sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

SP, PR, MT, MG e RS somaram US$ 3,89 bilhões em exportações em janeiro

O valor representou quase 69% do valor das exportações brasileiras do agronegócio


Em janeiro de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram a cifra de US$ 5,64 bilhões. De acordo com o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), os cinco estados que mais exportaram em janeiro foram: São Paulo (US$ 1,31 bilhão), Paraná (US$ 698,2 milhões), Mato Grosso (US$ 672,6 milhões), Minas Gerais (US$ 611,7 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 602,9 milhões). A participação desses estados representou quase 69% das exportações brasileiras do agronegócio.

Em São Paulo, o complexo sucroalcooleiro foi o que mais exportou no primeiro mês do ano, com US$ 581 milhões. No setor, o açúcar foi o principal produto, com o montante de US$ 496 milhões. As carnes ficaram em segundo lugar, com exportações que somaram US$ 178 milhões. Deste valor, US$ 146 milhões foram de carne bovina.

Já no Paraná, o setor de carnes foi o que mais exportou no estado, atingindo a cifra de US$ 185 milhões, no mesmo período. O principal produto foi a carne de frango, que teve US$ 165 milhões em vendas externas. Em segundo está o complexo soja, com US$ 123 milhões exportados, com destaque para o óleo de soja, que somou US$ 55 milhões.

Em seguida está o Mato Grosso, que se destacou pelas vendas de cereais, com US$ 374 milhões. O complexo soja foi o segundo setor que mais exportou no estado, com o montante de US$ 148 milhões. Deste valor, US$ 144 milhões são de farelo de soja.

Em Minas Gerais, o café foi responsável por quase 63% das exportações em janeiro, com a soma de US$ 382 milhões. Em seguida, está o complexo sucroalcooleiro, com US$ 77 milhões, sendo que US$ 73 milhões foi foram das exportações de açúcar.

No Rio Grande do Sul, o complexo soja foi o setor que mais exportou no mês passado, somando US$ 152 milhões, sendo o farelo de soja o principal produto, com US$ 136 milhões. Em seguida estão as carnes, com US$ 121 milhões, sendo a carne de frango o principal produto do setor, com US$ 69 milhões em exportações.

Fonte: Ministério da Agricultura

Com maior oferta, preço da melancia deve se enfraquecer

Os preços da melancia, que estavam firmes até primeira quinzena de fevereiro, devem começar a se enfraquecer com o aumento da oferta. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a colheita da safrinha na região de Oscar Bressane (SP) e de novas lavouras em Teixeira de Freitas (BA) deve começar nesta semana. Em março, são as regiões paulistas de Presidente Prudente e de Itápolis que começam a enviar a fruta ao mercado. Além disso, a colheita da melancia segue no Sul do País e em outras praças da Bahia até pelo menos o início de abril. 

Neste início de ano, as frutas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina predominaram na Ceagesp – entreposto da Grande São Paulo. A baixa oferta no período, atrelada à demanda firme, mantiveram a fruta valorizada. Em janeiro, por exemplo, o preço médio da melancia graúda (com mais de 12 kg) comercializada na Ceagesp foi de R$ 1,18/kg, 34% superior à média de dezembro. Na primeira quinzena de fevereiro, os preços ainda estavam altos, até o dia 13, a melancia estava a R$ 1,38/kg, 17% maior que o de janeiro. 

Durante o mês de janeiro, a demanda pela fruta foi suprida basicamente pela oferta da região de Encruzilhada do Sul (RS), pois a safra de Arroio dos Ratos (RS) terminou no início do ano. Em fevereiro, começou a colheita de melancia na praça gaúcha de Bagé, com previsão de se prolongar até abril. Segundo agentes locais, a temporada 2015 no Rio Grande do Sul tem sido marcada pela elevada incidência de doenças (principalmente antracnose e bactérias), em razão do excesso de chuvas ocorridas no estado. “A produtividade das lavouras ficou cerca de 30% abaixo do esperado. Além disso, as elevadas temperaturas intercaladas com as precipitações ocasionaram queimaduras e manchas na casca de algumas frutas”, explica a pesquisadora do Cepea Larissa Gui Pagliuca. 

Com parte da produção gaúcha teve sua qualidade bastante comprometida, a oferta de melancias em bom estado diminuiu e impulsionou as cotações. A média da fruta graúda ao produtor do Rio Grande do Sul em janeiro foi de R$ 0,52/kg, aumento de 24% em relação à média de dezembro. Apesar da valorização, as perdas no campo foram elevadas, limitando a rentabilidade do produtor. Em fevereiro, com o aumento da oferta nacional, as altas começaram a se enfraquecer. A melancia graúda estava em média a R$ 0,52/kg até o dia 13 de fevereiro, estável em relação ao mês anterior.

Análises 

Neste ano, a o Cepea começou a divulgar análises econômicas sobre o mercado de melancia nas principais regiões produtoras e de comercialização do Brasil. As pesquisas sobre o mercado desta fruta se iniciaram em março de 2014, com visitas de campo para se conhecer o sistema de produção e a comercialização da fruta e também para o cadastramento de colaboradores. A coleta dos preços, informações sobre a produção e outros aspectos do mercado começaram em agosto nas regiões de Marília e Itápolis (SP), Uruana (GO), Lagoa da Confusão (TO), Teixeira de Freitas (BA) e nas praças gaúchas de Arroio dos Ratos, Encruzilhada do Sul e Bagé. Nesta etapa inicial dos trabalhos, estão sendo coletados os preços das melancias graúda (maior de 12 kg), média (10 a 12 kg) e miúda (7 a 10 kg), obtidas em cultivo convencional. Participam do grupo de colaboradores produtores, agrônomos e comerciantes das regiões abrangidas, além de atacadistas da Ceagesp. Mensalmente, a revista Hortifruti Brasil (distribuição gratuita, disponível no site do Cepea) divulga uma seção com preços e análise desse mercado, bem como de outros 12 hortifrutícolas.


