sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Produção de vinhos nos trópicos é tema de evento internacional em Petrolina-PE

Neste mês de outubro, dois eventos atraem para o Brasil, o mundo da vinha e do vinho. Primeiro, com a realização do 50 Simpósio Internacional de Vinhos Tropicais (5th ISTW 2016), de 19 a 21, na cidade de Petrolina (PE). Dois dias depois, de 23 a 28, será a vez de Bento Gonçalves (RS) receber o 390 Congresso Mundial da Vinha e do Vinho.

O ISTW 2016 reunirá cerca de 120 participantes, de oito países (Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Portugal, França, Tailândia, Bali e Austrália), entre professores, pesquisadores, enólogos, proprietários de vinícolas e estudantes.

Segundo o pesquisador da Embrapa e Presidente do Comitê Organizador do 50 Simpósio Internacional de Vinhos Tropicais, Giuliano Elias Pereira, "o objetivo deste evento é promover a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação na elaboração de vinhos tropicais, bem como integrar instituições públicas e privadas em projetos de cooperação para promover o mercado desses produtos, além de estimular a interação entre produtores de diferentes países".

Na programação técnico-científica, estão previstas palestras de alguns dos mais importantes pesquisadores na área da vinicultura. Uma delas, a professora Jocelyne Pérard, da Universidade da Bourgogne, de Dijon, na França, e Presidente da Cátedra Cultura e Tradições do Vinho da Unesco, falará sobre a vitivinicultura como patrimônio mundial, e também a respeito da vitivinicultura tropical da Índia.

Os franceses Benjamin Bois, professor da Universidade da Bourgogne e Presidente da Seção de Viticultura da Organização Mundial da Vinha e do Vinho, e Joël Rochard, pesquisador do Instituto Francês da Vinha e do Vinho-IFV, apresentarão trabalhos sobre a vitivinicultura tropical do Vietnam e o tema da sustentabilidade dessa atividade em vinhedos tropicais, respectivamente.

Além destes, Guillermo Vargas, Professor da Universidade de Barquisimeto na Venezuela, e Nikki Lohitnavy, enóloga e proprietária da vinícola GranMonte Estate, na Tailândia, apresentarão as características dos vinhos tropicais da Venezuela e da Tailândia, respectivamente. Outra participação importante é a do norte americano Gregory Jones com seus estudos a respeito dos efeitos das mudanças climáticas sobre a vitivinicultura mundial.

Os pesquisadores da Embrapa - Iêdo Sá, Tony Jarbas, Jorge Tonietto e Giuliano Pereira - apresentarão os trabalhos que desenvolvem para estabelecer uma Indicação Geográfica para os vinhos tropicais do Vale do São Francisco. Nas suas palestras, abordarão as ferramentas usadas para o zoneamento, caracterização dos solos e estruturação da futura IG VSF, além de características dos vinhos tropicais do Brasil.

No 50 Simpósio Internacional vão ser apresentadas 28 palestras, além de cerca de 25 trabalhos na forma de pôsteres relacionados a diversos temas: valorização da vitivinicultura como patrimônio mundial, mudanças climáticas, manejo dos solos, irrigação e adubação, pragas e microbiologia na vitivinicultura tropical, a produção de vinhos tropicais no mundo, enologia tropical, zoneamento dos terrois vitícolas, Indicação Geográfica para vinhos, composição química e sensorial dos vinhos e resíduos.

"O ISTW 2016 vai reforçar a tradição dos vinhos tropicais do Brasil e do mundo no contexto internacional junto à comunidade científica e aos produtores, expondo as principais pesquisas em execução nas regiões produtoras de vinhos tropicais, bem como exemplos de pesquisas em zonas temperadas, a serem aplicadas nos países tropicais", afirma Giuliano.

O Simpósio é uma realização das unidades da Embrapa (Semiárido e Uva e Vinho), UNEB, GIESCO e UNESCO, com apoio das instituições Valexport, Instituto do Vinho, FACEPE, IF Sertão, CAPES e CNPQ.

A programação completa e outras informações do evento podem ser encontradas no sitewww.embrapa.br/istw2016.


Serviço:

O que: 50 Simpósio Internacional de Vinhos Tropicais

Quando: 19 a 21 de outubro de 2016

Onde: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)

Endereço: Rua Projetada, 650, Bairro Maria Auxiliadora, em Petrolina-PE, Brasil.

Contatos: (87) 3861-4442 / 3866-3734

Mais informações: www.embrapa.br/istw2016



quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Estudo da USP mostra que armadilha de bicho furão evitou perda de US$ 1 bilhão

O uso das armadilhas com isca de feromônio para o monitoramento de bicho furão evitou perdas da ordem de até US$ 1,32 bilhão, desde a sua disponibilização no mercado, em novembro de 2001, até 2013. Para chegar a esse valor pesquisadores dos departamentos de Entomologia e Economia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) levaram em consideração as perdas estimadas provocadas pela praga, que podem variar de 5% a 50% da produção, o investimento na pesquisa que desenvolveu o feromônio, o número de armadilhas usadas e a quantidade de pulverizaçao realizada neste período.

A economia varia de US$ 132,7 milhões a 1,32 bilhão em receita bruta, considerando proporcionamente as perdas potenciais de 5 a 50%. A pesquisa analisou uma área de 79 mil hectares com cerca de 30 milhões de árvores, que correspondia a 13,5% da área de citros do estado de São Paulo na época do estudo.

Os feromônios são compostos sintéticos idênticos aos produtos naturais, não poluentes e, geralmente, não-tóxicos. Podem ser usados de muitas maneiras, como monitorar, atrair, matar ou causar confusão sexual no inseto. Na década de 1990, as perdas de produção devido ao bicho furão foram estimadas em mais de US$ 50 milhões por ano. No início dos anos 2000, o Fundecitrus, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), à Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), à Universidade Federal de Viçosa (UFV) e à Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp de Jaboticabal passaram a estudar os hábitos do bicho furão e seu ciclo de reprodução. As informações levaram a sintetização do feromônio sexual do inseto, além do estabelecimento de estratégias para a sua utilização no campo. 

Em novembro de 2001, a armadilha com o feromônio sintético passou a ser comercializada pela Coopercitrus. O número de armadilhas vendidas entre novembro de 2001 e dezembro de 2013 foi, em média de 38 mil unidades por ano, variando para 32 mil em 2010 e 47 mil em 2007. O custo total das compras de armadilha neste período foi de US$ 5,06 milhões.

Os benefícios econômicos da armadilha foram estimados na forma de perdas evitadas por meio do cálculo do número de caixas produzidas num cenário em que o bicho furão está presente, isto é, considerando as perdas de rendimento que seriam provocadas pela praga se não houvessem armadilhas. Estas perdas foram rentabilizadas com base no preço de uma caixa de laranjas e com a relação benefício-custo do monitoramento e controle do bicho furão com inseticidas que teve uma redução aproximada de 50% após sucessivos anos de uso armadilha.

Com base nestes parâmetros, o investimento inicial na pesquisa, que foi de US$ 50 mil resultou na economia de US$ 2.655 a 26.548 por dólar gasto com uma perda de rendimento de 5-50%, respectivamente. Em termos de retorno para o produtor, em que o custo das armadilhas está incluído, a relação benefício-custo foi US$ 12,02 a 120,19 por dólar gasto.

