sexta-feira, 7 de outubro de 2016

​Morango nutrido

As diferentes regiões de produção brasileira, além de apresentarem variações climáticas, possuem distintos tipos de solo com diferentes níveis de fertilidade. Cultivares, tipos de solo, sistema de plantio, densidade e destino da fruta (in natura ou indústria) são fatores que contribuem para variação da necessidade nutricional das plantas. No Brasil, as recomendações de adubação para a cultura do morangueiro são regionalizadas, com manuais de interpretação e recomendação específicos para os principais estados produtores.

Entre os fatores mais importantes para manter a oferta de nutrientes constante para as plantas, está o pH do solo, que é mantido na faixa ótima (5,8 a 6,2) através da calagem. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina a quantidade de calcário a ser aplicado na cultura do morangueiro tem por objetivo manter o pH em torno de 6. Já nos estados de Minas Gerais e São Paulo, a recomendação da calagem leva em conta a saturação por bases e o teor de magnésio do solo. Em São Paulo é recomendada a elevação da saturação por bases para 80% e um teor de Mg+2 maior que 0,9cmolc dm-3, enquanto em Minas Gerais a saturação deve ser elevada para 70% com um teor de Mg+2 mínimo de 1cmolc dm-3. Geralmente para a correção da acidez utiliza-se calcário, preferencialmente o dolomítico, já que o morangueiro é bastante exigente em magnésio.

A adubação é uma das principais práticas de manejo na cultura do morangueiro e tem como objetivo suprir uma possível carência de nutrientes do solo. Dentre os nutrientes, o potássio (K) tem um papel importante na formação das plantas e na manutenção da qualidade do fruto.

Parte dos solos brasileiros apresenta carência de K. Um dos motivos é que a forma solúvel, utilizada pelas plantas, é facilmente lixiviada. Além disso, a oferta de K para as plantas depende em grande parte da sua difusão no solo, aspecto que é fortemente dependente da umidade no solo. Neste sentido, sistemas de cultivo irrigado favorecem o aproveitamento do K presente no solo pelo morangueiro.

O K desempenha diversas funções metabólicas e estruturais nas plantas, com papel importante na regulação do potencial osmótico das células e atua como ativador de inúmeras enzimas envolvidas nos processos metabólicos da respiração e fotossíntese. Plantas nutridas adequadamente com K, apresentam maior tolerância a estresses (geada, ventos, seca, pragas e doenças). O potássio favorece o tamanho, a textura e as características organolépticas do morango (sabor, aroma, açúcares e vitamina C). Baixos teores de potássio estão associados ao aumento da incidência dos fungos Verticillium, Pythium,Phytophthora e Rhizoctonia. O excesso de potássio no solo diminui a absorção de magnésio, além do cálcio, em menor proporção.

No morangueiro o K é o nutriente mais extraído, seguido de nitrogênio, cálcio, magnésio, enxofre e fósforo. Em média, são necessários aproximadamente 130kg de K2O para a produção de 50 toneladas/ha de morangos.

Nos sistemas de produção predominantes nas principais regiões produtoras, realizam–se duas formas de adubação: a de pré-plantio e a de produção. A adubação de pré-plantio é efetuada no momento da preparação dos canteiros, onde o fertilizante é incorporado ao solo. Já, após o plantio das mudas, a adubação do morangueiro é realizada principalmente por fertirrigação, que se inicia cerca de 30 dias após o plantio, com aplicações semanais de solução nutritiva de macro e micronutrientes. Esse tipo de adubação é composto por sais ou fertilizantes solúveis, sendo o nitrato de potássio a fonte de K mais utilizada.

A quantidade necessária de K a ser aplicada em um cultivo deve ser determinada pela avaliação conjunta dos resultados da análise foliar e de solo. Através destes resultados, é possível diagnosticar se os níveis de nutrientes na planta estão adequados, em falta ou em excesso. Assim como identificar se os teores de nutrientes presentes no solo são suficientes para suprir a necessidade da cultura.

Para a análise foliar, recomenda-se a coleta da terceira e da quarta folha (sem pecíolo) a partir do ápice, de 50 plantas no início do florescimento. Os teores de K considerados adequados nas folhas, para que se obtenha uma boa produção, ficam entre 2% e 3%.

Além da verificação dos teores de nutrientes no solo, é de extrema importância que seja realizado um trabalho de monitoramento da salinidade do solo. A salinidade pode ser administrada através do controle da condutividade elétrica (CE) da solução nutritiva. Valores de CE entre 1,4dS/m-1 e 2,0dS/m-1proporcionam boa qualidade e produtividade de morango. Por outro lado, em situações de salinidade elevada pode haver problemas na absorção de alguns íons, especialmente o K+.

As quantidades de fertilizantes a serem aplicados variam conforme a região de produção. No Rio Grande do Sul, é recomendada a aplicação de 60kg/ha, 80kg/ha, 120kg/ha, 160kg/ha e 200kg/ha de K2O, em adubação de pré-plantio, quando os teores no solo são, muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo, respectivamente. Em São Paulo as quantidades de K2O variam de 100kg/ha, 200kg/ha, 300kg/ha e 400kg/ha quando a concentração de K no solo é alta, média, baixa e muito baixa, respectivamente. Já em Minas Gerais, para concentrações de K no solo consideradas muito boa, boa, média e baixa, é indicada a aplicação de 56kg/ha, 105kg/ha, 175kg/ha e 245kg/ha de K2O, respectivamente.

Os principais fertilizantes potássicos utilizados na agricultura são o cloreto de potássio (KCl – 58% de K2O e 45%-48% de Cl), o nitrato de potássio (KNO3 – 44% a 46% de K2O e 13% a 14% de N) e o sulfato de potássio (K2SO4 - 48% de K2O, 15%-17%), para a cultura do morangueiro deve-se ter cuidado ao administrar adubações à base de cloreto de potássio, sendo que o morangueiro é pouco tolerante ao cloro.

Os sintomas de deficiência de potássio podem ser facilmente confundidos com os de deficiência de magnésio, ou com a queima das folhas causada por salinidade, vento, sol ou deficiência de água. Na planta pode causar inicialmente redução generalizada no crescimento, posteriormente as folhas passam para coloração púrpura-avermelhada que evolui para necrose da borda e do limbo do folíolo. Sendo o potássio um nutriente móvel no interior da planta, esses sintomas normalmente surgem nas folhas mais velhas. Além disso, a deficiência de potássio afeta o desenvolvimento radicular e a produção de matéria seca da parte aérea. Isso ocorre porque como o potássio está envolvido no processo de fotossíntese. A carência deste nutriente pode causar diminuição da taxa fotossintética e redução das reservas de carboidratos da planta. Por outro lado, também faz com que os estômatos não se abram regularmente, o que pode levar à menor assimilação de CO2 nos cloroplastos e consequentemente causar a diminuição da taxa fotossintética.

Outro aspecto que pode ser prejudicado pela deficiência de potássio diz respeito às características organolépticas dos frutos (coloração, textura e sabor), podendo haver perda na firmeza e diminuição do tempo de conservação. Problema que ocorre porque as plantas deficientes apresentam tecidos menos enrijecidos, como consequência da menor espessura da parede celular, além de uma menor formação de tecidos esclerenquimatosos, menor lignificação e suberização. Pesquisas já realizadas verificaram melhorias da qualidade físico-química de morangos em função da adubação com potássio, sendo observado um aumento dos teores de sólidos solúveis até a dose de 600kg de K2O/ha para a cultivar Camarosa e até 464kg de K2O/ha para a cultivar Sweet Charlie, evidenciando respostas diferenciadas de acordo com a cultivar adotada.

