sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Vale do São Francisco sedia evento internacional sobre vinhos tropicais


Começou no dia 19/10, o 5º Simpósio Internacional de Vinhos Tropicais (5th ISTW 2016), na cidade de Petrolina (PE), no Vale do rio São Francisco, principal região tropical vitivinícola do Brasil. Cerca de 120 participantes, de oito países (Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Portugal, França, Tailândia, Bali e Austrália), estarão discutindo a vitivinicultura de clima tropical, que possibilita a produção de uvas e vinhos independente da época e da estação do ano, de acordo com a escolha dos produtores vitivinícolas.

Após ter ocorrido na Tailândia e na Austrália, o evento retorna para Petrolina, onde já ocorreram as duas primeiras edições. Segundo Giuliano Elias Pereira, pesquisador da Embrapa e presidente do Comitê Organizador do evento, o Brasil está na vanguarda das pesquisas sobre vinhos tropicais, obtidos de uvas produzidas em vinhedos localizados em regiões em que as médias de temperaturas mais elevadas permitem mais de um ciclo vegetativo e uma ou mais colheitas por ano. "Esta atividade está sendo desenvolvida em regiões não tradicionais, contemplando novas latitudes na viticultura do globo, sendo singular e única em relação às tradicionais regiões produtoras de vinho", comenta Pereira.

Na programação técnico-científica estão previstas 28 palestras de importantes pesquisadores da vitivinicultura internacional. Abrindo o evento, a professora francesa Jocelyne Pérard, da Universidade da Borgonha, de Dijon, na França, e Presidente da Cátedra Unesco Cultura e Tradições do Vinho, falará sobre a "Organização, valorização e proteção do patrimônio cultural dos territórios de vinhos tropicais: reflexões da Borgonha, um patrimônio mundial da Unesco". Vinte e cinco trabalhos na forma de pôsteres serão apresentados até o dia 21 de outubro, quando encerra o evento.

Destaque na programação para a apresentação dos trabalhos relacionados à construção de uma Indicação Geográfica para os vinhos tropicais do Vale do São Francisco, a futura IG VSF, que será feita pelos pesquisadores da Embrapa Iêdo Sá, Tony Jarbas, Jorge Tonietto e Giuliano Pereira. Nas suas palestras, abordarão as ferramentas usadas para o zoneamento, caracterização dos solos, estruturação da futura IG, além de características dos vinhos tropicais do Brasil.

O Simpósio é uma realização das unidades da Embrapa (Semiárido e Uva e Vinho), Group of International Experts of Vitivinicultural Systems for CoOperation (GiESCO), Chaire Unesco – Culture et Traditions du Vin, Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Conta com o apoio do Senac, Facepe, IFRS Sertão Pernambucano e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Valexport, Instituto do Vinho, ADDiper e CAPES.

A programação completa e outras informações do evento podem ser encontradas no site www.embrapa.br/istw2016.

Na sequência, de 23 a 28, a vitivinicultura continua em destaque, durante o 39º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, promovido pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), que será sediado pela primeira vez no Brasil. O evento acontece em Bento Gonçalves (RS), e é coordenado e presidido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tendo como entidades organizadoras a Embrapa Uva e Vinho, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e a Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves. Clique aqui para mais informações.


Fonte: Embrapa
 

Pequena disponibilidade e preços da polpa cítrica continuam em alta

A pequena disponibilidade continua dando sustentação aos preços da polpa cítrica no mercado brasileiro. Porém, os reajustes foram pequenos em outubro, frente às quinzenas anteriores. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a tonelada da polpa peletizada ficou cotada, em média, em R$721,00 na primeira quinzena deste mês, frente aos R$714,00 no fechamento de setembro último.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o insumo está custando 102,3% mais. Espera-se mercado firme em curto prazo, mas sem espaços para aumentos expressivos, visto os atuais patamares de preços, historicamente elevados. O mercado do milho mais fraco neste último trimestre também deve diminuir a pressão sobre os preços da polpa.

