segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Produtores investem em nutrição preventiva para garantir qualidade das frutas no Natal


As frutas colhidas, selecionadas e embaladas criteriosamente pelo agricultor Nelson Hideki Okamura vão percorrer longos caminhos até chegarem às gôndolas de supermercados da região Sudeste do Brasil. Para atender às exigências de comerciantes e, principalmente, dos consumidores, os produtos precisam ser consistentes, saborosos e ter boa aparência, características obtidas com manejo nutricional adequado.

No Sítio Okamura III, no município de Salto de Pirapora (SP), Hideki investe em produtos de alta tecnologia para manter a qualidade da produção dos mais de 40 hectares de lavouras de frutas, divididos entre a produção de uvas, ameixa, atemoia e maçã. “Optamos por investir em fertilizantes foliares de alto desempenho, que são mais eficientes e acabam sendo mais econômicos devido a resposta ser mais rápida e efetiva”, diz Hideki.

O engenheiro agrônomo Ney Assis, que presta consultoria técnica nas áreas de Hideki, revela que a linha Metalosate é a tecnologia nutricional responsável pelo bom desenvolvimento e qualidade da produção das frutas no Sítio Okamura. “Hideki optou por utilizar uma das tecnologias mais modernas e mais eficientes que existe hoje no mercado em se tratando de nutrição foliar. A linha Metalosate, importada dos Estados Unidos pela Nutriceler, possui formulação diferenciada com nutrientes quelatados por aminoácidos, que permite rápida absorção, translocação e metabolização, com resultados visíveis a olho nu em poucos dias após a aplicação”, diz Ney.

De acordo com o agrônomo, a rápida metabolização evita desperdícios por lixiviação e evaporação, e garante a distribuição dos nutrientes para a planta nos momentos e nos pontos de maior demanda. “Hideki apostou em Metalosate para um manejo preventivo de nutrição, evitando ao máximo que a produção enfrentasse desequilíbrio nutricional”, acrescenta Ney Assis.

Estratégia – Para abastecer os grandes centros com as frutas para a época do Natal, o produtor traçou estratégias nutricionais preventivas, para evitar a proliferação de doenças e garantir frutos mais viçosos e com sabor mais pronunciado. “Uma planta bem nutrida não fica vulnerável a doenças. A prevenção é sempre a melhor estratégia”, afirma. Hideki apostou nas pulverizações de Metalosate Potássio para intensificar a doçura das plantas, e no Metalosate Cálcio, que auxilia na formação das paredes celulares da fruta, proporcionando maior durabilidade e melhor aparência. “Muitas vezes, as frutas comercializadas no fim de ano vão enfeitar mesas de festas. Para isso elas precisam de durabilidade superior e boa aparência”, destaca o produtor. 

Tempo bom – Hideki afirma que o ano, apesar de ter sido marcado por problemas econômicos, foi bom para quem aproveitou o clima favorável e produziu produtos de qualidade. “O mercado permanece aquecido. Sempre haverá espaço para quem produz com qualidade. O clima foi favorável na região e a tecnologia que utilizamos também ajudou muito. Vamos poder comemorar as vendas no final do ano”, diz o produtor de frutas. Ainda segundo Hideki, a procura por uvas e ameixas aumenta consideravelmente na época de festas de fim de ano.

Mais valor – Para agregar ainda mais valor à produção, Hideki comercializa as frutas já selecionadas em embalagens de aproximadamente 500 gramas. “Esse processo, além de facilitar a comercialização, permite que as frutas fiquem mais protegidas e, consequentemente aguentem mais tempo nas prateleiras”, diz Hideki. 

Cai percentual de cidades com vocação agropecuária no País

Mesmo que ligeiramente, caiu o percentual de municípios brasileiros que têm na atividade agropecuária sua principal atividade econômica privada, segundo mostra a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios (2010-2013) divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Dos 5.570 municípios do País, 3.191 tinham a agropecuária como atividade econômica predominante em 2013, o que representa 57,3% do total, segundo a pesquisa. Esse índice era de 62% em 2010.
Como pretendia medir a atividade privada da economia, o IBGE desconsiderou nesses cálculos administração pública (saúde, educação e seguridade social).
O número chama atenção porque o setor agropecuário representa pouco mais de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, segundo os dados das Contas Nacionais do IBGE.
O município baiano de São Desidério foi novamente o campeão do PIB da agropecuária, com valor adicionado bruto ao setor de R$ 1,3 bilhão em 2013. O município é o maior produtor de algodão herbáceo do País. Logo atrás aparece Rio Verde (GO), com valor adicionado de R$ 1,06 bilhão em 2013. O município é um grande produtor de soja, milho, aves, suínos e bovinos. Sua população é de 207.296 habitantes.

Fonte: Folha Web

Prazo para agricultor saldar dívidas com o Pronaf termina dia 30

Mesmo com desconto de até 70% da dívida em atraso, a procura de assentados e beneficiários do crédito fundiário para quitar os empréstimos com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é baixa. O prazo, que estava encerrado desde 30 de junho de 2015, foi reaberto até 30 de dezembro deste ano

Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente 203 mil produtores estão em dívida com o programa. Dos 100 mil agricultores que acessaram o crédito pelo Banco do Brasil, 30% solicitaram a liquidação das dívidas. Pelo Banco da Amazônia (Basa), dos quase 30 mil devedores, 6 mil renegociaram ou quitaram os débitos. Pelo Banco do Nordeste (BNB), são 40 mil que podem solicitar o serviço.

De acordo com o gerente em exercício do Ambiente de Microfinança Rural e Agricultura Familiar do Banco do Nordeste, Máximo Antônio Cavalcante Sales, o saldo devedor na instituição é de R$ 538,5 milhões. Foram formalizadas 3.504 renegociações e a expectativa para este mês de dezembro é de mais 170.

Em setembro deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu reabrir o prazo para agricultores familiares liquidarem operações de crédito rural contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

De acordo com a resolução do CMN, quem optar pela liquidação poderá ter abatimento de 70% sobre o saldo devedor atualizado. Ou seja, o produtor pode pagar somente 30% da dívida. Mas, para isso, tem de quitar todo o saldo devedor.

De acordo com Sales, em dezembro de 2013, quando o governo aprovou pela primeira vez a renegociação de dívidas, o banco fez reuniões com movimentos sociais e com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fazer ação conjunta em assentamentos, com mutirões.

“No começo, a adesão é maior. Quem tem vai juntando dinheiro. No fim do prazo, ficam as pessoas que tiveram mais dificuldades”, disse. Sales acrescentou que os produtores do Nordeste sofrem com a estiagem e, sem produzir o suficiente, não têm recursos para quitar a dívida. “Em algumas regiões, a estiagem é mais severa. Então, fica difícil. Eles continuam na inadimplência.”

O coordenador geral de Desenvolvimento de Assentamentos do Incra, Acácio Zuniga Leite, explicou que a renegociação da dívida é necessária porque o “desenho do financiamento agrícola do Pronaf estava equivocado e levava as pessoas à inadimplência”.

“Não existia nenhuma política que desse sustentação inicial para se assentarem. Ou seja, não chegava água, não chegava luz, as condições básicas de moradia não estavam atendidas. Muitas vezes o recurso do Pronaf acaba tapando o buraco que não era para tapar”, destacou Leite.

Segundo ele, em vez dos assentados investirem todo o dinheiro emprestado na produção, tinham de aplicar o recursos na construção de moradia e em meios de acesso à água, por exemplo. “Esse desconto no pagamento da dívida vem junto com a discussão de redesenho do financiamento. Agora a gente tem uma nova política de crédito de instalação, além de uma política de microcrédito e de estruturação produtiva. As coisas estão mais sólidas.”

Como quitar a dívida

A liquidação de débito das famílias que obtiveram crédito pelo Banco do Brasil pode ser feita pela internet, na Sala da Cidadania. Os produtores que pegaram os empréstimos no Banco da Amazônia ou no Banco do Nordeste precisam procurar as agências bancárias para fazer a renegociação.

Na Sala de Cidadania, o produtor deve entrar no campo Assentamento com data de nascimento e CPF. Em seguida, deve selecionar o nome da mãe e preencher um cadastro, com dados pessoais e da unidade familiar – os que tiverem um asterisco são obrigatórios, como email e celular. Após o preenchimento, abrirá uma nova tela com a opção de liquidar a dívida. Confirmada a opção, o sistema gerará um boleto para pagamento em até 15 dias.

Mesmo com o acesso pela internet, o Banco do Brasil orienta os produtores a procurarem uma agência para buscar informações sobre os procedimentos operacionais de renegociação.

