sexta-feira, 6 de maio de 2016

Modelo matemático prevê dispersão do HLB dos citros

Um modelo matemático pode ajudar o agricultor a avaliar o impacto da doença huanglongbing (HLB), também conhecida como greening, nas lavouras citrícolas do País. O modelo foi elaborado pela matemática Ana Paula Diniz Marques como parte de sua dissertação de mestrado, com orientação do docente Takaaki Ohishi, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e colaboração da pesquisadora Sônia Ternes, da Embrapa Informática Agropecuária (SP).

Para auxiliar os produtores na tarefa de controlar o inseto que transmite a doença, o trabalho matemático segue a abordagem do Modelo Baseado no Indivíduo (MBI), que permite verificar o comportamento e a dispersão da praga ao longo do espaço e do tempo, considerando fatores como produtividade, distribuição espacial, idade e sanidade das plantas.

O HLB é causado pelas bactérias Candidatus Liberibacter (Ca.L.) asiaticus e Ca.L. americanus. A doença é o maior problema dos laranjais de São Paulo, o principal estado produtor de suco de laranja. As técnicas mais utilizadas para combater a doença são a eliminação das plantas infectadas e o controle do vetor, um inseto psilídeo de três a quatro milímetros de comprimento chamado Diaphorina citri.

Por ser uma doença com indicativo de remoção de plantas sintomáticas, é muito complicado realizar estudos epidemiológicos de grande escala a campo. "É aí que entram os modelos", afirma Francisco Laranjeira, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA). "O problema do HLB dos citros pode ser enquadrado na questão do manejo de pragas em paisagens agrícolas. Ou seja, seu controle não é possível se as práticas forem voltadas apenas para o manejo de pomares isolados. Diversas escalas espaciais devem ser consideradas para ajustar o manejo não só na microescala do pomar, mas chegando até ao manejo regional", explica.

O modelo criado na FEEC avalia a situação do pomar infectado e oferece ao produtor uma previsão de quais serão as consequências da praga no cultivo. É possível estimar, por exemplo, se o lucro terá queda em longo prazo ou se há expectativas de melhora da produtividade. Outro benefício trazido pelo estudo é a discussão de algumas orientações de manejo para lavouras infectadas publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2008 (Instrução Normativa nº 53), como a obrigatoriedade da inspeção de pomares citrícolas a cada três meses para remoção das plantas com sintomas da doença.

A pesquisa de Ana Paula ainda levou em consideração a relação entre a idade das plantas e a incidência da doença, já que o psilídeo se reproduz nas brotações, fase que ocorre de modo mais intenso nas árvores mais novas. A conclusão é de que, quanto mais jovem o pomar infectado, pior o impacto da doença na vida produtiva da planta. O estudo também ressalta a importância da detecção das plantas com sintomas e do manejo contínuo de pomares vizinhos, já que os psilídeos podem passar de uma plantação para outra. Entre os principais indícios da doença, estão o aparecimento de ramos com folhas amareladas e curvadas e a produção de frutos assimétricos e com tamanho reduzido. Em alguns casos, a árvore pode até mesmo parar de produzir frutos.

Parceria para combater a praga

Entre as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e parceiros voltadas ao huanglongbing, está o HLB BioMath fase 2, que propõe uma abordagem biomatemática como suporte à defesa fitossanitária e avaliação de tecnologias de manejo. Estima-se que, apenas na Bahia, a entrada da doença poderia ocasionar perdas de quase dois bilhões de reais.

O objetivo do projeto é desenvolver ferramentas que auxiliem no monitoramento, detecção e erradicação da doença. Na etapa inicial, a equipe utilizou um modelo matemático clássico, que permitiu a avaliação da dinâmica da doença ao longo do tempo. Já a fase dois tem como ponto-chave o desenvolvimento de um Modelo Baseado no Indivíduo, capaz de expandir os aspectos analisados sob o ponto de vista espacial. Esse tipo de modelo é o mais indicado para lidar com sistemas mais complexos que envolvam comportamento diferenciado dos vetores conforme fase de vida, presença de hospedeiros alternativos e diferentes configurações espaciais das plantas suscetíveis.

A pesquisadora Sônia Ternes ressalta que a tese acadêmica produzida por Ana Paula Marques poderá contribuir para pesquisas realizadas na Embrapa, principalmente na segunda fase do projeto HLB BioMath. "O modelo trabalha um tema atual e importante, com uma abordagem promissora e ainda pouco usada na nossa área. Vamos usar como base algumas dessas experiências para a avaliação da análise espacial da doença", explica.

Os projetos HLB BioMath já desenvolveram vários modelos que vêm sendo aplicados para análise de critérios legislativos de amostragem e controle, análise de cenários de disseminação em nível regional, simulação de amostragem para detecção precoce em micro e macroescalas espaciais e também avaliação da influência de populações de hospedeiros alternativos na disseminação da doença. "A ideia é usar esses modelos para testar configurações de pomar que possam ser úteis como estratégia 'push and pull' de controle de vetores. Ou seja, atrair inimigos naturais e repelir os vetores", conta Laranjeira, líder dos projetos.

Um dos destaques desse novo estágio da pesquisa será o estudo da murta, planta conhecida por seu uso em cercas vivas, como aliada na prevenção e no tratamento da doença em pomares. "A murta é uma hospedeira alternativa do HLB, mas oferece um ciclo de desenvolvimento diferente da doença, se comparada aos citros. Queremos saber se a murta colocada próxima ao plantio funcionaria como um atrativo da praga, livrando o pomar, ou, se depois de um tempo, ela aceleraria a infestação", esclarece Sônia. Caso os benefícios dessa prática sejam comprovados, ela poderia se tornar uma recomendação técnica do Mapa.

Sônia ainda destaca a importância dos avanços computacionais para a realização dos estudos. "Como não é possível fazer experimentos no campo com HLB, já que é preciso ter um ambiente controlado, é com a simulação computacional que podemos testar as várias hipóteses e tentar prever o que poderia acontecer com diferentes configurações de pomares com murta ou policultivos", afirma. A análise da aplicação de murtas em áreas de cultivos citrícolas está prevista para gerar resultados até o fim de 2017.

