sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Citros/Cepea: clima chuvoso antecipa safra de limão tahiti em SP

A safra paulista de lima ácida tahiti está em pico de oferta. Segundo colaboradores do Cepea, as chuvas da semana passada aceleraram o enchimento dos frutos e resultaram em maior disponibilidade de fruta nestes últimos dias. Assim, uma maior quantidade de limões ficou pronta para a colheita antes mesmo do esperado – em 2015, um maior volume foi colhido apenas em fevereiro.

A expectativa é que a temporada 2016 de tahiti seja elevada, devendo se concentrar em janeiro e fevereiro. Essa perspectiva está fundamentada nas chuvas regulares desde o segundo semestre do ano passado nas principais regiões citrícolas.

Nesta semana, a oferta de lima ácida tahiti está bem acima da demanda, pressionado as cotações. De segunda até esta quinta-feira, 21, a tahiti tem média de R$ 11,00/cx de 27 kg, colhida, queda de 4,2% em relação à semana passada.


Fonte: Cepea/Esalq

Confira as dicas para evitar o consumo excessivo de água na agricultura

Durante todo o último ano, o Brasil sofreu com a escassez de água. Ela chegou a todos os setores da cadeia produtiva nacional, principalmente no setor primário, responsável por 24% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Por ser encarregado de uma quantidade considerável da produção brasileira, responde por 72% do consumo da água disponível para utilização. Por este motivo já foi vista como uma grande “vilã”.

A sociedade questiona o produtor com o estereótipo de que usa a água de maneira inadequada na agricultura. O que não é verdade. “Eles buscam diariamente aperfeiçoar técnicas e melhorar conhecimentos para que essa imagem seja desconstruída e que haja um maior compromisso com o meio ambiente”, declara Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim, empresa pioneira e líder mundial em soluções de irrigação por gotejamento,

A equipe agronômica da empresa preparou algumas dicas que podem ajudar no dia a dia do campo para que os produtores consigam economizar ainda mais os recursos naturais.

A lavoura
Independente da cultura, seja café, cana de açúcar, cacau, milho, soja, citrus, cultivos de horticultura etc., a irrigação é um ponto de extrema importância e que precisa de atenção. É necessário que o produtor conheça as especificações técnicas de sua cultura, como a quantidade de água que a planta necessita para cada fase do seu desenvolvimento, levando em consideração que a irrigação tem como objetivo repor as perdas de água perdida através do processo de evapotranspiração. Desta forma é possível extrair melhor o potencial produtivo de cada cultura.

O clima
Por contar com um território extenso, o Brasil é composto por uma variedade de climas que interferem no regime de secas, chuvas e nas mudanças de temperatura. Por esse motivo o produtor rural precisa levar em consideração o clima no qual a cultura se instala para que haja um melhor planejamento na irrigação da mesma e a implantação de tecnologias que aprimorem esta prática.

Tecnologias
Instrumentos como a irrigação por gotejamento tem ganhado espaço entre os produtores. Somente no ano passado, houve o crescimento de 30% na busca pelos mesmos. A Netafim, por meio da elaboração de projetos precisos, que levam em consideração o clima, o solo e a cultura, busca atender a necessidade exclusiva do agricultor sem perder de vista o foco do consumo responsável de água: produzir mais com menos. Além da economia de água, esse método traz ganho para o produtor diminuindo o uso de insumos e utilizando menos energia. “Nesse sistema a água é levada de forma precisa através de tubos que contém gotejadores, controlando a pressão e liberando gotas de água conforme a necessidade de cada cultivo, garantindo uma irrigação constante e sem desperdício”, destaca Sanches.

O Solo
As informações referentes a classificação do solo e sua textura (concentração de areia, silte e argila), são fundamentais na concepção, performance e manejo de um projeto de irrigação sustentável, uma vez que, deve direcionar a escolha da vazão, espaçamento e modelo dos gotejadores. A topografia também pode influenciar no que diz respeito à irrigação, podendo limitar as tecnologias a serem implantadas. “Não existe restrições para irrigação por gotejamento: desde que haja água e energia, é possível fazer em qualquer solo, topografia ou estado de área”, garante o gerente agronômico.

Acompanhamento técnico
O acompanhamento de um profissional da área de irrigação é indispensável para que a prática atinja seu máximo desempenho. A manutenção constante garante que o rendimento final não seja comprometido, muito pelo contrário, que seja cada vez maior. “Além do compromisso com a natureza temos o compromisso com o produtor. Nossos sistemas permitem a técnica de nutrirrigação que é a possibilidade de levar, além da água, fontes fertilizantes diretamente na raiz da planta garantindo uma maior produtividade e desperdiçando menos água” finaliza.

O manejo da irrigação visa suprir as necessidades da cultura sem que haja excesso ou falta de água no solo, garantindo um parâmetro ideal. Atualmente, mais de 10 milhões de hectares em todo mundo são irrigados com os gotejadores da Netafim. Espaços que, de gota a gota garantem o compromisso com a natureza e o sucesso do produtor evitando o consumo excessivo de água.
Sobre a Netafim

Fundada há mais de 50 anos e com cerca de 30 subsidiárias em todo o mundo, a Netafim oferece as melhores soluções aos agricultores de mais de 110 países por meio 15 unidades produtivas, milhares de distribuidores e mais de 4.000 funcionários. No Brasil são três unidades: Campinas/SP, Ribeirão Preto/SP e em Cabo de Santo Agostinho/PE. O portfólio de produtos inclui sistemas completos de irrigação por gotejamento, microaspersão, controle e monitoramento automatizados, dentre outras. 

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

Agropecuária se destaca e gera 9,8 mil empregos em 2015

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que a agropecuária gerou 9.821 empregos em 2015. O setor foi o único a apresentar saldo positivo, resultado obtido graças ao aumento da produção e das exportações de produtos agrícolas.

No ano passado, o país aumentou em 7,7% a produção agropecuária na comparação com 2014, alcançando o recorde de 209,5 milhões de toneladas – conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge). Além disso, a participação do agronegócio na balança comercial brasileira foi recorde, respondendo por 46,2% de tudo o que foi vendido ao exterior.

De acordo com o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar, o bom desempenho da agropecuária em 2015 mostra que os produtores brasileiros mantêm forte confiança no setor e continuam investindo na produção de alimentos para abastecer o mercado doméstico e ampliar as exportações.

“Nos três primeiros trimestres de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário cresceu 2,1%. Tivemos uma supersafra e exportação recorde. Tudo isso se reverteu em emprego”, destacou Nassar.

CNA defende benefícios previdenciários para produtores

Neste domingo, 24/01, será comemorado o Dia da Previdência Social, em homenagem ao Decreto Eloy Chaves, de 24 de janeiro de 1923, considerado o marco inicial da legislação previdenciária no Brasil. Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a data é de grande importância para os produtores rurais que contribuem significativamente para o desenvolvimento do país.

