terça-feira, 13 de outubro de 2015

Balança comercial do agronegócio tem saldo de US$ 6,29 bilhões em setembro

O agronegócio brasileiro teve saldo comercial de US$ 6,29 bilhões em setembro deste ano, resultado das exportações de US$ 7,24 bilhões ante as importações de US$ 954,93 milhões. Os números constam da balança comercial do agronegócio do mês passado, divulgada nesta terça-feira (13) pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Ainda segundo a SRI, a participação dos produtos no agronegócio no total das exportações brasileiras aumentou de 42,3% em setembro de 2014 para 44,8% no mesmo mês deste ano. A balança do mês passado mostra também que, pela primeira vez no ano, os cereais, farinhas e preparações ultrapassaram os embarques de café e do complexo sucroalcooleiro e ficaram entre os principais produtos do ranking brasileiro de exportações.

As exportações de US$ 7,24 bi do agronegócio em setembro deste ano correspondem a uma queda de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2014. Essa redução, observa a SRI, reflete a diminuição das cotações internacionais dos principais produtos agropecuários exportados pelo Brasil. As importações do setor caíram 33,1%, passando de US$ 1,43 bilhões para US$ 954,93 mi, na comparação entre setembro de 2014 e o mês passado.

Em setembro último, os embarques do agronegócio brasileiro foram liderados pelo complexo soja; carnes; produtores florestais; cereais, farinhas e preparações; e complexo sucroalcooleiro. Esses cinco produtores responderam por 74% das vendas externas do setor no mês passado.


Produtos

O complexo soja teve forte incremento no volume exportado em setembro. As vendas externas de soja em grão aumentaram 38,8%, e as de óleo de soja, 137,6%. Mesmo assim, a queda nos preços do setor impediu o crescimento das exportações em valor. Com isso, os embarques do complexo soja passaram de US$ 1,99 bilhões em setembro de 2014 para US$ 1,97 bi no mês passado, com recuo de 1,2%.

Em segundo lugar no ranking da balança comercial, as carnes também tiveram retração, saindo de US$ 1,5 bi em setembro de 2014 para US$ 1,27 bilhão no mês passado. De acordo com a SRI, esse resultado ocorreu devido, principalmente, à redução do preço médio de exportação do setor.

As exportações de carne de frango caíram para US$ 582,9 mi, ou menos 18,6%, com aumento de 0,5% na quantidade embarcada e queda de 19% no preço médio. Já as vendas externas de carne bovina diminuíram para US$ 518,04 milhões (-7,7%), com redução de 7,5% no preço médio exportado e 0,3% na quantidade exportada. O comércio externo de carne suína e de peru também recuou: -22,9% e -21,12%, respectivamente.

Os produtos florestais ocuparam o terceiro lugar no ranking da balança comercial de setembro. O setor expandiu em 4,8% as exportações, que totalizaram US$ 877,93 milhões. O aumento ocorreu por causa do aumento das vendas externas de papel e celulose, que alcançaram US$ 665,36 milhões (+11,2) no mês passado. Os embarques de madeiras e suas obras foram no sentido contrário, registrando queda de 12,1%, com valor de US$ 209,80 milhões.

Novidade entre os cinco primeiros colocados do ranking da balança comercial, os cereais, farinhas e preparações tiveram aumento de 17% no valor exportado, que atingiu US$ 633,37 milhões no mês passado. Esse desempenho foi impulsionado pelos embarques de milho, que tiveram elevação de 17,2% devido à elevação de 28,7% da quantidade exportada.

O complexo sucroalcooleiro ficou com a quinta posição entre os cinco primeiros setores exportadores do agronegócio. Os embarques da cadeia produtiva diminuíram de US$ 972,07 milhões em setembro de 2014 para US$ 614,59 milhões (-36,8%) no mês passado. O açúcar foi responsável por 87,3% das exportações, o equivalente a US$ 536,55 mi. As vendas externas de açúcar caíram 39,9%, com redução de 20,2% na quantidade embarcada e de 24,7% no preço médio de exportação.


Blocos e países

Entre os blocos comerciais, a Ásia continua sendo a principal região na importação de produtos do agronegócio brasileiro, com compras de US$ 3,19 bi no mês passado. As importações da União Europeia somaram US$ 1,4 bi; Nafta, US$ 605,87 mi, Oriente Médio, US$ 562,91 mi; África, US$ 495,76 mi; e Europa Oriental, US$ 228,68 mi.

A China foi o maior importador do agronegócio brasileiro, com aquisições de US$ 1,89 bilhões em setembro último. O valor representou um aumento de 20,7% em relação registrado no mesmo mês de 2014, de US$ 1,57 bi. Com isso, a participação da China nos embarques do agronegócio do Brasil subiu de 18,9% em setembro de 2014 para 26,1% no mês passado.