De acordo com dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, 42,5 milhões de plantas sintomáticas foram arrancadas entre 2005 e 2015, somente em terras paulistas. O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) identificou que na produção de 2015 cerca de 18% das plantas apresentavam sintomas. Por conta do aumento na incidência do HLB e dos altos custos da produção, muitos produtores têm abandonado as lavouras de citros do País, responsável por 60% da produção mundial de suco de laranja, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Fonte: Embrapa

Citros/Cepea: moagem da safra 2016/17 é iniciada em SP

O processamento das laranjas da safra 2016/17 foi iniciado nas grandes indústrias do estado de São Paulo. Segundo dados do Cepea, os valores pagos pela laranja no mercado spot estão firmes, com os preços oferecidos entre R$ 16,00 e R$ 18,00/cx de 40,8 kg, colhida e posta na indústria, e podem, inclusive, superar os de alguns contratos em dólar para a safra, que têm sido fechados entre US$ 4,00 e US$ 5,50/cx – o que equivaleria a R$ 18,00/cx. 

Esse cenário pode aliviar a situação de baixa rentabilidade do produtor independente, verificado em safras recentes, quando os preços pagos pelas indústrias ficaram abaixo dos custos com a atividade. Do lado das processadoras, o maior gasto com matéria-prima poderá impulsionar o valor do suco de laranja no mercado internacional.

Fonte: Cepea/Esalq

Matéria-prima para fertilizantes pode acabar em 80 anos, dizem cientistas

Os estoques de fósforo, um dos produtos mais importantes na fabricação de fertilizantes, podem acabar em 80 anos. É o que dizem os pesquisadores da Universidade Washington, em Saint Louis, no meio-oeste dos EUA. Com base nisso eles trabalham para encontrar alternativas para a produção sustentável de alimentos. O objetivo é usar a tecnologia das nanopartículas em um esforço de abastecer a crescente demanda mundial por comida.

A técnica inovadora dos cientistas, usando nanopartículas de óxido de zinco, estimula o crescimento de um feijão rico em proteína através do melhoramento do modo de absorção dos nutrientes enquanto diminuiu a necessidade de fertilizantes feitos a partir de pedras de fósforo.

Ramesh Raliya, um dos cientistas da pesquisa, e Pratim Biswas, presidente do Departamento de Energia, Meio Ambiente e Engenharia Química, explicam que este é o primeiro estudo que mostra como mobilizar fósforo nativo no solo usando nanopartículas de óxido de zinco sobre o ciclo de vida das plantas, da semente até à colheita. Segundo eles, as lavouras de grãos precisam de fósforo para crescer, e os agricultores estão utilizando cada vez mais fertilizantes à base de fósforo à medida que aumentam a produção para alimentar a crescente população mundial.

No entanto, as plantas só absorvem 42% do fósforo aplicado no solo. Além disso, quase 82% do fósforo do mundo é utilizado como fertilizante, mas é uma oferta limitada, diz Raliya. “Se os agricultores usarem a mesma quantidade de fósforo como eles estão usando agora, a oferta mundial será esgotada em cerca de 80 anos”, disse. “Agora é o momento para o mundo para aprender a usar o fósforo de uma forma mais sustentável.”

Os testes foram feitos com um tipo de feijão cultivado especialmente na China, sudeste da Ásica e na Índia, onde 60% da população é vegetariana e baseia-se em fontes de proteína de origem vegetal. O feijão é uma cultura que se adapta facilmente em várias condições climáticas e é muito acessível para as pessoas cultivarem. Raliya disse que 45% do uso de fósforo em todo o mundo para a agricultura ocorre na Índia e China. Grande parte do fornecimento de fósforo nos países em desenvolvimento é importado dos Estados Unidos e de minas de fosfato baseados no Marrocos.

“Esperamos que este método de utilização de nanopartículas de óxido de zinco possa ser implantado em países em desenvolvimento onde os agricultores estão usando um monte de fósforo”, disse Raliya. “Esses países são dependentes dos EUA para exportar fósforo para eles, mas, no futuro, os EUA também podem ter que ajudar a fornecer alimentos. Se esta cultura pode crescer de uma forma mais sustentável será útil para todos.”

Leia aqui o artigo completo. 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Agricultura familiar contará com mais de R$ 880 milhões até 2019

Os agricultores familiares poderão contar com R$ 881,26 milhões do governo federal, até 2019, para apoio à comercialização de sua produção por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os recursos foram assegurados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) através de Termo de Execução Descentralizada (TED) publicado esta semana no Diário Oficial da União e se destinam às modalidades Compra com Doação Simultânea (CDS) e Aquisição de Sementes do PAA.

A CDS tem como finalidade o apoio aos agricultores familiares, por meio de cooperativas e associações, a partir da compra de sua produção. O limite é de R$ 8 mil por ano por unidade familiar, e de R$ 800 mil por organização fornecedora, respeitados os limites por unidade familiar. Os alimentos adquiridos são destinados ao abastecimento da rede sócio-assistencial e também de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional, como restaurantes populares e cozinhas comunitárias.

Já na modalidade de Aquisição de Sementes, organizações de agricultores familiares vendem o produto ao governo federal. As sementes adquiridas são doadas a famílias que tenham Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP Física), e estejam descritas no Plano de Distribuição, com prioridade para mulheres, assentados, povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais. O limite por agricultor é de R$ 16 mil por ano e cada associação ou cooperativa tem um limite anual de R$ 6 milhões.

Na semana passada, o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) assegurou outros R$ 46,84 milhões para novos projetos na modalidade de Apoio à Formação de Estoques da agricultura familiar. O aporte será utilizado pelo período 2016/2019.

A Conab já começou a receber novas propostas para participação no PAA em todas as modalidades do programa. Cooperativas e associações de agricultores familiares interessados em participar devem apresentar seus projetos por meio do sistema PAAnet, disponível para download no site da Companhia.

