quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Produtos paranaenses com indicação geográfica garantem melhor renda

Os brasileiros acordaram tarde para os benefícios da venda de produtos com indicação geográfica, mas a chance de ter maior renda e ganhar mercados internacionais atrai cada vez mais as associações de produtores organizados. O leitor já conhece o presunto de Parma e o champanhe francês, que têm preços diferenciados pela qualidade comprovada. Quanto ao café do Norte Pioneiro, ao mel de Ortigueira e à goiaba de Carlópolis, logo será apresentado – se é que ainda os desconhece.

São estes os três produtos paranaenses que pertencem a uma das 49 regiões com certificações nacionais de procedência ou de origem no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), conforme o Mapa das Indicações Geográficas do Brasil divulgado na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pouco, se for considerada a tradição e diversificação do Estado, principalmente no que se refere a alimentos.

A boa notícia é que outros oito processos estão abertos no INPI por associações de produtores do Paraná. Tratam-se de pedidos para reconhecimento das uvas finas de mesa de Marialva, da bala de banana de Antonina, do serviço gastronômico do barreado do Litoral, da cachaça de Morretes, da farinha de mandioca do Litoral, do melado de Capanema, do queijo da Colônia Witmarsum, da erva-mate de São Mateus e do mel do Oeste.

Processos que podem ser demorados. A primeira certificação liberada pelo INPI de um artigo brasileiro foi obtida pelos gaúchos do Vale dos Vinhedos, para vinhos tinto, branco e espumantes, em 19 de novembro de 2002. Entretanto, até mesmo os vinhos verdes de Portugal obtiveram a indicação de procedência, no Brasil, três anos antes.

A primeira certificação paranaense foi do café do Norte Pioneiro, em 2012, que atende mais de 200 produtores. Consultor do Sebrae na região, Odemir Carvalho afirma que o pedido foi feito ainda em 2008. "O próprio INPI tinha dificuldades de trabalhar com esses signos distintivos porque não tinha toda a base de exigências que tem agora", cita.

Para ele, os brasileiros se atentaram nos últimos dez anos a algo que países como Portugal, Espanha e Itália fazem há séculos em escala mundial. Com a experiência do Sebrae, que ele considera a entidade que mais trabalha hoje com a padronização de produtos para obtenção de selos geográficos no País, foi possível conseguir a indicação geográfica para a goiaba de Carlópolis em 19 propriedades em menos de oito meses, o recorde nacional. "Mas não costuma sair em menos de dois anos", diz Carvalho.

O superintendente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, confirma que o interesse é recente. "Apesar de ter sido adotado de dez anos para cá, o trabalho tem sido bem feito, como o Fábrica do Agricultor, que incentiva os produtores ao empreender rural", diz, sobre o projeto do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Vantagens

O consultor do Sebrae diz que as indicações geográficas são ideais para garantir a lucratividade principalmente em pequenas propriedades. "Depende de um trabalho associativo forte, porque tem de ser o desejo da maioria, com esforço para diferenciar o produto e permitir a venda em escala."
Com os selos, há também a garantia de rastreabilidade dos produtos e de qualidade, o que garante mercados e um preço maior para os produtos. Contudo, Carvalho lembra que se trata de um processo que tem benefícios para além da certificação. "Serve para provocar o crescimento regional, com padronização, desenvolvimento de produtos com valor agregado, exportações, tudo para trazer melhores condições para a comunidade local", diz.
O superintendente da Ocepar explica que há uma série de requisitos que devem ser cumpridos, como menor uso de produtos químicos, para ganhar mercados em outros estados e no exterior. "Copiamos o modelo italiano por aqui, que tem valorização de 50% a 100% para os produtos com indicação de origem."

