sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Bioinformática ajuda a identificar doenças em bananas

Foto: Freepik
Pesquisadores estão utilizando ferramentas de bioinformática para estudar uma nova estirpe do fungo Fusarium que está atacando a variedade mais popular de bananas, a Cavendish, também conhecida como banana d'água ou nanica. A raça tropical 4, ou TR4, é considerada a principal ameaça à produção mundial de bananas. Conhecida como doença do Panamá, já gerou perdas de US$ 134 milhões aos exportadores de banana da Indonésia, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A Universidade de Wageningen, na Holanda, é responsável por um programa denominado "Panama Disease" <http://panamadisease.org/>, no qual realiza pesquisas para identificação da doença com o objetivo de ajudar a controlá-la. Gert Kema, líder do grupo de pesquisa de banana da Wageningen UR, na Holanda, esteve na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) em 17 de agosto, onde proferiu a palestra "Detecção, identificação e epidemiologia da Fusarium oxysporum f. sp. cubense, raça tropical 4".

O grupo liderado pelo cientista realizou a montagem do genoma do Fusarium usando reads de PacBio, uma avançada técnica de sequenciamento de DNA que produz fragmentos (reads) mais longos, o que facilita a montagem de genomas. Além disso, a equipe do Laboratório Multiusuário de Bioinformática da Embrapa, sediada na Embrapa Informática Agropecuária, realizou a montagem do transcriptoma das quatro raças do fungo: R1, R2, ST4 e TR4. O transcriptoma é o conjunto completo de transcritos de um organismo. O cruzamento dos dados do genoma e do transcriptoma pode gerar informações relevantes para a compreensão do fungo.

"Nós fizemos um trabalho de análise de expressão dessas quatro raças, comparando-as. Agora os pesquisadores da Universidade de Wageningen estão tentando compreender melhor a biologia relativa à virulência do fungo, descobrir outros marcadores moleculares e talvez fornecer ferramentas que auxiliem nas medidas de controle", explicou o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Michel Eduardo Beleza Yamagishi. Durante a palestra em Campinas, o cientista demonstrou os principais resultados já obtidos e alertou sobre os cuidados necessários para evitar a disseminação da doença.

O Fusarium se espalha rapidamente pelo solo ou pela água. Com a contaminação do solo, uma área afetada pode ficar improdutiva para a produção de bananas por até três décadas. Kema falou sobre os riscos e a importância de se adotar procedimentos adequados para quarentena e, para isso, são usados marcadores moleculares. Os cientistas querem diminuir os impactos econômicos da doença que causam insegurança alimentar, especialmente nos países em desenvolvimento. O fungo atualmente está afetando a produção de bananas na China, nas Filipinas e Moçambique, entre outros países, mas o Brasil está livre dessa raça do Fusarium até o momento.

É fundamental unir esforços com outras instituições, como a Embrapa, para estudar a doença e adotar formas mais eficazes de controle, de acordo com Kema. "É muito importante estabelecer uma colaboração ativa entre a academia, os institutos e as empresas. E, além disso, estimular o desenvolvimento de programas de pesquisa usando tecnologia de ponta", ressaltou. Os estudos de genômica e as ferramentas de bioinformática estão ajudando os cientistas no trabalho de combate à disseminação desse fungo. O mercado de bananas mundial é estimado em US$ 36 bilhões e é fonte de renda para 400 milhões de pessoas, conforme a FAO.

Com informações da Rádio ONU
Fonte: Embrapa

Pesquisa pretende desenvolver morango brasileiro

Foto: Freepik
Pesquisadores retomaram trabalhos de melhoramento genético do morangueiro com o objetivo de desenvolver uma variedade cem por cento nacional. Com isso, pretende-se contornar um dos principais entraves da cultura no País: a dependência de variedades estrangeiras que dominam o mercado brasileiro. Atualmente, os materiais utilizados são resultado do trabalho de melhoramento norte-americano, mais especificamente do estado da Califórnia. Para produção, os moranguicultores brasileiros adquirem mudas produzidas em países como Chile e Argentina – principalmente propriedades do Sul do Brasil –, o que aumenta os custos de produção e, consequentemente, o valor do produto final. 

Desenvolver uma variedade brasileira de morango também pode gerar plantas resistentes a pragas e doenças, reduzindo a aplicação de defensivos químicos, por exemplo. Esse é o horizonte do projeto "Melhoramento genético do morangueiro visando adaptação, resistência a pragas e qualidade de fruta", um dos principais programas de melhoramento em andamento no Brasil.

O trabalho exigiu a formação de uma ampla rede de pesquisa liderada pela Embrapa e composta pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lajes (RS); Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), em Caxias do Sul (RS); Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba (PR) e Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, em Inconfidentes (MG). A intenção é que cada um desses locais receba uma Unidade de Avaliação dos materiais desenvolvidos, tendo em vista a forte influência do ambiente na cultura do morangueiro.

Como o próprio nome do projeto indica, os objetivos são estudar a resistência das variedades às principais doenças da cultura; caracterizar aspectos físicos, químicos e nutricionais, bem como os compostos funcionais das frutas – o que propicia maior qualidade para o consumidor; além de desenvolver variedades que se adaptem às diferentes condições regionais. 

Além disso, conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o morango é uma das culturas com maior incidência de resíduos. Novas variedades mais resistentes, em conjunto a sistemas de produção já em implantação, como o cultivo fora do solo, e a produção de mudas são o segredo para uma produção mais limpa. 

A pesquisa busca materiais que sejam competitivos e sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental. Com a criação de variedades brasileiras, aliada a um adequado sistema de produção de mudas, haverá diminuição da dependência de plantas estrangeiras para o cultivo, o que dará maior independência de escolha para o produtor, além de garantir que as divisas geradas pelo setor – como os royalties das variedades e o lucro da produção de mudas – fiquem no País.

Histórico
A pesquisa com melhoramento genético de morango no País teve seu auge entre as décadas de 1960 e 1980, por meio de um trabalho desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pela Embrapa Clima Temperado (RS). Mas, nos últimos 25 anos, as variedades desenvolvidas no exterior dominaram o mercado nacional. Para reverter esse quadro, a Embrapa retomou seu programa de melhoramento, encerrado na década de 1990. Um novo ciclo de trabalho teve início oficialmente em julho com o objetivo de dar mais autonomia à cultura no País. Essa é a segunda fase de um projeto iniciado em 2009, que pretende, entre outras metas, lançar ao menos uma variedade nacional nos próximos anos. 

O morango ideal para o consumidor
Além das características agronômicas, o trabalho de melhoramento busca desenvolver cultivares levando em consideração o sabor e a relação do açúcar com a acidez. Segundo explica o pesquisador da Embrapa Clima Temperado responsável pelo projeto, Sandro Bonow, a intenção é investir em características que atendam às necessidades de mercado, não só por parte dos produtores, como também dos consumidores, como sabor doce, tamanho médio e cor avermelhada. As variedades desenvolvidas na década de 1970 pela Embrapa, embora bem-sucedidas, tinham foco bastante voltado à indústria – um dos pontos fortes da produção em Pelotas – e, por isso, apresentavam acidez maior, o que não atrai tanto o consumidor quando o foco é o consumo da fruta fresca.

