sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Crise hídrica e baixo desempenho da economia afetam setor de fertilizantes

O mercado brasileiro de fertilizantes especiais deverá crescer cerca de 6% a 8%, ante a média anual de 12% registrada nos últimos cinco anos. Os dados preliminares são da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) que credita a previsão negativa aos preços baixos das commodities, à expectativa de redução do crescimento previsto para a agricultura e à crise hídrica.

Os fertilizantes especiais incluem adubos foliares, orgânicos e organominerais, biofertilizantes e condicionadores de solo. De acordo com estimativas da entidade, em 2014, o faturamento das 77 empresas associadas alcançou R$ 3,5 bilhões, um aumento de 9,37% em relação ao ano anterior.

“Em 2015, o crescimento do setor será menor em razão dos problemas enfrentados por toda a cadeia agrícola, que está sofrendo com o fraco desempenho da economia do País e também do segundo ano consecutivo de uma crise hídrica”, disse o presidente da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo, dia 10 de fevereiro, para divulgar o VI Fórum e Exposição Abisolo, marcados para os dias 15 e 16 de abril, em Ribeirão Preto, SP.

“Os agricultores mais bem preparados vão continuar investindo, porém, o ritmo de crescimento será moderado”, analisou Levrero, que considera 2015 uma grande interrogação. Ele acenou, inclusive, com a possível diminuição na área de plantio da segunda safra de milho. “Corremos o risco de não ter safrinha do milho em algumas regiões”, observou.

Na avaliação de Gean Matias, do diretor técnico da Abisolo, o impacto da redução do uso da água será maior para as plantações, enquanto para a indústria de fertilizantes, o grande gargalo é a crise de abastecimento de energia, que pressiona os custos.

“Na produção de fertilizantes sólidos, o grande impacto é a energia, cujo custo de produção maior é repassado para o produtor”, observou e acrescentou que o preço do adubo especial já está 30,0% a 40,0% a mais caro que os tradicionais, à base de NPK.

Durante a apresentação, Levrero destacou a importância dos fertilizantes especiais nos ganhos de produtividade do agronegócio brasileiro. Segundo o executivo, os fertilizantes especiais fazem parte de um conjunto de insumos e fatores responsáveis pela salto na produtividade agrícola alcançado nos últimos anos.

“Isso inclui a escolhas de sementes selecionadas, o manejo adequado do solo, a utilização de máquinas e equipamentos adequados à cultura, o uso de modernas técnicas de medição, além de pessoal capacitado para aplicação dos insumos”, resumiu.

Ele acrescentou que a soja é o grande mercado dos adubos foliares e organominerais, seguida pelo milho, enquanto o segmento de hortaliças responde pela maior demanda de adubos orgânicos.


Fonte: Informativo da Sociedade Nacional de Agricultura / Jornal do Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário