quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Melhoramento genético do coqueiro. Pesquisa na busca de soluções frente aos desafios da cultura

O coqueiro sempre foi cultivado no litoral do nordeste do Brasil, onde as condições de solo e clima são favoráveis



Apesar da importância econômica e social do coqueiro, a produtividade média nacional ainda é baixa, e é devida em grande parte ao cultivo de materiais não melhorados como os gigantes e materiais segregantes provenientes de coleta aleatória de sementes. Estes, normalmente apresentam baixo potencial produtivo e baixa estabilidade de produção, devido em grande parte ao estresse hídrico, à grande amplitude de temperaturas e umidade, e alta susceptibilidade a pragas e doenças.

Os objetivos do melhoramento genético do coqueiro variam de acordo com o mercado a que a sua produção se destina. Além da alta produtividade e qualidade de água de coco, copra e seus produtos, características como porte reduzido, tolerância a doenças e pragas emergentes, incluindo o amarelecimento letal, elevada eficiência de utilização da água de irrigação e adaptação a condições de seca e frio são consideradas prioritárias para o desenvolvimento e sustentabilidade da cocoicultura no cenário brasileiro atual.

O coqueiro sempre foi cultivado no litoral do nordeste do Brasil, onde as condições de solo e clima são favoráveis ao seu desenvolvimento. O crescente consumo de água de coco em todo o país, as exportações para os Estados Unidos e a possibilidade de exportação para alguns países europeus teve como consequência o seu cultivo em áreas não habituais, gerando a necessidade de materiais adaptados a esses ambientes. Dessa forma, o grande desafio do agricultor é produzir mais e de forma sustentável.

Visando solucionar problemas dessa grandeza foi estruturado, sob liderança da Embrapa Tabuleiros Costeiros, o Arranjo de pesquisa "Melhoramento genético do coqueiro visando à sustentabilidade e competitividade da cocoicultura brasileira (CocoBR)". Arranjos possuem como definição um conjunto de projetos convergentes, complementares e sinérgicos, organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Embrapa.

A definição do termo já dá uma ideia da abrangência e, conseguinte, dos desafios do arranjo CocoBR. Este arranjo teve seu início de execução em 2015, e é composto por uma equipe multidisciplinar e multi-institucional. Fazem parte da equipe pesquisadores e analistas das mais diversas áreas de formação e de diversos Centros de Pesquisa no Brasil e exterior, além de Empresas Privadas e Universidades no intuito de atingir os objetivos propostos com maior eficiência.

O Arranjo CocoBR foi idealizado com 17 projetos de pesquisa, que é coordenado por um grupo gestor. Em seu eixo principal atua no desenvolvimento de genótipos mais produtivos e de aspectos de qualidade superiores, de fácil manejo e adaptados a estresses abióticos e bióticos como, por exemplo, o melhoramento preventivo ao amarelecimento letal, doença quarentenária. Estão sendo desenvolvidos novos cultivares de coqueiro, os quais são estratégicos como alternativa para substituição de coqueirais gigantes e segregantes predominantes nas pequenas propriedades. O arranjo também traz componentes de transferência de tecnologias com o monitoramento de tendências de mercado visando direcionar o desenvolvimento de genótipos e em ações reestruturantes da cocoicultura familiar.


Fonte: Embrapa

Produção de cacau tem se estabilizado na faixa de quatro milhões de toneladas por ano

Nos últimos anos, a produção de cacau vem se estabilizando em torno de quatro milhões de toneladas por ano, chegando a 4,3 milhões batidos duas vezes na última década. Não somente em épocas de festas, como páscoa e final de ano, o consumo cresce muito e chega-se a estimar que atinja a cinco milhões em poucos anos. 

Atualmente o Brasil é o 6º produtor de cacau, e durante muitas décadas se manteve como um dos três maiores do mundo. Conforme Eduardo Brito Bastos, Diretor Executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), há um plano robusto de crescimento, para voltar ser o 3º maior produtor mundial, com aproximadamente 400 mil toneladas de amêndoas por ano, mais que o dobro da produção média dos últimos anos. Atingir este patamar de produção exigirá um esforço enorme de toda a cadeia, seja do setor privado como produtores, processadores e chocolateiros, do Governo (pesquisa, extensão, fomento) e de outros atores como ONG´s e Bancos. “Claro que o elo principal para que isso aconteça é o produtor e é nele que devemos concentrar nossos esforços”, ressalta o Diretor Executivo. 

