, em relação ao investimento de 20 mil reais realizado na implantação e condução do bananal. "A doença era tão intensa que a gente tinha sempre que recomeçar, plantando novos bananais", lembra.

Na propriedade de Câmara, o experimento começou com 20 plantas e em pouco tempo esse número foi ampliado para 150. Os resultados agradaram tanto que ele resolveu tratar todo o bananal antes da produção. "Não imaginava que ainda pudesse lucrar com a banana. Valeu a pena acreditar no método porque essa fruta é a nossa maior fonte de renda. A meta agora é ampliar os cultivos", diz o agricultor.

A partir da experiência dos produtores que participam do projeto, o método se disseminou entre agricultores do estado. Atualmente, mais de 80% dos plantadores de banana de Acrelândia utilizam a tecnologia, além de produtores de Porto Acre, Senador Guiomard, Rio Branco e outros municípios.

Vantagens

O controle químico por aplicação na axila da segunda folha da bananeira é um método diferenciado porque utiliza produtos considerados mais inócuos. A partir dessa perspectiva, a tecnologia agrega aspectos econômicos e ambientais primordiais para a viabilidade da cultura. Além de permitir um controle efetivo da sigatoka-negra, garantindo a produção, é uma alternativa de baixo custo e reduzido impacto ambiental. "As aplicações individuais e dirigidas evitam que o produto se espalhe com o vento e contamine o solo, mananciais e animais domésticos e, por ser pouco manipulado, reduz riscos à saúde humana", afirma Gasparotto.

Outra vantagem do método é a longevidade dos bananais, fator que proporciona redução nos custos com mão de obra. Segundo Sônia Nogueira, o uso da tecnologia mais que dobrou o tempo de vida dos plantios da região, passando de duas para cinco colheitas. "Isto resultou em ganhos na produção, maior oferta desse alimento para o consumidor e mais renda para os produtores", ressalta.

Manejo é forte aliado

O controle da sigatoka-negra implica também a adoção de práticas de manejo adequadas e o monitoramento constante do bananal. Procedimentos como adubação do solo (seja com produtos químicos adequados ou por meio do uso de leguminosas), desbrota e desfolha das plantas, além de capinas regulares para manter o bananal limpo, são fundamentais para garantir a eficiência do método. Sonia Nogueira explica que a sigatoka-negra é uma doença fúngica que se dissemina pelo vento, e as folhas secas podem hospedar o fungo e contaminar outras plantas.

Outro fator importante é a condução das touceiras, que devem permanecer com apenas três plantas, para evitar a competição por nutrientes no solo e garantir uma produção escalonada e contínua. "Plantas bem manejadas são mais tolerantes a doenças. Por isso, manejar o bananal é essencial para manter os plantios sadios e produtivos", esclarece a pesquisadora.

Sistema de mitigação de risco

A banana é a segunda cultura em importância econômica do Acre, superada apenas pela mandioca. De acordo com o IBGE, o estado produziu 94 mil toneladas da fruta em 2014, em uma área de sete mil hectares. A atividade envolve sete mil famílias de agricultores. Na década de 1990, a chegada da sigatoka-negra impactou a produção e influenciou as relações comerciais dos agricultores.

Um dos desafios da bananicultura acriana é conquistar novos mercados e a principal condição para que isso ocorra é a implantação do sistema de mitigação de riscos da doença, mecanismo de controle sanitário instituído por portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir de 2005. Atualmente a banana acriana é comercializada apenas com Rondônia e Amazonas, estados que também convivem com a doença.

Trabalho contínuo

A sigatoka-negra é considerada a principal responsável pela queda na produtividade dos plantios e perdas na produção mundial de banana. Pesquisas pioneiras com o melhoramento genético da bananeira, realizadas pela Embrapa a partir do final da década de 1990, possibilitaram o desenvolvimento de variedades híbridas de banana mais produtivas e com alto grau de resistência à doença. Testadas em diferentes condições de clima e solo dos diversos estados, essas variedades foram adotadas por agricultores de todo o País como alternativa para controle da doença e manutenção da cultura.

As variedades resistentes ajudam a diversificar a cultura e melhoram a produção, mas a sigatoka-negra ainda impõe desafios para a pesquisa científica, principalmente o desenvolvimento de variedades resistentes para a banana-comprida e a elevação do grau de resistência das variedades já disponíveis. No Acre, estão em fase de teste novos materiais genéticos de banana dos grupos prata e Terra, com essa finalidade. "Como o comportamento do agente causal da doença varia de acordo com temperatura, umidade e condições de fertilidade do solo, a busca por novas variedades e por plantas cada vez mais resistentes é um trabalho contínuo", explica a pesquisadora Sônia Nogueira.