As variedades norte-americanas, por outro lado, são mais doces do que as antigas variedades – aspecto muito apreciado pelos brasileiros – e foram desenvolvidas com foco no mercado, levando em conta características como tamanho, cor e firmeza. As variedades asiáticas apresentam sabor doce ainda mais intenso e é por isso que os materiais estão sendo importados, principalmente, da Coreia do Sul – para atender ao que o consumidor brasileiro quer. "O foco sempre foi muito o produtor. Queremos pensar agora também no consumidor", completa Bonow.

Mais de dez mil plantas testadas
O trabalho de melhoramento é lento. Para se obter uma nova variedade de morango são necessários, no mínimo, sete anos entre o cruzamento e o lançamento. Na primeira fase do projeto, iniciada em 2009 e encerrada em 2013, os primeiros passos para a retomada do melhoramento foram dados com a estruturação do programa. Segundo Bonow, o primeiro passo foi a importação de germoplasma de outros países, principalmente dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Todas essas amostras estão centralizadas num repositório nacional, situado na Unidade de Pelotas, chamado Banco Ativo de Germoplasmas (BAG) de morangos.

Os materiais coletados possuem determinadas características desejadas e, por isso, estão sendo cruzados para obtenção da variedade nacional. Os pesquisadores chegam a testar mais de dez mil plantas para escolher uma que seja promissora. "A gente quer combinar características desejáveis num mesmo material. Só que é necessário ter a combinação certa. Esse é o grande desafio", explica o pesquisador. Atualmente, material asiático, sul-coreano, americano e de países europeus já estão em estudo pela pesquisa em busca de uma nova variedade nacional.

Realidade da cultura
O morango é apreciado no mundo inteiro, sendo consumido in natura ou industrializado, e tem grande mercado nas principais economias mundiais. No Brasil, em geral, essa cultura é cultivada em pequenas propriedades rurais, que dedicam, normalmente, até um hectare para o cultivo, utilizando mão de obra familiar durante todo o ciclo. Atualmente, é cultivado, principalmente, no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo, além de diversos outros estados com diferentes solos e clima, como Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Goiás e Espírito Santo. A área plantada no Brasil é de aproximadamente 3,5 mil ha, produzindo, em média, 30 toneladas por hectare, com produção de 105 mil toneladas anuais a cada safra.

Fonte: Embrapa Clima Temperado
Autor: Francisco Lima

Nova Brasilândia: Agroindústria produz 10 toneladas de polpa de frutas

Com o nome fantasia de Frut Polpa, a Asprovem atua em regime de cooperativa, com 36 associados que produzem na região de Nova Brasilândia


Com uma produção de aproximadamente 10 toneladas de polpa de frutas por mês, a Associação dos Produtores Rurais Verde Mar (Asprovem), localizada na RO-130, linha 9 do km 16 no município de Nova Brasilândia do Oeste, gera 15 empregos diretos e produz, industrializa e comercializa em quase todo o estado de Rondônia mais de 15 sabores de frutas devidamente registrados com os três selos do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) , Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Frut-Polpa gera 15 empregos direto em Nova Brasilândia
                           Foto: Aristides Araújo
Com o nome fantasia de Frut Polpa, a Asprovem atua em regime de cooperativa, com 36 associados que produzem na região de Nova Brasilândia. Todos os sabores são industrializados na pequena indústria existente, e distribuídos para mais de 17 municípios de Rondônia, incluindo cidades como Ji-Paraná, Jaru, Cacoal, Vilhena, Rolim de Moura, Alta Floresta, São Miguel do Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, Santa Luzia do Oeste, Castanheiras, Costa Marques, Seringueiras, Machadinho do Oeste e São Francisco dentre outras.

Os sabores das polpas são graviola, maracujá, açaí, acerola, abacaxi, hortelã, goiaba, cupuaçu, tamarindo, caju, manga, morango, cacau, jabuticaba e cajá . Elas também são fornecidas para escolas da região. A Emater tem dado todo apoio e assistência necessária para o desenvolvimento da atividade em Nova Brasilândia e em outras regiões do Estado.

Em junho passado, a associação recebeu um caminhão baú frigorífico da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), o que, segundo o presidente da Asprovem, Alexandre Rodrigues, melhorou a coleta e entrega nas regiões que atende.

“Com isto estamos aumentando a nossa produção e também pedimos ao governador uma câmara frigorífica para chegarmos a 30 toneladas de produção por mês e dobrar o numero de famílias empregadas. O objetivo é vender em todo Estado de Rondônia. Tenho certeza de que seremos atendidos, pois o caminhão já veio”, declarou Alexandre Rodrigues.

Fonte: rondoniadinamica.com

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cinco estados respondem por 67% das exportações do agronegócio

Ranking é formado por SP, MT, RS, PR e MG, segundo ministério. São Paulo, o primeiro da lista, fez embarques de US$ 1,54 bilhão.


Os cinco Estados que mais exportaram produtos do agronegócio em julho somaram US$ 6,17 bilhões, o que representa 67,77% do total exportado pelo país. O ranking é formado por São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.

Os dados são do Ministério da Agricultura e foram divulgados nesta quinta (20). São Paulo, o primeiro da lista, fez embarques de US$ 1,54 bilhão. O complexo sucroalcooleiro foi o principal setor exportador, com US$ 528,63 milhões: US$ 435,58 milhões de açúcar de cana ou beterraba, US$ 92,77 milhões de álcool e US$ 284 mil de demais açúcares.

Em Mato Grosso, segundo o ranking com exportações de US$ 1,41 bilhão, as vendas foram puxadas pelo complexo soja, com US$ 1,11 bilhão: US$ 838,71 milhões de soja em grãos, US$ 256,61 milhões de farelo de soja e US$ 16,88 milhões de óleo de soja. O ranking segue com Rio Grande do Sul, com exportações de US$ 1,30 bilhão com o complexo soja como destaque, com US$ 747,54 milhões: US$ 646,89 milhões de soja em grãos, US$ 90,55 milhões de farelo de soja e US$ 10,10 milhões de óleo de soja.

O Paraná, com montante de US$ 1,24 bilhão, ficou em quarto lugar ranking no mês de julho. As exportações paranaenses do complexo soja somaram US$ 601,73 milhões. Deste valor, US$ 410,54 milhões foram de soja em grãos, US$ 157,48 milhões, de farelo de soja e US$ 33,71 milhões, de óleo de soja. Minas gerais ocupou a quinta posição no ranking das exportações por estados. As vendas externas mineiras alcançaram US$ 686,58 milhões em julho. O café foi o principal produto, com o valor de US$ 261,74 milhões.