Outros países que tiveram destaque nas importações do agronegócio brasileiro em setembro último foram Venezuela (US$ 225,93 milhões; +68,9%), Vietnã (US$ 201,03 milhões; +15,8%), Coreia do Sul (US$ 220,60 milhões; + 7,5%), Taiwan (US$ 128,07 milhões; +6,5%) e Itália (US$ 168,65 milhões; +3,7%).

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Produtores reagem à possibilidade de importação de maçã da China

Representantes do setor temem prejuízos à atividade com risco da entrada de novas pragas

Fonte: Mídia News

A possibilidade de o Brasil fechar um acordo fitossanitário com a China para importação de maçã do país asiático provocou a reação imediata de representantes do segmento. A preocupação principal é com a entrada de novas pragas em território brasileiro, um ano após a erradicação da Cydia pomonella, que por mais de 20 anos atacou os pomares de maçã na região Sul, onde predomina a produção da fruta. Este e outros pontos foram temas de audiência pública nesta terça-feira (6/10), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados.

O debate mobilizou as principais entidades representativas do segmento da maçã, além de prefeitos, secretários estaduais e municipais de agricultura e representantes do governo federal, diante da importância desta cultura para a economia dos municípios dos três estados do Sul, que gera 195 mil empregos diretos e indiretos, mas que tem sofrido nos últimos anos com redução de área de plantio e com margens de lucro dos produtores cada vez mais estreitas. Assim, a possível entrada do produto chinês no Brasil seria uma ameaça à continuidade de muitos fruticultores nesta atividade.

Além do risco de novas pragas ou até mesmo o reaparecimento da Cydia pomonella, a maçã chinesa poderia entrar no Brasil mais barata do que a fruta produzida internamente, com ajuda expressiva do governo chinês. A China responde por metade da produção mundial atualmente. Neste contexto, um dos pleitos dos produtores é não incluir em acordos fitossanitários para importação, além do acesso aos processos de análise de risco de pragas do governo e a participação das entidades representativas nas discussões que envolvem esta cultura.

“É um risco que o setor corre, levando-se em conta os empregos e a renda que o setor gera. É preciso adotar uma medida urgente pela importância do setor”, disse o assessor técnico da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Eduardo Brandão Costa. “É um setor que democratiza a renda para muita gente. Vai ser uma ameaça à continuidade da atividade no Brasil”, alertou o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Albuquerque, explicando que o Brasil é o 12º produtor mundial e que a maçã é a terceira fruta mais consumida internamente, atrás da laranja e da banana.

O setor também apresentou outras reivindicações consideradas prioritárias. A pauta inclui a manutenção, para este ano, do volume de recursos para a subvenção ao prêmio do seguro agrícola destinado no ano passado, de R$ 51 milhões, da publicação do plano de contingência da Cydia pomonella e medidas de controle de pragas.

Fonte: Mídia News

Banana-prata mineira será exportada para Europa

Produtores do Jaíba traçam estratégia para dar início à exportação para os europeus. Participação em feira na Alemanha será decisiva. Dólar valorizado é estimulante

Foto: Faemg/ Divulgação
Um mercado aberto, sem concorrentes e interessado em consumir a banana-prata produzida no Brasil. A Europa está de portas abertas para pôr na mesa essa fruta tão popular por aqui. Do outro lado da ponta e com interesses cada vez maiores em suprir essa demanda internacional, Minas Gerais já comprovou que é possível levar a delícia até lá e articula, agora, estratégias para que a exportação seja realidade no país e no estado. 

Há um ano, produtores mineiros desembarcaram a iguaria em Portugal e comprovaram que, com a tecnologia certa, é possível manter a qualidade do produto quando ele vai para bem longe. Desde então, estratégias estão sendo traçadas no Norte de Minas para que a fruta seja entregue em todo o continente europeu. O primeiro alvo é Alemanha, para onde, em fevereiro de 2016, produtores mineiros vão levar pencas para degustação.

A situação econômica do Brasil e a alta do dólar são dois dos principais fatores que estão impulsionando produtores da Região do Jaíba, no Norte de Minas, a somarem esforços em estratégias para a exportação da banana-prata. Isso, porque, com a retração na economia, muitos locais que revendem a iguaria aqui no território nacional estão comprando menos dos fruticultores e já há perdas de bananas. “Estamos no momento de safra e os comerciantes falam em diminuição de vendas, ou seja, começam as sobras e vira uma bola de neve. Atualmente, um produtor tem recebido R$ 0,50 pela fruta, e, com a alta do dólar, o mercado externo está mais atraente”, comenta o presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Saulo Bresinski Lage.

