quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Governo liberou mais de R$ 51 bilhões em crédito rural em 2016

Mesmo com problemas climáticos enfrentados em 2016 o saldo foi positivo para a agricultura, avaliou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, ao fazer o balanço do ano. “Dos R$ 183,1 bilhões programados para o atual Plano Agrícola e Pecuário, já foram contratados R$ 57,1 bilhões até novembro, com destaque para o Moderfrota.” A vigência do plano vai até 30 de junho de 2017.

Quando o ministro Blairo Maggi assumiu o Mapa, em maio deste ano, o Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 havia sido lançado, lembrou Geller, mas a troca de comando, que poderia impactar em mudanças na condução da política e no cronograma de execução das ações, como já aconteceu no passado, teve, ao contrário, resultado positivo. “Assim que assumimos, agilizamos a normatização das regras do crédito para que o agricultor pudesse ter o dinheiro na hora certa para comprar insumos e fazer o plantio”, disse o secretário. O produtor rural pôde acessar o crédito para o custeio da safra a partir de 1º de julho, data em que o plano entrou em vigor.

Problemas climáticos, no entanto, causaram danos à produção. A seca provocou perda de 20 milhões de toneladas de grãos neste ano. As principais regiões afetadas foram a do Matopiba – formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, o Espírito Santo e estados do Nordeste. As lavouras de arroz do Rio Grande do Sul também tiveram sérios prejuízos. Em todos os casos, foi permitido renegociar as dívidas de custeio por até cinco anos, segundo o secretário.
O milho também exigiu atenção especial da Secretaria de Política Agrícola, porque é um insumo fundamental à agroindústria. Hoje, ressalta Geller, o país produz entre 78 milhões a 80 milhões de toneladas. Cerca de 70% da produção é consumida no mercado interno. Para equilibrar os preços do grão e abastecer a indústria, o governo autorizou a importação de milho do Mercosul e dos Estados Unidos. “A medida se mostrou acertada e hoje os preços do grão estão estabilizados.”

Moderfrota

O Plano Agrícola e Pecuário oferece ao setor agrícola várias linhas de financiamento, como o Moderinfra (irrigação), o Inovagro (inovação tecnológica), o PCA (armazenagem) e o Moderfrota (financiamento de colheitadeiras, plantadeiras, tratores e equipamentos). “Junto com o custeio, o carro-chefe do Plano Agrícola e Pecuário é o Moderfrota”, observou Geller.


Segundo o secretário, 60% dos recursos ofertados pelo Moderfrota já foram acessados. Assim, os R$ 5 bilhões destinados ao programa são insuficientes. Por isso, a Secretaria de Política Agrícola anunciou aporte de mais R$ 2,5 bilhões para atender à demanda. Os recursos extras serão remanejados de linhas de financiamento do Plano Agrícola com menor procura e devem estar disponíveis nos próximos dias.
“Isso vai dar ao nosso produtor capacidade de colheita eficiente e de plantio adequado, além de ajudar a economia do país, porque movimenta a indústria de colheitadeiras, tratores, máquinas, plantadeiras e gera empregos e renda”, salienta Geller.

Seguro

Quanto à execução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o secretário lembra que este ano foram aplicados R$ 400 milhões com o pagamento da subvenção federal. O valor representa 42% a mais do total executado em 2015. Foram beneficiados aproximadamente 75 mil produtores rurais, proporcionando cobertura para 5,5 milhões de hectares, cifras 80% superiores às alcançadas em 2015, com destaque para as culturas de soja, milho 2ª safra, trigo, maçã e uva.

“Vamos trabalhar para aumentar o valor dos recursos em 2017 e buscar a parceria das seguradoras para beneficiar o produtor rural, como a ampliação da cobertura e a melhoria dos serviços”, adianta o secretário. Ele ressaltou ainda que os pagamentos do programa têm sido realizados em dia, ao contrário de anos anteriores, quando o atraso no repasse de recursos prejudicou o Programa do Seguro Rural. “Logo que assumimos a Secretaria de Política Agrícola, priorizamos os pagamentos que estavam atrasados.”

Geller se mostrou otimista em relação à atuação da secrataria. “Estamos satisfeitos porque o crédito está chegando ao produtor e conseguimos manter o seguro. Além disso, o ministro Blairo Maggi está fazendo um forte trabalho para abrir novos mercados ao agronegócio brasileiro. Não só com relação à exportação de grãos, mas de produtos com valor agregado, que geram mais divisas para o país e renda ao produtor rural”.

Embrapa terá financiamento de R$ 30 milhões do BNDES para apoiar agricultores

Para promover a inclusão produtiva e levar diretamente ao agricultor tecnologias nas cadeias de caprinos e ovinos e de sementes agroecológicas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) implementará o Programa de Apoio à Inovação Social e ao Desenvolvimento Territorial Sustentável (InovaSocial), com financiamento de R$ 30 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O contrato, assinado na terça-feira (27), no Rio de Janeiro, foi firmado entre o BNDES Fundo Social e a Fundação Eliseu Alves (FEA), que terá a Embrapa como interveniente.

Os recursos financiarão seis projetos territoriais já definidos e previamente articulados entre o BNDES e a Embrapa: três para geração de tecnologias e troca de conhecimentos nas etapas de produção, processamento e comercialização nas cadeias de caprinos e ovinos, e outros três para resgate, preservação, multiplicação, estoque, distribuição e comercialização de sementes agroecológicas.

Ao todo, 5.530 famílias de agricultores serão beneficiadas, em 203 municípios dos estados de Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul. "Só em Goiás, por exemplo, serão 2 mil famílias contempladas", adianta a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) e presidente do recém-criado portfólio de Inovação Social da Embrapa.

De acordo com ela, a intenção do programa é fortalecer as redes de pesquisa participativa com as quais a Embrapa já trabalha, na perspectiva do desenvolvimento territorial. Assim, foram priorizados territórios com densidade de produção e relevância social e econômica na produção de caprinos e ovinos e de sementes agroecológicas, em municípios cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é, geralmente, baixo ou médio e nos quais o destaque é a agricultura familiar, incluindo assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais.

Agregação de valor

O objetivo, segundo Evandro Vasconcelos Holanda Júnior, coordenador de Programas e Parcerias do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT), é incentivar a exploração sustentável da multifuncionalidade dessas cadeias produtivas, promovendo a integração da agricultura com a gastronomia, o turismo e outros segmentos, agregando valor e melhorando o processo de comercialização.

Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, a parceria com o BNDES reforça a preocupação de investir em projetos de inovação. "A Embrapa trabalha com vertentes que estão muito alinhadas com o banco. Buscamos o uso sustentável dos recursos naturais, incentivamos sistemas integrados e queremos uma agricultura mais sustentável, de baixo impacto. Estamos com foco muito grande em inclusão produtiva e também no conceito de inteligência territorial estratégica para nos ajudar a entender o complexo território brasileiro", destaca. "É preciso entender melhor os biomas, os territórios, pensando em novas cadeias de valor, unindo agricultura, cultura, turismo, gastronomia. Isso pode gerar uma indústria fabulosa, a exemplo do que acontece em outros países", acrescenta Lopes.

A diretora de Infraestrutura e Sustentabilidade do BNDES, Marilene Ramos, ressaltou a importância do contrato com a Embrapa para que a inovação chegue aos agricultores familiares de baixa renda, destacando a capilaridade da Empresa. "Sozinhos não conseguimos chegar a todos os lugares em que precisamos atuar", pontua. "A agenda da sustentabilidade está dentro das nossas políticas operacionais e ter um projeto que junta isso com a inclusão produtiva atende tudo o que o banco quer apoiar", completa Ramos.

O prazo de implantação do InovaSocial será de 60 meses, e a previsão é que mais de 70 pesquisadores, analistas e técnicos da Embrapa estejam envolvidos. O primeiro ano será destinado ao planejamento, à construção coletiva dos projetos territoriais, à aprovação dos projetos e à formalização do apoio junto aos beneficiários finais. Os projetos aprovados deverão ser executados em até 36 meses. O último ano será dedicado à avaliação dos resultados, à gestão do conhecimento e à comunicação.

Para promover a inclusão produtiva e levar diretamente ao agricultor tecnologias nas cadeias de caprinos e ovinos e de sementes agroecológicas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) implementará o Programa de Apoio à Inovação Social e ao Desenvolvimento Territorial Sustentável (InovaSocial), com financiamento de R$ 30 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O contrato, assinado na terça-feira (27), no Rio de Janeiro, foi firmado entre o BNDES Fundo Social e a Fundação Eliseu Alves (FEA), que terá a Embrapa como interveniente.