O Diretor ainda explica que a AIPC tem trabalhado em sintonia com a Associação Brasileira da indústria de chocolates, cacau, amendoim, balas e derivados (ABICAB), que representa os principais consumidores dos derivados de cacau que processamos, para entender as demandas do mercado e como podemos suprir rapidamente as mesmas. “Na outra ponta temos dialogado com produtores e Governo para entender melhor como podemos ajudar neste plano de crescimento da produção brasileira e assim ajudar toda sociedade. Cacau é uma cultura muito sustentável, totalmente alinhada com os anseios das novas gerações”, explica Eduardo. 

O cacau ainda tem se mostrado um aliado a questões saudáveis, há um tempo era visto como vilão – hoje o consumidor vê de forma diferente e já enxerga os benefícios, como para o coração, fonte de energia, etc. Além disso, o comportamento do consumidor está modificando, quanto mais cacau, mais saudável é. E isto, é uma preocupação positiva – já existem grandes empresas vendo o chocolate como um alimento funcional e não apenas como uma guloseima. Além disso, ambientalmente, o cacau protege e promove floresta. Na Mata Atlântica Baiana há séculos o cacau protege a floresta e no Pará, como é nativo, tem muita gente reflorestado áreas degradadas com cacau, trazendo renda com proteção ambiental. “É um setor muito importante no Brasil e no mundo e temos feito um trabalho forte de divulgar esses benefícios a todos”, finaliza o Diretor. 


Fonte: Agrolink

Saiba onde e como são produzidas as frutas de Natal e ano-novo; e quanto elas custam

Lentilha, arroz, peru, chester, peixe, leitão, espumante, vinho... Tem gente que ganha uns quilinhos apenas de ler a lista de opções de bebidas e alimentos para as festas de fim de ano. Mas para ajudar a rebater a farra gastronômica das ceias fartas, as frutas natalinas são excelentes opções nutritivas. E não é só isso, elas também dão cor às decorações natalinas e de passagem de ano. E para os supersticiosos, dão aquela forcinha com algumas simpatias.

O Agronegócio da Gazeta do Povo elaborou uma lista com as frutas mais indicadas para o fim de ano. Saiba onde e como são produzidas. E se a ideia for não gastar muito, também damos uma ajudinha mostrando quanto está custando cada uma.

Cereja

O Brasil não produz a fruta em escala comercial por causa do clima. O cultivo da árvore cerejeira exige frio e, por isso, países com climas mais temperados têm mais sucesso. Os principais produtores são os países europeus, Estados Unidos, Japão, Chile, Argentina e Canadá. A fruta encontrada nos supermercados brasileiros no fim de ano é importada, principalmente, do Chile e da Argentina. A fruta é rica em vitamina A e C e possuí ação antioxidante e anti-inflamatória.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 120 a caixa com 4 kg. 

Uva

O Brasil produz 1,4 milhão de toneladas de uvas, de mais de 30 variedades. Cerca de 1 milhão de toneladas são utilizadas para fabricação de sucos, vinhos e espumantes, o restante é consumido. Atualmente, em volume, o ranking da produção é liderado por Rio Grande do Sul, com 880 mil toneladas. O Paraná, com 80 mil toneladas, é o quarto, atrás de Pernambuco e São Paulo. O pé de uva é chamado de videira, parreira ou vinha. O melhor desenvolvimento da videira ocorre em regiões de clima mediterrâneo. Apesar disso, adapta-se a diferentes condições climáticas. A época recomendada ao cultivo é de outubro a dezembro. As uvas são ricas em vitamina C e B, além de magnésio, enxofre, ferro, cálcio e fósforo.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: entre R$ 35 e R$ 48 a caixa com 8 kg. 