Fonte: Agrolink - Cepea/Esalq

Frutas e vegetais: solução biológica é aliada de produtores e consumidores

A alta rentabilidade no mercado de hortifrúti registrada nos últimos três anos vem impulsionando o agricultor a investir cada vez mais em tecnologia e manejo de culturas. A primavera e o verão são épocas de maior demanda por frutas e vegetais, em função disso, as gôndolas devem estar abastecidas com produtos prontos para serem consumidos sem qualquer tipo de restrição, o que abre ainda mais espaço para utilização de soluções biológicas.

"Temos boas perspectivas para os próximos anos, já que a procura por esses produtos no mercado interno é crescente. A tendência é que se intensifique o consumo de frutas e vegetais diferenciados, como tomates-cereja e mini-hortaliças, por exemplo. Nesse contexto, nosso fungicida/bactericida Serenade® está inserido em um segmento muito promissor de alimentos rastreados produzidos sob a ótica da sustentabilidade e da segurança alimentar", explica Fabio Maia, gerente de Marketing Estratégico – Frutas e Vegetais da Bayer CropScience. De acordo com recentes pesquisas do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da Universidade de College London, na Inglaterra, consumir a partir de sete porções diárias de frutas e vegetais reduz em 42% o risco de morte.

Este é um dos segmentos da agricultura que mais deixa em alerta os consumidores, uma vez que eles estão cada vez mais preocupados com a saúde e informados quanto à segurança alimentar. “O produto biológico pode ser utilizado normalmente durante todo o período do plantio e até aplicado pouco antes da colheita, assim o alimento pode ser encaminhado direto para as prateleiras, pois é uma ótima ferramenta para o gerenciamento do limite de resíduo, além de permitir benefícios também no pós-colheita. Com o morango, por exemplo, é possível conseguir um tempo de prateleira maior com a aplicação no final do ciclo. Isso traz ganhos para todos os elos da cadeia", comenta Maia.

Serenade®
Primeiro produto biológico do portfólio no Brasil da Bayer CropScience, o fungicida/bactericida Serenade® atua como aliado do agricultor no controle de doenças e manejo de resistências a fungicidas (rotação de produtos biológicos e químicos), que podem comprometer a produtividade das plantas e a qualidade final do que é produzido. O Serenade® é indicado para os seguintes alvos: Alternaria porri, Botrytis cinerea, Cryptosporiopsis perennans, Sphaeroteca macularis, Colletotrichum gloeoesporioides, Alternaria dauci e Pythium ultimum, encontrados em culturas como batata, tomate, frutas e hortaliças.

Considerado parte da estratégia global da Bayer CropScience, o segmento de defensivos biológicos no Brasil encontra-se em um novo momento desde o começo deste ano, com alterações na legislação de registro. De acordo com o Ato Nº 6, de 23 de Janeiro de 2014, a indicação de uso nas bulas e rótulos deve conter apenas o alvo biológico. “Essa mudança possibilitou a ampliação do número de culturas que comportam o manejo biológico, já que muitas podem ser comprometidas pelas mesmas doenças e pragas, mas algumas não estavam anteriormente contempladas nos registros”, explica Maia.

Fonte: Agrolink

Assembleia Gaúcha retoma projeto de identificação de uso de agrotóxico em alimentos


A retomada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul do projeto que torna obrigatória a identificação na embalagem de alimentos com uso de agrotóxicos na produção promete reacender o debate sobre o assunto.

Proposto originalmente em 2013 pela então deputada Marisa Formolo (PT), o projeto enfrentou resistência de entidades do Estado como Federação das Indústrias (Fiergs), Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio), Federação da Agricultura (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).

Primeiro, teve parecer favorável, mas depois recebeu relatório contrário na Comissão de Constituição e Justiça. Não chegou a ser votado. Na sexta-feira passada, o deputado Edegar Pretto (PT) protocolou novamente o projeto.

– Estou representando a pauta de movimentos sociais. Também queremos defender os direitos do consumidor – afirma Pretto, acrescentando que, para obter a certificação de orgânicos, produtores são submetidos a uma série de regras, “mas agricultores que produzem com agrotóxico não têm essa obrigação”.

A necessidade de identificação seria para a indústria, atacado e varejo. Restaurantes e similares ficariam dispensados.Marisa argumenta que a iniciativa é embasada no “direito constitucional da informação"

Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, o projeto tem problemas:

– Cria uma concorrência desleal, porque vai identificar só os produtos gaúchos, sendo que no resto do país os alimentos são produzidos com os mesmos agroquímicos daqui. E a produção agroecológica é rotulada, já tem um diferencial.

Joel também reclama da falta de incentivo, por parte do governo, à produção agroecológica, ainda restrita a poucos agricultores e com carência de assistência técnica.

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, diz que primeiro buscará a íntegra do texto para emitir um parecer, mas observa:

– A tecnologia não pode ser timbrada.

Fonte: Zero Hora

Crise hídrica e baixo desempenho da economia afetam setor de fertilizantes

O mercado brasileiro de fertilizantes especiais deverá crescer cerca de 6% a 8%, ante a média anual de 12% registrada nos últimos cinco anos. Os dados preliminares são da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) que credita a previsão negativa aos preços baixos das commodities, à expectativa de redução do crescimento previsto para a agricultura e à crise hídrica.

Os fertilizantes especiais incluem adubos foliares, orgânicos e organominerais, biofertilizantes e condicionadores de solo. De acordo com estimativas da entidade, em 2014, o faturamento das 77 empresas associadas alcançou R$ 3,5 bilhões, um aumento de 9,37% em relação ao ano anterior.

