sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Brasil vai exportar manga para Coreia do Sul

O Brasil vai começar a exportar manga para a Coreia do Sul, um dos mercados mais exigentes em relação à sanidade e à qualidade dos alimentos. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. A expectativa do governo é de que os embarques iniciem em cerca de 30 dias.

A abertura do mercado sul-coreano à manga nacional deve beneficiar principalmente a região de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, que concentra o maior polo produtor de frutas irrigadas do País. De acordo com a Associação de Produtores e Exportadores do Vale, 85% das mangas exportadas pelo Brasil saem da região.

Em novembro, Maggi visitou os estados de Pernambuco, Bahia, Ceará e do Rio Grande do Norte, onde conheceu áreas de cultivo irrigado de melão, manga, mamão, melancia e limão e se reuniu com produtores locais. O ministro disse ter ficado impressionado também com a visita a Petrolina (PE) e a Juazeiro (BA), “onde se produz vinho de muita qualidade e também espumantes”.

Produção de camarão

O ministro também conheceu a produção de camarão do Ceará. “É uma indústria muito grande que tem um potencial imenso”, destaca. Maggi explicou que é preciso ajustar um pouco a legislação e combater doenças registradas nos camarões.

Em Aracati (CE), ele determinou que a Secretaria de Defesa Agropecuária tome medidas para prevenir a entrada de doenças do crustáceo no Brasil, amparada em princípios da Organização Mundial de Saúde Animal.

Maggi reconheceu que a região passa por uma escassez de água muito grande, o que tem dificultado a vida dos irrigantes e levado agricultores a fazer investimentos para aumentar bombeamento de água. 

Intenso frio permitirá boa colheita de maçã na safra 2016/2017 em Palmas/PR

Os produtores de maçãs de Palmas, sul do Paraná, estão esperando uma boa colheita na safra 2016/2017. As condições climáticas neste ano, com bastante frio, favoreceram o desenvolvimento das plantas e seu ciclo produtivo. A expectativa é ultrapassar as 14 mil toneladas numa área de aproximadamente 400 hectares. A colheita inicia já neste mês com as variedades precoces.

Conforme o Diretor Técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Maçãs(ABPM), Ivanir Dalanhol, até o momento praticamente todos os pomares estão indo bem. Apenas na região de baixa altitude algumas plantações da variedade Gala enfrentaram alguns problemas, mas nada significativo que possa influenciar na perspectiva de colheita. Na altitude dos Campos de Palmas na região do Horizonte a capacidade produtiva por hectare das variedades Gala e Fuji e seus clones será maior que nas safras passadas.

A partir do dia 20 inicia o ciclo de colheita da variedade Eva, que neste ano deverá superar todas as projeções. “Nunca se constatou uma carga tão grande na Eva”, disse Dalagnol. A única preocupação dos produtores é com a ocorrência de granizo que pode comprometer toda a produção. “Se o tempo correr bem teremos uma safra muito boa, pois, os frutos estão bonitos, coloridos e graúdos”, disse ele. Em Janeiro inicia a colheita da Gala, com projeção de 6 mil toneladas e, depois, a Fuji encerra o ciclo até o inicio de Maio com outras 6 mil toneladas.

A produção de maçãs foi responsável por uma movimentação de R$ 21,2 milhões, sendo responsável por 8% do total do Valor Básico de Produção(VBP) de 2015 que ficou em R$ 276 milhões.

Preços elevados nos supermercados

Explicou o Diretor da ABPM que agora o mercado está sendo abastecido pela produção que estava armazenada em sistemas de refrigeração(atmosfera biodinâmica) que tem custo extremamente elevado, fazendo que isso seja naturalmente repassado ao consumidor. Outro fator é que nesta época a produção está concentrada entre poucos distribuidores. ”

Fonte: RBJ

Produtores de Viamão e Porto Alegre investem no cultivo de banana platina

BRS Platina" apresenta bom perfilhamento, porte médio e características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento


Doze famílias de Viamão e Porto Alegre adquiriram nesta semana 450 mudas de banana "BRS Platina". Além desta variedade também foram adquiridas mudas de "Grande Naine" e "BRS Princesa". Segundo o farmacêutico da Emater/RS-Ascar em Viamão, Alexandre Schmidt, a Instituição intermediou a negociação em benefício dos agricultores, que estão querendo investir para diversificar a produção de frutas e aumentar a produção. A ação faz parte de uma Campanha Municipal de Diversificação Produtiva em Fruticultura executada pela Emater/RS-Ascar no município.

Schmidt explicou que, neste primeiro momento, optou pela produção de banana, pois é uma antiga necessidade dos agricultores em função do mercado consumidor, que está com a demanda represada na região metropolitana e vem sendo suprida, em parte, por plantações do litoral norte.

Conforme os extensionistas, o cultivar "BRS Platina" apresenta bom perfilhamento, porte médio e características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, próximas às da "Prata Anã". Os frutos também assemelham aos dessa cultivar em forma, tamanho e sabor. Porém, ela se diferencia da ?Prata Anã? por ser mais resistente à Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá. Apresenta produtividade média de aproximadamente 20t por hectare ao ano. Sob condições de solo de boa fertilidade pode atingir rendimento médio de até 40t ha por ano.

A equipe da Emater/RS-Ascar acompanha periodicamente os agricultores que receberam as mudas de banana e repassou orientações técnicas de manejo e cultivo seguindo os princípios agroecológicos, mas a decisão final de como proceder ficou a critério de cada família.

Fonte: Emater - RS

Gestão financeira é tão importante quanto a própria produção no campo

Acostumados com a lida no campo, os produtores rurais foram se habituando a levantar cedo e irem para a lavoura, muitas vezes, antes mesmo do amanhecer. Com o “boom” do agronegócio no Brasil e a vontade de “abocanhar” uma fatia do setor que vem segurando a economia nacional, a necessidade de profissionalização ficou ainda mais latente e o entendimento de que a agropecuária é um negócio, como qualquer outra empresa, tornou-se cada vez mais primordial. Diante dessa nova realidade, tão importante quanto o que se produz na agroepecuária é a gestão financeira do agro.

Desenvolvido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), BM&F, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o projeto Campo Futuro tem levado informação aos quatro cantos do país, entre elas sobre a importância de aprender a gerenciar o próprio negócio, de forma que o produtor não tenha prejuízos, por falta de administração.