Informações geradas pela agricultura de precisão garantem maior produtividade das lavouras

Ferramentas de alta tecnologia usadas pela AP contribuem para o planejamento e gerenciamento dos processos da produção agrícola


A agricultura de precisão começa a ganhar evidência no Brasil com o investimento, pelos produtores, em equipamentos que podem oferecer informações essenciais para aumentar a produtividade das lavouras e reduzir perdas. Para que haja um maior controle dentro das propriedades, a adoção de novas tecnologias é fundamental. O volume de dados que a agricultura de precisão gera contribui para o planejamento e gerenciamento de todos os processos da produção agrícola, proporcionando maior competitividade.

Além do uso de ferramentas de alta tecnologia, os fundamentos desse sistema de produção podem ser empregados no dia-a-dia das propriedades para organizar e controlar as atividades, gastos e produtividade em cada área. Para Marcio Albuquerque, diretor da Falker, empresa que desenvolve soluções na área, a agricultura de precisão permite um nível de conhecimento sobre a lavoura que reduz a margem para erros e desperdícios, contribuindo decisivamente para o aumento da produtividade. “A agricultura de precisão veio para ficar. O que hoje chamamos de agricultura de precisão, será a agricultura convencional de daqui alguns anos”, afirma Albuquerque. 


O conjunto de ferramentas para agricultura de precisão faz parte da linha de produção da Falker, que há dez anos trabalha neste segmento do mercado agrícola. Neste mês, a empresa está lançando uma nova geração de GPS voltada à coleta de dados para AP, que mantém a simplicidade de uso da versão anterior e é um dos elementos do Kit Falker, que inclui ainda amostradores de solo, software para geração de mapas e instrumentos eletrônicos para análise de parâmetros agronômicos como compactação do solo, controle de irrigação e nutrição de plantas. Conforme Albuquerque, trata-se de uma solução integrada que facilita a coleta de dados para agricultura de precisão. 

A nova versão do GPS FieldBox é um produto nacional, sem concorrentes nacionais e com preço acessível. Ele apresenta um novo hardware eletrônico, software mais leve e com interface renovada, novo design e redução de peso. Entre os destaques do produto estão uma nova tela de sete polegadas, com visualização em todas as condições de iluminação, nova tecnologia de touch-screen, além de mecânica robusta para trabalho em campo. “Este equipamento guia o produtor ao local onde deve ser feita a amostragem e quem que trabalha com amostragem reduz custos e tempo. Com base no resultado, o produtor tem como corrigir o solo em taxa variável”, garante o diretor da Falker.

A funcionalidade da nova versão do GPS FieldBox segue a mesma, sendo utilizado para guiar amostragem em campo. Mais informações podem ser conferidas no endereço http://www.falker.com.br/produto-fieldbox-gps-coletor.php.


Frutas Nativas são destaque em dois projetos de sustentabilidade da biodiversidade

Nesta quinta e sexta-feira (5 e 6/05), os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial e o Colegiado de Desenvolvimento Territorial dos Campos de Cima da Serra, promovem atividades para divulgação da Rota dos Butiazais e da Cadeia Solidária das Frutas Nativas. A programação acontece nos municípios de Pinhal da Serra e Vacaria/RS. A Rota dos Butiazais é uma iniciativa da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) em parceria com três municípios gaúchos, já a Cadeia Solidária das Frutas Nativas é articulada via projeto Ecoforte, da Rede Ecovida do RS, com a participação de 32 municípios de diversas regiões do Estado.

A Rota dos Butiazais
O butiá foi selecionado como uma das plantas do futuro pelo projeto do Ministério do Meio Ambiente, que busca estabelecer políticas públicas de promoção do uso sustentável da biodiversidade. Esta seleção reforça a ideia da formação da Rota dos Butiazais, que envolve os governos municipais de Giruá, Santa Vitória do Palmar e Tapes, onde busca reunir numa rede municípios, ONGs, agricultores, artesãos e empreendedores para a conservação e uso sustentável dos butiazais e a sua integração com setores de gastronomia, artesanato, cultura e turismo. No momento como promoção da Rota estão sendo feitas análises nutricionais do fruto e um livro ilustrado de Receitas das Plantas do Futuro da Região Sul do Brasil, através do projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN). Inclusive, duas das receitas vencedoras do concurso Balaio de Sabores da 10ª Festa do Butiá foram selecionadas para integrar a publicação.

A Cadeia Solidária das Frutas Nativas
Esta Cadeia surgiu do protagonismo de agricultores ecologistas, ONGs, associações, cooperativas e empreendimentos da economia solidária e está vinculada ao Projeto Ecoforte da Rede Ecovida do RS. Presente em municípios dos Territórios Rurais Campos de Cima da Serra, Litoral, Missões, Produção e Nordeste, envolve também empreendimentos urbanos de processamento e comercialização localizados em Passo Fundo, Caxias do Sul, Porto Alegre e Litoral Norte. As frutas que ganham destaque neste projeto são sete espécies nativas - guabiroba, butiá, araçá, jabuticaba, goiaba, banana e juçara (açaí gaúcho) - disponíveis em escala comercial em mais de 25 tipos de produtos (polpa, picolé, sorvete, bolos, salgados, sucos).

Sobre as atividades
Nesta quinta-feira (5/05), o primeiro dia de trabalho, a Embrapa Clima Temperado conduz a agenda das atividades junto aos agricultores do assentamento Nova Esmeralda, aonde é apresentado o histórico do trabalho de valorização do butiá no Estado e, especialmente, no município de Pinhal da Serra. Um almoço está programado para servir pratos baseados em frutas nativas. Durante a tarde, acontece uma visita às áreas de extrativismo de butiá e à unidade de processamento.

No dia de amanhã (6/05), no auditório da da UERGS/Vacaria, se realiza um painel de trabalhos para discussão sobre as articulações realizados pelas organizações envolvidas nas duas ações, com debate de ações futuras e o papel de cada uma. As organizações envolvidas são: CETAP, Projeto Ecoforte, Embrapa Clima Temperado, NIPEDETE Campos de Cima da Serra, ECOTORRES, UERGS e Faculdade de Nutrição da UFRGS, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Ministério do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. 