Brasil negocia para entrar em novos mercados japoneses

Avançar nas negociações para produtores brasileiros entrarem nos mercados japoneses de frutas e carne bovina in natura. Este foi um dos objetivos da visita oficial do governo brasileiro ao Japão, segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.

Blairo fez parte da comitiva que acompanha o presidente da República, Michel Temer, em viagem ao Japão. O presidente ficou no país asiático até quarta-feira (19).

De acordo com o ministro, o mercado japonês tem grande participação na compra de soja, milho, algodão e outros alimentos brasileiros. Blairo explicou que o país quer participar de mercados mais sofisticados, como de frutas, processadas ou não.

“Queremos participar também do mercado de carne in natura”, relatou. “Estamos em negociações, são questões sanitárias e fitossanitárias, de reconhecimento do sistema japonês e do brasileiro."

Para Blairo, até meados de 2017, o Brasil terá condições de aumentar sua partição em frutas e em bovinos no mercado japonês. “É um mercado importante e, além de crescer, queremos manter o que conquistamos”, afirmou.

Conversa com investidores

Segundo o ministro, o presidente Temer, nas viagens pela Ásia, tem procurado trazer aos governos e investidores a tranquilidade de que o Brasil vive um processo democrático, de respeito aos contratos e aos acordos feitos no passado.
“E claro que temos de olhar para o futuro, criar novos empregos e novas oportunidades”, observou o ministro. “Na agricultura, viemos dizer aos investidores que temos grandes volumes a serem transportados, que o Brasil cada vez mais cresce na área de produção de grandes commodities.”

Todo esse volume, disse Blairo, precisa chegar ao destino final. Por isso, o país precisa de investimentos em ferrovias, estradas, portos, hidrovias e toda uma infraestrutura que permita deslocar essas mercadorias. 

 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Valor bruto da produção chega a R$ 518,1 bilhões em 2016

Esse é o terceiro melhor resultado dos últimos 27 anos. Em relação a 2015, o faturamento apresenta queda de 2,6%


A Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estima, com base em dados do mês passado, que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2016 chegue a R$ 518,1 bilhões. Na série iniciada em 1989, esse é o terceiro melhor resultado. No entanto, em relação ao ano passado, houve uma diminuição de 2,6%.

“O principal motivo é uma queda de 21,2% na produção de milho por causa da seca”, diz o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Garcia Gasques. A safra total do grão passou de 84,7 milhões de toneladas em 2015 para 66,7 milhões de toneladas este ano. O milho segunda safra foi o que mais contribuiu para essa diminuição. Por conta da queda na produção, o VBP do cereal caiu 7,1%.

Outros produtos que seguiram o mesmo caminho foram o algodão (-15,2%), arroz (-15,4 %), cacau (-14,3%), laranja (-12,8 %) e tomate (-47,2%), por exemplo. “Isso também se deve à diminuição na quantidade, a preços menores ou aos dois fatores, dependendo da cultura”, analisa Gasques. Na pecuária, as maiores reduções foram da carne suína (-12,5 %), e leite (-12,1%). No caso desses dois produtos, a combinação preços mais baixos e produção menor levou à queda no faturamento.

Bons resultados

Mesmo com um VBP total 2,6% menor do que em 2015, o faturamento ainda é considerado elevado, segundo Gasques. Isso se deve a um grupo relativamente pequeno de produtos, mas que representam 54% do VBP total. São a soja (+2,9%), o café (+13,6 %), o feijão (+8,8%), o trigo (+26,6%), a banana (+40,8%); a batata-inglesa (+24,3%) e a maçã (+13,7%).

O VBP médio dos últimos três anos, de R$ 524,8 bilhões, deve se manter até o fim do ano, porque a colheita da maioria dos produtos já ocorreu, restando apenas as lavouras de inverno, como o trigo.

Na análise por região, o Sul permanece na liderança do valor bruto da produção agropecuária (R$ 153,2 bilhões), seguido do Centro-Oeste (R$ 142,7 bilhões), Sudeste (R$ 140,8 bilhões), Nordeste (R$ 42,3 bilhões) e Norte (R$ 31 bilhões).