“A gestão das propriedades rurais é fundamental para que o produtor tenha uma boa administração de riscos de preços, de custos e de produção. Uma boa gestão financeira possibilita que o produtor compreenda quais são os custos que impactam sua atividade econômica e conheça melhor como está sua produção”, ressalta José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), uma das instituições parceiras do Campo Futuro no país. Na visão de Pedrozo, um dos principais entraves enfrentados pelo produtor rural é a falta de informações gerenciais da própria fazenda ou sítio.

“Hoje, o agropecuarista tem acesso a dados técnicos e financeiros de diversos países, mas possui poucos registros de sua própria atividade. Além disso, o excesso de informações sobre o mercado do agro, muitas vezes, dificulta a seleção do que realmente faz a diferença na gestão do seu negócio”, comenta.

Conforme o presidente da Faesc, mesmo que as informações demorem a chegar ao campo, existem mecanismos que, ao serem bem empregados, podem trazer bons resultados, como o preço futuro das principais commodities negociados na Bolsa Valores, como a BMF&Bovespa.

“Se o produtor agrícola está no início do cultivo da safra, mesmo que não entenda nada de Bolsa de Valores, ele consegue ter uma ideia do preço para o final da lavoura e, dessa maneira, calcular sua rentabilidade potencial.”

CAPACITAÇÃO NO CAMPO

Para Pedrozo, saber lidar com o próprio negócio no campo, tratando-o como uma verdadeira empresa, o agropecuarista precisa se capacitar. E umas opções é por meio do projeto Campo Futuro, que levanta informações por meio de painéis realizados nas principais regiões produtoras.

Quem participa desse trabalho, participa de reuniões técnicas in loco, com a presença de agentes da cadeia produtiva (produtores, técnicos da agroindústria e representantes de lojas de insumos), para definição de uma propriedade modal. Após a realização dos painéis, as matrizes de custos e as informações sobre as receitas médias são atualizadas, mensalmente, pelas instituições parceiras.

“O produtor deve aprender a gerenciar o próprio a partir da capacitação. E o Campo Futuro oferece essa possibilidade por meio dos instrutores do Senar. Os produtores rurais aprendem, de forma prática, a elaborar o orçamento e o custo de produção da sua propriedade, além de utilizar instrumentos para o gerenciamento de riscos de preços, como derivativos agropecuários ou de produção e o seguro rural”, informa Pedrozo.

INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS

De acordo com o presidente da Faesc, “o Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facilitar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um completo banco de dados do setor agropecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabilidade das principais atividades agrícolas e pecuárias e da publicação ‘Ativos do Campo’”.

“Um dos fundamentos da metodologia de acompanhamento dos custos de produção e da rentabilidade da agropecuária são os painéis que consiste em um procedimento de obtenção de informações que proporciona mais agilidade e versatilidade na atualização dos dados.”

Para mais informações, acesse www.cnabrasil.org.br/campo-futuro.

Agricultores do município de Charrua iniciam colheita da amora preta

Um grupo de agricultores do município de Charrua inicia a colheita de amora preta da variedade Tupi. Até o momento já foram colhidos 2 mil quilos. A fruta foi plantada em pequenas áreas experimentais, com o objetivo de diversificar a produção e gerar renda para suas famílias. São pequenas propriedades em áreas que não permitem cultivar grãos como soja ou trabalhar com bovinos de leite. Em virtude disso, além das atividades de fruticultura e olericultura, algumas famílias introduziram, em 2014, a cultura da amora preta em pequena escala de 100 a 500 mudas por família. As famílias contaram com incentivo da Prefeitura de Charrua, através da Secretaria da Agricultura, e da assistência técnica da Emater/RS-Ascar.

A ideia, de acordo com o técnico do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Charrua, Oberdan Scolari, surgiu a partir da instalação de uma agroindústria na cidade de Tapejara, que compra a produção para transformar em polpa, que é comercializada em grandes redes de supermercados.

O preço recebido, que está na faixa de R$ 2,50 o quilo, não agrada muito os agricultores. De acordo com Scolari, por ser uma cultura que não exige adubação, em caso de solo fértil, e nem tratamentos fitossanitários, alguns acham que o negócio é bom pela alta produtividade da fruta. A intenção das famílias é formar uma associação para encaminhar projetos no sentido de instalar uma câmara fria, para armazenar também outras frutas e poder obter preços melhores.

Fonte: Emater - RS

Convênio para o repasse de R$ 52 milhões para empresas de Ater é assinado pela Sead

Durante o seminário “Plataforma de Resultados da Assistência Técnica e Extensão Rural Brasileira”, que ocorre nesta quinta-feira (8), em Brasília, o secretário especial da Sead, José Ricardo Ramos Roseno, participou da cerimônia de assinatura do convênio para o repasse de R$ 52 milhões destinados ao serviço público de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) dos 27 Estados da Federação. 

Grande parte dos presidentes das entidades públicas que serão beneficiadas estavam presentes, bem como diversas autoridades e representantes de entidades ligadas à agricultura familiar. O secretário especial ressaltou que este é um momento de oportunidades para a política de Ater: “Além desta entrega tão significativa de R$ 52 milhões, é importante destacar que o orçamento previsto da Sead saltou de R$ 1,4 bilhão em 2016 para R$ 1,7 bilhão em 2017. E nunca tivemos um volume tão expressivo de recursos de emendas parlamentares individuais como agora, que devemos ter R$ 480 milhões para a nossa pasta. Ou seja, é um total de quase R$ 2,2 bi para a Sead no ano que vem”, disse. 

A retomada dos investimentos pelo Governo Federal na Ater pública estadual também foi destacada pelo Oficial Nacional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Valter Bianchini. Segundo ele, a conquista destes recursos é mais representativa devido ao momento de verbas escassas pelo qual o Brasil passa. E, na ocasião, anunciou que a FAO vai fazer parcerias para viabilizar o investimento de 40 mil dólares para a identificação de boas práticas de Emateres que têm plataforma digital. “Queremos ampliar o potencial da Ater em métodos mais participativos”, disse.

O secretário adjunto da Sead, Jefferson Coriteac, ressaltou o esforço feito para angariar os recursos: “Sabemos que bons profissionais nós já temos em nossa rede, mas faltava infraestrutura”, frisou. O deputado federal Zé Silva, presidente da Frente Parlamentar de Ater, elogiou o trabalho feito por toda a equipe da Sead: “Foi uma decisão muito inteligente a de assumir um compromisso tão importante quanto este”, disse, referindo-se ao fato de as políticas de Ater terem se tornado prioridade no Governo Federal.