Edição: Armando Cardoso - Agrolink

Fonte: Agência Brasil
Autor: Kelly Oliveira

Kátia Abreu: eliminação global de subsídios às exportações é conquista para o agronegócio brasileiro

O resultado da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Nairobi (Quênia), é extremamente positivo para o agronegócio brasileiro. As negociações resultaram na eliminação imediata dos subsídios a exportações dos países desenvolvidos e extinção gradual para nações em desenvolvimento, até o fim desta década. “Ótima conquista para nosso agronegócio. Condições de competição internacional menos distorcidas para nossos produtos”, afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.

O acordo representa um avanço no processo de reformas das regras que regem o sistema multilateral de comércio e “foi uma vitória da OMC”, segundo integrantes da equipe brasileira. Isso porque prevaleceu o argumento dos que acreditam no sistema multilateral de comércio, e, sobretudo, para o agronegócio brasileiro.

A Conferência da OMC garante competição internacional dos produtos brasileiros em condições mais justas e equitativas.

O Itamaraty e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram à frente das negociações, conduzidas pelo embaixador do Brasil na OMC, Marcos Galvão. O Mapa e o Itamaraty continuarão trabalhando para fortalecer os pilares de negociação da OMC, sobretudo para a futura eliminação e reforma dos subsídios domésticos.

Colheita da uva começa no norte do Rio Grande do Sul

Clima mais quente, em relação a Serra Gaúcha, possibilita a colheita nessa época. Em média, o quilo da uva é comercializado a quatro reais na região.


A uva fresca, que alegra a mesa de muitas famílias nas festas de fim de ano, já começa a ser colhida no Rio Grande do Sul, o principal produtor do país. As primeiras variedades estão saindo dos parreirais do norte do estado.

Os parreirais estão carregados com frutos de boa qualidade. Ha dez anos a família Côvado da Silva planta uva em uma propriedade de cinco hectares em Ametista do Sul, norte do estado.

As variedades niágara branca e rosa são destinadas ao consumo in natura, já a bordô vai para a fabricação de vinhos. Para ajudar no trabalho foram contratados 10 funcionários.

"Dá em torno de 10 mil quilos por hectare. Temos cinco hectares, então nós tiramos 45, 50 mil quilos por safra”, explica Volnei Côvado da Silva, agricultor.

O que possibilita a colheita nessa época é o clima mais quente em relação a Serra Gaúcha, maior produtora de uva.

“É uma uva excelente. Se diferencia um pouco da serra devido à quantidade de sol e luminosidade que nós temos em nossa região”, explica Joceani dal Cero, agrônoma da Emater.

Como os produtores da região começam antes a colheita, em relação a outras partes do estado, conseguem um preço melhor pela fruta. Em média, o quilo da uva está sendo comercializado a quatro reais. Nessa mesma época, no ano passado, o quilo da uva era vendido por volta de dois reais.

Parte da produção vai para indústrias de vinho do município, como uma que utiliza um antigo garimpo, de onde eram extraídas ametistas, para conservar o vinho. Trezentos metros dentro da mina desativada, o ambiente é escuro e a temperatura constante em 17 graus, ideal para maturação.

“Quando se tem uma temperatura controlada, que não tenha grandes variações, que não tenha luminosidade, que tenha uma umidade constante, isso conserva o produto no seu melhor e ainda atribui qualidades ao produto”, explica Silvanio Antônio Dias, enólogo.

Fonte: Globo Rural

Ministério da Agricultura abre consulta sobre importação de adubos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) abriu consulta pública sobre as novas normas para importação de fertilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas e matérias-primas. Os fertilizantes estão entre os principais produtos importados pelo Brasil do mundo árabe. 

O projeto de instrução normativa foi publicado no Diário Oficial da União e o Ministério vai receber sugestões de órgãos, entidades, empresas ou de pessoas interessadas no tema num prazo de sessenta dias. A consulta foi aberta na quinta-feira (17.12).

A instrução aborda os trâmites necessários e regras para a compra dos produtos de fora do Brasil. Entre elas estão quem pode importar os produtos: estabelecimentos importadores registrados do Mapa até consumidor final pessoa física ou jurídica para uso próprio, incluindo cooperativas para distribuição entre cooperados, empresas ou pessoas para fins de pesquisa e experimentação científica ou avaliação da qualidade do produto.

A norma diz também que o importador deve providenciar licenciamento de importação, segundo as regras do Ministério. Esse documento deve trazer informações como descrição do produto, garantias, quantidades, se embalado ou a granel, número de inscrição do produtor rural no caso de compra pelo consumidor final ou cooperados, entre outros. O Serviço de Fiscalização pode requerer, no processo, documentos como certificado de análise do produto, emitido no país de origem e traduzido, com teores dos componentes, entre outros dados.

O Brasil é um grande importador de fertilizantes já que a produção nacional não consegue atender toda a demanda da agricultura local. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), de janeiro a novembro deste ano o País importou 19,8 milhões de toneladas de fertilizantes. Já a produção nacional foi de 8,3 ilhões de toneladas no mesmo período. O consumo foi de 28,1 milhão de toneladas.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que o Brasil importou do mundo árabe 3,2 milhões de toneladas de janeiro a novembro deste ano. Os gastos com a compra do adubo da região foram de US$ 1,1 bilhão. O maior fornecedor árabe, no período, foi o Catar, seguido de Marrocos, Arábia Saudita e Omã. Os dois primeiros, no entanto, representam quase a totalidade do fornecimento, com 1,2 milhão de toneladas enviadas pelo Catar e 941 mil toneladas pelo Marrocos.

Chuvas no RS podem prejudicar ainda mais a safra de pêssego


Foto: Divulgação Agrolink
Nesta época, o pêssego é uma das frutas mais presentes nas mesas dos brasileiros, até porque, o calendário de plantio da cultura coincide com as festas de fim de ano, que fazem a demanda do pêssego aumentar. Em 2015, porém, já é possível observar uma pequena elevação no preço da fruta. 

De acordo com dados da Ceasa RS, na segunda quinzena de dezembro de 2014, o quilo do pêssego era vendido, em média, por R$ 3,50. Atualmente, o preço da fruta está em torno dos R$ 4,00, e pode ser encontrado até por R$ 7,00. O aumento de 12,5% na média do preço de venda já pode ser atribuído ao fenômeno El Niño, que prejudicou a oferta justo quando a procura aumenta. 

Mas os problemas climáticos que estão afetando os pessegueiros não são recentes. Em julho, período da florada no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 60% da produção nacional da fruta, o problema foi o calor, que antecipou a floração. “Tivemos altas temperaturas, que superaram os 30ºC. Além disso, a plantação também sofreu com a mudança brusca no tempo, pois tivemos calor intenso e geada em uma única semana”, revela Maria do Carmo Raseira, pesquisadora da Embrapa de Pelotas (RS). 

Agora, na época da colheita, a principal preocupação são as chuvas, que não param de cair sobre o Rio Grande do Sul. O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, explica que a região Sul foi uma das que mais sofreu os impactos causados pelo El Niño, que já é o mais forte desde 1997 e que também atingiu a parte rural da capital Porto Alegre, onde o engenheiro agrônomo Antonio Conte, da Emater/RS, confirma os estragos. “O excesso de água não tem sido favorável, pois o pêssego é propicio de regiões áridas ou secas”, explica Conte, que ainda diz não ser possível falar quanto foi perdido, mas revela a estimativa de quebra de safra: “com base no que já foi colhido, os produtores esperam uma perda de até 30%”. Até o inicio da segunda quinzena de dezembro, quase 60% da área plantada ainda estava para colher. 

As previsões da Climatempo indicam que as chuvas ainda acontecem em fevereiro, mas com menor frequencia se comparado a Janeiro: “ Não dá para descartar a ocorrência de granizo e fortes rajadas de vento, até o final do ano, que inclusive podem atingir Porto Alegre”, comenta Nascimento. 

Além da chuva, também são esperadas temperaturas abaixo da média em todos os estados do Sul do país, que segundo Nascimento, “serão causadas por frentes frias e por sistemas de baixa pressão, que vão se formar sobre a região e ajudar a provocar mais chuva”. Com o céu cheio de nuvens, temperaturas baixas e pouco sol, mais da metade da safra que ainda não foi colhida, fica em estado de alerta.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Propostas de mudanças na Lei de Proteção de Cultivares restringe uso de sementes por apenas uma safra

A Lei de Proteção de Cultivares (Nº 9.456/97) foi criada para organizar o mercado de variedades de sementes e mudas das diversas culturas e os direitos dos obtentores. Um dos principais benefícios dessa legislação é a liberdade que o produtor tem de comprar a semente (germoplasma), plantar e salvar uma parte delas para os plantios seguintes, independente do número de safras e tamanho da área. A Lei está sendo discutida novamente na Câmara dos Deputados, e, no entanto, uma das principais alterações propostas refere-se à semente salva.

Nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT) apresentou o parecer do Projeto de Lei nº 827/2015, do deputado Dilceu Sperafico (PP/PR), que altera a Lei de Proteção de Cultivares. No documento, ele propõe a incorporação de regra que se pretendeu estabelecer por meio da Lei de Sementes (Nº 10.711/2003) que impõe limitações aos agricultores que planejam reservar sementes para uso próprio, restringindo sua utilização apenas à próxima safra.

De acordo com o consultor de Tecnologia da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré, esse comando contido atualmente na Lei de Sementes apresenta dificuldade para ser aplicado, pelo fato de que a Lei de Proteção de Cultivares não impõe esse tipo de limitação à liberdade do agricultor para reservar semente para uso próprio. “A CNA reivindica garantia à manutenção dessa liberdade ao produtor, ou seja, salvar a semente independente do número de safras e tamanho da área”, frisa.

Minaré acrescenta que caso a própria Lei de Proteção de Cultivares reconheça os comandos contidos na estrutura normativa baseada na Lei de Sementes, o agricultor terá sua liberdade restringida. “É preciso modificar o parecer do Projeto de Lei do deputado Nilson Leitão antes que seja votado. Temos que preservar a garantia da reserva de sementes”, finalizou.

O PL Nº 827/2015 ainda precisa passar pela Comissão Especial e Plenário da Câmara dos Deputados antes de seguir para o Senado Federal.

Agricultura de Jundiaí busca se reinventar para o futuro

Em uma pacata propriedade rural de 30 hectares no bairro Champirra, em Jundiaí, o produtor Moacir Mazzi cultiva 180 mil pés de uva, o que lhe rende 78 mil caixas recheadas do fruto ao ano. Apesar da plantação ter atingido seu ápice no passado, quando 400 mil pés estavam espalhados pelo local, o desafio de Moacir nos dias atuais é manter a colheita de bons frutos e aumentar a capacidade produtiva.

Para tanto, o agricultor aplica técnicas eficientes de manejo que reduzem a quantidade de mão de obra e o tempo de serviço na terra. Além disso, a Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, busca estreitar o relacionamento entre a administração e o campo. Na tarde desta quinta-feira (17), o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) visitou, ao lado do secretário de Agricultura, Marcos Brunholi, a plantação de Moacir. “Estamos aqui para ouvir o produtor. O papel da secretaria tem sido dialogar e fortalecer o compromisso com a agricultura de Jundiaí”, disse o prefeito.

Segundo Brunholi, a visita é importante para mostrar à população que um trabalho de seriedade e destaque é desenvolvido nas terras cultivadas do município. “Em outra ocasião visitei a propriedade do Moacir e postei uma foto que tirei na rede social. A reação imediata de muitos foi perguntar se eu estava na Europa”, confessou.

O secretário reforçou que muitos jundiaienses não imaginam os grandes investimentos realizados pelos produtores. “Diversas pessoas não têm conhecimento da infraestrutura empregada no campo. Esse fator é fundamental para os bons resultados apresentados pelos nossos produtores. Acredito que vivemos num momento de reinvenção da agricultura.” Técnica - Membro da quarta geração da família Mazzi que atua no campo, Moacir se adaptou, em 2008, para não perder a luta contra as pragas. “Trouxemos a técnica do plantio das videiras no sistema Y para nos livramos da pérola (da terra)”, relembra, em referência à peste que ataca os parreirais.

Nesse sistema, as uvas crescem suspensas e distantes do solo, o que impede o acesso dos micro-organismos que vivem na terra. Além disso, a plantação em Y colabora ao reduzir a mão de obra e aumentar a capacidade produtiva.

“Antigamente, eu precisava de 15 homens para o trabalho que hoje é realizado por quatro pessoas”, explica. Como a distância entre os corredores dos pés de uva é maior, um pequeno trator transita e facilita o manejo do fruto. “Nossa produção cresce entre 20% e 25% quando comparada com o plantio tradicional.” Enquanto o antigo sistema enchia até 60 caixas de uva em um dia, o novo rende 150. “Isso nos ajuda muito, ainda mais neste período. É agora que nós conseguimos a recompensa por todo o esforço do ano”, diz, em referência às vendas de Natal e Ano Novo.

Eventos climáticos elevam os preços de frutas e hortaliças

Foto: Freepik
As hortaliças registraram alta nos preços comercializados nas principais centrais de abastecimento do país, no mês de novembro. É o que aponta análise divulgada nesta sexta-feira (18.12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre os preços de comercialização no atacado dos principais produtos hortigranjeiros. 

O estudo, feito pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Companhia, revela que as culturas de tomate, cebola e batata foram influenciadas pelas temperaturas elevadas aliadas às fortes chuvas que incidiram nas principais regiões produtoras do país. Essa conjuntura prejudicou a quantidade e a qualidade dos produtos ofertados no mês de novembro deste ano, ocasionando alta de preços. A menor elevação foi de 16,7%, para o tomate, e o maior aumento foi de 107,5% para a cebola nas capitais pesquisadas. A cenoura acompanhou o comportamento e chegou a apresentar elevação de até 23% em alguns mercados.

Já as variações de preços de alface são típicas de cada mercado, uma vez que a produção da folhosa está localizada sempre mais próxima dos centros de consumo. Apesar dessa especificidade, a hortaliça apresentou alta nos entrepostos pesquisados, com elevação máxima de 91% em Curitiba, reflexo da queda na oferta do produto devido às constantes chuvas ocorridas durante o mês de novembro.

Frutas – A alta demanda por frutas impulsiona os preços comercializados para cima, mesmo com uma maior oferta disponibilizada pelos produtores. Outro fator que influencia a subida de preços é o favorecimento das exportações com o dólar em patamar elevado, o que diminui a oferta de produtos no mercado interno.

A maçã foi a fruta que apresentou maior elevação quando comparada com outubro. A alta chegou a 34,6% em Campinas. As fortes chuvas, que levaram à redução da colheita do produto, e a continuidade da alta do dólar colaboraram para o aumento dos custos de produção e favoreceram a exportação, contribuindo para a alta registrada.

O excesso de chuvas nas regiões produtoras no Sul do país também prejudicou a produtividade da banana, acarretando na diminuição da área plantada. Já em Minas Gerais e no sul da Bahia, a escassez de chuva influenciou na menor demanda do produto nos entrepostos.

Os altos custos de produção e as exportações elevadas são os principais fatores que influenciam na menor oferta do mamão no país, o que pressiona para cima os preços de comercialização da fruta. A melancia não apresentou comportamento uniforme. Já a laranja foi a única fruta que apresentou uma ligeira queda nos preços, uma vez que a oferta se manteve forte no último mês.

O levantamento é feito nos principais mercados atacadistas. Em novembro, a análise contou com informações das centrais de abastecimento de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Curitiba. Minas Gerais não teve os dados analisados devido à greve dos funcionários da Ceasa Minas. Já os dados estatísticos do Espírito Santo, Goiás e do Ceará não foram informados em virtude de problemas operacionais na integração das informações de comercialização no Sistema de Informações dos Mercados de Abastecimento do Brasil – SIMAB.

CMN amplia prazo para renegociação de crédito fundiário


O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nessa quinta-feira (17.12) dar novo prazo para renegociação de parcelas de crédito fundiário. De 31 de janeiro deste ano, a data final de negociação passou a ser 31 de dezembro de 2016. A oportunidade vale para parcelas vencidas até o fim de dezembro de 2012. O prazo foi reaberto a pedido do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Segundo informações do Ministério da Fazenda, a autorização abrange operações envolvendo o Fundo de Terras e da Reforma Agrária, o Acordo de Empréstimo 4.147-BR e uma renegociação de dívidas de crédito rural aprovada em janeiro de 2013.

O colegiado estabeleceu também novo prazo de entrega da documentação necessária à formalização da renegociação, até 30 de junho de 2016. De acordo com a Fazenda, o prazo vale “excepcionalmente, para mutuários que realizaram pagamento da amortização mínima obrigatória no prazo previamente estabelecido”.

Ainda na reunião desta quinta-feira, o CMN autorizou a reabertura do prazo de contratação de financiamento de capital de giro para indústrias de torrefação no âmbito do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

O prazo, que tinha sido encerrado em 30 de novembro deste ano, agora ficará aberto até 29 de fevereiro de 2016. O Funcafé é uma linha de financiamento do governo, disponível em vários bancos, destinada a cafeicultores, cooperativas e agroindústria cafeeira.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Excesso de chuvas provoca perdas na agricultura de SC; Maçã e uva foram mais afetadas

Secretaria da Agricultura e da Pesca divulga relatório de perdas devido ao excesso de chuvas entre os meses de setembro e novembro deste ano. O estudo realizado pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri) avalia as principais culturas afetadas com a estimativa de perdas na safra 2015/16. 

