quinta-feira, 23 de junho de 2016

Produtores e técnicos discutem mosca negra dos citros

Na quinta-feira (16 de junho), aconteceu na sede da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Seminário Regional sobre Mosca Negra dos Citros, realizado pelo Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (Setaf) e pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

A abertura do evento contou com a presença de Francisco Laranjeira (CPD), Felipe Viveiros (Setaf), Armando Sá (Adab), Eládio Borges de Lima, mais conhecido como Eládio Bahia (secretário de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Sapeaçu e representante do Consórcio de Prefeitos do Recôncavo), Lousane Lordelo (gerência da Adab em Cruz das Almas), Sammy Roiter (Associação das Cooperativas de Apoio a Economia Familiar – Ascoob) e o produtor João Ribeiro.

Prejuízos
O evento teve como objetivo discutir medidas para minimizar os prejuízos que os citricultores do território do Recôncavo Baiano estão acumulando desde 2012, quando se percebeu a presença da praga. De origem asiática, a mosca negra (Aleurocanthus woglum) causa danos diretos e indiretos aos citros e prejudica o desenvolvimento e a produção das plantas. As espécies de citros são os hospedeiros primários, mas a praga pode infestar mais de 300 espécies de plantas, sendo transportadas facilmente entre regiões. Muitos agricultores têm se desestimulado com a atividade e abandonado áreas produtoras. De acordo com Eládio Bahia, dos 19 municípios do Território Recôncavo, 15 já estão com a economia comprometida. "Temos depoimentos de queda de 70 a 90% da produção. Muitos estão exterminando as plantas", disse.

A informação foi ratificada por José Souza, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, na palestra Panorama Socioeconômico da Citricultura, com Ênfase ao Território do Recôncavo. "Um problema como a mosca negra afeta a vida de muita gente e a economia de vários municípios. São do Recôncavo 54,3% dos citros comercializados na Ceasa [Central de Abastecimento da Bahia], em Salvador, afirmou.A citricultura constitui-se na base da economia da região, sendo a principal fonte de renda da maioria dos agricultores familiares. Cultivada em quase todos os municípios, ocupa uma área de aproximadamente 10 mil hectares. Em 2014, alcançou uma produção de 169.928 toneladas de frutos, gerando uma receita bruta de R$74,9 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE) de 2014. Observa-se uma queda de aproximadamente 20% na produção de 2014 em relação a 2011.

Diagnóstico
Na palestra Desafios da Sustentabilidade da Citricultura no Recôncavo, o engenheiro-agrônomo Jorge Raimundo Silva Silveira (Setaf) falou sobre o cenário da região. "São propriedades com áreas de cerca de 5 hectares, com solos compactados, com baixa fertilidade e dependentes de fatores climáticos". As outras palestras foram: Ações da Defesa Fitossanitária na Citricultura Baiana (Suely Brito, coordenadora do Programa Fitossanitário dos Citros da Adab) e Manejo Integrado da Mosca Negra dos Citros e Experiências de Sucesso com o Uso de Insetos Predadores desta Praga (Wilson Maia, pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará). Durante a semana, Wilson Maia fez visitas a áreas de produtores em diversos municípios do Recôncavo e um diagnóstico da área afetada. "O problema é de gestão. Quando falamos de manejo de qualquer praga, nós começamos pelo solo, que é o principal fator de controle. Se você tem uma planta que esteja nutricionalmente adequada, ela resiste muito mais a uma que não esteja. O controle biológico aplicado é uma das ferramentas do manejo. O controle químico faz parte, mas, principalmente em caráter de urgência, o que tem que se fazer é o manejo da área, ou seja, a análise de solo é fundamental", explicou o professor.

Controle
Pela tarde, a mesa-redonda Discussão do Plano de Ação para o Controle da Mosca Negra dos Citros teve como debatedores Wilson Maia, Suely Brito, Antônio Nascimento (pesquisador da UD), Marcos Roberto da Silva (professor de Mecanização Agrícola da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB). Entre as ações previstas, está a implantação de uma biofábrica de inimigos naturais na região, que vai multiplicar e liberar os insetos para os agricultores. Vando de Souza, produtor de mudas cítricas de Lagoa Grande, na zona rural de Cruz das Almas, ficou animado com o evento. "Hoje estou participando e vendo que as empresas estão olhando pra gente, estou vendo uma luz no fim do túnel. Eu queria dar continuidade, queria fazer com que meu pai se orgulhasse de mim, por cuidar do sítio que ele adquiriu com grande dificuldade. A gente tinha aqueles defensivos químicos que fazia com que amenizasse a situação, mas não era eficaz. Era uma coisa que a gente aplicava de três em três meses, depois passou a aplicar de mês em mês e hoje é toda semana." Na propriedade de Ivan de Almeida Lírio, produtor de citros em Laje, a mosca está controlada. "Venho fazendo pulverizações assim que a gente detecta que o problema está fugindo do controle e fazendo inseticida com dosagem baixa e o resultado está sendo muito bom". O evento contou com o apoio de FrutBahia, Rebouças Citrus, prefeituras municipais de Sapeaçu, Santo Antônio de Jesus, Muritiba e Governador Mangabeira e Ascoob.

Embrapa Mandioca e Fruticultura

Tecnologia inovadora captura aromas no campo

Pesquisadores da Embrapa conseguiram capturar o aroma das inflorescências do dendezeiro sem precisar levar amostras da planta para o laboratório. Eles desenvolveram um sistema que aspira os compostos voláteis liberados pela planta no meio ambiente e os mantêm estáveis em uma matriz adsorvente capaz de fixar as moléculas. Com o uso do método, é possível preservar os compostos como se apresentam na natureza por até uma semana, o que permite o transporte para o laboratório onde são realizadas as análises. O método convencional exige a retirada da inflorescência ou parte da planta que contém o composto e seu transporte para o laboratório em baixa temperatura.

Os pesquisadores coletaram compostos voláteis de dendezeiros no Município de Rio Preto da Eva (AM), utilizando a nova tecnologia, e os levaram para o Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais, na Embrapa Agroindústria Tropical em Fortaleza (CE) a 2,4 mil km de distância. "Jamais seria possível cortar as inflorescências e levá-las no gelo para o laboratório. Não teríamos o mesmo resultado depois de tanto tempo. As substâncias não seriam as mesmas liberadas pela planta viva, nas condições em que atraem polinizadores na natureza", explica o pesquisador da Embrapa Guilherme Zocolo que desenvolveu a metodologia de coleta.

O método não destrutivo adapta tecnologias para uso em condições não controladas, como fazendas e florestas. Abre também uma série de possibilidades de aplicações em pesquisa não só no monitoramento da produção de substâncias que atraem polinizadores para as plantas com fins agrícolas ou ecológicos, como também na análise de compostos que atraem ou repelem insetos-praga; no diagnóstico de doenças de plantas e animais bem como no controle de qualidade de matérias-primas/insumos vegetais e animais com base no perfil de voláteis. Outra vantagem é que o método não danifica a fonte dos compostos voláteis. No caso do dendezeiro, o corte das inflorescências favoreceria a contaminação por doenças e o ataque de pragas existentes na região.

O sistema funciona com o uso de uma pequena bomba de sucção acoplada a uma matriz adsorvente que preserva os compostos. A atmosfera a ser analisada é coberta com um saco plástico, no qual é introduzido o coletor acoplado à bomba de sucção. O conjunto de equipamentos é alimentado por uma pequena bateria, leve e fácil de transportar, que dá autonomia de trabalho por alguns dias. O sistema é de fácil manuseio. Nos testes, operários rurais foram treinados com facilidade para coletar amostras. Outra vantagem é o baixo custo do equipamento. "Aproveitamos utensílios já existentes no mercado e desenvolvemos um novo uso para eles", revela o pesquisador Guilherme Zocolo.

Os métodos tradicionais de captura de compostos voláteis envolvem equipamentos sofisticados e caros, o que inviabiliza o manuseio em ambientes adversos como fazendas e florestas. "Não seria possível levar um aparelho tradicional até a fazenda, posicioná-lo próximo a uma inflorescência no alto de uma palmeira de dez a 15 metros e esperar entre 15 minutos a meia hora até que o equipamento capturasse os compostos emitidos", revela Guilherme Zocolo, frisando que, durante o período de coleta, haveria um grande risco de contaminação da amostra.