“Em 2015, o crescimento do setor será menor em razão dos problemas enfrentados por toda a cadeia agrícola, que está sofrendo com o fraco desempenho da economia do País e também do segundo ano consecutivo de uma crise hídrica”, disse o presidente da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo, dia 10 de fevereiro, para divulgar o VI Fórum e Exposição Abisolo, marcados para os dias 15 e 16 de abril, em Ribeirão Preto, SP.

“Os agricultores mais bem preparados vão continuar investindo, porém, o ritmo de crescimento será moderado”, analisou Levrero, que considera 2015 uma grande interrogação. Ele acenou, inclusive, com a possível diminuição na área de plantio da segunda safra de milho. “Corremos o risco de não ter safrinha do milho em algumas regiões”, observou.

Na avaliação de Gean Matias, do diretor técnico da Abisolo, o impacto da redução do uso da água será maior para as plantações, enquanto para a indústria de fertilizantes, o grande gargalo é a crise de abastecimento de energia, que pressiona os custos.

“Na produção de fertilizantes sólidos, o grande impacto é a energia, cujo custo de produção maior é repassado para o produtor”, observou e acrescentou que o preço do adubo especial já está 30,0% a 40,0% a mais caro que os tradicionais, à base de NPK.

Durante a apresentação, Levrero destacou a importância dos fertilizantes especiais nos ganhos de produtividade do agronegócio brasileiro. Segundo o executivo, os fertilizantes especiais fazem parte de um conjunto de insumos e fatores responsáveis pela salto na produtividade agrícola alcançado nos últimos anos.

“Isso inclui a escolhas de sementes selecionadas, o manejo adequado do solo, a utilização de máquinas e equipamentos adequados à cultura, o uso de modernas técnicas de medição, além de pessoal capacitado para aplicação dos insumos”, resumiu.

Ele acrescentou que a soja é o grande mercado dos adubos foliares e organominerais, seguida pelo milho, enquanto o segmento de hortaliças responde pela maior demanda de adubos orgânicos.


Fonte: Informativo da Sociedade Nacional de Agricultura / Jornal do Brasil

Analistas preveem que economia encolherá 0,42% neste ano

A economia brasileira encolherá neste ano 0,42%, segundo previsões de analistas do mercado financeiro consultados pelo Boletim Focus e divulgadas nesta quarta-feira pelo Banco Central, o que reflete um aumento do pessimismo entre os agentes do setor privado.

O Boletim Focus, publicação semanal do BC, é feito a partir de entrevista com cerca de cem analistas de instituições financeiras privadas.

Na primeira semana de janeiro, os analistas consultados pelo Banco Central esperavam um crescimento de 0,50% para 2015, mas as previsões não pararam de cair desde então.

Esta é a primeira vez neste ano que os analistas preveem uma contração, que de acordo com a pesquisa do boletim Focus será acompanhada por uma taxa de inflação que chegará a 7,27% no final de 2015.

Ao contrário dos analistas do mercado, o governo trabalha com uma previsão de crescimento de 0,80% e mantém entre suas metas um teto de 6,5% para a inflação.

Os analistas também previram que a taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, subirá no final do ano para 12,75%, com o objetivo de tentar controlar a escalada dos preços.

Para 2016, segundo o resultado da pesquisa do Banco Central, os analistas do setor privado seguem apostando que a economia do país terá uma ligeira recuperação e crescerá 1,6%.

Caso se confirme a previsão dos analistas, a economia brasileira fechará neste ano no vermelho pela primeira vez desde 2009, quando encolheu 0,2%. 

Fonte: Exame.com

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Mapa prepara programa nacional para Combate à mosca das frutas

Uma das principais pragas da fruticultura brasileira, a Mosca das Frutas, deverá ser combatida por meio de um programa nacional, que está em elaboração pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSV/Mapa). O objetivo é integrar as iniciativas já existentes para o controle, a erradicação e a vigilância de diversas espécies de mosca das frutas, como também o fomento de novas estratégias, de forma a elevar a qualidade da produção nacional e ampliar os mercados exportadores.
“Este ano será de discussão técnica para criarmos um grupo de especialistas que funcionará como apoio às estratégias e eixos definidos. Para a sanidade vegetal, a mosca das frutas equivale à febre aftosa em termos de preocupação", diz Luis Rangel, diretor do DSV.

De acordo com Rangel, para um bom desempenho do programa, os Sistemas de Mitigação de Risco (SMRs), já instalados para exportação, o uso e a ampliação de áreas de proteção fitossanitária (armadilhas, iscas e controle biológico) e as ações de erradicação de pragas relevantes devem estar alinhados com a coordenação de estratégias pelo MAPA.

O programa nacional a ser idealizado fortalecerá produtores de manga, uva, mamão, melão e outras cucurbitáceas que são conduzidas em propriedades rurais médias e pequenas, para o mercado de exportação e nacional. “Estas ações devem contar necessariamente com a participação efetiva do setor privado interessado no processo e da continuidade do programa investindo principalmente na educação fitossanitária”, afirma Rangel.

Prejuízos – A Mosca das Frutas é uma das pragas que mais afetam a fruticultura no Brasil, por se alimentar da polpa dos frutos e possuir muitos hospedeiros. O DSV estima que os prejuízos com a praga giram em torno de 180 milhões de reais. Anualmente, são gastos cerca de 6 milhões de reais só para manter uma das espécies sob controle, a mosca da carambola, restrita aos estados de Amapá e Roraima.