A produção de milho foi uma das mais afetas, com uma redução de área plantada de 4,22% e a produção deve diminuir 3,94%. Isso representa uma quebra de 117 mil toneladas em relação ao que era esperado da colheita. A região mais afetada foi Ituporanga onde houve uma redução de 58% da produção e 55% de produtividade. 

Os produtores de soja sentirão menores impactos, apesar do atraso no plantio, o grão tem se desenvolvido normalmente. Porém, o excesso de chuvas e a pouca luminosidade causaram a redução da produtividade e, consequentemente, da produção esperada para a safra 2015/16. As estimativas são de que o estado colherá 7% a menos do que o esperado, o que representa cerca de 159 mil toneladas. 

A cultura do trigo também sofreu nesta última safra com geadas, granizo e o excesso de chuvas. Os prejuízos não são somente na quantidade produzida, mas também na qualidade do grão colhido. A estimativa é de que a produção tenha uma redução de 26%, com um rendimento médio reduzido em 24%. A quebra na produção em Canoinhas e Curitibanos ultrapassa os 40%. 

Nas regiões de Ituporanga e de Rio do Sul, a produção de cebola foi a mais afetada com uma redução na produção e na produtividade maior do que 50%. Se considerarmos o estado todo, a safra será 30% menor do que o esperado. 

Na produção de frutas, as culturas mais afetas são maçã e uva. Os produtores de maçã podem ter até 23,6% da safra comprometida, uma redução de 146 mil toneladas. As uvas viníferas também podem ter uma produção 31% menor do que o esperado, principalmente nas regiões de Joaçaba, Lages e Rio do Sul.

Programas emergenciais

Para auxiliar os produtores rurais do Alto Vale do Itajaí, que tiveram grandes prejuízos devido ao excesso de chuva, a Secretaria da Agricultura criou dois Programas Emergenciais. Através deles, o Governo do Estado irá subsidiar a aquisição de sementes de arroz e de soja.

Com um investimento de R$ 300 mil, a Secretaria irá subsidiar metade do valor do saco de semente de arroz e a outra metade será paga pelo agricultor com o que for produzido na próxima safra. Ao todo serão 11.340 sacas de 30 quilos e o limite é de 35 sacas por produtor.

A Secretaria da Agricultura irá apoiar ainda a aquisição de sementes de soja para a substituição das lavouras perdidas. Com um investimento de R$ 550 mil, a Secretaria irá subsidiar 30% do valor do saco de semente de soja e a outra parte será paga pelo agricultor com o que for produzido na próxima safra. Ao todo serão 14 mil sacas de 50 quilos e o limite é de oito sacas de soja por produtor.

Citros/Cepea: preço cai após 11 semanas em alta; exportação está firme

A demanda no mercado paulista de laranja in natura continuou baixa. Segundo colaboradores do Cepea, a proximidade das festas de final de ano limita a procura pela fruta, que não é considerada típica para o período. Assim, depois de 11 semanas em alta, produtores reduziram um pouco os valores pedidos, na tentativa de aumentar a atratividade aos compradores. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a pera tem média de R$ 17,95/cx de 40,8 kg, na árvore, recuo de 0,2% ante a semana passada.

Quanto às exportações brasileiras de suco de laranja, depois de alguns meses em baixa, seguem firmes em recuperação. Em outubro, o volume em equivalente suco concentrado e congelado aumentou 74% e, em novembro, 13%, ambos no comparativo com igual mês do ano passado. Esse resultado corrobora as expectativas iniciais de agentes de que as exportações brasileiras nesta safra sejam semelhantes às de 2014/15.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil enviou a todos os destinos 118,3 mil toneladas de suco de laranja concentrado e congelado em novembro, elevando para 439,9 mil toneladas o volume de julho a novembro, apenas 3% a menos que o do mesmo período da safra 2014/15. Em receita, o acumulado está em US$ 716,3 milhões, queda de 14%, mas em Reais há aumento de 34%, com a soma em R$ 2,6 bilhões.

Fonte: Cepea/Esalq

Orçamento de 2016 prevê R$ 841 milhões para seguro rural

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (17) a proposta do Orçamento de 2016, que prevê R$ 3 trilhões para despesas. Desse total, R$ 841 milhões se destinam ao Programa de Subvenção ao Seguro Rural, com aumento de 110% em relação à previsão inicial. O texto agora vai à sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Os números finais do projeto, relatado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), somente foram conhecidos na sessão desta quinta, depois que todas as mudanças aprovadas, por meio de destaques de parlamentares, foram incorporadas no texto.

Com a aprovação do volume de recursos para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural de 2016, milhares de produtores rurais poderão ser beneficiados, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Dos R$ 841 milhões, R$ 400 milhões são da proposta orçamentária do Executivo e outros R$ 350 milhões virão do remanejamento da ação orçamentária Subvenção Econômica para a Garantia e Sustentação de Preços na Comercialização de Produtos Agropecuários, um dos componentes da Política de Garantia de Preços Mínimos. Os R$ 91 milhões restantes foram assegurados por emendas do deputado Ricardo Barros.

A garantia dos recursos é uma conquista dos agricultores e da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). Nos últimos dias, os produtores e a FPA intensificaram as negociações e receberam o apoio dos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Fazenda, que autorizaram o remanejamento verbas para o Mapa para o próximo ano.

Faturamento da agropecuária aumenta 73% em 10 anos

A atividade rural brasileira colheu bons resultados nos últimos 10 anos. De 2006 a 2015, o valor bruto da produção (VBP) da agropecuária cresceu 73%, saltando de R$ 284 bilhões para R$ 492 bilhões, segundo a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesse período, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor teve aumento anual de 3,7%, acima do PIB da economia, que cresceu 3,3% ao ano. Entre os cinco estados que tiveram maior variação positiva do VBP, dois são do território do Matopiba: Tocantins e Piauí. 

Dos R$ 208 bilhões de crescimento do VBP, nesses 10 anos, R$ 128 bilhões se referem às lavouras, ou 64% do total. Em 2006, elas somavam R$ 186 bilhões e passaram para R$ 314 bilhões em 2015. Já a pecuária contribuiu com R$ 79 bilhões, o equivalente a 36%. Em 2006, o VBP do setor era de R$ 98 bilhões e chegou R$ 177 bilhões em 2015, conforme os dados apurados pela Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA.

Numa lista de 24 atividades, 17 apresentaram variação elevada do VBP entre 2006 e 2015. Nesse grupo, o menor aumento do VBP foi o da banana, de 34%, e o maior, o do tomate, de 147%. Tomate, algodão herbáceo, soja, uva e ovos foram os produtos que mais se destacaram. “Isso se deve ao desempenho da produção e à elevação de preços reais desses produtos”, assinala o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques.

Nesse mesmo grupo de 24 itens, arroz, fumo e café tiveram pequena elevação do VBP nos últimos 10 anos. Outros três – mandioca, feijão, cacau, mamona e laranja – apresentaram queda no valor bruto da produção. “As comparações foram feitas entre os três anos iniciais da década (2006-2008) e os três últimos (2013-2015), o que evita pontos isolados que alterem a interpretação dos resultados”, esclarece Gasques.

Estados e regiões

Ainda de acordo com a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, também houve mudanças expressivas na participação das regiões na formação do VBP da agropecuária nesses 10 anos. O Centro-Oeste teve incremento de 21,5% para 27%, o Sul passou de 29,3% para 29,4% e o Norte de 5,3% para 5,4%. Enquanto isso, a contribuição do Sudeste caiu de 31% para 26%, e a do Nordeste, de 11,9% para 9%.

Na classificação do VBP por unidades da Federação, entre 2006 e 2015, destacam-se estados do Norte, Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal. Os cinco primeiros colocados são Amapá, DF, Mato Grosso, Tocantins e Piauí. “No caso do Amapá e do Distrito Federal, a base pequena é um dos motivos do elevado aumento do valor bruto da produção”, observa Gasques. 

Ressalta-se, também, o fato de Tocantins e do Piauí estarem entre os primeiros colocados do ranking do VBP. “Esses dois estados integram, com o Maranhão e a Bahia, o território do Matopiba, que é uma região de grande potencial da expansão agropecuário”, enfatiza Gasques. Para ele, também é importante observar que nenhuma unidade da Federação apresentou redução do VBP nesses 10 anos. 

Cresce a participação do agronegócio na balança comercial brasileira

O agronegócio brasileiro representou 45,9% da balança comercial brasileira no acumulado entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. O percentual é maior que o registrado no ano passado, quando a participação do setor foi de 43%.