Por outro lado, o excesso de K pode causar desidratação e rompimento das membranas das células, provocando o aparecimento de manchas necróticas nas folhas. Plantas com excesso de K podem, ainda, ter prejudicada a sua absorção de cálcio e magnésio, já que esses nutrientes competem pelos mesmos sítios de absorção. Efeito que pode diminuir a qualidade dos frutos, assim como o período de conservação. Alguns pesquisadores indicam ainda que níveis muito elevados de K no solo podem reduzir a produção e o número de frutos. Segundo estudos, a causa dessa redução da produção seria devido ao efeito combinado da baixa oferta de fotoassimilados, decorrente da redução no crescimento da área foliar e de alterações na absorção de cálcio e/ou magnésio induzido pelo K.

Portanto, a adubação potássica deve ser realizada na cultura do morangueiro para a melhoria da qualidade organoléptica dos frutos, porém, recomenda-se o cuidado de não aplicar K em excesso para não prejudicar a produtividade. Sendo assim, sua aplicação deve sempre levar em consideração o histórico da lavoura, tratos culturais realizados, quantidade de nutrientes disponíveis no solo, cultivar plantada, condição ambiental, entre outros.

Produção de frutas e hábitos dos consumidores

O hábito alimentar dos consumidores brasileiros vem sendo alterado nos últimos anos, seguindo uma tendência mundial, que é a da busca por uma alimentação mais saudável. No passado recente os hábitos alimentares eram mais voltados ao consumo de produtos industrializados. No entanto, na atualidade, a busca por produtos mais saudáveis aumentou o consumo de frutas e hortaliças.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas. Entre as espécies mais cultivadas encontra-se o grupo das pequenas frutas, onde está inserido o morango, que é cultivado em regiões de clima subtropical e temperado do Brasil, sendo as principais áreas localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Menos veneno, mais saúde

Alimento orgânico é bom não só para quem compra, mas também para quem vende. Anaíldo Porfírio da Silva é prova disso. O presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar do Assentamento Chapadinha (Astraf), no Distrito Federal, trabalha com 44 famílias que buscam levar mais saúde para dentro e fora das lavouras. E o momento de transição do sistema convencional para o orgânico tem dado certo: hoje, mais da metade dessas famílias já produzem alimentos livres de agrotóxicos. 

De acordo com dados do Governo Federal, só no ano passado, mais de 11 mil agricultores estavam no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, sendo que mais de 80% eram agricultores familiares certificados. “O mercado de orgânicos é um mercado promissor. Ele tem crescido muito e a gente vê que os consumidores estão preocupados com isso, estão aderindo. E tem ainda a interação do consumidor com o agricultor, de saber de onde vem o alimento. Muita gente quer saber como produz e quer ir lá ver, é uma experiência muito importante”, relata Anaíldo, que também está no cadastro. 

A transição para os associados do Assentamento Chapadinha não foi fácil. Eles precisaram sair da zona de conforto para aderir um sistema diferenciado. Mas os benefícios logo apareceram. “Em 2008, começamos esse trabalho com seis famílias e depois atingimos 28 e continuamos crescendo. E a renda aumentou mais de 50% depois da produção de orgânicos”, conta Anaíldo. 

Alimentação escolar

Por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a Astraf também começou a fornecer alimentos, tais como, acelga, alface, batata doce, beterraba, cebola, cenoura, couve, mandioca, maxixe, pepino, pimentão, repolhos branco e roxo e tomate para a alimentação escolar dos estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB). Em média, são vendidos 400 quilos de alimentos por semana.

Riva Andrade, nutricionista responsável pela Unidade de Alimentação e Nutrição do Campus Planaltina do IFB, fala da importância de se consumir orgânicos. “A alimentação dos alunos precisa ser a mais saudável possível, porque, além de interferir diretamente no rendimento escolar, agrega a qualidade à vida deles”, diz. 

Além disso, Riva acha que alimentos vindos diretamente do campo são um diferencial. “A aquisição de produtos orgânicos concomitantemente à agricultura familiar é uma importante contribuição com o incentivo dos dois segmentos no nosso país”, comenta. 

Valores

Anaíldo discorda de quem acha que orgânico custa mais que os produtos convencionais. “Nem sempre é. Se você for num mercado grande, o pé de alface custa em média R$ 6. As nossas alfaces, nos pontos de comercialização que temos, custam entre R$ 3 e 3,50. A gente está cuidando do meio ambiente, trazendo saúde para os consumidores e para as próprias famílias dos agricultores familiares, né? E saúde para o bolso também”, diz. 

Até o final de 2016, a estimativa é que o mercado nacional de orgânicos movimente R$ 2,5 bilhões, segundo o Projeto Organics Brasil, desenvolvido pelo Instituto de Promoção do Desenvolvimento em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). 

Outra iniciativa que movimenta o setor é a Biofach, a maior feira de orgânicos e agroecológicos do mundo, realizada na Alemanha. Para a edição de 2017, serão selecionados 13 empreendimentos da agricultura familiar que produzem orgânicos. 

“Nessas feiras internacionais, há um fluxo muito grande de compradores e nichos de mercado para produtos que agregam valor. É uma vitrine importante para os produtos orgânicos, agroecológicos e da biodiversidade produzidos pela nossa agricultura familiar. Na edição passada, os acordos firmados foram na ordem de 15 milhões de dólares. Em 2017, isso deve aumentar, porque ficamos mais conhecidos. Muitas negociações se iniciam na feira e são fechados depois”, comenta o chefe da Assessoria Internacional e de Promoção Comercial da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, Hur Ben Corrêa da Silva. 

Planapo

O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) é uma iniciativa que busca fortalecer e ampliar os sistemas de produção orgânicos e de base agroecológica. O Plano entra em seu segundo ciclo com 194 iniciativas e 30 metas para promover a soberania e segurança alimentar e nutricional, o uso sustentável dos recursos naturais e a conservação dos ecossistemas naturais, entre outros. “Quando a gente fala em desenvolvimento sustentável, que não é simplesmente gerar renda e produtividade, falamos em promover um desenvolvimento completo do País e das pessoas”, destaca o secretário substituto da Secretaria de Agricultura Familiar da Sead, Everton Ferreira. Leia mais sobre o Planapo aqui

CNA reivindica medidas urgentes para solucionar dívida de produtores entre 2012 e 2016

Nota Técnica da CNA destaca que a Lei 13.340/2016 representou grande avanço na solução do problema

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) considera “urgente e imprescindível” que o Governo adote novas medidas para permitir a renegociação e a liquidação das dívidas dos produtores rurais, afetados pela seca, entre 2012 e junho de 2016.

Nota Técnica da CNA destaca que a Lei 13.340/2016, recentemente sancionada pelo presidente da República, representou grande avanço na solução do problema do endividamento dos agricultores, com dívidas rurais contratadas até 2011.

Para o vice-presidente diretor da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FAEPA-PB), Mário Borba, “a demanda é mais que justa, os produtores rurais do Nordeste continuam sofrendo os efeitos da seca. Produtores de outras regiões já foram contemplados ou estão em vias de ser. Aguardamos a solução para o endividamento dos nordestinos, nesse período”.

Prejuízos

Sendo assim, medidas completares do Governo são necessárias para contemplar os prejuízos dos agricultores com a falta de chuvas nos últimos cinco anos. Levantamento da CNA indica que, nesse período, grande parte da região Nordeste enfrentou seca e estiagem.

O longo período sem chuvas prejudicou severamente, mais uma vez, o sistema agropecuário nordestino. Com início em 2012, a falta de chuvas vem provocando prejuízos sociais e econômicos incalculáveis, sendo considerada, por muitos, a pior estiagem dos últimos 100 anos, segundo informa a Nota Técnica.

De acordo com o mapa do monitor de secas, mostra a CNA, houve uma piora no quadro da região no mês de agosto de 2016 quando comparado com o mesmo período dos últimos dois anos.

IBGE prevê safra 12,3% menor e produção de 183,9 milhões de toneladas

Produção total deverá ser de 183,9 milhões de toneladas, resultado 12,3% inferior à safra recorde obtida em 2015

As previsões da safra agrícola do país para este ano vem caindo mês após mês com redução tanto na produção de grãos como na área a ser colhida. A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (6) novas previsões do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) relativas ao mês de setembro.