Fonte: MAPA

Fruticultores que dependem do São Francisco estão preocupados com redução na vazão do rio

A crise hídrica atinge uma das regiões mais acostumadas a conviver com a seca no Brasil. No sertão de Pernambuco e da Bahia, produtores rurais estão preocupados com a diminuição da vazão do Rio São Francisco, principal via de abastecimento das cidades e da agricultura nos dois estados. O setor produtivo local está se reunindo associações, representantes políticos e de empresas para organizar um manifesto para ser encaminhado à Brasília.
Segundo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o volume que vaza para consumo do “velho Chico” é metade do que entra diariamente no lago de Sobradinho, onde fica armazenada toda a água disponível para geração de energia e consumo da população local.

“Atualmente entram 600 metros cúbicos por segundo e saem 1.800. Com isso o lago está hoje com 17% da sua capacidade e a tendência é que chegue em março a 14%”, afirma João Bosco, superintendente da Codevasf de Petrolina (Pernambuco). A diminuição do nível das águas é atribuída à falta de chuvas em toda a bacia do São Francisco, especialmente em Minas Gerais, onde está a principal fonte do rio, explica ele.

Em janeiro deste ano, choveu 9% do esperado para o mês, conforme dados levantados pelas estações meteorológicas locais. A média pluviométrica anual para a região de Petrolina (Pernambuco) e Juazeiro (Bahia) é de 400 milímetros.

O quadro acende o sinal de alerta para a atividade agrícola regional, predominada pela produção de frutas e vegetais em pequenas áreas. Praticamente todo o plantio sobrevive da irrigação nas plantas. Portanto, dependendo da fase de desenvolvimento das culturas, cada dia sem água significa prejuízo. O sertão da Bahia e Pernambuco é o principal polo de produção de frutas do Brasil. Quase toda a manga exportada pelo país sai da região. Além disso, lá estão concentrados um dos maiores e mais sofisticadas produção de uvas finas e vinhos.

Fonte: Revista Globo Rural

Banana orgânica produzida em Jaraguá do Sul/SC, ganhará espaço de comercialização

Foto: Divulgação Jornal Floripa
Foram 20 anos de agricultura convencional. A cada período, era necessário borrifar agrotóxicos sobre as plantas, usar fertilizantes químicos e óleos. Tudo muito “judiado”, como descreve o agricultor Romualdo Campigotto, 66 anos. Há oito anos, ele foi apresentado a um outro modelo de produção – na verdade, um resgate do modo antigo de plantar e de colher. Bananicultor, Romualdo é um dos oito produtores orgânicos da fruta em Jaraguá do Sul. Apesar do tempo de produção, as bananas orgânicas da cidade ainda são pouco conhecidas e contam com poucos representantes. Em breve, porém, um novo espaço deve dar destaque total aos frutos livres de agrotóxicos.

Engenheiro agrônomo da Prefeitura, Jackson Haroldo Schütz, conta que uma das maiores dificuldades dos produtores orgânicos (que ainda são poucos na região) é a venda de suas colheitas. Atualmente, a maior parte dos frutos vai para as escolas e pouco chega ao consumidor final em mercados e feiras – tornando o produto desconhecido. Pensando nisso, um grupo de produtores encontrou uma alternativa inovadora para a cidade.

Está prevista para março a inauguração de uma loja exclusiva para alimentos orgânicos. No endereço, próximo à Prefeitura, serão comercializados produtos jaraguaenses e também de cidades da região, vindos de agricultores ligados à Rede Ecovida (rede de produtores agroecológicos, que realiza a certificação participativa, na qual os próprios produtores fazem a fiscalização de seus pares). Frutas, hortaliças, ervas, temperos, mel e alimentos processados (como compotas, conservas, geleias e até cachaça) são itens que estarão nas prateleiras. Tudo orgânico.

Com isso, espera-se criar um ponto de venda e de valorização dos produtos, já que a comercialização será direta dos agricultores para o consumidor final – eliminando a figura do atravessador e garantindo a renda dos agricultores locais. Além disso, a expectativa é divulgar os orgânicos, que ainda são novidade para muitos clientes da região.

Cultura em crescimento na região

A agricultura orgânica nada mais é que a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos, fertilizantes químicos e outros insumos predominantes na agricultura atual. Sem o uso desses produtos, as fazendas orgânicas contribuem na biodiversidade e no meio ambiente, evitando situações como a poluição das águas.

Em crescimento constante e cada vez mais disseminada, a produção orgânica é considerada uma tendência mundial. Dados do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) do ano passado indicam que o setor movimenta US$ 62 bilhões ao ano em todo o mundo, com 6% de crescimento anual. No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de hectares eram dedicados aos orgânicos em 2014, número ainda mínimo ante os 260 milhões de hectares da agricultura convencional do País. A valorização do mercado e a procura por melhores condições de vida, porém, estimula o crescimento do setor.

O bananicultor de Jaraguá do Sul Romualdo Campigotto já sente os efeitos na saúde e também na qualidade de vida. Após o período de transição dos seis mil pés de banana, no qual os defensivos químicos foram eliminados da lavoura, o trabalho diminuiu, assim como os custos. Como a maior parte dos produtos utilizados no manejo das plantas são naturais, produzidos na própria fazenda, há poucas compras externas.

Romualdo estima que seu gasto com a produção hoje represente apenas 10% do que era pago anteriormente em insumos químicos. Reaproveitando desde o esterco das vacas até laranjas para caldas, o produtor criou um ciclo de sustentabilidade e reaproveitamento: ali, nada vai fora e tudo tem utilidade. Além disso, como a natureza recuperou seu equilíbrio natural, Romualdo conta que tem menos trabalho, restando mais tempo para outras atividades.