A grande presença do setor nas exportações, a maior dos últimos cinco anos, revela que, apesar de os preços das principais commodities terem caído, o volume exportado pelo Brasil cresceu.

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, prevê participação ainda maior no balanço final do ano. Até novembro, o valor exportado em produtos agropecuários acumulava US$ 88,13 bilhões.

“A agropecuária é um dos setores mais competitivos da nossa economia. Vamos completar dezembro com uma participação ainda maior, acima de 47% da balança comercial. Isso significa que quase metade de todas as exportações brasileiras são do agronegócio”, destacou a secretária.

China

Os dados - extraídos da AgroStat Brasil a partir de informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - mostram ainda que o volume exportado no mesmo período cresceu 13% em relação a 2014, com destaque para a carne de frango e a soja. Nos últimos 10 anos, o volume de produtos brasileiros embarcados para outros países cresceu 76%.

O maior parceiro comercial do Brasil é a China, responsável pela compra de 25% de tudo o que é exportado. Em seguida, estão a União Europeia (20%), os Estados Unidos (7%), o Japão (2,7%) e a Rússia (2,5%). Outros países representam 41,4% das vendas.

Os principais produtos que impulsionam a balança do agronegócio são o complexo soja, as carnes, os produtos florestais, o complexo sucroalcooleiro e o café (nesta ordem).

Preços

Como consequência da queda dos preços das commodities no mercado internacional, a cotação dos produtos brasileiros exportados diminuiu em 19% na comparação com 2014. Porém, o ganho dos produtores brasileiros continuou crescendo, o que pode ser constatado quando se analisa os valores em reais. De dezembro de 2014 a novembro deste ano, o setor vendeu R$ 298 bilhões, aumento de 12,4% em relação a 2014. Para 2016, a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) prevê alta ainda maior, de 15,2%.

“Aumentamos nossos volumes, mas os preços caíram 19%. Ao mesmo tempo, vimos um crescimento enorme nos valores em reais, mostrando que a atividade é bastante lucrativa para o nosso produtor”, observou a secretária.

Mais dados e gráficos sobre exportações do agronegócio podem ser acessados aqui.

Na contramão dos cortes, agricultura projeta mais recursos para o seguro rural

O agronegócio brasileiro torce para que os cortes realizados pelo governo federal no orçamento 2016 não atinjam drasticamente o setor. Diante da previsão inicial de R$ 400 milhões para o seguro rural, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tentar viabilizar mais recursos, para chegar ao montante de R$ 1 bilhão, suficiente para cobrir 20 milhões de hectares. Do contrário, as culturas que mais exigem proteção, como soja, feijão, trigo e milho safrinha, estarão ameaçadas de ficarem descobertas a partir do ano que vem.

O Plano Trienal do Seguro Rural (PTSR) 2016-18, anunciado no final de novembro, prevê até R$ 400 milhões para o benefício em 2016, contra os R$ 800 milhões previstos em 2015. O valor avança em 2017 e 2018, chegando a R$ 425 mi e R$ 455 milhões, respectivamente.

Para a Comissão Nacional de Política Agrícola Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as mudanças nas normas do programa são prejudiciais aos produtores. A nova versão do PTSR impacta negativamente o mercado de seguros agrícolas, pois “impedirão que muitos produtores rurais de trigo, milho segunda safra, feijão e frutas tenham acesso ao seguro agrícola”, diz o documento da entidade.

Origem dos recursos

Mas a tarefa do Mapa para inflar substancialmente o montante do seguro rural no próximo ano não será fácil, principalmente diante da política de ajuste fiscal do governo federal. O órgão realizando remanejamentos para aumentar a verba. Além do dinheiro já garantido no orçamento, R$ 350 milhões serão deslocados de outra área da pasta e mais R$ 100 milhões de emendas parlamentares.

Nas contas do Mapa, os outros R$ 150 milhões terão origem da venda de estoques de café e milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o órgão, apesar de não estarem definidos os volumes a serem comercializados, esses estoques não são necessários no país. Dados da Conab mostram que o governo mantém estoques de cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho e cerca de 1,6 milhão de sacas de 60 kg de café.

Os preços de referência do milho no mercado brasileiro atingiram esta semana o maior patamar em três anos, em meio à forte demanda para exportação e à elevada cotação do dólar frente o real. O café arábica acumula alta de 5% em 12 meses, mas quase duas vezes mais valorizado que no fim de 2013. A União tem despesa anual de 200 milhões de reais para manter os estoques.

DuPont e produtores testam Tyvek® na uva do Vale do São Francisco

Foto: Divulgação Agrolink
Primeiros resultados apontam viabilidade do produto na proteção de lavouras contra a chuva e o sol e na melhora da qualidade dos frutos. Testes realizados nas fazendas Área Nova e Vale Verde, ambas em Petrolina (PE), terão continuidade nos próximos meses

Um evento realizado no CIB - Centro de Inovação Brasil, da DuPont, na cidade de Paulínia (SP), analisou resultados parciais de ensaios que a companhia e produtores de uva realizam em conjunto na região do Vale do São Francisco. O estudo busca comprovar a eficácia do produto Tyvek® na proteção de lavouras contra chuvas, raios solares e outros efeitos externos que causam danos às plantas e aos frutos.

Tyvek® é um produto com múltiplas aplicações, atualmente utilizado em roupas de segurança e proteção, embalagens e na indústria gráfica, por exemplo. É definido pela DuPont como um material não-tecido de alta resistência, composto por 100% de fibras de polietileno de alta densidade. Resistente à água e ao mesmo tempo respirável, Tyvek® é ainda altamente refletivo, segundo a DuPont.

“Não é papel, é mais forte, unindo as melhores características de um papel, de um filme sintético e de um tecido. É possível perfurá-lo e dobrá-lo com precisão. Tyvek® apresenta uma textura natural e suporta ambientes difíceis e extremos”, explica Júlio Tabegna, gerente de tecnologia da DuPont.

De acordo com a companhia, os testes em andamento estão baseados no programa global de inovação da DuPont e têm foco na contribuição de Tyvek® à produção de uva de alta qualidade nas safras do Vale do São Francisco. A DuPont adianta que há indicativos de que o emprego de Tyvek® na cobertura de lavouras contribui para prolongar o período da safra e o amadurecimento da fruta.

“Há fortes evidências de que Tyvek® é eficiente na proteção das lavouras contra ventos, mudanças bruscas de temperatura, chuvas, radiação excessiva e ataques de insetos e fungos”, destaca Angela C. Vargas, engenheira de desenvolvimento e aplicação da DuPont.

“O objetivo da DuPont no médio prazo é a certificação de Tyvek® como uma tecnologia de fomento à qualidade da uva e à rentabilidade do produtor do Vale do São Francisco”, reforça Luiza Cantanhede, executiva de marketing da companhia. 

São parceiros da DuPont no desenvolvimento do projeto Tyvek® Uva o consultor e produtor Newton Shun-Iti Matsumoto e o produtor Eduardo Shoiti Nakahara.

Matsumoto é um engenheiro agrônomo referenciado no agronegócio, além de sócio da Rupestris Consultoria e proprietário da fazenda Área Nova, de Petrolina (PE), com 40 hectares. Shoiti Nakahara, engenheiro agrônomo especializado em gestão empresarial, pertence à família controladora da fazenda Vale Verde, com 190 hectares, também em Petrolina (PE).

Maior polo de fruticultura irrigada do Brasil, o Vale do São Francisco fechou suas exportações em US$ 213 milhões no ano passado, ante US$ 220 milhões de 2013. Os embarques de uva caíram 11% em dólares, fechando em US$ 93 milhões, e 35% em quantidade, para 28 mil toneladas. Para a Câmara de Fruticultura do Vale do São Francisco, a principal causa dessa queda foi o clima nublado entre o final de 2013 e o início de 2014, que impactou negativamente na fertilização dos cachos e no desenvolvimento da fruta.

A região do Vale fica entre os estados de Pernambuco e Bahia e responde por 98% das exportações brasileiras de uva. Nos dias de hoje, contudo, a produção do Vale do São Francisco está mais voltada ao mercado interno do que ao externo. Divididos entre a manga e a uva, há aproximadamente 21 mil hectares cultivados na região. Em 2008, em torno de 60% da produção de uva eram destinados ao mercado externo, enquanto atualmente o volume exportado é da ordem de 20% a 30%.

Segundo a DuPont, novos ensaios de campo irão ocorrer em breve e a expectativa é divulgar os primeiros resultados consolidados da pesquisa no primeiro semestre de 2016.