Os recursos financiarão seis projetos territoriais já definidos e previamente articulados entre o BNDES e a Embrapa: três para geração de tecnologias e troca de conhecimentos nas etapas de produção, processamento e comercialização nas cadeias de caprinos e ovinos, e outros três para resgate, preservação, multiplicação, estoque, distribuição e comercialização de sementes agroecológicas.

Ao todo, 5.530 famílias de agricultores serão beneficiadas, em 203 municípios dos estados de Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul. "Só em Goiás, por exemplo, serão 2 mil famílias contempladas", adianta a pesquisadora Cristhiane Amâncio, da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) e presidente do recém-criado portfólio de Inovação Social da Embrapa.

De acordo com ela, a intenção do programa é fortalecer as redes de pesquisa participativa com as quais a Embrapa já trabalha, na perspectiva do desenvolvimento territorial. Assim, foram priorizados territórios com densidade de produção e relevância social e econômica na produção de caprinos e ovinos e de sementes agroecológicas, em municípios cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é, geralmente, baixo ou médio e nos quais o destaque é a agricultura familiar, incluindo assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais.

Agregação de valor

O objetivo, segundo Evandro Vasconcelos Holanda Júnior, coordenador de Programas e Parcerias do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT), é incentivar a exploração sustentável da multifuncionalidade dessas cadeias produtivas, promovendo a integração da agricultura com a gastronomia, o turismo e outros segmentos, agregando valor e melhorando o processo de comercialização.

Para o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, a parceria com o BNDES reforça a preocupação de investir em projetos de inovação. "A Embrapa trabalha com vertentes que estão muito alinhadas com o banco. Buscamos o uso sustentável dos recursos naturais, incentivamos sistemas integrados e queremos uma agricultura mais sustentável, de baixo impacto. Estamos com foco muito grande em inclusão produtiva e também no conceito de inteligência territorial estratégica para nos ajudar a entender o complexo território brasileiro", destaca. "É preciso entender melhor os biomas, os territórios, pensando em novas cadeias de valor, unindo agricultura, cultura, turismo, gastronomia. Isso pode gerar uma indústria fabulosa, a exemplo do que acontece em outros países", acrescenta Lopes.

A diretora de Infraestrutura e Sustentabilidade do BNDES, Marilene Ramos, ressaltou a importância do contrato com a Embrapa para que a inovação chegue aos agricultores familiares de baixa renda, destacando a capilaridade da Empresa. "Sozinhos não conseguimos chegar a todos os lugares em que precisamos atuar", pontua. "A agenda da sustentabilidade está dentro das nossas políticas operacionais e ter um projeto que junta isso com a inclusão produtiva atende tudo o que o banco quer apoiar", completa Ramos.

O prazo de implantação do InovaSocial será de 60 meses, e a previsão é que mais de 70 pesquisadores, analistas e técnicos da Embrapa estejam envolvidos. O primeiro ano será destinado ao planejamento, à construção coletiva dos projetos territoriais, à aprovação dos projetos e à formalização do apoio junto aos beneficiários finais. Os projetos aprovados deverão ser executados em até 36 meses. O último ano será dedicado à avaliação dos resultados, à gestão do conhecimento e à comunicação.


Temer diz que reforma tributária será foco do governo em 2017

O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (29.12) que o foco do governo em 2017 será a reforma tributária, para tornar a legislação mais simplificada. “Uma questão que me angustia sempre é a tributária. Penso eu então: porque não levá-la adiante? Agora, o Executivo quer se empenhar na reforma tributária, de forma a simplificá-la. É mais uma reforma que queremos patrocinar e levar adiante”, disse ao apresentar um balanço das ações do governo a jornalistas.

Temer disse que seu governo é “reformista” e que não vai parar de implementar mudanças estruturais. “Reformas que o governo havia planejado para o longo do tempo foram feitas em bravíssimo tempo, e não vamos parar. Este é um governo reformista.”

O presidente disse esperar que a proposta de reforma trabalhista enviada pelo governo ao Congresso na semana passada não tenha dificuldades de aprovação, por causa do “diálogo que instalou-se entre trabalhadores e empregados” nos últimos meses.

Sobre a reforma política, Temer disse que, nesse caso, o protagonismo será do Congresso Nacional, com “incentivo e participação” do Executivo na elaboração da proposta.

Ações

Durante o balanço de ações do governo, Temer destacou a liberação de saque das contas inativadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a redução dos juros aplicados ao crédito rotativo dos cartões de crédito, a aprovação de um teto para os gastos públicos, a desvinculação das receitas da União (DRU) e a reforma do ensino médio.

Temer também citou a ampliação do número de vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e dos recursos destinados aos programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. “No plano social, estamos revelando nossa responsabilidade social ao completar a construção de 170 mil casas pelo Minha Casa, Minha Vida, e quando determinamos que filhos com microcefalia tenham prioridade quando estabelecemos orçamentariamente a construção de mais 500 mil casas.”

Crise

O presidente reiterou a preocupação do governo com a retomada do emprego no país e espera que o país volte a gerar postos de trabalho em 2017. “O desemprego é uma coisa que perturba as pessoas em nosso país e cria instabilidade, mas vencendo crise, saindo da recessão e obtendo crescimento teremos naturalmente empregabilidade. A partir do segundo semestre do ano que vem é muito provável que o desemprego venha a cair. 2017 será definitivamente um ano novo, e não a continuação de 2016”, acrescentou.

Reforma ministerial

Perguntado sobre a possibilidade de haver uma reforma ministerial em 2017, Temer desconversou. “Vamos esperar o ano que vem”, disse o presidente na saída da entrevista. 


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Medida fitossanitária é adotada em lavouras de mamão na Região do Extremo Sul da Bahia

O extremo sul baiano é a região que mais produz a fruta no Estado


As viroses do mamoeiro constituem, atualmente, o maior entrave à implantação e manutenção da cultura do mamão. Ocasionada pelo vírus da Mancha Anelar do Mamoeiro (Papaya ringspot vírus – type P – PRSV–P), as plantas atacadas por essa praga não se recuperam, sofrendo drástica redução no porte e na produção, podendo chegar à morte. O vírus possui característica itinerante, sendo necessária a aplicação da prática do “roguing” (corte) da planta afetada.

De acordo Flávia Lopes, coordenadora do Projeto Prevenção e Controle das Pragas do Mamoeiro, “a falta de compromisso de alguns produtores têm dificultado o controle efetivo das viroses do mamoeiro. A dispersão do vírus é muito rápida e os valores das multas são relativamente baixos, o que dificulta o controle da praga”.

Diante deste cenário, a Agência de Defesa Agropecuária - ADAB, vinculada a Secretaria da Agricultura (SEAGRI), em parceria com o Ministério da Agricultura - MAPA; da Associação dos Produtores e Exportadores de Papaya - BRAPEX; do Ministério Público e com o apoio da CIPPA, realizaram Ação de Corte Compulsório numa fazenda produtora de mamão, localizada no município de Eunápolis. A medida foi tomada após emissão de vários Laudos de Inspeção e Laboratorial, Termos de Notificação e Interdição, ao produtor, que não cumpriu as determinações da Portaria Estadual nº 086, de 17 de abril de 1998.

A BRAPEX Participou da ação de erradicação, através de Termo de Cooperação Técnica, apoiando os trabalhos com a cessão de 27 fitossantaristas para a execução do corte das plantas infectadas. A equipe da Coordenadoria da ADAB de Teixeira de Freitas, através do coordenador Regional, Vinícius Vieira, e do gerente técnico, Cláudio Wermelinger da Fonseca conduziram e apoiaram as etapas da ação. Engenheiros agrônomos, médicos veterinários, técnicos agropecuários e auxiliares de fiscalização ajudaram nos trabalhos de execução e comando. Foram erradicados cerca de 46 hectares com aproximadamente 64.000 plantas, todas infectadas e em estágio bem avançado da praga Mancha Anelar do Mamoeiro.

De acordo com o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, “ações como essas continuarão sendo realizadas, contando com todo o amparo técnico-legislativo, sempre que necessário. Vale salientar que o efetivo controle das viroses do mamoeiro, iniciado nos anos 80, no Espírito Santo, e conduzida eficientemente até os dias atuais por produtores capixabas, do Extremo Sul e Oeste baiano, e do Rio Grande do Norte, tem permitido que o Brasil permaneça um dos maiores produtores e exportadores de mamão do mundo.

“Esta cadeia produtiva é de extrema importância econômica para o nosso Estado, empregando em média dois trabalhadores por hectare, numa produção que acontece durante todo o ano. Responsável por 45% da produção de mamão do Brasil, a Bahia é o maior produtor nacional e segundo maior exportador, sendo referência internacional em qualidade e condução das lavouras”, ressaltou o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim.

O extremo sul baiano é a região que mais produz a fruta no Estado, com 683 mil toneladas ao ano e 6.500 ha de área plantada. A comercialização com outros países movimentou, em 2014, mais de U$9 milhões na Bahia, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A fruta é exportada para a Europa, Estados Unidos, Canadá e Emirados Árabes, e chega a 48 países.