Abacaxi


Comum nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de abacaxi, com 2,5 milhões de toneladas por ano. A principal variedade da fruta cultivada por aqui é a Pérola, em que a polpa apresenta a cor amarela e chega a pesar 2,5 kg. A produção brasileira de abacaxi se concentra na região Norte e Nordeste do Brasil. Ao todo, são mais de 65 mil hectares dedicados ao fruto. O Pará é atualmente o maior produtor nacional. Também conhecido como ananás, os abacaxizeiro produzem o ano inteiro, mas o pico de colheita é entre dezembro e fevereiro. O abacaxi é rico em vitaminas A, B1 e C, potássio e cálcio.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 4,37 a un com 2,5 kg.

Pêssego

O Brasil produz cerca de 215 mil toneladas de pêssego por ano, bem abaixo dos maiores produtores mundiais, como China, Itália, Espanha e dos vizinhos Argentina e Chile. No país, a produção está concentrada no Sul e no Sudeste, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram o ranking. O pêssego é uma fruta sazonal, que produz somente em alguns meses do ano, dependendo da região. O fruto consumido nas festas de fim de ano vem do Sul do país ou da Argentina, onde as colheitas acontecem de novembro a janeiro. No Paraná, o polo produtor é Irati. Rico em vitamina A e C, a fruta também carrega potássio, fósforo, ferro e zinco.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 25 a caixa com 10 kg. 

Lichia

Com cerca de 500 mil hectares de lichieira, a China apresenta a maior e mais barata produção da fruta no mundo, que também é produzida em escala na em alguns países asiáticos, além de México e Estados Unidos. No Brasil, a frutinha também ganhou espaço. O Paraná, por exemplo, produz 2,1 mil toneladas em 225 hectares, metade em Carlópolis, no Norte Pioneiro. O estado consumiu 10 toneladas da fruta, que tem a colheita concentrada entre dezembro e janeiro. A lichia é fruto da lichieira, uma planta subtropical de grande porte, com altura de 10 a 15 m, semelhante à mangueira, que começa a produzir entre o terceiro e o quinto ano após o plantio. A fruta é fonte de vitamina B2 e B6.

Preço médio no Ceasa de Curitiba: R$ 20 a caixa com 3 kg.


Fertilizante inteligente gera economia e minimiza impacto ambiental

Do tamanho de um grão de arroz, um fertilizante de liberação controlada desenvolvido por meio da nanotecnologia é a mais nova aposta da pesquisa para amenizar um dos maiores problemas da aplicação de nutrientes na lavoura, a perda por volatilização e lixiviação. O primeiro problema é a transformação do fertilizante em gás, e o segundo é o carreamento do produto pela água, ambos responsáveis por perdas da ordem de 50% de todo o fertilizante que o agricultor brasileiro aplica na lavoura.

Testado em laboratório e em campo, o fertilizante inteligente volatiliza menos, comparado à ureia convencional que costuma volatilizar cerca da metade da quantidade aplicada. O novo produto contribui para a redução de gases do efeito estufa em 2/3 em comparação à aplicação convencional do fertilizante, e ainda pode ser usado como suplemento animal para aumento da digestibilidade de forragens. O novo fertilizante está pronto para ser transferido à iniciativa privada para ajuste das etapas de produção em escala e comercialização.

Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste (SP), o insumo de liberação lenta difere das estratégias já existentes porque propõe um tipo de grânulo nanocompósito, através da mistura física de um argilomineral esfoliado na nanoescala na matriz do fertilizante. Essa estratégia permite maior controle do tempo de liberação do nutriente e a possibilidade de incluir outros compostos na sua estrutura, incluindo outros tipos de fertilizantes além da ureia. A eficácia da nova tecnologia foi comprovada pela equipe do pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste.

Evitar perdas do insumo traz ganhos ambientais e financeiros. Os fertilizantes representam de 25% a 40% do custo variável dos principais sistemas de produção agrícolas do País, e uma das mais importantes variáveis desse custo é decorrente da perda de grandes quantidades de nutrientes aplicadas via fertilizantes.

Pesquisa
O trabalho, desenvolvido no âmbito das redes: "Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio" (AgroNano) e "Tecnologias para o aumento de eficiência de fertilizantes e identificação de fontes alternativas de nutrientes para a agricultura brasileira" (FertBrasil), é resultado de dois estudos, uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado, que se complementaram durante seis anos de pesquisa. Os trabalhos foram apoiados com recursos da ordem de R$ 400 mil oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Embrapa.