Fonte: Estadão Conteúdo

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Confiança do empresário segue baixa em agosto, informa pesquisa da CNI

Neste mês, índice de confiança somou 37,1 pontos, diz entidade.
Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança, explica.



A confiança dos empresários da indústria brasileira permaneceu baixa em agosto, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado nesta quarta-feira (19).

O levantamento foi feito com 3.088 empresas, sendo 1.224 pequenas, 1.155 médias e 709 grandes, entre os dias 3 e 13 de agosto de 2015, informou a Confederação Nacional da Indústria
Ilustração G1
Neste mês, informou a entidade, o ICEI permaneceu praticamente estável em 37,1 pontos, o que representa queda de 0,1 ponto percentual em relação a julho, dentro da margem de erro. Na comparação com agosto do ano passado, o índice registrou recuo de 9,4 pontos. O patamar de agosto também está 18,6 pontos abaixo de sua média histórica, acrescentou a entidade.

A CNI lembrou que valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança dos empresários. Quanto menor o índice, mais intensa e disseminada é a falta de confiança. "A falta de confiança foi detectada em todos os segmentos da indústria, independente do segmento, porte ou da região", acrescentou a entidade.

Condições atuais da economia e expectativas
O índice de condições atuais da economia, ainda segundo a CNI, oscilou dentro da margem de erro: anotou 28,1 pontos em agosto, frente a 27,6 pontos em julho. "O índice continua muito abaixo dos 50 pontos, o que representa uma piora nas condições atuais nos últimos seis meses.
Esse resultado se deve tanto pela piora nas condições das empresas, quanto pelo agravamento das condições da economia brasileira", informou.

O índice de condições atuais para as empresas registrou 32,7 pontos, um aumento de 1 ponto em agosto, o que revela que a percepção de piora foi menos intensa que em julho. Já o índice de condições atuais para a economia brasileira oscilou dentro da margem de erro, ao recuar apenas 0,3 ponto frente a julho. "Não obstante, o valor de 19,1 pontos, é o menor da série histórica, que se iniciou em janeiro de 1999", acrescentou.

As expectativas, ainda de acordo com o levantamento, também permanecem pessimistas. Em agosto, o índice de expectativas oscilou dentro da margem de erro, para 41,5 pontos, uma queda de 0,5 ponto. Valores abaixo de 50 pontos indicam expectativas pessimistas para os próximos seis meses.

"Ressalte-se que há uma piora nas expectativas dos empresários sobre o futuro da economia brasileira. O índice de expectativas sobre a economia anotou 31,3 pontos em agosto, o que representa uma redução de 1,6 ponto em relação a julho e de 10,6 pontos em relação a agosto de 2014. O índice de expectativas com relação à empresa manteve-se estável na comparação mensal, mas mostra queda de 8,3 pontos em 12 meses", concluiu a CNI.

Fonte: G1 Economia

Agricultores de SP terão mais recursos para investir na safra 2015/2016


A estimativa é de que mais de 40% dos agricultores familiares de São Paulo acessem o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), nesta safra 2015/2016. Para isso, o Governo Federal prevê a destinação R$ 1,2 bilhão. Esta é uma das medidas anunciadas pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, durante apresentação do Plano Safra da Agricultura Familiar voltado para o estado, nesta terça-feira (18), na capital paulista. 

Em São Paulo, são mais de 86 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP), organizadas em 99% dos casos em associações ou cooperativas. Segundo Patrus, a união é o caminho para um maior desenvolvimento rural. “Temos que estimular o associativismo, o cooperativismo e a agroecologia. Estamos fazendo isso em viagens, onde conversamos com as pessoas, visitamos assentamentos e debatemos com lideranças dos movimentos sociais”, apontou o ministro.

Patrus lembrou ainda as conquistas brasileiras recentes, como a exclusão do Brasil do Mapa da Fome. “O Brasil avançou muito nos últimos anos. Às vezes, vemos na mídia algumas notícias que dão a entender que o Brasil está acabado, sem conquistas recentes, o que é uma inverdade. E isso abala muito a autoestima do brasileiro”, observou.

Medidas

Todas as iniciativas previstas no Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016 foram apresentadas pelo secretário da Agricultura Familiar (SAF/ MDA), Onaur Ruano. Além do crédito rural, ele ressaltou o novo modelo do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf), que vai segurar cerca de R$ 290 milhões só no estado.

“Serão, aproximadamente, 36 mil contratos feitos neste ano-safra. Atualmente, 42% dos agricultores familiares do estado acessam o Pronaf, e vamos aumentar esse número. Mas o crédito sem seguro não é completo. O seguro, a partir deste ano, cobre 80% da estimativa de renda do agricultor”, salientou Ruano.

Ao todo, quase nove mil famílias de agricultores serão atendidas por serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), sendo mais de seis mil pelos segmentos de Ater Agroecologia e Ater Sustentabilidade. “Estão sendo executados R$ 37,5 milhões em Ater no estado e 250 técnicos estão cadastrados para prestar o serviço com qualidade”, afirmou o secretário que também assinou três contratos de Ater para o estado. A ação vai atender novas 1,8 mil famílias de agricultores.

Em Compras Públicas, a estimativa é que os agricultores familiares do estado consigam comercializar quase R$300 milhões: R$ 72,2 milhões em compras diretas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e R$ 209,1 milhões, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Fonte: Ascom/MDA
por João Paulo Biage


El Niño pode elevar nível dos reservatórios em 2016, diz ONS

Ao participar nesta segunda-feira (17.08) do 5º Seminário sobre a Matriz e Segurança Energética Brasileira, promovido pela Fundação Getulio Vargas, o diretor geral do Operador do Sistema Elétrico, Hermes Chipp, disse que a perspectiva dos reservatórios para a geração de energia no próximo ano é mais tranquila do que foi na virada do ano passado para 2015.

"Não temos uma hidrologia espetacular, mas é muito melhor do que no ano passado", disse Chipp, que atribuiu ao fenômeno climático El Niñoum "papel importante" na melhoria da situação. "A expectativa dos meteorologistas é que a transição [de 2015 para 2016] seja favorável por causa do fenômeno El Niño, com muita chuva no Sul, chegando ali, no CentroSul do país, pegando São Paulo e incrementando Itaipu".

O diretor geral do sistema elétrico disse que é preciso esperar o mês de outubro, quando acaba o período seco, para que fique mais definida a possibilidade de desativar mais usinas térmicas. Neste mês, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico autorizou o desligamento de 2 mil megawatts (MW) em usinas térmicas com custo de operação superior a R$ 600/MWh.

A decisão de desligar as usinas, segundo Chipp, foi fundamentada na redução do consumo de energia no país e na provável expansão da oferta. As novas usinas no Rio Madeira, e as eólicas, devem começar a funcionar ainda neste ano. 

O segundo relatório anual de revisão de carga, que atualiza as perspectivas de consumo, teve que ser antecipado de setembro para julho por causa da redução verificada, segundo informou o Operador do Sistema Elétrico. Entre janeiro de julho, o consumo caiu 2,8% no país, e a previsão é que a redução no ano de 2015 possa chegar a 2%.