Otimismo
Em seu pronunciamento, o secretário especial José Ricardo Ramos Roseno disse que 2017 vai ser o ano da assistência técnica para o rural brasileiro. Ao explicar como está sendo feito o planejamento estratégico da Sead, ele adiantou que a comercialização dos produtos dos agricultores familiares e a regularização fundiária são também políticas prioritárias na secretaria. 
Satisfeito, o presidente da Emater do Rio Grande do Sul, Clair Kuhn, disse que todo o recurso que é destinado a melhorias para os agricultores familiares são um bom investimento. “Na nossa Emater, serão mais de 120 veículos novos e computadores que vão ser utilizados na ponta. Isso vai ajudar o técnico a chegar mais fácil no agricultor e vai fazer com que o agricultor tenha uma resposta mais rápida”, disse.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Entendendo a dormência em frutíferas de clima temperado

Rede de pesquisa busca compreender como funciona a dormência de gemas em tempos de mudanças climáticas



Foto: Viviane Zanella
Na próxima terça-feira, dia 13 de dezembro, a Embrapa Uva e Vinho, em parceria com a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Epagri e Fepagro, promove no auditório da empresa de pesquisa, em Bento Gonçalves (RS), o I Workshop sobre dormência em frutíferas.

Com inscrições gratuitas, o evento tem como objetivo apresentar os avanços na compreensão do controle da dormência de frutíferas de clima temperado, como é o caso da macieira, pereira e pessegueiro. Nesse processo, durante o inverno, a planta necessita passar por repouso e guardar as reservas acumuladas no período para garantir a sua brotação e a produção de frutos.

Segundo Luís Fernando Revers, o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e coordenador do workshop, esses resultados relativos à dormência serão fundamentais para ajudar no desenvolvimento de métodos de manejo dos pomares e contribuir para geração de novas cultivares de macieira.

"A sustentabilidade da cadeia produtiva da macieira, como de outras fruteiras de clima temperado, poderá ser afetada em função das mudanças climáticas, com a previsão de aumento da temperatura global e ocorrência de invernos menos frios, fatores fundamentais para iniciar um novo ciclo produtivo, na primavera", avalia Revers. Atualmente, às regiões de produção da maçã brasileira estão concentradas no Sul do País, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que é uma região climática limítrofe para a obtenção do frio necessário à produção.

Durante o evento serão apresentados resultados de pesquisa em palestras e painéis, que foram obtidos por uma rede de pesquisa formada por Embrapa (Uva e Vinho,Trigo, Recursos Genéticos e Biotecnologia e Informática Agropecuária), Epagri (Estação Experimental de Caçador e Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia de Santa Catarina), Fepagro e Centro de Biotecnologia e Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no endereço http://perguntas.cnpuv.embrapa.br/index.php/665485/lang-pt-BR. Vagas limitadas. Clique aqui e confira o programa completo e outras informações.

Fonte: Embrapa

PIB do Agronegócio deve crescer 2% em 2017

Os cenários para a agropecuária brasileira em 2017 são positivos. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deverá crescer 2% e a safra de grãos poderá alcançar o recorde de 215 milhões de toneladas, no próximo ano. A avaliação foi feita nesta terça (6) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) durante evento, na sede da entidade, para a divulgação do documento “Balanço 2016, Perspectiva 2017”.

A melhora no desempenho será consequência, dentre outros fatores, da recuperação da produção agrícola, com chuvas mais regulares e o avanço do plantio dentro do calendário previsto. Em 2016, a safra de grãos teve sua maior queda em seis anos e totalizou 186 milhões de toneladas, por influência do fenômeno El Niño, marcado pela forte seca e excesso de chuvas, dependendo da região de plantio. Segundo o Superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucchi, culturas como a soja, o milho, o algodão, o arroz e o feijão deverão recuperar produção e área plantada.

Comércio exterior – O agronegócio aumentou sua participação nas exportações brasileiras de 46%, em 2015, para 48% neste ano. Com exceção de 2014, o setor foi o principal responsável por manter o superávit da balança comercial desde 2006, informou a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra. O destaque foi o complexo soja, com participação de 29% nos embarques. China, União Europeia e Estados Unidos continuam como os principais parceiros comerciais do Brasil, mas outros mercados têm se destacado, como o Irã.

Câmbio – Fatores externos e domésticos vão influenciar o câmbio em 2017, de acordo com o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Valle, que fez uma exposição no evento. No cenário internacional, ele classificou como incógnita a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. No Brasil, caso não haja as reformas estruturais, a retomada do crescimento será mais lenta.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Saiba como controlar a mosca das frutas, praga que causa apodrecimento dos frutos e inviabiliza o consumo

As moscas das frutas Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata afetam diretamente as laranjas e tangerinas devido à perfuração feita pela fêmea na casca ao colocar seus ovos, e ao desenvolvimento das larvas dentro do fruto, consumindo a polpa e provocando o apodrecimento interno, o que inviabiliza seu consumo.

Esses insetos podem viver no pomar por 25 a 35 dias no caso de A. fraterculus e, de 18 a 30 dias se for C. capitata (em locais com baixas temperaturas, o ciclo de vida é prolongado) e atacam principalmente as variedades Pera, Hamlin, Valência, Bahia, Natal, Ponkan e Murcott.

No fruto atacado por mosca das frutas ocorre a mudança de cor ao redor da perfuração, que fica marrom. Além disso, é possível ver o orifício por onde a larva sai de dentro do fruto. É comum que os citricultores confundam as lesões provocadas pela mosca das frutas com as de bicho furão. A principal diferença entre elas é que, após penetrar no fruto, o bicho furão libera excrementos e restos de alimentos para a parte externa, que endurecem na casca. Já o local atacado pela mosca fica mole e apodrecido.

O monitoramento da mosca das frutas é realizado por meio de armadilhas. O tipo mais utilizado é o frasco McPhail, feito de plástico ou vidro, para captura de machos e fêmeas. Dentro é colocado um atraente a base de proteína hidrolisada a 5%. As armadilhas devem ser presas em ramos de 1,60 a 1,80 metros de altura e instaladas a cada 50 metros um do outro, contornando toda a área produtora e também no interior do pomar.

Outro modelo de armadilha é a Jackson, de formato delta, dotado de base com cartão colante, mas diferente em relação ao atrativo. Neste caso, é utilizado o feromônio sexual trimedlure, específico para captura de machos de Ceratitis capitata.

