Estudo realizado pela USP mostra que armadilha de bicho furão evitou perda de US$ 1 bilhão

A economia varia de US$ 132,7 milhões a 1,32 bilhão em receita bruta, considerando proporcionalmente as perdas potenciais de 5 a 50%. A pesquisa analisou uma área de 79 mil hectares com cerca de 30 milhões de árvores, que correspondia a 13,5% da área de citros do estado de São Paulo na época do estudo.
Os feromônios são compostos sintéticos idênticos aos produtos naturais, não poluentes e, geralmente, não-tóxicos. Podem ser usados de muitas maneiras, como monitorar, atrair, matar ou causar confusão sexual no inseto. Na década de 1990, as perdas de produção devido ao bicho furão foram estimadas em mais de US$ 50 milhões por ano. No início dos anos 2000, o Fundecitrus, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), à Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), à Universidade Federal de Viçosa (UFV) e à Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp de Jaboticabal passaram a estudar os hábitos do bicho furão e seu ciclo de reprodução. As informações levaram a sintetização do feromônio sexual do inseto, além do estabelecimento de estratégias para a sua utilização no campo.
Em novembro de 2001, a armadilha com o feromônio sintético passou a ser comercializada pela Coopercitrus. O número de armadilhas vendidas entre novembro de 2001 e dezembro de 2013 foi, em média de 38 mil unidades por ano, variando para 32 mil em 2010 e 47 mil em 2007. O custo total das compras de armadilha neste período foi de US$ 5,06 milhões.
Os benefícios econômicos da armadilha foram estimados na forma de perdas evitadas por meio do cálculo do número de caixas produzidas num cenário em que o bicho furão está presente, isto é, considerando as perdas de rendimento que seriam provocadas pela praga se não houvessem armadilhas. Estas perdas foram rentabilizadas com base no preço de uma caixa de laranjas e com a relação benefício-custo do monitoramento e controle do bicho furão com inseticidas que teve uma redução aproximada de 50% após sucessivos anos de uso armadilha.
Com base nestes parâmetros, o investimento inicial na pesquisa, que foi de US$ 50 mil resultou na economia de US$ 2.655 a 26.548 por dólar gasto com uma perda de rendimento de 5-50%, respectivamente. Em termos de retorno para o produtor, em que o custo das armadilhas está incluído, a relação benefício-custo foi US$ 12,02 a 120,19 por dólar gasto.
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