Fonte: Embrapa

Treinamento ensina como colher e embalar bananas tipo exportação

Trabalhadores das fazendas Uirapurú, Barriguda, Condômio, Frutis e Itapicuru localizadas no município de Jaíba, Norte de Minas, foram capacitados pelo SENAR Minas no curso Tratos Culturais, Colheita e Pós-Colheita Convencional e Embalagem de Banana, com o objetivo de melhorar a qualidade e a aparência da banana tipo exportação.

As propriedades são produtoras de banana e estão entre as exportadoras do produto para a Europa, com o Selo Região do Jaíba. Esta foi a primeira vez que o curso foi realizado na região. O treinamento, realizado em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Jaíba e Matias Cardoso pelo instrutor Anderson Botelho, chama a atenção dos trabalhadores para todas as etapas do processo, que envolve desde o plantio da banana até o envio ao seu destino final.

Muitos produtores e trabalhadores deixam de dar a atenção necessária a estes aspectos, que são de suma importância para quem compra e consome o produto. Segundo o instrutor, têm que se levar em conta não só a parte da produção da banana, como também a parte que envolve a pós-colheita, tipos de danos, classificação dos frutos, pesagem e selagem dos frutos, embalagem, confecção de cargas e colocação de caixas, dentre outros aspectos que devem ser observados para garantir a qualidade e conservação das frutas.

Conforme o gerente regional do SENAR Minas em Montes Claros, Dirceu Martins, a embalagem é de extrema importância no processo logístico, pois ela vai garantir a integridade do produto e informações sobre o mesmo. É na embalagem que estão registrados o nome da marca, data da colheita e validade do produto, forma de produção, nome do produtor, registro, local de origem, dentre outras. “Na hora de embalar as frutas, os cuidados têm que ser redobrados, pois as embalagens tem que garantir que as mesmas cheguem em perfeitas condições ao destino final. A marca e as informações na embalagem vão diferenciar este produto dos concorrentes”.

Marcos Antônio Oliveira, da Fazenda Itapicurú, trabalha como embalador de bananas há 16 anos. Para ele, o treinamento ajudou a entender que embalar não é só colocar a fruta dentro da caixa, mas que todo um processo tem de ser observado para que a fruta não sofra nenhum tipo de estrago. Por exemplo, a embalagem tem que estar atrelada aos tipos de transporte que vão levá-la a seu destino final, para que não sofra danos.

Ainda segundo o instrutor Anderson Botelho, a falta de atenção a estes aspectos pode trazer prejuízos financeiros aos produtores de banana, pois a fruta danificada vai provocar insatisfação ao cliente.

“Com o processo feito de forma certa, ganha todo mundo: produtores, trabalhadores, transportadores, fabricantes de embalagens e clientes, que passam a receber suas frutas de acordo com o desejado e, principalmente, os consumidores, que vão ter um produto de qualidade em sua mesa”, conclui o instrutor.

Comissão sobre defensivos agrícolas debate características da agricultura brasileira

A comissão especial que analisa proposta que regulamenta o uso de defensivos agrícolas (PL 3200/15) realiza audiência pública hoje para discutir as características da agricultura brasileira. O debate foi proposto pelo relator do colegiado, deputado Luiz Nishimori (PR-PR).

O projeto em análise pela comissão, do deputado Covatti Filho (PP-RS), substitui a atual Lei dos Agrotóxicos (7.802/89), que é revogada pelo texto, sendo inclusive o nome agrotóxico substituído por “defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental”. Para o autor, essa lei está defasada e incompatível com acordos internacionais ratificados pelo Brasil, como o Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, internalizado pelo País pelo Decreto 1.355/94. 

Durante os trabalhos, a comissão irá discutir questões que abrangem da fabricação de defensores agrícolas ao consumidor final.

Convidados
Foram convidados para discutir o assunto com os deputados:
- a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Daniela Frozi; e
- o presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli.

A audiência está marcada para as 9h30, no plenário 10.

Transformar o lixo produzido em fertilizante para a agricultura

Foi a ideia de criação de uma oficina de compostagem que o levou ao concurso, onde se sagrou vencedor ante os dez projetos concorrentes selecionados de centenas de candidaturas. Dos dez só três foram selecionados, e por isso, além de Eugénio Soares com o projecto ecológico de transformação de lixo em adubo, estão outros dois jovens empreendedores com projectos sobre a criação de uma plataforma para promoção do turismo nacional e um outro relacionado com a criação de um aplicativo para empresas prestadoras de serviços e utentes de smartphones. Trata-se de Lopo dos Santos e Metume de Lemos. 

Os três jovens vencedores do concurso “Startupper do ano” realizado pela petrolífera Total estão prestes a concretizar a actividade empreendedora com a assinatura na semana passada de um acordo de apoio financeiro às iniciativas empresariais e formação técnica, cujos signatários foram o BAI e a própria Total. 

“A assinatura representa um sinal de compromisso da parte da sociedade e das empresas grandes em dar valor às ideias inovadoras. É um sinal de fé em nós. Viemos apenas vender as nossas ideias, os nossos sonhos quanto ao que podemos fazer pelo nosso país”, referiu o segundo classificado do concurso, Lopo dos Santos, ao Jornal de Angola.

Eugénio Soares, mais do que nunca, sabe agora que o seu projecto tem pernas para andar. Numa primeira fase o foco vai ser a recolha de resíduos orgânicos a partir dos grandes geradores (restaurantes, hotéis e indústrias), onde vão deixar ficar recipientes apropriados para os resíduos. Depois de cheios, os recipientes são enviados para a área de processamento, onde ocorre a transformação de resíduos em adubo. 

Segundo o empreendedor, a ideia do negócio não passa apenas por se eliminar o lixo. É também educar as pessoas e levá-las a perceber que enquanto participantes da problemática devem também contribuir para a solução. “Queremos retirar das ruas a porção de resíduo orgânico que são os causadores de cheiros e geradores de vectores. Ao tirar esta porção vamos fazer com que o resíduo que chegue ao aterro sanitário seja a porção seca que é mais bem fácil de compactar”, sublinhou. 