Para mercado, inflação e crescimento serão menores em 2016 e no próximo ano

O Brasil terá inflação e crescimento econômico ainda menores neste ano, com queda nas projeções de ambos os indicadores também para 2017, de acordo com boletim Focus divulgado na segunda-feira (26) pelo Banco Central. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal indicador da inflação, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), deve encerrar o ano em 6,40%, menos do que os 6,49% que haviam sido estimados há uma semana pelo Focus, e ainda dentro da meta oficial do governo, que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A queda na inflação acompanha o cenário de recessão econômica, com os economistas projetando, no penúltimo Focus do ano, uma recuo de 3,49% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2016, numa piora ante a projeção anterior, de -3,48%. O baixo nível da atividade econômica já havia contribuído para que o Banco Central projetasse, no relatório da inflação divulgado na semana passada, que o IPCA encerraria o ano dentro da meta. Para 2017, os economistas preveem que a inflação será de 4,85% e que o país voltará a crescer, porém a uma taxa bastante baixa, de 0,5% do PIB.

De acordo com o Focus - registro no qual o Banco Central apura toda semana a expectativa de 100 instituições financeiras e economistas para a economia - o Comitê de Política Monetária (Copom) deve retomar a redução da taxa básica de juros, a Selic. Na mediana das projeções, a expectativa é que a Selic encerre 2017 em 10,50%. Hoje, a taxa encontra-se em 13,25%.


União investe mais de R$ 1 bilhão em obras hídricas em todo Brasil

O presidente da República, Michel Temer, autorizou nesta terça-feira (27.12), o repasse de R$ 1,02 bilhão para obras de acesso à água e combate à seca em todo o Brasil. Cerca de quatro milhões de pessoas serão beneficiadas pelo andamento dos projetos. O anúncio foi feito durante cerimônia em Maceió (AL).

“Nós temos outros projetos para o Nordeste, mas o mais angustiante, o mais torturante, o mais instantâneo é o problema da água. [...] Temos que tomar providências. Afinal, são 133 mil e quinhentas cisternas que estão sendo entregues neste momento. Ou seja, nós temos os olhos voltados para esta realidade”.

Parte do montante liberado vem da legislação que permitiu a repatriação de recursos no exterior não declarados à Receita Federal. O presidente anunciou que haverá uma segunda chamada para os que ainda não declararam os recursos e garantiu um maior repasse da verba.

“Nessa segunda chamada, nós já estamos introduzindo a obrigação de que não só no imposto, mas também na multa, haja uma divisão com estados e municípios. Virá mais dinheiro para estados e municípios”.

Cisternas

Do valor total, R$ 793 milhões serão repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) para a construção de 133 mil cisternas, microaçudes e programas de acesso à agua em 15 estados do Semiárido, da Amazônia e atingidos sistematicamente pela seca.

Ao todo, serão construídos 1.742 microaçudes e poços e 200 quilômetros de extensão de rede de abastecimento de água para assentamentos rurais e pequenas propriedades da agricultura familiar. O recurso irá beneficiar 3.345 famílias, favorecendo o uso da irrigação e atividades de piscicultura.


Rio São Francisco

Outros R$ 230 milhões serão investidos pelo Ministério da Integração Nacional em obras hídricas nos estados do Ceará, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, que vão receber e distribuir a água do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Os valores devem ser creditados até o dia 28 de dezembro na conta dos governos estaduais.

O Cinturão das Águas do Ceará, sob responsabilidade do governo estadual, receberá, antecipadamente, o montante de R$ 100 milhões da União. O Trecho 1 do empreendimento será interligado ao Projeto São Francisco por meio das barragens Jati e Porcos, localizadas entre Brejo Santo (CE) e Jati (CE), no Eixo Norte. Para chegar à capital cearense, a água será conduzida pelo rio Salgado, que já abastece o principal açude do Estado, o Castanhão. Quando concluída esta etapa, mais de um milhão de pessoas serão beneficiadas.

O Governo de Alagoas terá mais R$ 53 milhões para prosseguir com a execução do Trecho IV Canal do Sertão Alagoano. Quando concluída, esta etapa ampliará o abastecimento até às cidades de Senador Rui Palmeira e São José da Tapera. Os Trechos I, II e III já foram entregues e a quinta fase foi anunciada pelo ministro Helder Barbalho nesta semana, durante visita ao estado. Cerca de 358 mil pessoas já são atendidas pela obra.

Em Pernambuco, a Adutora do Agreste, empreendimento hídrico essencial para a garantia de fornecimento de água no estado, será beneficiada com R$ 42 milhões. Esta etapa abrange 571 quilômetros de extensão que incluem adutoras, reservatórios, estação de tratamento de água. Mais de 1,3 milhão de pessoas contarão com água em 23 municípios pernambucanos.

No agreste da Paraíba, com mais de 130,4 quilômetros de extensão, a Vertente Litorânea abastecerá mais de 631 mil pessoas com a água do rio São Francisco. O repasse antecipado da União será de R$ 35 milhões.


As 20 frutas mais vendidas em São Paulo durante 2016

O Brasil é o terceiro maior produtor de fruta do mundo e a atividade é cada vez mais importante para a economia do país. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações de frutas ainda são pequenas, mas em 2015 somaram US$ 888,8 milhões com o embarque de 854,8 mil toneladas. Atualmente, a maior parte da produção de frutas abastece o mercado interno.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) comercializou 1.417.859,14 toneladas das 20 variedades mais vendidas entre janeiro e novembro de 2016. Isso gerou receita de R$ 3.736.087.611,82. A laranja, o mamão e a maçã foram as frutas mais vendidas neste ano e também as que renderam maior volume financeiro. A banana, embora seja a fruta mais consumida pelos brasileiros, só aparece na 11ª colocação no ranking de frutas mais vendidas.

A explicação para isso é que 60% da produção é comercializada em outros locais de São Paulo. “A banana tem um volume muito grande, cada caixa tem 21 quilos, então boa parte da produção não passa pela Ceagesp por causa da logística”, diz Jeferson Magário, diretor da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar). “Elas ficam em locais mais fáceis para distribuição, em depósitos em outras partes de São Paulo.”

As 20 frutas mais vendidas em 2016

1 – Laranjas (286.920,07 toneladas)

2 – Maçã (129.840,52 toneladas)

3 – Mamão (121.036,57 toneladas)

4 – Melancia (95.864,96 toneladas)

5 – Limão (90.896,16 toneladas)

6 – Manga (84.156,97 toneladas)

7 – Abacaxi (72.755,63 toneladas)

8 – Tangerina (70.445,12 toneladas)

9 – Melão (69.331,32 toneladas)

10 – Pera (66.523,78 toneladas)

11 – Banana (59.247,81 toneladas)

12 – Uva (44.715,84 toneladas)

13 – Abacate (44.355,80 toneladas)

14 – Maracujá (42/426,25 toneladas)

15 – Coco verde (32.665,22 toneladas)

16 – Caqui (25.733,76 toneladas)

17 – Ameixa (25.680,89 toneladas)

18 – Mexerica (19.214,60 toneladas)

19 – Pêssego (18.428,54 toneladas)

20 – Kiwi (17.619,35 toneladas)


Fonte: sfagro

Kits de irrigação vão ajudar pequeno produtor a colher mais

Pequenos produtores do Ceará, de Mato Grosso e do Piauí deverão receber, já no primeiro trimestre de 2017, 2.505 kits de irrigação adquiridos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A distribuição de 835 unidades a cada um desses estados será feita depois de cadastramento a ser definido por critérios estabelecidos por órgãos de assistência técnica, como Emater, superintendência do ministério e secretarias estaduais e municipais de agricultura.

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, se reuniu com o superintende federal de Agricultura em Mato Grosso, José de Assis Guaresqui, e com o secretário estadual da Agricultura, Suelme Fernandes, para tratar dessa parceria. Novacki também destacou as vantagens dos kits, como “o manejo simples, o viés de sustentabilidade, em virtude do uso racional de água, e o baixo custo”. O investimento do Mapa nesses equipamentos de fabricação israelense foi de R$ 2,098 milhões.

Os próximos estados a receber kits para pequenos produtores são Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí (segunda leva), além do Distrito federal, num total de 6 mil unidades. A parceria com as secretarias locais e com órgãos técnicos visa atender cadeias produtivas da agricultura, aumentando a produtividade dentro de regras da agenda ambiental do governo.

Um dos objetivos da iniciativa é promover maior aproximação do Ministério da Agricultura com produtores que trabalham em menor escala.