O pesquisador da Embrapa Kirley Canuto, que também participa do projeto, lembra que os sistemas convencionais são utilizados com sucesso na grande maioria das situações como, por exemplo, para análise de compostos voláteis liberados por uma amostra de vinho, ou de uma flor que acabou de ser coletada no campo. Em alguns desses sistemas, é necessário que uma pequena amostra seja isolada em um recipiente para que se realize a captura dos compostos. Alternativamente, a planta inteira pode ser analisada, cultivando-a no laboratório, contudo isso exige uma estrutura física mais complexa. Normalmente, o processo de captura demora alguns minutos. O sistema desenvolvido na Embrapa conta com uma bomba de vácuo, que torna a coleta dos compostos eficiente, apesar da dificuldade de isolamento total da amostra e do grande volume do chamado headspace, espaço compreendido entre a planta e matriz adsorvente (material que capta e armazena as substâncias voláteis).

Estudos sobre polinização

Os pesquisadores estudarão os compostos orgânicos voláteis emitidos pelo dendezeiro, pelo caiaué (planta da Amazônia sem exploração comercial) e pelo BRS Manicoré, que é um híbrido das duas plantas desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental (AM). O experimento faz parte de uma pesquisa realizada pela Unidade da Embrapa no Amazonas para desvendar aspectos relacionados ao deficit de polinização do BRS Manicoré, em relação aos seus genitores – dendezeiro e caiaué.

O BRS Manicoré é resistente a uma anomalia conhecida como amarelecimento-fatal que vem dizimando plantações de dendê na região Norte do País. O cultivo desse híbrido possibilitou a continuidade da dendeicultura em áreas afetadas pela anomalia no Estado do Pará, maior produtor de óleo de dendê do Brasil; além de oferecer outras vantagens para o produtor, como o crescimento mais lento e uma melhor qualidade de óleo.

O problema é que o híbrido necessita de polinização assistida para expressar todo o seu potencial produtivo, o que eleva os custos e torna o sistema de produção mais complexo. Com o projeto, os pesquisadores querem descobrir alternativas para melhorar a polinização e aumentar a produtividade do BRS Manicoré.

O estudo, que tem à frente a pesquisadora da Embrapa Cristiane Krug, envolve uma equipe de cientistas da Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Agroindústria Tropical e da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Verônica Freire (MTb 01225/CE) 
agroindustria-tropical.imprensa@embrapa.br

Desregulamentação aumentaria financiamento de bancos privados ao agronegócio

De acordo com o presidente do Santander no Brasil, Sérgio Rial, os bancos privados poderiam ampliar o financiamento aos agronegócio se houvesse uma desregulamentação das aplicações destinadas ao crédito rural. Segundo ele, essas operações hoje são engessadas pelas exigibilidades dos depósitos à vista no sistema financeiro. 

A exigibilidade é uma regra do governo federal que determina que um percentual mínimo dos depósitos bancários à vista e em Poupança Rural devem ser direcionados ao crédito agrícola, explica a Agência Datagro.

Segundo Rial, a desregulamentação baratearia o financiamento ao campo, porque daria mais autonomia aos bancos e mais disponibilidade de recursos, o que resultara em juros mais baixos. “O fato é que hoje as instituições financeiras não investem como deveriam no agronegócio, devido a este cenário. E há um potencial enorme no segmento”, disse ele.

Hoje há uma hegemonia do financiamento oficial, mas observa-se também o crescimento da participação das empresas por meio de operações de barter [troca de insumos pela produção]. De acordo com o executivo, o governo deveria se “focar mais no seguro rural do que no crédito”. 

Emater/RS-Ascar realiza demonstrações de podas em árvores frutíferas em Rondinha

Com objetivo de incentivar a produção de alimentos para o autoconsumo e difundir a Campanha Regional Produza seu Alimento e Colha Saúde, que abrange 42 municípios da região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a equipe do município de Rondinha iniciou nesta terça-feira (21/06) um roteiro de tardes de campo com demonstração de métodos de podas em árvores frutíferas e tratamentos fitossanitários.

A poda de plantas frutíferas é uma prática que visa eliminar os ramos quebrados, doentes, secos e mal localizados, de forma racional, além de conduzir a planta a um formato desejado. "Neste momento, serão demostradas as podas de formação, produção, limpeza e renovação nas culturas de pêssego, ameixa, caqui, parreira, citros e figo", explicou o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Luciano Schievenin. Essa ação contemplará 12 comunidades, mais de 230 famílias participantes da Chamada Pública da Sustentabilidade.

"Com esta metodologia utilizada pela Emater/RS fica fácil de realizar a poda, pois aprendemos fazer e já colocamos em prática na propriedade", afirmou o jovem produtor Venicius Ozelame, morador da Linha Visconde, interior de Rondinha. 

Fonte: Emater - RS

Agricultores do Pronaf têm desconto na renegociação de dívidas

O secretário Especial do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, José Ricardo Roseno, defendeu a aprovação da Medida Provisória 733, que autoriza os agricultores da região da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a renegociarem ou liquidarem suas dívidas com descontos.

Publicada no Diário Oficial da União no dia 15 de junho, a nova MP substitui os trechos vetados da MP 707, que tratavam sobre o mesmo assunto. A medida beneficia os agricultores que fizeram empréstimos rurais até o dia 31 de dezembro de 2011 e estão inadimplentes.

De acordo com a nova MP, as dívidas junto aos bancos públicos federais terão que ser liquidadas de uma vez só. Já os empréstimos realizados no Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB), além da opção de serem liquidadas, poderão ser renegociadas e pagas em até 10 anos.

Em algumas situações, a MP 733 prevê redução de até 95% para a quitação de dívidas no valor de até R$ 15 mil em uma ou mais operações do mesmo mutuário. Isso se aplica às dívidas contraídas junto ao Banco Nordeste de Brasil S/A (BNB), até 31 de dezembro de 2006, por produtores das regiões do semiárido e do norte do estado do Espírito Santo e nos municípios do norte do estado de Minas Gerais, do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Mucuri, área de atuação da Sudene. Para outros municípios o desconto é de até 85%. O percentual varia conforme o valor originalmente contratado.

Semiárido atravessa o quinto ano de seca

A Medida Provisória quer viabilizar o pagamento dos créditos rurais dos agricultores familiares que estão no quinto ano consecutivo de seca. Eles enfrentam dificuldades para saldar dívidas, correm o risco de parar a produção e perderem as propriedades.

Conforme a nota técnica produzida por Roseno, em defesa da MP 733, com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo de Minas Gerais (Emater / MG), 90% da vazão de cerca dos 730 córregos e rios mineiros estão comprometidos pela seca. As barragens apresentam redução de 80% na capacidade de abastecimento, além de problemas de racionamento de água nos núcleos urbanos.

“Essa situação se repete em toda a região do semiárido brasileiro, onde a situação é tão ou mais grave quanto ao acesso à água de produção. Com isso, a produção agropecuária, em especial da agricultura familiar, está seriamente comprometida não apenas quanto à sua situação atual, mas sobretudo quanto à sua capacidade produtiva futura”, explica o secretário.

Roseno acrescenta ainda que a agricultura familiar gera 74% das ocupações produtivas no meio rural brasileiro, gerando emprego e renda não só para as áreas rurais, mas também em pequenos e médios municípios, por isso é importante que tenham políticas específicas que os protejam. 

Agricultores Familiares

Já os agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que optarem pela renegociação, o abatimento do valor da dívida poderá chegar até 80%. As taxas de juros aplicadas à dívida serão entre 0,5% e 2% ao ano, conforme a categoria. Até o final de 2017, independente da data em que o produtor fizer a renegociação, a dívida poderá ser quitada em prestações anuais, iguais e sucessivas, com a primeira parcela cobrada somente em 2021 e a última em 30 de novembro de 2030.

O coordenador Geral de Financiamento à Produção, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, José Henrique da Silva, explica que a MP 733 também suspende o 

encaminhamento para cobrança judicial e prescrição dessas dívidas até 29 de dezembro de 2017.

“O agricultor poderá regularizar a inadimplência, liquidando ou repactuando suas dívidas, diretamente com o agente financeiro onde fez o contrato de financiamento. O produtor que fizer a repactuação da dívida e não cumprir o acordado, além de perder os descontos previstos, ficará impedido de contratar novos financiamentos com instituições financeiras federais, enquanto permanecer a situação de inadimplência”, alerta José Henrique.

Os agricultores familiares também podem buscar informações na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do seu estado ou município. A área da Sudene abrange empreendimentos de 1.989 municípios, de 11 estados.

Charqueadas faz capacitação em construção de estufas

A Emater/RS-Ascar promoveu em Charqueadas, na última sexta-feira (17/06), uma capacitação técnica para construção de estufa, que foi conduzida pelo agrônomo da Instituição em Tapes, Antônio Paganelli. A estufa foi estruturada nas dependências da Colônia Penal Agrícola Daltro Filho (CPA) e é destinada a produção de morangos no sistema semi-hidropônico. 