Formado em engenharia ambiental, o jovem empreendedor quer dar outro rumo ao lixo e fortalecer a agricultura com fertilizantes feitos pela sua empresa a partir de resíduos, que vão ser recolhidos porta a porta. “Concebi o projecto no Brasil e sempre acreditei na resolução da problemática do lixo que não só assola o país, mas também o mundo. A gestão de resíduos sólidos é uma questão a ter em conta nos tempos que correm”, notou. 

Twendy “vende experiências”

Lopo dos Santos é o segundo classificado do concurso “Startupper do ano”, de iniciativa da petrolífera Total. Quer dar corpo à Twendy, um projecto voltado à promoção do ­turismo nacional com uma abordagem inovadora: “a venda de experiências”. “A Twendy é uma empresa de turismo nacional cuja especificidade consiste em vender pacotes de serviços e “experiências” internas. Sabemos que a maior parte das agências existentes são internacionais e não são de turismo como tal, pois vendem apenas pacotes de viagem e requisitam hotéis e auxiliam as pessoas a viajar. Têm pouco de turismo”, realçou Lopo dos Santos.

Depois de ter assinado acordo com o BAI e a Total, Lopo dos Santos começa a trabalhar na elaboração de uma cartografia para identificar os pontos turísticos e culturais. A ideia, explicou, é tornar a Twendy uma agência cujo mote seja simplesmente “vender experiências”, não só para estrangeiros mas também nacionais, numa actuação muito mais local e voltada para a “exploração de lugares, da cultura e vivências”.

“Dentro de seis meses começamos com o lançamento da plataforma online. Sempre pensei que a solução do nosso país é interna. O necessário é potencializar”, traça o empreendedor, que prevê trabalhar com uma base de custo variável. 

“Apps nacional”

Metume de Lemos é o terceiro classificado do concurso “Startupper do ano”. Ele projeta a criação de um aplicativo para smartphones denominado “Que Bom”, cujo fim é congregar várias empresas prestadoras de serviços e fazer com que utentes de telefones “smarties” tenham uma base de dados que lhes permita solicitar serviços a partir de onde quer que estejam. O aplicativo vai poder ser baixado por empresas e utentes de smartphones.

Formado nos Estados Unidos e trabalhador por conta própria, Metume de Lemos disse que o objectivo é contribuir para a melhoria da prestação de serviço no mercado nacional. 

“Nada melhor que termos a orientação de uma grande empresa como a Total que está bem estabelecida e de um banco bem estabelecido a nível do nosso mercado que é o BAI.” Trabalha por conta própria e fornece equipamentos electromecânicos ao sector das águas. Tem seis meses de formação na academia BAI. 

Apoio do BAI

“Este é o nosso compromisso. Agora vamos apoiar estas iniciativas, do ponto de vista técnico e do ponto de vista de administração das empresas que vão ser constituídas”, assegurou o presidente do conselho de administração do BAI. José Massano disse querer assegurar que as empresas criadas a partir de iniciativas de jovens aconteçam na prática e com sucesso. “Isto é o início. O BAI vai prosseguir com iniciativas deste género”, disse. 

Os três jovens empreendedores desenham projectos empresariais capazes de contribuir para a resolução de problemas reais no país. Candidataram-se ao concurso “Startupper do ano” de iniciativa da Total e foram seleccionados para estar entre os dez melhores. Depois foram submetidos a 40 horas de formação, seguida de uma fase em que tinham de “vender as ideias” aos júris. Com a recente assinatura do acordo, vão beneficiar de um período de seis meses de formação na academia BAI.

Mapa propõe criação da Embrapa Tecnologias

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encaminhou ao Congresso Nacional proposta de projeto de lei que autoriza a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a criar uma subsidiária, a Embrapa Tecnologias (EmbrapaTec). O anúncio foi feito pela ministra Kátia Abreu durante a cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017, nesta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto, em Brasília.

“A criação da EmbrapaTec é o primeiro passo no caminho da independência. Para que essa nova empresa possa se focar 48 horas na venda dos produtos que a Embrapa produz”, destacou Kátia Abreu, em seu discurso. A EmbrapaTec, acrescentou, vai permitir que todo esse ativo construído pelo Brasil possa reverter na autossustentação da empresa. “Queremos nossa independência e aumentar nossos recursos.”

A proposta prevê que a Embrapa negocie e comercialize tecnologias, produtos e serviços desenvolvidos por ela ou por outra instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT).

A subsidiária também deve ser responsável por explorar o direito de uso das marcas e os direitos da propriedade intelectual, a fim de promover a disseminação do conhecimento gerado pelas unidades de pesquisa e ICTs em favor da sociedade brasileira.

A EmbrapaTec ainda será autorizada a constituir um Fundo de Apoio à Pesquisa destinado a financiar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, aplicadas em benefício da agricultura nacional.

Nova unidade em Maceió

Ainda durante a cerimônia do anúncio do Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017, foi assinado protocolo para criação da nova unidade da Embrapa voltada à pesquisa de alimentos funcionais, aromas e sabores do Brasil. A ministra Kátia Abreu e o governador de Alagoas, Renan Filho, assinaram o termo de criação da unidade, que funcionará em Maceió.

O estudo para a nova unidade já havia sido anunciado pela ministra e pelo presidente da Embrapa, Maurício Lopes, em fim de janeiro deste ano.

A Embrapa Alimentos Funcionais, Aromas e Sabores faz parte da estratégia da ministra de aumentar a competitividade e a inovação na produção agropecuária brasileira. Alimentos que trazem maior densidade nutricional e novas funcionalidades agregam alto valor à produção.

A nova unidade também buscará a integração entre a produção agropecuária, a gastronomia e o turismo, a exemplo do que regiões do interior da França e da Itália já fazem.

A divulgação dos produtos das regiões brasileiras, ricas em diversidade biológica e cultural, de acordo com Kátia Abreu, abrirá oportunidades de negócio no exterior.

Governo aposta em flexibilização de instrumentos para financiar agricultura na crise

O governo aumentou a aposta em novos instrumentos financeiros para custear o agronegócio, buscando elevar a oferta de crédito em dezenas de bilhões de reais a despeito de mais um ano de severa recessão econômica, de acordo com indicações dadas por autoridades durante o lançamento do Plano Safra 2016/17, nesta quarta-feira. Em uma frente, a estimativa é que o direcionamento ao setor por meio de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) será de cerca de 40,25 bilhões de reais este ano para custeio e comercialização, ou 23,8 por cento do total previsto nesta modalidade no âmbito do Plano Safra 2016/2017.