A matéria completa está disponível na edição 37 da Revista Citricultor. Acesse

Fonte: Fundecitrus

Presidente do Fundecitrus se reúne com Secretário de Agricultura para abordar lei de cancro cítrico de São Paulo

Juliano Ayres se reuniram com o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, na última quinta-feira (6), para entregar uma proposta frente à nova legislação federal de controle de cancro cítrico.

Também participaram da reunião o coordenador das Câmaras Setoriais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), Alberto Amorim, o coordenador da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), Fernando Gomes Buchala, o coordenador substituto da CDA, Mario Tomazela, e o novo coordenador da CATI João Brunelli Junior.

No encontro, o Fundecitrus apresentou um plano de ação para apoiar a Secretaria no processo de transição da lei em São Paulo após a publicação da Instrução Normativa 37 do MAPA, no Diário Oficial da União (DOU), em 6 de setembro, que regulamenta o controle de cancro cítrico em todo o país. “A normativa federal foi uma grande conquista e atendeu à demanda da Secretaria e de todo o setor, no sentido de aprimorar a legislação para aumentar a agilidade e a segurança fitossanitária, colaborando, inclusive, com a comercialização dos produtos citrícolas. No entanto, outras ações devem complementar a norma. Uma delas é o estabelecimento de uma legislação estadual, a qual já está sendo trabalhada pela Câmara Setorial da Secretaria, além de atuações informativas e educativas”, avaliou Arnaldo Jardim.

A proposta apresentada pelo Fundecitrus engloba medidas para dar suporte à SAA na transferência do conhecimento para o citricultor sobre a doença, por meio de ações de pesquisa, comunicação e difusão de tecnologia. O presidente da instituição ressaltou a importância da parceria nesse momento de mudança na citricultura, e a urgência da implementação da mitigação no estado de São Paulo devido ao início do período chuvoso, que é o momento crítico de ocorrência da doença nos pomares. “O Fundecitrus se coloca à disposição para apoiar e complementar as ações da Secretaria de Agricultura que forem necessárias para a rápida implantação e o bom funcionamento do sistema de mitigação. Além disso, são nítidos os esforços do Secretário e de sua equipe em dar rápido trâmite aos pleitos dos produtores de laranja e limão”, diz Monaco. 

(com apoio da assessoria de imprensa da Secretaria de Agricultura) 

Fonte: Fundecitrus

CNA debate na Argentina comércio internacional e projeções agrícolas

O evento acontece simultâneo ao lançamento da Safra 2016/2014 no país vizinho


Representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participaram, entre os dias 05 e 06 de outubro, da 3ª Conferência Internacional sobre Projeções Agroindustriais, em Buenos Aires, na Argentina. Promovido pelo Instituto para as Negociações Agrícolas Internacionais (INAI), responsável pelos estudos e análises de conjuntura. O evento acontece simultâneo ao lançamento da Safra 2016/2014 no país vizinho.

De acordo com a assessora para Acesso a Mercados da Superintendência de Relações Internacionais da CNA, Camila Sande, o foco da conferência foram as novas perspectivas de produção e exportações na Argentina, que volta a olhar para o mercado internacional com prioridade. “Os produtores argentinos enfrentaram algumas dificuldades no passado para acessar mercados no exterior. Hoje, esse cenário está em reformulação, eles se mostram mais engajados nas questões relacionadas ao comércio internacional”, disse Camila. 

Em um dos painéis, o representante da federação das associações e entidades vinculadas à produção de cereais na Argentina, Leandro Pierbattisti, falou do crescimento da produção de milho no Brasil e o impacto que está gerando para a presença do grão argentino nos principais mercados de interesse. “A Argentina consegue competir melhor com os Estados Unidos do que com o Brasil, em mercados como o Marrocos e a Argélia, em função da grande competitividade do produto brasileiro”, explicou Leandro. 

Presente no encontro, o assessor do Departamento Econômico da CNA, Paulo André Camuri, informa que ainda foram debatidos temas como as estimativas da produção agrícola argentina para os próximos anos, a crescente demanda global por alimentos e a dinâmica atual das negociações internacionais como a Parceria Transpacífica, Parceria Transatlântica e Aliança do Pacífico, bem como o andamento das negociações entre o Mercosul e a União Europeia.

Além da participação na Conferência Internacional, os assessores da CNA se reuniram com o Ministro Conselheiro, Francisco Canabrava, a Adida Agrícola Eliana Valeria, na Embaixada do Brasil em Buenos Aires e com representantes da Sociedade Rural Argentina (SRA). Também participaram de uma mesa redonda sobre política comercial, promovida pelo Instituto para Negociações Agrícolas Internacionais (INAI). 

Produção agrícola sustentável auxilia na promoção da segurança alimentar

O crescimento populacional previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU), de mais de nove bilhões de habitantes na Terra até 2050, e a mudança de hábitos alimentares, têm trazido novos desafios para o setor produtivo, principalmente no Brasil, quarto maior produtor de alimentos do mundo. O assunto ganha destaque em outubro quando se comemora o Dia Mundial da Alimentação, data que traz à tona a importância de se debater políticas públicas e novas tecnologias voltadas à produção.

Para Steven Borst, diretor global da Alltech Crop Science, que fornece soluções naturais para a produção agrícola, abastecer a população em quantidade e qualidade exige trabalho sustentável. “Vamos precisar realizar isso juntos, seja com a produção local ou com os principais produtores mundiais. Independentemente, utilizar soluções sustentáveis para melhorar o rendimento e a qualidade vai nos ajudar. Um alimento com o dobro de nutrição do que oferece hoje pode influenciar a quantidade de produção necessária para abastecimento”.

O fundador da Associação Prato Cheio, Walter Belik, professor titular de economia agrícola do Instituto de Economia da Unicamp e membro do painel de especialistas em Segurança Alimentar e Nutricional do Comitê mundial de Segurança Alimentar e Nutricional, explica que atender essa demanda crescente sem pressionar o meio ambiente está entre os principais desafios. “Não adianta aumentar a quantidade de alimentos disponíveis se eles não têm qualidade. Seria uma solução a curto prazo, mas se pensarmos à frente, pode ser um problema enorme”, afirma.

De acordo com Belik, o uso de soluções naturais na produção de alimentos vem de encontro com a necessidade de se colocar novas tecnologias em campo para promover o aumento da produtividade das lavouras de forma equilibrada. “São tecnologias limpas, que possam ser poupadoras de recurso. Não podemos mais criar modelos cujo balanço energético e o balanço ambiental são desastrosos”, complementa.

Além disso, os novos hábitos alimentares mais saudáveis também têm influenciado a produção a nível global. “Os consumidores estão exigindo saber de onde vem o produto, como e o que é usado para produzir o alimento que está sendo ingerido. Com isso, os produtores estão começando a se concentrar em abordagens cada vez mais sustentáveis para a sua produção”, finaliza Borst.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Banana para fazer chips é boa opção para agricultor familiar

Resistente às principais doenças da bananeira e apropriada para processamento de petiscos do tipo chips, a banana Pelipita pode ser uma ótima opção para incrementar a renda de pequenos produtores da região Norte. Há interesse da agroindústria local em produzir o petisco, mas ela não tem encontrado no campo produção suficiente do fruto. Essa oportunidade é apresentada pelo projeto Banana Pelipita: Alternativa para agricultores familiares do Estado do Amazonas na diversificação e agregação de valor na cadeia produtiva de plátanos para chips, liderado pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM) e cofinanciado pelo Banco da Amazônia.