Fonte: Embrapa Acre
Autor: Diva Gonçalves

Maués sedia Dia de Campo sobre cultura da bananeira

Foto: Síglia Souza (Embrapa)
O município de Maués, no interior do Amazonas, sedia neste sábado, 12 de setembro, o Dia de Campo intitulado A cultura da bananeira: tratos culturais, colheita, pós-colheita e uso da banana na alimentação. O evento, que acontece na comunidade Rio Paricá, no sítio Boas Vindas, de propriedade do agricultor Adeilson Gomes, é uma promoção da Embrapa Amazônia Ocidental e Prefeitura de Maués.

No sítio Boas Vindas foi instalada há cerca de um ano uma Unidade Demonstrativa (UD) com o plantio da cultivar de banana BRS Prata Caprichosa que, além de mais produtiva, é resistente à sigatoka-negra, sigatoka-amarela e mal-do-panamá, alguns dos principais problemas que afetam a cultura. Na UD, também foram realizadas todas as práticas recomendadas pela Embrapa para o cultivo da bananeira.

Conforme o supervisor do Campo Experimental da Embrapa em Maués e um dos coordenadores do evento, José de Ribamar Cavalcante Ribeiro, os resultados da UD têm animado os agricultores. "O resultado está sendo excelente, e até por isso queremos mostrar para toda a classe produtora como o uso de tecnologias e as boas práticas de produção são importantes para potencializar a produtividade da banana. Os produtores plantavam antes do jeito deles e, agora, com o uso de tecnologias e da cultivar BRS Caprichosa, a produtividade está quatro vezes maior. As plantas estão com um rendimento maior de cacho e os frutos estão melhores apresentados", destacou.

O Dia de Campo A cultura da bananeira: tratos culturais, colheita, pós-colheita e uso da banana na alimentação conta com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam/Maués). 

São instrutores do evento a técnica da Embrapa Amazônia Ocidental, Maria William Cardoso Néo, a extensionista do Idam, Rosilda Bentes, e os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Luadir Gasparotto e José Clério Rezende Pereira, que também é um dos coordenadores do Dia de Campo.

Projeto
A Unidade Demonstrativa com as boas práticas para a cultura da bananeira que foi implantada na propriedade do agricultor Adeílson Gomes integra um projeto de diversificação da agricultura de Maués, que estava basicamente focada na cultura do guaranazeiro. Iniciado a partir de mobilizações realizadas em agosto de 2014, o trabalho agora apresenta seus primeiros resultados.

O agricultor Adeílson Gomes, quando do lançamento do projeto, já previa o sucesso que o uso de tecnologias na agricultura poderia gerar para a comunidade. "O pessoal estava cansado de trabalhar tanto e ter pouco resultado. Com essas tecnologias que chegam da Embrapa, sem dúvida a situação vai melhorar muito. E esse conhecimento que chega ninguém vai tirar de nós. Vamos trabalhar muito para que o nosso povo possa produzir de forma mais digna", disse Gomes. 

Programação do Dia de Campo
8h – Recepção e credenciamento;
8h30min – Abertura e apresentação dos participantes;
8h45min – Visita às estações;
Estação I: Técnicas culturais na cultura da bananeira, sob responsabilidade do pesquisador Luadir Gasparotto;
Estação II: Colheita e pós-colheita da banana, sob responsabilidade do pesquisador José Clério Rezende Pereira;
Estação III: Diferentes formas de utilização da banana na culinária Amazônica, sob responsabilidade das técnicas Maria William Cardoso Néo e Rosilda Bentes;
13h – Encerramento;

Por Felipe Rosa (14406/RS) 
Embrapa Amazônia Ocidental 
amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br

Pesquisa estuda alternativas para otimizar a produção de morango fora do solo

O trabalho desenvolvido na Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) avalia diferentes sistemas de cultivo e a influência da luz na produtividade das plantas


Foto: Paulo Lanzetta (Divulgação Embrapa)
Cultivar morango sem solo está se tornando uma realidade no Sul do Estado gaúcho e ganha cada vez mais destaque. Para identificar as melhores condições de produção neste sistema, uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) avalia o desempenho das plantas em diferentes leitos de cultivo. Os experimentos, que devem durar dois anos, são parte da tese de doutorado da bolsista Savana Irribarem, integrante da equipe que trabalha com pequenas frutas, liderada pelo pesquisador Luis Eduardo Antunes.