Entre os estados, São Paulo e Mato Grosso estão na frente. Depois vêm Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Estes cinco estados respondem por 63% do VBP brasileiro.

Confira aqui e aqui os números do VBP.

Principais bancos do país cobiçam dinheiro do agronegócio

Diretor de clientes rurais do Itau BBA explica que o foco agora na agricultura está no produtor primário, empresarial


Os principais bancos privados brasileiros têm direcionado esforços para conquistar mais clientes no agronegócio, único grande setor da economia a apresentar resultados positivos. Bradesco, Itau e Santander estão avançando sobre o campo, seja em carteiras de pequenos produtores que respondem por pessoas físicas, seja nas de empresas rurais, apesar de a maior parte do financiamento agrícola ainda ser controlada pelo governo (veja infográfico).
O diretor de clientes rurais do Itau BBA, Antônio Carlos Ortiz, explica que o foco agora na agricultura está no produtor primário, empresarial.

“Isso é estratégico. A agricultura é muito importante. Representa um terço da composição do agronegócio”, afirma. O Itau BBA, que é o braço para o atacado do Itau, tem uma carteira de R$ 265 bilhões, e cerca de R$ 30 bilhões são voltados para o agronegócio.

A perspectiva de Ortiz é a de que neste ano a carteira agrícola cresça em torno de 30%, com um foco importante no setor sucroalcooleiro. No entanto, ele não revela qual é a participação da agricultura no total dos créditos do agronegócio no banco. 

Nova equipe

Já o banco Santander tem investido em novos profissionais para se aproximar do campo e contratou 40 agrônomos para entender as necessidades dos produtores.

O superintendente executivo de agronegócios do Banco Santander, Carlos Aguiar, explica que o financiamento com taxas de mercado tem crescido em torno de 10% ao ano. Em 2015, o valor total de crédito disponibilizado pelo banco foi de R$ 261 bilhões. Considerando que a carteira do agronegócio alcançou R$ 38 bilhões, ela representa 14% do total.

“A partir de 2015, o banco resolveu colocar o agronegócio como um de seus pilares. Contratou pessoal para atuar nesse setor, basicamente engenheiros agrônomos, e está montando equipe boa para atuar nas agências e está reforçando a área de crédito”, explica.

O Santander tem como foco nas pessoas físicas que, na realidade, atuam como empresas. Ou seja, médios e grandes produtores que não têm empresas constituídas.

“Na pessoa física você tem menos dinheiro, e muito mais gente. A pessoa jurídica já está super bem atendida. A pessoa física hoje é atendida como pessoa física genérica na agencia. Mas um fazendeiro é um negócio”, argumenta.

Ele explica que, com a entrada de Sério Rial na presidência do banco, no ano passado, o Santander começou a dar mais foco ao setor agrícola. “É o que vai bem na crise”, complementa.

Atualmente, os empréstimos do Santander estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, mas no futuro pretende expandir para o Centro-Oeste e Nordeste.

Expansão

Já o Bradesco informou que tem R$ 21 bilhões na carteira de agronegócios, o que representa 4,4% dos R$ 474 bilhões de créditos disponibilizados em 2015. No entanto, o banco aposta na expansão do setor e pretende aumentar sua participação.

O Bradesco trabalha com o pequeno, o médio e o grande produtor, além de atuar em toda a sua cadeia produtiva (agroindústria, indústria de máquinas e equipamentos, cooperativas, venda de insumos, frigoríficos e tradings).

Produtores apoiam entrada do capital privado no financiamento da safra agrícola

A participação dos bancos privados no financiamento do agronegócio é vista com bons olhos por representantes do setor rural. Para o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon, é importante e necessário.

“Primeiro, existe uma necessidade de crédito para financiamento da safra que não é atendida. A demanda é maior que a oferta atual. A gente tem visto esse movimento de alguns bancos financiando. Mas é um movimento novo, que ainda não está estruturado”, avalia.

Ele destaca que a crise da indústria e dos serviços pode fazer com que os bancos entrem ainda mais forte no agronegócio.