A Região do Jaíba é composta por sete municípios, e, por causa da combinação entre as condições climáticas, o solo fértil e a irrigação controlada, forma um cenário adequado para a produção de diversas frutas, principalmente da banana-prata. A esperança da região para ingressar no mercado internacional está na Alemanha, onde haverá, na primeira semana de fevereiro do ano que vem, a Fruit Logística – um ponto de encontro da liderança internacional do marketing de frutas e hortaliças. “É a maior feira desse tipo do mundo e ela ocorre em um shopping para a classe A de Berlim. Tudo que é apresentado ali vira tendência. A nossa proposta é apresentar a banana-prata, que não tem lá, como produto exótico”, comenta Saulo Lage. Isso porque, na Europa, os tipos nanica e caturra são conhecidos. “Aqui no mercado interno, a banana-prata tem um valor mais alto, e, lá fora, também será mais valorizada.”

O alto custo se deve ao processo de armazenamento da fruta para a exportação. Durante três anos, por meio do incentivo do governo do estado, em conjunto com o Sebrae e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), pesquisadores e especialistas na área estudaram a melhor forma de exportar a banana-prata do Jaíba. O primeiro teste foi feito para Portugal, há um ano. Segundo o superintendente do Instituto Antônio Ernesto de Salvo – braço de pesquisa da Faemg –, Pierre Vilela, nesse período de estudo, foram feitos ajustes na tecnologia de exportação. “Todas as medidas que tínhamos tomado até então tinham sido frustradas. Nunca conseguíamos um resultado efetivo”, comenta Pierre, acrescentando que, no ano passado, um contêiner com 16 toneladas da fruta foi levado a Portugal.

Foram 25 dias de trânsito da banana, da colheita até o destino final. “Conseguimos a manutenção da qualidade da fruta, que chegou em boas condições de consumo à Europa”, comemora Pierre. O orgulho é grande, porque, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o país exporta apenas 1% da banana que produz. O Brasil é o terceiro produtor mundial de banana, com cerca de 7,5 milhões de toneladas, atrás apenas da Índia e da China. Minas Gerais, com 687,3 mil toneladas dessa fatia, é o quarto maior produtor no país, depois de São Paulo (1,2 milhão de toneladas), Bahia (1,1 milhão de toneladas) e Santa Catarina (689,8 mil toneladas).

A situação econômica do Brasil e a alta do dólar são dois dos principais fatores que estão impulsionando produtores da Região do Jaíba, no Norte de Minas, a somarem esforços em estratégias para a exportação da banana-prata. Isso, porque, com a retração na economia, muitos locais que revendem a iguaria aqui no território nacional estão comprando menos dos fruticultores e já há perdas de bananas. “Estamos no momento de safra e os comerciantes falam em diminuição de vendas, ou seja, começam as sobras e vira uma bola de neve. Atualmente, um produtor tem recebido R$ 0,50 pela fruta, e, com a alta do dólar, o mercado externo está mais atraente”, comenta o presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Saulo Bresinski Lage.

A Região do Jaíba é composta por sete municípios, e, por causa da combinação entre as condições climáticas, o solo fértil e a irrigação controlada, forma um cenário adequado para a produção de diversas frutas, principalmente da banana-prata. A esperança da região para ingressar no mercado internacional está na Alemanha, onde haverá, na primeira semana de fevereiro do ano que vem, a Fruit Logística – um ponto de encontro da liderança internacional do marketing de frutas e hortaliças. “É a maior feira desse tipo do mundo e ela ocorre em um shopping para a classe A de Berlim. Tudo que é apresentado ali vira tendência. A nossa proposta é apresentar a banana-prata, que não tem lá, como produto exótico”, comenta Saulo Lage. Isso porque, na Europa, os tipos nanica e caturra são conhecidos. “Aqui no mercado interno, a banana-prata tem um valor mais alto, e, lá fora, também será mais valorizada.”

O alto custo se deve ao processo de armazenamento da fruta para a exportação. Durante três anos, por meio do incentivo do governo do estado, em conjunto com o Sebrae e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), pesquisadores e especialistas na área estudaram a melhor forma de exportar a banana-prata do Jaíba. O primeiro teste foi feito para Portugal, há um ano. Segundo o superintendente do Instituto Antônio Ernesto de Salvo – braço de pesquisa da Faemg –, Pierre Vilela, nesse período de estudo, foram feitos ajustes na tecnologia de exportação. “Todas as medidas que tínhamos tomado até então tinham sido frustradas. Nunca conseguíamos um resultado efetivo”, comenta Pierre, acrescentando que, no ano passado, um contêiner com 16 toneladas da fruta foi levado a Portugal.

Foram 25 dias de trânsito da banana, da colheita até o destino final. “Conseguimos a manutenção da qualidade da fruta, que chegou em boas condições de consumo à Europa”, comemora Pierre. O orgulho é grande, porque, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o país exporta apenas 1% da banana que produz. O Brasil é o terceiro produtor mundial de banana, com cerca de 7,5 milhões de toneladas, atrás apenas da Índia e da China. Minas Gerais, com 687,3 mil toneladas dessa fatia, é o quarto maior produtor no país, depois de São Paulo (1,2 milhão de toneladas), Bahia (1,1 milhão de toneladas) e Santa Catarina (689,8 mil toneladas).

Fonte: EM.Com