Na estrutura montada há poucos meses, estão sendo testados quatro diferentes leitos de cultivo. Entre eles, os slabs – sacos plásticos que revestem o substrato e servem de base para as plantas. Chamado de sistema aberto, o cultivo em slabs é o mais comum em propriedades da região, já que tem um custo inicial mais baixo. Na contramão, a solução nutritiva usada na irrigação é escoada pela parte de baixo da estrutura e exige que o produtor adquira fertilizantes com frequência.

De acordo com Gerson Vignolo, aluno de pós-doutorado que pertence ao mesmo grupo de trabalho, este problema não é visto em sistemas fechados, em que a solução nutritiva é recirculante. Mas, para implantar um sistema que apresente maior economia a longo prazo, são necessários mais detalhes na hora de montar a estrutura, o que faz os gastos iniciais subirem. 

"Se fala muito que o custo é maior no sistema fechado, mas não se sabe exatamente o que é gasto de água, nutrientes e fertilizantes, por exemplo, no sistema aberto. Então estamos testando diferentes sistemas e controlando tudo o que é gasto em cada um deles, incluindo o material usado para a montagem, justamente para ter ideia dos custos e avaliar o que vale mais a pena", explica Gerson.

Entre os sistemas fechados que passam por testes estão aqueles que utilizam telhas de fibrocimento, isopor e canos de PVC. Este último é o único que não necessita de substrato e usa apenas água, por isso, também exige irrigação frequente para evitar que as plantas morram. 

Além dos diferentes leitos de cultivo, o experimento também observa o comportamento de cinco diferentes cultivares na produção fora do solo. "Queremos poder mostrar para o produtor qual a cultivar mais adequada para o cultivo fora do solo e para a produção fora de época, quando a fruta vale mais no mercado", afirma a doutoranda.

Longe do solo, próximo da luz

O morango é uma fruta muito apreciada pelos consumidores e, por isso, tem compradores o ano inteiro. Para buscar alternativas de produção que possam atender a esta demanda, na Embrapa, são realizadas várias outras pesquisas envolvendo o cultivo fora do solo. Uma delas avalia um importante fator que influencia a produtividade: o fotoperíodo – tempo diário em que a planta fica exposta ao sol.

O experimento está instalado na sede da Embrapa Clima Temperado desde agosto do ano passado e é uma adaptação, para as condições da região, da experiência que Gerson acompanhou quando esteve na Califórnia, nos Estados Unidos. No sistema, luzes artificiais de diferentes cores são usadas para estender o tempo diário de fotossíntese. 

Os testes são feitos com luzes vermelhas, azuis e brancas. De acordo com Gerson, as pesquisas americanas comprovaram que diferentes cores de lâmpadas podem provocar reações distintas nas plantas. A luz vermelha, por exemplo, induz a floração, já a azul influencia o crescimento vegetativo. 

As plantas que passam pelos testes em Pelotas, também demonstram algumas distinções quanto ao tipo de cor, mas apresentam maior diferença em produção quando comparadas às que não receberam o tratamento. Em um ano, as que ficaram sob a iluminação artificial produziram cerca de duzentos gramas a mais do que as que contaram apenas com a luz natural.

Para Gerson, mesmo que esse tipo de iluminação não seja usual no Brasil, pode ser uma alternativa futura para aumentar o rendimento. "Principalmente em regiões como a de Pelotas, onde, às vezes, o sol fica longos períodos sem aparecer, essas lâmpadas são muito importantes para que as plantas sigam fazendo fotossíntese mesmo em condições desfavoráveis", ressalta.

Por Elise Souza (estagiária) 
Embrapa Clima Temperado 

Embrapa e instituto britânico de pesquisa buscam avaliar o impacto para a saúde das frutas e hortaliças brasileiras

O pesquisador do Institute of Food Research (IFR), Paul Kroon, responsável pelo Programa de Produtos Naturais e Saúde, esteve recentemente na Embrapa Agroindústria de Alimentos para se reunir com os pesquisadores do projeto de cooperação entre Brasil e Reino Unido sobre compostos bioativos em frutas e hortaliças brasileiras. O cientista também apresentou os resultados de suas pesquisas voltadas a obter evidências dos benefícios das antocianinas e polifenóis para o sistema cardiovascular humano. Esses dois compostos bioativos estão presentes em alimentos in natura como morango, framboesa, tomate e romã, e também nos alimentos processados como chocolate amargo e vinho tinto.