Valor mais alto compensa trabalho

O casal Nelson e Arlete Uecker, de Jaraguá do Sul, trabalha com plantações de bananas há pelo menos 50 anos. As terras foram herdadas do pai de Nelson, também bananicultor. Há três anos, o casal e o filho Alberto reservaram parte da plantação para os orgânicos. Hoje são 4,5 mil pés da planta livres de venenos, contra 15 mil de manejo com químicos. Para eles, é principalmente o valor de mercado que compensa.

Em média, alimentos orgânicos são vendidos em um valor 30% mais caro do que outros alimentos. Os Uecker, que inauguraram a venda da banana orgânica nos mercados jaraguaenses em novembro do ano passado, sentem de perto essa diferença. Enquanto uma caixa de 25 quilos da banana convencional é vendida por R$ 15, o fruto orgânico vale R$ 1,50 o quilo (o equivalente a R$ 37,5 a caixa). Como os custos com a plantação são reduzidos, a margem de lucro é ainda maior – e compensa o esforço físico necessário para o cultivo.

Sem agrotóxicos que esterilizam as plantações, os orgânicos podem exigir mais mão de obra. Mas, mesmo assim, a família quer aumentar o espaço dedicado à plantação e também já está diversificando: neste ano, uma colheita de aipim será totalmente livre de agrotóxicos.

Falta valorização do produto

Em Schroeder, um grande produtor de bananas orgânicas, que é referência e exemplo para muitos produtores, depara-se atualmente com dificuldades no setor. Há 15 anos, Valfrido dos Santos, 49, começou a plantação de bananas. Dois anos depois, Valfrido transformou toda a produção em orgânica. Hoje, são mais de 22 mil pés em 15 hectares de plantações.

– Eu não concordo com o uso de defensivos fortes. Então, comecei a ler a respeito e vi que muitos deles são proibidos na Europa, mas utilizados aqui de maneira desenfreada. Eu era jovem, tinha filhos novos e não queria ver eles naquilo. O veneno entra no organismo e a gente nem percebe.

A marca Orgânicos Tio Frido surgiu há 13 anos e, desde então, a região é abastecida com seus produtos. Nesses anos, o bananicultor aprendeu técnicas de manejo e formas de manter a grande produção sem o uso de químicos. Agora, porém, ele depara-se com altos custos de produtos fundamentais para a lavoura: a biomassa cítrica, o sulfato de potássio e o fosfato natural, por exemplo, elevam o preço do cultivo. Com pouca assistência técnica voltada aos orgânicos na região, Valfrido está testando em uma parte de seu terreno produtos que contém os nutrientes necessários para o solo, porém, são fabricados de maneira química.

Se a produção der certo, ele pretende reunir técnicas orgânicas com convencionais. Ele conta que suas bananas são vendidas nos mercados ao preço da fruta convencional, já que na região o reconhecimento dos orgânicos ainda é pequeno Os agrotóxicos, porém, ele garante que jamais voltará a usar.

Fonte: Jornal Floripa

Produtores de banana brasileira podem garantir segurança alimentar em Uganda e Nigéria

Foto: Divulgação SNA
Transferir tecnologias elaboradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ainda garantir parte da segurança alimentar de dois povos africanos em relação a um dos principais frutos da alimentação dos ugandenses e nigerianos: a banana. Este é o objetivo do programa Programa de Melhoramento Genético de Bananas e Plátanos do órgão, que já enviou 13 cultivares para aquele continente. 

“O objetivo é transferir tecnologias geradas pelo programa para Uganda e Nigéria, maiores produtores da fruta no continente africano. A Embrapa tem em seu portfólio 13 cultivares de banana desenvolvidas, muitas das quais resistentes às principais doenças que acometem a bananicultura na África, em especial a Sigatoka-negra e o mal-do-Panamá”, ressalta o pesquisador Edson Perito Amorim, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), em entrevista à equipe SNA/RJ. 

“A maioria das cultivares em uso em Uganda e Nigéria é suscetível a essas doenças, o que tem causado a redução na oferta de frutos. Como a banana é considerada um dos alimentos mais importantes na dieta das populações da África, a iniciativa também pode ser abordada como uma estratégia de segurança alimentar para a África”, afirma o líder do programa. Ele ainda destaca que essa parceria é positiva para a Embrapa. “O governo brasileiro tem uma forte interação com países da África, em especial na sua política de ajuda a países menos favorecidos. 

Na perspectiva de que, pelo menos, uma das 13 cultivares de banana enviadas à África apresente potencial para uso pelos agricultores daqueles países, a visibilidade do trabalho da Embrapa será ampliada internacionalmente, fortalecendo a importância da Empresa como uma das maiores responsáveis pela geração de tecnologia para a agricultura tropical no mundo.” Amorim explica que, de acordo com o perfil de produção da banana em Uganda e Nigéria, basicamente focado na pequena propriedade e no consumo local, as cultivares da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, são semelhantes com as cultivares locais. “Somando a isso a resistência às principais doenças, nossas cultivares têm potencial de adoção por agricultores locais, permitindo um aumento na sustentabilidade da produção naqueles países. Esta demanda foi identificada a partir de discussões com pesquisadores da África e de visitas aos locais de produção nos países citados por pesquisadores da Embrapa.” 

O pesquisador informa que o Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA) fará uma avaliação do desempenho agronômico e da aceitabilidade das cultivares brasileiras nos dois países africanos, em quatro ambientes distintos: “Essa é a primeira iniciativa da Embrapa, de forma coordenada e articulada, visando ampliar a adoção das suas cultivares de banana além-mar”. A ação faz parte do projeto aprovado na Plataforma África-Brasil Marketplace, que objetiva fomentar o desenvolvimento dos países africanos por meio do apoio técnico-científico da Embrapa. Como contrapartida, o órgão brasileiro receberá 33 genótipos de plátanos que serão avaliados para uma série de características agronômicas e sensoriais nos principais polos produtores brasileiros, em especial na Bahia e Pernambuco, assim como na região Norte do Brasil. 