Neste dia, foram capacitados o diretor da CPA, Gustavo Schwarz, o agente penitenciário da Susepe/RS, Claudemir Machado, e mais quatro apenados do regime semiaberto. Além dos extensionistas da Emater/RS-Ascar de São Jerônimo, Edar Ferrari Filho, de Arroio dos Ratos, Vitório José Maia, e de Charqueadas, Marcelo Fortes.

Segundo Fortes, a estufa é referência na região pelo seu sistema de construção e a atividade objetiva estimular a inserção e qualificação profissional dos apenados a partir da produção de alimentos.

Fonte: Emater - RS

Software diminui aplicações de defensivos em 15%

Redução de aplicações e economia de até 15% na utilização de defensivos – essa é a proposta do aplicativo Strider, produzido por uma startup brasileira. A ferramenta possibilita o monitoramento da lavoura através de um tablet, aliando dados históricos e atuais para otimizar a tomada de decisões no controle fitossanitário. 

De acordo com a fabricante, o sistema monitora pragas, doenças e ervas daninhas, bem como a eficácia dos defensivos sobre o alvo, permitindo assim um maior controle sobre as aplicações, o que se reflete na redução do custo. A plataforma funciona também sem conexão de internet, disponibilizando amostras digitais georreferenciadas e com foto no campo. 

Outras funcionalidades apontadas são a gestão de armadilhas, controle da fenologia e evolução. Os registros feitos através do sistema são enviados e processados em segundos, o que permite que tanto os produtores como os agrônomos tenham acesso à informação remotamente.

De acordo com a empresa mineira responsável pelo aplicativo (que leva o mesmo nome do produto), a tecnologia segue em expansão e em breve serão agregados novos módulos de controle fitossanitário. Segundo eles, a solução já atende mais de 200 clientes em 1.2 milhão de hectares no Brasil e nos Estados Unidos.

Fonte: Agrolink

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Com mais da metade da produção mundial de suco de laranja, frutas cítricas no Brasil potencializam o PIB nacional

Cerca de 800 mil hectares brasileiros produzem laranjas, a fruta mais cultivada no Brasil. Além dela, outra fruta cítrica produzida é o limão e, juntas, na safra de 2013, (último levantamento oficial do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), produziram 18,5 milhões de toneladas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e as Federações da Agricultura e Pecuária parabenizam a todos os citricultores por sua capacidade e talento que se destacam no cenário econômico e social do país.

Ao lado da banana e da maçã, a laranja está entre as três frutas mais consumidas pelo brasileiro, e isto faz com que a maior parte da produção fique no mercado interno. Os maiores produtores de frutas cítricas do país são os estados de São Paulo, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Sergipe, Rio Grande do Sul, Pará e Goiás. A tangerina também tem participação importante entre as frutas cítricas mais produzidas no Brasil.

No que se refere ao mercado internacional, a exportação de frutas cítricas frescas está concentrada principalmente no limão, cujo principal destino é a União Europeia. A laranja de mesa vem aumentando sua participação nas exportações, ano a ano, e a tangerina vem conquistando novos mercados, a exemplo dos Emirados Árabes Unidos.

Com o suco de laranja a situação é outra. De cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, três são produzidos no Brasil. Em nenhuma outra commodity, o país tem expressividade semelhante. O país é responsável, atualmente, por mais da metade da produção mundial de suco de laranja e exporta 98% do total. Os principais mercados são: América do Norte, com 26%, e 74%, para União Europeia.

Segundo o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura, da CNA, Antônio Marcos Ribeiro do Prado, “os números gerados pela citricultura têm grande importância no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. São aproximadamente R$ 9 bilhões e 250 mil empregos criados na área rural”, afirma.

APOIO À FRUTICULTURA - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mantém sua Comissão Nacional de Fruticultura com a finalidade de apoiar o setor em demandas referente à redução da carga tributária para sucos cítricos 100% natural; atuar na abertura de mercados para exportação; buscar soluções para problemas fitossanitários e também auxiliar na gestão de custos de produção de laranja e limão, por meio do projeto Campo Futuro que já realizou painéis de levantamento de custos em todas as regiões produtoras do país. Para 2016, a ideia é mapear e tentar resolver as barreiras fitossanitárias para as frutas cítricas brasileiras, visando abrir novos mercados e consequentemente aumentar as exportações de laranja de mesa, limão e tangerina.

ORIGEM DA LARANJA - Registros apontam que a laranja é originária do Sul asiático, provavelmente da China. O comércio entre as nações e as guerras ajudaram a expandir o cultivo dos citrus, de tal maneira que, na Idade Média, a laranja foi levada pelos árabes para a Europa. No ano de 1500, na expedição de Cristóvão Colombo, mudas de frutas cítricas foram trazidas para o continente americano. Introduzida no Brasil logo no início da colonização, a laranja encontrou melhores condições para vegetar e produzir do que nas próprias regiões de origem, expandindo-se por todo o território nacional. A citricultura destacou-se em vários estados, porém, foi a partir de 1920 que se criou o primeiro núcleo citrícola nacional nos arredores de Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro.

Veja abaixo depoimentos de citricultores dos estados do Paraná, Bahia, Sergipe e Minas Gerais.

PARANÁ

Cláudio Garbin e sua produção

Cláudio Garbin, 64 anos, começou na atividade citrícola em 2003, quando substituiu o café pela laranja. Apesar de possuir propriedade há bastante tempo, foi quando se aposentou no setor de telecomunicações que decidiu entrar na atividade agrícola “para ocupar a cabeça e ainda garantir uma renda”. Seu pomar com 15 mil árvores e 35 hectares fica em Paranavaí, no Noroeste do Paraná.

“O ponto mais positivo é o social. Você emprega muita gente, principalmente na época da colheita. Por mais que sejam empregos sazonais, você gera um impacto grande na economia do município”.

BAHIA

Orlando Antônio Leite em sua propriedade

A citricultura está presente no DNA da família Leite. A história começou com seu Antônio Orlando Leite, que dedicou mais de 50 anos da vida à produção de citricultura nas suas propriedades, localizadas no município de Governador Mangabeira, situado a 119 km quilômetros de Salvador, (BA). O filho, Orlando Antônio, herdou do pai muito mais que o nome. Também a paixão pelo campo. Quando tinha 12 anos, começou a seguir os caminhos de seu Antônio. Acompanhava de perto todos os processos da produção. Pouco tempo depois, com apenas 18 anos, passou a assumir os negócios da família. Hoje, vive da citricultura, juntamente com os sete irmãos.

“A citricultura é muito importante na Bahia, pois gera renda, emprego e movimenta o comércio das cidades do recôncavo baiano. Hoje, sem dúvidas, é a cultura que mais predomina aqui na região”, aponta Orlando. Ele acrescenta ainda que a laranja é o carro-chefe da propriedade e que a produção é vendida, principalmente, no mercado interno. “Vendemos para o Ceará, Tocantins e também para municípios aqui da Bahia”, explicou.

FUTURO – No entanto, as pragas têm sido um obstáculo para a citricultura. De acordo com ele, esse ano, a mosca negra atingiu a região e teve grande impacto na produção. Ainda assim, ele segue firme na produção, com a paixão que herdou do pai. “Toda a família atua no ramo, seguindo a história da família”.

SERGIPE

Produção de laranjas de Francisco Benjamin


O estado de Sergipe contribui, nacionalmente, com 6,9% da área colhida e com 4,16% da produção. O resultado é que, com participação de 3% do PIB sergipano, a cultura do citrus se destaca como um dos principais produtos agrícolas do estado. Além disso, dispõe de um considerável parque agroindustrial de esmagamento de laranja: duas fábricas nos municípios de Estância e Boquim.

De acordo com o produtor Gustavo Medina, com atividade nos municípios de Umbaúba, Cristinápolis e Itabaianinha, a produção de citrus é o principal produto da balança comercial de exportação de Sergipe. “Enviamos nosso produto para a Europa, Oriente e América. “O citrus gera emprego e renda, além de desenvolvimento econômico. É um produto positivo para o estado”. Ele lembra ainda que o produto sergipano é competitivo no mercado, “pois o custo de produção é menor e as pragas são menos frequentes que no Sudeste”.

O produtor Francisco Benjamin Filho destaca que a atividade provoca amadurecimento na cadeia produtiva. “Por conta da exigência do mercado, aprendemos que precisamos entregar um produto de qualidade. Precisamos nos adequar às novas tecnologias. O resultado do crescimento tecnológico é a grande procura pelo nosso produto”.