“Os bancos se atentaram um pouco para isso. Viram que o retorno é bom e que a taxa de inadimplência é baixa. Não entendi porque que os bancos demoraram tanto a entrar no setor”, questiona.

Ampliação

Para os próximos anos, Conchon acredita em uma ampliação do crédito dos bancos privados, em função do momento econômico pelo qual o Brasil atravessa. “A recuperação do Brasil para absorver o crédito será lenta e, por isso, (os bancos) vão focar no agro”, argumenta.

Questionado se o foco no setor primário não seria um retorno ao modelo agro-exportador, tão criticado décadas atrás, Conchon é enfático ao defender o setor.

“Não é ruim ser agro-exportador. É ruim só ser isso. A gente tem que apostar no que a gente é bom. A gente é muito bom com a agricultura, mas não pode ser a única coisa que se faz”, argumenta.

Já a coordenadora de assistência técnica da Faemg, Aline Veloso, avalia que a participação de outras instituições pode auxiliar o produtor escolher em qual instituição bancária quer buscar o crédito.

“As exportações e importações sustentam a economia do país e todas as instituições financeira estão de olho. Em Minas há um interesse dos bancos em ofertar crédito. E o próprio produtor já está demandando as instituições financeira privadas”.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Armadilha eficaz evita prejuízo nas plantações de laranja

Estudo realizado pela USP mostra que armadilha de bicho furão evitou perda de US$ 1 bilhão

O uso das armadilhas com isca de feromônio para o monitoramento de bicho furão evitou perdas da ordem de até US$ 1,32 bilhão, desde a sua disponibilização no mercado, em novembro de 2001, até 2013. Para chegar a esse valor pesquisadores dos departamentos de Entomologia e Economia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) levaram em consideração as perdas estimadas provocadas pela praga, que podem variar de 5% a 50% da produção, o investimento na pesquisa que desenvolveu o feromônio, o número de armadilhas usadas e a quantidade de pulverização realizada neste período.

A economia varia de US$ 132,7 milhões a 1,32 bilhão em receita bruta, considerando proporcionalmente as perdas potenciais de 5 a 50%. A pesquisa analisou uma área de 79 mil hectares com cerca de 30 milhões de árvores, que correspondia a 13,5% da área de citros do estado de São Paulo na época do estudo.

Os feromônios são compostos sintéticos idênticos aos produtos naturais, não poluentes e, geralmente, não-tóxicos. Podem ser usados de muitas maneiras, como monitorar, atrair, matar ou causar confusão sexual no inseto. Na década de 1990, as perdas de produção devido ao bicho furão foram estimadas em mais de US$ 50 milhões por ano. No início dos anos 2000, o Fundecitrus, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), à Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), à Universidade Federal de Viçosa (UFV) e à Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp de Jaboticabal passaram a estudar os hábitos do bicho furão e seu ciclo de reprodução. As informações levaram a sintetização do feromônio sexual do inseto, além do estabelecimento de estratégias para a sua utilização no campo. 

Em novembro de 2001, a armadilha com o feromônio sintético passou a ser comercializada pela Coopercitrus. O número de armadilhas vendidas entre novembro de 2001 e dezembro de 2013 foi, em média de 38 mil unidades por ano, variando para 32 mil em 2010 e 47 mil em 2007. O custo total das compras de armadilha neste período foi de US$ 5,06 milhões.

Os benefícios econômicos da armadilha foram estimados na forma de perdas evitadas por meio do cálculo do número de caixas produzidas num cenário em que o bicho furão está presente, isto é, considerando as perdas de rendimento que seriam provocadas pela praga se não houvessem armadilhas. Estas perdas foram rentabilizadas com base no preço de uma caixa de laranjas e com a relação benefício-custo do monitoramento e controle do bicho furão com inseticidas que teve uma redução aproximada de 50% após sucessivos anos de uso armadilha.

Com base nestes parâmetros, o investimento inicial na pesquisa, que foi de US$ 50 mil resultou na economia de US$ 2.655 a 26.548 por dólar gasto com uma perda de rendimento de 5-50%, respectivamente. Em termos de retorno para o produtor, em que o custo das armadilhas está incluído, a relação benefício-custo foi US$ 12,02 a 120,19 por dólar gasto.