Suco de laranja é o terceiro produto mais exportado do agronegócio paulista

O suco de laranja é o terceiro produto na pauta de exportação do agronegócio paulista, no período de janeiro a setembro deste ano, segundo relatório da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os sucos geraram US$ 1,39 bilhão – dos quais 97,9% são referentes ao suco de laranja –, ficando atrás apenas dos produtos do complexo sucroalcooleiro (US$ 5,82 bilhões) e das carnes (US$ 1,50 bilhão, em que a carne bovina respondeu por 79,5%), e ficando à frente dos produtos do complexo soja (US$ 1,33 bilhão) e produtos florestais (US$ 1,15 bilhão). Esses cinco agregados representaram 81,4% das vendas externas do agronegócio paulista. 

As exportações de suco tiveram crescimento de 4,1%, na comparação do período de janeiro a setembro de 2016 com o de 2015. O produto representa 10% da exportação do agronegócio paulista. 

Segundo com o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA) José Roberto Vicente, as exportações no agronegócio atingiram US$ 13,75 bilhões, um crescimento de 17,5%, enquanto as importações tiveram queda de 14,8%, somando US$ 3,34 bilhões, o que resultou em um superávit de US$ 10,41 bilhões. “Em comparação aos nove primeiros meses de 2015, o desempenho representou um aumento de 33,8% no saldo comercial do agronegócio”, afirmou.

Nos demais setores, as importações somaram US$ 35,32 bilhões e as exportações US$ 20,72 bilhões, gerando um déficit comercial de US$ 14,60 bilhões.

No total, Estado de São Paulo exportou, nos nove primeiros meses de 2016, US$ 34,47 bilhões, 2,3% mais do que no mesmo período em 2015, e importou US$ 38,66 bilhões, 21,9% a menos do que nos nove primeiros meses do ano anterior. “O comércio exterior paulista seria muito mais deficitário não fosse o desempenho do agronegócio”, afirma Vicente. 

Brasil

O agronegócio também foi responsável por minimizar o déficit da balança comercial brasileira também. As exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 0,6% em relação a igual período do ano anterior, atingindo US$ 67,36 bilhões (48,3% do total). O superavit do agronegócio no período foi de US$ 57,57 bilhões, 1,3% superior ao de janeiro-setembro do ano passado. Os demais setores geraram exportações de US$ 72,01 bilhões e importações de US$ 93,40 bilhões, produzindo um deficit de US$ 21,39 bilhões.

Os sucos representam o oitavo grupo do agronegócio brasileiro nas exportações até setembro, com US$ 1,6 bilhão, o que representa um aumento de 5,33%, em relação ao mesmo período do ano passado, mas ocupa uma fatia 2,37% das exportações do agronegócio brasileiro.

O suco foi o destaque na participação do agronegócio paulista no agronegócio nacional, sendo responsável por 87% da produção brasileira, seguido de produtos alimentícios diversos (75,8%); complexo sucroalcooleiro (71,3%); plantas vivas e produtos de floricultura (62,8%); demais produtos de origem vegetal (55,8%); produtos oleaginosos (46,8%); demais produtos de origem animal (44,1%); rações para animais (39,8%); animais vivos (34,1%); produtos apícolas (28,4%); lácteos (27,5%); e bebidas (25,6%).


Fonte: Fundecitrus

Fundecitrus lança livro sobre pinta preta

O Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura lança, nesta quarta-feira (26), o livro Pinta Preta: a doença e seu manejo para auxiliar citricultores, pesquisadores e profissionais do setor citrícola a compreender a importância e os danos dessa doença que é uma das mais importantes da citricultura brasileira e mundial e, principalmente, disponibilizar todas as estratégias de manejo disponíveis.

A publicação traz a experiência de seis especialistas de duas universidades e dois institutos de pesquisa. Escrito por Geraldo José da Silva Junior e Renato Bassanezi, do Fundecitrus, Eduardo Feichtenberger, do APTA de Sorocaba, Marcel Bellato Spósito e Lilian Amorim, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) e Antonio de Goes, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, é uma das publicações mais atuais e completas sobre o assunto.