O controle químico da mosca das frutas é realizado com a aplicação de inseticidas em cobertura total ou em iscas tóxicas. Elas são preparadas com adição de defensivos químicos a um atraente alimentar, muito parecido com o atrativo utilizado na armadilha McPhail. Devem ser colocadas em ruas alternadas, em apenas uma parte da copa das plantas, em torno de 1m², de preferência em folhagens, e serem renovadas a intervalos entre sete e dez dias. O controle deve ser iniciado quando for encontrada em média uma mosca por armadilha, por dia.

Fonte: Fundecitrus

Fundecitrus promove evento de manejo regional de psilídeo em Avaré nesta quinta-feira

O Fundecitrus irá realizar um encontro com citricultores da região de Avaré/SP para falar sobre o manejo regional de psilídeo, inseto transmissor de greening (huanglongbing/HLB), nesta quinta-feira (8), às 18h30, no Hotel Acquaville.

O evento é gratuito e direcionado a citricultores, engenheiros agrônomos e administradores de propriedades de citros. As palestras irão abordar o sistema de Alerta Fitossanitário – Psilídeo, desenvolvido pelo Fundecitrus, o controle regional de HLB e a situação da doença nos pomares da região de Avaré.

O manejo regional de HLB é a melhor forma de combater a doença e minimizar seus prejuízos. Para isso é necessário a união de vários produtores de uma região para fazer o monitoramento e controle do psilídeo ao mesmo tempo e também eliminar as plantas doentes.

No evento também será abordado o controle biológico de psilídeo feito com a vespinha Tamarixia radiata, que é o inimigo natural do inseto, e uma importante ferramenta para o manejo da doença em áreas com citros e murta que não recebem controle químico, como pomares abandonados, espaços urbanos, chácaras e sítios que têm plantas de citros ou murta que podem servir de criadouros do inseto transmissor do greening.

As vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas pelo site do Fundecitrus no endereço http://www.fundecitrus.com.br/cursos/inscricao ou pelo telefone 0800 11 21 55.

Serviço:

Evento de manejo regional em Avaré
Data: 08/12
Horário: 18h30
Local: Avaré/SP – Hotel Acquaville

Fonte: Fundecitrus

Em 2016, fruticultores do Manoel Alves colheram 230 toneladas de manga e expansão continua em 2017

O cultivo de manga em escala é novo no Tocantins e tem expandido principalmente nos Projetos Hidroagrícolas Manoel Alves, situado no município de Dianópolis, região Sudeste; e São João, município de Porto Nacional, na região Central. No Manoel Alves, o plantio dos mangueirais teve início a cerca de cinco anos. Esse ano a colheita já foi finalizada, e novas áreas estão sendo implantadas com a lavoura. No São João também existe pomares e a produção deve iniciar na safra de 2018.

A variedade cultivada é a Palmer, escolhida por ter boa aceitação nos mercados e por ser a que melhor se adaptou às condições climáticas da região, segundo o gerente agrícola do Distrito Manoel Alves, Patrik Diogo Antunes. “O crescimento da produção vem sendo alavancado pela demanda de mercado e bons preços da fruta. Na primeira safra de 2015 foram colhidas 60 toneladas. Nesse ano, a colheita foi de 230 toneladas, com perspectiva de colher 800 toneladas na safra 2017”, confirma. 

Em 2015, a área plantada no projeto Manoel Alves era de 65,40 hectares. “Atualmente são sete agricultores desenvolvendo a lavoura e a área de plantio chega a 116 hectares”, informa o responsável pela assistência técnica no Perímetro Irrigado do Projeto Manuel Alves, Valdinei da Silva Souza. “A produção atende o mercado interno e também os mercados de Brasília e São Paulo”, diz.

Sucesso

O produtor Delmácio Alves plantou em 2013, 1.500 pés de mangueiras, da variedade Palmer, em seis hectares, no projeto Manoel Alves. “Em 2016 plantei mais quatro mil pés. Hoje são 5.500 pés, em uma área de 16 hectares” diz. “A produção ao terceiro ano foi de oito toneladas por hectares. No quarto ano 15 toneladas por hectares e no sétimo ano estabilizou a produção com 30 toneladas por hectares”, acrescenta. “No início foi feito um investimento maior com o plantio das mangueiras, mas o produtor pode ter lucros durante 30 anos, tempo médio de produção dos mangueirais”, comemora.

Os produtores estão otimistas com a boa aceitação, da variedade Palmer, por parte de consumidores e mercados. Segundo Delmácio Alves, o quilo da manga Palmer pode chegar a até R$ 4,00 o kg e o custo de produção está em torno de R$ 2,00. 

Técnicas de plantio

Com a produção induzida e escalonada, o produtor consegue ter a fruta em qualquer época do ano. “A ideia é vender na entressafra, quando a demanda é maior e os preços estão melhores”, afirma o produtor.

Para o cultivo das mangueiras nos projetos, são utilizadas tecnologias como irrigação localizada e indução floral (com o uso de produtos que antecipam a produção dos frutos). A colheita da manga é feita manualmente, uma a uma, e são embaladas geralmente em caixa de plástico 25 kg ou papelão de 6 kg, dependendo do mercado consumidor.

Sobre a técnica de indução floral, o engenheiro Agrônomo da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), Antônio Cássio de Oliveira Filho informa que seja na cultura da manga ou em outras frutíferas, a indução floral é uma forma de antecipar a produção e programar a colheita dos frutos e dar possibilidades ao produtor de colher frutas numa época em que a oferta é menor no mercado gerando uma melhor receita, explica.

Governo Federal destina R$ 52 milhões para entidades públicas de Ater de todo Brasil

Uma excelente notícia para os agricultores familiares e extensionistas rurais de todo o país. O Governo Federal, através da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), irá destinar R$ 52 milhões para fortalecer o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) dos 27 Estados da Federação. A cerimônia de assinatura do convênio será realizada na próxima quinta-feira (08/12), às 15 horas, no Auditório do Incra, em Brasília (Ed. Palácio do Desenvolvimento, 11º Andar Setor Bancário Norte, Quadra 01, Bloco D - Brasília – DF). O evento terá a presença de representantes das instituições públicas estaduais de Ater, mais conhecidas como Emateres.