Outro fator que influenciou o desligamento das usinas térmicas, segundo Chipp, foi a possibilidade do país chegar ao mês de novembro com os reservatórios em 31%, o que reduzirá a preocupação com o abastecimento no período seco em 2016, mesmo com previsões "conservadoras" sobre o próximo período úmido. 

Chipp afirma que o Nordeste não deve ser afetado pelos efeitos do El Niño e, por isso, deve registrar menos chuvas. Na próxima quarta-feira, o ONS participará de uma reunião com a Agência Nacional de Águas, quando deve ser discutido o aumento da defluência da represa de Três Marias, para ajudar na recuperação do reservatório da usina de Sobradinho, na Bahia.

Autor: Vinícius Lisbôa

Helicoverpa: Mapa sofre pressão por liberação do Benzoato de emamectina

Foto: Agrolink
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está sendo pressionado tanto por produtores como pelo mercado de agroquímicos para que seja definida logo a lista de estados que terão liberado o uso do benzoato de emamectina na safra 2015/2016. O defensivo, permitido no Brasil apenas em caráter emergencial, tem se mostrado o mais efetivo no combate à Helicoverpa armigera. 

O tema dominou os debates na 80ª Reunião Ordinária da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, realizada em Brasília (DF) na última segunda-feira (17.08.15). Estados como Bahia, Piauí e Mato Grosso – os que mais sofreram com a praga no ano passado – pedem a renovação da autorização emergencial.

O diretor executivo da Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos (Aenda), Tulio de Oliveira, alerta que os produtos registrados que poderiam substituir o benzoato ainda não apresentam uma boa relação entre custo e beneficio: “A eficiência para o produtor rural não se traduz apenas pela eficiência técnica, se traduz pelo gasto que ele faz com a aquisição do produto versus a dose por hectare, e neste sentido o benzoato leva vantagem sobre os outros”.

“O que a gente prevê para esta safra é um ataque bastante grande dessa praga nas lavouras principalmente algodão e soja”, afirmou a representante da Associação Brasileira das Industrias de Química Fina (Abifina), Tahís Clemente.

O presidente Sindicato Rural de Cristalina (GO), Alécio Maróstica, pede uma solução urgente: “Esta questão do Benzoato tem que ser resolvida o quando antes, porque o produtor costuma se programar bem antes de plantar e não pode plantar esperando o que vai ou não acontecer”.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Mercado prevê retração da economia em 2016


Instituições financeiras passaram a acreditar em queda da economia não só neste ano, mas também em 2016. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

Na semana passada, a expectativa era de estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2016. Agora, a projeção é que haja queda de 0,15% no PIB no próximo ano.

Para este ano, a projeção continua piorando. A estimativa de queda passou de 1,97% para 2,01%, no quinto ajuste seguido.

O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta (4,5%, com limite superior de 6,5%). Mas, pela primeira vez depois de 17 semanas seguidas, a projeção parou de subir. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi mantida em 9,32%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,43% para 5,44%.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Mas a promessa do BC é entregar a inflação na meta somente em 2016.

Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana para o fim do próximo ano passou de 12% para 11,88% ao ano.

Fonte: Agencia Brasil

Com atraso de quase um mês, começa a colheita de morango no Paraná

O estado é o segundo maior produtor da fruta no Brasil.
Segundo a Seab, são aproximadamente 700 hectares de área plantada.



Com cerca de um mês de atraso por causa do clima, este ano, a colheita do morango no Paraná está começando agora. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura no estado são 700 hectares de área plantada. Parece pouco, mas o Paraná é o segundo maior produtor da fruta no país. E este ano a área vai ser maior, pelo menos na região de Umuarama, no noroeste, onde vai passar de 12 hectares para 15 hectares.

"Tivemos um período de estiagem, cerca de 60 dias. Logo, em seguida, veio a chuvarada que não era esperada. Com isso as mudas, os plantios não conseguiram se adaptar na época adequada do plantio. Era para estarmos no pico de safra e, no entando, estamos apenas começando.", explica o agrônomo Osvaldo Luís. 

Por causa do calor dos meses de março e abril, as mudas chegaram mais tarde para o produtor. O atraso fez com que o morango sofresse menos com as chuvas de julho. De acordo com o agrônomo, se os pés tivessem sido plantados antes estariam totalmente formados nos dias de chuva do mês passado e o prejuízo seria maior. "Poderia dar fungos nos pés do morango, por exemplo", diz Osvaldo Luís. 

O produtor Altamiro Ogioni, depois de estiagem, altas temperaturas e chuva, não prevê uma safra tão boa quanto a do ano passado. "Era para estar frio na hora da colheita. Estamos esperando um pouco mais de frio nos próximos dias para ajudar na produção", comenta. 

Já o agricultor Marino Rodrigues Campos está mais confiante. Ele tem 35 mil pés da fruta. Está com seis funcionários, mas no auge da colheita este número deve saltar para 15. "Por causa da crise, as pessoas estão precisando aumentar a renda e está mais fácil contratar, se eu soubesse teria plantado mais pés de morango", diz.

Fonte: G1 PR

Agricultora inova e produz sorvete orgânico no interior do Paraná

Propriedade rural faz até sorvete de butiá com produtos sem agrotóxicos.
A fruta orgânica que sobra é usada na produção de geleias e compotas.



Para diversificar a produção da pequena propriedade rural localizada em Palmeira, na região dos Campos Gerais do Paraná, a agricultora Wilmari Macedo resolveu apostar na produção de sorvetes orgânicos.

Ela já produzia doces, compotas, geleias e sucos. Um dia, remexendo as gavetas da casa encontrou um antigo caderno de receitas. Uma delas era de sorvete caseiro.

Wilmari então resolveu trocar os ingredientes industrializados pelos naturais. Os primeiros sorvetes de massa começaram a ser vendidos nas feiras livres de Palmeira.

“Eu comecei vendendo na feirinha, daí foi aumentando a produção e eu comecei a vender para cooperativa e daí para as escolas”, completa.

A agricultora buscou cursos de qualificação, como o de conservação de frutas e hortaliças. Aos poucos, foi aprimorando a culinária. Em alguns produtos, ela usa o quefir, que é uma combinação de microorganismos usados na fermentação do leite.

Com o aumento na produção, a família de Vilmari começou a comprar frutas dos vizinhos. “Apesar de a gente trabalhar com a feira, tendo mais comércio é melhor pra gente”, afirma Roberto Gurski.

Atualmente, o sorvete orgânico é um complemento para a renda da família. A agricultora pensa até em abrir um ponto comercial no futuro.

Fonte: G1

Pesquisa com umbu ajuda na economia do norte de minas


A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveu metodologia que auxilia produtores de umbu a comercializar o fruto. Por meio do enxerto, os pesquisadores desenvolveram frutos de maior proporção, qualidade e com sabor mais concentrado para serem consumidos in natura ou para a fabricação de sucos, compotas, poupas e sorvetes.