A pesquisadora da Embrapa Mirza Carla Normando Pereira explica que o objetivo é mostrar que a banana Pelipita reúne qualidades superiores à banana Pacovan ou D'angola, apesar de sua aparência pouco atrativa, e que poderá atender à demanda da agroindústria para esse fim. Além da resistência às principais doenças da bananeira e da qualidade dos frutos, a Pelipita pode atingir produtividade entre 27 toneladas a 38,5 toneladas/ano; ou seja, pelo menos 50% superior à banana Pacovan ou D'angola, sempre que cultivada adequadamente. Os frutos apresentam vantagens em relação aos da banana D'angola ou Pacovan, tais como 650% mais fibra e 625% menos gordura na polpa, o que lhes confere melhor digestibilidade e maior rendimento industrial, quando empregados na fabricação de farinha e banana chips.

Apesar de apresentar essa série de vantagens, a Pelipita não caiu no gosto dos produtores amazonenses, devido à aparência semelhante à banana Sapo, uma espécie que apresenta casca escura. Mas, por outro lado, possui outras vantagens em relação à banana Pacovan: é rica em fibras e quando frita apresenta maior crocância, não encharca, tem coloração alaranjada e sabor muito próximo ao da Pacovan. Essas qualidades fazem com que ela seja apropriada para produção um pouco mais sofisticada: a de bananas chips, e pode ser exportada nesse formato que agrega valor e pode incrementar a renda do pequeno produtor.

Desenvolvida em 2004 a partir de uma espécie peruana, a cultivar Pelipita foi fruto do trabalho de especialistas da Embrapa Amazônia Ocidental e Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). O intuito foi apresentar uma alternativa à banana Pacovan, muito suscetível às doenças sigatoka-negra, sigatoka-amarela e mal-do-panamá. Assim como a Pacovan, a Pelipita é apropriada para ser consumida na forma cozida ou frita e compor pratos como mingaus ou doces.

Interesse da indústria

Como a banana não despertou interesse dos produtores, a pesquisadora da Embrapa decidiu sair a campo. "A ideia surgiu porque é difícil aceitar que uma banana tão boa não tenha recebido aceitação pelo mercado consumidor", explica Mirza. Ela conta que procurou uma agroindústria de Manaus, que produz bananas fritas do tipo chips, realizou testes e constatou que a banana é de excelente qualidade, crocante, de cor alaranjada, sem diferença no gosto, além de ser muito macia e saborosa. "O proprietário da agroindústria disse que a banana tem o mesmo potencial para exportação que a batata chip", conta a pesquisadora. No entanto, o empresário não encontrou produção suficiente da banana para atender sua demanda. "Por essa razão, estamos incentivando os produtores locais a plantar a Pelipita e a oferer ao mercado", explica.

Entre as ações, estão programados estudos de mercado sobre a cadeia produtiva da banana em Manaus. O projeto prevê a criação de lavouras de Pelipita em área de agricultores familiares e a avaliação da produção agroindustrial de chips com indicadores como rendimento frutos/chips e tempo de prateleira da banana processada. O trabalho envolverá ainda a realização de testes de degustação sensorial comparativo entre Pacovan e Pelipita com o público consumidor e avaliação econômica financeira do sistema de produção da cultivar e da comparação da fabricação dos chips entre os dois tipos de banana.

Resposta à sigatoka-negra

O interesse das pesquisas da Embrapa em buscar alternativas à Pacovan, uma variedade de banana longa, muito apreciada na culinária da região Norte, deve-se ao fato de que essa variedade de banana é suscetível à sigatoka-negra, doença causada pelo fungo Micosphaerella fijiensis, que dizima bananais no Brasil há 18 anos.

A partir da constatação da ocorrência da doença sigatoka-negra no Estado do Amazonas, em 1998, a produção das cultivares de banana tradicionais Prata e Maçã e dos plátanos D`Angola e banana-da-Ttrra, conhecidas localmente como Pacovan e Pacovi, respectivamente, foi reduzida drasticamente devido à suscetibilidade ao fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, que acarreta prejuízo de até 100% de produção dessas cultivares.

Como estratégia de controle a essa doença, vem sendo dada ênfase ao plantio de cultivares resistentes, por ser principalmente mais econômica e ambientalmente correta, evitando o uso de defensivos agrícolas na cadeia trófica. "Isso se torna mais importante quando a produção de banana ocorre em regiões ou bananais com baixa adoção de tecnologias e próximos a lagos e mananciais, como na região Amazônica", explica a pesquisadora.

Várias cultivares resistente à sigatoka-negra foram lançadas ou recomendadas pela Embrapa. Para substituir as cultivares do grupo Prata e Maçã já existem onze cultivares disponíveis que vem sendo cultivadas em várias regiões do País.

Atualmente, no Amazonas, a cultivar do plátano Pacovan, denominada em outros estados como D`Angola, vem sendo, preferencialmente, cultivada e utilizada na produção de banana chips, mingaus, bolos, farinha entre outros produtos. Além de não ser resistente à sigatoka-negra, o cultivo é realizado por agricultores familiares com baixo nível tecnológico. Aliado a isso, os solos de terra firme onde a Pacovan é cultivada apresentam baixa fertilidade e elevada acidez que, associados à falta ou uso inadequado de fertilizantes e corretivos durante o ciclo da planta, levam à baixa produtividade dos bananais.

Banana chips

Uma importante característica desejável na produção de alimentos desidratados, nos quais é incluída a batata chips, mandioca chips, banana chips, entre outros, é a crocância, e a textura é o atributo sensorial que mais influencia na qualidade dos produtos processados.

Conforme Mirza, na cultivar Pelipita, o teor de umidade, menor que o da cultivar Pacovan, torna ainda mais interessante seu uso como alternativa ao agronegócio da produção de chips de banana no Amazonas. O teor de umidade obtido na farinha dessa cultivar é de 9,58%, enquanto da tradicional Pacovan é 10,10%.

Fonte: Embrapa

Embrapa apresenta variedades de abacaxis ornamentais e banana no Congresso de Fruticultura

A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Embrapa — Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento —, escolheu o Congresso Brasileiro de Fruticultura, que este ano acontece em São Luís (MA), de 17 a 21 de outubro, para o lançamento de duas cultivares de abacaxizeiros ornamentais. Além dessas, será divulgada a nova cultivar de bananeira, a BRS Pacoua, cujo lançamento oficial vai acontecer em novembro, no Pará.

Abacaxizeiros ornamentais BRS Boyrá e BRS Anauê

Essas duas cultivares de abacaxizeiros ornamentais foram desenvolvidas a partir de outras conservadas no banco de germoplasma de abacaxi da Embrapa Mandioca e Fruticultura, que tem mais de 600 acessos e uma enorme riqueza e variabilidade genética da espécie. "Dentre as variedades silvestres, que não são comestíveis, muitas possuem frutos pequenos, hastes retorcidas e cores variadas, características interessantes que podem ser melhor exploradas como ornamentais. A partir de um criterioso trabalho realizado com essa coleção, foi possível identificar e melhorar materiais com potencial para usos diversos no segmento de flores. O melhoramento genético e a construção dos produtos pretendidos foram ações paralelas", explica a pesquisadora Fernanda Vidigal.