Com 208 páginas, o livro aborda a história e distribuição da doença no Brasil e no mundo, o seu impacto na produção e comercialização de frutas cítricas, os procedimentos para exportação, as informações sobre o fungo causador da doença, os hospedeiros, os sintomas, as formas de mensurar a doença, as relações entre o fungo, a planta e o ambiente, além de uma gama de informações relacionadas sobre manejo, inclusive sugestões de programadas de controle para diferentes situações e perfis de pomares.

“Decidimos reunir os principais especialistas brasileiros no assunto e escrever essa obra, pois existem diversos resultados de pesquisas publicados sobre a doença desde a década de 1990, mas os profissionais do setor têm acesso restrito a eles. Esperamos que esse livro possa ser uma fonte importante de consulta para toda cadeia citrícola”, afirma o organizador do livro Geraldo J. Silva Junior.

A publicação está disponível gratuitamente aos profissionais que atuam na citricultura e pode ser adquirido gratuitamente pelo telefone 0800 112155 ou pelo e-mail comunicacao@fundecitrus.com.br .
Livro Pinta Preta: a doença e seu controle – lançamento e sessão de autógrafos

Data: 26 de outubro de 2016, às 9 horas

Local: Auditório Fundecitrus – Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201 – Vl. Melhado – Araraquara/SP

Autores: Geraldo José da Silva Junior (Fundecitrus), Eduardo Feichtenberger (APTA), Marcel Bellato Spósito (Esalq/USP), Lilian Amorim (Esalq/USP), Renato Beozzo Bassanezi (Fundecitrus) e Antonio de Goes (Unesp)

208 páginas

Clique aqui para fazer a inscrição para o evento
Fonte: Fundecitrus

Helicoverpa armigera nunca desapareceu e está muito bem-adaptada

“A Helicoverpa armigera nunca desapareceu por completo, e nem poderia, já que está presente em diferentes regiões e cultivos no Brasil e muito bem-adaptada”. A afirmação é da Doutora em entomologia Cecilia Czepak, que foi ouvida com exclusividade pelo Portal Agrolink sobre o ressurgimento de surtos da lagarta nesta safra.

“Afirmamos isso porque em Goiás temos cultivos de tomate em larga escala e por ser este cultivo um hospedeiro preferencial da praga sua presença sempre é observada, principalmente quando o controle não se faz efetivo e, como consequência, nas culturas de verão ela se mostra também presente, mas ‘controlada’”, explica Cecilia, que também é professora titular da Escola de Agronomia UFG/GO.

A especialista conta que manteve monitoramentos de forma contínua em alguns sistemas agrícolas, irrigados e de sequeiro, o que revelou que a praga se disseminou de uma forma surpreendente no Estado. A pesquisa contou com o auxílio da Agrodefesa, Lanagro/Mapa, Emater e Faeg, tendo como suporte financeiro a Fundação de Amparo a Pesquisa em Goiás (Fapeg), 

“Assim, posso afirmar que se equivocou quem disse que essa praga não era mais problema para o Brasil, basta lembrar que nas regiões de origem da Helicoverpa armigera ela nunca deixou de incomodar e, portanto, as pesquisas por lá nunca cessaram, ao contrário do Brasil”, salienta.

A Doutora conta que nesses últimos anos recebeu relatos da presença da praga de uma forma mais branda em outros estados, dando entender que a situação também estava “sob controle”: “Algumas áreas agrícolas mais atacadas, outras menos e quando a situação parecia grave o controle químico se fazia presente como a ferramenta usual para Helicoverpa armigera”.

“Talvez tenha sido esse o problema, por mais que tenhamos sido alertados por quem já passou grandes prejuízos – como por exemplo os australianos –, após os surtos de 2013 não levamos tão a sério essa lagarta e a lição ficou esquecida. Mas como essa é uma praga que não se brinca, ela volta de tempos em tempos para nos colocar em alerta. Tomara que esses surtos não se tornem cada vez mais frequentes nos anos que virão, pois isso seria muito ruim para a agricultura brasileira”, conclui.