“Em conjunto com a Embrapa e parceiros brasileiros, pretendemos desenvolver pesquisas que possam entender os mecanismos de absorção dos compostos bioativos da biodiversidade brasileira no corpo humano em benefício da saúde”, relata Paul Kroon. Essa ampla pesquisa em fase de elaboração deve envolver o Institute of Food Reasearch (IFR), o John Innes Center (JIC), ambos do Reino Unido, além de oito Unidades Descentralizadas da Embrapa (Agroindústria de Alimentos, Agroindústria Tropical, Clima Temperado, Hortaliças, Mandioca e Fruticultura, Milho e Sorgo, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Uva e Vinho) e dois parceiros nacionais (Universidade de São Paulo – USP e Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ).

O primeiro encontro entre pesquisadores britânicos e brasileiros aconteceu em 2014 aqui no Brasil, e o próximo está previsto para o primeiro semestre de 2016, na cidade de Norwich, no Reino Unido.

Conte algo que eu não sei
Em sua breve passagem pelo Brasil, o pesquisador Paul Kroon foi entrevistado pelo Jornal O Globo para a coluna “Conte algo que eu não sei”. Na redação do jornal, Paul Kroon falou sobre a dificuldade da comprovação científica do real impacto dos compostos bioativos na saúde. Leia aqui a entrevista na íntegra.


Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
Por Aline Bastos (MTB 31.779/RJ)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Agricultura quer órgão específico para registrar produtos agropecuários

Função está a cargo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Medida enfraqueceria a agência, que ficaria com medicamentos humanos.


O Ministério da Agricultura quer um órgão específico para o registro de produtos agropecuários, função que hoje está a cargo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A medida enfraqueceria a agência, que ficaria apenas com os medicamentos humanos, mas fortaleceria o ministério e daria mais agilidade à liberação de novos produtos. "Estamos recebendo algumas sugestões e estamos observando, do ponto de vista científico, a segurança ao consumidor", disse a ministra Kátia Abreu, após o evento de lançamento do programa de combate à mosca das frutas.

Segundo ela, ainda não há uma definição sobre o tema. "A própria presidente (Dilma) é quem vai arbitrar. Seria uma boa solução para que os produtos agropecuários tenham um fórum próprio", argumentou a ministra.

Fonte: Globo Rural

Governo lança Programa de Combate às Moscas-das-frutas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lançou hoje (8) o Programa Nacional de Combate às Moscas-das-frutas. O objetivo é erradicar quatro moscas que atacam os pomares brasileiros e apressar a erradicação de uma quinta praga, a mosca-da-carambola, atualmente restrita aos estados de Roraima e do Amapá. Atinge também o norte do Pará. Serão aplicados R$ 128 milhões com ajuda do setor privado.

O programa será apresentado amanhã (9) aos produtores do Vale do Rio São Francisco, em Petrolina (PE), onde a ministra Kátia Abre vai falar sobre a importância de ações integradas de combate às moscas. Moscas-das-frutas são pragas que atacam a fruticultura e dão prejuízos diretos em torno de US$ 120 milhões por ano, entre perdas na produção, nos custos de controle, processamento e na comercialização.

A ministra disse que as moscas-das-frutas dão prejuízo também aos consumidores, que “poderiam pagar preços menos caros pelas frutas”. Segundo ela, sem as moscas, os donos de pomares podem aumentar a colheita de produtos de boa qualidade, vender mais e por um preço menor. Com isso, os brasileiros poderiam melhorar o nível de consumo, que é 54 quilos per capita por ano, abaixo da recomendação mundial, de 140 quilos/ano.

De acordo com o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antonio Lopes, as moscas-das-frutas são as pragas mais relevantes da fruticultura nacional. Sem elas, o Brasil poderia exportar “bem mais” que os US$ 878 milhões atuais por ano. Existe grande potencial para vendas externas de algumas espécies como melão, melancia, manga, uva, goiaba, laranja e mamão, disse ele.

Fonte:Agência Brasil

Kátia Abreu: consumo de frutas deve ser democratizado entre os brasileiros

Foto: Freepik
A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou nesta terça-feira (8) que o Mapa pretende democratizar o consumo de frutas entre os brasileiros. A declaração foi feita durante lançamento do Programa Nacional de Combate à Mosca-das-Frutas, que vai investir R$ 128 milhões para aumentar a qualidade, a segurança fitossanitária e o consumo de frutas pelos mercados interno e externo.

O programa, uma parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), será apresentado pela ministra aos produtores do Vale do São Francisco em Petrolina (PE), nesta quarta-feira (9).