Seguradoras recebem R$ 100 milhões do seguro rural

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou nesta segunda-feira (26) mais R$ 100 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

O pagamento, realizado às seguradoras, faz parte dos R$ 400 milhões previstos no orçamento deste ano e “permite que o ministério se mantenha absolutamente em dia com tal compromisso”, disse o secretário de Política Agrícola, Neri Geller.

Segundo o secretário, um grande esforço tem sido feito junto ao Ministério da Fazenda para viabilizar a execução e o pagamento de todo o orçamento previsto no programa, que é um dos que envolvem maior volume de recursos do Mapa.

Com a subvenção, o ministério paga parte do seguro adquirido pelo produtor, com margem que varia de 35% a 45% do valor do prêmio (preço). Os repasses às seguradoras estão sendo realizados dentro do cronograma previsto em contrato, no prazo de 90 dias após o recebimento da apólice.

Em reunião realizada com representante das seguradoras, em Brasília, o secretário de Política Agrícola destacou o esforço do Mapa para executar o programa e cobrou melhorias nos produtos de seguro ofertados. “É preciso avançar nas condições e preços”, defendeu.

O seguro rural, voltado principalmente para enfrentar os riscos climáticos, cobre culturas como as de grãos, soja, milho e trigo, além de frutas, como a maçã e a uva.


Fertilizante inteligente com nanotecnologia reduz perdas de nutrientes

Do tamanho de um grão de arroz, um fertilizante de liberação controlada desenvolvido por meio da nanotecnologia é a mais nova aposta da pesquisa para amenizar um dos maiores problemas da aplicação de nutrientes na lavoura, a perda por volatilização e lixiviação. O primeiro problema é a transformação do fertilizante em gás, e o segundo é o carreamento do produto pela água, ambos responsáveis por perdas da ordem de 50% de todo o fertilizante que o agricultor brasileiro aplica na lavoura.

Testado em laboratório e em campo, o fertilizante inteligente volatiliza menos, comparado à ureia convencional que costuma volatilizar cerca da metade da quantidade aplicada. O novo produto contribui para a redução de gases do efeito estufa em 2/3 em comparação à aplicação convencional do fertilizante, e ainda pode ser usado como suplemento animal para aumento da digestibilidade de forragens. O novo fertilizante está pronto para ser transferido à iniciativa privada para ajuste das etapas de produção em escala e comercialização.

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste (SP), o insumo de liberação lenta difere das estratégias já existentes porque propõe um tipo de grânulo nanocompósito, através da mistura física de um argilomineral esfoliado na nanoescala na matriz do fertilizante. Essa estratégia permite maior controle do tempo de liberação do nutriente e a possibilidade de incluir outros compostos na sua estrutura, incluindo outros tipos de fertilizantes além da ureia. A eficácia da nova tecnologia foi comprovada pela equipe do pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste.

Evitar perdas do insumo traz ganhos ambientais e financeiros. Os fertilizantes representam de 25% a 40% do custo variável dos principais sistemas de produção agrícolas do País, e uma das mais importantes variáveis desse custo é decorrente da perda de grandes quantidades de nutrientes aplicadas via fertilizantes.

A pesquisa

O trabalho é resultado de dois estudos, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado, que se complementaram durante seis anos de pesquisa. A proposta de Cíntia Fumi Yamamoto e Elaine Inácio Pereira, ambas estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), buscava uma alternativa, mas por meio de formulações diferentes, aos fertilizantes nitrogenados, cujo consumo mundial é suprido, principalmente pela ureia. Os dois estudos concluíram que é possível retardar a liberação e reduzir as perdas do fertilizante por volatilização.

À frente da equipe responsável pelo desenvolvimento do novo fertilizante, o pesquisador da Embrapa Caue Ribeiro, coordenador da Rede AgroNano, conta que métodos de fixação que permitem a liberação prolongada de nutrientes no solo podem contribuir para a administração mais racional da aplicação de fertilizantes. O especialista se refere a métodos baseados na associação de materiais lamelares ou polímeros.

Ribeiro explica que no processo de produção da tecnologia foi utilizado um argilomineral cuja estrutura compreende lamelas de espessura da ordem de 1 a 2 nm (nanômetros – unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10-9 m), esfoliado pela intercalação de compostos fertilizantes, como a ureia. O novo fertilizante foi produzido por meio de um processo característico de mistura e extrusão mecânica com baixa umidade, compreendendo até 85% em massa de fertilizante no produto final.

O material sai da extrusora na forma de fios, com diâmetro controlado pela matriz utilizada, que são continuamente cortados no bocal em pequenos grânulos de comprimento variável na saída do bocal e que, em seguida, são utilizados ainda úmidos ou secados ao ar livre em temperatura ambiente. “Após a secagem, o material foi cortado, com o auxílio de um granulador mecânico, em grânulos cilíndricos de aproximadamen-te 2,5mm de diâmetro por 8 mm de comprimento”, conta o pesquisador.

Ele ainda esclarece que o fato de o produto final, mesmo úmido, apresentar resistência mecânica permite manipulá-lo e distribuí-lo adequadamente em campo e o dispensa de processo de secagem. “Para armazenagem e uso posterior, se desejado, pode-se fazer a secagem em temperatura ambiente, sem auxílio de secadores ou outros processos, e sem prejuízo das propriedades do produto recém-extrudado”, diz.

O fertilizante produzido pode ser aplicado manualmente, direto no solo, ou por ação mecanizada. Segundo o pesquisador, o processo de liberação lenta do fertilizante ou nutriente ocorre devido a dois fatores. O primeiro é um efeito físico, o confinamento entre as lamelas manométricas promove o aumento do tempo de difusão do nutriente para o meio. O outro fator é a interação química do nutriente com as cargas superfici-ais do argilomineral. “Nesse último caso, a liberação se dá pela dinâmica de íons no solo já presentes ou originados pela ação da planta no local. No processo, um íon no solo substitui o nutriente entre as lamelas, permitindo que este, quimicamente, seja dessorvido e, portanto, liberado”, explica.

Nitrogenados

Fertilizantes nitrogenados são susceptíveis a perdas por lixiviação, por escorrimento superficial de nitrato ou através de emissões gasosas de amônia óxido nítrico, óxido nitroso. Além disso, a eficiência dos insumos atualmente é baixa. As proporções médias do nutriente do fertilizante absorvidas pelas culturas estão entre 50% e 70% de nitrogênio, 15% e 30% de fósforo e 50% e 70% de potássio, segundo a International Fertilizer Industry Association.

Embora as culturas de milho, café e cana-de-açúcar representem cerca de 71% do consumo de ureia, o Brasil não consegue atender o mercado interno, porque a indústria nacional enfrenta a concorrência de produtos importados, a baixa barreira tarifária, vantagem tributária aos importados, além de barreiras para a expansão da produção de fertilizantes devido ao elevado preço da matéria-prima, a isenção de tributação ICMS sobre os importados, além do elevado nível de investimento na construção de novas plantas de ureia e sulfato de amônia.

Vantagens

Entre as vantagens do fertilizante nanoestruturado, o pesquisador destaca o desenvolvimento de um novo produto de menor custo devido à utilização de matéria-prima nacional, de grande disponibilidade e inovadora, uma vez que esse material não é utilizado até o momento para aplicações como essa. O novo produto também possui capacidade de conformar o material e simultaneamente intercalar o fertilizante na nanoescala a temperaturas próximas a ambiente e com baixo teor de umidade, o que dispensa processos subsequentes específicos de secagem, preservando o fertilizante intercalado por evitar aquecimento do material.

Além disso, Ribeiro afirma que o material obtido em grânulos é mecanicamente coeso e de geometria compatível para aplicação prática, seja por métodos manuais de aplicação de fertilizantes ou mediante sistemas mecanizados; a conformação por extrusão permite a incorporação adicional no processo de diferentes elementos fertilizantes, o que faz com o que o grânulo seja representativo de uma formulação.

“Como o material base é um argilomineral, há o efeito residual de retenção de água proveniente de chuvas ou irrigação após a aplicação e de outros nutrientes já presentes no solo por troca iônica, haja vista que essa é uma propriedade intrínseca da matéria-prima”, explica o pesquisador.

Testes

A Embrapa Pecuária Sudeste e a Embrapa Instrumentação avaliaram o desempenho de fontes de nitrogênio de liberação controlada para uso como fertilizantes. O experimento examinou a eficiência do nitrogênio dessas novas fontes em plantas, medindo as perdas na forma de amônia. O nitrogênio é o elemento essencial para as plantas. A falta da substância pode causar a paralisação do crescimento, amarelecimento das folhas velhas, menores níveis de proteínas nas sementes e nas partes vegetativas.

A ureia é a principal forma de adubação nitrogenada. A baixa eficiência desse fertilizante aplicado na superfície do solo refere-se, principalmente, à perda de nitrogênio por volatilização de amônia. Por isso, é importante o desenvolvimento de novas fontes de fertilizantes mais eficientes.