Segundo Amorim, a intenção é avaliar a adaptabilidade dos genótipos e identificar pelo menos um com potencial de recomendação aos agricultores brasileiros. A partir daí, as informações também serão utilizadas pelo programa de melhoramento de plátanos (bananas tipo Terra) da Embrapa para a definição de parentais para cruzamentos visando desenvolver novas cultivares de plátanos. 

TIPOS DA FRUTA 

De acordo com a Embrapa Mandioca e Fruticultura, as bananas tipo prata e maçã são importantes para a Uganda e para a Nigéria e lá recebem outros nomes. Por isso, entre as variedades enviadas, estão a BRS Platina, BRS Princesa, BRS Tropical, BRS Garantida, BRS Caprichosa, BRS Preciosa e BRS Pacovan Ken.

“Todos os híbridos que são produtos de cruzamento e foram registrados e lançados pela Embrapa estão nessa lista, além de mais alguns genótipos identificados por mutações naturais como a Prata Anã, a Pacovan e a Thap Maeo”, destaca Amorim. Com base em Uganda e em outras estações de pesquisa, o Instituto Internacional de Agricultura Tropical recebeu 30 cópias in vitro de cada cultivar, que serão multiplicadas em maior número com o intuito de instalar unidades de demonstração ou de observação em quatro locais diferentes em Uganda e Nigéria, sempre em regiões de produção (parte em fazendas e parte em estações de pesquisa). 

O IITA planeja a realização de, pelo menos, dois ou três ciclos de produção. Isto deve levar de três a cinco anos para obter uma tomada de decisão ou recomendação de variedades, levando em conta a questão de mercado. Segundo a Embrapa Mandioca e Fruticultura, não foram disponibilizadas cultivares de plátanos para teste na África porque as pesquisas em melhoramento foram iniciadas em 2010, a partir da caracterização da coleção mantida na cidade baiana de Cruz das Alma. “Cruzamentos estão em andamento nos campos experimentais da Embrapa e futuramente será possível disponibilizar aos agricultores uma nova opção de cultivar com porte baixo, boa produtividade e resistência às principais pragas e doenças da cultura, em especial a Sigatoka-negra e os nematoides”, espera o pesquisador.

Fonte: SNA /Jornal do Brasil

Lagarta afeta plantações e mantém Minas e mais quatro estados em condição de emergência

A Helicoverpa armigera ataca a soja, o milho, o algodão, o sorgo, o tomate e as plantas frutíferas, culturas importantes para o país


Foto: Jornal Araxá
Os estados de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Piauí e Goiás tiveram a condição de emergência fitossanitária renovada por mais um ano. A causa da medida é a presença da lagarta Helicoverpa armigera, que, desde 2012, ataca as plantações de diversas culturas. Além desses estados, Alagoas e Maranhão também estão na condição de emergência e integram a lista das localidades com concentração da praga, que recebem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento orientações para adotar medidas de combate.

A Helicoverpa armigera ataca a soja, o milho, o algodão, o sorgo, o tomate e as plantas frutíferas, culturas importantes para o país. O diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Luís Rangel, explica que a praga não chega ser um risco para que outros países barrem os produtos brasileiros. “Não é um risco para as exportações, a não ser em termos de perda de produtividade, mas ela não é uma barreira fitossanitária”, destaca. 

Rangel ressalta que as condições climáticas do oeste da Bahia são favoráveis à proliferação da lagarta e que a região é hoje a área com maiores danos. Segundo ele, o ministério age em três frentes de combate. A primeira é quanto à regulação de produtos que podem ser usados para combater a Helicoverpa armigera. O controle da lagarta é feito por meio de produtos químicos e biológicos.

A segunda ação é a pesquisa para desenvolver tecnologias, feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em terceiro lugar, vem a educação sanitária com a orientação dos agricultores: “explicar que várias estratégias de manejo conjuntas é que vai fazer a gente ter sucesso no combate à praga. Só o uso de defensivos ou da tecnologia transgênica não é suficiente. É preciso fazer uma série de estratégias em cadeia para ter o controle”, explica. 

Entre as ações já adotadas está a permissão para importação temporária de agrotóxicos que contenham benzoato de emamectina como ingrediente ativo. Essa substância não é registrada no Brasil, pois nenhuma empresa fez o pedido. “O produto é usado em 37 países, principalmente nos mais desenvolvidos, para o controle da Helicoverpa armigera. Aproveitamos essa experiência e, por meio de uma regulação específica, podemos autorizar apenas neste momento de emergência, o uso pontual emergencial desse produto”. É possível fazer também uso de agentes de controle biológico, entre outras ações.

A lagarta foi identificada no país em 2012. Segundo o site do ministério, não se sabe ainda como a Helicoverpa armigera chegou ao Brasil e estudos no DNA buscam identificar a origem da lagarta. A nova praga é diferente de outra espécie já existente no Brasil, conhecida como lagarta da espiga de milho, e de outra encontrada na Argentina.

Na safra 2012/2013, só no oeste da Bahia, estima-se prejuízo de R$ 2 bilhões. Rangel ressalta que as medidas adotadas ainda são consideradas emergenciais, mas que o conhecimento adquirido tem ajudado no combate. “Precisamos fazer com que os processos definitivos sejam concluídos para que tenhamos ferramentas disponíveis em quantidade e qualidade para poder conviver com esta praga”, arrematou.