Segundo os dados divulgados, na nona estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, a produção total deverá fechar o ano em 183,9 milhões de toneladas, resultado 12,3% inferior à safra recorde obtida em 2015, que foi de 209,6 milhões de toneladas.

Os números indicam que, em termos absolutos, a produção será 25,7 milhões de toneladas menor do que a produção obtida na safra anterior. Em relação as estimativas de agosto feitas pelo instituto também significa queda de 1,2%, uma redução de 2,2 milhões de toneladas.

A área a ser colhida, segundo o IBGE, é de 57,1 milhões de hectares, resultado 0,7% menor que os 57,5 milhões de hectares relativos à safra 2015 e também 0,4% menor em relação às estimativas relativas a agosto, o que representa 236.580 hectares a menos.

A predominância dos produtos continua sendo de arroz, milho e soja, os três principais que, juntos, representam 92,6% da estimativa da produção e 87,9% da área a ser colhida. Se por um lado há crescimento de 2,8% nas estimativas de produção para na área de soja, haverá retração de 1,3% na área do milho e de 9,7% na área de arroz.

No que se refere à produção, as avaliações foram negativas em todas as três safras. A maior queda ocorrerá na produção de milho, que será 25,2% menor do que a do ano passado; seguida da safra de arros, menor 14,9%; e pela de soja – menor 1,3%, quando comparadas a 2015.

Regiões

Os números do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro configuram mais uma vez as regiões Centro-Oeste e Sul como os grandes celeiro do país, chegando a responder juntos por 148 milhões de toneladas – o equivalente a 80,4% de toda a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2016.

No caso da região Centro-Oeste, a produção totalizará, segundo as previsões de setembro, 75,3 milhões de toneladas (40,9%) e da Sul, 72,7 milhões de toneladas (39,5%). Na região Sudeste serão produzidas 19,6 milhões de toneladas (10,7% do total); no Nordeste, 9,8 milhões de toneladas (5,3%); e na região Norte, 6,5 milhões de toneladas.

Comparativamente à safra passada, houve redução de 2,1% na região Sudeste, de 14,9% na região Norte, de 40,1% na região Nordeste, de 16,1% na região Centro-Oeste e de 4,1% na região Sul. Nessa avaliação, o Mato Grosso liderou como maior produtor de grãos, com uma participação de 24,1%, seguido pelo Paraná (19,2%) e Rio Grande do Sul (17,1%), que, somados, representaram 60,4% do total nacional previsto.

Embrapa do AM treina fiscais fitossanitários de PE e RN para identificar doenças da bananeira

Embrapa do AM treina fiscais fitossanitários de PE e RN para identificar doenças da bananeira

Engenheiros agrônomos que atuam na defesa fitossanitária dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte participam na Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), de curso sobre doenças que tem afetam gravemente os cultivos de bananeira em vários estados do País. O objetivo do curso é capacitar engenheiros-agrônomos e responsáveis pela defesa fitossanitária para identificação e caracterização das doenças sigatoka-negra e moko da bananeira. "O diagnóstico correto de cada doença é o primeiro passo para definir as medidas adequadas para o controle", explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental e doutor em Fitopatologia, Luadir Gasparotto, que ministra o curso, de 5 a 7 de outubro, em parceria com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutor em Biotecnologia, Rogério Eiji Hanada.

Os agrônomos que participam do curso são da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) e Secretaria de Estado de Agricultura, de Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (Sape).

O curso "Diagnose e controle da sigatoka negra (Mycosphaerella fijiensis) e do moko (Ralstonia solanacearum) da bananeira", conta com aulas expositivas, aulas práticas no campo e em laboratório e visita a área de agricultores. No conteúdo são abordados sintomas e sinais das doenças, formas de infecção e ainda outras doenças que podem ser confundidas com estas, além de outros assuntos relacionados ao controle.

Mycosphaerella fijiensis é o nome do fungo agente causal da doença Sigatoka negra e Ralstonia solanacearum, raça 2, é o nome da bactéria que causa a doença Moko da bananeira. Ambas doenças são graves problemas para a cultura da bananeira, causando perdas de produção e prejuízos econômicos, mas podem ser evitadas com práticas de manejo ou no caso da Sigatoka negra, também com cultivares resistentes.

Sigatoka negra

A doença sigatoka-negra acarreta prejuízos que chegam à perda total da produção e a principal forma de prevenção é o plantio de cultivares que são geneticamente resistentes ao fungo causador da doença.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA) lançou diversas cultivares de bananeira resistentes a essa doença, recomendadas para várias regiões do Brasil.

Para o Amazonas são recomendadas 12 cultivares de banana com resistência a sigatoka-negra. Entre elas, a Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu a BRS Conquista, que apresenta resistência também a sigatoka-amarela e mal-do-Panamá, que também pode e vem sendo plantada em vários estados do País.

Quem tem preferência por continuar plantando algumas cultivares de banana que são suscetíveis ao fungo da sigatoka-negra, tem a alternativa de manter produtividade no bananal com a aplicação periódica de fungicidas.

Para viabilizar o plantio de cultivares suscetíveis ao fungo adotando esse tipo de controle químico, a Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu um equipamento e técnica chamada, "aplicação de fungicida na axila da 2ª folha da bananeira para o controle da sigatoka-negra", que reduz o número de aplicações e a quantidade de fungicida aplicado, reduz riscos na aplicação e oferece maior controle e eficiência na aplicação em locais específicos da planta. Durante o curso também haverá demonstrações da técnica simulando a aplicação com o equipamento.

Moko da bananeira

No caso do Moko, a disseminação da bactéria ocorre com o plantio de mudas infectadas ou com uso de ferramentas que tiveram contato com plantas afetadas pela doença. Outro meio de disseminação são os insetos que visitam as inflorescências da planta, como a abelha arapuá e vespas.

Para o Moko da bananeira até então não existem materiais genéticos resistentes. Mas existem recomendações de manejo para evitar a ocorrência da doença. O primeiro passo é o produtor verificar a procedência das mudas e garantir que são plantas sadias. Uma das medidas para controle do Moko é a rápida identificação da doença e eliminação tanto das plantas que apresentam os sintomas e quanto das que estão próximas delas, e dependendo da incidência é preciso manter inspeções regulares para essa eliminação. Há outras medidas de controle que se somam a essa, relacionadas à desinfestação de ferramentas, à retirada do coração do cacho da bananeira após emergir as pencas para evitar a transmissão por insetos, entre outras práticas.

Cursos para defesa fitossanitária

Nos últimos anos, a Embrapa Amazônia Ocidental vem realizando este curso sobre as doenças da bananeira para técnicos que atuam em diversos estados das regiões brasileiras. Já participaram técnicos da Paraíba, Ceará, Maranhão, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, entre outros. Esta atual edição do curso é uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e dos Governos dos Estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco.

Estados e municípios interessados em solicitar futuros cursos sobre diagnose das doenças da bananeira para agrônomos e técnicos da defesa fitossanitária podem entrar em contato com o Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPT), pelo e-mail cpaa.sipt@embrapa.br ou raimundo.rocha@embrapa.br . O supervisor do SIPT da Embrapa Amazônia Ocidental, Raimundo Rocha, é coordenador do curso.

Entre as sugestões de consulta sobre o assunto, existem alguns livros relacionados à cultura da bananeira, que tem a autoria de pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, entre eles o recém lançado livro de bolso "Manual de Identificação de Doenças e Pragas da Cultura da Bananeira", que pode ser adquirido no site da Livraria Embrapa.