E para auxiliar na inclusão previdenciária no campo, a CNA firmou um “Acordo de Cooperação Técnica” com o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) e o INSS, visando a inclusão do produtor no banco de dados do INSS, conhecido como CNIS Rural. O Acordo prevê a inserção, por funcionários dos Sindicatos da base da CNA, das informações sobre a atividade rural exercida e a emissão de declaração anual, dos sindicatos rurais. Com isso, o segurado já irá possuir informações no CNIS Rural ao solicitar o benefício.

Para alimentar o Cadastro Nacional de Informações Sociais Rurais (CNIS Rural), do INSS, os colaboradores dos Sindicatos Rurais passam por um treinamento nas respectivas Federações, ministrado por um representante da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social e um funcionário do INSS. Com esse cadastro, os produtores comprovam as declarações fornecidas ao sindicato sobre suas atividades no campo e ficam de acordo com a lei para obter o benefício da aposentadoria.

Categorias previdenciárias destinadas aos produtores rurais - A Previdência Social assegura os direitos de todos que exercem atividade rural, enquadrando em categorias de acordo com o tipo de atividade que desempenham: Segurado Contribuinte Individual, Segurado Especial, Segurado Empregado e Segurado Trabalhador Avulso. Voltado para os produtores rurais, dois obedecem critérios distintos:

• No Segurado Contribuinte Individual, o produtor contribui sobre a alíquota de 20% do respectivo salário de contribuinte e é destinado a todo produtor rural pessoa física que explora atividade agropecuária, com auxílio de empregados ou prepostos.

• E no Segurado Especial, atribuído ao produtor rural pessoa física, que explora atividade agropecuária individualmente ou em regime de economia familiar em área de até quatro módulos fiscais, sem a utilização de empregados permanentes, o produtor contribui com uma alíquota de 2,3% sobre a receita bruta da comercialização da produção rural.

Quem pode se aposentar no meio rural e como solicitar o benefício - A aposentadoria por idade é um benefício devido ao trabalhador que comprovar o mínimo de 180 meses de trabalho, além da idade mínima de 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher). Para o Segurado Especial, a idade mínima é reduzida em cinco anos. No ato da solicitação o beneficiário deve levar, além dos documentos pessoais, os documentos que comprovem a efetiva atividade rural pelo período de mínimo de 15 anos.

Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social – A Comissão tem promovido treinamentos nas Federações, aos técnicos dos sindicatos, para inclusão de informações dos segurados especiais no CNIS Rural. A expectativa deste ano é realizar o treinamento em todos os Estados e aumentar o número de inclusões de informações no Cadastro para auxiliar um maior número de segurados candidatos ao benefício.

Para o assessor jurídico da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social da CNA, Cristiano Zaranza, o trabalho de inclusão dos dados do Segurado Especial no sistema CNIS Rural é fundamental para que o agricultor obtenha o direito à aposentadoria. “Sem as informações corretas no CNIS Rural, o produtor terá dificuldades em comprovar efetivo exercício da atividade rural pelo período exigido por lei. Visando auxiliá-lo, a Comissão atua efetivamente para que essa barreira não seja mais um impedimento daqui para frente, e para que possa assim, gozar de sua merecida aposentadoria”.

Projeto Cidadania Rural – Para disseminar as informações sobre a legislação previdenciária rural, em 1999, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) criou, em parceira com a Coordenação de Informações Institucionais do INSS, o Projeto Cidadania Rural. A Entidade já capacitou, por meio de palestras, mais de 15 mil produtores e profissionais ligados ao setor. Também elaborou, juntamente com outras entidades, a “Cartilha de Orientação: Previdência Social e SENAR nas Operações do PAA e PNAE”, voltada aos pequenos produtores, associações e cooperativas de produtores rurais.

Para 2016, o SENAR pretende retomar a parceria formal para execução do Projeto Cidadania Rural nas ações do programa de Educação Fiscal, da Receita Federal, e do programa de Educação Previdenciária, do INSS. Além disso, promoverá a revisão dos materiais publicados, adequando-os às regras do Reinf e eSocial, com implantação prevista para setembro de 2016.

Segundo a chefe do Departamento de Administração e Finanças, do SENAR, Rosanne Curi Zarattini, o projeto representa o resgate da cidadania no meio rural. “A conscientização promovida pelas ações do projeto resgata a cidadania e a importância do produtor rural no cenário atual. Nosso setor protagoniza uma história de sucesso e é com conhecimento que avançaremos ainda mais”, afirma.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Figo roxo e abóbora paulista estão mais em conta, diz Ceagesp

Outros preços em baixa são goiaba, abacate, carambola e jaca. Maracujá, maçã, mamão e pera estão mais caros.


A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) divulgou a lista de produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta nesta semana.

Em baixa
Figo roxo, goiaba branca e vermelha, abacate geada, carambola, jaca, tangerina murcot, banana prata sp, laranja seleta, coco verde, laranja pera, melão amarelo, chuchu, abóbora paulista, abóbora moranga, mandioca, pimentão verde, pimenta verde americana, acelga, nabo, cebolinha, milho verde, alface crespa e alface lisa, salsa e canjica

Estável
Caju, pêssego nacional, banana nanica, limão taiti, manga palmer, acerola, banana terra, pimenta cambuci, pimentão vermelho e amarelo, jiló, pepino comum, alface americana, couve, rabanete, escarola e ovos brancos.

Em alta
Maracujá azedo, maçã nacional, mamão papaia, mamão formosa, maçã estrangeira, pera estrangeira, tomate, abobrinha italiana, cenoura, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, erva doce, mostarda, repolho verde, repolho roxo, couve flor, agrião, brócolos comum, coentro, cebola nacional, batata lavada e alho.

Fonte: G1 Economia

Agronegócio: déficit da balança comercial de SP é de US$ 10,86 bi

A diminuição é de 10,5% ante 2014 (US$ 12,14 bilhões).
Comércio exterior paulista seria mais deficitário não fosse o agronegócio.


A exportação do agronegócio paulista alcançou US$ 15,88 bilhões em 2015, o que corresponde a uma queda de 12,7% em relação ao ano anterior (US$ 18,18 bilhões). Já as importações do setor no período caíram 16,9%, saindo de US$ 6,04 bilhões para US$ 5,02 bilhões. Com isso, o saldo comercial do agronegócio paulista em 2015 foi deficitário em US$ 10,86 bilhões, diminuição de 10,5% ante 2014 (US$ 12,14 bilhões). A análise é do pesquisador José Roberto Vicente, do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O pesquisador destaca que as importações paulistas nos demais setores, excluindo o agronegócio, somaram US$ 58,69 bilhões para exportações de US$ 29,70 bilhões, gerando um déficit externo agregado de US$ 28,99 bilhões. Ou seja, o comércio exterior paulista seria bem mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio.