O engenheiro agrônomo e pesquisador da Epamig em Nova Porteirinha, Nívio Poubel Gonçalves, explica que o cultivo das mudas tem duas formas: a enxertia e estaca. No processo de enxertia, a muda é introduzida em outra planta e tem a função de fornecer as melhores características aos frutos. A planta receptora (porta-enxerto) é responsável pelo suporte e pelo abastecimento de água e nutrientes. Na estaca, corta-se o galho do umbu. Este é plantado no solo, fazendo assim brotar. Mas esta metodologia é menos tolerante à seca.

O processo de enxertia a faz a planta produzir mais rapidamente, diz o engenheiro da Emater-MG. “O umbuzeiro normal leva cerca de dez anos para começar a produzir, os frutos não possuem tanta qualidade e ainda são pequenos. Já a planta enxertada passa a produzir em aproximadamente 4 a 5 anos, com frutos maiores e mais saborosos”, enfatiza Poubel.

Os frutos normais têm diâmetro pequeno e peso de aproximadamente 20g. Já os enxertados são bem maiores, mais saborosos e pesam aproximadamente 150g. As primeiras mudas foram doadas para os produtores. A venda do umbu, que antes servia como complemento da renda de alguns agricultores, passou a ser essencial para o sustento.

É o caso de Pedro Nogueira, 53 anos, agricultor tem Nova Porteirinha. Ele tinha mais lucro com a venda do leite, já que os umbuzeiros da fazenda demoravam a dar frutos. Após adquirir as mudas da Epamig, a produção aumentou em 90%.

“No segundo ano a produção aumentou demais e atualmente o umbu garante cerca de 70% da minha renda. Vendemos a fruta e a poupa para São Paulo e futuramente pretendo montar uma cooperativa para comercializar no sul da Bahia”, comemora.

Hoje a Epamig mantém um jardim clonal, onde são armazenadas as mudas. Para cada matriz de umbuzeiro são selecionadas 12 mudas enxertadas. O jardim é ampliado à medida que são encontrados materiais com características desejáveis. Atualmente, os engenheiros agrônomos da Epamig prestam consultoria técnica a produtores interessados na preservação ou cultivo desta fruteira.

Sobre a pesquisa

A pesquisa teve início em 1995 com a procura de umbuzeiros que tivessem frutos maiores e de qualidade. Foram identificadas 30 árvores que atendiam às características. O passo seguinte foi definir as técnicas que os produtores utilizavam para a multiplicação das árvores e recolher mudas para a enxertagem. Os estudos terminaram em 2002. Mudas e sementes que foram distribuídas na comunidade agora são vendidas.

Você conhece umbu?

O umbuzeiro tem origem na caatinga. O fruto tem característica ácida e sua forma assemelha-se à de uma ameixa. A planta possui raízes com grande concentração de batatas, que armazenam grande quantidade de água e a faz resistir em regiões secas.

Fonte: Agência Minas

Alta do dólar influencia os preços dos insumos e prejudica os agricultores

Em Mato Grosso, as máquinas nem terminaram a colheita.
Mesmo assim, produtores já estão preocupados com a próxima safra.

Em Mato Grosso, as máquinas nem terminaram a colheita e os produtores já se preocupam com a próxima safra de soja. A alta do dólar está atrapalhando os planos de muita gente.

É tempo de colher algodão em uma fazenda em Campo Verde, sudeste de Mato Grosso. O agricultor Carlos Bernardes plantou 400 hectares e acompanha o desempenho da lavoura.

"Esse ano, tivemos êxito na safra de algodão, a qualidade está muito boa, a produtividade também dentro do esperado", conta.

A preocupação é com a próxima safra de soja, que em Mato Grosso começa a ser plantada daqui a um mês. Entre os motivos o custo de produção, já apontado como o maior de todos os tempos e que não para de subir.

Hoje a despesa apenas com adubos, sementes e agrotóxicos está estimada em R$ 1,7 mil por hectare, quase 10% a mais que no início do ano. O cenário é consequência direta da valorização do dólar, já que muitos produtos são importados. Em janeiro, a moeda americana valia em torno de R$ 2,60. Agora, quase R$ 3,50.

“Este ano eu defini não fazer a compra antecipada, mas agora estamos vendo esta alta significativa", diz Bernardes.

Em todo o estado, a venda de insumos está mais lenta. Segundo o Instituto Matogrossense deEconomia Agropecuária (Imea) pouco mais de 80% dos produtos foram negociados até agora. No ano passado, nesta mesma época, praticamente tudo já estava vendido.

“Como o custo de produção acaba se elevando, o produtor acaba ficando mais receoso de fazer investimentos porque o custo dele ficou muito maior. Então, por mais que ele esteja vendendo o produto por um preço mais remunerador, o custo dele está significativamente maior e isso aumenta o risco”, explica o gestor técnico do Imea, Angelo Ozelame.

Com as margens espremidas no campo, a saída vai ser fazer muita conta para definir o futuro da safra. Segundo o Imea, a área prevista para o plantio da soja na próxima safra deve aumentar 2% em relação à última.

Fonte: Globo Rural

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Alimentos: ‘O mundo vai precisar muito do Brasil’, afirma Alan Bojanic

Por apresentar condições excepcionais para a produção de alimentos, a partir dos próximos dez anos, o mundo vai precisar muito do Brasil. A afirmação é do representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura) no Brasil, Alan Bojanic, se referindo ao mais recente relatório feito pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em parceria com a entidade. O documento aponta que a agricultura mundial terá de ampliar em 80% a produção de alimentos, até 2050, para atender às necessidades de uma população, cujas projeções apontam para 9,7 bilhões de pessoas.

Ele ressalva, no entanto, que “essa produção tem de ser feita de maneira sustentável, com ganhos para todas as cadeias, pormeio do desenvolvimento e de tecnologias, mas principalmente ser muito mais exigente no uso da água, dos recursos naturais e da conservação do solo”.

Em sua opinião, o Brasil está à altura e pode produzir sem a necessidade de aumentar a área de cultivo, sem fazer desmatamento.

Uma grande opção, diz Bojanic, “é a reutilização das áreas degradadas, que podem ser transformadas em recursos agrícolas de alta produtividade”. “É o que chamamos de intensificação sustentável da agricultura. Com este ganho de espaço, o Brasil tem condições de aumentar a produção sem abrir novas áreas.”

Tecnologia

Segundo o representante da FAO no País, o Brasil tem tecnologia para atender a este cenário. Como exemplo ele cita a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que desenvolveu técnicas de recuperação das áreas degradadas, dentre elas destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

“Não é uma questão de disponibilidade de tecnologia, o que é necessário são os incentivos de crédito, de financiamento e também de abertura de mercados, porque é muito fácil ter uma perspectiva teórica, mas o que o Brasil precisa é de compradores que vão pagar preços de rentabilidade para o produtor.“

De acordo com Bojanic, “para isso são fundamentais os acordos bilaterais, comerciais, com grandes compradores como a Rússia, ou mesmo a Índia, e outros países da África, que já têm e terão ainda mais uma grande demanda por alimentos”.