Valor Bruto da Produção de 2015 alcança R$ 491,6 bilhões

A estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) para 2015 é de R$ 491,6 bilhões, pouco abaixo do que foi atingido em 2014 (R$ 492,2 bilhões). As lavouras tiveram redução de 1,4% este ano e somaram R$ 314,2 bilhões, enquanto que a pecuária teve um acréscimo de 2,26% e totalizou R$ 177,44 bilhões. O VBP consolidado deste ano será atualizado em janeiro de 2016.

Os preços agrícolas em 2015 estão sendo determinantes nos resultados do ano, ressalta o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

No grupo de 27 produtos agrícolas e da pecuária analisados neste levantamento, apenas sete apresentam preços maiores em relação a 2014. Entre eles, estão o algodão, cacau, café (arábica e conilon), cebola, feijão, pimenta do reino e carne bovina.

Cinco produtos tiveram desempenho favorável neste ano: cebola (174,6%), pimenta do reino (83,9%), mamona (80,5%), soja (5,2%) e milho (4,23%). Na pecuária, os resultados positivos estão sendo observados na carne bovina (7%), suína (2,36%) e de frango (2,35%).

Amendoim (-24,9%), laranja (-17,7%), uva (-16,3%), maçã (-15,8%), tomate (-15,5%), mandioca (-10,8%) e cana-de-açúcar (-10%) foram os produtos que tiveram as maiores quedas em faturamento.

De acordo com o levantamento da Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, os valores regionais mantêm a distribuição observada em meses anteriores. O Sul tem o maior VBP, com R$ 136,9 bilhões; Centro-Oeste, R$ 127, 3 bilhões; Sudeste, R$ 117,8 bilhões; Nordeste, R$ 44,6 bilhões e Norte, R$ 27,3 bilhões.

O Mato Grosso apresenta valor da produção superior ao de São Paulo, que tradicionalmente ocupa posição de liderança no indicador. Destaca-se, também o crescimento acentuado do VBP em estados do Norte como Tocantins, Pará e Rondônia.

De acordo com Gasques, ainda como estimativa muito preliminar, o VBP de 2016 está estimado em R$ 492,6 bilhões, pouco acima do de 2015.

Saiba mais

O Valor Bruto da Produção Agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.

Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 27 maiores produtos agropecuários (entre culturas e carnes), o valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Fertilizantes foliares complexados com aminoácidos ajudam a corrigir carências nutricionais em plantas


Processo também favorece a velocidade e a eficiência da absorção, beneficiando regiões afetadas pelo El Niño que registram índices pluviométricos elevados

A complexação de nutrientes por aminoácidos de origem natural permite formular fertilizantes foliares que apresentam vantagens para diferentes culturas de grãos e hortifruti. As soluções auxiliam na correção de deficiências nutricionais causadas por estresse biológico, físico ou químico, por exemplo. Além disso, possuem elementos mais biodisponíveis, ou seja, com um grau de aproveitamento superior, o que favorece a velocidade e a eficiência da absorção pelas plantas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Átila Francisco Mógor, professor doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), se os componentes da formulação orgânica forem aminoácidos com configuração levógira – obtidos a partir de processos de fermentação, por exemplo –, oferecem outros benefícios. “Além da função de agente complexante, o aminoácido pode ser incorporado ao metabolismo vegetal e participar de processos biológicos da planta e oferecer resposta aos estresses”, observa.

Como a disponibilidade do nutriente é mais rápida, também pode-se reduzir as perdas por lavagem com chuvas, conforme explica Mógor. Essa característica é benéfica principalmente em áreas afetadas pelo fenômeno climático El Niño, como as regiões Sul e Sudeste, que têm registrado índices pluviométricos elevados. “A complexação evita que o nutriente fique preso na cutícula e na epiderme da planta. Se o produto ficar exposto durante muito tempo na cutícula, na parte externa da folha, é mais provável que a chuva o lave”. 

A Alltech Crop Science, especializada em nutrição vegetal, elabora fertilizantes foliares complexados com aminoácidos, desenvolvidos a partir da fermentação de leveduras derivadas da cana-de-açúcar. “Os produtos são corretores de carências nutricionais necessários em condições de solos deficientes e diante do efeito do estresse competitivo ocasionado pelo adensamento populacional no sistema produtivo, além dos casos de estresse salino, alta temperatura, excesso de chuvas, entre outros fatores de interferência ambiental. Então, quanto mais rápido a absorção ocorre, mais rápida é essa suplementação nutricional e correção da carência”, observa o engenheiro agrônomo Leonardo Porpino, gerente técnico da empresa.

“Os aminoácidos participam de várias funções no metabolismo das plantas e interagem com a sua nutrição, tornando mais eficiente tanto a absorção dos nutrientes, quanto seu transporte e a assimilação. As plantas já produzem aminoácidos por conta própria, mas em função de todos os estresses inerentes à atividade agrícola, a demanda é maior que a quantidade produzida em condições naturais”, afirma Porpino. No entanto, ele ressalta que a adubação foliar apenas complementa a aplicação via solo, já que as plantas absorvem de maneira eficaz na superfície da folha.

Guatambu Estância do Vinho encerra 2015 com aumento de 175% no faturamento

Crescimento nas vendas está ligado ao salto de qualidade dos espumantes e às premiações recebidas pelos rótulos nos últimos dois anos


A Guatambu Estância do Vinho encerra 2015 comemorando o aumento de 175% no faturamento, em relação às vendas de 2014. Um dos grandes motivos, segundo o diretor e sócio proprietário da vinícola, Valter José Pötter, está diretamente ligado ao salto de qualidade da linha de espumantes, através das excepcionais safras das uvas brancas do triênio 2013/2014/2015. “A qualidade reflete nos expressivos prêmios que recebemos e no aumento das vendas”, declara.

Além disso, o constante crescimento na região sul e a significativa abertura no mercado das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro também reforçam o excelente momento. “Em São Paulo fechamos no primeiro semestre deste ano uma parceria com a adega itinerante Los Mendozitos, somos os únicos brasileiros na carta de vinhos deles”, conta. No Rio de Janeiro, o cenário é otimista: foram 25 novos pontos de venda na cidade, entre bares, bistrôs e restaurantes.

Pötter ressalta que a alta do dólar no último trimestre também despertou o interesse do público consumidor em rótulos nacionais: “Até 2014, tínhamos apenas um ponto de venda em Santana do Livramento, cidade conhecida pelos Free Shops. Em 2015 fechamos 20 novos locais que comercializam nossos vinhos”.

A vinícola boutique localizada em Dom Pedrito, RS, na Campanha Gaúcha, existe há doze anos e seus vinhedos estão localizados na latitude 30º58’ sul – a mesma de países como Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, referências na produção de vinhos. Desde 2012 sua produção ocorre totalmente nas instalações do empreendimento, inaugurado para visitação em 2013: uma construção que engloba toda a área de produção, auditório, salão com parrilla para eventos e loja. Desde a abertura para o público até novembro de 2015, o local recebeu mais de 15.000 visitantes de diversas cidades do RS, além de muitos turistas uruguaios, que prestigiam a programação que conta com almoços harmonizados e cursos de degustação. Somente este ano, a vinícola recebeu mais de 10 prêmios em eventos e concursos.

O ano foi marcado pelo lançamento de novos produtos, como o vinho Épico, disponibilizado no mercado durante a ExpoVinis 2015 e vencedor Grande Prova Vinhos do Brasil 2014/2015 na categoria Tinto Corte. Expoente de mais alta gama da vinícola, o Épico foi elaborado com pequenas reservas de vinhos de quatro diferentes safras (2011, 2012, 2013, e 2014) das melhores parcelas dos vinhedos de Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat e Tempranillo, sendo que todos passaram por carvalho francês e americano.

Na mesma ocasião também foram lançados o primeiro varietal Pinot Noir da Guatambu, safra 2014, dentro da linha Rastros do Pampa, da qual também faz parte o Rastros do Pampa Tannat, ganhador na categoria Melhor Tinto Nacional do Top Ten da ExpoVinis 2014, e o branco Luar do Pampa Gewürztraminer 2015. 

Mais recente produto disponível no mercado, o Espumante Angus Extra-Brut, é uma parceria com Associação Brasileira de Criadores da Raça Angus. Elaborado com uvas Chardonnay, colhidas manualmente, é produzido pelo processo champanoise, revela aromas finos de frutas de polpa branca, como ameixa branca e pera dando lugar, em segundo plano, a notas delicadas de pão tostado e leveduras. Este é o segundo rótulo produzido pela vinícola para a Associação, que em 2014 lançou o Vinho Angus Tannat.