As cultivares abrem um novo nicho de mercado para agricultores familiares e para produtores de maior porte, incluindo exportadores. Comercializado na Europa há mais de uma década, o abacaxi ornamental tem mercado inexpressivo no Brasil.

As novas cultivares permitiram a geração de produtos diversificados, como plantas para vasos, flor de corte (haste com a infrutescência), plantas para paisagismo (jardins e parques) e folhagens de corte. Para serem usados como flores de corte, os abacaxis precisam ter hastes longas, frutos pequenos e uma relação coroa/fruto bem equilibrada. Para o mercado externo, essas hastes devem ter no mínimo 40 centímetros e não apresentar ondulações. "Em testes realizados com consumidores e floristas brasileiros, observou-se que nossos floristas apreciam hastes sinuosas, que conferem mais movimentos aos arranjos florais", afirma Fernanda. Para a comercialização em vaso, as plantas devem ser compactas, com folhas e hastes curtas e frutos pequenos. "Já o uso no paisagismo é livre, mas algumas plantas de porte grande se prestam bem para grandes espaços. As folhas são excelentes na composição de arranjos e chegam a durar mais de 30 dias em esponjas florais."

Para validar o trabalho, a pesquisadora firmou parcerias com colaboradores que conhecem bem o mercado e o produto, a exemplo da ABX Tropical Flowers for Export (RN), que já exporta abacaxis ornamentais, e da TopPlant/BioClone (CE), que vem trabalhando em sistema para vasos, contando com o apoio da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE).

"O mercado externo é grande consumidor de flores de corte, e o abacaxi ornamental tem uma posição já consolidada, pois, mesmo com as crises, a quantidade consumida não sofreu grandes alterações. Novas espécies são muito bem aceitas pelos europeus, e o mercado de flores é movimentado exatamente pelo lançamento frequente de novidades, como, por exemplo, novas variedades de rosas, cravos etc. Estava faltando o lançamento, através de pesquisa séria, de novidades também na área de abacaxis ornamentais", diz o diretor da ABX Tropical Flowers for Export, Antonio Carlos Prado.

A Bananeira BRS Pacoua

A BRS Pacoua é um híbrido de bananeira, produto do cruzamento realizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura nos anos 90. A partir daí, foi implantada uma rede de ensaios nacionais de genótipos promissores, incluindo o estado do Pará, para onde a cultivar é recomendada — os experimentos no Norte do país foram conduzidos em parceria com equipe da Embrapa Amazônia Oriental (PA). Mostrou vantagens comparativas em relação às cultivares rotineiramente utilizadas pelos produtores paraenses, principalmente nas questões associadas com resistência a doenças.

"A BRS Pacoua tem como parental feminino a cultivar Pacovan. E a grande diferença entre as duas variedades diz respeito à resistência a doenças. Há três doenças principais que acometem a bananicultura nacional: Sigatoka-amarela, Sigatoka-negra e mal-do-Panamá. A BRS Pacoua é resistente à Sigatoka-amarela, ao mal-do-Panamá e medianamente resistente à Sigatoka-negra. Enquanto a Pacovan é suscetível às duas sigatokas e apresenta certo nível de suscetibilidade também ao mal-do-Panamá", explica o pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira da Embrapa.

O produtor Raphael Siqueira, de Santo Antonio do Tauá (a 70 km de Belém), que plantou a nova variedade em caráter experimental, aposta na BRS Pacoua para incrementar a produção da sua região. "Aqui existe muito pouca produção de banana. Toda banana consumida em Belém vem maciçamente do Nordeste, pagando um frete de cerca de R$ 5 mil por carrada. E isso aumenta o preço. Tivemos conhecimento dessa variedade produzida pela Embrapa, fizemos o plantio experimental e realmente é satisfatória. Ela tem ainda uma produtividade muito boa. Tem pencas com 25 até 30 bananas em alguns casos. E os cachos chegam a pesar entre 30 kg e 40 kg. Uma produtividade excepcional."




Pesquisadora estuda extração de compostos bioativos da folha da gravioleira

A pesquisadora Ingrid de Moraes apresentou na última quarta-feira (5) sua tese de doutorado intitulada: "Extração de compostos bioativos da folha da gravioleira (Annona muricata L.) e concentração dos extratos por ultra e nanofiltração". O trabalho foi defendido no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

O objetivo da tese foi otimizar o processo de extração de compostos fenólicos e de acetogeninas anonáceas da folha de gravioleira, obtendo um extrato rico nesses compostos e com elevada capacidade antioxidante. As acetogeninas anonáceas são uma classe de compostos naturais com ampla atividade biológica. Na gravioleira, estes compostos são encontrados nas folhas, no caule, na casca e nas sementes. O trabalho avaliou também o emprego de tecnologia de filtração com membranas seletivas (ultrafiltração e nanofiltração) na separação e concentração desses compostos, obtendo frações enriquecidas e semi-purificadas.

Conforme explica a pesquisadora, muitos componentes bioativos têm sido encontrados na gravioleira, e suas propriedades têm sido pesquisadas há mais de 40 anos. Estudos fitoquímicos e farmacológicos das espécies de anonáceas têm se intensificado nos últimos anos, o que está associado à descoberta das acetogeninas anonáceas.

O interesse vem sendo motivado por estudos clínicos que apontam a toxicidade seletiva das acetogeninas anonáceas da gravioleira contra vários tipos de células cancerígenas, inclusive as resistentes a multidrogas. Esses compostos também apresentam atividade antimalária, pesticida, inseticida, anti-helmíntica, antiespasmódica. A folha da gravioleira também é rica em compostos antioxidantes e atribui-se esta característica aos compostos fenólicos, que formam o maior grupo de antioxidantes extraído de vegetais, neutralizando a reatividade de radicais livres por meio da doação de um átomo de hidrogênio.

Ingrid Moraes diz que apesar dos inúmeros estudos de caracterização, aplicação e dos mecanismos de ação in vitro e in vivo dos compostos bioativos da folha da gravioleira, não há na literatura trabalhos sobre o estudo de técnicas de extração e concentração dos compostos de interesse com aplicação industrial, visando a produção de fitoterápicos ou suplementos alimentares de maneira segura para o consumo humano.

A pesquisadora ressalta que o interesse por terapias naturais e pelo consumo de alimentos, bebidas e suplementos alimentares contendo compostos bioativos tem aumentado significativamente nos países industrializados e encontra-se em expansão a busca de matrizes vegetais como fonte desses compostos.

Fonte: Embrapa

Dinheiro para o plantio

O produtor rural brasileiro não escapou das dificuldades econômicas enfrentadas pelo País nos últimos anos. A difícil contratação de crédito, e a juros elevados, é uma realidade enfrentada por todos, seja na cidade ou no campo. Entretanto, no início da captação de recursos para safra 2016/17, o cenário parece estar mudando de forma lenta e gradativa. O balanço dos financiamentos no Plano Agrícola e Pecuário 2016/17 para médios e grandes produtores indica leve melhora, segundo os últimos dados levantados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As contratações do crédito rural da agricultura empresarial nos meses de julho e agosto foram de R$ 21,3 bilhões, o que representa 12% do total programado de R$ 183,9 bilhões. Apesar do valor ser 19,7% inferior ao mesmo período da safra anterior, a Secretaria de Política Agrícola (SPA) da pasta justifica essa queda porque cerca de R$ 10 bilhões foram antecipados nos meses de maio e junho no pré-custeio, sendo o Paraná um dos principais demandantes deste recurso. Nos anos anteriores, o pré-custeio só foi liberado entre julho e agosto. Portanto, se este valor fosse computado, haveria alta na captação de recursos até o momento. Os valores liberados apenas para custeio somam R$ 13,2 bilhões até agora.