A cifra contrasta com os 12 bilhões de reais estimados para a safra atual, que termina em junho. De outro lado, o governo enviará um projeto de lei ao Congresso para abrir caminho para que os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos por empresas que desejam atrair investidores possam ser corrigidos em moeda estrangeira, desde que lastreados na mesma condição.

"A LCA e o CRA são dois instrumentos que nós estamos trabalhando muito otimistas para viabilizar recursos extras para a agricultura, que não sejam só o crédito oficial. São instrumentos de financiamento a mais", disse a jornalistas a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Ao todo, o Plano Safra 16/17 prevê cerca de 203 bilhões de reais em financiamentos.

A ministra explicou que atualmente os CRAs já existem, mas sua garantia só pode ser dada em moeda local. Com a flexibilização, disse ela, a estimativa é de um ingresso de recursos de 12 bilhões de reais este ano e de 40 bilhões a 60 bilhões de reais em 2017. Os valores, entretanto, não entraram no cálculo do Plano Safra 2016/17, já que a iniciativa ainda depende do sinal verde dos parlamentares para seguir em frente. Kátia afirmou que o texto do projeto deverá ser enviado ainda esta semana ao Legislativo.

A ministra, que disse ainda que acompanhará a presidente Dilma Rousseff seja qual for o encaminhamento do processo de impeachment, não fez projeções para a nova safra de grãos, que começa a ser plantada em setembro.

MUDANÇA NA LCA

Para impulsionar as LCAs, que já haviam sido colocadas como vetores de crescimento do Plano Safra 2015/16, o governo também alterou as regras de direcionamento, numa mudança que deve ser chancelada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) até quinta-feira. Antes, 50 por cento de todas as LCAs emitidas por bancos que fossem lastreadas em direitos de crédito por empréstimos com recursos de depósito à vista ou poupança rural deveriam ser direcionadas para o produtor rural, a taxas livres. Inicialmente, o governo estimava com isso que houvesse uma injeção de 30 bilhões de reais ao setor, expectativa que acabou se frustrando.

Agora, 35 por cento de quaisquer LCAs, independentemente do lastro, devem ser direcionadas para o produtor rural, sendo 15 pontos percentuais desse total em recursos controlados, a uma taxa de 12,75 por cento ao ano, e os 20 pontos percentuais restantes a juros livres. O governo estima que essa nova dinâmica garantirá 10,25 bilhões de reais a juros controlados e outros 30 bilhões de reais a juros livres para custeio e comercialização no Plano Safra 2016/17.

Segundo o secretário de Política Agrícola, André Nassar, os bancos toparam arcar com a oferta de parte dos recursos a juros controlados porque viram vantagens na facilitação do direcionamento. "Eles tiveram interesse em trocar uma simplificação no sistema de direcionamento de obrigatoriedade por um pedaço do empréstimo a juros controlados", resumiu.


Fonte: Reuters

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Equipe estuda o comportamento de cinco variedades de banana

Foto: Miguel Dita

Uma equipe de pesquisadores das Unidades da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), do Instituto Agronômico (IAC), da APTA Vale do Ribeira, Bioversity International e da PUC-Campinas, estuda as principais doenças da banana em quatro polos produtores de São Paulo.

O projeto "Caracterização do mal-do-Panamá da bananeira visando ao desenho de estratégias de manejo da doença", financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), irá avaliar mais de 20 propriedades. Até o momento, cinco no Vale do Ribeira, cinco em São Bento de Sapucaí e cinco em Penápolis já foram mapeadas.

As propriedades em Jales e região estão programadas para maio. É um trabalho de equipe onde um número significativo de variáveis são medidas no campo ou amostras são coletadas para análise em laboratório. Todos os dados estão sujeitos a meta-análises utilizando programas e modelos estatísticos desenhados dentro do projeto. Entre as variáveis estudadas estão intensidade e distribuição espacial do mal-do-Panamá, biologia de populações de Fusarium oxysporumf sp. cubense, população e espécies de nematoides, população e espécies de brocas, intensidade de Sigatokas (negra e amarela) e análises físico-químicas do solo. Adicionalmente, informações detalhadas sobre os sistemas de produção empregados, bem como os dados climáticos históricos, serão coletados.

O pesquisador Miguel Dita, coordenador do projeto, afirma que os objetivos vão além do manejo do solo e do mal-do-Panamá. Estuda-se também o comportamento de cinco variedades com especial interesse para ajustes no sistema de produção e comercialização de BRS Platina, BRS Tropical e BRS Princesa.

Segundo Miguel, a expectativa é que os resultados ajudem a entender os efeitos de fatores bióticos e abióticos sobre o mal-do-Panamá para desenhar estratégias mais eficientes de manejo da doença empregando conhecimentos de causa sobre os fatores estudados com uma abordagem sítio-específica. Parte dos resultados foram apresentados recentemente no VI Congresso Internacional da banana e na XXI Reunião de Acorbat Internacional, eventos realizados em Miami, USA, em abril de 2016.

Outro projeto da equipe - Exploring root-associated microbial diversity of Musa spp. for agriculture uses in banana, está em fase de estabelecimento e caracterização de coleção de bactérias e fungos endofíticos de 50 genótipos de banana. Até o momento mais de 200 isolados foram obtidos. Experimentos funcional foram conduzidos in vitro e uma casa-de-vegetação foi acondicionada para esse fim, que inclui o estudo de microrganismos via fertirrigação.


Fungos e bactérias fazem plantas crescerem mais

Microrganismos que melhoram a produção agrícola são alvo de estudos de pesquisadores da Embrapa Agrobiologia (RJ) que já identificaram bactérias e fungos que estimulam o crescimento das plantas ou as protegem de doenças. Fungos dark septate, bactérias do gênero pseudomonas e bacteriocinas são alguns dos microrganismos e substâncias estudados, podendo dar origem a novos bioprodutos para a agricultura, seja como promotores de crescimento ou no controle de doenças e pragas agrícolas. Pesquisas e testes já apresentaram bons resultados.