Fonte: Embrapa

Castanha na roça: expansão e renovação de castanhais nativos

Foto: Marcelino Carneiro Guedes
O Dia de Campo na TV vai mostrar o Sistema Castanha na Roça como uma alternativa viável para a recuperação dos castanhais do sul do Amapá. A castanheira, árvore símbolo da Amazônia, se destaca na floresta pela beleza e imponência, podendo chegar a 50 metros de altura. Apesar de estar presente em diversos países da América do Sul, como Bolívia e Suriname, a castanha está ameaçada, por causa do envelhecimento dos castanhais e pela dificuldade de regeneração em florestas maduras. A regeneração natural de castanheiras é maior em áreas de roçado e capoeira, originados da agricultura itinerante. A agricultura itinerante de corte e queima tem papel importante para a formação de novos castanhais.

O trabalho de conservação de castanheiras envolve toda a comunidade local para a implantação de novos castanhais, por meio do Sistema Castanha na Roça para expansão e renovação de castanhais nativos. Na Resex Cajari, jovens estão se unindo a antigos saberes e conseguindo bons resultados com técnicas inovadoras de produção de mudas de qualidade, que estão ajudando a recuperar áreas com baixa regeneração natural, que precisam ser enriquecidas com mudas de castanheiras selecionadas.

O Castanha na Roça é desenvolvido em duas vertentes: na capoeira abandonada e na roça. Nas duas, o trabalho começa com a quantificação e o inventário das castanheiras, quando cada castanheira é georreferenciada com GPS, um sistema de navegação via satélite operado por meio de um aparelho semelhante a um celular. Dessa forma, é feito o mapeamento de todas as castanheiras na área de capoeira ou de roça. As árvores são marcadas com tinta vermelha, na altura da medição do diâmetro, com fita zebrada e piquetes em seu entorno. Depois, é feita a avaliação da intensidade de brotação, do diâmetro à altura do peito, e da altura de cada castanheira

Pesquisas da Embrapa Amapá na Reserva Extrativista do Cajari, desde 2006, confirmam que as capoeiras associadas com agricultura apresentam maior densidade de regenerantes de castanheiras do que a floresta madura com castanhais. A quantidade de castanheiras jovens não reprodutivas na capoeira foi três vezes superior à da floresta. As castanheiras jovens têm grande potencial de rebrota, mesmo quando queimadas. Porém, quando uma castanheira jovem é cortada e queimada, ela perde todo o crescimento acumulado durante o período de pousio da capoeira, e tem de reiniciar seu desenvolvimento com uma nova brotação.

Nesse contexto, o objetivo do Castanha na Roça é conservar as castanheiras presentes nas capoeiras que são cortadas para plantio, mantendo as castanheiras intactas no meio da roça, ao mesmo tempo em que se cultiva a área para produção agrícola. O programa vai apresentar as técnicas aplicáveis para essa proteção. O enriquecimento com mudas de castanheira-da-amazônia, nas roças que já têm castanheiras oriundas de regeneração natural, deve ser realizado com a ocupação dos espaços vazios, sem as árvores. Dessa forma, as castanheiras ficarão distribuídas na área, respeitando a distância mínima de 10 metros até outra castanheira mais próxima.

O Dia de Campo na TV "Castanha na roça: expansão e renovação de castanhais nativos" foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF) em parceria com a Embrapa Amapá (Macapá/AP), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além do tema principal o programa aborda outros assuntos nos quadros – Agência Embrapa de Notícias, Sempre em Dia; Repórter em Campo; Na Mesa; Quem quer ser cientista; Minuto do Livro e Ciência e Tecnologia em Debate.

Assista ao programa (horário de Brasília):
TV Câmara – sábado, às 7h, e reprise domingo no mesmo horário
NBR (TV do Governo Federal) – sexta-feira, a partir de 19h30


Fonte: Embrapa

Preço da polpa cítrica dobrou em relação a 2015


A pequena disponibilidade de polpa cítrica segue dando sustentação aos preços no mercado brasileiro, mesmo com as recentes quedas no preço do milho. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a tonelada de polpa peletizada ficou cotada, em média, em R$714,00 em setembro. Os maiores valores chegaram a R$850,00 por tonelada.

O preço do insumo praticamente dobrou (99,8% de alta), na comparação com setembro de 2015. Em curto prazo, a queda do milho deve diminuir a pressão de alta sobre os preços da polpa, mas não são esperados recuos expressivos. A disponibilidade é pequena neste momento. O patamar médio deverá seguir entre R$600,00 e R$700,00 por toneladas nos próximos meses.

Produtores e técnicos discutem validação de zoneamento de risco climático para culturas no DF e Entorno

Reunião ocorreu no dia 4 de outubro na Embrapa Cerrados 

Em reunião técnica realizada na manhã do dia 4 de outubro na Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), cerca de 40 produtores, consultores de empresas de planejamento, pesquisadores, extensionistas rurais e representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e de instituições financeiras discutiram a validação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para as culturas de soja, milho e trigo no Distrito Federal e Entorno já para a safra 2016/2017.

Tecnologia desenvolvida pela Embrapa Cerrados e lançada em 1995, o ZARC se tornou uma política pública nacional coordenada pelo MAPA, indicando datas ou períodos de plantio ou semeadura por cultura e por município, considerando a característica do clima, o tipo de solo e o ciclo da cultivar, a fim de evitar que adversidades climáticas coincidam com a fase mais sensível das culturas, minimizando as perdas agrícolas. A ferramenta trabalha com a possibilidade de obtenção de 80% de chance de êxito na cultura – ou de oito a cada 10 anos de lavoura. Além de auxiliar o produtor na minimização dos riscos de perdas nas lavouras com problemas climáticos como chuvas, geadas, granizo e, principalmente, seca, o ZARC é um balizador para a concessão de seguro agrícola pelas instituições financeiras.

Os principais usuários do ZARC são o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que garante a pequenos e médios produtores a exoneração de obrigações financeiras relativas a operações de crédito rural de custeio caso a liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças em rebanhos e plantações, e o Proagro Mais, destinado aos pequenos produtores vinculados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Na abertura da reunião, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Unidade, Sebastião Pedro, lembrou a importância e a tradição da pesquisa com o ZARC. "É um trabalho fundamental. Usamos a ciência para minimizar os riscos dos produtores, agentes financeiros e investidores, além de aumentar as condições de produzir com sustentabilidade. Mas antes da validação, queremos ouvir vocês", disse aos participantes.

Coordenador dos trabalhos com ZARC e da área de sensoriamento remoto da Embrapa Cerrados, o pesquisador Fernando Macena apresentou a metodologia utilizada para determinar o risco de sucesso das culturas em Goiás e no Distrito Federal. "A metodologia se tornou uma ferramenta de gestão de risco importantíssima para orientar o custeio agrícola. São mais de 1,4 milhões de adesões ao Proagro e ao Proagro Mais, o que representa mais de R$ 34 bilhões. A comunicação de perdas foi de R$ 3,3 bilhões", disse, apresentando dados do Banco Central acumulados das safras 2012-2013, 2013-2014 e 2014-2015.

Segundo Macena, o ZARC induz a adoção de tecnologias, além de incentivar a expansão de culturas e regiões, contribuir para a redução de gastos públicos, permitir o redirecionamento e a melhor alocação de recursos para os empreendimentos rurais viáveis e possibilitar a formulação efetiva de uma política agrícola. "Quando o ZARC foi introduzido, em 1996, foram economizados R$ 150 milhões em seguro e houve aumento da produtividade", lembrou o pesquisador.

A ferramenta é baseada em informações que compõem o balanço hídrico da cultura, tendo como parâmetros de entrada clima (precipitação pluviométrica e evapotranspiração de referência), solo (tipo, profundidade e capacidade de armazenamento de água) e cultura (ciclo, fases fenológicas, coeficiente de cultura e profundidade do sistema radicular), que geram um parâmetro de saída, o índice de satisfação das necessidades de água (ISNA).

Alguns fatores não climáticos considerados pelo ZARC são o zoneamento ecológico econômico e o vazio sanitário da unidade da federação, restrições sanitárias à soja safrinha, a altitude para o plantio do trigo sequeiro e irrigado, entre outros.