A proposta de Cíntia Fumi Yamamoto e Elaine Inácio Pereira, ambas estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), buscava uma alternativa, mas por meio de formulações diferentes, aos fertilizantes nitrogenados, cujo consumo mundial é suprido, principalmente pela ureia. Os dois estudos concluíram que é possível retardar a liberação e reduzir as perdas do fertilizante por volatilização.

À frente da equipe responsável pelo desenvolvimento do novo fertilizante, o pesquisador da Embrapa Caue Ribeiro, coordenador da Rede AgroNano, conta que métodos de fixação que permitem a liberação prolongada de nutrientes no solo podem contribuir para a administração mais racional da aplicação de fertilizantes. O especialista se refere a métodos baseados na associação de materiais lamelares ou polímeros.

Ribeiro explica que no processo de produção da tecnologia foi utilizado um argilomineral cuja estrutura compreende lamelas de espessura da ordem de 1 a 2 nm (nanômetros - unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10-9 m), esfoliado pela intercalação de compostos fertilizantes, como a ureia. O novo fertilizante foi produzido por meio de um processo característico de mistura e extrusão mecânica com baixa umidade, compreendendo até 85% em massa de fertilizante no produto final.

O material sai da extrusora na forma de fios, com diâmetro controlado pela matriz utilizada, que são continuamente cortados no bocal em pequenos grânulos de comprimento variável na saída do bocal e que, em seguida, são utilizados ainda úmidos ou secados ao ar livre em temperatura ambiente. "Após a secagem, o material foi cortado, com o auxílio de um granulador mecânico, em grânulos cilíndricos de aproximadamen-te 2,5mm de diâmetro por 8 mm de comprimento", conta o pesquisador.

Ele ainda esclarece que o fato de o produto final, mesmo úmido, apresentar resistência mecânica permite manipulá-lo e distribuí-lo adequadamente em campo e o dispensa de processo de secagem. "Para armazenagem e uso posterior, se desejado, pode-se fazer a secagem em temperatura ambiente, sem auxílio de secadores ou outros processos, e sem prejuízo das propriedades do produto recém-extrudado", acrescenta.

O fertilizante produzido pode ser aplicado manualmente, direto no solo, ou por ação mecanizada. Segundo o pesquisador, o processo de liberação lenta do fertilizante ou nutriente ocorre devido a dois fatores. O primeiro é um efeito físico, o confinamento entre as lamelas manométricas promove o aumento do tempo de difusão do nutriente para o meio. O outro fator é a interação química do nutriente com as cargas superfici-ais do argilomineral. "Nesse último caso, a liberação se dá pela dinâmica de íons no solo já presentes ou originados pela ação da planta no local. No processo, um íon no solo substitui o nutriente entre as lamelas, permitindo que este, quimicamente, seja dessorvido e, portanto, liberado", explica.

O nanocompósito fertilizante envolveu técnicas avançadas para sua caracterização, como microtomografia de raio-x, espectrometria vibracional na região do Infravermelho, ensaios mecânicos, além de experimentos de campo para medida da emissão de gases, realizados no Laboratório da Agricultural Research Service do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na cidade de Beltsville, em 2012, e de incubação em solo, realizados no Laboratory of Soil Fertility and Plant Nutrition, da Universidade Rakuno Gakuen, em Hokkaido, Japão, em 2013.


Nitrogenados
Fertilizantes nitrogenados são susceptíveis a perdas por lixiviação, por escorrimento superficial de nitrato ou através de emissões gasosas de amônia óxido nítrico, óxido nitroso. Além disso, a eficiência dos insumos atualmente é baixa. As proporções médias do nutriente do fertilizante absorvidas pelas culturas estão entre 50% e 70% de nitrogênio, 15% e 30% de fósforo e 50% e 70% de potássio, segundo a International Fertilizer Industry Association.

Embora as culturas de milho, café e cana-de-açúcar representem cerca de 71% do consumo de ureia, o Brasil não consegue atender o mercado interno, porque a indústria nacional enfrenta a concorrência de produtos importados, a baixa barreira tarifária, vantagem tributária aos importados, além de barreiras para a expansão da produção de fertilizantes devido ao elevado preço da matéria-prima, a isenção de tributação ICMS sobre os importados, além do elevado nível de investimento na construção de novas plantas de ureia e sulfato de amônia.