“É a retomada dos investimentos pelo Governo Federal na Ater pública estadual. São recursos para qualificar a ação extensionista no campo e viabilizar, através destas entidades, que os agricultores familiares tenham acesso às políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável do rural brasileiro. Esta verba também é uma demonstração que o Governo Federal irá sim investir no fortalecimento da agricultura familiar através da assistência técnica e extensão rural”, destaca o secretário especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, José Ricardo Ramos Roseno.

Os recursos disponibilizados para as entidades são para investimento em infraestrutura, como aquisição de veículos e computadores. Todos os 27 estados da Federação estão contemplados na ação. As entidades estaduais de Ater estão presentes em 5.565 municípios brasileiros, praticamente todo território nacional, com cerca de 20 mil extensionistas. De acordo com Roseno, o serviço público de Ater, em sua estratégia de atuação, contribui diretamente na construção, na implementação e na gestão das políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e solidário. “A ação extensionista transforma as políticas em programas, projetos e planos estruturantes, mobilizando os recursos humanos e de infraestrutura disponíveis. O extensionista rural é reconhecido como um agente público de mudanças. Vamos apoiar a reestruturação das entidades”, ressalta.

Agrônomo e extensionista rural de carreira, o deputado federal Zé Silva, presidente da Frente Parlamentar de Ater da Câmara dos Deputados, destaca a importância das políticas e o reconhecimento que este trabalho tem ganhado nos últimos anos no cenário político brasileiro. “O trabalho do extensionista é essencial para a agricultura familiar, para a economia do país. E eu luto na Câmara para mostrar que o agricultor familiar deve ser tratado de forma diferente pelo Estado brasileiro. Ele produz o nosso alimento preservando tradições culturais, culturas e conhecimentos tradicionais. Precisa ser valorizado”, comenta. Para Zé Silva, o fato de José Ricardo Roseno, com toda a sua experiência como extensionista, estar à frente da principal entidade da agricultura familiar no país, a Sead, é uma demonstração clara do reconhecimento do espaço que a agricultura familiar e a extensão rural têm no Brasil hoje.

Ação que faz a diferença na ponta

Em Barão do Triunfo, microrregião no centro-sul do Rio Grande do Sul, cerca de 1,5 mil famílias de agricultores rurais contam com o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para fomentar a produção local. Um trabalho feito pelos agentes de Ater, que seria inviável sem os investimentos. Para Elias Kuck, extensionista há seis anos e seis meses no município, ter estrutura de trabalho, desde um veículo para ir até as famílias até um escritório, com computador, faz toda a diferença na prestação do serviço. “Se você não tiver isso, você não consegue atender esses trabalhadores. Precisamos, sim, desses investimentos para levar as políticas públicas do governo até o pequeno agricultor. Somos um braço do governo”, pondera o agente. Ainda segundo Elias, em um momento onde o país enxuga gastos, o investimento em Ate demonstra a valorização do serviço. “Os repasses estão se mantendo e são eles que dão fôlego para que as empresas continuem ativas, prestando o serviço”, afirma o extensionista.

Argileu Martins da Silva, presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e extensionista rural, concorda com Elias. Para ele, os recursos aplicados pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), na área de extensão rural no país, são fundamentais e dão condições aos agentes de levarem um serviço de qualidade até os agricultores. “Primeiro, é uma forma de ampliar a participação do governo no financiamento. Segundo, um bom gesto da Sead, se levarmos em consideração que há tempo não se via um investimento tão expressivo. E, por último, é esta estrutura que proporcionará capacidade de mobilidade. Um conjunto de fatores que deixou o serviço de extensão bem mais animado”, garante Argileu.

SERVIÇO

Assinatura de Convênio no valor de R$ 52 milhões para fortalecimento da Ater Estatal

Data: 08/12 (quinta-feira)
Horário: 15 Horas
Local: Auditório do Incra
Endereço: Ed. Palácio do Desenvolvimento, 11º Andar Setor Bancário Norte, Quadra 01, Bloco D - Brasília – DF
Informações: (61) 2020-0122 / 0128

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Brasil e México devem estreitar relações no agronegócio

Em encontro com José Calzada, ministro da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação do México, país que sedia a COP 13 da Biodiversidade, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estreitou o diálogo e pediu abertura para a carne bovina brasileira. Blairo explicou, em agenda paralela à Conferência da Biodiversidade, que, “nos últimos 30 anos, o rebanho brasileiro aumentou enquanto diminuiu a área de pastagem graças ao melhoramento genético”.

Calzada demonstrou interesse em vir ao Brasil para ampliar as parcerias comerciais, principalmente de grãos. Há especial atenção dos mexicanos em relação à Embrapa, nos que se refere ao extencionismo e tecnologia agrícola, alcançando melhoramento do café, por exemplo. O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, disse que a colaboração com o México tem sido muito boa. E que há um bom espaço para aumentar a cooperação.

A transferência de tecnologia brasileira deve ser associada à abertura de mercado para o Brasil, destacou o ministro Blairo Maggi. “E acho que isso é o que o México e o Brasil podem fazem. Mexicanos são bem-vindos. Podemos fazer uma agenda com governo e iniciativa privada”, disse o ministro.

O México também tem interesse em vender aos brasileiros material genético da raça Angus e atum, fazendo intercâmbio na área de pesca. O ministro Blairo reforçou com humor: “Vamos trabalhar, vamos abrir o mercado. Se não me compra carne de boi, não te compro peixe”. E elogiou a embaixadora no Brasil, Beatriz Paredes, afirmando ser “muito ativa”.

O ministro mexicano disse considerar “muito importante a aproximação política entre Brasil e México”. Um dos objetivos é diversificar e ampliar a pauta de comércio. A missão deve vir ao país no primeiro semestre do próximo ano.

Clima favorável aumenta produção de pêssego no RS

A produção de pêssego no Rio Grande do Sul foi muito baixa no ano passado, mas os agricultores estão animados com a safra atual. Com clima favorável e colheita precoce, o resultado deve ser 40% maior no principal estado produtor do país. Antônio Conte, assistente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS), conta que mesmo abaixo da média histórica, o crescimento será um alívio para os agricultores.

Em 2015, o rendimento foi de 43 mil toneladas na soma entre as frutas para mesa e indústria. Agora, os produtores esperam algo em torno de 80 mil toneladas. “Esse ano, o frio esteve dentro da normalidade e, consequentemente, a safra teve resultados positivos”, explica Conte.