O pesquisador mostrou exemplos de uso da ferramenta para as três culturas abordadas, apresentando mapas regionais dos riscos (alto ou baixo) de plantio em cada um dos 21 decêndios (períodos de 10 dias) analisados a partir do ciclo e da fase da cultura (com o respectivo ISNA), além do tipo de solo. "Precisamos refinar a tecnologia, que tem orientado o produtor e os órgãos agrícolas, auxiliado os agentes financeiros e se tornou uma das políticas públicas de maior sucesso na agricultura brasileira", comentou.

Após a apresentação de Macena, os participantes da reunião técnica fizeram questionamentos sobre os mapas das culturas e preencheram formulários informando sobre as situações das lavouras de milho, soja e trigo nos últimos anos no DF e Entorno, além de apontarem possibilidades de plantio em outros períodos, problemas enfrentados com o ZARC e sugestões de novos parâmetros a serem incluídos na ferramenta de risco.

As contribuições serão encaminhadas ao comitê gestor do ZARC para apreciação. O MAPA publicará, posteriormente, as portarias referentes a cada cultura, município e unidade da federação. "É importante que as contribuições dos atores aqui presentes sejam levadas ao comitê para que a metodologia seja ajustada e reavaliada à luz das tecnologias atualmente disponíveis", afirmou Sebastião Pedro no encerramento do encontro.

Fonte: Embrapa

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Superbom lança linha de néctares em lata

Disponível em 4 sabores a bebida contém baixa caloria e tem 0% de gordura, segundo afirma a fabricante.



De olho no público voltado para alimentos mais saudáveis e que buscam qualidade de vida, a empresa alimentícia Superbom lança uma linha FIT de néctares em lata. Disponível nos sabores uva, maracujá, laranja e tangerina a nova bebida chega ao mercado com uma identidade visual moderna e no formato “Slim”, com 260 ml.

“A bebida possui uma quantidade maior de fibras e vitamina C em relação aos outros néctares disponíveis no mercado. Além disso, não há corantes e conservantes na composição”, destaca Cristina Ferreira, gerente industrial da Superbom.

Com o posicionamento premium, a nova linha de néctares em lata da Superbom é de baixa caloria, rica em vitaminas e minerais, além de ter 0% de gordura. “O lançamento confirma o compromisso da Superbom em oferecer diferentes opções de bebidas de fruta, com praticidade e qualidade para o consumo no dia a dia, de acordo com as necessidades e gostos individuais”, complementa a executiva.

Fonte: Alimentos & Bebidas - 30/09/2016

Mais de 10 mil famílias beneficiadas em todo o país

Regina Aparecida Pereira tem 56 anos de idade, quase todos dedicados ao artesanato. A atividade que aprendeu ainda criança, observando a mãe e a avó, foi aperfeiçoada graças à capacitação recebida, em 2015, pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), com recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Proinf), da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). “Aprendemos novas técnicas, principalmente, voltadas para a cultura afrodescendente. Além de orgulhosas, ficamos satisfeitas com o resultado. Levamos as peças para feiras da região e vendemos tudo”, conta a artesã. 

Desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT/Sead), o Proinf tem como objetivo contribuir para a qualificação de processos produtivos e econômicos da agricultura familiar nos Territórios Rurais. Em parceria com estados, municípios e sociedade civil, viabiliza a aquisição de equipamentos e a construção de infraestrutura para a produção, beneficiamento, escoamento e comercialização de produtos da agricultura familiar. 

O Proinf surgiu em 2003, como uma vertente do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Na época, o objetivo era financiar apenas obras de infraestrutura que fortaleceriam a produção rural, tais como, pontes, agroindústrias, melhorias de estradas. Segundo o secretário da SDT/Sead, Marcelo Rodrigues Martins, desde então, foram investidos mais de R$ 1,9 bilhão beneficiando aproximadamente 10 mil famílias. 

“Esse “Pronaf Infraestrutura” evoluiu para o Proinf que continua patrocinando algumas intervenções de investimentos, mas expandiu suas diretrizes, viabilizando, entre outros projetos, suporte às Escolas Famílias Agrícolas, que, hoje, somam 243 em todo país”, ressalta o secretário.

O coordenador geral da Coordenação de Infraestrutura e Serviços da SDT, Wagner Deio Lateri Junior, ressalta que o Proinf “é o maior programa de investimento do Governo Federal com o objetivo de ampliar e qualificar a oferta de bens e serviços para melhoria da infraestrutura territorial e o desenvolvimento rural sustentável no país”. No entanto, ele explica que o agricultor precisa estar organizado para participar dos editais que são abertos anualmente. Os municípios/territórios podem inscrever seus projetos via delegacias federais da Sead que estão nos estados. 

Esses projetos entram como uma proposta. Em função da disponibilidade de recursos e viabilidade técnica, elas vão sendo analisadas, aprovadas ou não. Na sequência da aprovação, os projetos são contratados e as parcelas para a execução liberadas. “Ou seja, a prefeitura solicita recursos para a construção de uma central de comercialização. Depois de concluída criou-se um espaço para a comercialização de produtos originados da agricultura familiar, beneficiando os agricultores e os moradores da localidade, que podem adquirir produtos diretamente do produtor”, explica o coordenador da SDT Wagner Lateri. 

Para orientar estados, municípios e sociedade civil, a SDT elaborou um manual com informações e regras para a produção dos projetos. O documento, disponível nesse link, contém informações sobre diretrizes, público, documentos, requisitos, prazos e procedimentos necessários para aprovação da proposta. 

Produtores rurais e sua importância na política

José Mário Schreiner acredita que o incentivo ao produtor rural na política fortalece o setor agropecuário


As eleições municipais acabaram e o momento agora é de mudança, exceto para capital goiana e Anápolis que terão segundo turno. O resultado das urnas mostrou e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) também acredita que os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos poderão proporcionar um novo momento político em todo país. Afinal, o cenário político e econômico do país tem preocupado a sociedade, e na agropecuária não poderia ser diferente, já que o setor ao longo das últimas décadas teve um resultado positivo, porém se mostrou particularmente fraco o PIB do segundo trimestre, algo preocupante, que só reafirma as previsões da Faeg que o “setor não é uma ilha”.

Para superar esta instabilidade, uma das soluções encontradas pela Faeg, além da participação e envolvimento massivo em eventos ligados à agropecuária, foi proposto também que os produtores rurais participassem mais da política. Prova deste comprometimento, foi a participação dos produtores rurais na política, nos 246 municípios de Goiás. Foram dezenas de eleitos majoritários (prefeitos e vice-prefeitos) e centenas de vereadores, entre eles: presidentes de sindicatos, vice-presidentes, diretores, mobilizadores e produtores rurais.

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, acredita que o incentivo ao produtor rural na política – com uma participação mais ativa, fortalece o setor agropecuário, proporcionando que novos líderes rurais assumam uma postura diferenciada na política brasileira. “O momento agora é de corrigir a história de nosso país, oferecendo a Goiás mais oportunidades de empregos – dentro de um setor que só cresce – a agropecuária”, destacou.

Outro ponto considerado importante por José Mário é que há muito tempo a agropecuária desempenha um papel de grande importância no cenário da economia nacional, além disso, foi uma das primeiras atividades econômicas a serem desenvolvidas no país. “Incentivar o produtor rural a posicionar-se diferente é possibilitar um Plano de Desenvolvimento Rural com bases em princípios agroecológicos, a fim de atender a demanda crescente por uma produção de alimentos mais saudáveis e que não destruam o meio natural de onde vieram”, finalizou.