Além da função de fixar o nitrogênio do ar nas raízes, algumas bactérias selecionadas têm a capacidade de tornar solúvel o fósforo presente no solo e disponibilizá-lo para o vegetal. Os solos brasileiros são em sua maioria muito pobres em nitrogênio e fósforo e rotineiramente esses fertilizantes juntos representam até mais de 50% do custo da implantação de uma lavoura.

De coloração escura e com hifas septadas como as de um bambu, os fungos dark septate se mostram como microrganismos promissores na promoção do crescimento de plantas. Estudos coordenados pelo pesquisador Jerri Zilli, da Embrapa Agrobiologia, revelaram que, na presença do fungo, plantas de arroz alcançaram um crescimento até 30% maior em sua parte aérea e nas raízes. Além disso, os perfilhos, que são novos ramos da planta, aumentaram em cerca de 50%, o que implica maior capacidade de absorção de nutrientes e produção de grãos.

De acordo com Zilli, este grupo de fungos também proporciona uma melhoria no status nutricional das plantas. Em testes feitos com tomateiro, nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio foram acumulados em maior quantidade quando comparados à planta sem a presença do microrganismo. Com isso, é possível otimizar o uso de nutrientes e obter uma planta mais vigorosa. "Fizemos testes genéticos mais profundos e vimos que os fungos realmente interferem na planta e fazem com que elas absorvam mais nutrientes, ficando mais robustas e produzindo mais grãos e frutos", revela o pesquisador.

Existem outros fungos já bastante conhecidos como benéficos ao crescimento de plantas, como os micorrízicos arbusculares. Mas a vantagem dos dark septate é que eles não precisam de uma planta para serem multiplicados, e é possível cultivá-los em meio de cultura, o que facilita o desenvolvimento de um produto. "Com os fungos micorrízicos arbusculares é preciso inocular uma planta e esperar que ela cresça para o microrganismo se multiplicar. Com o dark septate, consigo ter um inóculo pronto em poucos dias", explica Jerri Zilli.

Outra característica do fungo que vem sendo estudada é a resistência ao estresse hídrico. Em experimentos feitos em laboratório, os pesquisadores observaram que, na presença dos dark septate, a planta, mesmo com pouca água, consegue se desenvolver de forma semelhante à outra cultivada em condições normais. Mas Jerri Zilli ressalta a necessidade de verificar se estes resultados vão se confirmar no campo. "Confirmado todo o potencial do microrganismo, a ideia é desenvolver inoculantes", finaliza.

Pseudomonas no cultivo orgânico

Um dos maiores entraves para a agricultura orgânica é a produção de mudas de hortaliças de qualidade. Como não é possível usar agrotóxicos e nem adubos solúveis, é importante produzir mudas mais resistentes a doenças. Na busca por alternativas que possam ser utilizadas nas lavouras orgânicas, pesquisadores da Embrapa Agrobiologia encontraram nas bactérias do gênero pseudomonas uma importante aliada.

O estudo, liderado pela pesquisadora da Embrapa Norma Rumjanek, já identificou pelo menos uma estirpe (BR 10415) que promove o desenvolvimento das plantas e outra (BR 10416) que atua contra o fungoRhizoctonia solani que causa o tombamento das mudas. Rumjanek explica que as pseudomonas contêm características interessantes para a planta, como a produção de ácido indolacético (AIA), um tipo de hormônio de crescimento. "Essas bactérias também solubilizam fosfato e auxiliam a planta na absorção desse nutriente. Algumas também ajudam no controle biológico, inibindo a ação de agentes causadores de doenças", complementa Rumjanek.

O uso de pseudomonas na agricultura não é comum no Brasil e ainda não existe no mercado nacional um produto com essas bactérias. "As pseudomonas assustam porque comumente são associadas à infecção hospitalar, mas não é o caso das que estão sendo estudadas", explica a pesquisadora. Norma pretende encaminhar em breve a estirpe promotora de crescimento para registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "A partir daí, poderemos ter o primeiro produto à base de pseudomonasno País. Em outros países, como Estados Unidos, Canadá e Argentina, há vários deles", revela.

Bacteriocinas

A escaldadura das folhas de cana é uma doença que causa perdas ao setor canavieiro. Causada pela bactéria Xanthomonas albilineans, a doença apresenta grande potencial destrutivo e pode gerar perdas de até 100%, quando acomete variedades susceptíveis. Nos laboratórios da Embrapa, os pesquisadores estudam o uso de uma proteína (bacteriocina) produzida por outra bactéria muito comum em cana-de-açúcar, a Gluconacetobacter diazotrophicus, com ação antimicrobiana contra a X. albilineans. O objetivo é produzir uma formulação para usar direto na planta por meio de pulverização.

Segundo a pesquisadora Márcia Vidal, que lidera os estudos na Embrapa Agrobiologia, ferramentas de bioinformática permitiram identificar o gene que codifica a bacteriocina. A partir daí, os pesquisadores passaram a produzir a proteína em outra bactéria, que funciona como um tubo de ensaio e possibilita a produção em grande quantidade. "Estamos na fase de concluir a purificação numa escala maior. Com a proteína superexpressa, veremos se o efeito antimicrobiano, já comprovado in vitro, se comprova em casa de vegetação e no campo", revela Vidal.

De acordo com a pesquisadora, a ideia é testar não só contra a X. albilineans, mas também em outros agentes causadores de doenças em cana, outras bactérias e fungos. "Nosso desejo é verificar o espectro de atuação dela. Se for comprovado o potencial contra outros fitopatógenos, teremos um produto mais completo", disse.

Microrganismos atuam na regeneração do solo

Os uso de microrganismos contidos no Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner, da Embrapa Agrobiologia, não está restrito às lavouras. Fungos e bactérias são eficazes na recuperação de solos com alto grau de degradação. A metodologia desenvolvida utiliza plantas da família das leguminosas associadas a esses microrganismos e já foi aplicada em diversas regiões com sucesso, como, por exemplo, áreas de mineração no Pará, Maranhão, Minas Gerais e até mesmo na Bacia Amazônica Peruana.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Eduardo Campello, os microrganismos aumentam a capacidade de absorção das raízes, dando-lhes mais resistência em situações de estresse ambiental. "A técnica permite a revegetação rápida, mesmo onde o subsolo já está exposto. Enquanto as bactérias fornecem o nitrogênio-nutriente essencial para as plantas, os fungos micorrízicos auxiliam as plantas na captura de outros nutrientes, principalmente fósforo e água", explica.