Foto: Cecilia Czepak


Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Festival da Uva, em São João do Piauí, acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de novembro

O Governador do Piauí, Wellington Dias, se reuniu na manhã desta segunda-feira (24) no Palácio de Karnak com vários órgãos envolvidos na realização do Festival da Uva. O evento acontece no município de São João do Piauí, localizado a 281 quilômetros de Teresina.

O Festival, que acontece entre os dias 11 a 13 de novembro, tem como um dos objetivos, comemorar e promover a produção de uvas no município. É um dos maiores eventos no estado. "É importante que o evento não seja apenas só festa, seja também uma combinação de atividade cultural e de empreendedorismo, no intuito do desenvolvimento da região", ressaltou Wellington Dias.

A Secretaria de Turismo do Piauí (Setur), é responsável por coordenar as ações dos órgãos envolvidos. "Um evento como esse já consagrado no nosso estado, sem dúvidas deve acontecer de forma ordenada e planejada. Estamos nos reunindo desde muito antes com os demais órgãos para que tudo seja definido e concluído", destacou o gestor, Flávio Nogueira Júnior, ressaltando ainda que os turistas podem desfrutar dos atrativos da região, como o balneário Jenipapo.

A produção de uva na região começou em 2007, no Assentamento Marrecas, e desde o ano de 2010, o Festival reúne várias vertentes econômicas, além do agronegócio da uva, movimenta a gastronomia, o artesanato e fomenta o turismo. "Estamos otimistas em mais uma edição do Festival, já que este dá notoriedade para o município", disse o prefeito de São João, Gil Carlos.

A idealizadora do evento, atual secretária estadual de educação, Rejane Dias esteve presente e destacou também a importância de que o festival vai além de festa e lembrou ainda da organização de edições passadas. "É importante que os órgãos estejam envolvidos. O festival, além do lado festivo, traz desenvolvimento", lembrou.

O Festival da Uva deverá ter atividades no Assentamento Marrecas e demais pontos atrativos da cidade. Além disso, ações do Sebrae como capacitação voltada para restaurantes, hospedagem de forma geral. Órgãos como a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também estarão presentes para levar a segurança do evento e região.

Além da Setur, estiveram presentes também representantes da Segov, Seduc, Secult, SDR, Semar, Segurança, Sesapi, Seinfra, PM, Bombeiros, Interpi, Emater, Idepi, Agespisa, CCom, Fundespi, Embrapa, Gamil, PRF, Codevasf, Dnocs, Incra, Federação da Agricultura e outros.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Brasil tem potencial para aumentar exportações de vinhos e espumantes, diz ministro

O ministro Blairo Maggi disse que o vinho faz parte de em um estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que vai identificar as cadeias produtivas com potencial de crescimento nas exportações. “Os vinhos e os espumantes produzidos no Brasil têm sido cada vez mais premiados e com aceitação crescente nos mercados nacional e internacional”, ressaltou o ministro, na abertura do 39° Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, nesta segunda-feira (24), em Bento Gonçalves (RS).

O estudo das cadeiras produtivas será usado para reforçar a meta do ministério de aumentar de 6,9% para 10% a participação do Brasil no mercado mundial agropecuário, em cinco anos. “Como produtores, precisamos sair mundo afora para vender nossos produtos”, destacou Blairo.

Esta é a primeira vez que o Brasil sedia o congresso mais importante do setor vitivinícola mundial, promovido pela Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV, na sigla em inglês). O encontro termina na próxima sexta-feira (28). “Quem quer conquistar mercado precisa se mostrar e este evento mostra a região de Bento Gonçalves, a região Sul e o Brasil como produtores de vinho com qualidade e com disponibilidade de matéria-prima”, acrescentou o ministro.

Representantes do setor vitivinícola pediram a redução de tarifas e impostos sobre os produtos feitos a partir da uva. O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Rech Pasin, apresentou também uma proposta de tornar as áreas produtoras de uva e vinho uma “zona franca”, sem a cobrança de impostos, para atrair mais turistas à região. O ministro disse que vai levar os pedidos à área econômica do governo (Tesouro Nacional, Ministérios da Fazenda e do Planejamento).