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista em 2015 foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 5,42 bilhões); carnes (US$ 2,03 bilhões, no qual a carne bovina representou 78,4%); sucos (US$ 1,79 bilhão, dos quais 98,4% referentes a suco de laranja); produtos florestais (US$ 1,68 bilhão) e complexo soja (US$ 1,32 bilhão). Esses cinco agregados representaram 77,1% das vendas externas setoriais paulistas.

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo em 2015 representaram 18%, menos 0,8 porcentual ante 2014, enquanto as importações representaram 38,4%, sendo 2,0 ponto porcentual superior à representatividade verificada no ano anterior.

Banco genético de mangaba da Embrapa em Sergipe recebe credenciamento oficial

Foto: Mangabeira - Embrapa
O Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Mangaba mantido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) no campo experimental de Itaporanga d'Ajuda, no litoral sul de Sergipe, foi credenciado no segundo semestre de 2015 pelo Ministério do meio Ambiente (MMA) como fiel depositário do patrimônio genético da espécie.

Com esse credenciamento oficial, emitido pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), órgão do MMA, o BAG da Mangaba adquire status de referência nacional para receber amostras de mangabeiras e garantir a conservação ex situ (fora do lugar de origem) do patrimônio genético da fruteira, considerada uma espécie de grande importância econômica e social para o litoral do Nordeste e Cerrado do Brasil.

O pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Josué Francisco da Silva Júnior, curador do banco genético da mangaba instalado em Sergipe, explica que o reconhecimento oficial permite maior visibilidade dentro e fora do país, além de ampliar as possibilidades de captação de recursos para manutenção e melhorias.

"Em 2016, a ideia é ampliar ainda mais o Banco com novas amostras, sobretudo dos estados de Pernambuco e Sergipe", adiantou o pesquisador.

Conservação
Com 253 acessos (amostras de plantas em número suficiente para representar a variação genética de uma população) provenientes de oito estado brasileiros, o BAG da Mangaba foi implementado em 2006, e possui grande variabilidade genética e conserva amostras de algumas populações com enorme vulnerabilidade, por estarem situadas em áreas de intensa especulação imobiliária. 

"Esse material guardado permite a sua conservação e uso em futuros trabalhos de melhoramento genético. Tendo em vista que a mangabeira vem apresentando intensa erosão genética, a conservação no banco permite que genes de importância não sejam perdidos", afirma Josué.

O banco está situado numa área de restinga do campo da Embrapa. Além da área do BAG, é de responsabilidade da curadoria a conservação in situ (no local de origem e ocorrência da planta) de uma área natural de mangabeira com cerca de 4,5 hectares, localizada dentro da Reserva do Caju, a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de âmbito federal da Embrapa.

No Brasil, há outras coleções de mangaba, sendo algumas em Unidades da Embrapa – Embrapa Cerrados(Planaltina, DF), Embrapa Amapá (Macapá, AP) e Embrapa Meio-Norte (Teresina, PI) – e outras em universidades e organizações estaduais de pesquisa agroepecuária, mas apenas o banco da Embrapa Tabuleiros Costeiros adquiriu status de fiel depositário.

O processo de credenciamento é relativamente rápido, de acordo com Josué, e é feito por meio de preenchimento de formulário, acompanhado de relatórios de descrição do banco e suas instalações e atividades. "O documento deve ser assinado pelo curador e pelo presidente da Embrapa e encaminhado ao CGEN, que indica dois analistas que emitem um parecer. Quando aprovado, é publicado no Diário Oficial da União pelo Ministério do Meio Ambiente", descreve.

Esse credenciamento concedido pelo CGEN à Embrapa Tabuleiros Costeiros se soma a outro, aprovado também em 2015, para o Banco Ativo de Germoplasma de Jenipapo, localizado no campo de Nossa Senhora das Dores, no Médio Sertão Sergipano, cuja curadora é a pesquisadora Ana Veruska da Silva.

Pesquisas
O trabalho da curadoria também contempla projetos de pesquisa e desenvolvimento de conservação da mangabeira envolvendo populações tradicionais de mulheres catadoras de mangaba em diversas regiões do país.

Para conhecer com profundidade toda a problemática em torno da mangaba em Sergipe e no Brasil, a Embrapa Tabuleiros Costeiros lidera, desde 2003, pesquisas com abordagens metodológicas que combinam as ciências sociais e naturais. 

Em 2003 ocorreu no Brasil a primeira pesquisa sobre o extrativismo da mangaba e as catadoras no Povoado Pontal, em Indiaroba, litoral sergipano. Os pesquisadores Dalva Mota, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), e Josué da Silva Júnior fizeram parte do projeto pioneiro.

Desde então, estudos têm sido promovidos para entender e diagnosticar profundamente a situação das catadoras em Sergipe e outros estados, como o Pará, além de gerar conhecimentos sobre a fruta e suas potencialidades, e a conservação dos seus recursos genéticos. O desenvolvimento de tecnologias sociais capazes de garantir boas condições de vida e trabalho às catadoras, com apoio à mobilização do grupo, é também foco das pesquisas da Embrapa. Os resultados de pesquisa têm ajudado os órgãos públicos na elaboração de políticas sobre que têm beneficiado a espécie e as pessoas que dela sobrevivem há gerações.

Os pesquisadores investiram fortemente no mapeamento de áreas e na tipologia da conservação. Paralelamente, intensificaram o diálogo com os grupos diretamente atingidos. O resultado são pesquisas concluídas e em andamento, publicações importantes, como o ‘Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe', lançado em 2010 e com nova edição prevista para o primeiro semestre deste ano (que servirá de base georreferenciada para a criação de uma Reserva Extrativista – Resex – no estado), a ‘Árvore do Conhecimento da Mangaba' (organização das informações e documentos sobre a espécie para navegação e acesso em forma de teia hierarquizada, com visual semelhante ao da copa de uma árvore), o livro ‘A Mangabeira. As Catadoras. O Extrativismo.' e até a primeira dissertação do Norte do Brasil sobre as mulheres extrativistas de mangaba.

A ex-presidente do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM), uma das entidades associativas dessa população tradicional em Sergipe, Patrícia de Jesus, reconhece a importância do trabalho dos pesquisadores para o fortalecimento da sua luta. "A atuação de todos tem sido fundamental para fortalecer o nosso movimento, subsidiar políticas e promover a conservação da mangabeira", afirmou.

A fruta 
A mangaba (Hancornia speciosa) é uma fruta nativa de sabor marcante, cuja árvore é símbolo de Sergipe. É cantada* em verso e prosa e apreciada por muitos no Norte e Nordeste, e encanta pelas delícias que se pode obter com sua polpa – geleia, licor, sorvete e suco, que nos deixa com um memorável visgo nos lábios após bebermos.

A mangabeira tem ocorrência nos estados do Cerrado, Caatinga e litoral nordestino, podendo alcançar até 10 metros de altura, com tronco áspero, ramos lisos, avermelhados, com látex branco abundante. Suas folhas são opostas e simples. Suas belas flores alvas e saborosos frutos conferem valor ornamental à espécie, ideal para a arborização urbana e rural.