Ele enfatiza também a participação do SENAR/Sergipe no processo de melhoria do citrus. “O SENAR é uma peça importante por ofertar conhecimento e profissionais que agregam no desenvolvimento”. Com 121 hectares, na cidade de Cristinápolis, a perspectiva de Francisco é produzir este ano 2.200 toneladas de laranjas.

MINAS GERAIS

Cláudio Dykstra em sua propriedade

Localizada no Norte do Estado de Minas Gerais, uma das maiores iniciativas agrícolas do Brasil, o Distrito Irrigado da Região do Jaíba é hoje sinônimo de desenvolvimento e qualidade de vida, alcançados por meio da produção agrícola eficiente, sobretudo, de frutas. E foi nesse cenário que o paranaense Cláudio Dykstra descobriu como transformar os “limões” que a vida lhe deu em muito mais que uma grande limonada.

Deixou o cultivo de soja e milho no Paraná para investir numa região de clima semiárido onde encontrou água e energia à disposição. E lá viu a oportunidade de mudar de ramo e de vida. “Vivo hoje do limão, e vivo muito melhor”, comemora o presidente da Associação dos Produtores de Limão da Região do Jaíba (Aslim). Anualmente, ele produz 100 mil caixas da fruta.

“A citricultura irrigada tem sido a principal fonte de emprego e renda para nossa região. Emprego de duas a três pessoas por hectare, direta e indiretamente. A atividade aqui teve início graças à coragem e trabalho pesado dos produtores, que viram a oportunidade, acreditaram e se dedicaram. Hoje, a assistência técnica e gerencial contínua que recebemos é nosso diferencial. Trabalhamos de forma organizada e planejada, levando em conta uma série de fatores na tomada de decisões. Através do INAES (Instituto Antônio Ernesto de Salvo, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais - FAEMG), preparamos nossos produtores para receberem certificações internacionais e o registro da marca da Região do Jaíba. É um trabalho de longo prazo, mas tem aberto novos caminhos. Hoje, entre 35% a 45% de nossa produção é exportada para a Europa”.

Fonte: Canal do Produtor
Assessoria de Comunicação CNA / Com participação das Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados do Paraná, Bahia, Sergipe, e Minas Gerais
Telefone: (61) 2109 1419

Levantamento da Mosca da Carambola em Goiás é realizado em 10 pontos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Goiás e a Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa estão realizando, desde o mês de janeiro deste ano, o levantamento da Mosca da Carambola. O objetivo é confirmar o status de Goiás como livre da praga quarentenária Bactrocera carambolae por meio de armadilhas de captura com feromônios, instaladas estrategicamente em 10 pontos de trânsito de pessoas e de frutos hospedeiros de B. carambalae. As armadilhas são trocadas quinzenalmente e estão instaladas nos municípios de Anápolis, Formoso, Goiânia, Porangatu, São Miguel do Araguaia e Uruaçu.

De acordo com coordenadora do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Citros da Agrodefesa, Mariza Mendanha, o monitoramento da Mosca da Carambola é uma operação oficial coordenada pelo Plano Nacional de Erradicação da Mosca da Carambola do Mapa, que tem como objetivos: a erradicação da praga nos Estados do Amapá, Roraima e Pará; a manutenção das unidades da federação como livres da praga; e manutenção das exportações de frutas.

Mariza explica que a Mosca da Carambola ataca principalmente as plantas hospedeiras primárias tais como: carambola, manga, sapoti, gingeira da jamaica, maçaranduba, arapaju, laranja caipira, laranja da terra, laranja amarga, laranja, goiaba e jambo branco.

As armadilhas, os feromônios e as diárias para supervisões, são custeados pelo Mapa, como destaca Mariza.. “A Agrodefesa fornece, em contrapartida, veículos para a locomoção dos fiscais, instalação e trocas das armadilhas e o envio das bases para a gerência de sanidade vegetal”, explica ela.

A Mosca

A Mosca da Carambola é originária do sul da Ásia e foi introduzida no continente americano, através do Suriname, em meados de 1975. “No ano de 1989 foi detectada na Guiana Francesa de onde se dispersou para o município de Oiapoque no Estado do Amapá, Brasil em 1996”, conta Mariza.

Segundo ela, trata-se de uma praga de grande expressão econômica para países exportadores de frutas, principalmente no que concernem as restrições quarentenárias impostas por países importadores que não possuem a praga em seus territórios. “Assim, a dispersão da Mosca da Carambola pelo Brasil pode ocasionar prejuízos de grandes proporções ao país, principalmente pela perda de mercado. No Brasil, atualmente, ocorre nos estados do Amapá, Roraima e Pará”, especifica a coordenadora.

Texto: Leydiane Alves - Assessoria de Imprensa da Agrodefesa

Rede de laboratórios agropecuários trabalha para ser referência mundial em análises

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer tornar referência mundial em análises a Rede de Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagro's) e as 414 unidades credenciadas (públicas e privadas). Para isso, começou um projeto para alinhar a estratégia da rede e fortalecer a credibilidade dos produtos agropecuários brasileiros nos mercados nacional e internacional.

De acordo com a Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial (CGAL), o trabalho permitirá a integração da Rede Lanagro, a eficácia da utilização dos recursos púbicos e prestação de um serviço de excelência para o país e seus parceiros comerciais.

“O Brasil é um player importante no mercado de produtos agropecuários. Temos capacidade para oferecer análises laboratoriais ainda mais precisas e mostrar que os produtos daqui são seguros para o consumo”, destaca a diretor da CGAL, Rodrigo Nazareno.

A Coordenação-Geral de Apoio Laboratorial, acrescenta, desenvolve esforços para aumentar os investimentos em pessoal e infraestrutura.

A Rede Lanagro possui seis laboratórios nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e Pará. Sua principal atribuição é o monitoramento laboratorial da saúde dos rebanhos e plantações, bem como o controle e fiscalização de alimentos, bebidas e insumos produzidos e comercializados no Brasil.

Encontro reforça a interação entre a Embrapa Uva e Vinho e parceiros das unidades demonstrativas

No mês de junho, a Embrapa Uva e Vinho reuniu produtores e técnicos parceiros na manutenção e condução das suas unidades demonstrativas relacionadas à viticultura localizadas nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O evento, idealizado e organizado pela equipe da Transferência de Tecnologia, foi realizado de forma pioneira no centro de pesquisa e trouxe mais de trinta participantes que durante os dias 8 e 9 participaram de palestras, visitas técnicas e discussões.

Segundo Rodrigo Monteiro, engenheiro agrônomo da Embrapa Uva e Vinho e um dos idealizadores da atividade, o encontro presencial tinha como principal objetivo que todos se conhecessem pessoalmente e ampliassem a interação entre si. "As unidades demonstrativas são uma importante estratégia para que o conhecimento sobre as melhores práticas na viticultura cheguem aos técnicos e produtores. Elas também ajudam a identificar demandas e facilitar o seu atendimento, a partir das soluções tecnológicas mais avançadas. Eles também ajudam a ampliar a capilaridade e a divulgação das melhores práticas", avaliou.

De maneira geral, essas unidades são vinhedos implantados em propriedades rurais particulares ou em instituições de ensino, e que têm como principal finalidade servir de local para que o público interessado, geralmente produtores rurais e técnicos, tenha contato com as tecnologias e técnicas desenvolvidas e preconizadas pela Embrapa: um lugar onde há uma intensa troca de informações e conhecimentos, levando ao aprimoramento da vitivinicultura praticada nas diferentes regiões.

No encontro, estiveram presentes produtores e técnicos de ATER, de cada uma das 14 unidades demonstrativas relacionadas à viticultura que são mantidas pela Embrapa Uva e Vinho nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. "A atuação da Embrapa começa com a avaliação da demanda, depois acontece a escolha da área e das cultivares e a orientação técnica para o manejo dos vinhedos", complementa Monteiro.

As áreas funcionam como uma base avançada da Embrapa nas diferentes regiões, onde são realizados dias de campo para repasse de técnicas de manejo, por exemplo e tornam-se referência em boas práticas, como comentou Débora Schallemberger, engenheira agrônoma da cidade de Tuparendi (RS) e uma das participantes do Encontro. "A região de Tuparendi foi colonizada por imigrantes italianos, o que ajudou no estabelecimento da cultura da videira. Com a instalação da unidade demonstrativa há quatro anos, novas tecnologias estão chegando. O contato frequente com a equipe da Embrapa traz novidades para o viticultor em cuja propriedade a unidade está instalada, mas também para os outros produtores que vão lá buscar informações", pontuou.