Emissão de títulos de dívida por agricultores enfrenta entraves, diz Itaú BBA

Agricultura empresarial movimenta anualmente 40 bilhões de reais em crédito com condições controladas


O número de produtores agrícolas com capacidade de utilizar mecanismos do mercado de capitais para captar recursos, como alternativa aos empréstimos obtidos junto aos bancos, ainda é muito pequeno e há diversas barreiras para ampliar esse uso, quando a iniciativa é exclusiva do agricultor, avaliou nesta terça-feira um executivo do banco de investimentos Itaú BBA.

Instrumentos financeiros, como os CRAs (certificados de recebíveis do agronegócio), vem sendo uma aposta do governo federal para custear o setor, em um momento em que o crédito oficial subsidiado torna-se cada vez menos abundante. Mas esse mecanismo acaba sendo mais usado somente quando grandes companhias, como tradings agrícolas, estão envolvidas no processo.

Para a emissão direta pelos produtores rurais, o que seria uma alternativa de captação mais barata do que os financiamentos bancários, ainda há diversos entraves.

"É um mercado muito pequeno, ainda precisa evoluir... Não é qualquer um que está qualificado", afirmou o diretor de Produtores Rurais do Itaú BBA, Antônio Carlos Ortiz.

Pelas estimativas do Itaú BBA, a agricultura empresarial, que reúne um universo de cerca de 100 mil produtores rurais, movimenta anualmente 40 bilhões de reais em crédito com condições controladas (muitas vezes por oferta e regulamentação do governo) e 60 bilhões de reais em condições de livre mercado (incluindo juros negociados diretamente entre bancos e agricultores).

Deste universo, uma parcela muito pequena, praticamente impossível de calcular, é de crédito obtido por meio do mercado de capitais, com emissões de títulos pelos próprios produtores.

Segundo Ortiz, o número de agricultores com condições de realizar a emissão de títulos, como o CRAs, seria suficiente apenas para encher a sala de reuniões em que ele conversou com jornalistas nesta terça, na sede do banco em São Paulo.

"Quase ninguém tem números auditados", disse o executivo, citando um dos pré-requisitos para lastrear a emissão dos títulos, que é a total transparência das finanças do produtor rural ou sua empresa, reduzindo a percepção de risco por parte do comprador.

Além disso, devido aos custos de estruturar os detalhes burocráticos dos títulos e de oferecê-los aos investidores, trata-se de um mecanismo mais adequado para captar grandes volumes de recursos, da ordem de 50 milhões a 60 milhões de reais, ou mais. 

"Operações pequenas não compensam... Tendem a ser operações maiores e para prazo maior", disse Ortiz.

O executivo lembrou que a emissão de títulos de dívida para negociação no mercado de capitais já é uma prática corriqueira por parte de grandes empresas, como tradings de commodities e indústrias de insumos, mas que "está começando agora" entre agricultores.

Ainda assim, Ortiz destacou que a presença deste tipo de mecanismo no mercado tende a melhorar as condições para o financiamento de toda a cadeia do agronegócio.

"Isso aumenta a concorrência financeira na cadeia como um torno", afirmou.

Fonte: AgenciaReuters

Ligeira alta de preços dos fertilizantes em setembro

Os preços dos fertilizantes ficaram firmes na segunda quinzena de setembro. Em São Paulo, os adubos nitrogenados tiveram alta de 1,1% em relação à primeira metade do mês. Para os adubos potássicos e fosfatados, os aumentos médios foram de 0,5% e 0,8%, respectivamente.

As empresas alegam menores estoques de matérias primas. Do lado da demanda, a movimentação diminuiu (o momento agora é de entrega do insumo na fazenda), mas ainda existe alguma procura, o que colabora com o cenário de preços mais firmes.

O câmbio e a demanda interna deverão ditar o ritmo do mercado de fertilizantes nos próximos meses. A expectativa é de preços mais frouxos a partir de meados de outubro/novembro com a menor movimentação no país. Vai depender dos estoques e do câmbio.

Presidente do Sistema CNA/SENAR propõe a criação do parque Agro Brasil ao governador do Distrito Federal

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, propôs ao governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, a criação do Parque Agro Brasil, onde funcionaria o Centro Nacional de Difusão da Agropecuária Brasileira, espaço que abrigaria uma série de atividades e projetos realizados pela CNA, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e pelo Instituto CNA para promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento da atividade rural no país.

A proposta foi apresentada, nesta terça-feira (04/10), em audiência no Palácio do Buriti, sede do GDF, em Brasília. O Centro abrigaria uma série de atividades destinadas à busca constante por inovação e excelência na atividade agropecuária, além de contribuir para a revitalização do Parque de Exposições da Granja do Torto, localizado a 30 quilômetros do centro da cidade. Segundo o presidente da CNA, a marca do empreendimento será a busca permanente pela melhor capacitação dos homens e mulheres do campo, por meio da educação de excelência.
“Com o crescimento e a vanguarda tecnológica do setor agropecuário, queremos um espaço específico para difundir nossas ações e ter, em Brasília, um lugar que sirva de referência nacional”, destacou João Martins. O governador apoiou a proposta de se construir o centro na Granja do Torto e destacou a vocação de Brasília para sediar eventos importantes, como a Agrobrasília, que hoje é uma das principais feiras agropecuárias do País. “Com esse centro, atrairíamos mais negócios e eventos para cá”, afirmou Rollemberg.

O local abrigaria, ainda, a Faculdade de Tecnologia CNA, a primeira voltada exclusivamente para a atividade agropecuária, com cursos de graduação, pós-graduação e extensão, com aulas presenciais e à distância. Participaram da audiência os secretários executivos do SENAR, Daniel Carrara, e do Instituto CNA, André Sanches, além do presidente da Terracap, Júlio César de Azevedo Reis e assessores do governador.

Novo processo de elaboração de suco de uva integral é apresentado no Paraná

Elaborar suco de uva integral em pequenos volumes é a proposta do Suquificador integral – novo equipamento para produção de suco por aquecimento que será apresentado em evento gratuito na tarde do próximo dia 5 de outubro, quarta-feira, no Centro de Agroindústria da Embrapa Florestas, em Colombo (PR).

Para Celito Guerra, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e um dos desenvolvedores do novo produto, o Suquificador Integral foi pensado e projetado para ser uma alternativa para os pequenos produtores que utilizam o método da panela extratora por arraste de vapor. "O novo equipamento é uma opção para qualificar o suco elaborado em pequenas quantidades, pois o processo não agrega água ao produto final,como os equipamentos disponíveis atualmente", comenta.

O pesquisador informa que o equipamento foi projetado para a elaboração de suco integral de uva, mas já foi testado e aprovado para a elaboração de suco de outras frutas, como framboesa, morango, amora e mirtilo, respeitadas as especificidades de cada matéria-prima.

Além da apresentação do equipamento, que será realizada por Hygino Bitarello, diretor da Monofrio, empresa parceira da Embrapa no seu desenvolvimento, os participantes irão assistir a uma palestra sobre as Boas Práticas de elaboração de sucos e vinhos, com o enólogo da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel e degustar o suco de uva elaborado no novo sistema.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas previamente pelo e-mail: rodrigo.monteiro@embrapa.br ou telefone:(54) 3455-8071.

Clique aqui para acessar mais informações, fotos e vídeo sobre o suquificador Integral.

Programa:

13h30-Recepção e abertura

13h45-Boas Práticas de elaboração de sucos e vinhos - João Carlos Taffarel –Embrapa Uva e Vinho

14h45-Apresentação do Suquificador Integral - Monofrio

15h15 - Demonstração prática da máquina -Anevir Marin - Embrapa

16h - Degustação de produtos

16h30 - Encerramento

Local: Embrapa Florestas - Centro de Agroindústria Estrada da Ribeira, 111, Guaraituba, Colombo-PR






Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)

Manejo nutricional reduz abortamento de flores e aumenta produtividade de tomates em 30%


Produzir frutas, legumes e verduras de alta qualidade é um grande desafio enfrentado por produtores rurais de todos os estados brasileiros. Nutricionalmente muito exigentes e sensíveis, a produção de hortifrútis requer atenção e cuidados redobrados na hora da nutrição. A busca pelo equilíbrio faz parte do caminho que os agricultores perseguem quando o objetivo é produzir em melhor qualidade e em quantidades maiores.