O fato de apresentar propriedades nutritivas mais elevadas e sabor mais marcante apenas quando cai do pé (chama-se popularmente como "mangaba de caída"), madura, confere-lhe um grande simbolismo e um status de iguaria pelos seus apreciadores.

Mas o outro lado dessa história não é tão belo e poético assim. Para a mangaba chegar aos consumidores, precisa ser colhida, e a realidade de quem colhe não é tão passível de celebração. As comunidades tradicionais extrativistas, na sua maioria formadas por mulheres de baixa renda e pouca escolaridade – autodenominadas catadoras, enfrentam grandes barreiras ao modo de vida que garante o seu sustento. 

Uma situação crescente de destruição dos recursos naturais, intensificação das indústrias imobiliária e do turismo, avanço de monoculturas, como a cana, privatização das áreas e impedimento do acesso às plantas em locais anteriormente de entrada livre são os maiores obstáculos.

*Música 'Mangaba Madura', do cantor e compositor sergipano Nino Karvan - disponível para audição na rede social Soundcloud

Fonte: Saulo Coelho (MTB/SE 1065) 

Mapa pede apoio ao governo da Lituânia para acordo sanitário com União Europeia

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo, recebeu nesta quarta-feira (20) o vice-ministro de Relações Exteriores da Lituânia, Mantvydas Bekešius, para pedir apoio ao acordo sanitário e fitossanitário que o Brasil negocia com a União Europeia.

O Mapa negocia desde maio do ano passado um acordo que facilitará os entendimentos entre o Brasil e o bloco europeu em questões sanitárias e fitossanitárias. O objetivo é facilitar o entendimento no tema e, assim, simplificar a certificação e o comércio.

“Desde maio, só recebemos uma carta por parte da União Europeia dizendo que poderíamos discutir o assunto, mas não obtivemos uma resposta efetiva para a nossa proposta”, disse Tatiana Palermo. O Brasil, acrescentou, tem discutido com diversos países-membros individualmente, em busca de suporte tanto para o acordo sanitário e fitossanitário quanto para questões pontuais sobre comércio de produtos agropecuários.

De acordo com a secretária, é interessante para o Brasil que a União Europeia seja considerada como um bloco único em questões de defesa agropecuária, de modo que uma única análise de risco de determinado produtos tenha validade para ambos os lados.

Áreas técnicas

Tatiana Palermo explicou ao vice-ministro que o acordo sanitário e fitossanitário proposto à União Europeia diz respeito a entendimentos entre as áreas técnicas e não afeta as regras comerciais vigentes. A intenção do Brasil é tornar menos demorados processos que necessitam de aprovação mútua, a fim de estimular a cooperação e aumentar a confiança institucional no comércio.

Mantvydas Bekešius disse que repassará a preocupação brasileira ao ministro das Relações Exteriores da Lituânia e ao Comissário Europeu para a Saúde e a Segurança de Agricultura, Vytenis Andriokaitis, que também é lituânio. “É interessante ouvir essas demandas por parte do Brasil, que é um mercado considerado muito importante para nós e para a União Europeia”, assinalou.

O vice-ministro ainda entregou um convite oficial à ministra Kátia Abreu para visita a uma feira de alimentos em seu país, em março. Tatiana Palermo disse que o Mapa pretende ir a Bruxelas também em março para retomar as negociações sobre o acordo sanitário e que poderá analisar a ida da ministra à Lituânia.



SP: balança comercial do agronegócio encerra 2015 com superávit superior a US$ 10 bi


Foto: Divulgação Agrolink
No ano de 2015, as exportações do Estado de São Paulo somaram US$ 45,58 bilhões (23,8% do total nacional), e as importações, US$ 63,71 bilhões (37,2% do total nacional), registrando déficit de US$ 18,13 bilhões. O agronegócio paulista, mesmo apresentando exportações decrescentes (-12,7%), atingiu US$ 15,88 bilhões. Como as importações também diminuíram (-16,9%), somando US$ 5,02 bilhões, o saldo, de US$ 10,86 bilhões, ajudou a diminuir o déficit da balança comercial estadual, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta).

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 5,42 bilhões, com as exportações de álcool representando 14,9% desse total); carnes (US$ 2,03 bilhões, em que a carne bovina respondeu por 78,4%); sucos (US$ 1,79 bilhão, dos quais 98,4% referentes a sucos de laranja); produtos florestais (US$ 1,68 bilhão); e complexo soja (US$ 1,32 bilhão). Esses cinco agregados representaram 77,1% das vendas externas setoriais paulistas, comenta José Roberto Vicente, pesquisador do IEA.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 19,68 bilhões em 2015, com exportações de US$ 191,13 bilhões e importações de US$ 171,45 bilhões. O superávit comercial ocorreu em função de queda nas importações (-25,2%) ainda maior do que a das exportações (-15,1%). Os cinco principais grupos do agronegócio brasileiro nas exportações do ano de 2015 foram: complexo soja (US$ 27,96 bilhões); carnes (US$ 14,72 bilhões); produtos florestais (US$ 10,33 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 8,53 bilhões); e café (US$ 6,16 bilhões). Esses cinco agregados responderam por 76,7% das vendas externas do agronegócio nacional.

Em relação ao ano anterior, sobressaíram-se os aumentos nas participações de São Paulo nos grupos: animais vivos (+13,6%); produtos oleaginosos (+7,5%); produtos alimentícios diversos (+6,5%); demais produtos de origem vegetal (+3,3%); e couros, produtos de couro e peleteria (+3%). Já as maiores quedas ocorreram nas participações dos grupos: lácteos (-16,8%); produtos apícolas (-7,3%); cacau e seus produtos (-5,1%); plantas vivas e produtos de floricultura (-5,1%); e bebidas (-3%).

De acordo com o secretário de Agricultura, Arnaldo Jardim, estudos sobre a balança comercial dos agronegócios são importante fonte de conhecimento do setor. “A análise do comportamento das exportações e importações paulistas e brasileiras ao longo do tempo, juntamente com outras informações produzidas pelo IEA, permite a Secretaria de Agricultura formular políticas públicas específicas para o setor; o que é fundamental no atual momento da economia. Orientados pelo governador Geraldo Alckmin, empreendemos todos os recursos da Pasta para fornecer ferramentas com as quais o setor produtivo possa se balizar para obter melhores resultados”, finalizou.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Produção familiar por toda a parte


Foto: Divulgação MDA

A agricultura familiar brasileira tem um papel fundamental no abastecimento interno do país. Estima-se que aproximadamente 70% do que é consumido pela nação vêm diretamente desses estabelecimentos agropecuários. No entanto, a produção também alcança mercados internacionais. Em 2015, os empreendimentos ligados à agricultura familiar exportaram para 55 países, localizados em todos os continentes do mundo.