Segundo Monteiro, para que cada um desses vinhedos espalhados pelo RS e SC pudesse ser implantado, importantes parcerias foram necessárias, entre atores locais – agricultores inovadores, extensão rural, poder público e representantes municipais, e a própria Embrapa. Essa proximidade fez com que essas Unidades demonstrativas saíssem do papel e chegassem à realidade. Um trabalho que vem sendo construído há mais de cinco anos e que tem apresentado bons frutos. "Para o sucesso de cada uma das unidades, um passo fundamental é não uniformizá-las, pois cada região tem suas particularidades e potencialidades, exigindo uma abordagem e um foco para a transferência de tecnologia. Além das diferenças entre as vocações produtivas, também é essencial respeitar aquelas de cunho cultural e social", avaliou.

Tendo como objetivo principal reunir os parceiros das diferentes UDs, o I Encontro criou um espaço para que cada participante apresentasse a realidade de seu município e da própria UD, abordando questões não somente técnicas, mas também de histórico e envolvimento da família produtora, através dos quais os participantes puderam conhecer a heterogeneidade do trabalho desenvolvido nas diferentes regiões.

"Foi muito importante essa reunião. Eu vou implantar uma unidade demonstrativa e depois desse encontro já vou poder evitar alguns erros citados aqui. Estou levando o conhecimento nesta parceria além do Rio Grande do Sul. É muito importante este respaldo técnico que está sendo dado para o produtor, com certeza ele fará a diferença no desenvolvimento da região", avaliou Cleber Piasentini, produtor de Silveira Martins (RS).

Na avaliação do chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Alexandre Hoffmann, discutir em grupos regionalizados os potenciais produtivos e as dificuldades da vitivinicultura, bem como o que esperam de apoio das Instituições envolvidas, construiu um rol de informações que irá subsidiar a continuidade das ações de TT nesse formato."Além da troca entre os participantes, o evento servirá para planejarmos e executarmos nossas próximas ações. Temos a expectativa também que o próximo encontro permita o encontro com parceiros responsáveis por Unidades Demonstrativas dos demais estados", informou Hoffmann.

Foi consenso entre os participantes e os organizadores a relevância do encontro. A proposta é que o encontro seja realizado anualmente, em formato itinerante entre as regiões envolvidas, o que na visão dos envolvidos enriquecerá as trocas de experiência.

Fonte: Embrapa

Citricultor transformou área abandonada em pomar produtivo em Guaraci


Há somente cinco anos na citricultura, Janderson Bortolan transformou uma área abandonada no município de Guaraci (SP), com plantas de citros doentes e sem controle fitossanitário, em pomar com 25 mil árvores sadias e produtivas.

"Decidi entrar na citricultura, pois a nossa região sempre foi muito tradicional na cultura. Quando adquirimos a propriedade, ela era composta basicamente por pastagem e um plantio muito antigo de laranja, com cerca de 20 anos. Renovamos a área e temos plantado todos os anos, com maior adensamento e porta-enxertos de qualidade. Seguimos à risca a cartilha de controle e manejo das doenças e pragas e isso tem garantido resultados satisfatórios", afirma o citricultor.

Na mais recente expansão, há seis meses, houve o plantio de seis mil árvores adensadas. A motivação para o aumento da plantação foi a boa produção do pomar nos últimos anos e o controle eficaz das doenças, principalmente o HLB, que não chega a incidência de 0,5% na propriedade.

O controle da doença é realizado por meio do monitoramento de psilídeo em armadilhas amarelas, pulverizações quinzenais e aplicação de inseticidas sistêmicos via drench. O produtor é atento às orientações de controle regional emitidas pelo sistema de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus e realiza de três a quatro inspeções por ano e a erradicação das plantas doentes.

Para Bortolan não há espaço para amador na citricultura, é preciso ser profissional e técnico. "Eu me apaixonei pela citricultura, é algo contagiante. O segredo é seguir o que tem que ser feito. Não se pode brincar é preciso estar sempre alerta".

O produtor acredita no futuro da citricultura e no sucesso de seu pomar. "Sabemos que será um desafio no combate de doenças como o greening, mas adotando práticas eficientes e evitando soluções milagrosas, a citricultura provavelmente terá novos rumos. Tivemos nesta safra dificuldades com as condições climáticas mas temos que conviver com essas adversidades em toda cultura. Apesar de todas as dificuldades, somos otimistas e acreditamos na citricultura e no crescimento do nosso negócio", diz Bortolan.

Confira a matéria completa na edição 36 da Revista Citricultor pelo link: http://bit.ly/28JsV9R

Fonte: Fundecitrus

Frutas têm baixa de preços e hortaliças, alta

O aumento na oferta das principais frutas comercializadas nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) mais representativas do país incentivou a queda registrada de preços nos mercados atacadistas em maio. É o que revela o 6º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado nesta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A queda no volume geral de exportações das frutas neste ano, comparada a 2015, refletiu no aumento da quantidade dos produtos no mercado interno, pressionando os preços para baixo. Outro fator que explica a redução é o aumento de produção, principalmente de banana prata, mamão e melancia.

No caso do mamão, a queda nos preços reverte a tendência de alta registrada desde o fim de 2015 e reflete uma diminuição das intempéries climáticas que se abatia sobre as regiões produtoras. Já a melancia deverá manter os preços estabilizados em patamares mais baixos até meados de julho, devido à entrada da safra.

Valores

Tomate, batata e cebola registraram dificuldades na produção, o que impactou na elevação dos valores comercializados desses produtos no atacado no mês passado.

Os preços da cebola continuam elevados devido às importações. Apesar do registro de queda nos últimos dois meses, o volume do produto importado neste ano é 8,1% superior ao de 2015. Para o mês de junho espera-se queda nos mercados, acompanhando o movimento de entrada da safra do Vale do São Francisco.

Na contramão das demais hortaliça, a cenoura apresentou baixa significativa na comercialização de maio, chegando a 48% na Ceasa/Campinas. Este movimento deve-se à recuperação das lavouras da Região Sudeste, sobretudo em Minas Gerais, e deve seguir a trajetória descendente de preço, com a entrada de outras ofertas estaduais.

O levantamento é feito nos mercados atacadistas, por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), executado pela Conab, e considerou os principais entrepostos localizados nos estados de SP, MG, RJ, ES, PR, GO, DF, CE e PE.


Congresso busca resgatar sabores tradicionais

O resgate de ingredientes tradicionais da culinária será um dos temas debatidos no II Congresso Internacional de Gastronomia e Ciência de Alimentos que ocorre em Fortaleza, de 21 a 23 de setembro deste ano, no Centro de Convenções do Hotel Oasis Atlântico. A perspectiva de público é de mil participantes entre profissionais do setor privado, professores, pesquisadores e estudantes que possuem ligação com o setor de Gastronomia e áreas afins. Para o pesquisador Ricardo Elesbão, da Embrapa, a participação no evento aproxima a empresa a um novo público. "Nós vamos poder ver de perto a demanda do setor e em especial dos consumidores e chefes de cozinha. No caso desses últimos, muitos têm dificuldades em obter novos ingredientes ou resgatar alimentos usados na culinária regional", comenta.

A valorização dos ingredientes locais é uma tendência atual do mercado gastronômico. Segundo o pesquisador, a Embrapa pode ajudar nesse direcionamento. "No passado, as pessoas utilizavam os ingredientes que tinham disponíveis. Porém, deixaram de usar com o tempo, seja pela escassez ou pela falta de conhecimento. Nós precisamos resgatar esse passado. É nesse momento que se faz necessária a participação da Embrapa, pois muitos não sabem onde encontrar ou como produzir", pontua.

Um exemplo desse resgate cultural é a pimenta da Tapera. Esse tipo de pimenta atende a restaurantes e hotéis de Alagoas, estado em que a Embrapa pretende instalar uma nova Unidade denominada "Alimentos Funcionais, Sabores e Aromas". "O resgate de ingredientes locais ajuda a movimentar a economia. Para atender essa demanda, muitas vezes você não precisa de uma produção em grande escala. Os produtores locais podem suprir essa procura em pequena escala", ressalta.

Movimentos internacionais trabalham o resgate da gastronomia tradicional. Um exemplo disso é o movimento Slow Food (http://www.slowfoodbrasil.com/). "Um projeto chamado ‘Arca do Gosto' (http://www.slowfoodbrasil.com/arca-do-gosto) identifica, localiza, descreve e divulga sabores quase esquecidos de produtos ameaçados de extinção, mas ainda vivos, com potenciais produtivos e comerciais reais. O objetivo é documentar produtos gastronômicos especiais, que estão em risco de desaparecer. Isso é muito interessante e necessário", finaliza o pesquisador.