Fonte: Fundecitrus - 14/10/2016 - Estudo realizado pela USP mostra que armadilha de bicho furão evitou perda de US$ 1 bilhão

Incaper incentiva prática sustentável para a cultura de mangueiras


A manga é uma fruta tipicamente tropical, fonte de vitaminas e sais minerais, e o Brasil é um dos principais países produtores. Mas para produzir frutos de qualidade durante todo o ano, são necessários investimentos e técnicas adequadas para o plantio e o manejo, como o processo de indução floral em mangueiras.

Tal prática é importante na sustentabilidade da cultura e tem como objetivo a uniformização e o aumento da florada, reduzindo a alternância fisiológica de produção, mantendo pouca variação de produção nos anos. É uma ferramenta que o agricultor utiliza para que a planta produza em qualquer época do ano.

A técnica consiste, tecnicamente, na utilização de um fitoregulador, que faz com que a planta paralise seu crescimento, acumulando reservas. A partir daí, é feita uma modificação celular e em vez de ter células vegetativas, a planta produz mais células reprodutivas. Com essa modificação e com a aplicação do nitrato, é desencadeado o processo de floração e produção fora do tempo.

Por este motivo, atendendo a uma solicitação do Escritório Local (ELDR) do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em Laranja da Terra, a propriedade do agricultor Fernando Saick, no distrito de Joatuba, foi cenário para mais uma demonstração de método de poda de formação e produção para manga. No espaço de cultivo dele os tipos de manga existentes são: Tomy, Manguita, Palmer e Espada. Toda a produção é direcionada para o mercado da Grande Vitória.

O coordenador do Polo de Manga e extensionista do Incaper, César Santos Carvalho, esclareceu que a adoção da prática da indução floral acontece com a realização de várias práticas de manejo da cultura, começando com análise de solo, adubação, poda de redução de copa, além da utilização de produtos específicos nas épocas certas.

Na oportunidade também foi demonstrada a metodologia de intervenção nas plantas para obtenção de uma colheita mais tardia (atraso de 30 dias na colheita) que pode ser aplicada visando à realização da colheita num período posterior ao pique da safra.

Assessoria de Comunicação do Incaper
Fonte: Reuters

Compra de defensivos agrícolas tem atraso de 40%

As aquisições de defensivos agrícolas para a safra 2016/2017 estão 40% atrasadas em relação ao ciclo anterior, o que pode provocar inflação no preço do frete e atrasos nas entregas. A informação é do presidente da Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), Henrique Mazotini. 

O dirigente explica que é normal o produtor deixar a compra dos produtos de proteção de cultivos para depois de outros insumos, como sementes e fertilizantes, mas ressalta que “isso deve provocar um gargalo logístico. Não vamos ter falta de produto, mas a demanda concentrada gera sim um problema de fornecimento e risco de abastecimento”. 

De acordo com Mazotini, esse atraso nas compras é explicado pela instabilidade político-econômica que o País atravessa, o que fez com que os produtores adiassem as aquisições esperando uma melhora no câmbio. No entanto, ele alerta que não houve variação significativa nos preços dos agroquímicos: “Houve apenas adequações diante da variação do dólar. Mas nada que impacte os custos de produção”.


Outro problema foi a severa restrição de crédito por parte das instituições financeiras, que assumiram uma posição muito mais cautelosa em função das quebras de safra do ciclo anterior – o que gerou grande inadimplência. Além disso, a recém-encerrada greve bancária durou um mês e atrapalhou a burocracia de liberação de financiamentos.

Apesar do atraso nas compras de insumos, a perspectiva é de que haja um “crescimento de 10% no faturamento do setor”, que faturou R$ 34 bilhões na temporada passada. 