O chefe substituto da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (AIPC/MDA), Leonardo Recupero, explica que as exportações podem ser feitas de forma direta, pela própria cooperativa; e de forma indireta, por meio de parcerias comerciais.

“Estudos apontam que aproximadamente 25% das exportações brasileiras do setor agropecuário têm alguma ligação com a agricultura familiar, somando as possibilidades de comercialização direta e indireta”, comenta. Entre os produtos vendidos ao exterior estão café, mel, arroz, castanhas e sucos.

Do interior da Bahia

Quem viu outros países se renderem ao sabor do Brasil não esconde o orgulho. Benedita Varjão Barbosa, uma das representantes da Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá na Bahia (Coopercuc), conta o sucesso que os frutos da Caatinga fizeram no exterior.

“Vivemos, por muito tempo, ouvindo e mostrando o Nordeste como terra de ninguém, que nada era bom aqui. Hoje, fazemos diferente. Queremos mostrar que o Nordeste é viável, que temos frutos bons. Já vendemos para a Alemanha, a Áustria e a França”.

A Coopercuc, criada em 2004, é formada por mais de 200 cooperados. O grupo produz compotas, doces, geleias e sucos de diversos frutos, como o umbu – nativo da região. “Por causa da exportação e da valorização do nosso trabalho, desse fruto, estamos ampliando ainda mais a nossa produção, agora com a polpa de umbu”, explica.

O segredo do sucesso, afirma Benedita, foi a participação em feiras nacionais e internacionais. “Esses eventos nos deram visibilidade. Foi uma oportunidade para mostrar a nossa cara, o nosso produto, a nossa história”, recorda.

Apoio governamental

A participação nas feiras é um dos suportes do governo federal à comercialização. “O MDA capacita e apoia os empreendimentos familiares para exportarem e exporem seus produtos nesses eventos. No ano passado, 17 estabelecimentos da agricultura familiar participaram de feiras internacionais relevantes na Alemanha (Biofach), no Peru (Expoalimentaria) e na África do Sul (Saitex) e prospectaram, aproximadamente, US$ 30 milhões de dólares em negócios”, ressalta Recupero.

No próximo mês, mais oito grupos produtivos da agricultura familiar participarão da Biofach 2016, considerada a maior feira de orgânicos do mundo, com o apoio do MDA. O evento será realizado em Nuremberg, na Alemanha, nos dias 10 a 13 de fevereiro. O estande de 85m², localizado no Hall 2 #432, junto a outros países, levará a marca da agricultura familiar brasileira.


Fonte: Gabriella Bontempo

Fabricação caseira de conservas permite maior aproveitamento de alimentos

A busca por alimentos mais naturais e saudáveis é um fator crescente no dia a dia da população. Enquanto o Brasil aparece como 3º maior produtor de frutas no mundo, o setor de hortaliças é um dos ramos da agropecuária que mais cresce no país, segundo a ABCSEM – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas. A produção do setor hortifrúti supre o mercado interno com eficiência e proporciona uma variedade cada vez maior e melhor para o consumidor. Aproveitando esse potencial produtivo, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul oferece capacitação em Fabricação Caseira de Conservas de Frutas e Hortaliças, de 18 a 20 de janeiro, em Cassilândia.

De acordo com o engenheiro de alimentos e instrutor do Senar/MS, Carlos Zanin de Almeida Junior, o objetivo do curso é proporcionar maior aproveitamento de frutas e hortaliças com a preparação de conservas caseiras. “O produtor rural pode aproveitar até 100% de alguns alimentos. O maracujá, por exemplo, é utilizado na produção de suco, geleia e farinha”, afirma o instrutor. Durante o curso são ensinadas diversas técnicas de fabricação, como cristalização de frutas, preparo de doce em massa, preparo de doce em calda, preparo de geleia e conserva de hortaliças em vinagre, molhos e saladas, além da manipulação correta dos alimentos e embalagens de acordo com as normas de saúde e segurança.

A atividade de fabricação de conservas proporciona vantagens à saúde e à renda do trabalhador rural. Uma alimentação rica em frutas e hortaliças é composta por nutrientes importantes e traz benefícios como o aumento do bem estar e a redução do risco de doenças. Segundo o instrutor, a comercialização dos produtos se caracteriza como ótima fonte de renda. “É uma alternativa rentável para o excedente da produção. O doce do mamão formosa, por exemplo, pode ser vendido por até R$ 30”, ressalta. Atualmente, o preço da fruta no varejo é de R$ 3,99 o quilo.

A higienização correta dos alimentos e a esterilização e pasteurização dos recipientes utilizados para conserva são fundamentais no processo de fabricação. “Os alimentos devem ser imersos em solução clorada. Os vidros são esterilizados com tratamento térmico de 20 minutos e depois resfriados na pasteurização. São práticas que garantem qualidade e segurança no consumo no produto em até um ano”, explica.

De 17 e 23 de janeiro, o Senar/MS oferece 43 cursos e capacita cerca de 950 produtores e trabalhadores rurais em Mato Grosso do Sul. Para mais informações, acesse o site www.senarms.org.br ou entre em contato pelo (67) 3320-9700.

Ministro discute subvenção ao seguro rural com produtores de uva do RS

O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar, recebeu nessa terça-feira (19.01) representantes de viticultores do Rio Grande do Sul para discutir o pagamento do seguro agrícola da uva na região.

O setor produtivo demonstrou preocupação com a capacidade de pagamento das apólices por parte dos agricultores gaúchos, uma vez que a atual safra sofreu grandes perdas devido a excesso de chuva, granizo e geada.

André Nassar esclareceu que, no ano passado, o Mapa executou 100% do orçamento previsto para subvenção ao seguro rural da uva, que foi de R$ 20 milhões, atendendo a 5.356 produtores em todo o país. O Rio Grande do Sul recebeu 63% desse montante, equivalente a R$ 12,6 milhões, com 4.209 agricultores contemplados.

O montante de R$ 20 milhões para a uva foi definido em 12 de agosto de 2015 por meio de resolução do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural, publicada no Diário Oficial da União. 

O ministro esclareceu que, em 6 de novembro de 2015, o Mapa publicou um comunicado destinado aos produtores rurais e ao mercado no qual informa que as operações do seguro rurais estavam encerradas a partir daquela data. O documento afirma que o Mapa não autorizaria mais qualquer contratação de seguro com subvenção federal.

Mais recursos em 2016
Nassar disse que o seguro agrícola da safra 2016/2017, que começa em julho, será mais robusto que do ano passado, com aumento de recursos e de produtores atendidos. O Orçamento 2016 sancionado pela presidente Dilma Rousseff destina R$ 741 milhões ao instrumento, valor quase três vezes maior que o executado para pagamento das apólices de 2015.

“Na próxima safra, o seguro rural voltará à sua trajetória. Será uma retomada com vigor. Entraremos em uma nova geração do programa e ele ficará ainda melhor, com mais orçamento e mais produtores subvencionados”, ressaltou André Nassar.

