quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Lagarta afeta plantações e mantém Minas e mais quatro estados em condição de emergência

A Helicoverpa armigera ataca a soja, o milho, o algodão, o sorgo, o tomate e as plantas frutíferas, culturas importantes para o país


Foto: Jornal Araxá
Os estados de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Piauí e Goiás tiveram a condição de emergência fitossanitária renovada por mais um ano. A causa da medida é a presença da lagarta Helicoverpa armigera, que, desde 2012, ataca as plantações de diversas culturas. Além desses estados, Alagoas e Maranhão também estão na condição de emergência e integram a lista das localidades com concentração da praga, que recebem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento orientações para adotar medidas de combate.

A Helicoverpa armigera ataca a soja, o milho, o algodão, o sorgo, o tomate e as plantas frutíferas, culturas importantes para o país. O diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Luís Rangel, explica que a praga não chega ser um risco para que outros países barrem os produtos brasileiros. “Não é um risco para as exportações, a não ser em termos de perda de produtividade, mas ela não é uma barreira fitossanitária”, destaca. 

Rangel ressalta que as condições climáticas do oeste da Bahia são favoráveis à proliferação da lagarta e que a região é hoje a área com maiores danos. Segundo ele, o ministério age em três frentes de combate. A primeira é quanto à regulação de produtos que podem ser usados para combater a Helicoverpa armigera. O controle da lagarta é feito por meio de produtos químicos e biológicos.

A segunda ação é a pesquisa para desenvolver tecnologias, feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em terceiro lugar, vem a educação sanitária com a orientação dos agricultores: “explicar que várias estratégias de manejo conjuntas é que vai fazer a gente ter sucesso no combate à praga. Só o uso de defensivos ou da tecnologia transgênica não é suficiente. É preciso fazer uma série de estratégias em cadeia para ter o controle”, explica. 

Entre as ações já adotadas está a permissão para importação temporária de agrotóxicos que contenham benzoato de emamectina como ingrediente ativo. Essa substância não é registrada no Brasil, pois nenhuma empresa fez o pedido. “O produto é usado em 37 países, principalmente nos mais desenvolvidos, para o controle da Helicoverpa armigera. Aproveitamos essa experiência e, por meio de uma regulação específica, podemos autorizar apenas neste momento de emergência, o uso pontual emergencial desse produto”. É possível fazer também uso de agentes de controle biológico, entre outras ações.

A lagarta foi identificada no país em 2012. Segundo o site do ministério, não se sabe ainda como a Helicoverpa armigera chegou ao Brasil e estudos no DNA buscam identificar a origem da lagarta. A nova praga é diferente de outra espécie já existente no Brasil, conhecida como lagarta da espiga de milho, e de outra encontrada na Argentina.

Na safra 2012/2013, só no oeste da Bahia, estima-se prejuízo de R$ 2 bilhões. Rangel ressalta que as medidas adotadas ainda são consideradas emergenciais, mas que o conhecimento adquirido tem ajudado no combate. “Precisamos fazer com que os processos definitivos sejam concluídos para que tenhamos ferramentas disponíveis em quantidade e qualidade para poder conviver com esta praga”, arrematou.

Fonte: Jornal Araxá

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