Fonte: Agrolink

Citros/Cepea: Maior demanda sustenta valores da pera

As cotações da laranja pera continuam em alta no mercado de mesa do estado de São Paulo. Nesta semana, segundo pesquisadores do Cepea, a demanda pela variedade avançou ligeiramente em relação à semana passada, em função do período de recebimento de salários. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a pera foi negociada à média de R$ 31,04/cx de 40,8 kg, na árvore, leve recuo de 0,5% em relação à semana anterior.


Já a procura pela lima ácida tahiti continua limitada pelos preços elevados. A expectativa de produtores é que as chuvas, já verificadas na maioria das regiões, permitam que a fruta atinja o calibre ideal para colheita, gerando um aumento gradual da oferta até o fim de outubro. A média parcial da variedade, nesta semana, foi de R$ 81,09/cx de 27 kg, colhida, avanço de 10,5% em relação à semana passada. 

Fonte: Cepea/Esalq

Metas da ONU podem gerar bilhões de dólares em oportunidades de negócios agrícolas

Empresas poderiam ganhar centenas de bilhões de dólares por ano até 2030 ao investirem em melhorias na agricultura e em alimentação, desde microirrigação de lavouras a redução de desperdícios, mostrou um estudo internacional nesta sexta-feira.
Uma comissão, que inclui presidentes da Unilever e Aviva, bem como acadêmicos e grupos da sociedade civil disseram que companhias poderiam explorar os planos da Organização das Nações Unidas de erradicar a pobreza e a fome e proteger o planeta até 2030.
"Ao invés de tratar isso como 'Ah meu Deus, outro grande problema global para se preocupar'... você pode dividir em vários blocos de possibilidades reais de negócio", disse à Reuters o presidente da Comissão de Negócios e Desenvolvimento Sustentável, Mark Malloch-Brown.
A Comissão, lançada em janeiro, disse que negócios poderiam liberar cerca de 2,3 trilhões de dólares por ano nos setores de alimentos e agricultura ao investirem 360 bilhões de dólares por ano para ajudar a atingir as Metas de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030.
A comissão listou oportunidades em 14 áreas incluindo tecnologia agrícola, recuperação de terras e florestas, agricultura urbana, irrigação, aquicultura e melhores embalagens. O maior ganho único foi uma estimativa de 405 bilhões de dólares por ano ao reduzir o desperdício de alimentos, disse.
Mas os fundos atuais são insuficientes. "A atual base de capital em 31 importantes fundos de agricultura está abaixo dos 4 bilhões de dólares por ano — menos de 1,5 por cento do investimento anual necessário para captar essas oportunidades", disse uma nota.

Fonte: Reuters

Uva para todos os gostos: do São Francisco, 11 novos tipos chegam ao mercado


Novas uvas começam a chegar ao mercado pernambucano depois de quatro anos de testes no Vale do São Francisco. São uvas de tonalidades e tamanhos variados, mais crocantes, sem semente e que passam a ganhar escala comercial para integrar o mix de hortifruti para o mercado interno e externo.

A nova oferta nasce de um convênio entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, que permitirá a ampliação do lucro de produtores do Submédio do São Francisco em até 25%. Também estão em estudo variedades com sabores inusitados, como abacaxi e algodão doce, que devem chegar ao mercado nos próximos anos.

O objetivo do projeto é diversificar a oferta de uvas de mesa, abrindo margem para o ganho do produtor. De acordo com o engenheiro da Codevasf Osnan Soares, o estudo ocorre numa área de quatro hectares, de onde saem as variedades selecionadas para chegar aos 400 hectares atuais das novas frutas para escala comercial. “Sairão 10 mil toneladas por ano, em média”, destaca. As variedades selecionadas foram Cotton Candy, Jacks Salute, Sugar Crisp, Sweet Celebration, Sweet Globe, Sweet Jubillee, Sweet Mayabelle, Sweet Sapphire, Sweet Sunshine, Sweet Surprise e Timco. Todas são patenteadas por empresas agrícolas estrangeiras.