Produtos Agropecuários

Entre os produtos agropecuários brasileiros que serão mais desejados pelos importadores, o representante da FAO cita as carnes bovina, suína e de frango. Para justificar sua perspectiva, ele lembra que o relatório, feito em parceria com a OCDE, mostra, com muita clareza, que “para produzir carnes é preciso que também se produza grãos, isto é, há uma relação conjunta, de complementaridade entre esta grande demanda por carnes e a produção de grãos”.

“Prevemos que nos próximos dez anos o Brasil estará em condições de duplicar sua produção agropecuária, porque vai existir demanda. Agora, esperamos que seja uma demanda com bons preços para o produtor.”

Bojanic também chama a atenção para o fato de que, no Brasil, ainda é preciso que muitos produtores façam o que agora poucos estão fazendo. “Temos produtores muito bons, que estão no topo da tecnologia, melhor até que nos Estados Unidos, mas há muitos que estão atrasados, que ainda estão lá atrás. Então, como podemos puxar estes produtores para frente, para que passem a fazer o que estão fazendo os que estão na ponta? Além da conscientização, há a necessidade de acesso à tecnologia e muita assistência técnica”, ressalta.

“O desafio colocado, especialmente para a agricultura brasileira, será ampliar a produção com ganhos de produtividade, com sustentabilidade ambiental e redução da pobreza e da desigualdade.”

Por equipe SNA/SP

Mapa estabelece nova prioridade para registro de agroquímicos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu seis novas diretrizes para a organização da fila dos registros de agroquímicos. A Portaria nº 163, que foi publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira (12.08), estabelece prioridades para análises de processos de acordo com as “reais necessidades da agricultura nacional”.

Segundo as novas regras, serão analisadas primeiro as novas tecnologias de controle fitossanitário que atenderem dois critérios: “Primeiro, visar o controle de pragas de maior risco fitossanitário; Segundo, permitir o suporte fitossanitário adequado às diferentes culturas agrícolas, seguindo o conceito do manejo integrado de pragas”.

O terceiro artigo da Portaria 163, assinada pela ministra Katia Abreu, estabelece quatro critérios para a análise técnica de produtos equivalentes, os chamados “genéricos”: 

Primeiro, que “visem o controle de pragas de maior risco fitossanitário para as diferentes culturas agrícolas”; 
Segundo, que “permitam o suporte fitossanitário adequado para as culturas agrícolas no conceito do manejo integrado de pragas, ampliando a oferta de produtos comerciais na agricultura”;
Terceiro, que permitam a ampla competitividade no mercado, reduzindo os custos da produção agrícola;
Quarto, que estimulem a fabricação e formulação de produtos no parque industrial brasileiro;

O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Luís Eduardo Rangel, afirma que “o agricultor vai poder contar com a intervenção do governo na oferta mais rápida de tecnologias que atendam suas necessidades a curto prazo para as pragas mais importantes”.

Ele explica que, a partir de agora, serão dados dois novos passos: a classificação de quais são as pragas prioritárias no Brasil e o estabelecimento de uma lista de produtos que atendam a esses novos critérios estabelecidos pela Portaria 163. Segundo ele, esses critérios foram decididos em discussões entre os órgãos que participam do processo de registro de novos produtos (Mapa, Anvisa e Ibama).

Fonte: Agrolink

Plantações de cacau 'invadem' a floresta tropical amazônica

Alerta é de um estudo publicado pelo World Resources Institute (WRI).
Produtores passaram a olhar a América do Sul como grande viveiro.



Plantações de cacau invadem floresta tropical amazônica
 (Foto: José Vantini Jr)
A demanda por chocolate é cada vez maior, de acordo com os números de consumo de cacau, embora o que talvez as pessoas não saibam é que os que desfrutam dele também estão "consumindo" a floresta amazônica.

Para satisfazer a crescente demanda, a produção mundial de cacau cresceu mais de 2,1% anualmente na última década até alcançar as 7,3 milhões de toneladas em 2014, segundo a Organização Internacional do Cacau.

Este aumento levou a indústria a buscar novas terras para as plantações, em muitos casos às custas do desmatamento e do aumento de emissões de CO2.

Assim alerta um estudo publicado pelo World Resources Institute (WRI), que demonstra com imagens de satélites que as plantações de cacau estão invadindo a floresta tropical amazônica na América do Sul.

A maior parte da produção de cacau mundial provinha historicamente dos países da África Ocidental, mas o envelhecimento natural das árvores, o aumento das pragas, as doenças dos cultivos e as condições extremas provocadas pela mudança climática impediram que a região seguisse suprindo o aumento da demanda.

Perante esta situação, os produtores começaram a olhar para a América do Sul como o futuro grande viveiro de cacau, explicou em entrevista telefônica Ruth Noguerón, porta-voz do Programa de Alimentos, Florestas e Água do WRI.

Os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) confirma: a produção de cacau no Peru multiplicou por cinco entre 1990 e 2013. Desde o último ano, o país andino entrou na lista dos dez maiores produtores de cacau.

Este aumento da produção não teria por que implicar em um prejuízo ambiental, no entanto as árvores de cacau reforçam a absorção de carbono do solo, a menos que isso seja feito, como constataram os pesquisadores, em detrimento da mudança de uso do solo, ou dito de outro modo: desflorestando para ter mais terra de cultivo.

Noguerón cita como exemplo o caso da empresa United Cocoa, que em 2012 desflorestou dois mil hectares da Amazônia peruana para estabelecer uma plantação de cacau.

As imagens de satélites da Nasa permitiram aos pesquisadores ter acesso a dados da parcela desflorestada e calcular o aumento de emissões associado a essa mudança de uso do solo: mais de 602 mil toneladas de dióxido de carbono, o equivalente em emissões a dar a volta de carro ao redor da terra 60 mil vezes.

Em declarações à Agência Efe, Matt Finer, pesquisador da Associação para a Defesa da Amazônia, advertiu que a citada empresa se serve do marco legal peruano para argumentar que pratica "desmatamento" e não "desflorestamento".

Em qualquer caso, a descoberta do WRI desmente o cálculo feito pela multinacional Cadbury de que 169 gramas de emissões de CO2 representa comer uma barra de chocolate (de 49 gramas), já que essa contabilidade só incluía os gases poluentes gerados pela produção das matérias-primas (cacau, leite e açúcar), pelo envasilhamento e pela distribuição, mas não a mudança de uso da terra.

Segundo o WRI, a quantidade de carbono do chocolate, levando em conta as emissões que gera a mudança de uso do solo, chega a 6,8 gramas de CO2 por grama de chocolate ao leite e 10,1 gramas de CO2 por grama de chocolate amargo.