Testes de eficiência foram realizados com a forrageira azevém, plantada em vasos, para melhor observação dos níveis de nitrogênio, por aproximadamente oito meses na Casa de Vegetação da Embrapa Pecuária Sudeste. A planta foi escolhida por sua alta exigência de nitrogênio e capacidade de rebrote. No período do experimento, foram realizados seis cortes do azevém. Dessa forma, foi possível avaliar com precisão o efeito residual do adubo na forrageira.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Alberto Bernardi, as novas fórmulas de fertilizantes de liberação controlada mostraram-se eficientes nos testes quando comparadas com os fertilizantes comerciais, sendo que as plantas, em todas as rebrotas, apresentaram desenvolvimento e produção equivalentes ou até superiores às fontes tradicionais. O próximo passo da pesquisa será produzir em escala maior e levar os testes a campo com outras culturas e para isso será importante estabelecer parcerias com empresas.


Fonte: Sfagro

Proteção na lavoura: apenas 15% das produções estão seguradas no Brasil

A fim de reduzir as perdas no campo ocasionadas pelas condições do clima, produtores de diferentes segmentos têm apostado na cobertura do seguro rural. O serviço é voltado principalmente para enfrentar os riscos climáticos e cobre culturas como as de grãos, soja, milho, arroz e trigo, além de frutas, como a maçã e a uva, por exemplo.

No entanto, especialistas estimam que apenas 15% das produções do país estejam seguradas. No Rio Grande do Sul, o total sobe para 50% das lavouras. Como o mercado ainda tem muito a crescer, corretoras de seguro elaboram novos planos para fidelizar o produtor.

Para tentar reduzir os prejuízos do setor arrozeiro, a Tovese Seguradora criou um programa específico para cultura do arroz. Criado há três anos, o plano denominado Arroz Protegido inclui o replantio por excesso de chuva na apólice. O seguro cobre até R$ 5 mil por hectare em caso de perdas provadas por granizo.

Em entrevista ao Portal Agrolink, o diretor da Tovese, Otávio Simch, destaca a importância do investimento para o rizicultor. "A grande preocupação do produtor é não criar uma nova dívida. Com o seguro na lavoura, o produtor vai conseguir proteger a sua produção e não vai criar uma nova divida”, sintetiza. O programa contempla prejuízos causados por granizo, ventanias e replantio por excesso de chuvas.

Conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o plantio do arroz chegou aos 100% no RS no fim de dezembro. Apesar de os trabalhos ainda não terem sido concluídos em oito dos 140 municípios produtores, o estado gaúcho conseguiu semear até agora 100,32% da área prevista, atingindo pouco mais de um milhão de hectares, pois 39 cidades foram além das expectativas, passando dos 100%. Deste total, porém apenas 300 mil hectares possuem algum tipo de seguro no setor orizícola gaúcho, adverte Otávio Simch. "O produtor precisa aumentar a sua consciência para proteger o seu patrimônio", pontua.

Nesta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou mais R$ 100 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Com a subvenção, o ministério paga parte do seguro adquirido pelo produtor, com margem que varia de 35% a 45% do valor do prêmio (preço). 

Fonte: Agrolink
Autor: Lucas Rivas

Plantio de morangos em clima quente e sem defensivos surpreende em Montes Claros

Feito tradicionalmente com o uso de agrotóxicos, o cultivo de morango – planta de baixa resistência a ataques de pragas e doenças –, ganha destaque em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, com sistema de plantio inovador. Numa pequena propriedade da região do Pentáurea, o agricultor João Simael Ferreira da Silva desenvolve sua lavoura de morangos sem a aplicação de defensivos. Outro aspecto que chama a atenção é que a espécie, em geral, adaptada a baixas temperaturas tem mostrado bons resultados em meio ao clima quente na maior parte do ano da região de Montes Claros, a conhecida terra do pequi.

O agricultor norte-mineiro começou a plantar morangos quatro anos atrás de forma experimental, sem usar agrotóxicos, e obteve sucesso nas colheitas. Simael, que recebe o apoio técnico da Empresa de Assistência técnica e Extensão Rural (Emater-MG), revela que a propriedade dele, distante 25 quilômetros de Montes Claros, às margens da BR-135, sentido Bocaiuva, passou até a receber visitantes, motivados pela curiosidade de conhecer como é feito o plantio do morango orgânico, e o desejo de degustar a fruta. Na mesma região, outros pequenos agricultores demonstram interesse pela cultura.

O extensionista da Emater-MG José Carlos Dias Santos, que dá suporte técnico a Simael, salienta que a meta é aproveitar os resultados do experimento para estimular outros agricultores do Norte do estado a plantar morango. “O objetivo é criar nova alternativa de produção para o pequeno produtor”, observa o técnico.

José Carlos lembra que a propriedade de Simael está situada numa área de microclima de altitude mais elevada (1.030
metros), que favorece o cultivo do morango. Por outro lado, ele não pode desconsiderar o fato de que o agricultor realiza o experimento no Norte do estado, onde predominam temperaturas muito mais elevadas do que outras regiões onde ela prospera, como o Sul de Minas, o Rio Grande do Sul e países da Europa, de clima frio.

No Norte de Minas, a combinação de altas temperaturas e poucas chuvas pode favorecer a cultura conduzida sem a aplicação de agrotóxicos, na avaliação de Dias Santos. “O excesso de umidade, conciliada com temperaturas muito baixas pode favorecer as doenças e o aparecimento de pragas”, observa o técnico da Emater-MG.

Ele lembra que a diversificação é importante na atividade agrícola. Porém, antes de iniciar um novo cultivo, o agricultor deve procurar se informar sobre a planta. “Um dos problemas enfrentados é que, muitas vezes, os produtores não conseguem se adequar às novas tecnologias. O agricultor deve ter cautela, e aprender as técnicas recomendadas para aplicar os cuidados necessários à planta. Só assim, ele vai conseguir fazer o cultivo livre de venenos”, orienta José Carlos.

Simael diz que se interessou pela plantação ao ver os resultados positivos das lavouras de Datas, município próximo de Diamantina, porta de entrada do Vale do Jequitinhonha, onde adquiriu 500 mudas. A região produtora concilia o clima temperado e a altitude elevada da Serra do Espinhaço. Depois, ele adquiriu também mudas de uma variedade de morango cultivada na Patagônia, na Argentina.

Ele conta que no início, devido à “falta de experiência”, “quebrou cabeça” e teve “alguns probleminhas”. Contudo, ele não desanimou. Percebeu que o negócio era viável e, no ano passado, decidiu investir na cultura do morango, visando ao retorno comercial. Simael plantou 5 mil mudas numa área de 1 mil metros quadrados e, mesmo com um ataque de formigas, colheu cerca de 2 toneladas.

Neste ano, o agricultor plantou 6 mil mudas de morango numa área de 1,5 metros quadrados e colheu 4 toneladas. Satisfeito com os resultados e de olho nos lucros, ele anuncia que em 2017n vai investir de vez no negócio. “Pretendo plantar cerca de 25 mil a 30 mil mudas de morango numa área de 7,5 mi metros quadrados. A minha expectativa é de colher pelo menos 20 toneladas”, informa o agricultor. O plantio será feito a partir de março, mas, precavido, ele revela que encomendou grande parte das mudas junto a um fornecedor de Datas.

ÁREA ABERTA Simael fez o cultivo de morango em área aberta, usando o sistema de irrigação por gotejamento. Para os próximos plantios, ele pretende melhorar sua estrutura e adotar o plantio no sistema fechado, dentro de estufas, como ocorre nas regiões frias. Como é possivel plantar morango sem usar agrotóxico? “A minha propriedade é livre de doenças. No caso de ataques de pragas, existem os predadores naturais, como a joaninha, que come os pulgões”, responde Simael.

“Se a gente usar o inseticida, pode até ser que a cultura sofra algum prejuízo, mas o fato de ser livre de agrotóxico agrega mais valor ao produto e as vendas aumentam”, afirma o agricultor, que comercializa sua produção na Central de Abastecimento do Norte de Minas (Ceanorte), em Montes Claros.

A propriedade virou ponto turístico, comemora o agricultor, entusiasmado com a novidade. São 40 hectares, onde Simael mantém plantações de chuchu, abóbora e outras lavouras no modelo tradicional, com a aplicação de agrotóxicos e adubo químico. Por outro lado, o agricultor ressalta que recorre ao adubo natural (esterco bovino e de aves) e que, além do morango, adota o sistema orgânico na produção de outras frutas como mexerica poncã, manga e banana. “Acredito que temos que cuidar do meio ambiente e eliminar os agrotóxicos, que contaminam os alimentos”, observa o sitiante, que iniciou plantio experimental de roseiras, também livre de inseticidas.