Segundo Soares, entre as principais características observadas pelos técnicos que participam dos estudos de adaptação agronômica de novas culturas de uva em fazendas de Juazeiro, na Bahia, e de Petrolina, em Pernambuco, estão o aumento na produtividade, a maior tolerância à chuva, redução nos custos de manejo, melhoria na qualidade e maior resistência a pragas e doenças. “Os resultados apontam para um aumento de produção de 10% a 15%, dependendo de fatores como boas práticas de produção, adubação, entre outras. A redução nos custos de manejo é estimada em torno de 10%. Os frutos apresentam melhor firmeza, crocância e aparência, além de um maior Brix (grau de açúcar).” Quanto ao valor agregado, o engenheiro afirma que os produtores podem obter uma lucratividade média de 20% a 25% com o plantio das novas variedades.

Sucos Prat's expande seus negócios

O objetivo principal da fabricante é tornar a marca conhecida regionalmente.

Suco Prat's acaba de chegar em território mineiro. A marca, que já aparece como expoente no mercado brasileiro de sucos, tem sede no interior do Paraná e já está presente nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro (capital), Distrito Federal e Goiás.

Segundo a empresa, trata-se de uma linha que beneficia tanto o consumidor final quanto o setor supermercadista. E um suco natural, totalmente integral e sem conservantes. 

Até 2020, o Suco Prat's pretende investir cerca de R$ 10 milhões no mercado mineiro. O objetivo principal é tornar a marca conhecida regionalmente. 

Para isso, a empresa está desenvolvendo uma série de ações estratégicas, que envolvem as áreas de marketing, comercial, imprensa, negócios e redes sociais. 

Os produtos saudáveis e naturais vêm ocupando cada vez mais espaço na mesa dos consumidores brasileiros. 

De acordo com estudo realizado nesse ano pela empresa Marketstrat a pedido da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), o mercado de sucos vem crescendo a taxas acima de 10% anualmente. 

A comparação para essa categoria de produto era muito baixa, já que o brasileiro não tinha o hábito de adquirir sucos prontos para beber.

Ainda segundo o levantamento, o consumo de suco 100% natural aumentou 258.2% em volume em dez anos

Fonte: Revista Aditivos & Ingredientes

Produção global de alimentos precisaria aumentar 60% para garantir equilíbrio

Na data em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação (16), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destaca que, com as mudanças climáticas, o desafio de alimentar uma crescente população mundial aumenta. Segundo o representante da entidade no Brasil, Alan Bojanic, a seca fez com que o Nordeste do Brasil perdesse 50% de sua produção nos últimos cinco anos, se comparado com os cinco anteriores.

Com o tema “O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também devem mudar” como destaque da data em 2016, a FAO estima que o número mundial de habitantes vai superar os 9 bilhões em 2050. Segundo o órgão internacional, a produção mundial de alimentos precisaria aumentar em 60% para assegurar o equilíbrio da segurança alimentar.

“Precisamos ver resposta para esse problema. Precisamos de uma agricultura mais adaptativa, diferente, que seja sustentável, ambientalmente amigável e essa agricultura precisa de muita pesquisa. Precisamos de mais variedades de alimentos que aguentem as variações de precipitação, de calor, de frio, problemas de enchente. Uma agricultura adaptativa a essas mudanças climáticas”, ressalta Bojanic.

Segundo a FAO, cultivar alimentos de forma sustentável significa adotar práticas que produzam mais com menos insumos na mesma área e usem recursos naturais com sabedoria. Significa, também, reduzir o desperdício, com melhor colheita, armazenagem, embalagem, transporte, infraestrutura e comércio.

Mesmo com uma produção eficiente, o representante da FAO defende políticas públicas que facilitem o acesso dos mais pobres ao alimento. “Você pode produzir na quantidade suficiente, mas pode não ter acesso, ou seja, pode não ter segurança alimentar para todos. É importante ter equilíbrio entre acesso e produção no contexto nas mudanças climáticas”, destaca Bojanic.

Brasil

No Brasil, cerca de 3% da população vive em situação de vulnerabilidade alimentar. “O Brasil saiu do mapa da fome em 2014 por causa de políticas públicas que facilitaram o acesso aos alimentos, principalmente alimentação escolar, que é uma chave para acesso, mas também transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, o apoio à população da região semiárida com cisternas e carros-pipa”, acrescenta Bojanic.