Quando se trata de recursos para comercialização, o montante é de R$ 4,4 bilhões. O número é 20% superior a julho e agosto de 2015 (R$ 3,7 bilhões) e, surpreendentemente, maior do que 2014, quando neste momento atingia a marca de R$ 4,1 bilhões.

Já o crédito de investimento, que alcançou R$ 3,6 bilhões até agora, apresenta alta de 34% em relação a 2015. Três linhas de financiamento se sobressaem: Moderfrota, Procap-Agro e Pronamp (médios produtores), o que, de acordo com a SPA, sinaliza para uma possível retomada dos investimentos.

No que diz respeito à custeio e comercialização, a região Sul do País continua na liderança dos financiamentos, com 38% e 35% dos montante captado, respectivamente. Até o momento, os valores estão sendo destinados principalmente para a soja e bovinocultura.

PARANÁ
O coordenador do Departamento Técnico Econômico (DTE) da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, relata que ainda é muito cedo para fazer uma avaliação, mas a princípio não está havendo problemas para a captação de recursos no Estado. "Não tivemos nenhum tipo de reclamação até agora. Vale lembrar que ano passado não tivemos pré-custeio e a demanda reprimida foi passada no início da safra, tanto que havia uma fila enorme para captar tal recurso. Como este ano o pré-custeio aconteceu, entre março e junho muitos já contrataram. Esta aí a justificativa para a queda nos números".

No que diz respeito aos juros, Pedro ainda bate na tecla que eles estão bem elevados em diversas linhas. "O mercado continua mostrando que teremos uma queda na modalidade investimentos em torno de 20% a 30%. Ainda passamos por uma situação crise e o produtor colocou o pé no freio. Em contrapartida, os bancos também estão exigindo mais garantias nas análises de crédito".

A economista da Faep, Tânia Moreira, diz que ainda há produtores paranaenses que podem realizar transações para a safra verão. "Ainda estamos analisando apenas um mês de Plano Safra. No que diz respeito a custeio e comercialização, a contratação vem aumentando mesmo com os juros elevados. Em relação aos investimentos, acredito que deve cair ao longo dos meses de contratação".

Sustentabilidade: Manejo Integrado de Pragas pode reduzir à metade o uso de agrotóxicos no campo

Por volta da década de 1970, o controle de pragas no Brasil era feito basicamente com o uso de produtos químicos. Contudo, a aplicação não respeitava um critério, logo era comum que os produtores muitas vezes fizessem o uso de maneira descontrolada, causando malefícios à saúde dos agricultores, contaminação do meio ambiente e solo, elevação dos custos da produção e o risco de os insetos desenvolverem resistência aos produtos químicos.

Estas consequências levaram ao desenvolvimento de políticas públicas para adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), um conjunto de ações ecologicamente sustentáveis que buscam o equilíbrio ambiental por meio do uso racional de agrotóxicos na lavoura. Esta técnica, que traz diversos benefícios ao empresário rural e está sendo amplamente disseminada por órgãos competentes, é apresentada em recente relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae. 

Fundamentalmente sustentável e bioecológico, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um processo de tomada de decisão que se baseia em ações coordenadas e, quando postas em prática ao mesmo tempo, geram o controle da proliferação das pragas, interferindo na medida certa, sem deixar que as pragas se adaptem criando resistência à certas rotinas de defesa. São premissas do MIP:

· Reduzir ou eliminar o uso em excesso de pesticidas;
· Reduzir a população das pragas;
· Reestabelecer o equilíbrio natural do ecossistema;
· Manter o equilíbrio financeiro do produtor através do uso racional de formas de combate às pragas;
· Promover a rotatividade de produtos químicos visando a não resistência pelas pragas;
· Diminuir ou eliminar doenças aos trabalhadores e famílias;
· Não poluir o solo e o meio ambiente.

O MIP consegue retardar a segunda aplicação e isso é possível porque a técnica mantém o equilíbrio no sistema ecológico, estabilizando a população de insetos e pragas e fazendo com que o produtor possa reduzir as intervenções no campo. Estima-se que em 2013 e 2014 os agricultores brasileiros gastaram cerca de R$ 2,5 bilhões, somente em lavouras de soja, com a compra de produtos químicos para o controle e extermínio de pragas. Este valor poderia cair até 50% se os produtores tivessem investido em ações sustentáveis como o Manejo Integrado de Pragas.

O produtor rural Daniel Rosenthal, natural de Rolândia norte do Paraná, produz soja, milho e trigo em sua propriedade de cerca de 270 hectares e adotou a prática do MIP na lavoura há dois e reconhece o resultado positivo desta técnica. Na plantação, ele prefere a utilização de agentes inimigos naturais, para garantir menor custo para o controle. "Temos que ser criteriosos na utilização de inseticidas, caso contrário, poderemos favorecer a resistência de pragas e doenças aos agrotóxicos", afirma Daniel.

Confira as ações recomendadas pelo SIS-Sebrae:

· A Embrapa desenvolveu um projeto denominado Caravana Embrapa, que busca capacitar pessoas para a utilização do Manejo Integrado de Pragas, levando técnicas aos produtores interessados por este tipo de técnica
· Procure o Centro Sebrae de Sustentabilidade para mais orientações de como aplicar o MIP interior no seu negócio. Conheça também as cartilhas desenvolvidas pelo Centro de sustentabilidade para pequenos negócios
· Acesse também a cartilha Primeiros passos para a sustentabilidade nos negócios que mostra, passo a passo, como incluir este tema na rotina da empresa, desde o planejamento estratégico até o atendimento aos clientes; e o Guia prático para a sustentabilidade nos pequenos negócios.

Defensivos têm registro expandido para cultivos tradicionais do Nordeste

Produtos de ponta da Nufarm têm uso autorizado nas culturas de inhame, folhosas, maracujá, pimentão, repolho e tomate


Uma das empresas-líderes do mercado de agroquímicos, a Nufarm Brasil obteve a expansão dos registros de seus defensivos agrícolas Dimax® 480 SC, Kaiso® 250 S e Tenaz® 250 SC. Os produtos estão autorizados para aplicações em culturas tradicionais da região Nordeste, principalmente inhame, folhosas, maracujá, pimentão, repolho e tomate.

“A extensão de uso desses produtos permitirá atender produtores que em geral não dispõem de suporte fitossanitário suficiente para manter suas lavouras livres de pragas e doenças”, resume Jeander Costa, engenheiro agrônomo, gerente executivo de Trade Marketing da Nufarm. Ele assinala ainda que a presença da Nufarm no Nordeste – a companhia mantém uma unidade industrial com 160 mil m², na cidade cearense de Maracanaú – favorece a logística de distribuição desses produtos ao agricultor nordestino.