Fonte: Jornal Araxá

Inflação agropecuária recua 0,55% na 2ª leitura do mês, diz a FGV

A inflação no setor agropecuário desacelerou no atacado. Os preços caíram 0,55% na segunda prévia do IGP-M de fevereiro, após alta de 1,13% na segunda prévia de janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A inflação industrial atacadista também perdeu força, registrando queda de 0,10% na leitura divulgada hoje, contra aumento de 0,09% no mês passado.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 1,03% na segunda prévia de fevereiro, em comparação ao avanço de 1,26% em igual prévia de janeiro.

Os preços dos bens intermediários recuaram 0,33% na leitura divulgada hoje, após subirem 0,36% no mês passado. Já os preços das matérias-primas brutas recuaram 1,64%, contra redução de 0,69% na mesma base de comparação.

Fonte: Estadão Conteúdo

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Raio-X da citricultura

Levantamento ajudará a traçar perfil dos pomares


O censo da citricultura que está sendo desenvolvido pelo Fundecitrus já mapeou 267 mil hectares em 8.720 propriedades de citros. Os agentes de pesquisa percorreram 448 mil quilômetros e finalizaram o levantamento em 135 municípios de São Paulo e Minas Gerais, que juntos formam o cinturão citrícola, responsável pela maior produção de suco de laranja do mundo.

A equipe de campo conta com 43 agentes de pesquisa, que desde novembro estão visitando as propriedades citrícolas para coletar informações sobre o número de árvores produtivas e improdutivas, áreas irrigadas, variedades cultivadas, idade e quantidade de plantas. No final do levantamento, 480 municípios serão visitados.

Os agentes de pesquisa utilizam uma imagem de satélite em alta definição para identificar as propriedades citrícolas. Ao visita-las, ele pede permissão ao proprietário ou responsável para percorrer o pomar. Em seguida, vai de talhão a talhão com um computador para coletar os dados das árvores. As informações são armazenadas no computador e irão compor o banco de dados que, futuramente, será utilizado para desenhar o perfil da citricultura.

O censo e a estimativa de safra que estão sendo desenvolvidos através da Pesquisa de Estimativa de Safra - PES colocarão fim às especulações sobre o tamanho da citricultura e contribuirão com o planejamento de seu futuro.

Os resultados irão compor um índice oficial e unificado, divulgado por região, que colaborará com a democratização da informação a respeito da produtividade e do tamanho da citricultura para toda a comunidade citrícola, já que irá apresentar um retrato seguro do setor, após as intensas alterações vividas.

Mas informações podem ser encontradas em http://www.fundecitrus.com.br/pes.

Fonte: Fundecitrus

Vinhedos orgânicos apresentam bons resultados


Foto: Emater
Desde 1995 toda a propriedade da família de Jorge Salton, no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, é conduzida no sistema orgânico de produção. De videiras, são 10 hectares, uma das maiores áreas orgânicas da Serra Gaúcha, com cultivo das variedades americanas Bordô, Zeperina e Isabel, destinadas à Cooperativa Vinícola Garibaldi, da qual a família é sócia. 

Em visita à propriedade, nesta quarta-feira (11/02), os agrônomos da Emater/RS-Ascar, Alexandre Frozza e Luís Carlos Rupp, conferiram o estado fitossanitário da uva em um ano de condições climáticas adversas e constataram que a produtividade é maior que a de vários parreirais no sistema convencional, chegando a 19,5 ton/ha. Conforme Frozza, em ano de El Niño - que resulta no aumento do volume de chuva entre a primavera e o verão – e que pode estar associado a outros fatores climáticos, os viticultores necessitam redobrar os cuidados para garantir a safra. E há alternativas ao uso de agrotóxicos no controle das doenças. 

Na propriedade da família Salton, foram utilizados, nesta safra (2014/2015), tratamentos fitossanitários com cinza, leite ou soro de leite, sais de cobre e enxofre combinados até o grão chumbinho e, após este estágio, calda bordalesa a 1%. Durante a floração, foi utilizado dióxido de cloro, juntamente com a calda, para evitar doenças nesse estágio de elevada sensibilidade, como podridões do cacho. As pulverizações sempre contaram com o uso de figo da índia como espalhante-adesivo. A frequência de tratamentos foi semanal, chegando a 14 pulverizações.

“Este manejo pode ser considerado uma referência, visto que obteve uma produção acima da média – inclusive comparativamente ao sistema de produção convencional - em uma safra (2014/2015) de condições climáticas notadamente adversas”, conclui Rupp.

Fonte: Emater-RS

Pesquisa da Unesp revela que laranja inibe o apetite e ajuda a emagrecer

Estudo feito em Araraquara constatou que suco da fruta aumenta saciedade.
Bebida deve ser tomada sem açúcar, entretanto, para ter esse benefício


Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV

Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara (SP) revelou a laranja, fruta conhecida por ser bastante calórica, pode ser uma aliada para quem quer perder peso. Os pesquisadores constaram que ela libera uma substância que aumenta a saciedade e ajuda a inibir o apetite, ou seja, a pessoa toma o suco e come bem menos na próxima refeição.

Os testes foram feitos com sucos frescos e industrializados no laboratório da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara. Nos dois casos, o resultado foi o mesmo. Quarenta voluntários tomaram a bebida durante um ano e depois tiveram o sangue analisado.

Os especialistas descobriram que o suco de laranja aumenta os níveis de leptina no organismo. Esse hormônio age numa região do cérebro chamada de hipotálamo e inibe os receptores do apetite.

Um copo da bebida tem, em média, 120 calorias, mas a pesquisadora garante que o suco pode mesmo ajudar a emagrecer. “Ao invés de se consumir alimentos com muito mais caloria e menos nutrientes e que não causem saciedade, como por exemplo, os refrigerantes e as bebidas adoçadas com açúcar, se você consumir o suco de laranja, vai ter o benefício não só dos nutrientes, mas também de um aumento da saciedade. Vai engordar menos e pode ajudar na manutenção do peso corporal”, explicou a professora de nutrição e saúde Unesp de Araraquara Thaís Borges Cesar.