Para Kátia Abreu, o controle das moscas-das-frutas – pragas que causam prejuízo da ordem de US$ 120 milhões todos os anos – estimulará o consumo de frutas no país, uma vez que o preço poderá ser reduzido. “Essa mosca não adoece pessoas, apenas o bolso do produtor, que acaba repassando para o consumidor os prejuízos causados pela praga”, explicou a ministra. “O controle sanitário ajuda na competitividade e baixa custos”, completou.

Kátia Abreu afirmou que o Mapa trabalhará para aumentar o consumo per capita de frutas entre os brasileiros, que atualmente comem menos do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMC). A entidade recomenda 140 quilos ao ano, mas, no Brasil, come-se apenas 57 quilos em média.

“Queremos pelo menos dobrar esse consumo, ou seja, popularizar as frutas através do preço. Sabemos que as frutas ainda não chegaram à população de baixa renda e temos que trabalhar para que isso aconteça. A fruta deve ser democratizada na geladeira do brasileiro, nosso maior consumidor”, afirmou durante coletiva de lançamento do programa.

Exportações
Além de estimular o consumo interno, o programa também visa a alavancar as exportações de frutas brasileiras, visadas por diversos países. A ministra explicou que os produtos exportados têm a mesma qualidade dos que são destinados ao mercado interno e que todas as práticas de controle sanitário adotadas país atendem às recomendações internacionais.

“Algumas pesquisas dizem que os brasileiros acham que a gente exporta o que é bom e mantém aqui apenas o que é ruim. Não há menor possibilidade de os produtores darem conta disso. As exigências para o mercado externo são as mesmas para o interno. Agora, existem regras exorbitantes lá fora, que são disfarçadas de barreira comercial”, disse a ministra.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, afirmou que o programa das moscas-das-frutas abrange medidas inovadoras de combate a pragas, como manejo integrado e planejado e controles químico e biológico. “Um exemplo disso é a produção de insetos estéreis. É necessário trabalhar com esse conjunto amplo de soluções, uma solução só não é possível para tratar o problema de forma permanente”, observou Lopes.

O presidente da Abrafrutas, entidade parceira do programa, afirmou que a cadeia prioriza abertura de novos mercados, acordos de livre comércio e remoção de barreiras não-sanitárias. ”Com o programa do Mapa, estamos dando os passos em direção a colocar o Brasil no mercado internacional de frutas e, para isso, a defesa vegetal é imprescindível”, declarou Luiz Roberto Barcelos.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Sem chuva, produtor de jabuticaba faz irrigação por gotejamento, em RO

Método visa planejar vendas da safra. Já em fase de floração, sitiante espera colher 15 toneladas do fruto.


Por causa do intenso período de estiagem na região amazônica, o produtor rural Osvaldo Martins de Carvalho, de Ariquemes (RO), decidiu usar a técnica de gotejamento para irrigar a lavoura de jabuticaba e assim garantir a produção dos frutos. Ainda na época de polinização das flores, a expectativa do agricultor é colher mais de 15 toneladas de jabuticaba na próxima safra.
Com a irrigação em partes, Osvaldo consegue controlar o período de produção dos frutos, o que facilita tanto nas vendas quanto no processo de colheita. Com cerca de 180 pés plantados na propriedade, divididos em duas qualidades, a Sabará e a Anã, o produtor está entusiasmado com o resultado da irrigação por gotejamento, pois consegue planejar as vendas. "Sem a irrigação perderia muito, já que todas produziriam de uma vez e não encontraria mão de obra para fazer a colheita", explicou.

Na propriedade, com aproximadamente um hectare de jabuticabeira, já é possível notar a beleza e o perfume das flores. De acordo com o produtor, os frutos devem aparecer 25 dias após a polinização.

Cada pé de jabuticabeira produz cerca de 100 kg. Para colher os frutos de cada árvore, Osvaldo diz que demora cerca de três horas, pois tudo é feito de forma artesanal para que os frutos não percam a qualidade. "Apesar de ser um trabalho leve, exige cuidado e técnica, pois se colhido de forma errada a jabuticaba não é aproveitável", destaca.

Com a safra deste ano, Osvaldo almeja produzir mais de 15 toneladas e conta que apesar dos supermercados da região, o maior lucro vem de clientes próprios. "Hoje a minha grande venda é para os visitantes, que ao saberem lotam a propriedade para comprar e colher o fruto na hora".
Depois de colhidas, as frutas são separadas em pacotes e o quilo vendido a R$ 6, em média.

Fonte; G1