O produtor luta, há algum tempo, para construir uma pequena barragem, visando reforçar as nascentes do Rio Lamberto, próximas do seu imóvel, mas enfrenta a burocracia. A região do Pentáurea/Planalto, onde fica a plantação de morango orgânico de Simael Ferreira, é conhecida pela grande produção de abacaxi. “Daqui saiam semanalmente caminhões e mais caminhões carregados de abacaxi. A produção era muito grande. Porém, há uns 15 anos, veio uma praga e acabou com tudo”, relata Simael.

Fonte: O Estado de Minas

Projeto visa incentivar venda de polpa de fruta produzida por agricultor familiar

Se for aprovado pela Comissão de Agricultura, o projeto ainda deverá passar pelo Plenário do Senado


Tramita no Senado projeto que visa incentivar a comercialização da produção de polpa e de suco de frutas pelo setor de agricultura familiar. O PLC 63/2016 aguarda relatório do senador Roberto Muniz (PP-BA) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

De autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), o projeto tem o objetivo de simplificar os canais de comercialização da produção de polpa e suco de frutas em regime familiar. Além disso, altera a Lei 8.918/1994, para permitir que as atividades de inspeção e fiscalização da produção e do comércio de bebidas possam ser objeto de convênios, ajustes ou acordos celebrados entre o governo federal e órgãos e entidades dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

De acordo com a proposta, considera-se estabelecimento familiar rural de produção de polpa e de suco de frutas aquele localizado em área rural que esteja sob a responsabilidade de agricultor familiar. O projeto também se aplica às cooperativas e associações formadas exclusivamente por agricultores familiares.

O PLC 63/2016 determina ainda que a produção de polpa e de suco de frutas deve ser feita com matéria-prima produzida exclusivamente no estabelecimento familiar rural. A determinação também se aplica à padronização e ao envase dos produtos.

Quanto à comercialização, o projeto estabelece que seja feita diretamente ao consumidor final na sede do estabelecimento familiar rural, ou em local mantido por associação de produtores, feiras livres de produtores rurais, ou ainda para programa oficial de aquisição de alimentos.

A proposta estabelece que o registro do estabelecimento e os requisitos de rotulagem dos produtos sejam simplificados, conforme norma regulamentadora. O rótulo dos produtos disciplinados pelo projeto devem conter as palavras “artesanal”, “caseiro” ou “colonial”, e ainda deve apresentar a denominação do produto, o nome do agricultor familiar, o endereço do imóvel rural onde foi produzido e o número da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP).

Brasil é campeão em produção agropecuária sustentável

De acordo com o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, “o Brasil é campeão em produção agropecuária sustentável”. A declaração foi dada durante o encontro “Produção Agrícola Sustentável – A inovação e tecnologia por meio do uso de insumos”, promovido este mês pelo Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio de Janeiro.

“Nossos produtores estão produzindo, cada vez mais, com consciência ambiental. Hoje, para exportar nossos produtos agrícolas, muitos países exigem certificações de produção sustentável”, sustentou Alvarenga.

Ele destacou ainda a adesão, cada vez maior, dos produtores aos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e as pesquisas de novos produtos de controle biológico, em substituição aos defensivos convencionais. “Isso é produzir com sustentabilidade”, reforçou.

Já o vice-presidente da SNA Hélio Sirimarco comentou que “a sustentabilidade é muito importante para o setor agropecuário”. A coordenadora do CI Orgânicos, Sylvia Wachsner, por sua vez, salientou que “o debate é necessário, especialmente para repassar informações a quem está começando nesse tipo de atividade agrícola ou quem precisa sempre aprimorar novas técnicas no campo”.


Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Cooperativa do DF se destaca na produção agroecológica

Alimentos sem agrotóxico, com segurança para o consumidor, produtor e meio ambiente é a melhor alternativa para o agricultor familiar. Quem afirma isso é o produtor João Batista Alves Ribeiro, de 38 anos, que começou a produção sustentável há 20 anos, em um assentamento que fica na zona rural de Padre Bernardo, a 70 km de Brasília. 

Ele conta que a iniciativa da produção agroecológica começou em 1997 e que a comercialização se efetivou em 1999, com a Cooperativa Agroecológica dos Agricultores Familiares do Projeto de Assentamento Colônia I (Coopafama). Houve colaboração da Universidade de Brasília (UnB) com o projeto Educando para a Sustentabilidade, em parceria com Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que contribuiu para o reaproveitamento dos resíduos orgânicos e incremento na geração de renda para as famílias assentadas.

Formado em Educação no Campo, curso oferecido pela UnB, João Batista vivenciou a diversidade de outras regiões, o que, segundo ele, trouxe muitas experiências para o assentamento. Hoje ele é o presidente da cooperativa e acredita ser importante cuidar tanto do ecossistema quanto da saúde de quem compra os produtos vendidos por eles. “O nosso foco é agradar o consumidor respeitando a qualidade de vida dele, sem deixar de proteger o meio ambiente”, afirma. 

Com 20 agricultores assentados, a cooperativa cultiva mais de 30 tipos de frutas, hortaliças, verduras e ervas. Entre as mais desejadas pelos clientes estão o tomate, morango, couve, alface e cenoura. São vendidas 450 caixas de produtos por semana, e a média de preço varia entre R$ 2,50 e R$ 8 o quilo. O faturamento dos agricultores é de cerca de R$ 2 mil por mês. Três vezes por semana, os produtos são comercializados em diferentes pontos do Distrito Federal. 

De acordo com o subsecretário de Agricultura Familiar da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Everton Augusto Ferreira, no Brasil existem mais de 40 mil agricultores assistidos com políticas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para a produção agroecológica e orgânica. 

Devido aos métodos de cultivo, como os espaços em áreas territoriais menores e diversificadas, uso da mão de obra familiar mais intensiva, produtos alternativos e ausência de pulverizações em larga escala, a produção orgânica é uma atividade propícia à agricultura familiar e pode render vantagens de mercado, de acordo com Everton Ferreira. “Por conta de uma maior conscientização e divulgação, há um aumento considerável da demanda da sociedade em torno desse tipo de produto. E nesse sentido vem crescendo também a oferta. Mais agricultores familiares optam por essa forma de produzir”, explica. Além de desenvolver ações e coordenar o Plano Nacional de Produção Orgânica e Agroecologia (Planapo), a Sead oferece políticas de acesso ao crédito com redução de juros e atua fomentando a capacitação e qualidade de vida dos agricultores familiares que desenvolvem esse tipo de cultura. 

Serviço
Os produtos da Coopafama são vendidos em oito feiras no DF em diferentes dias da semana, incluindo a que acontece na UnB e na 505 Norte. Os cooperados fazem ainda entregas diretamente para o consumidor por pedidos presenciais e/ou pelo telefone (61) 99904-3559.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Melhoramento genético do coqueiro. Pesquisa na busca de soluções frente aos desafios da cultura

O coqueiro sempre foi cultivado no litoral do nordeste do Brasil, onde as condições de solo e clima são favoráveis



Apesar da importância econômica e social do coqueiro, a produtividade média nacional ainda é baixa, e é devida em grande parte ao cultivo de materiais não melhorados como os gigantes e materiais segregantes provenientes de coleta aleatória de sementes. Estes, normalmente apresentam baixo potencial produtivo e baixa estabilidade de produção, devido em grande parte ao estresse hídrico, à grande amplitude de temperaturas e umidade, e alta susceptibilidade a pragas e doenças.

Os objetivos do melhoramento genético do coqueiro variam de acordo com o mercado a que a sua produção se destina. Além da alta produtividade e qualidade de água de coco, copra e seus produtos, características como porte reduzido, tolerância a doenças e pragas emergentes, incluindo o amarelecimento letal, elevada eficiência de utilização da água de irrigação e adaptação a condições de seca e frio são consideradas prioritárias para o desenvolvimento e sustentabilidade da cocoicultura no cenário brasileiro atual.

O coqueiro sempre foi cultivado no litoral do nordeste do Brasil, onde as condições de solo e clima são favoráveis ao seu desenvolvimento. O crescente consumo de água de coco em todo o país, as exportações para os Estados Unidos e a possibilidade de exportação para alguns países europeus teve como consequência o seu cultivo em áreas não habituais, gerando a necessidade de materiais adaptados a esses ambientes. Dessa forma, o grande desafio do agricultor é produzir mais e de forma sustentável.

Visando solucionar problemas dessa grandeza foi estruturado, sob liderança da Embrapa Tabuleiros Costeiros, o Arranjo de pesquisa "Melhoramento genético do coqueiro visando à sustentabilidade e competitividade da cocoicultura brasileira (CocoBR)". Arranjos possuem como definição um conjunto de projetos convergentes, complementares e sinérgicos, organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Embrapa.