Segundo Costa, a autorização de uso dos três produtos nas lavouras nordestinas deverá contribuir para a melhora da qualidade da produção agrícola em áreas como o Agreste de Pernambuco e o Agreste da Paraíba, bem como nas regiões de Arapiraca (AL), Feira de Santana e Jabaquara (BA), Itabaiana (SE) e Serra de Ibiapaba (CE).

De acordo com o executivo, o inseticida Dimax® 480 SC é indicado principalmente no controle de lagartas, enquanto o inseticida Kaiso® 250 S apresenta amplo espectro de controle de pragas. Já o fungicida Tenaz® 250 S, ressalta o gerente, permite controlar com eficiência doenças importantes da hortifruticultura, como a pinta-preta do tomate.

Jeander Costa também destaca que os três produtos que receberam a extensão de registro têm sido empregados com sucesso nos últimos anos, nas principais regiões agrícolas do Brasil, sobretudo nas culturas de algodão, citros, café, hortifruticultura e soja. 

Na região Nordeste, Dimax® 480 SC, Kaiso® 250 S e Tenaz® 250 SC serão distribuídos pela revenda Nordeste Atacado, que atua no mercado há 29 anos. Com cinco entrepostos, a Nordeste Atacado atende aos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Maranhão.

Câmara de Insumos do Mapa discute sobre rentabilidade do produtor rural

Brasil dobrou a sua produção nos últimos 15 anos, mas o lucro dos agricultores não acompanhou essa escala

A competitividade da agricultura brasileira foi a pauta da semana na Câmara Temática de Insumos Agropecuários, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O tema foi sugerido pelo titular da pasta, o também presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio César Busato, após constar que, enquanto os custos de produção e a produtividade agrícola aumentam, a rentabilidade do produtor diminui.

Segundo pesquisa, o Brasil praticamente dobrou a sua produção nos últimos 15 anos, mas o lucro dos agricultores não acompanhou essa escala. Isso fez com que a categoria se preocupasse em montar uma equação em que esses fatores tivessem a mesma proporção. O resultado disso é a formação de três grupos de trabalho, formado por representantes da Abrapa, Aprosoja e Embrapa, que irão coordenar os estudos nas áreas de defensivos, insumos e manejo do solo, respectivamente. O objetivo é encontrar soluções que levem à melhoria da produtividade da agricultura brasileira e o aumento da renda do produtor.

As sugestões dos grupos serão apresentadas à Câmara Temática, no dia 5 de dezembro, e depois encaminhadas ao Mapa, a fim de que o ministro adote as medidas pertinentes.

“Essa relação de produtividade versus custo é algo que nos preocupa a longo prazo, pois as commodities são produzidas em qualquer lugar do mundo, mas nossos clientes vão preferir comprar de quem produzir a um custo menor. Isso significa que se não encontramos uma solução perderemos espaço no mercado. Precisamos resolver essa questão, tentando diminuir os custos, aumentar a produtividade e melhorar a logística”, salientou Busato, ressaltando que o agronegócio contribui com mais de 30% do PIB brasileiro e é quem gera um saldo positivo na balança comercial, mas a rentabilidade do produtor não é tão animadora.

De acordo com o presidente da Câmara Temática de Insumos, na composição dos custos das grandes culturas no Brasil, mais de 50% são com fertilizantes e defensivos agrícolas. Os grupos de trabalho buscarão soluções para a cadeia produtiva dos insumos e fertilizantes, na tentativa mudar este cenário.

Fonte: Ministerio da Agricultura e Abastecimento

“Inflação dos alimentos está sob controle”, diz Cabral

Na avaliação do economista Alexandre Cabral, da NeoValue Investimentos, já é perceptível que a inflação brasileira está “entrando no eixo”. Segundo ele, o principal motivo é que o aumento dos preços dos alimentos “começou a acalmar”, numa combinação entre clima favorável para aumento da produção, queda no consumo e Real valorizado frente ao Dólar – o que barateia a compra de insumos.

O especialista cita como exemplo dois dos produtos mais consumidos no Brasil: leite e feijão. “Com preços elevados, várias famílias diminuíram o consumo [de leite], fazendo com que os produtores ficassem com estoque grande na mão. Ao mesmo tempo, as chuvas em várias regiões levaram ao aumento da produção. Essa combinação de estoque elevado e aumento de produção fez os preços caírem. Em setembro, o recuo foi de 7,89%, contra uma alta de 2,52% em agosto”, comenta.

Sobre o feijão, Cabral aponta que choveu menos que o esperado ou em condições normais nas regiões produtoras, favorecendo o aumento da safra. “Mas ainda está muito longe do ideal. Alguns produtores dizem que os preços só vão se normalizar no primeiro trimestre de 2017”, ressalta o economista.

“Com essa união de clima ajudando e recessão da economia, os preços dos alimentos estão começando a entrar no eixo. Assim, inflação de alimentos está sob controle. Acho que não é mais preocupação para o governo. O dólar calmo está ajudando na diminuição do custo de produção. Portanto, podemos concluir que a valorização do Real está ajudando a segurar a inflação”, conclui.


Considerando essa tendência de arrefecimento nos preços, Cabral sustenta que “o Banco Central deveria baixar [a taxa básica] de juros em 0,50 ponto percentual ao ano, e eu não seria mais agressivo do que isso em outubro. Com isso, o BC jogaria o problema no colo do Temer/Congresso, passando o seguinte recado: ‘eu fiz a minha parte. Agora é com vocês. Vão me ajudar? Espero que sim’”.

Fonte: Agrolink

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Citros/Cepea: Preços da pera e tahiti seguem em alta no BR

Os preços elevados e o clima chuvoso no início desta semana limitaram a procura pela laranja pera em boa parte do estado de São Paulo. Ainda assim, na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a variedade foi negociada a R$ 31,22/cx de 40,8 kg, na árvore, aumento de 4,7% em relação à média da semana anterior.

A lima ácida tahiti, por sua vez, chegou a ser negociada a R$ 85,00/cx de 27 kg, colhida, no mesmo período, mas a média de segunda a quinta foi de R$ 74,15/cx de 27 kg, colhida, expressiva alta de 27% em relação à semana passada. Segundo produtores consultados pelo Cepea, a tendência é que os valores das frutas sigam em alta em outubro, uma vez que a disponibilidade de boa parte das variedades está limitada (especialmente para as de maior qualidade). Além disso, a possível alta das temperaturas em outubro pode elevar a demanda por frutas. Grande parte dos colaboradores, contudo, acredita que as cotações estão próximas de atingir um limite de aceitação de consumidores.

Fonte: Cepea/Esalq

Prejuízo com chuvas de granizo deve elevar preço de frutas em São Paulo

O preço médio das frutas no comércio atacadista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) pode aumentar por causa das chuvas de granizo, no interior paulista e em áreas produtoras do sul do país. O impacto e os tipos de frutas que serão afetadas ainda não foram divulgados, mas estão sendo estudados, informou, por meio de nota, o economista da Ceagesp, Flavio Luis Godas.

Uma das áreas de ocorrência de chuva de granizo foi Casa Branca, na região de Campinas, grande produtora de jabuticaba. 

O Índice Ceagesp que se refere a 150 produtos apontou recuo de 2,21%. Foi a sexta queda consecutiva. No acumulado do ano, o índice atingiu alta de 2,66% e, nos últimos 12 meses, de 16,29%.