O evento reúne especialistas renomados de diversas áreas relacionadas à gastronomia e à ciência dos alimentos. Entre alguns dos temas a serem debatidos por meio de mesas temáticas e palestras são: "Alimentos e bebidas, uma abordagem histórica e antropológica", "Biodiversidade para Alimentação e nutrição: Valorização da biodiversidade nativa para promover o bem estar humano e a conservação ambiental", "O peso das Dietas", "Fazendo Ciência na Cozinha" e "Potencial subutilizado das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) para a Gastronomia: ingredientes novos e/ou negligenciados na culinária".

Trabalhos relacionados à temática poderão ser encaminhados sob a forma de pôsteres, degustação e estandes. A programação completa pode ser acessada no site: http://www.cgca2016.com.br/programacao.html

Serviço

O II Congresso Internacional de Gastronomia e Ciência de Alimentos será realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com o apoio da Embrapa, do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e do Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN).

Os interessados poderão se inscrever pelo site www.congressointernacion2.eventize.com.br. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (85) 3023-1596 ou pelo correio eletrônico cgca2016@ideiadeevento.com.br. 

Fonte: Embrapa

UFSCar Araras realiza II Dia da Agrofloresta neste fim de semana

II Dia da Agrofloresta - Agroflorestando o Bananal acontece nos próximos dias 25 e 26 de junho, sábado e domingo, na área do coletivo Pés Vermelhos, no Campus Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). As inscrições já estão encerradas.

O termo agrofloresta refere-se à uma prática antiga, de cultivo de alimentos, fibras e madeiras em equilíbrio com as características do ecossistema local. As espécies são escolhidas de acordo com os serviços que uma planta presta a outra e ao sistema como um todo. Segundo o coletivo Pés Vermelhos, o curso tem como objetivo manejar o bananal já implantado na área do coletivo e iniciar o processo de transformação de um cultivo de bananas para um sistema diversificado, rico e sustentável. A geógrafa Olívia Gomes, da Fazenda da Toca, também estará presente facilitando a atividade.

A programação do sábado, 25, terá uma apresentação de conceitos teóricos, das 9 às 12 horas, e após o almoço será realizada a prática de agroflorestamento do bananal. A atividade continua no domingo, 26, das 8 às 18 horas.

Programação do curso:

25/06/2016

08:00 às 09:00 Café da manhã e roda de apresentação 

09:00 às 12:00 – Conceitos teóricos

12:00 às 14:00 - Almoço

14:00 às 18:00 – Prática agroflorestando o bananal e depois café da tarde

26/06/2016

08:00 às 09:00 Café da manhã

09:00 às 12:00- Prática agroflorestando o bananal

12:00 às 14:00 - Almoço

14:00 às 17:00- Prática agroflorestando o bananal 

17:00 às 18:00 – Encerramento e avaliação final do curso com café da tarde


Prorrogado o prazo de adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) para todas as propriedades rurais

O Governo Federal prorrogou, até 31 de dezembro de 2017, o prazo para os produtores rurais inscreverem seus imóveis no Cadastro Ambiental Rural (CAR), independente do tamanho da propriedade. A decisão está na Lei 13.295, de 14 de junho de 2016, oriunda da Medida Provisória (MP) 707, publicada nesta semana no Diário Oficial da União. O cadastramento é a principal condição para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) nos estados, segundo prevê o novo Código Florestal (Lei 12.651/2012).
O texto determina que a não adesão ao CAR até o prazo estipulado pode impedir o acesso dos produtores a linhas de crédito para financiar a produção. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o registro público eletrônico das informações ambientais dos imóveis rurais. A inscrição é obrigatória para todos os imóveis rurais (propriedades ou posses), sejam eles públicos ou privados, e áreas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território. Mais informações estão no Comunicado Técnico sobre o CAR, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Acesse o Comunicado Técnico na íntegra


Congresso Brasileiro de SAFs será em outubro em Cuiabá

A capital mato-grossense, Cuiabá, sediará entre os dias 24 e 28 de outubro a 10ª edição do Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (SAFs). O evento será realizado na Universidade Federal de Mato Grosso e reunirá pesquisadores, estudantes, professores, produtores e técnicos de todo o país.

A programação do CBSAF contará com palestras, mesas redondas, minicursos, exposição de trabalhos e visitas técnicas.

Inscrições

As inscrições para o Congresso serão abertas em breve no site www.cbsaf.com.br. Para inscrições feitas até o dia 25 de julho o custo será de R$ 450 para profissionais e R$ 225 para estudantes e agricultores. A partir de 26 de julho e até 18 de outubro os valores subirão para R$ 550 e R$ 275 respectivamente. Também será possível se inscrever no dia da abertura do congresso e o custo será de R$ 650 para profissionais e R$ 325 para agricultores e estudantes.

Haverá desconto progressivo no caso de inscrição de caravanas. Grupos de 10 pessoas pagarão 5% a menos. Com 20 inscrições, o valor cai 10% e com 40 participantes o desconto será de 20%.

Para ter a inscrição confirmada é preciso enviar para a comissão organizadora comprovante de matrícula em instituição de ensino, no caso dos estudantes, ou encaminhar Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ou comprovante da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural para os agricultores.

Submissão de trabalhos

A submissão de trabalhos para o X Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (SAFs) deverá ser feita até o dia 17 de julho. As regras e orientações para submissão podem ser consultadas no site do evento.

Organização

O CB SAF é promovido pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais e realizado em conjunto pelo Grupo Semente, Empaer, Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Unemat, UFMT e Embrapa.


Fonte: Embrapa

Blairo Maggi quer ampliar comércio agrícola com o Egito

A ampliação do comércio entre Brasil e Egito foi o tema do encontro entre o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o embaixador Alaaeldin Mohamed. O Brasil possui ampla vantagem comercial sobre o país africano em relação às exportações agropecuárias, que somaram US$ 2,3 bilhões em 2015.

A carne bovina in natura é o principal produto vendido aos egípcios, com US$ 624 milhões no ano passado. Este valor poderá aumentar ainda mais. Mohamed disse que uma missão egípcia deverá ser enviada ao Brasil para a habilitação de novos frigoríficos. A data ainda será marcada. Atualmente, 106 estabelecimentos vendem carne bovina ao Egito.

Além do comércio, o embaixador manifestou interesse na troca de tecnologia entre os dois países. Mohamed revelou que os egípcios enviaram uma missão no início do ano e ficaram muito impressionados com a tecnologia desenvolvida no país em relação aos biocombustíveis, especificamente o etanol. O Brasil, por sua vez, tem interesse na tecnologia do algodão egípcio.

Blairo Maggi destacou a importância da ampliação do comércio entre os dois países e disse que há ainda espaço a ser explorado. Ele determinou que fossem analisadas as demandas do Egito junto ao Brasil, inclusive com relação a Embrapa, que possui um acordo de transferência de tecnologia para o país africano.

O ministro Blairo Maggi aproveitou para formalizar um convite ao ministro da Agricultura do Egito, Essam Fayed, para uma visita ao Brasil. De acordo com o embaixador, essa visita poderá ocorrer ainda este ano. Em 2013, o Brasil enviou uma missão ao país africano para estreitar as relações comerciais.

O embaixador destacou ainda que existe um acordo entre o Egito e o Mercosul, que está aguardando apenas a homologação por parte de Argentina. Mohamed ressaltou que, além do mercado egípcio ser grande (o país tem mais de 90 milhões de habitantes), ao vender para lá, o Brasil consegue atingir ainda o norte da África e alguns países árabes.

terça-feira, 21 de junho de 2016

23º Curso de Citricultura acontece em Cordeirópolis/SP, em julho

No período de 4 a 8 de julho, o Centro de Citricultura Sylvio Moreira (IAC), Cordeirópolis, SP, realiza o 23º Curso de Citricultura.

Direcionado para engenheiros agrônomos, estudantes, técnicos e integrantes do setor citrícola, visa contribuir para a formação de recursos humanos envolvidos com um dos mais importantes segmentos da fruticultura brasileira. A exemplo dos anos anteriores, as aulas teóricas e práticas serão ministradas por especialistas de diversos setores da citricultura, abrangendo uma ampla gama de conhecimentos sobre o setor e incluindo visitas técnicas (produção de frutas e packinghouse).

Informações sobre o curso estão disponíveis no link


Outro curso também acompanhe - Programação e inscrição nos sites


Dia de Campo do Projeto Biomas Caatinga apresenta alternativas à produção agrossilvopastoril


Tido como um bioma desafiador por suas restrições hídricas, a Caatinga traz em si os recursos necessários para tornar a produção agrícola mais sustentável. É necessário, no entanto, que a pesquisa se torne uma aliada de quem produz na busca por alternativas que promovam maior harmonia entre os sistemas de produção e a preservação ambiental.