Na propriedade do agricultor e empresário Jorge Masato Kano, proprietário da empresa Tomates Kano, especializada em produção e comercialização das frutas da linha Grap, uma nova estratégia nutricional com fertilizantes fluidos especiais foi fundamental para o sucesso da lavoura, que conta com cerca de 90 mil plantas. “Optei por produtos de alta tecnologia para conseguir resultados superiores. Percebi que o vigor da planta foi muito bom, devido ao ótimo desenvolvimento das raízes. Também vi que a florada ficou muito mais bonita e não tivemos mais abortos de flores, o que aumentou bastante a quantidade de frutos em cerca de 30%”, diz.

O engenheiro agrônomo e consultor técnico, Ney Assis, que orientou e acompanhou o manejo nutricional realizado na propriedade de Jorge, explica que o primeiro passo foi estimular o enraizamento das plantas por meio do fertilizante Maxifós, composto por substâncias húmicas e fúlvicas, associadas a extratos de algas e aminoácidos.

“A ação do Maxifós foi fundamental para o desenvolvimento do sistema radicular das plantas, sem falar que houve uma melhora muito significativa da disponibilidade dos nutrientes que estavam retidos em grandes quantidades nos substratos”, explica o agrônomo. Ney revela ainda que o manejo nutricional foi fundamental para aumentar a durabilidade no pós-colheita, o que agradou os compradores dos produtos.

“Após as análises de folha, percebemos que para alcançar o resultado esperado, seria necessária a aplicação de um conjunto de nutrientes essenciais, como o boro, cálcio, magnésio e zinco, todos envoltos em uma composição de alta tecnologia que permite a rápida absorção e metabolização pelas plantas”, descreve. O agrônomo destaca ainda que o cobre participou do manejo com a importante função de induzir a resistência das plantas e colaborou para uma maior durabilidade das frutas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Produção de laranja aquece economia do Noroeste Fluminense

São José de Ubá, tradicional produtor de tomate, aposta na citricultura com apoio de programas estaduais


O município de São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, conhecido como a “terra do tomate”, está se firmando como um novo pólo de produção de laranja, com safra anual média de 500 toneladas. A diversificação de cultivo é o resultado de investimentos promovidos por programas da Secretaria Estadual de Agricultura, como o Rio Rural e o Frutificar.

O produtor Carlos Roberto Marinho, da microbacia Santa Maria, está na quarta colheita de laranja das variedades Folha Murcha, Natal e Valência, de sabor mais adocicado, tradicionalmente consumidas in natura. “Pouca gente acreditava que daria certo esse plantio em Ubá. Estou satisfeito por ter acreditado”, revela.

Com o Frutificar, programa estadual que concede crédito a juros baixos para investimentos em fruticultura, Marinho investiu R$ 50 mil reais no plantio de 1.200 pés. No terceiro ano, começou a pagar o empréstimo com a venda da primeira safra, que vai de junho a outubro. Com a quitação do investimento no ano que vem, pretende triplicar a área plantada.

O produtor também trabalha com pecuária de corte e produção de leite, mas afirma que a laranja possui o melhor custo-benefício de todos, além de ter grande procura no mercado e preço estável.

União de esforços

A integração dos programas agrícolas governamentais permite que os produtores rurais consigam estruturar melhor o processo produtivo em suas propriedades, pois cada incentivo prioriza ações específicas.

“Nossa intenção é que os produtores desenvolvam uma grande capacidade gestora e aproveitem bem os recursos. Uma das metas é a geração de empregos no campo, resultado direto do crescimento da produtividade”, explica o secretário estadual de Agricultura”, explica o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.

Carlos Roberto Marinho afirma que o Frutificar foi importante para garantir o plantio, enquanto o Rio Rural contribuiu para a produção de água, uma vez que o produtor implantou o subprojeto de proteção de nascentes, responsável pela melhor absorção da água de chuva no solo, que ajuda na irrigação.

No caso do produtor Antônio Cléber de Oliveira, o Rio Rural ajudou com na aquisição de caixas agrícolas, usadas para transportar alimentos. 

“Os custos de produção caíram quando ganhamos as caixas, que antes eram alugadas. Isso aumenta meu lucro na hora de vender as laranjas”, afirma o agricultor que cultivou tomate e pimentão por mais de trinta anos e hoje se dedica apenas à laranja.

Semente

As primeiras lavouras de laranja incentivadas pelo Frutificar em São José de Ubá foram formadas há seis anos, na intenção de que os agricultores locais diminuíssem a dependência da cultura do tomate, que apresenta preço instável no mercado. O Sebrae/RJ e a Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan) ficaram responsáveis pela contratação de consultores agrícolas, que fazem o acompanhamento dos laranjais.

“Temos 15 propriedades caminhando bem e vários agricultores interessados no segmento. O clima quente da região ajuda no cultivo”, conclui o técnico do Programa Frutificar, Denilson Caetano. 

Embrapa implanta quintais produtivos no Ceará e Rio Grande do Norte

Projeto objetiva fazer com que famílias de pequenos produtores possam viver a partir da fabricação de doces, geleias e compotas


A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com as Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Ceará e do Rio Grande do Norte, vai executar o projeto "Implantação de quintais produtivos, captação e uso racional da água como estratégias de desenvolvimento sustentável da propriedade familiar no semiárido do nordeste brasileiro". A ação consiste em fazer com que as famílias de pequenos produtores possam obter seu sustento a partir da fabricação de doces, geleias e compotas artesanais. A matéria-prima dos produtos deverá ser originada a partir da implantação dos quintais produtivos nas propriedades.

Na fase inicial do projeto, os municípios de Quixeramobim (CE), Aracati (CE), Currais Novos (RN) e Caraúbas (RN) serão contemplados com seis quintais produtivos. "Será construído um calçadão com 200m² e uma cisterna com 52 mil litros. A ideia é que essa cisterna abasteça os quintais produtivos que vão contar com 30 fruteiras, entre elas acerola, goiaba, sapoti, caju e manga", revela o coordenador do projeto, João Bosco Cavalcante.

Juntamente com a implantação das cisternas serão realizados oito cursos de boas práticas agrícolas, oito cursos para fabricação de doces e geleias e um curso de gestão administrativa, financeira e mercadológica nas propriedades familiares. As capacitações e a construção das cisternas ocorrerão ao longo deste mês.

Mapa amplia controle de frutas importadas de nove países

Medida visa a evitar ingresso de praga devastadora de pomares


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta segunda-feira (3), no Diário Oficial da União, instrução normativa que fixa requisitos fitossanitários para importação de frutos ou materiais de propagação de nove países. A medida é voltada à ameixa, cereja, cereja ácida, pêssego, damasco e nectarina provenientes da Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, Portugal, Turquia, Itália, Israel e Irã.

Com isso, as cargas deverão vir acompanhadas de certificado fitossanitário atestando que os produtos estão livres da praga Plum Pox Virus. A inspeção será feita no local de destino do carregamento. Se for detectada a presença da praga, a fruta será destruída ou recusada. O objetivo da exigência é prevenir o ingresso da doença no Brasil via comércio internacional. 

De acordo com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Marcus Vinicius Coelho, o Plum Pox Virus é uma das doenças mais devastadoras da produção de frutos de caroço ao redor do mundo, sendo responsável por elevadas reduções de produtividade e qualidade dos pomares.
Veja aqui a íntegra da Instrução Normativa 17.


Uma agroindústria para cada mil habitantes

O Rio Grande do Sul é conhecido pela tradição na agricultura familiar. O município de Rolante, que fica a 92 quilômetros de Porto Alegre, faz jus a essa fama. A região se destaca pelo número de agroindústrias familiares. Ao todo, são 20 unidades que fabricam os mais variados produtos. O número equivale a uma agroindústria para cada mil habitantes, já que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada de Rolante, em 2016, é de 20.819 habitantes.

Embutidos, sucos, vinhos e pães são alguns exemplos. Toda a matéria prima vem de propriedades de famílias que fazem questão de tirar o sustento da própria terra. O grande número de agroindústrias em Rolante e a alta qualidade dos seus produtos se devem ao apoio técnico que os produtores recebem.

“Quando fizemos o diagnóstico, há muitos anos, identificamos a vocação para a transformação de produtos e, também, o potencial para o turismo rural”, conta a chefe do escritório municipal da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater Emater/PR), Janelise Wuaden Wastowsk. “Em cima disso, traçamos algumas estratégias e metas para buscar a regularização dos produtos, já que a localização, perto da capital, facilita o acesso ao mercado consumidor”, explica ao destacar que o município também está próximo a Serra Gaúcha e ao Litoral. 

Os extensionistas da Emater/RS orientam o agricultor familiar e acompanham todas as etapas do processo de criação de uma agroindústria. 

“Enxergamos um potencial na propriedade e vamos amadurecendo a ideia junto com eles até a tomada da decisão e a elaboração do projeto”, explica Janelise. “Nós fazemos todo o trabalho de acompanhamento e pós-instalação. Estamos com eles para qualquer entrave e problemas que aparecer”, completa.

Incentivos

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) foi fundamental para a idealização das agroindústrias familiares de Rolante. Graças a ele, os agricultores familiares conseguiram acessar linhas de crédito e tirar o sonho do papel. “O Pronaf é de extrema importância. Eu acredito que todas as politicas públicas que vêm para somar e desenvolver uma atividade ajudam e facilitam”, destaca Janelise.“Aqui, eles têm apoio das políticas municipais, estaduais e nacionais para o desenvolvimento”, acrescenta.

Em 2012, o jovem agricultor familiar Danilo Born, de 31 anos, deixou a atividade leiteira para se dedicar ao seu mais novo projeto: a Embutidos D’Born, que fabrica, entre outros produtos, salame linguiça e copa. Para construir a agroindústria, Danilo Born acessou, em 2011, pela primeira vez, o Pronaf. Por meio da linha de crédito Agroindústria, ele financiou R$ 60 mil que foram usados na construção do espaço físico do empreendimento, que tem uma área de mais de 380m2. O segundo financiamento pelo programa veio logo em seguida. Foram R$ 80 mil usados na compra de maquinários. 

Essa foi a primeira fase do projeto da agroindústria familiar: construir o espaço físico. Feito isso, Daniel buscou capacitação e informações. “Em Nova Petrópolis eu fiz um curso de fabricação e, logo em seguida, em Caxias do Sul, realizei um de boas práticas de produção e higiene. Depois de três meses estudando, consegui inaugurar a fabrica”, conta satisfeito. Hoje, ele e a família produzem semanalmente quase quatro mil quilos de embutidos que são vendidos por todo o estado do Rio Grande do Sul.

O empreendimento de Daniel deu tão certo que, recentemente, ele acessou o Pronaf pela terceira vez. Agora, foram financiados R$ 100 mil que estão sendo usados na ampliação em quase 100m2 da agroindústria.
“Eu acredito que sem o Pronaf eu jamais teria conseguido ter realizado o sonho de construir minha agroindústria, eu já teria desistido antes mesmo de ter começado. Se eu não tivesse a ajuda do Pronaf e o pessoal da Emater que me auxiliou, eu não teria feito nada”, afirma. 

Segundo ele, graças ao Pronaf, hoje, ele, a esposa, os pais e os dois irmãos conseguem ficar no campo com emprego, dignidade e renda. “Toda família está vinculada à agroindústria e nem passa na minha cabeça deixar isso aqui para fazer qualquer outra coisa da vida”, conclui Daniel Born.


Costa Rica tem 22 mil hectares de citros e tendência de expansão

O cultivo comercial de laranja na Costa Rica, país da América Central, começou na década de 80, hoje ocupa 22 mil hectares que estão distribuídos por todo o país. É a sexta atividade agrícola, ficando atrás de café, cana-de-açúcar, banana, abacaxi e azeite de dendê. A safra 2015/16 de laranja teve produção de 8 milhões de caixas de 40,8 kg, 90% delas da variedade Valência.

A região Norte e a de Chorotega próximas à fronteira com a Nicarágua, são as principais produtoras, com 19 mil hectares. São nelas que estão as duas indústrias extratoras do país, a TicoFrut e a Del Oro. Nessa área também estão as maiores propriedades, que têm média de 80 hectares e são as mais tecnificadas.

A Costa Rica exporta a maior parte de sua produção tanto de frutos como de suco. De acordo com as informações do governo do país, as exportações de suco concentrado foram maiores que 35 mil toneladas nos últimos anos.

O país fica próximo do Estados Unidos que é o maior importador de seu suco de laranja, e não há barreira tarifária para o produto costa-riquenho entrar no território norte-americano. De acordo com o gerente agrícola da TicoFrut Thiago Antunes, brasileiro que trabalha na Costa Rica, desde 2015, a citricultura do país está em pleno desenvolvimento e crescimento. “Vejo muito potencial na produção de citros do país. Apesar de suas limitações devido ao tamanho do território e à infraestrutura, tem vantagens competitivas, com profissionais qualificados segurança e estabilidade econômica”, afirma.

Confira a matéria completa na edição 37 da Revista Citricultor: http://bit.ly/2cQijTB

Fonte: Fundecitrus

Brasil terá facilidade para abrir mercados asiáticos, avalia Blairo

Ministro revela que o trabalho de negociação e abertura de mercado precisa ser realizado de forma clara e objetiva

“Nossa geração não terá problemas com exportação de alimentos para a Ásia”. A garantia é dada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, após os 25 dias de missão diplomática em 7 países asiáticos. De volta ao Brasil, Maggi mostra otimismo com o mercado internacional. Apesar das boas expectativas, o ministro revela que o trabalho de negociação e abertura de mercado precisa ser realizado de forma clara e objetiva, tendo a alta cúpula como protagonista, o que significa atuação direta do presidente Michel Temer (PMDB) com os presidentes dos países com quais se pretende estreitar as parcerias comerciais.

Quanto aos próximos passos enquanto ministro, ele garante que não vai fugir da discussão ambiental e que está pronto para provar que o Brasil está fazendo sua parte neste assunto. Para isso, o marketing verde será a principal moeda de negociação no mercado internacional. “Na Ásia, não é feito este tipo de cobrança, quanto à exigência de um selo verde para os produtos que importam do Brasil. Mas, cabe a nós expormos esta realidade, principalmente, o fato de termos 61% de área preservada no país. De certa forma, todo mundo defende a questão ambiental, mas são poucos os que cuidam do próprio quintal”.

Maggi afirma que está cansado de escutar acusações infundadas, que apontam os produtores rurais como responsáveis pela degradação ambiental. “Na realidade, ocorre o contrário. Os produtores rurais são protagonistas da preservação ambiental. Prova disso é que 26 anos atrás a pecuária no Brasil utilizava cerca de 220 milhões de hectares para criar 150 milhões de cabeças de bovinos. Hoje, o rebanho é de cerca de 185 milhões de cabeças em 165 milhões (ha). Ou seja, houve redução de 25% na área e aumento de 23% no rebanho”.

O ministro aponta que esta equação só é possível com o emprego de tecnologia, que mudou o cenário econômico no campo brasileiro. “Há 40 anos, importávamos alimentos e agora somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Isso garante nosso estoque tecnológico no agronegócio, que interessa a muitos compradores estrangeiros”. Um cartão de visita que tem usado junto aos mercados internacionais é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “No Brics, o governo russo já queria levar o presidente da Embrapa para participar de eventos estratégicos naquele país, o que demonstra a relevância da nossa atuação científica”.