Estamos chegando ao fim da primavera e neste começo de dezembro a tendência é de tempo ameno com pancadas de chuva de forte intensidade no primeiro fim de semana do mês na Região Sul do país, mas o sol volta a aparecer nos próximos dias.“Nesta primeira quinzena de dezembro, o Sul do Brasil deve ter calor e pancadas de chuva, típicas de verão. Ainda podemos ter dias com temperatura amena” diz Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo.





Nos próximos dez anos, ritmo de crescimento do agronegócio brasileiro será maior do que no resto do mundo

O desempenho do agronegócio brasileiro no período de 2016 a 2026 será melhor do que a média mundial para produtos como soja, milho, açúcar e carnes (bovina, suína e frango), aumentando a participação do País no mercado global. Apesar disso, não repetirá para os próximos dez anos a robusta taxa de crescimento apresentada na última década em relação à produção e às exportações das principais culturas.

A conclusão é do “Outlook Fiesp 2026 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro”, levantamento elaborado pelo Departamento de Agronegócio (Deagro) da Fiesp, que reúne diagnósticos e projeções do setor para a próxima década, em termos de produção, produtividade, consumo doméstico e exportações.

Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp, ressalta que “há muitos e grandes desafios de curto prazo, especialmente da situação econômica do País, que afetam diretamente o desempenho do agronegócio, mas também há muitas oportunidades”. Skaf lembra que atualmente, 60% das exportações do setor passam por algum tipo de industrialização. “Precisamos abrir novos mercados, como o asiático, para aumentar essa proporção. Se o governo fizer o que precisa ser feito em termos de política comercial, alcançaremos números ainda mais significativos.”

De acordo com o Outlook Fiesp 2026, a participação de mercado do Brasil nas exportações mundiais de soja, por exemplo, chegará a 49% em 2026, com crescimento anual de 4,6%, acima dos 2,7%, em média, dos demais produtores.

A projeção para o milho brasileiro, que passou a ser disputado no mercado internacional pela sua qualidade, é de crescimento anual de 8,8%, com a participação nas exportações mundiais indo a 23% ao final do período projetado. Para a safra 2025/2026, estima-se aumento de 21% no consumo interno, puxado pelo setor de proteínas animais.

No caso do açúcar, o país, que já é o grande supridor mundial, em dez anos será responsável por metade do que é comercializado internacionalmente, segundo as projeções da Fiesp, com taxa de crescimento de 2,2% ao ano. Vale destacar que 2016 foi um ano importante de recuperação para o setor, impulsionado pela forte alta do preço do açúcar, em razão do desequilíbrio ocorrido no quadro de suprimento global.

Pela mesma razão, os preços da laranja deram um fôlego a produtores e indústrias, assim como o do café, mesmo com a valorização do real que, de forma atípica, acabou contribuindo para o desempenho dessas três culturas, ao melhorar os custos na lavoura e ao oferecer certo alívio para as indústrias com dívidas em dólar. Dessa forma, iniciarão o próximo ano em situação mais favorável.


Segundo o gerente do Deagro, Antonio Carlos Costa, 2017 também pode marcar o início da recuperação para as carnes, como a de frango e suína, que enfrentaram uma “tempestade perfeita” em 2016, com aumentos históricos dos custos de produção, somados ao consumo estagnado por conta da redução do poder de compra da população. Como resultado, os integradores registraram margens negativas nos primeiros seis meses do ano para aves e, no caso de suínos, o cenário continua negativo. Os prejuízos acumulados neste elo da cadeia produtiva devem chegar a R$ 4 bi até o final do ano, segundo cálculos da Fiesp. A carne bovina, cuja demanda doméstica foi fortemente afetada pela crise econômica, registra neste ano o pior consumo per capita em 15 anos.

Mesmo com uma recuperação da economia em ritmo menor do que o esperado, esses segmentos devem ser os um dos primeiros a se beneficiar com uma melhora da conjuntura macroeconômica. O milho também deve contribuir para que o próximo ano seja melhor, com os preços voltando à paridade de exportação a partir da recuperação esperada para a segunda safra.

O cenário projetado para a carne bovina aponta para um crescimento anual das exportações de 4,5%, com sua fatia do mercado internacional se elevando para 18% na próxima década, marcando uma melhora em relação ao desempenho registrado entre 2005-2015 (0,3% e 15% para crescimento e fatia do mercado mundial, respectivamente). No entanto, a abertura recíproca entre Brasil e EUA para o produto sinaliza, no médio prazo, a possibilidade de acesso a novos mercados, mais exigentes e que remuneram melhor o produto brasileiro, o que poderá resultar em números ainda mais positivos.

A projeção para os próximos dez anos para a carne suína também é favorável, com crescimento anual das exportações de 3,0% - contra retração de 1,2% ao ano na década anterior – e participação no mercado internacional de 10%. A carne de frango manterá sua expressiva fatia do mercado global, com 41% do total comercializado.

Riscos

O gerente do Deagro explica que o agronegócio já mostrou que não está blindado do que ocorre na economia brasileira, já que a queda na renda e na confiança do consumidor atingem o consumo de alimentos mais elaborados, e a situação fiscal do País lança um enorme desafio para a política agrícola brasileira – especialmente para o crédito e o seguro rural, instrumentos fundamentais para assegurar o desempenho futuro. O primeiro impacta diretamente os investimentos, com consequências para a produtividade das lavouras. Além disso, o ponto de equilíbrio do câmbio e o possível surgimento de uma onda protecionista jogam elementos adicionais de preocupação no curto prazo. “Para o país que detém o maior superávit comercial do agronegócio do mundo, movimentos protecionistas são ruins por princípio. No entanto, temos que estar atentos a oportunidades, mesmo com este horizonte, como uma maior aproximação com a Ásia, por exemplo”.

Estudo na íntegra está no site da Fiesp: www.fiesp.com.br/outlook

Remineralização do solo pode ser alternativa a produtos químicos

Procedimento em experimentação devolve fertilidade e reduz danos ambientais


A remineralização do solo pode ser importante solução para sua recuperação, de acordo com a pesquisadora, doutora em solos e engenheira agrônoma Cláudia Goergen, da Universidade de Brasília (UnB). Cláudia Goergen fez palestra sobre o tema Remineralização do solo: nova fronteira para a ciência, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em evento do Dia Internacional dos Solos, nesta segunda-feira (5).