Entre as frutas que ficaram mais caras estão o figo (54,1%), a jaca (35,5%), a laranja lima (22,7%), o abacaxi havaí (16,2%), a laranja pera (14,3%) e o maracujá azedo (12,1%). Já as maiores quedas foram: do mamão formosa (-38,9%), mamão papaya (-29,5%), goiaba (-27,4%), manga tommy (-14,6%), banana prata (-10,8%) e caju (-10,2%).

Já os legumes tiveram expressiva baixa (-14,73%). Na lista dos maiores recuos estão: o pimentão vermelho (-71,1%), pimentão amarelo (-68,3%), abobrinha italiana (-45,4%), berinjela (-41,4%), vagem macarrão (-35,8%) e abobrinha brasileira (-33,4%). Em sentido contrário, subiram os preços da mandioca (44,2%), batata doce rosada (17,9%), inhame (10,3%) e abóbora japonesa (6,4%).

No grupo das verduras ocorreu recuo de 8,71% com destaque para o repolho (-31,7%), couve for (-24,4%), brócolis (-19,7%), escarola (-17,7%), alho porró (-17,2%) e couve (-14,4%). Entre os itens em alta estão a salsa (16,3%) e o milho verde (7,5%).

No segmento de diversos, os preços caíram 11,38%. As principais quedas foram da batata lisa (-25,4%), batata comum (-24,1%), alho (-13,6%), cebola nacional (-10,3%), coco seco (-7,4) e ovos brancos (-6,4%). Não houve aumentos significativos no setor.

No setor de pescados, os preços aumentaram, em média, 3,89% e as maiores taxas foram aplicadas sobre a pescada (19,1%), abrótea (16,8%), sardinha (16%), camarão ferro (15,7%) e espada (11,6%). Entre as opções em baixa destaque para a corvina (-11,6%), polvo (-7,3%) e anchovas (-5,4%).

De acordo com a Ceagesp, houve queda na demanda de 6,45% em comparação a setembro do ano passado, com o volume comercializado de 262.417 toneladas. De janeiro a setembro, as vendas atingiram 2.361.205 toneladas, quantidade que é 6,21% menor do que em igual período de 2015.

Software permite mapear infestação de pragas em lavouras

Uma empresa de softwares do agronegócio no Brasil desenvolveu uma ferramenta que permite obter mapas de calor dos pontos de infestação de pragas em propriedades agrícolas. Com o programa de computador, integrado com tablets, é possível estabelecer zonas dentro de um determinado perímetro e aplicar defensivos em menor quantidade e de maneira mais eficiente. Quem desenvolveu o mecanismo foi a empresa TOTVS, que tem uma filial em Curitiba, no Paraná.

Os resultados de cada propriedade dependem do uso que se faz da ferramenta, mas a empresa diz que é comum clientes relatarem reduções de gastos na ordem de 10% com agroquímicos. Em Cascavel, no ciclo 2015/16, o custo por hectare total com a soja foi de R$ 1,9 mil por hectare, sendo R$ 450 (23%) somente com defensivos na lavoura. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). Neste exemplo, 10% a menos representaria R$ 45 de economia por hectare.

O diretor do segmento de agronegócio da TOTVS, Fabio Girardi, explica que as informações do mapeamento (ver foto) podem ser usadas, além da orientação nas aplicações direcionadas de defensivos, para uma avaliação do trabalho de extensão rural. “É possível saber se a amostra do diagnóstico da lavoura foi bem realizada pelo técnico agrícola. Como eu tenho o caminho percorrido dentro da roça [obtido pela comunicação GPS com um tablet], consigo ver se ele visitou todos os pontos necessários, se fez o caminho em ziguezague e outros aspectos”, exemplifica Girardi.

Previsão do tempo e controle da fazenda

O software de gestão permite o controle de todos os processos necessários na fazenda, do planejamento do plantio até a finalização da colheita e comercialização. E um dos fatores mais importantes dentro do programa é a previsão do tempo. Quando o produtor agendar para uma data hipotética o plantio da soja, por exemplo, um cruzamento de dados diz se naquele diz escolhido haverá condições meteorológicas favoráveis para aquele manejo. “Se for chover, o produtor pode pensar em realizar outra atividade, e com isso já tenho uma economia de deslocamento de máquinas e do operador que não vai ficar parado no campo”, enumera o diretor.


Balança do agronegócio tem superávit de US$ 57,57 bi no acumulado do ano


As exportações brasileiras do agronegócio alcançaram US$ 67,36 bilhões de janeiro a setembro deste ano, crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2015. As importações, por sua vez, somaram US 9,79 bi. Com isso, a balança foi superavitária em US$ 57,57 bi. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para as vendas externas do setor no período. Um dos destaques é o complexo sucroalcooleiro. Só o açúcar cresceu 37,5%, com uma receita de US$ 7,37 milhões.

As vendas externas de milho chegaram a US$ 3,13 milhões de janeiro a setembro, 43,8% de aumento na comparação com o mesmo período do ano passado. Em quantidade, a alta foi ainda maior: 52,3% (18,78 milhões de toneladas).
A soja em grão teve uma redução de 3,4% na receita (US$ 18,5 bilhões). Segundo a SRI, o motivo é uma queda de 3,5% no preço médio.

O setor de carnes somou U$S 10,74 bilhões nas vendas externas, nos nove primeiros meses deste ano. Quase a metade é de carne de frango (48,2%). Depois, vêm a carne bovina (37,7%), carne suína (9,8%) e a carne de peru (2,2%).
Em relação ao mesmo período de 2015, apenas a carne suína e a de peru cresceram em valor (+12,2% e +1,8%, respectivamente). Mas, em volume, quase todas as carnes aumentaram, com destaque para a carne suína in natura, que cresceu 41,2% (474 mil toneladas).

Em setembro, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 6,91 milhões, o que representa uma queda de 4,5% em relação ao mesmo período de 2015.

Já nos últimos 12 meses (outubro de 2015 a setembro de 2016), as vendas externas totalizaram US$ 88,63 bi, 1% de acréscimo sobre o período anterior.

Veja aqui e aqui a análise dos dados da SRI.

Pesquisadores brasileiros buscam tomate resistente a Helicoverpa armigera

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) estão conduzindo estudo de genótipos de tomateiro buscando resistência à Helicoverpa armigera. A lagarta é considerada a praga-chave nos países produtores de tomate, podendo inviabilizar até 100% da produção, de acordo com o Portal Defesa Vegetal, da Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal).

Através de testes de antibiose e de antixenose (não-preferência), os pesquisadores verificaram a resistência à Helicoverpa armigera de “genótipos de tomateiro obtidos do cruzamento intraespecífico de Solanum lycopersicum x S. galapagense e analisaram a associação da resistência com a densidade de tricomas glandulares presentes nos folíolos”.

“Foram selecionados genótipos derivados do cruzamento das duas espécies de planta devido à densidade de tricomas glandulares presentes. Os testes foram feitos em laboratório com a utilização de placas-de-petri. As avaliações foram realizadas após a liberação dos insetos (12, 24, 36 e 48 horas). As lagartas presentes sobre cada folíolo de tomateiro foram contadas e foi avaliada a porcentagem de consumo da área foliar por meio de notas visuais aos danos”, aponta o Defesa Vegetal.