Vale lembrar que mais da metade do valor executado no ano passado foi usado para pagamento de contratos referentes a 2014 que não haviam sido quitados, o que prejudicou o andamento do programa. Em 2015, o Mapa destinou R$ 577,3 milhões ao seguro rural, sendo R$ 282,2 milhões para pagamentos de apólices de 2015 e R$ 295,1 milhões de 2014.

Participaram da reunião integrantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha, da Associação Brasileira das Indústrias de Suco de Uva (Abrasuco), da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Especialistas da área afirmam que o Pará é a nova frente de produção da região Norte do Brasil

A região Norte é, decididamente, a nova fronteira do agronegócio brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados na semana passada, mostram que a região foi a onde o setor mais cresceu no país. Em 2015, a alta da produção de grãos na região Norte foi de 22,1%, enquanto no Centro-Oeste foi de 8,3%. No Sul, o avanço foi de 7%. O Nordeste cresceu 5,4% e o Sudeste, 5%.

A estimativa de crescimento da safra é positiva para todo o Brasil. Segundo o IBGE, a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas fechou 2015 com uma produção recorde de 209,5 milhões de toneladas, superando em 7,7% a de 2014. Já para 2016, o terceiro prognóstico indica uma produção de 210,7 milhões de toneladas, superando em 0,5% o número do ano passado.

No caso da Região Norte, especialistas da área afirmam que o Pará é a nova frente de produção, em especial as regiões Sul do Estado, Nordeste, Baixo Amazonas e o Arquipélago do Marajó, que despontam na produção de grãos como soja, milho e arroz. “São quatro polos produtivos que não existiam até cinco anos. Antes, o Pará só importava. Agora está produzindo esses produtos”, explica o zootecnista Guilherme Minssen, consultor de agronegócio.

Vantagens geográficas

A explicação para tanto crescimento do agronegócio no Pará vem da natureza. Além de possuir terras mais baratas do que em outras regiões, o estado, assim como toda a Amazônia, concentra água doce em abundância, chuvas o ano inteiro e luminosidade permanente - aspectos que ajudam na produção de grãos. Nesse cenário, o setor acredita que o crescimento tende a permanecer em alta para os próximos anos, o que vai contribuir para a estabilização socioeconômica do Brasil.

No entanto, manter a matriz positiva em ascensão no norte do País requer políticas que possam manter o homem no campo, uma vez que um terço da economia da produção nacional está na zona rural. Além disso, o setor ainda precisa vencer obstáculos como a modernização tecnológica da produção e estudos de aproveitamento do solo. Outro problema histórico enfrentado pelos produtores rurais é a insegurança jurídica da terra e melhorias na logística de transporte de estradas e portos. Minssen ressalta que a falta de regularização fundiária, como a titularidade da terra, ainda causa receio ao produtor que, em geral, teme a invasão das propriedades.

22,1%: foi a alta de produção de grãos na região Norte. O centro-oeste teve aumento de 8,3%. O sul cresceu 7% e o Nordeste cresceu 5,4%, enquanto o sudeste avançou 5%.

209,5 milhões de toneladas: foi o desempenho da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil em 2015.

Fonte: Jornal Diário do Pará de 17/01/2016

Para CNA, alimentos produzidos com o uso correto de defensivos agrícolas são seguros

O Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, em encontro com a presidente da DuPont do Brasil, Priscila Vansetti, ressaltou o papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) na orientação do produtor sobre uso correto de defensivos agrícolas. De acordo com o presidente da CNA, é impossível atender à demanda de alimentos sem a utilização dos recursos de defesa tecnológica. “Sem os defensivos agrícolas e a engenharia genética não se produz alimentos em escala global e com preços competitivos”, disse.

João Martins alertou sobre o discurso que condena a produção de alimentos com a utilização de defensivos: “devemos melhorar nossa comunicação com os devidos esclarecimentos para a sociedade. As informações sobre os defensivos são equivocadas”. Presente no encontro, o secretário-executivo do SENAR, Daniel Carrara, destacou a importância do uso correto dos defensivos agrícolas.

Depois de viver 20 anos fora do país, 18 nos Estados Unidos e dois no Canadá, Priscila Vansetti voltou ao Brasil para assumir a presidência da DuPont, empresa norte-americana do ramo químico. Segundo informou a executiva, “75% de todos os negócios da empresa estão dirigidos para agricultura e, portanto, devemos estreitar e ampliar as relações com este setor. Queremos entender e contribuir com os objetivos da CNA”.

Em resposta às preocupações do presidente da CNA, Priscila Vansetti garantiu o ideal de sua empresa em “manter transparência em relação à produção dos defensivos agrícolas, com responsabilidade, assegurando as informações para o bom uso dos produtos”. A representante da DuPont afirmou ainda que para novos investimentos no Brasil “é necessário um ambiente mais previsível”. João Martins recebeu a presidente da DuPont do Brasil e assessores, em reunião, nesta terça-feira, (19/01), na sede da CNA, em Brasília.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Brasil não voltará a crescer antes de 2018, prevê FMI

Segundo a instituição, crise causada pela incerteza política e investigação na Petrobras está sendo mais profunda do que se esperava

O Monetário Internacional (FMI) voltou a ampliar nesta terça-feira (19) a projeção de retração econômica para o Brasil em 2016 e disse não esperar mais a retomada do crescimento em 2017 – o que deve afetar toda a economia mundial, acredita.

Segundo atualização do relatório Perspectiva Econômica Global, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá retração de 3,5% em 2016, uma projeção significativamente mais pessimista do que a de queda de 1% divulgada em outubro passado. A recuperação do país, portanto, não acontecerá antes de 2018.

Isso, ressalta o relatório, depois de o país já ter encolhido 3,8% em 2015, em estimativa também revisada para baixo em relação à queda de 3% prevista antes. Já em 2017, o fundo aponta que a economia brasileira ficará estagnada – a previsão anterior era de expansão de 2,3%.

A recessão causada pela incerteza política e contínuas repercussões das investigaçäao na Petrobras, diz o relatório, está sendo "mais profunda e prolongada" do que se esperava. "Em termos de composição por país, as revisões se devem em grande parte ao Brasil", completa o estudo.

O desempenho da economia brasileira está, portanto, abaixo da região América Latina e Caribe como um todo, cujas expectativas são de recuo de 0,3% do PIB em 2016 e crescimento de 1,6% no ano seguinte.

Dos 16 países mostrados na tabela incluída no relatório, o Brasil é o que tem o pior desempenho projetado para 2016. A economia brasileira pesou sobre as estimativas para o crescimento global, que foram reduzidas em 0,2 ponto percentual tanto para 2016 quanto para 2017 – respectivamente para expansão de 3,4% e 3,6%.