Segundo Cláudia Goergen, a remineralização favorece a recuperação de solos desgastados, contribuindo para o rejuvenescimento e a produção de nutrientes essenciais ao cultivo de plantas. “Por meio desse procedimento, adicionamos, ao solo minerais com constituição química de alta fertilidade, que não se dissolvem rapidamente”.

A engenheira agrônoma alerta que o procedimento ainda está em fase inicial e que a remineralização é um processo único para cada região, devido às especificidades de solo, mas que já apresenta bons resultados nas áreas onde foi aplicado.

Para o chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista do Mapa, Maurício Carvalho de Oliveira, o novo conceito de recuperação e enriquecimento de solos contribuirá, na agricultura, com redução de custos para o produtor e com a qualidade ambiental, uma vez que resíduos de mineradoras também podem ser reutilizados no processo. “É esperado que se utilize menos produtos químicos nas lavouras a partir do uso desse procedimento. Dentro de um futuro breve, ele vai trazer resultados positivos ao bolso do produtor e ao meio ambiente”, ressaltou.

Efeito Trump e ‘novo’ Canal do Panamá são oportunidades para o Brasil

Nesta segunda-feira (5), em Barreiras, no Oeste da Bahia, aconteceu o segundo seminário da Expedição Safra 2016/17. Com o tema ‘Safra cheia desafia mercado e retomada da produção no Brasil’, o evento reuniu produtores, analistas de mercado e técnicos. É a primeira vez, nos 11 anos de história do projeto, que a Expedição Safra faz um seminário na cidade.

Durante a apresentação, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, falou sobre os desafios do agronegócio para os próximos anos. Entre as oportunidades para o Brasil, Ferreira citou o efeito Trump e a ampliação do Canal do Panamá. “O discurso protecionista do novo presidente americano, Donald Trump, de derrubar acordos comerciais logo que assumir, pode abrir portas para o mercado sul-americano, principalmente para o Brasil, abrindo novos mercados e aumentando nossa competitividade”, afirma.

No entanto, apesar da oportunidade e da vocação exportadora do país, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo fez um alerta sobre a necessidade de planejamento interno e estratégia para aproveitar a oportunidade. “Um exemplo é o milho. O país exportou 30 milhões de toneladas na temporada passada e faltou milho no mercado interno ao longo de 2016. Isso fez o preço da saca disparar. Números da Expedição Safra mostram que nós só vamos voltar a exportar essa quantidade em 2021, daqui a cinco anos”, explica. “Mas, dependendo das decisões dos Estados Unidos nos próximos anos, o Brasil pode rever e ampliar a participação no mercado internacional”.

Giovani Ferreira também falou sobre a ampliação do Canal do Panamá, que aumentou a capacidade de transporte de 360 milhões de toneladas para 600 milhões de toneladas. A Expedição Safra esteve no Panamá neste ano. “O agronegócio, que atualmente responde apenas 10% pelos produtos que passam pelo canal, será cada vez mais necessário para garantir viabilidade econômica para o novo canal. E o Brasil está no radar, principalmente os portos do Arco Norte”, diz.

Segundo Ferreira, uma viagem do Brasil para o Japão, de navio, demora até 42 dias atualmente. Pelo Canal do Panamá, é possível encurtar o trajeto em dez dias. “Por enquanto, com o preço do petróleo neste patamar [baixo], os navios preferem navegar mais a passar pelo canal. E a Autoridade do Canal sabe disso, sabe que precisa ser mais competitivo e ter mais escala. Eles vão buscar navios no Brasil. E o Matopiba vai se beneficiar disso, os portos do Arco Norte”, concluí.

A FCStone apresentou um painel sobre a situação climática e mercadológica da próxima safra no Matopiba.

CNA divulga balanço do Agronegócio de 2016 e perspectivas para 2017 em coletiva de imprensa

Coletiva que ocorrerá nesta terça (6), às 11h, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)


O balanço do agronegócio em 2016 e as perspectivas do setor para 2017 são os temas da entrevista coletiva que ocorrerá nesta terça (6), às 11h, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com a presença do presidente da entidade, João Martins. 

Serão divulgados, no encontro, os resultados e as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), números da balança comercial e os desafios do setor diante dos cenários nacional e internacional.

A confirmação de presença pode ser feita pelo e-mail cna.comunicacao@cna.org.br ou pelo telefone (61) 2109-1419. 

SERVIÇO

Coletiva de imprensa – Balanço de 2016 e Perspectivas para 2017


Data: 6/12/2016

Horário: 11h

Credenciamento: 10h30

Almoço: 12h30

Local: sede da CNA (SGAN, quadra 601, módulo K, Asa Norte, Brasília – DF – atrás do Serpro)

Transporte: diante da dificuldade de estacionamento no prédio da CNA e imediações, a recomendação para os jornalistas é que utilizem veículos das redações, ou táxi/uber para o deslocamento até a coletiva.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Novo momento da citricultura

Setor exporta aproximadamente 98% do suco que produz e responde por 80% de participação no mercado mundial



O Estado de São Paulo abriga o maior parque citrícola do mundo, com mais de 180 milhões de plantas, responsável por mais de 50% da produção mundial de suco de laranja, gerando uma receita de US$ 2 bilhões ao ano, com mais de um milhão de toneladas de suco embarcados.

Levantamentos realizado pelos órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo mostram que o setor exporta aproximadamente 98% do suco que produz e responde por 80% de participação no mercado mundial, em valores monetários. A citricultura paulista é muito importante para o agronegócio do Brasil e mundial.

Números tão representativos demandam cuidados de mesmo porte, para manter a qualidade dos frutos e a sanidade das plantas, pois elas sustentam uma brigada de 60 mil empregos diretos e estão presentes em quase metade dos municípios do Estado.

A incessante busca por soluções para combater e evitar pragas e doenças como o greening, a pinta preta, o amarelinho e o cancro cítrico tem sido a tônica da cadeia produtiva, debatida pela nossa Câmara Setorial de Citros, e apoiada pela Comissão Técnica de citricultura e pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas. O apoio deve ser tanto aos pomares próprios da indústria citrícola, como aos pequenos citricultores, muitos deles familiares.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento tem empreendido, ao lado das entidades que atuam no setor, destacadamente o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), um intenso trabalho para disseminar práticas de sanidade. Os esforços surtiram efeitos e tivemos a publicação de nova instrução normativa do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que permitirá que os produtores adotem o Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para o controle do cancro cítrico.