Perspectivas 2016
Em março de 2016 está marcada a inauguração do Parque Solar da vinícola, com 600 painéis foto-voltaicos, que servirão para suprir 100% da demanda energética da produção e também servirão como cobertura no estacionamento de carros, na entrada da propriedade. É um investimento de R$ 1,3 milhões, com previsão de retorno em oito anos. Atualmente, 18 painéis serviram de piloto por dois anos, no fornecimento de parte da energia para as instalações. Além de economia de energia elétrica, o sistema registra a economia na emissão de CO2 e devolverá à rede de energia a produção sobressalente que não for utilizada. “Nosso consumo no pico é de 20 mil quilowatts por mês. Com a instalação do sistema fotovoltaico, vamos garantir uma economia financeira e de energia”, afirma Pötter. “Nossa trajetória empresarial sempre foi norteada pela inovação e sustentabilidade econômica, social e ambiental dos empreendimentos. No caso da vinícola não poderia ser diferente”, afirma.

A previsão de aumento das vendas, em comparação a 2015, é de 50%, com também aumento de público visitante em 100%, tendo como estimativa um público de 12000 pessoas que visitarão o empreendimento, com ticket médio de R$ 100,00.

Novos produtos
Uma nova linha de vinhos tranquilos entrará na lista de rótulos oferecidos, com o lançamento da linha Lendas, de alta gama, como o vinho Épico. Segundo a enóloga e sócia-proprietária da Guatambu, Gabriela Hermann Pötter, são vinhos varietais como Cabernet Sauvignon, Tannat e Tempranillo: “são bebidas que terão mais tempo de amadurecimento em barricas e maior potencial de guarda”. O nome Lendas remete à cultura da região do Pampa Gaúcho e a diversas lendas do folclore local, como o “Baile dos Anastácios” e “Negrinho do Pastoreio”.

Um espumante também está previsto para 2016: será o primeiro espumante negro da Guatambu, elaborado com uvas Merlot pelo método champenoise, onde a casca das uvas tintas são maceradas junto com o bagaço, dando cor à bebida. “É um estilo ainda pouco comum no Brasil, mas fácil de encontrar na Europa, Argentina e Chile”, afirma Gabriela.

Agronegócio brasileiro vai à COP-21 em busca de reconhecimento à sua produção sustentável e investidores globais


A Sociedade Rural Brasileira (SRB) realiza na próxima segunda-feira, no dia 07 de Dezembro, em Paris, um debate sobre uso sustentável das terras no Brasil. O Sustainable Land Use in Brazil ocorre paralelamente à 21ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP21), iniciada na última segunda-feira na capital francesa. O encontro tem apoio da Apex, da Embaixada Brasileira na França, do banco Credite Agricole, da consultoria francesa de negócios Business France, além das entidades brasileiras Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar) e (CPI) Climate Policy Initiative.

Além de debater o uso da terra, o evento deve criar um ambiente que leve o Brasil a ser reconhecido pela comunidade internacional como um dos países mais sustentáveis do mundo para atrair investimentos, conciliando ainda mais a produção agrícola e a preservação ambiental.

Para o presidente da SRB, Gustavo Diniz Junqueira, o Brasil vem desenvolvendo mecanismos de valorização da produção em consonância com a floresta preservada, de modo a criar as diretrizes de uma economia competitiva e fundamentada em baixa emissão de carbono. Nesse contexto, avalia o dirigente, um dos grandes desafios do País é buscar o reconhecimento da comunidade internacional sobre a capacidade da produção sustentável do agro brasileiro e, portanto, atrair o capital dos investidores globais para apoiar a intensificação de áreas degradadas. "Para colocar as ações em prática, os países precisam reconhecer que o avanço nas discussões sobre as metas climáticas e o uso sustentável da terra não pode ser dissociado das negociações comerciais", avalia o executivo.

Junqueira está confirmado para o debate ao lado de representantes de importantes organizações. A dirigente da Unica, Elizabeth Farina, vai tratar sobre como a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis ??de energia pode combater as alterações climáticas: "A produção da cana-de-açúcar no Brasil é uma das atividades mais sustentáveis do agronegócio mundial, com benefícios sociais, econômicos e ambientais", aponta. Rachel Biderman, do World Resources Institute (WRI), falará sobre as oportunidades para promover a restauração florestal no Brasil, enquanto Marcello Britto, da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), discutirá os princípios e as práticas da agricultura de baixo carbono.

O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) vai ao evento para desconstruir a imagem da pecuária como vilã das mudanças climáticas: "Vamos discutir o papel da atividade no alcance das metas estabelecidas pela Convenção de Mudanças Climáticas, além de divulgar o nosso trabalho em prol de uma atividade mais sustentável", disse o vice-presidente Francisco Beduschi. Quem também estará presente é Thomas Heller, fundador do Climate Policy Initiative (CPI). Para Heller, o Brasil possui grande potencial inexplorado para melhorar a produtividade: "Há regiões de excelência, especialmente em certas culturas, mas parcela substantiva da área do País ainda é explorada com pouca produtividade, especialmente na pecuária", observa o executivo.

As discussões serão mediadas por Roberto Waack, presidente do conselho da Amata e coordenador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento multissetorial, pioneiro no Brasil, que visa a concretização de uma nova economia de baixo carbono.

Agropecuária terá PIB positivo em 2015, prevê secretário de Política Agrícola do Mapa


A agropecuária apresentará Produto Interno Bruto (PIB) crescente em 2015, comprovando que o setor continua investindo em aumento de produção e produtividade, segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar. Nesta quarta-feira (2), ele divulgou nota técnica analisando o resultado do PIB agropecuário do 3º trimestre deste ano, que teve queda de -2% em relação a igual período de 2014. Os números foram anunciados nessa terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com Nassar, a variação anual (quatro trimestres) do PIB da agropecuária é sempre positiva, ou seja, o setor tem crescido com consistência. “Além disso, a variação em 2015 está em patamares semelhantes a 2014, demonstrando que o setor agropecuário manteve em 2015 seu ritmo de investimento em comparação com 2014.” Abaixo, a íntegra da nota técnica do secretário de Política Agrícola:

PIB agropecuário do 3º trimestre de 2015

O IBGE divulgou em 01 de dezembro de 2015 os resultados do PIB do 3º trimestre de 2015.

Os principais resultados são os seguintes:


O PIB agropecuário apresentou queda de -2% no 3º trimestre de 2015 em relação ao 3º trimestre de 2014. Essa queda ocorreu por conta de menores produções em lavouras colhidas no terceiro trimestre, sobretudo café, cana-de-açúcar e trigo.

Na taxa acumulada em 4 trimestres a agropecuária apresentou crescimento de 2,1%. O mesmo resultado foi observado na taxa acumulada nos 3 trimestres de 2015 (2,1%). Já o PIB total caiu em ambos os casos. Os dados do terceiro trimestre são bom indicativo do que deverá ocorrer no ano de 2015. Ou seja, o PIB agropecuário em 2015 deverá crescer ao redor de 2%.

A mensagem positiva está no fato de que a agropecuária apresentará PIB crescente em 2015, comprovando que o setor continua investindo em aumento de produção e produtividade. O gráfico 1 mostra que a variação anual (4 trimestres) do PIB da agropecuária é sempre positiva, ou seja, o setor tem crescido com consistência. Além disso, a variação em 2015 está em patamares semelhantes a 2014 demonstrando que o setor agropecuário manteve em 2015 seu ritmo de investimento em comparação com 2014. Os dados de 2014 e 2015 mostram que o setor tem conseguido crescer a uma taxa ao redor de 2% ao ano sem interrupção nos últimos 6 trimestres.

O gráfico2 traz o PIB agropecuário trimestral em valores correntes de 2013 a 2015. Em 2015 o comportamento do PIB agropecuário segue a tendência normal de queda ao longo do ano por conta da entressafra do segundo semestre.

A amora-preta ocupa espaço no mercado da indústria e de mesa ao valorizar o seu potencial



Foto: Paulo Lanzetta
Embrapa lança, no dia 8, a nova variedade BRS Xingu, com período tardio de colheita e mais produtiva. O evento marca uma jornada técnica para discussão de melhorias na cultura. 

A moda agora é você preparar para eventos especiais os bolos pelados, os "naked cakes", que na sua maioria utilizam frutas. Neste caso, algumas frutas pouco usadas, ou comercialmente mais caras, e que carregam a delicadeza e o potencial nutricional recomendados por especialistas da área da saúde como o caso das frutas vermelhas. Entre elas, encontramos a amora-preta.