"Essas revisões refletem de maneira subs

tancial, mas não exclusivamente, uma retomada mais fraca nas economias emergentes do que previsto em outubro", diz o FMI.

O fundo aponta como motivos para o desaquecimento da economia global uma desaceleração mais acentuada do comércio chinês e a queda nos preços das commodities, que afetam o Brasil e outros mercados emergentes.

O FMI piorou também as projeções para as economias desenvolvidas, que deverão crescer 2,1% tanto em 2016 quanto em 2017, ou seja, 0,1 ponto percentual a menos do que o estimado em outubro. A previsão se deve sobretudo aos Estados Unidos. O país deverá crescer 2,6% em 2016 e em 2017 (uma revisão para baixo de 0,2 ponto).

"A menos que as transições-chave na economia mundial ocorram com sucesso, o crescimento global pode derrapar", alerta o relatório.

A zona do euro, por sua vez, deverá crescer, em seu conjunto, 1,7% neste e no próximo ano, o que se traduz numa melhora de 0,1 ponto percentual em 2016 e na manutenção da projeção para o próximo ano.

SC: Fruticultores de Monte Castelo estão em plena colheita da maçã

Foto: Arquivo Ibraf


Os produtores de maçã do município de Monte Castelo, no Planalto Norte do Estado, já estão em plena colheita da fruta. As atividades iniciaram na primeira quinzena de dezembro e alcançaram o pico na segunda quinzena de janeiro. A expectativa é colher 1,5 mil toneladas.

De acordo com os engenheiros agrônomos da Epagri Josinei Antonio Tissi e Vendelino Skonieski, a colheita nessa região ocorre mais cedo, porque os cultivares plantados, como Eva e Castel Gala, são consideradas precoces e têm menor exigência de frio. “Eles florescem antes e têm a maturação adiantada em uma época que coincide com os melhores preços do fruto, pois a maçã de outras regiões produtoras ainda não está pronta para a colheita”, explica Vendelino.

A comercialização está sendo feita por meio da Cooperativa de Fruticultores do Planalto Norte Catarinense (Cooperpomares), que conta com estrutura de beneficiamento e embalagem da maçã. Nesse local, as frutas são classificadas, embaladas e comercializadas para todo o território nacional.

O engenheiro agrônomo da Cooperpomares, Daniel Grein Neto, conta que as maçãs são predominantemente produzidas por agricultores familiares dos municípios do Planalto Norte. A área produtiva dos associados alcança 45ha. “Neste ano, a produtividade deve ficar em torno de 35 t/ha”, calcula.

Hortifrúti é comercializado 3,64% acima da inflação e seguirá em alta

Chuva e altas temperaturas, a combinação típica de verão é a grande vilã do aumento nas despesas com o hortifrúti. Na média de 2015, os produtos agora foram comercializados cerca de 3,64% acima da inflação e pelo menos até meados de março a demanda aquecida deve mantê-los no topo. O impacto do clima nas lavouras de frutas e hortaliças começou antes mesmo da entrada da estação mais quente do ano. O economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Flávio Godas, conta que este cenário teve início entre os meses de outubro e novembro, quando, sazonalmente, o oferta é maior e os preços mais baixos. Com isso, o indicador da organização encerrou o ano com alta de 14,31%.

Ainda não temos os números exatos de 2016, mas já sabemos que janeiro começou com os valores em uma alta que deve se estender por todo o primeiro trimestre , afirma o especialista. Além disso, a estação favorece a procura dos consumidores por alimentos mais frescos, como legumes e verduras. Logo, uma menor oferta e maior demanda sustentam os preços altos.

O tomate, por exemplo, continua em evidência no ranking dos mais caros. Em 2015, o valor subiu 47,45%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do mês de dezembro.

A cebola, outro exemplo, apesar das inúmeras tentativas de recompor a oferta interna, através da importação procedente da Argentina, Holanda, Espanha, entre outros países, permaneceu com preços elevados durante praticamente todo o ano.

O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacir Saraiva Fernandes, estima que as frutas tenham sofrido um acréscimo médio de 25% nos valores de venda.

Falta e excesso de chuva
O ano passado foi marcado pela falta de chuvas, fato que desencadeia um grande problema para o hortifrúti, cuja produção é amplamente dependente da irrigação.

Durante a crise hídrica chegamos a diminuir cerca de 30% da nossa produção. O governo veio aqui e tivemos que desligar as bombas, lembra o diretor de marketing e produto da Tomita Hortaliças, Ismael Mendonça. A companhia está entre os fornecedores de grandes redes como o Grupo Pão de Açúcar, os supermercados St. Marche e o atacadista Assaí.

Localizado no município paulista de Salesópolis, o executivo destaca que diversos agricultores da região do Alto Tietê deixaram de produzir naquela época por conta dos altos custos na lavoura. Isso diminui produção e, em consequência, aumenta preço , ressalta.

Os meses se passaram, a chuva voltou, porém, mais forte do que se esperava. Atualmente, é o excesso de água no campo que tem trazido prejuízos. Quando o clima muda você tem novas pragas e novas doenças, é um desiquilíbrio enorme , diz Fernandes. Plantações doentes carecem de uma quantidade maior de agroquímicos, no entanto, a maior parte dos defensivos é importada e o efeito do dólar onerou os gastos com este e outros insumos.

E deixar de usar os importados não é uma saída. O presidente da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (Abcsem), Steven Udsen, comenta que a morosidade no processo de registro de produtos para o controle de pragas em hortaliças é tão grande que faz com que o produtor, por falta de opção, busquedefensivos agrícolas destinados a outras culturas. Um exemplo em que isto acontece é no cultivo de pimentão. A dica, além do uso de cultivares mais resistentes, é fazer a adoção de controles biológicos, estufas e sistemas hidropônicos de cultivo.

Saída comercial
Os produtores que não desistiram de cultivar hortifrúti tiveram como alternativa a exportação, uma vez que o dólar alto beneficia a melhoria de renda do setor. O presidente do Ibraf afirma que, no ano passado, o mercado internacional comprou cerca de 779 mil toneladas de frutas brasileiras, o equivalente a US$ 672,6 milhões. Trata-se de um ganho de 15,91% em volume e 5,72% em valor, de acordo com os dados consolidados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Na realidade nós exportamos uma maior quantidade mas os preços do conjunto da cesta de frutas foi cerca de 11,5% menor do que em 2014. Verificou-se uma desvalorização do perfil das frutas, no conjunto, isso é preocupante , ressalta Fernandes.

As frutas frescas continuam sendo o principal mote dos exportadores brasileiros, o problema é que os melhores pagadores já possuem seus fornecedores. Se embarcarmos uma tonelada a mais é porque tiramos uma tonelada de alguém, explica.

Na contrapartida, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) está preocupada com as maçãs importadas dos chineses, cuja autorização veio em dezembro. O temor é porque a China convive com pragas que já foram erradicadas no Brasil.