A Instrução Normativa nº 37 do Mapa foi apresentada numa série de eventos e palestras voltadas aos citricultores, engenheiros agrônomos, técnicos e até mesmo estudantes de agronomia, esclarecendo as novas ações a serem adotadas nos pomares, propriedades, packing houses, indústrias e transporte.

Com a adoção do SMR, os produtores terão a proteção formal das medidas fitossanitárias e o controle de disseminação de doenças será ampliado, garantindo a saudabilidade da sua produção, habilitando as propriedades a comercializar suas frutas in natura para outros mercados que reconheçam nossas medidas fitossanitárias.


No mês de novembro, em parceria com o Fundecitrus, iniciamos um ciclo de eventos para apresentar as mudanças na legislação federal. O primeiro foi o Seminário Internacional, realizado em Cordeirópolis, onde foram apresentadas as diferenças entre a antiga e a nova regra, além de experiências de sucesso implantadas no Estado de Santa Catarina e na Argentina para o controle da doença. Na sequência, realizamos encontros de trabalho regionais nos municípios de Avaré, São José do Rio Preto e Araraquara.

Estes encontros foram muito produtivos, reuniram mais de 800 pessoas de 26 regionais da Secretaria, possibilitando a troca de informações e o esclarecimento de dúvidas sobre a nova legislação.

Os eventos foram organizados pelas Coordenadorias de Defesa Agropecuária (CDA) e de Assistência Técnica Integral (Cati) e do Instituto Agronômico (IAC), que tem trabalhado para o desenvolvimento de novas cultivares menos suscetíveis às pragas e doenças.

A possibilidade de buscar alternativas à erradicação das plantas doentes foi muito bem recebida pelos citricultores que participaram dos eventos e que, entusiasmados, esperam melhorar o manejo de doenças nas propriedades, adotando práticas mais eficientes, além de economizar tempo e dinheiro.

A partir dessa mudança, a Defesa Agropecuária da Pasta passará a dividir a responsabilidade com produtores para manter o controle do cancro cítrico e das outras doenças. Para isso, é preciso monitorar cada etapa, desde a produção, passando pelo packing house, a certificação da produção por profissionais credenciados até chegar nas auditorias da CDA e do Mapa.

Por isso, o trabalho de orientação continuará sendo realizado por meio das Casas da Agricultura, onde o produtor poderá ter informações sobre como aderir ao Sistema de Mitigação de Risco e proteger seu pomar, visto que somente com essas medidas teremos sucesso no controle do cancro cítrico e das outras doenças.

A atuação da Secretaria no próximo ano continuará a ser debatida na Câmara da Citricultura e integrará os esforços das diversas entidades que atual no segmento, tendo como foco buscar uma ação mais efetiva contra o greening (HLB) e acabar com os pomares abandonados que comprometem os esforços de controle das diferentes pragas que afetam o setor.

Fica uma sensação positiva de que o cenário se abre para o fortalecimento da citricultura paulista, este é o nosso objetivo!


Com queda de alimentos, IPC-Fipe desacelera alta a 0,15% em novembro

IPC-Fipe mede variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda entre 1 e 10 salários mínimos


Com queda mais forte nos preços dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo desacelerou a alta em novembro a 0,15 por cento, depois de subir 0,27 por cento em outubro, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta sexta-feira.

O dado ficou abaixo da expectativa de economistas em pesquisa da Reuters de alta de 0,22 por cento, segundo a mediana das projeções. BRFIPE=ECI

A maior pressão no mês foi exercida pelos preços das Despesas Pessoais, que, com alta de 0,79 por cento, responderam por 0,1077 ponto percentual do índice no mês.

Entretanto, os preços de Alimentação recuaram 0,92 por cento em novembro, depois da queda de 0,27 por cento em outubro, o que corresponde a um peso de -0,2256 ponto. O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

Fonte: Reuters

Tecnologias de cultivo de orgânicos está disponível no site do Mapa

Material reúne informações de preparo de insumos, de manejo do solo e de adubação verde


Informações sobre tecnologias adequadas para cultivar alimentos orgânicos estão disponíveis no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Reunidas em Fichas Agroecológicas incluem técnicas de manejo do solo, de preparo de insumos para controle sanitário animal e vegetal, de manejo das plantas espontâneas e de adubação verde, entre outras práticas.

O conteúdo resumido em linguagem simples, de fácil compreensão, segundo Virgínia Lira, chefe de Divisão de Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica do ministério, visa “socializar o conhecimento da agroecologia com produtores e técnicos e estimular a construção e a divulgação de novas tecnologias”.

Essas fichas ficarão ficarão também disponíveis no portal agroecologia.gov.br, a ser lançado, com dados do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). Por enquanto, são 124 fichas com diferentes informações, mas a ideia, de acordo com Virginia Lira, é que o material seja permanentemente atualizado. A técnica da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo observou que contribuições de pesquisadores podem ser encaminhadas ao email organicos@agricultura.gov.br.

A produção orgânica vem crescendo no país. Em 2013, havia 6.700 unidades de produção orgânica, hoje são 15.663 . O ministério conta com Comissões de Produção Orgânica (CPORgs) nas unidades da Federação, que coordenam ações de fomento à agricultura orgânica, sugerem adequação das normas de produção e de controle da qualidade, ajudam na fiscalização e propõem políticas públicas para o setor. São formadas por 578 entidades públicas e privadas.

Citros/Cepea: Demanda por cítricos pode diminuir em dezembro

O movimento de alta nos preços das frutas cítricas pode ser freado neste mês. Ainda que a disponibilidade de laranjas continue limitada, a maior oferta de outras frutas, como as de caroço, que são comumente consumidas durante as festas de fim de ano, já têm enfraquecido a demanda por cítricos no estado de São Paulo desde a semana passada. Esse cenário deve continuar sendo verificado no correr deste mês, mesmo que levemente.

Segundo pesquisadores do Cepea, além da concorrência com outras frutas, a laranja está sendo comercializada a patamares nominais recordes, o que limita a procura. Em dezembro, também deve crescer a oferta das frutas temporãs e da folha murcha, variedade de laranja tardia apreciada no mercado in natura. Neste cenário, alguns produtores apostam, inclusive, em mercado aquecido somente a partir de janeiro. Na parcial desta semana (segunda a quinta-feira), a laranja pera registrou média de R$ 34,82/caixa de 40,8 kg, na árvore, queda de 0,6% em relação à da semana passada. 


Fonte: Cepea/Esalq