A amora-preta, embora considerada uma fruta pouco cultivada e usada na nossa região, está presente em algumas pequenas propriedades. " A cultura da amoreira-preta é destinada aos agricultores familiares, pois é possível agregação de valor ao produto, aproveitamento da terra e se pode contar com a família no manejo, poi precisa de bastante mão de obra", orienta a pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira, da Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS, que trabalhou junto ao lançamento de seis variedades e que vem há muitos anos se dedicando a novas pesquisas. Através do melhoramento genético da fruta, os estudos possibilitam lançar ao mercado variedades com características desejáveis para mesa e para indústria.

Por este longo trabalho, a Embrapa é a responsável no país por desenvolver cultivares de amoreira-preta para a produção comercial. Os estudos de pesquisa em torno da cultura, se iniciaram em 1973, e de lá prá cá, foram lançadas seis cultivares: Ébano, Negrita, Kaigangue, Guarani, Xavante e Tupy, sendo esta última, a mais cultivada no mundo. 

Antes do término do ano de 2015, a Empresa lança o mais novo produto em fruticultura: a BRS Xingu. Uma variedade de amoreira-preta que vem atender desejos do agricultor e do consumidor como um período mais tardio de colheita - cerca de 15 dias a mais que a variedade Tupy - e sabor mais doce. O lançamento vai ocorrer no dia 8 de dezembro, às 9 horas, nas dependências da sede da unidade de pesquisas, em Pelotas.

A amoreira-preta BRS Xingu

Originária de cruzamento realizado em 2003 entre a cultivar Tupy e a cultivar americana ‘Arapaho', a cultivar BRS Xingu é bastante semelhante ao seu parental materno, se distinguindo pela maturação um pouco mais tardia. Em média, a maturação inicia 10 dias depois da cultivar Tupy e o período de colheita se estende por mais duas semanas, após o final da colheita da cultivar Tupy.
Testada como seleção Black 164, suas plantas têm espinhos nas hastes, as quais são de hábito semiereto a ereto, não sendo resistentes à ferrugem-da-haste. Segundo a pesquisadora, essa condição de ser semiereta pode ser identificada como uma dificuldade, sendo necessária a sustentação de arame para seu desenvolvimento. Quanto a sanidade das plantas, a amoreira não apresentou nenhuma ocorrência, por isso, não sofreu nenhum tratamento fitossanitário, apenas se usou adubo mineral.

Essa cultivar tem a mesma faixa de adaptação da cultivar Tupy, ou seja, áreas com 200 a 300 horas de acúmulo de temperatura hibernal abaixo de 7,2 ºC. Entretanto, isso não significa que não possa se adaptar a outras áreas, apenas que ainda não foram testadas em condições diferentes. A BRS Xingu, como todas as cultivares de amora-preta, em geral, não se adapta a solos encharcados. "Temos parceiros para cultivo e adaptação nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, assim como temos trabalhos em conjunto com uma empresa na Escócia, que faz testes em diversos países, como será o caso, da Guatemala e México. E também nos procuraram para manter contato, uma empresa chilena", contou a pesquisadora. 

Na coleção da Embrapa, na média das últimas seis safras, a BRS Xingu produziu 800 g a mais por planta do que a cultivar Tupy. "Cada planta pode produzir até 3kg por planta. E alguns agricultores colheram entre 12 a 20 toneladas por hectare", informou. 

As frutas são preto-avermelhadas, de tamanho médio a grande e boa firmeza. O sabor é doce-ácido. Em painéis de análise sensorial, essa seleção foi considerada levemente superior, em aparência à cultivar Tupy, e semelhante em textura e sabor. As frutas da BRS Xingu tiveram muito boa conservação pós-colheita. "Elas mantiveram a cor preto-avermelhadas na mesma intensidade, demonstrando que são uma boa opção para mesa", considerou.

O preço de venda da fruta pelo agricultor para indústria está cotada em cerca de quatro reais o kilo, enquanto que para a mesa o valor é mais elevado. Muitos são seus usos na culinária, e pode ser explorada comercialmente. "É possível usar a amora no preparo de sorvetes, tortas, geleias e sucos, e tem algo ainda não explorado da fruta que é o seu corante natural, podendo ser usado na apresentação de alimentos, pois a maioria dos corantes alimentícios são artificiais", sugeriu Maria do Carmo.

Após o lançamento da variedade, as mudas poderão ser encontradas junto a viveiristas licenciados pela Embrapa. Se tiver interesse, acesse a página de cultivares da Embrapa em www.embrapa.br/produtos-e-mercado/cultivares.

Benefícios para saúde

A parte de estudo sobre as propriedades funcionais da fruta são importantes nos dias atuais pelos benefícios à saúde. Segundo o pesquisador Luis Eduardo Antunes a amoreira-preta apresenta frutas de alta qualidade nutricional e valor econômico significativo. Elas são ricas em vitamina C e contêm em torno de 85% de água, 10% de carboidratos, elevado conteúdo de minerais, vitaminas do complexo B e A, além de serem fonte de compostos funcionais, como ácido elágico e antocianinas. Também são ricas em fibras e ácido fólico. 

A pesquisadora Márcia Vizzotto explica que estudos comprovam que as frutas da amoreira-preta contêm ainda ácidos graxos essenciais, como o linoléico e o linolênico. Esses compostos devem ser obtidos através da dieta e são importantes para regular várias funções do corpo, incluindo pressão arterial, viscosidade sanguínea, imunidade e resposta inflamatória. Conforme ela, se conhece pouco sobre o valor nutricional e parâmetros de qualidade das diferentes variedades de amora que foram desenvolvidas/introduzidas no Brasil. Mas, a Embrapa tem trabalhos recentes que comparam as características físico-químicas de cultivares de amora-preta já difundidas no Brasil, com seleções que estão sendo desenvolvidas na unidade de pesquisas. "A amora-preta in natura é altamente nutritiva, apresentando elevado conteúdo de minerais, vitaminas B, A e cálcio. Uma série de funções e constituintes químicos é relatada na literatura internacional relacionados às qualidades da amora-preta, estando, entre eles, o ácido elágico, um composto fenólico que possui funções antioxidante, anti-mutagênica, anticancerígena e além de ser um potente inibidor da indução química do câncer", comenta. A pesquisadora conduz um trabalho para quantificar os compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante de frutas provenientes de 10 seleções (com e sem espinho) e quatro cultivares com espinhos de amoreira-preta cultivadas na região Sul do Brasil.

Jornada Técnica da Amora

Além do lançamento da BRS Xingu, o dia 8 de dezembro, também será reservado à discussão sobre o manejo da cultura. A Embrapa preparou uma jornada técnica durante todo o dia, aonde os especialistas vão falar sobre as novidades que estão ocorrendo em cada etapa de cultivo da amoreira-preta: sistema de cultivo, manejo da cultura e propagação, adubação, ocorrência e manejo de pragas e doenças, manejo da colheita e pós-colheita, seleções avançadas de amora-preta, agregação de valor e propriedades funcionais e nutracêuticas da fruta. A atividade está marcada no auditório da Embrapa Clima Temperado.

Produtores de amora em Pelotas

O programa de televisão da Embrapa, o Terra Sul, irá apresentar em sua edição do sábado, 12 de dezembro, a matéria sobre o cultivo da amora na região de Pelotas, aonde o ex-pesquisador da Embrapa e atualmente agricultor de amoras, Flávio Herter, vai mostrar a sua produção, os cuidados com o manejo da cultura e as oportunidades de exploração comercial, que o fizeram montar um negócio para oferta de produtos da agroindústria familiar no centro de Pelotas.

+ CULTIVARES LANÇADAS PELA EMBRAPA
- Ébano 
- Negrita
- Kaigangue 
- Guarany
- Xavante
- Tupy
** As variedades Ebano, Guarany e Xavante ainda são produzidas
**A Tupy é a mais cultivada no mundo

+ ASPECTOS BUSCADOS PELO MELHORAMENTO DE VARIEDADES DE AMORA
- Sabor (mais doce)
- Extensão de período de colheita
- Sem espinhos
- Porte ereto
- Facilidade para colheita
- Tamanho maior do fruto
- Tamanho menor de sementes

Fonte: Embrapa

13ª Feira de Pequenas Frutas, Artesanato e Mel e 3ª Feira de Frutas Nativas do RS


















Nos dias 11, 12 e 13 de Dezembro, ocorrerá, no Mercado Público de Vacaria a 13ª Feira de Pequenas Frutas, Artesanato e Mel e 3ª Feira de Frutas Nativas do RS. O Evento, que conta com o apoio da Embrapa Uva e Vinho, terá uma série de atividades culturais, oficinas de artesanato e culinária, além de apresentações artísticas. Haverá também a comercialização de peças de artesanato, frutas em natura, mel, doces, geléias e diversos outros produtos. O mercado Público de Vacaria fica na Rua Sergipe,135 no Bairro Pinheiros. Mais informações na página do evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/432786460244904/

Fonte: Embrapa