Anvisa discute regras para agrotóxicos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em discussão três propostas para atualizar as regras para agrotóxicos no Brasil. O prazo para quem quiser participar das consultas públicas vai até quinta-feira (20).

A primeira consulta pública tem como objetivo definir os critérios de avaliação toxicológica de agrotóxicos e seus componentes. A proposta deve estabelecer critérios mínimos e procedimentos para submissão adequada dos dossiês de registro, inclusive quanto ao uso de métodos alternativos; a exigência do parecer de análise técnica da empresa, no qual a empresa poderá apresentar uma avaliação técnica crítica sobre seu produto; a possibilidade de aceitação de pareceres de autoridades de outros países para aprovação do produto no país (work sharing); o que se entende por produto de baixa toxicidade; o acompanhamento sistemático da produção por meio do relatório anual de produto; e a relação de componentes de uso proibido ou que deve ser descontinuado no país, considerando as características danosas à saúde.

Muitos desses itens, segundo a Anvisa, são demandas antigas de regulamentação ou trazem impacto na rotina diário de trabalho da agência.

Bulas e rótulos

Já a segunda consulta pública trata das diretrizes e exigências referentes à autorização de registros, renovação de registro e extensão de uso de produtos agrotóxicos e afins. A revisão, de acordo com a Anvisa, é necessária devido à evolução do conhecimento na matéria durante um período de mais de duas décadas da norma em vigor.

Atualmente, a classificação toxicológica de agrotóxicos é normatizada pela Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, pelo Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, e pela Portaria nº 3, de 16 de janeiro de 1992.

“A legislação vigente estabelece que rótulos e bulas de agrotóxicos devem atender as especificações e dizeres aprovados pelos órgãos federais dos setores da agricultura, saúde e meio ambiente", diz a Anvisa. "Dessa forma, com relação aos dizeres de saúde, de competência da Anvisa, faz-se necessário o estabelecimento dos dizeres e da adequação dos mesmos às outras normas que estão sendo concomitantemente propostas de avaliação e classificação toxicológica”, informou a agência.

Será lançado ainda um guia para elaboração do rótulo e da bula, onde orientações adicionais sobre a confecção destes serão publicadas para auxiliar as empresas registrantes a adequá-los aos critérios de rotulagem do Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS, na sigla em inglês) e à proposta em questão.

Classificação toxicológica

A última consulta pública em andamento, e conduzida pela Anvisa, envolve critérios para classificação toxicológica e comparação da ação tóxica de agrotóxicos e afins. Segundo a agência, a revisão é necessária por causa da evolução do conhecimento na matéria durante um período de mais de duas décadas da norma em vigor.

Com a revisão, a Anvisa pretende, entre outros pontos, aproximar os critérios de classificação toxicológica de agrotóxicos com os do sistema GHS, já adotado pelo Brasil para outras substâncias químicas e por vários países na classificação toxicológica e rotulagem de agrotóxicos.

“Além disso, pretende-se regulamentar alguns itens do Decreto 4.074/2002, que ficaram pendentes de normatização, como os parâmetros para a comparabilidade de toxicidade entre agrotóxicos novos com os já presentes no mercado.”

Como participar

Para participar, basta entrar na página de cada uma das consultas onde está disponível o texto da proposta e o formulário para participação, além de outras orientações para os interessados em mandar contribuições. Os links das três consultas públicas podem ser acessados na CP 260/16 - Exigências para avaliação toxicológica de agrotóxicos, componentes, na CP 261/16 - Informações toxicológicas para rótulos e bulas de agrotóxicos, e na CP 262/16 - Critérios para classificação toxicológica de agrotóxicos, componentes

Mecanismo de participação social mais utilizado pela Anvisa, a consulta pública é obrigatória em propostas em regime comum e se caracteriza pelo recebimento de contribuições por um período determinado. Atualmente, a agência utiliza o sistema eletrônico FormSUS para o envio das manifestações.