A definição do termo já dá uma ideia da abrangência e, conseguinte, dos desafios do arranjo CocoBR. Este arranjo teve seu início de execução em 2015, e é composto por uma equipe multidisciplinar e multi-institucional. Fazem parte da equipe pesquisadores e analistas das mais diversas áreas de formação e de diversos Centros de Pesquisa no Brasil e exterior, além de Empresas Privadas e Universidades no intuito de atingir os objetivos propostos com maior eficiência.

O Arranjo CocoBR foi idealizado com 17 projetos de pesquisa, que é coordenado por um grupo gestor. Em seu eixo principal atua no desenvolvimento de genótipos mais produtivos e de aspectos de qualidade superiores, de fácil manejo e adaptados a estresses abióticos e bióticos como, por exemplo, o melhoramento preventivo ao amarelecimento letal, doença quarentenária. Estão sendo desenvolvidos novos cultivares de coqueiro, os quais são estratégicos como alternativa para substituição de coqueirais gigantes e segregantes predominantes nas pequenas propriedades. O arranjo também traz componentes de transferência de tecnologias com o monitoramento de tendências de mercado visando direcionar o desenvolvimento de genótipos e em ações reestruturantes da cocoicultura familiar.


Fonte: Embrapa

Produção de cacau tem se estabilizado na faixa de quatro milhões de toneladas por ano

Nos últimos anos, a produção de cacau vem se estabilizando em torno de quatro milhões de toneladas por ano, chegando a 4,3 milhões batidos duas vezes na última década. Não somente em épocas de festas, como páscoa e final de ano, o consumo cresce muito e chega-se a estimar que atinja a cinco milhões em poucos anos. 

Atualmente o Brasil é o 6º produtor de cacau, e durante muitas décadas se manteve como um dos três maiores do mundo. Conforme Eduardo Brito Bastos, Diretor Executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), há um plano robusto de crescimento, para voltar ser o 3º maior produtor mundial, com aproximadamente 400 mil toneladas de amêndoas por ano, mais que o dobro da produção média dos últimos anos. Atingir este patamar de produção exigirá um esforço enorme de toda a cadeia, seja do setor privado como produtores, processadores e chocolateiros, do Governo (pesquisa, extensão, fomento) e de outros atores como ONG´s e Bancos. “Claro que o elo principal para que isso aconteça é o produtor e é nele que devemos concentrar nossos esforços”, ressalta o Diretor Executivo. 

O Diretor ainda explica que a AIPC tem trabalhado em sintonia com a Associação Brasileira da indústria de chocolates, cacau, amendoim, balas e derivados (ABICAB), que representa os principais consumidores dos derivados de cacau que processamos, para entender as demandas do mercado e como podemos suprir rapidamente as mesmas. “Na outra ponta temos dialogado com produtores e Governo para entender melhor como podemos ajudar neste plano de crescimento da produção brasileira e assim ajudar toda sociedade. Cacau é uma cultura muito sustentável, totalmente alinhada com os anseios das novas gerações”, explica Eduardo. 

O cacau ainda tem se mostrado um aliado a questões saudáveis, há um tempo era visto como vilão – hoje o consumidor vê de forma diferente e já enxerga os benefícios, como para o coração, fonte de energia, etc. Além disso, o comportamento do consumidor está modificando, quanto mais cacau, mais saudável é. E isto, é uma preocupação positiva – já existem grandes empresas vendo o chocolate como um alimento funcional e não apenas como uma guloseima. Além disso, ambientalmente, o cacau protege e promove floresta. Na Mata Atlântica Baiana há séculos o cacau protege a floresta e no Pará, como é nativo, tem muita gente reflorestado áreas degradadas com cacau, trazendo renda com proteção ambiental. “É um setor muito importante no Brasil e no mundo e temos feito um trabalho forte de divulgar esses benefícios a todos”, finaliza o Diretor. 


Fonte: Agrolink

Saiba onde e como são produzidas as frutas de Natal e ano-novo; e quanto elas custam

Lentilha, arroz, peru, chester, peixe, leitão, espumante, vinho... Tem gente que ganha uns quilinhos apenas de ler a lista de opções de bebidas e alimentos para as festas de fim de ano. Mas para ajudar a rebater a farra gastronômica das ceias fartas, as frutas natalinas são excelentes opções nutritivas. E não é só isso, elas também dão cor às decorações natalinas e de passagem de ano. E para os supersticiosos, dão aquela forcinha com algumas simpatias.

O Agronegócio da Gazeta do Povo elaborou uma lista com as frutas mais indicadas para o fim de ano. Saiba onde e como são produzidas. E se a ideia for não gastar muito, também damos uma ajudinha mostrando quanto está custando cada uma.

Cereja

O Brasil não produz a fruta em escala comercial por causa do clima. O cultivo da árvore cerejeira exige frio e, por isso, países com climas mais temperados têm mais sucesso. Os principais produtores são os países europeus, Estados Unidos, Japão, Chile, Argentina e Canadá. A fruta encontrada nos supermercados brasileiros no fim de ano é importada, principalmente, do Chile e da Argentina. A fruta é rica em vitamina A e C e possuí ação antioxidante e anti-inflamatória.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 120 a caixa com 4 kg. 

Uva

O Brasil produz 1,4 milhão de toneladas de uvas, de mais de 30 variedades. Cerca de 1 milhão de toneladas são utilizadas para fabricação de sucos, vinhos e espumantes, o restante é consumido. Atualmente, em volume, o ranking da produção é liderado por Rio Grande do Sul, com 880 mil toneladas. O Paraná, com 80 mil toneladas, é o quarto, atrás de Pernambuco e São Paulo. O pé de uva é chamado de videira, parreira ou vinha. O melhor desenvolvimento da videira ocorre em regiões de clima mediterrâneo. Apesar disso, adapta-se a diferentes condições climáticas. A época recomendada ao cultivo é de outubro a dezembro. As uvas são ricas em vitamina C e B, além de magnésio, enxofre, ferro, cálcio e fósforo.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: entre R$ 35 e R$ 48 a caixa com 8 kg. 

Abacaxi


Comum nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de abacaxi, com 2,5 milhões de toneladas por ano. A principal variedade da fruta cultivada por aqui é a Pérola, em que a polpa apresenta a cor amarela e chega a pesar 2,5 kg. A produção brasileira de abacaxi se concentra na região Norte e Nordeste do Brasil. Ao todo, são mais de 65 mil hectares dedicados ao fruto. O Pará é atualmente o maior produtor nacional. Também conhecido como ananás, os abacaxizeiro produzem o ano inteiro, mas o pico de colheita é entre dezembro e fevereiro. O abacaxi é rico em vitaminas A, B1 e C, potássio e cálcio.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 4,37 a un com 2,5 kg.

Pêssego

O Brasil produz cerca de 215 mil toneladas de pêssego por ano, bem abaixo dos maiores produtores mundiais, como China, Itália, Espanha e dos vizinhos Argentina e Chile. No país, a produção está concentrada no Sul e no Sudeste, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram o ranking. O pêssego é uma fruta sazonal, que produz somente em alguns meses do ano, dependendo da região. O fruto consumido nas festas de fim de ano vem do Sul do país ou da Argentina, onde as colheitas acontecem de novembro a janeiro. No Paraná, o polo produtor é Irati. Rico em vitamina A e C, a fruta também carrega potássio, fósforo, ferro e zinco.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 25 a caixa com 10 kg. 

Lichia

Com cerca de 500 mil hectares de lichieira, a China apresenta a maior e mais barata produção da fruta no mundo, que também é produzida em escala na em alguns países asiáticos, além de México e Estados Unidos. No Brasil, a frutinha também ganhou espaço. O Paraná, por exemplo, produz 2,1 mil toneladas em 225 hectares, metade em Carlópolis, no Norte Pioneiro. O estado consumiu 10 toneladas da fruta, que tem a colheita concentrada entre dezembro e janeiro. A lichia é fruto da lichieira, uma planta subtropical de grande porte, com altura de 10 a 15 m, semelhante à mangueira, que começa a produzir entre o terceiro e o quinto ano após o plantio. A fruta é fonte de vitamina B2 e B6.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 20 a caixa com 3 kg.


Fertilizante inteligente gera economia e minimiza impacto ambiental

Do tamanho de um grão de arroz, um fertilizante de liberação controlada desenvolvido por meio da nanotecnologia é a mais nova aposta da pesquisa para amenizar um dos maiores problemas da aplicação de nutrientes na lavoura, a perda por volatilização e lixiviação. O primeiro problema é a transformação do fertilizante em gás, e o segundo é o carreamento do produto pela água, ambos responsáveis por perdas da ordem de 50% de todo o fertilizante que o agricultor brasileiro aplica na lavoura.