Vantagens
Entre as vantagens do fertilizante nanoestruturado, o pesquisador destaca o desenvolvimento de um novo produto de menor custo devido à utilização de matéria-prima nacional, de grande disponibilidade e inovadora, uma vez que esse material não é utilizado até o momento para aplicações como essa. O novo produto também possui capacidade de conformar o material e simultaneamente intercalar o fertilizante na nanoescala a temperaturas próximas a ambiente e com baixo teor de umidade, o que dispensa processos subsequentes específicos de secagem, preservando o fertilizante intercalado por evitar aquecimento do material.

Além disso, Ribeiro afirma que o material obtido em grânulos é mecanicamente coeso e de geometria compatível para aplicação prática, seja por métodos manuais de aplicação de fertilizantes ou mediante sistemas mecanizados; a conformação por extrusão permite a incorporação adicional no processo de diferentes elementos fertilizantes, o que faz com o que o grânulo seja representativo de uma formulação.

"Como o material base é um argilomineral, há o efeito residual de retenção de água proveniente de chuvas ou irrigação após a aplicação e de outros nutrientes já presentes no solo por troca iônica, haja vista que essa é uma propriedade intrínseca da matéria-prima", explica o pesquisador.

Testes
A Embrapa Pecuária Sudeste e a Embrapa Instrumentação avaliaram o desempenho de fontes de nitrogênio de liberação controlada para uso como fertilizantes. O experimento examinou a eficiência do nitrogênio dessas novas fontes em plantas, medindo as perdas na forma de amônia.

O nitrogênio é o elemento essencial para as plantas. A falta da substância pode causar a paralisação do crescimento, amarelecimento das folhas velhas, menores níveis de proteínas nas sementes e nas partes vegetativas.

A ureia é a principal forma de adubação nitrogenada. A baixa eficiência desse fertilizante aplicado na superfície do solo refere-se, principalmente, à perda de nitrogênio por volatilização de amônia. Por isso, é importante o desenvolvimento de novas fontes de fertilizantes mais eficientes.

Testes de eficiência foram realizados com a forrageira azevém, plantada em vasos, para melhor observação dos níveis de nitrogênio, por aproximadamente oito meses na Casa de Vegetação da Embrapa Pecuária Sudeste. A planta foi escolhida por sua alta exigência de nitrogênio e capacidade de rebrote. No período do experimento, foram realizados seis cortes do azevém. Dessa forma, foi possível avaliar com precisão o efeito residual do adubo na forrageira.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Alberto Bernardi, as novas fórmulas de fertilizantes de liberação controlada mostraram-se eficientes nos testes quando comparadas com os fertilizantes comerciais, sendo que as plantas, em todas as rebrotas, apresentaram desenvolvimento e produção equivalentes ou até superiores às fontes tradicionais.

O próximo passo da pesquisa será produzir em escala maior e levar os testes a campo com outras culturas e para isso será importante estabelecer parcerias com empresas.



Fonte: Embrapa

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Calor diminui produtividade e afeta safra de laranja, aponta Fundecitrus

Devem ser colhidas 244 milhões de caixas, 1,9% a menos do esperado.
Em setembro, a estimativa divulgada foi de 249 milhões de caixas.



O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) de Araraquara (SP) divulgou nesta segunda-feira (12) estimativa de queda da safra de laranja 2016/2017. O excesso de calor em setembro e outubro afetou o desenvolvimento dos frutos e diminuiu a produtividade dos pomares.

Devem ser colhidas 244,20 milhões de caixas. O número é 1,9% menor em relação ao divulgado em setembro, de 249,04 milhões de caixas, e 0,6% comparado à estimativa inicial publicada em maio, que foi de 245,74 milhões de caixas.

Segundo o Fundecitrus, a safra de laranja deve ter uma queda de 18% na comparação com o ano passado e vai ser a menor dos últimos 25 anos.

“As laranjeiras tiveram um florescimento exuberante, muito bom, mas cerca de 60 dias depois as temperaturas atingiram patamares muito elevados. Com isso, a queda de frutos foi muito intensa, diminuindo a produtividade das laranjeiras e reduzindo a safra sensivelmente”, disse Juliano Ayres, gerente do Fundecitrus.