Fonte: Globo Rural

FAO passa a integrar curso de tecnologia pós-colheita em frutas e hortaliças

A FAO (Organização das Nações Unidades para Alimentação e Agricultura) passa a integrar, a partir deste ano, a programação do Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, oferecido pela Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), que ocorre no período de 17 a 21 de agosto.

Os representantes da FAO realizam palestras sobre o estado das perdas e desperdícios de alimentos na América Latina e Caribe, bem como sobre as metodologias utilizadas para mensuração das perdas, especialmente nas culturas de mandioca, manga e tomate. Além disso, apresentam os principais fatores que afetam as perdas (tipo de produto, cultivar, sazonalidade da produção, mercado e fatores sócio-econômicos) e o desenvolvimento de equipamentos/ferramentas para colheita, tratamentos pós-colheita e uso de atmosfera modificada em embalagens.

De acordo com dados de 2011 da Organização, em países em desenvolvimento, mais de 40% das perdas de alimentos ocorrem nas etapas de pós-colheita e processamento. O curso intensivo, voltado ao aperfeiçoamento de profissionais do setor – produtores, atacadistas, varejistas, técnicos e especialistas – é uma iniciativa visando à incorporação de tecnologias para melhoria de processos e redução de perdas na cadeia produtiva.

Tradicionalmente, o curso é programado para conciliar teoria e prática, para facilitar o entendimento dos processos que envolvem as perdas pós-colheita. Na 4ª edição, as palestras contam com 29 instrutores de 5 Unidades da Embrapa, da USP, Unicamp, Unesp, Ceagesp, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Associação Brasileira de Automação, Citrosuco e Veros Produtos Químicos Ltda.

A programação também inclui visitas a unidades de beneficiamento de frutas e hortaliças, localizadas em Aguaí e Sumaré, no interior de São Paulo. Os 42 inscritos (as vagas estão esgotadas) representam empresas, universidades, instituições de ciência de tecnologia de 25 cidades de 7 estados brasileiros.

A programação completa, assim como informações sobre o tema, podem ser encontradas no site www.embrapa.br/instrumentacao.

Fonte: Embrapa Instrumentação 

Egito e Venezuela ficam entre os principais destinos das exportações em julho

Egito e Venezuela aparecem entre os cinco principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro no primeiro mês do segundo semestre deste ano. As vendas externas de produtos agropecuários brasileiros para esses dois países, além de China, Países Baixos e Estados Unidos somaram US$ 4,66 bilhões. Esse valor representou 51,1% das exportações do mês, que totalizaram US$ 9,11 bilhões. Os dados constam do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (AgroStat), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

China
A primeira posição ficou a China, com o montante de US$ 2,92 bilhões. O valor representou um incremento de 19,4% em comparação aos valores de julho do ano passado, que foi de US$ 2,45 bilhões. Com esse aumento, causado pela expansão das vendas de soja em grãos e carne bovina, a participação chinesa nas exportações do agronegócio brasileiro elevou-se de 25,5% para 32,1%.

O complexo soja foi o principal setor exportador, com US$ 2,47 bilhões. Os produtos florestais ficaram em segundo, com US$ 185,26 milhões, sendo US$ 169,65 milhões de celulose, US$ 9,40 milhões de papel e US$ 6,21 milhões de madeira. Em terceiro, ficaram as carnes, com US$ 127,39 milhões, sendo US$ 69,51 milhões de carne de frango, US$ 57,27 milhões de carne bovina e US$ 610,08 mil de carne suína. 

Países Baixos 
Os Países Baixos ficaram na segunda posição do ranking, com a cifra de US$ 609,91 milhões. O setor mais exportado para o país foi o complexo soja, com US$ 317,77 milhões. O produto de destaque foi a soja em grãos, com US$ 160,15 milhões. Em seguida, ficou o farelo de soja, com US$ 157,59 milhões e o óleo de soja, com US$ 27,74 mil. 

Os produtos florestais ocuparam a segunda posição, com US$ 106,67 milhões. Deste valor, US$ 102,65 milhões foram de celulose e US$ 4,02 milhões de madeira. Em seguida ficaram as carnes, com US$ 66,96 milhões, sendo US$ 46,46 milhões de carne de frango, US$ 12,66 milhões de carne bovina, US$ 7,77 milhões de carne de peru e US$ 63,98 mil as demais carnes e miudezas. 

Estados Unidos
Na terceira posição do ranking, os Estados Unidos foram responsáveis pelo montante de US$ 582,54 milhões. Os produtos florestais foram destaque, com US$ 200,77 milhões. No setor, a celulose ficou em primeiro lugar, com US$ 96,75 milhões, seguida pela madeira com US$ 86,69 milhões e papel, com US$ 17,33 milhões. 

O café ficou em segundo lugar, com US$ 113,36 milhões, sendo US$ 105,40 milhões de café em grãos e US$ 7,96 milhões de extratos de café. O complexo sucroalcooleiro foi o terceiro principal setor, com US$ 60 milhões, sendo US$ 43,80 milhões de álcool e US$ 16,20 milhões de açúcar. 

Venezuela 
A Venezuela ficou na quarta posição, com US$ 282,51 milhões. O setor de carnes foi o destaque das exportações para aquele país, e suas vendas somaram US$ 129,43 milhões. Deste valor, US$ 81,54 milhões foram de carne bovina e US$ 47,90 milhões de carne de frango. O açúcar ficou na segunda posição, com US$ 46,91 milhões e em terceiro, ficaram os produtos lácteos, com US$ 38,06 milhões. 

Egito
Na quinta posição, o Egito comprou US$ 260,84 milhões em produtos agropecuários brasileiros. O principal item negociado foi o açúcar, com a soma de US$ 71,78 milhões. Em seguida, destacaram-se as carnes, com US$ 71,24 milhões. No setor, as vendas de carne bovina alcançaram a cifra de US$ 59,67 milhões. A carne de frango somou US$ 11,46 milhões e a carne suína, US$ 106,54 mil. O terceiro setor em valor exportado foi o de cereais, farinhas e preparações, com US$ 61,80 milhões. 

Acumulado do ano
De janeiro a julho de 2015, a China também ocupou a primeira posição, com US$ 14,67 bilhões. Em seguida, ficaram os Estados Unidos, com US$ 3,72 bilhões e Países Baixos, com US$ 2,94 bilhões. Na quarta posição ficou a Alemanha, com US$ 1,63 bilhão e na quinta, a Rússia, com US$ 1,37 bilhão. 

Exportação de suco de laranja aumenta 25% no 1º semestre de 2015

Dólar alto favorece quem vende o fruto.Apesar de alívio, produtores continuam preocupados com preço da laranja.




As exportações de suco de laranja aumentaram mais de 25% no primeiro semestre deste ano. E, agora, com a alta do dólar, as indústrias suco de São Paulo sentem alívio, mas os produtores continuam preocupados com o preço da laranja.