De acordo com a pesquisa, os genótipos de tomateiro oriundos do cruzamento de S. lycopersicum x S. galapagense e selecionados quanto à alta densidade de tricomas glandulares mostraram-se mais eficazes para o controle da H. armigera do que os genótipos com baixa densidade de tricomas glandulares, pois apresentaram maior capacidade resistência à lagarta pelos dois mecanismos, de antibiose e de antixenose.

A metodologia utilizada em estudo pode auxiliar o programa de melhoramento do tomateiro na obtenção de genótipos comerciais resistentes à Helicoverpa armigera, a fim de diminuir os danos causados por essa praga nas plantações e ter um produto final de qualidade.

Fonte: Agrolink - Autor: Leonardo Gottems

Sistema para planejamento e gestão da terra abrange América do Sul

Séries temporais de índices de vegetação geradas a partir de imagens de satélite para todo o território da América do Sul agora podem ser acessadas pela internet, oferecendo apoio a atividades de monitoramento agrícola e ambiental. Com acesso gratuito, a versão internacional do Sistema de Análise Temporal da Vegetação (SATVeg) foi lançada no final de setembro pela Embrapa Informática Agropecuária e pela Agroicone, com apoio do projeto Input (Iniciativa para o Uso da Terra).

O sistema web é útil para planejamento e gestão da terra, auxiliando principalmente profissionais que atuam com geoprocessamento, imagens de satélite, séries temporais, mapeamento do uso da terra, avaliação e fiscalização de crédito agrícola. A tecnologia também pode ajudar na elaboração de políticas públicas ambientais e agrícolas relativas ao uso e cobertura da terra.

Além da maior cobertura geográfica, melhorias na ferramenta incluem novas funcionalidades de filtragem e qualidade dos dados, um conteúdo tutorial voltado para o público não especializado e opções de visualização em três idiomas: português, espanhol e inglês. "Com a nova versão, temos agora a expectativa de aumentar o número de usuários, inclusive de outros países, além de alcançar produtores, pesquisadores e estudantes de universidades e representantes de ONGs", conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Júlio César Dalla Mora Esquerdo.

Como vantagens o SATVeg permite identificar áreas rurais e urbanas, além do sistema de produção – se é uma cultura anual, cana-de-açúcar, pasto ou mata, por exemplo. Ainda é possível acompanhar o ciclo de uma cultura e sua intensificação, os desflorestamentos e até a detecção de cheias em regiões pantaneiras.

As análises realizadas com base em dados de alta resolução temporal possibilitam acompanhar regularmente o desenvolvimento das culturas ou a área agrícola, com base nos índices vegetativos, que representam o comportamento da biomassa vegetal ao longo do tempo. As informações são extraídas de imagens de satélite e mostram o quanto de vegetação existe na área observada, a partir de quadrículas com dimensões de 250 por 250 metros na superfície terrestre.

O sistema também ajuda a criar uma base de dados com informações do uso de um determinado terreno no decorrer dos anos, explica Esquerdo. "Se tivermos uma série histórica desde 2000, dá para saber o que naquela época era floresta, depois foi desmatada e virou pasto, depois virou agricultura; enfim, é possível reconstruir o histórico do terreno, e isso tem dado suporte a mapeamentos de uso da terra", diz o pesquisador.

Com a tecnologia, análises que antes demandavam conhecimentos técnicos de programação e equipamentos avançados de processamento digital de imagens agora podem ser feitas mais rapidamente por meio dos algoritmos do sistema web que produzem informações e gráficos de forma automática. Assim, pesquisadores, estudantes, técnicos de geoprocessamento, gestores públicos, consultores e demais usuários do setor produtivo conseguem mapear e monitorar a dinâmica de uso e cobertura da terra, em toda a extensão da América do Sul, conhecendo o seu comportamento com mais precisão.

Fonte: Embrapa

Estudo avaliará exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos

Projeto prevê a criação de mecanismos de orientação, apoio e capacitação ao trabalhador rural

Representantes do Instituto Prohuma de Estudos Científicos se reuniram em Brasília em 29 de setembro, com o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto, o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), Celso Moretti, e o assessor Jefferson Costa para discutir a participação da Embrapa no desenvolvimento de um banco de dados que contribua para a regulação e orientação da exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos no Brasil.

"Ainda não temos no País um levantamento com a realidade dos trabalhadores que manipulam esses produtos, desde o preparo da calda até o abastecimento dos tanques de pulverização e a aplicação. Com essas informações, teríamos suporte para fazer a avaliação do risco ocupacional dessas atividades", explicou a diretora técnica e administrativa do Prohuma, Fabiana Cremaschi.

Além do desenvolvimento do banco de estudos e dados, o projeto prevê ainda a criação de mecanismos de orientação, apoio e capacitação ao trabalhador rural, bem como o apoio ao desenvolvimento de tecnologias e sistemas de mitigação da exposição humana a agrotóxicos.

De acordo com Ladislau Martin Neto, a Empresa se colocou à disposição para participar do projeto. "Além de uma Unidade de referência, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), temos os portfólios de Manejo Racional de Agrotóxicos e de Controle Biológico, com vários especialistas dedicados ao assunto", destacou.

Já o chefe do DPD lembrou que o trabalho ainda está na fase inicial. Mas, no futuro, pode-se pensar inclusive em um acordo de cooperação técnica mais amplo com o instituto. "Esse tema é fundamental para a saúde do trabalhador rural, pois define, por exemplo, os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para a aplicação de cada tipo de agrotóxico", ressaltou Moretti.

O Prohuma é um instituto sem fins lucrativos, criado em 2013. Atualmente reúne 16 empresas do setor de agrotóxicos no Brasil, como Bayer, Basf, Syngenta, Dow e Monsanto.

Pulverizador

Uma das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa que pode ajudar a diminuir a exposição dos trabalhadores rurais a agrotóxicos e aumentar a eficiência do controle de pragas e doenças é o pulverizador elétrico e eletrostático, idealizado pelo pesquisador Aldemir Chaim, da Embrapa Meio Ambiente.

Nesse tipo de pulverização, uma carga elétrica estática é induzida em cada gota emitida, o que faz com que ela seja atraída pela planta com carga neutra. A planta fica polarizada quando com carga de sinal oposto ao das gotas, por efeito de indução, e assim ocorre uma atração muito forte entre elas.

Segundo Chaim, a alta carga de energia das gotas faz com que elas atinjam a planta muito rapidamente, antes mesmo de serem volatilizadas. Além disso, o fato de todas as gotas estarem com cargas elétricas de mesmo sinal faz com que haja uma repulsão entre elas. Com isso, é possível atingir as plantas de maneira mais uniforme, mesmo em regiões mais escondidas, aumentando a eficiência do controle de pragas e doenças na lavoura.

Eficiência

Na prática, isso significa maior eficiência na pulverização, economia no uso de agrotóxicos e, consequentemente, maior eficiência no serviço de aplicação, já que a necessidade de reabastecimento do tanque é menor. Além disso, ao reduzir a quantidade de agrotóxico utilizado, a tecnologia traz benefícios ao meio ambiente.

"Tão importante quanto aplicar o produto correto, seguindo as recomendações de um profissional, é garantir que o produto aplicado alcance os alvos biológicos desejáveis na quantidade necessária. A ausência dessa preocupação pode resultar em impactos negativos ao homem, ao meio ambiente e ao produto", salienta Chaim.

Fonte: Embrapa