Produção menor
Em uma fazenda de Descalvado (SP) com 300 mil pés de laranja a produção diminuiu. “Eu devo produzir aproximadamente 600 mil caixas em 600 hectares, portanto, mil caixas por hectare. E isso é uma queda de 20% em relação ao ano passado”, disse o citricultor Roberto Jank.

Com a oferta menor e o dólar valorizado, o preço da caixa de 40 quilos subiu. “No nosso pomar, o custo de produção é em torno de R$ 15 por caixa e o que a gente está recebendo esse R$ 17, R$ 18 reais por caixa não tem do que reclamar, mas por um motivo muito ruim, que é a escassez da fruta, que não ajuda ninguém. Nem produtor, nem consumidor, nem indústria. Então nós estamos num momento bom, por conta de uma situação ruim, que é a escassez da fruta”, disse.

Revisão
Segundo o Fundecitrus, a revisão para uma safra menor deve-se à adequação do fator de correção (que calcula os desvios da safra) que foi atualizado.

Anteriormente, o fator utilizado levava em consideração a média dos últimos dez anos, mas necessitou ser revisado para se adequar a realidade atual dos pomares, levando-se em consideração o manejo de HLB que vem alterando a configuração dos pomares com a eliminação de árvores doentes e substituição por mudas sadias, resultando na formação de subconjuntos de plantas mais novas com produtividade menor do que as do plantio original em um mesmo talhão.

O impacto desses subconjuntos é significativo na safra atual que teve baixa produtividade, visto que, as plantas mais jovens tiveram menor pegamento dos frutos. A pesquisa de estimativa de safra é realizada pelo Fundecitrus em cooperação com a Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp. O relatório completo está disponível na internet.

Economia instável deixa produtores preocupados com o futuro

As últimas safras de uva em Marialva, somado ao cenário econômico ruim que o País vive, fez com que houvesse uma diminuição da área voltada à cultura na cidade, devido à queda nos níveis de comercialização e a oferta de produto com qualidade inferior. Esta safra - apesar de não ser a ideal em termos de produtividade – pode significar um novo momento para a cultura e os viticultores da região. Números do Deral apontam que entre 2006 e 2015 a área dedicada a uva caiu 31% no Estado, de 6,2 mil ha para 4,3 mil ha. Em Marialva, a queda é de 1.480 ha para 750 ha (49,3%).

Antônio Perez Martinez trabalha com uva há 26 anos. O viticultor aposta numa área de quatro hectares e contrata quatro famílias que atuam como funcionários. "A uva sempre teve altos e baixos, mas o fato é que estamos vindo de três anos ruins e isso justifica a redução de área para a cultura na região. Estou persistindo na atividade porque tenho toda uma estrutura montada e preciso explorá-la ao máximo. Mas devo dizer que minha área está próxima da cidade e logo posso pensar em lotear. Por enquanto, vou trabalhando com as uvas".

Apesar do histórico recente ruim, neste ano a safra do viticultor deve fechar em 100 toneladas distribuídas nas duas safras. O aumento é de 25% comparado ao ano anterior, quando Antônio fechou com 80 toneladas. As variedades produzidas por ele são diversas, como Rubi, Benitaka, BRS Núbia, BRS Vitória, entre outras. "Tivemos um clima melhor, o que nos ajudou em relação à qualidade da uva. O produto que estamos colhendo nesta safra é bem superior às safras anteriores, com um brix maior, uvas mais doces e bonitas. Não tivemos um volume grande, com grande carga, mas houve evolução".

Outro fator que o produtor considera fundamental para melhorar a qualidade de sua safra foi ter encontrado funcionários com uma maior bagagem na atividade. Ele comenta que em outros anos teve muito dificuldade para achar funcionários, pois os que estavam disponíveis no mercado não eram "tecnificados o suficiente para tocar os parreirais". "A maioria dos funcionários não tinham essa experiência na uva e sem qualificação complicava demais o trabalho. Hoje a situação é mais favorável nesse sentido".

Em relação ao manejo e controle de doenças, Antônio comemora pois este ano houve menos ataque de fungos como o Míldio. "O grande problema é que os defensivos agrícolas estão muito caros. Na uva, precisamos trabalhar de forma preventiva para não deixar a doença agir. São aplicações diárias de controle, além da utilização do adubo foliar. Isso encarece demais os custos de produção".