Com esse objetivo, em 2010, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) criaram o Projeto Biomas. Na última quinta-feira, dia 16, o projeto promoveu o 1º Dia de Campo na Caatinga, na área experimental da Fazenda Triunfo, propriedade do produtor rural Edson Ribeiro Gomes, no município cearense de Ibaretama, localizado a 143 km de Fortaleza. Produtores rurais, técnicos, representantes de órgãos públicos e pesquisadores conheceram os primeiros resultados dessa experiência.

Para Gustavo Curcio (foto ao lado), coordenador nacional do projeto, o desafio é fazer com que a árvore possam também protagonizar o desenvolvimento das propriedades rurais brasileiras: “A árvore pode e deve ser internalizada na propriedade rural nos três sistemas que existem na propriedade: Área de Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL) e a Área de Sistema Produtivo (ASP). Com o projeto, buscamos promover uma consciência coletiva de que as árvores fazem parte desses sistemas com grande potencial de transitividade entre estes”.

A Caatinga é frequentemente associada à seca, pobreza e pouca biodiversidade, mas ao contrário do que se pensa, esse bioma confere valores biológicos e econômicos significativos para o país. A “floresta branca”, como é chamada em tupi-guarani, evita a emissão do gás carbônico (CO2), conserva a água e o solo e é fonte de matérias primas como frutos silvestres, forragem, fibras, e plantas medicinais, entre outras. A principal atividade econômica desenvolvida no ecossistema é a agropecuária.

A perspectiva de conciliar produção agrícola com sustentabilidade foi ressaltada pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya. “As essências florestais que a Caatinga dispõe são ainda pouco conhecidas por parte dos agricultores. Existe uma essência, obtida a partir do pau-violeta (Dalbergia cearensis Ducke), que foi o maior produto de exploração no período da colonização”.

Presidente do Sindicato Rural de Ibaretama e vice-presidente da FAEC, Carlos Bezerra foi um dos articuladores para instalar o projeto na região. Para o produtor, um dos principais resultados da iniciativa até o momento foi a percepção da importância da árvore para a atividade social e econômica que realizam, além do maior conhecimento sobre as espécies nativas. Bezerra revela que, antes mesmo da realização do dia de campo, a experiência já vinha atraindo o interesse de produtores e empresários locais. “Costumamos promover visitas e trazer técnicos para a área experimental. O plantio do pau-sabiá para a extração de madeira vem chamando bastante nossa atenção”.

Administrador de empresas e produtor rural, Paulo Henrique de Freitas veio do município de Jaguaretama, a 200 km da Fazenda Triunfo, para conhecer as novidades. O agricultor afirma que já adotou algumas medidas para tornar sua propriedade mais sustentável, como a destinação de 20 % do terreno para a constituição de uma reserva ambiental. Produtor de gado, milho e sorgo, Paulo Henrique espera realizar esse trabalho de forma mais “organizada e planejada” a partir das informações obtidas no encontro.

Francisco Almir Frutuoso, presidente do Sindicato Rural do município de Madalena (CE), deixou a Fazenda Triunfo bastante animado com a experiência. Para o pecuarista, que atua na produção de leite, o conhecimento adquirido no Dia de Campo foi “muito positivo”, haja vista que os produtores da região ainda carecem de mais informações sobre o Código Florestal. “Precisamos preservar o que a natureza nos ofereceu sem deixar de lado a produção. As espécies nativas podem ser preservadas e também exploradas do ponto de vista econômico”, comenta.

Recuperar áreas degradadas é o grande desafio da pesquisa - Diversas instituições de pesquisa compõem o Projeto Biomas Caatinga, que busca integrar os conhecimentos gerados de forma sistemática. Os subprojetos dividem-se conforme os sistemas existentes na propriedade: Área de Preservação Permanente (APP), Área de Reserva Legal (ARL), Áreas de Sistemas Produtivos (ASP) e Recuperação de Áreas Degradadas (RAD).

Técnicos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) produzem algumas das mudas a serem implantadas na área experimental. Espécies nativas como o pau-sabiá, a coronha, o pau-branco e o angico-vermelho foram selecionadas. Dentre seus diversos usos, o replantio destina-se à recuperação da mata ciliar, à remoção da salinidade do solo e ao sombreamento das áreas de produção agrícola.

As técnicas empregadas no plantio das mudas se valem tanto de inovações como o uso do hidrogel - um polímero (plástico) que reduz o uso de água e permite que a hidratação destas ocorra por mais tempo - quanto dos conhecimentos tradicionais, haja vista o uso da bagana da carnaúba como cobertura vegetal e meio de retenção hídrica. Colocada no entorno da cova, além da maior umidade mantida, a palha proporciona maior conforto térmico ao diminuir a incidência direta do calor do sol sobre a planta. Tais medidas têm como objetivo garantir a sobrevivência da planta em seus primeiros meses de vida diante de condições bastante adversas. De acordo com Lúcio Alberto Pereira, pesquisador da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) e coordenador regional do Projeto Biomas Catinga, essa etapa representa um dos principais desafios da produção agrícola. “Passado esse período, a planta a consegue se desenvolver bem porque ela é adaptada a esse clima”, ressalta.

A regeneração das paisagens situadas à margem dos rios da região também é uma preocupação do Projeto Biomas. Identificar quais espécies possuem melhor adaptação aos solos ribeirinhos é o objetivo do estudo de Maria da Penha Gonçalves, doutoranda da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A pesquisadora afirma, no entanto, que nem sempre é possível recuperar o solo por meio do replantio: “Muitas áreas foram totalmente devastadas. Estudamos diversas alternativas nessa recuperação para além do plantio de mudas em si. Estamos testando técnicas menos onerosas ao produtor, mas que possam atingir os mesmos objetivos, como os poleiros artificiais”.

A recuperação de áreas devastadas pode vir em conjunto com a criação de pequenos ruminantes e o plantio de espécies alimentícias. Por causa disso, o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) também tem sido usado como uma das estratégias de intervenção no Projeto Biomas Caatinga. Segundo Welinton Fernandes, técnico da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE) e um dos responsáveis pela implantação da ILPF na Fazenda Triunfo, a intenção é mostrar ao produtor que não é necessário degradar para obter retorno financeiro com sua propriedade. "Embora o manejo incorreto do solo ainda consiga gerar resultados nos dois primeiros anos, a produção cai drasticamente após esse período", comenta.

No sistema ILPF, plantas forrageiras são introduzidas nas áreas de cultivo de forma consorciada com a vegetação natural da Caatinga. A forragem serve como alimento para caprinos e ovinos, além de enriquecer o solo degradado. O plantio de espécies nativas como a jurema-preta, a algaroba, o pau-sabiá e a catingueira permite a recomposição da biodiversidade vegetal e do solo, gerando melhorias na produção e, consequentemente, na renda do produtor. "A rentabilidade pode parecer pequena no início, mas a estabilidade conseguida com o sistema permite ganhos maiores no futuro", explica Welinton Fernandes.


Aminoácidos amenizam impacto da geada na produção de hortifruti

A queda nas temperaturas na região sul e sudeste, durante o outono e inverno, impacta a produção de hortifruti no país, principalmente quando há formação da geada. O fenômeno natural, responsável por danos como a queima das folhas do vegetal, devido ao congelamento da água no interior da planta, resulta na diminuição da produtividade em diversos cultivos, refletindo no resultado e na qualidade do produto final.

O produtor de pêssego Maurício Bellaver, do município de Farroupilha (RS), conta que, em seu pomar, as plantas sofriam com o estresse fisiológico causado pela incidência de geada. A utilização de complexos de aminoácidos no cultivo antes e após a ocorrência do fenômeno tem sido uma prática natural eficiente para auxiliar na produção.

De acordo com o agricultor, com as aplicações, é possível a prevenção dos impactos, a redução dos danos e a recuperação do vegetal durante as estações frias do ano. “Acontecia muita queima na planta e sofríamos com bastante perda. Com a utilização de produtos à base de aminoácidos diminuímos o estresse da planta, reduzindo os danos em aproximadamente 50%”, explica Bellaver.

Segundo o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico de hortifruti da Alltech Crop Science, esses complexos atuam, de forma natural, na ativação e na aceleração do metabolismo da planta. “O resultado é o aumento da temperatura interna do vegetal e, consequentemente, a redução dos estresses fisiológicos causados pelas baixas temperaturas. Alterando desta forma, o ponto de congelamento da água dentro das células da planta”.