De acordo com a associação que reúne as indústrias, a CitrusBR, estima-se que nesta safra haverá uma queda de até 16,5% no rendimento da fruta, em relação à safra passada. Isso significa que vai ser preciso usar mais laranja para fazer a mesma quantidade de suco: 280 caixas de 40 kg, para uma tonelada de suco concentrado.

Os principais motivos para a piora na produtividade são a seca severa que atingiu o estado no ano passado e a redução nos tratos culturais dos pomares, já que o setor enfrenta pelo menos três anos de crise. E o chamado rendimento da fruta é importante porque ele influencia no cálculo final do preço pago ao produtor. Os outros dois fatores são o preço internacional e o valor do dólar.

Pelo menos, por enquanto, essa é a boa notícia: o dólar está nas alturas. A safra está sendo considerada um ‘respiro’ para o setor da citricultura. O dólar alto favorece quem vende laranja para o mercado externo porque o fruto foi produzido com insumos comprados antes da variação cambial, ou seja, estava mais barato naquela época do que agora. Só não entram nessa conta os custos de a mão-de-obra da colheita e os custos de frete.

Outro gasto importante é com o controle do greening, o chamado amarelão, uma doença que vem atingindo os pomares paulistas. “Estamos gastando bastante com inspeção, inseticida, erradicação, e deixando de produzir porque às vezes a gente pega um árvore em plena produção e se ela tiver o sintoma do greening e for confirmado, precisa ser arrancado", fala o agrônomo Rafael Oliveira.

O presidente do Sindicato Rural de Ibitinga, Frauzo Ruiz, explica que existem vários formatos de contrato entre produtores e a indústria e que hoje neles o preço mínimo varia entre R$ 10 e R$ 14, a caixa.

“Se nós pensarmos em anos anteriores, é um preço melhor que nos anos anteriores, mas ele ainda não cobre o custo de produção. Segundo a Conab e Cepea, os custos estão girando de R$ 14 a R$ 16. Então, na melhor das situações, estaria empatando em relação aos custos e dado que o setor vem acumulando um prejuízo de muitos anos, então esse valor recebido hoje ainda não é suficiente para pagar todas as contas. E mais que isso, recuperar dívidas que estão acumuladas nos últimos anos”.

Mais uma vez, o alento vem de fora. As exportações do suco brasileiro tiveram uma alta de 26,21%. Pouco mais de 26% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

O principal comprador foram os Estados Unidos, que aumentaram a importação do suco brasileiro, por causa da quebra da safra na Flórida. O Brasil também está contando com uma safra menor de laranja destinada à produção de suco.

Com menos oferta de fruta no mercado, os estoques estão diminuindo. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos, os estoques brasileiros estão em pouco mais de 510 mil toneladas, 23,6 mil toneladas a menos que na safra passada. Isso aproxima o país do chamado equilíbrio técnico, que é quando se tem suco suficiente para cumprir os contratos. E quando existe esse equilíbrio, a negociação de preços costuma ser benéfica também para quem vende, ou seja, o produtor, como explica o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

“O mercado é formado por três grandes pilares: o consumo, que é a demanda, a oferta de frutas e os estoques. Nos últimos anos os estoques ficaram muito acumulados e a tendência para o próximo ano-safra ele se encontrar em equilibro técnico ou muito próximo disso. Então a gente vai ver provavelmente um mercado mais equilibrado a partir do próximo ano”.

O Brasil exporta suco de laranja para 40 países. Do total da produção, apenas 10% devem ficar no mercado interno.

Fonte: Globo Rural

Produção familiar busca formalização

Em Minas Gerais a agroindústria familiar conquista novos mercados a partir da melhoria da qualidade dos processos e da certificação de produtos. Formalizadas, empresas valorizam suas iguarias


Queijo, cachaça, geleia, café, doces. Essas são algumas das iguarias mineiras que fazem sucesso por aí. O que as pessoas não sabem é que a maioria desses produtos é fabricada por pequenos agricultores que residem no meio rural e promovem o beneficiamento de modo artesanal ou em pequenas indústrias instaladas na propriedade da família. Os investimentos em pequenas agroindústrias têm o objetivo de agregar valor ao produto, elevar a renda da família, além de valorizar a cultura e gerar ocupação na região em que elas atuam. Quando formalizadas e registradas, podem alavancar o mercado, vendendo os produtos para outros municípios e estados.

Segundo último estudo disponível sobre a realidade da agroindústria no estado, elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o estado tem cerca de 15,2 mil agroindústrias artesanais de alimentos, sendo que 72% delas são familiares. Da amostra total, 72,7% informaram quais tipos de produtos desenvolvem. Cerca de 37,2% processam leite; 24,6%, cana-de-açúcar; 24%, frutas e outros vegetais; 19,3%, mandioca; e 2%, carnes.

A pesquisa foi feita em 2008, mas informações da Emater-MG apontam que o número de empreendimentos no setor não se alterou significativamente nos últimos anos. No entanto, a mudança mais evidente observada foi busca pela qualidade dos produtos. Em 2008, somente 6% dos estabelecimentos tinham alvará sanitário e o registro que autoriza a comercialização dos produtos. Desses, 47,8% contavam com registro no Sistema de Inspeção Municipal (SIM) ou na Vigilância Sanitária; 34,3%, no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e 10,4%, no Sistema de Inspeção Federal. A expectativa é que esse número já tenha crescido expressivamente. Apenas entre 2012 e 2014, de acordo com o IMA, foram certificadas 300 agroindústrias especializadas na venda de produto de origem animal, como carne, leite, ovos, mel e seus derivados e pescados. Outras 150 já entraram com pedido de certificação para este ano.

O IMA acrescenta ainda que já são mais de 130 alambiques com 231 marcas de cachaça certificadas, além de 245 produtores de queijo de minas artesanal e 12 de mercadorias orgânicas, que contemplam mais de 100 produtos. Sobre o café, o programa Certifica Minas Café (CMC), realizado junto à Emater-MG, já certificou 1.460 propriedades rurais de cafeicultores. De acordo com o gerente de Educação Sanitária e Apoio à Agroindústria Familiar do IMA, Gilson de Assis Sales, a ausência do alvará estava ligada à dificuldade de os produtores familiares terem que parar a produção para adequar o espaço.

Com a implementação da lei que regulariza os estabelecimentos agroindustriais rurais de pequeno porte, foi aberto precedente para que esses empreendimentos menores pudessem continuar produzindo. No entanto, eles têm que ter condições mínimas de higiene sanitária. Esse precedente é válido por um período de dois anos, tempo concedido pelo instituto até que o proprietário regularize todas as normas para obter o registro definitivo. “A vantagem é que eles continuam produzindo e vendendo seus produtos e podem capitalizar para investir o dinheiro na adequação do espaço. Antes, isso era proibido e muitos tinham que parar a produção, o que desanimava a maioria dos produtores familiares”, explica Gilson.

Fonte: em.com.br