Diferentemente do viticultor Odiney dos Santos, Antônio relata que não está contente com a comercialização até agora e considera que o valor de R$ 4 pago pelo quilo (podendo variar, claro) é muito baixo para manter a renda aos produtores saudável. "A comercialização ainda está fraca e a crise pegou todo mundo. O valor de R$ 4 o quilo, sinceramente, mal cobre os custos. Agora teremos um fôlego durante as festas de fim de ano, mas para a safrinha do ano que vem, tudo volta a ficar complicado. Todo mundo está quebrado e não tem dinheiro pra nada". (V.L.)


Alpestre realiza quarta edição da Festa dos Produtores de Uva

No fim de semana, o município de Alpestre recebeu visitantes de toda a região para celebrar durante a quarta edição da Festa dos Produtores de Uva. O evento, tradicional no município, aconteceu na Linha Gabriúva, interior de Alpestre, no último sábado e domingo (17 e 18/12). A Emater/RS-Ascar é uma das apoiadoras do evento, que celebra uma das mais importantes atividades agropecuárias do município.

A programação de sábado (17/12) teve início às 9h, com a abertura dos estandes. A abertura oficial da Festa, com pronunciamento das autoridades ocorreu às 10h30. A tarde seguiu com torneio esportivo e show musical. No domingo, a partir das 8h, foi servido um típico café colonial e foram recebidas excursões que puderam visitar os parreirais do município. Os estandes da Festa e as atrações que se seguiu até às 19h.

Produção de uva em Alpestre

No município de Alpestre, são 195 famílias envolvidas com a produção de uva, produzindo em uma área de 235 hectares. As principais variedades produzidas são vênus e niágaras rosa e bordô. A produção para esta safra está estimada em torno de quatro mil toneladas de uva. 

O preço médio da uva é R$ 2,00. A variedade vênus já foi comercializada no período de novembro até agora com uma variação de preço de R$ 3,00 a 3,80 para o mercado. A niágara, que está na fase inicial de comercialização, está sendo comercializada entre R$ 3,00 a R$ 4,00 com destino ao mercado. Já a variedade bordô, que será comercializada no final deste mês de dezembro, está contratada em muitas propriedades a R$ 2,00 o quilo.

?Hoje, a viticultura, dentro do valor adicionado para a agropecuária, contribui com 10% do setor. Tendo em vista as condições climáticas favoráveis durante o período de vegetação, frutificação e agora na colheita, a expectativa é de uma boa safra, tanto no aspecto de produtividade, quanto no fitossanitário, o que proporcionará a elaboração de vinhos de boa qualidade para o próximo ano?, revelou o técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Clair Olavo Bertussi.

Outro fator que destaca a viticultura no município de Alpestre é que nas propriedades onde a atividade é a principal ou a segunda opção de renda está acontecendo a sucessão familiar. ?Além disso, em virtude de estarmos localizados na caixa do Rio Uruguai, esta condição de relevo e principalmente de temperatura proporciona a antecipação da colheita. Dessa forma, Alpestre é o primeiro município no Estado a comercializar a uva, especialmente a variedade vênus?, completou Bertussi.

Fonte: Emater - RS

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

PIB do Agronegócio cresceu 4% de janeiro a setembro de 2016

O setor agrícola acumulou alta de 4,97% e a pecuária outros 1,92%


O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 4% nos primeiros nove meses de 2016, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. 

O setor agrícola acumulou alta de 4,97% e a pecuária outros 1,92%. Tanto a agricultura quanto a pecuária tiveram aumento real dos preços no período. O fato contribuiu decisivamente para o desempenho positivo dos dois setores entre janeiro e setembro deste ano.

Em setembro o setor agrícola continuou com índices satisfatórios. A produção primária cresceu 0,80%, serviços, 073%, indústria, 0,55% e insumos, 0,02%. 

Na pecuária os números também foram positivos. Os insumos cresceram 0,78%, indústria 0,20%, serviços 0,28% e primário 0,50%. 

Os setores que formam o PIB do agronegócio apresentaram bom desempenho, entre janeiro e setembro de 2016: insumos, 3,32%; básico, 5,60%; indústria, 2,66%; e serviços 3,90%.