Revoredo ainda destaca que os períodos de geada coincidem com a fase em que vai se iniciar o desenvolvimento de culturas como pêssego e uva, antes e durante o estádio de brotação, o que impacta diretamente no progresso da parte mais nova do vegetal. “Essa queda na temperatura, ocorre tanto no final do outono, como durante o inverno, e pode ocorrer em função do ano, nos meses de agosto e setembro, período em que está soltando a brotação. Por isso é importante o produtor estar atento sobre possíveis alertas de geada em sua região”, finaliza.

Dia de Campo do Projeto Biomas na Amazônia destaca o uso de sistemas integrados de produção

Produtores rurais, técnicos, extensionistas e estudantes terão a oportunidade de conhecer mais resultados preliminares do Projeto Biomas na Amazônia através do seu V Dia de Campo intitulado "Recuperação de pastagens com culturas anuais no sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta". O evento será realizado no dia 30 de junho na Fazenda Cristalina, localizada na Rodovia BR-230 (Transamazônica), km 75, sentido Marabá – Palestina do Pará, no município de São Domingos do Araguaia, no Pará.

Evento atende à realidade do setor produtivo rural do Sudeste do Pará

A região sudeste do Pará, na região de Marabá, caracteriza-se por apresentar uma pecuária extensiva, com consideráveis áreas necessitando de recuperação de pastagens degradadas. Uma das alternativas para a recuperação destas áreas tanto em grandes quanto em pequenas propriedades, consiste na implantação de sistemas integrados, entre eles, o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), onde há a integração de agricultura com culturas anuais (arroz, milho, soja e/ou feijão-caupi), espécies arbóreas e a pecuária.

Neste sistema, há o cultivo de culturas anuais nos dois ou três primeiros anos e consegue-se renda que possibilita cobrir os custos de implantação, deixa resíduos de sua adubação e palhada para a espécie arbórea e para a pastagem a ser implantada futuramente, além de gerar benefícios ambientais. A pastagem ao ser implantada neste solo corrigido, desenvolve-se melhor e possibilita aumento da taxa de lotação e consequentemente maior produção de carne e/ou leite. E ainda há a espécie arbórea que pode ser utilizada dentro da propriedade para construção de cercas ou para fins energéticos, comercializada na região ou até mesmo para movelaria, caso a espécie escolhida seja adequada para esta finalidade. Neste sentido, torna-se importante obtermos resultados e demonstrarmos a viabilidade do plantio de culturas anuais e a divulgação de cultivares da Embrapa em uma região carente de informações técnicas e econômicas com estas culturas.

"O objetivo deste dia de campo é divulgarmos os resultados de trabalhos com culturas anuais, como arroz, milho, soja e feijão-caupi, para sistemas integrados de produção (ILPF)", afirma o engenheiro agrônomo Roni de Azevedo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e líder das pesquisas com ILPF no Bioma Amazônia.

Programação

O evento começará às 8h30 do dia 30 de junho (quinta-feira) com abertura, caracterização do Projeto Biomas na Amazônia e explanações das culturas anuais no sistema ILPF, com destaque para as cultivares de arroz e feijão-caupi testados, além de soja e arroz. Em seguida, será feita a interação entre o público presente e os pesquisadores através de dúvidas e respostas. O término está previsto para as 11h15.

"A despeito do foco principal do Projeto Biomas ser a incorporação da árvores nos sistemas produtivos das propriedades rurais pelo Brasil, não podemos fechar os olhos para as realidades de diversas regiões, como o Sudeste do Pará, onde a pecuária é extremamente ativa. Propomos sistemas e situações que resultem no incremento de ganhos para o produtor ao serem levadas em conta as culturas anuais e seus benefícios para o solo e, ao mesmo tempo, a implantação de árvores", explica o engenheiro florestal Alexandre Mehl Lunz, também pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e coordenador regional do Projeto Biomas na Amazônia.

Sobre o Projeto Biomas

O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.

O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e do BNDES. Na Amazônia, o Projeto Biomas é coordenado pela Embrapa Amazônia Oriental com apoio da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e diversas outras instituições de ensino e pesquisa.

Fonte; Embrapa

50 cursos para quem busca atualização na agropecuária e todos de graça e a distância


Horácio Juliatto vive em Brasília, Miriam Lemos em Campina Grande (PB), Claudionor Aranda em Bom Jesus (GO), Júlio Cézar Barreto em Dianópolis (TO) e Aline Zimmermann em Lages (SC). Apesar da distância geográfica entre eles, todos têm uma paixão em comum pelo campo e são frequentadores assíduos de um mesmo local, o portal de educação a distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Por razões diferentes já fizeram vários cursos oferecidos, mas repetem os mesmos motivos para a escolha do site: a qualidade do ensino e a praticidade de poder acessar as aulas em qualquer lugar.

O portal http://ead.senar.org.br/ disponibiliza, atualmente, 50 cursos sobre conhecimentos e inovações nos processos produtivos em diversas áreas da agropecuária. São inteiramente gratuitos e a distância, com acesso disponível 24 horas por dia, a semana inteira e, ao final, depois de cumprir todos os requisitos, o participante recebe seu certificado digital de conclusão. 

Os cursos da EaD SENAR estão divididos em sete diferentes programas: Capacitações Tecnológicas, Agricultura de Precisão, Campo Sustentável, Empreendedorismo e Gestão de Negócios, Gestão de Riscos e Inclusão Digital. O mais extenso e o único que exige dos participantes formação técnica ou superior em áreas relacionadas às Ciências Agrárias é o Programa de Capacitações Tecnológicas. Nos demais, os cursos são livres. Para fazer basta ter mais de 14 anos.As matrículas são feitas no próprio site.

350 mil alunos

Mais de 350 mil alunos já se matricularam na EaD SENAR em busca de novos conhecimentos ou formação continuada, ampliando suas chances em um mercado de trabalho que valoriza a mão de obra qualificada. Horácio Flaco Juliatto, técnico em agropecuária, é profissional com larga experiência, atuando no ramo da pesquisa agrícola. Ainda assim, fez vários cursos oferecidos no portal não só para se atualizar mas também para enriquecer o seu currículo.

“Minha sede de saber é tão grande que fiz todos os cursos que estavam disponíveis até o ano passado, e agora vou fazer os novos. Esses cursos da EaD SENAR são de importância vital para o profissional do setor agropecuário, porque facilitam o acesso, e ele pode estudar no seu tempo. A qualidade é ótima, tanto dos instrutores como do conteúdo e metodologia. As aulas são fantásticas, superdidáticas e explicativas, não há quem não entenda”.

Mirian Lemos, assistente social, já fez 11 cursos e avaliza a opinião do colega. “São de excelente qualidade, conteúdo atualizadíssimo, de fácil compreensão para o homem do campo. Além disso, tem a vantagem do participante poder estudar nas horas que lhe são convenientes. Eu costumo assistir as aulas em casa, geralmente à noite”.

Em Dianópolis, no Tocantins, Júlio Cézar Barreto conta que costuma acessar as aulas em qualquer lugar onde esteja, em casa ou no trabalho. “Isso facilita a vida de muita gente e, certamente, é o estudo do futuro”. Graduado em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Pessoas e em Gestão Pública, além de técnico em Agropecuária, já fez 12 dos cursos disponíveis na EaD SENAR.

“Adorei a metodologia. As aulas são interativas, intuitivas e a qualidade do material excelente. O site oferece ótimas opções de atualização nas áreas de administração rural. Esses cursos servem como suporte para todas as ações que desenvolvo. Atualmente, ministro a disciplina Agronegócio na Universidade do Tocantins e sempre utilizo parte do material da EaD SENAR e, inclusive, recomendo a meus alunos que façam os cursos”.

Interação

Veterinária e filha de produtores rurais, Aline Zimmermann também está sempre buscando o portal de educação a distância do SENAR para se atualizar. “O site oferece bastante opções e gera uma disponibilidade de horários. As aulas usam uma linguagem clara e têm uma didática diferenciada, com áudios e vídeos que atraem a atenção”.
Claudionor Aranda, que trabalha com financiamentos e investimentos agropecuários, já fez os dois cursos disponíveis no Programa Empreendedorismo e Gestão de Negócios. “São conteúdos de grande valia para minha atividade e aplico diariamente o que aprendi”. Para ele, o fato das aulas estarem disponíveis pela internet é fundamental.

“Cursos a distância permitem que você, com determinação e disciplina, tenha acesso a novos conhecimentos na sua área de interesse, ampliando seus horizontes sem que você tenha que se ausentar do trabalho. Você faz seu horário de estudo”. Horácio vê ainda um benefício adicional. “Além das aulas e atividades extras, você tem os fóruns e chats, onde você interage com outras pessoas e há muita troca de informações, porque quem busca esses cursos está realmente interessado em aprender mais”.