Comprovação
Um voluntário que participou da pesquisa comprovou a diferença. Ele tomou o suco pelo menos uma vez a cada 15 dias e disse que ficou um bom tempo sem fome. “Eu ficava de duas a três horas saciado quando eu tomava um copo de 300ml de suco. Ou então, quando tomava um copo de suco e esperava uns 30 minutos para tomar o café da manhã, eu passei a perceber que eu comia menos porque eu não tinha tanta fome se eu tivesse direto do jejum para o café da manhã”, relatou.

Depois da experiência, a rotina dele mudou. “Já emagreci dois quilos, então tem um resultado na saúde. Claro, associando a um exercício físico, não é só o suco que vai fazer milagre”, disse o voluntário que atualmente toma pelo menos um copo de suco de laranja por dia.

Sem açúcar
Para que a bebida tenha esse efeito, entretanto, é preciso tomá-la sem adoçar porque se for colocado açúcar no suco, o resultado pode ser o inverso, já que ele é rapidamente absorvido pelo organismo, causando a sensação de fome e não de saciedade. A dose recomendada é de dois copos por dia.

Mais saciedade
Assim como o suco de laranja, existem outros alimentos que conseguem enganar a fome. Entre eles está a aveia. Os farelos se expandem no estômago e fazem a pessoa se sentir com a barriga cheia.

A cenoura crua é outra aliada da balança. Ela tem uma textura firme que obriga a pessoa a mastigar mais. O cérebro entende que há muito alimento sendo consumido e avisa que está na hora de parar de comer.

As fibras do abacaxi mantêm o estômago ocupado na digestão por mais tempo do que outros alimentos. Além disso, as vitaminas e minerais ajudam no equilíbrio do organismo. E um corpo saudável corre menos risco do cair na gula.

Outro alimento que também ajuda a dar sensação de saciedade é a chia, uma semente com muitas fibras, assim como a aveia. A chia pode ser consumida junto com o suco de laranja, uma hora antes das refeições.

Fonte: G1 

Frutas de clima temperado começam a ser colhidas no semiárido baiano

Foto: Seagri/BA
Frutas de lugares de clima temperado estão sendo produzidas em pleno semiárido baiano, em Morro do Chapéu, na Chapada Dimantina. Maçãs, peras, ameixas, uvas e pêssegos são desenvolvidos de modo experimental na Unidade de Observação de Viticultura e Frutíferas Temperadas – criada em 2010, por meio de convênios entre a Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri) e a Associação de Criadores e Produtores da Região de Morro do Chapéu, em parceria com a Prefeitura Municipal. 

A primeira colheita de maçãs ocorreu na última sexta-feira (6), com a presença de técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Seagri, e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Plantadas há um ano e quatro meses, mudas de quatro variedades de maçãs serão avaliadas na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), sob o prisma da viabilidade econômica.

“Vamos fazer a pesagem desses frutos, para ver qual foi a produção por planta, e a avaliação do calibre, ou seja, do tamanho, para saber qual o percentual que está apto a ser comercializado. Depois vamos realizar uma análise química de brix [coeficiente do açúcar], acidez, e sólidos solúveis totais, e manter os frutos refrigerados, para identificar qual o tempo pós-colheita que cada uma dessas variedades vai ter”, explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Paulo Roberto Coelho Lopes. 

O observatório de frutas é pioneiro na região. As condições do solo, a altitude de mais de 1000 metros e o clima de Morro do Chapéu são fatores que contribuem para o plantio. “A condição climática para produção de maçã aqui é excelente, porque temos uma amplitude térmica muito boa. A temperatura máxima e mínima que ocorre durante o dia tem uma variação muito grande. Isso é muito imporante para a coloração da fruta. Ela fica mais vermelha, que é a coloração que o mercado quer”, acrescenta o pesquisador. 


Agricultura familiar 


A unidade de observação ocupa um espaço de dois hectares. Videiras originárias de Champagne, na França, foram as primeiras mudas plantadas no local, em maio de 2010. As colheitas iniciais confirmaram o potencial vinícola da região e deram origem a vinhos, já aprovados por enólogos da Embrapa. Hoje são 12 variedades de uvas, ocupando dois terços da área do observatório.
Segundo o gerente regional da EBDA em Jacobina, Renato Coelho, o objetivo agora é ampliar a iniciativa, com foco no desenvolvimento agroeconômico sustentável. “A ideia principal é que a agricultura familiar tenha grande ação neste projeto. Nós já temos condição de produzir as mudas das uvas para que sejam vendidas aqui na Bahia. O agricultor familiar poderá ter acesso fácil a essas mudas e com custo mais baixo que o encontrado no mercado. Daqui a três anos, vamos tentar fazer também daquelas variedades que despontarem da maçã, da pera, do pêssego e da ameixa. Assim, nós podemos desenvolver a região toda com este material”. 

De acordo com o presidente da Associação de Criadores e Produtores da Região de Morro do Chapéu, Odilésio Gomes, a perspectiva de geração de emprego e renda desperta grande expectativa no município. “Nós não deslumbrávamos a possibilidade [do plantio] dessas culturas, apesar da vocação exuberante do solo da região. Isso vem trazer uma nova alternativa econômica e social, visto a necessidade de se incrementar culturas que possam atender sobretudo à agricultura familiar. A expansão virá naturalmente. A gente já vê uma ansiedade dos produtores e também de quem não é produtor de abraçar esta atividade”. 

Fonte: Agrolink