Testado em laboratório e em campo, o fertilizante inteligente volatiliza menos, comparado à ureia convencional que costuma volatilizar cerca da metade da quantidade aplicada. O novo produto contribui para a redução de gases do efeito estufa em 2/3 em comparação à aplicação convencional do fertilizante, e ainda pode ser usado como suplemento animal para aumento da digestibilidade de forragens. O novo fertilizante está pronto para ser transferido à iniciativa privada para ajuste das etapas de produção em escala e comercialização.

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste (SP), o insumo de liberação lenta difere das estratégias já existentes porque propõe um tipo de grânulo nanocompósito, através da mistura física de um argilomineral esfoliado na nanoescala na matriz do fertilizante. Essa estratégia permite maior controle do tempo de liberação do nutriente e a possibilidade de incluir outros compostos na sua estrutura, incluindo outros tipos de fertilizantes além da ureia. A eficácia da nova tecnologia foi comprovada pela equipe do pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste.

Evitar perdas do insumo traz ganhos ambientais e financeiros. Os fertilizantes representam de 25% a 40% do custo variável dos principais sistemas de produção agrícolas do País, e uma das mais importantes variáveis desse custo é decorrente da perda de grandes quantidades de nutrientes aplicadas via fertilizantes.

Pesquisa
O trabalho, desenvolvido no âmbito das redes: "Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio" (AgroNano) e "Tecnologias para o aumento de eficiência de fertilizantes e identificação de fontes alternativas de nutrientes para a agricultura brasileira" (FertBrasil), é resultado de dois estudos, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado, que se complementaram durante seis anos de pesquisa. Os trabalhos foram apoiados com recursos da ordem de R$ 400 mil oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Embrapa.

A proposta de Cíntia Fumi Yamamoto e Elaine Inácio Pereira, ambas estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), buscava uma alternativa, mas por meio de formulações diferentes, aos fertilizantes nitrogenados, cujo consumo mundial é suprido, principalmente pela ureia. Os dois estudos concluíram que é possível retardar a liberação e reduzir as perdas do fertilizante por volatilização.

À frente da equipe responsável pelo desenvolvimento do novo fertilizante, o pesquisador da Embrapa Caue Ribeiro, coordenador da Rede AgroNano, conta que métodos de fixação que permitem a liberação prolongada de nutrientes no solo podem contribuir para a administração mais racional da aplicação de fertilizantes. O especialista se refere a métodos baseados na associação de materiais lamelares ou polímeros.

Ribeiro explica que no processo de produção da tecnologia foi utilizado um argilomineral cuja estrutura compreende lamelas de espessura da ordem de 1 a 2 nm (nanômetros - unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10-9 m), esfoliado pela intercalação de compostos fertilizantes, como a ureia. O novo fertilizante foi produzido por meio de um processo característico de mistura e extrusão mecânica com baixa umidade, compreendendo até 85% em massa de fertilizante no produto final.

O material sai da extrusora na forma de fios, com diâmetro controlado pela matriz utilizada, que são continuamente cortados no bocal em pequenos grânulos de comprimento variável na saída do bocal e que, em seguida, são utilizados ainda úmidos ou secados ao ar livre em temperatura ambiente. "Após a secagem, o material foi cortado, com o auxílio de um granulador mecânico, em grânulos cilíndricos de aproximadamen-te 2,5mm de diâmetro por 8 mm de comprimento", conta o pesquisador.

Ele ainda esclarece que o fato de o produto final, mesmo úmido, apresentar resistência mecânica permite manipulá-lo e distribuí-lo adequadamente em campo e o dispensa de processo de secagem. "Para armazenagem e uso posterior, se desejado, pode-se fazer a secagem em temperatura ambiente, sem auxílio de secadores ou outros processos, e sem prejuízo das propriedades do produto recém-extrudado", acrescenta.

O fertilizante produzido pode ser aplicado manualmente, direto no solo, ou por ação mecanizada. Segundo o pesquisador, o processo de liberação lenta do fertilizante ou nutriente ocorre devido a dois fatores. O primeiro é um efeito físico, o confinamento entre as lamelas manométricas promove o aumento do tempo de difusão do nutriente para o meio. O outro fator é a interação química do nutriente com as cargas superfici-ais do argilomineral. "Nesse último caso, a liberação se dá pela dinâmica de íons no solo já presentes ou originados pela ação da planta no local. No processo, um íon no solo substitui o nutriente entre as lamelas, permitindo que este, quimicamente, seja dessorvido e, portanto, liberado", explica.

O nanocompósito fertilizante envolveu técnicas avançadas para sua caracterização, como microtomografia de raio-x, espectrometria vibracional na região do Infravermelho, ensaios mecânicos, além de experimentos de campo para medida da emissão de gases, realizados no Laboratório da Agricultural Research Service do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na cidade de Beltsville, em 2012, e de incubação em solo, realizados no Laboratory of Soil Fertility and Plant Nutrition, da Universidade Rakuno Gakuen, em Hokkaido, Japão, em 2013.


Nitrogenados
Fertilizantes nitrogenados são susceptíveis a perdas por lixiviação, por escorrimento superficial de nitrato ou através de emissões gasosas de amônia óxido nítrico, óxido nitroso. Além disso, a eficiência dos insumos atualmente é baixa. As proporções médias do nutriente do fertilizante absorvidas pelas culturas estão entre 50% e 70% de nitrogênio, 15% e 30% de fósforo e 50% e 70% de potássio, segundo a International Fertilizer Industry Association.

Embora as culturas de milho, café e cana-de-açúcar representem cerca de 71% do consumo de ureia, o Brasil não consegue atender o mercado interno, porque a indústria nacional enfrenta a concorrência de produtos importados, a baixa barreira tarifária, vantagem tributária aos importados, além de barreiras para a expansão da produção de fertilizantes devido ao elevado preço da matéria-prima, a isenção de tributação ICMS sobre os importados, além do elevado nível de investimento na construção de novas plantas de ureia e sulfato de amônia.

Vantagens
Entre as vantagens do fertilizante nanoestruturado, o pesquisador destaca o desenvolvimento de um novo produto de menor custo devido à utilização de matéria-prima nacional, de grande disponibilidade e inovadora, uma vez que esse material não é utilizado até o momento para aplicações como essa. O novo produto também possui capacidade de conformar o material e simultaneamente intercalar o fertilizante na nanoescala a temperaturas próximas a ambiente e com baixo teor de umidade, o que dispensa processos subsequentes específicos de secagem, preservando o fertilizante intercalado por evitar aquecimento do material.

Além disso, Ribeiro afirma que o material obtido em grânulos é mecanicamente coeso e de geometria compatível para aplicação prática, seja por métodos manuais de aplicação de fertilizantes ou mediante sistemas mecanizados; a conformação por extrusão permite a incorporação adicional no processo de diferentes elementos fertilizantes, o que faz com o que o grânulo seja representativo de uma formulação.

"Como o material base é um argilomineral, há o efeito residual de retenção de água proveniente de chuvas ou irrigação após a aplicação e de outros nutrientes já presentes no solo por troca iônica, haja vista que essa é uma propriedade intrínseca da matéria-prima", explica o pesquisador.

Testes
A Embrapa Pecuária Sudeste e a Embrapa Instrumentação avaliaram o desempenho de fontes de nitrogênio de liberação controlada para uso como fertilizantes. O experimento examinou a eficiência do nitrogênio dessas novas fontes em plantas, medindo as perdas na forma de amônia.

O nitrogênio é o elemento essencial para as plantas. A falta da substância pode causar a paralisação do crescimento, amarelecimento das folhas velhas, menores níveis de proteínas nas sementes e nas partes vegetativas.

A ureia é a principal forma de adubação nitrogenada. A baixa eficiência desse fertilizante aplicado na superfície do solo refere-se, principalmente, à perda de nitrogênio por volatilização de amônia. Por isso, é importante o desenvolvimento de novas fontes de fertilizantes mais eficientes.

Testes de eficiência foram realizados com a forrageira azevém, plantada em vasos, para melhor observação dos níveis de nitrogênio, por aproximadamente oito meses na Casa de Vegetação da Embrapa Pecuária Sudeste. A planta foi escolhida por sua alta exigência de nitrogênio e capacidade de rebrote. No período do experimento, foram realizados seis cortes do azevém. Dessa forma, foi possível avaliar com precisão o efeito residual do adubo na forrageira.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Alberto Bernardi, as novas fórmulas de fertilizantes de liberação controlada mostraram-se eficientes nos testes quando comparadas com os fertilizantes comerciais, sendo que as plantas, em todas as rebrotas, apresentaram desenvolvimento e produção equivalentes ou até superiores às fontes tradicionais.

O próximo passo da pesquisa será produzir em escala maior e levar os testes a campo com outras culturas e para isso será importante estabelecer parcerias com empresas.



Fonte: Embrapa