Simpósio internacional promove encontro de ideias inovadoras para o agronegócio

Entre os dias 22 e 25 de maio, profissionais de 70 nacionalidades estarão presentes no One: Simpósio de Ideias da Alltech, realizado em Lexington, Kentucky (EUA). Em sua 32ª edição, o evento reunirá cerca de 5 mil participantes em conferências sobre ciência, agricultura, empreendedorismo, negócios e marketing, além de um festival de cerveja artesanal.

“O evento é considerado um dos principais do setor, por ser um encontro de ideias inovadoras, networking global e inspirações. Em 2015, os negócios gerados resultaram em um impacto de 7,2 milhões de dólares. Este ano, a perspectiva é atingir um volume de 10 milhões de dólares”, analisa a gerente de marketing da Alltech Crop Science no Brasil, Manuela Lopes.

Em 2016, além dos painéis técnicos voltados para o agronegócio, a conferência contará com palestrantes como Steve Wozniak, cofundador da Apple e cientista chefe da Primary Data; Alan Mulally, presidente e chefe executivo da Ford Motor Company entre 2006 e 2014; e John Calipari, treinador do time masculino de basquete da Universidade de Kentucky.

Tour por fazendas modelo
Outra atividade que compõe a programação é o Tour Alltech Crop Science, que acontece de 15 a 20 de maio pelo estado de Washington. O itinerário incluirá culturas como maçã, lúpulo, hortelã e uva, tendo como destaque a visita à propriedade de um dos principais fornecedores de batatas para o McDonalds norte-americano.

De acordo com Manuela, o tour oportuniza aos participantes conhecer as principais fazendas modelo dos Estados Unidos, apresentando novas tecnologias e modos de produção. Em 2015, a comitiva visitou produtores de frutas, hortaliças, hidropônicos, cereais, tabaco, vinho e diversas packing houses.

Essas e outras atrações fazem com que produtores como Silvia Suzuki Nishikawa, da Tri-S Agronegócios, enxerguem no simpósio uma oportunidade de crescimento. Desde 2012, ela acompanha o evento para trazer ao Brasil iniciativas aplicáveis a sua propriedade em São Gotardo (MG), que possui cultivos de abacate, alho, batata, café, cenoura, milho, soja e trigo.

Para Silvia, o networking acadêmico possibilitou, inclusive, a aproximação com pesquisadores da Universidade de Kentucky. “O evento nos faz refletir sobre o futuro, avaliar os desafios, aprender a superar obstáculos e conhecer o nosso potencial de evolução. Os conhecimentos adquiridos são de vital importância, porque contemplam temas extremamente diversificados”.

Serviço:
One: Simpósio de Ideias da Alltech 
22 a 25 de maio de 2016
Mais informações e inscrições pelo e-mail cropsciencebr@alltech.com ou (41)3888-9288
*Tradução simultânea para português. Consultar disponibilidade nas salas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Brasileiros criam inseticida biológico com fungos encapsulados

Cientistas brasileiros desenvolvem uma nova tecnologia para a fabricação de inseticidas biológicos que utiliza o encapsulamento de conídios de fungos entomopatogênicos. De acordo com os pesquisadores, a técnica não apresenta riscos para a saúde dos seres humanos. 

“Os fungos aderem ao corpo do inseto por meio de esporos de dimensões microscópicas que, sob condições adequadas de temperatura e umidade, germinam, penetram, desenvolvem hifas e colonizam o interior do organismo”, explica a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O encapsulamento se dá por meio do uso de um biopolímero, que é produzido por organismos vivos, como proteínas, polissacarídeos e ácidos nucleicos. O processo confere “proteção e estabilidade no armazenamento dos conídios, garantindo sua ação prolongada sobre diversos insetos-pragas de cultivos agrícolas”, afirma a entidade.

“O encapsulamento funciona como uma barreira de proteção aos conídios contra fatores externos, como radiação ultravioleta, temperatura, microrganismos concorrentes e oxidação, entre outros. A ideia surgiu quando os pesquisadores identificaram a ausência de uma formulação de entomopatógenos no mercado, sugerindo uma inovação com impacto no setor agroindustrial de bioinseticidas em alternativa ao uso de agroquímicos”, diz a Fapesp.

De acordo com Inajá Marchizeli Wenzel Rodrigues, responsável pela pesquisa, “a formulação possibilitou que o produto fique armazenado sem refrigeração por até 12 meses e se mostrou patogênica a diversas pragas, como a broca e o bicudo da cana-de-açúcar”.

Os estudos são conduzidos em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Instituto Biológico de São Paulo e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). A próxima etapa da pesquisa será a colocação do produto em escalonamento comercial, com a expectativa de que a invenção atraia o interesse de indústrias do agronegócio, principalmente as que produzem e comercializam inseticidas biológicos e sintéticos.

Autor: Leonardo Gottems

Clima instável provoca grandes perdas na produção de uva no RS

Parreiras têm baixa e produtividade.
Cachos estão com tamanho cinco vezes menor em relação ao normal.


Fonte: Globo Rural
A colheita da uva começa no fim do mês na Serra Gaúcha, maior região produtora da fruta do país. O clima provocou perdas de até 80% em alguns parreirais.

O produtor Cladir Garibaldi tem quatro hectares plantados de uva bordô em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. A única fonte de renda da família neste ano é sinônimo de grandes prejuízos. “Eu ia produzir uns 100 mil quilos de uva bordô. Esse ano, vou produzir 20 mil quilos. A perda foi grande”, diz.

Há espaços vazios nos parreirais onde deveria ter frutos. Segundo a Associação dos Produtores de Flores da Cunha, a safra esperada no município de 88 milhões de quilos de uva deve cair para 40 milhões.

Além da baixa produtividade, o que brotou da uva também desanima o agricultor. O tamanho do cacho impressiona. Um cacho normal seria cinco vezes maior em relação ao que será colhido.

“A parreira foi muito judiada. Ela teve que brotar antes do tempo. Ela brotou fora de época, por causa do calor fora de época. Aí, veio a geada e queimou. Ela teve que brotar de novo. Aí, ela não teve força suficiente para poder ter uma carga normal de uva e o cacho ficou menor”, explica Olir Schiavenin, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

A produção menor já fez aumentar o preço da fruta. O quilo da uva isabel é vendido por R$ 0,78, valor 15% maior em relação à safra passada.

Fonte: Globo Rural

ONS prevê chuvas no Sudeste em 128% da média histórica em janeiro

SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas nos reservatórios de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil em janeiro deverão atingir 128 por cento da média histórica, apontou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reviu projeção anterior que apontava para 104 por cento da média.

Também são esperadas chuvas boas no Sul, com 216 por cento da média histórica, enquanto Norte e Nordeste têm expectativa negativa, de 39 por cento e 35 por cento da média, respectivamente. O ONS prevê ainda queda de 3,8 por cento na carga de energia do sistema brasileiro, ante projeção de redução de 4,5 por cento divulgada na semana anterior.