Os pesquisadores selecionam em laboratório as estirpes de bactérias mais eficientes na fixação de nitrogênio para cada espécie de planta e reproduzem os fungos. Utilizando-se da tecnologia, são produzidas mudas mais resistentes e autossuficientes em nitrogênio.

Pesquisa de longa data

Uma infinidade de microrganismos, entre bactérias e fungos, são mantidos em Seropédica (RJ), no Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner (CRB-JD) da Embrapa Agrobiologia. A coleção tem cerca de três mil estirpes, coletadas pelos pesquisadores na natureza, em diferentes regiões do País, e com potencial para serem utilizadas como insumos biológicos na agricultura brasileira.

O início desse trabalho foi ainda nos anos 1950, quando a pesquisadora Johanna Döbereiner isolou as primeiras bactérias fixadoras de nitrogênio. Desde então, a coleção se multiplicou e mais de 50 estirpes já foram autorizadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o uso em inoculantes comerciais. "O Brasil é líder mundial no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio na agricultura e a economia resultante da utilização desses microrganismos é superior a oito bilhões de dólares", explica o pesquisador Jerri Zilli, curador da coleção.

Até 2012, conhecia-se apenas as características fenotípicas e morfológicas (aparência e forma) dos microrganismos depositados no CRB-JD e isso limitava o desenvolvimento das pesquisas. Mas, nos últimos anos, com o uso de ferramentas moleculares, foi possível conhecer melhor a taxonomia (classificação) dos microrganismos e, além disso, estruturou-se um banco de DNA que está disponível para os pesquisadores.

Segundo Zilli, as bactérias são mantidas no laboratório e, se não fosse esse trabalho cuidadoso, poderiam desaparecer. Atualmente, 1.300 bactérias estão caracterizadas por meio de sequências específicas do DNA. "Se alguém necessitar fazer novos estudos para trabalhos biotecnológicos, não há necessidade de cultivar a bactéria, é possível utilizar somente os DNAs guardados", esclarece o curador.

O pesquisador José Ivo Baldani, curador da coleção entre os anos de 2012 e 2014, explica que a partir do DNA, é possível realizar o sequenciamento genômico da bactéria, conforme já realizado para algumas estirpes da coleção, e identificar genes com potencial agrobiotecnológico. "Se identificamos, por exemplo, um gene responsável pela produção de bacteriocina (proteína extraída de uma bactéria), é possível expressar o gene e produzir a proteína em larga escala para uso no controle de bactérias fitopatogências em culturas de interesse agronômico", conclui Baldani.

O conhecimento genético pode contribuir para que novos produtos sejam gerados pela pesquisa. Por esse motivo, a Embrapa Agrobiologia tem como meta a caracterização de pelo menos duas mil bactérias de sua coleção.


Câmara aprova prazo maior de inscrição no Cadastro Ambiental Rural

Cadastro é obrigatório, e quem não se inscrevesse poderia pagar multa.
Objetivo é criar base de dados para monitorar desmatamento.



A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) medida provisória que prorroga para o dia 31 de dezembro de 2017 o prazo para inscrição de imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR) – registro eletrônico obrigatório que serve como base de dados para que o governo monitore e controle o desmatamento das florestas.

O prazo para inscrição terminava em 5 de maio e o Ministério do Meio Ambiente já estudava a aplicação de multas. O registro no CAR é importante a para acesso a crédito agrícola e subsídios do governo.

O cadastro rural só pode ser feito pelo computador. O produtor entra na página do CAR na internet e baixa o programa. Em seguida, deve preencher os dados pessoais e da propriedade. O próprio sistema fornece as imagens de satélite do imóvel rural.

Imóveis com problemas ambientais devem aderir ao Programa de Regularização Ambiental, o PRA. Neste caso, o produtor assina um termo de compromisso com as informações do que tem que ser recuperado nas áreas de preservação permanente e de reserva legal.

Dívidas
A medida provisória aprovada pelos deputados também muda prazos para a renegociação das dívidas de produtores rurais de diferentes portes. Os prazos previstos na MP original eram mais curtos e destinados a pequenos produtores, mas os parlamentares modificaram o texto para fixar prazos mais longos e favorecer grandes produtores.

Entre outros pontos, o texto suspende, até 31 de dezembro de 2017, a cobrança judicial de dívidas relativas a empreendimentos localizados na área de abrangência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A MP original ampliava o prazo para o dia 31 de dezembro de 2016.

A proposta aprovada pelos deputados também proíbe que, até esta data, essas dívidas sejam inscritas na Dívida Ativa da União. Antes da medida provisória, o prazo era até 31 de dezembro de 2015.

Caminhoneiros
Os parlamentares ainda modificaram a MP original para autorizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a prorrogar até 30 de dezembro deste ano prazo para negociar refinanciamento de empréstimos feitos por caminhoneiros e cooperativas de transportes para a compra de veículos de carga.

A MP original prorrogava o prazo para junho de 2016. Antes da edição da medida provisória, a lei que tratava desse tipo de empréstimo dava até 31 de dezembro de 2015 para o refinanciamento.

Fonte: Globo Rural

Produtores terão crédito recorde de R$ 202,88 bilhões no Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017

Volume de financiamentos é 8% maior do que na safra anterior. Recursos para custeio a juros controlados cresceram 20%


O Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017 destinará R$ 202,88 bilhões de crédito aos produtores rurais brasileiros, valor recorde que representa aumento de 8% em relação à safra anterior (R$ 187,7 bilhões). O plano foi anunciado nesta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto, pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Um dos destaques é o crescimento de 20% dos recursos para custeio e comercialização a juros controlados. A modalidade contará com R$ 115,8 bilhões.

Os juros foram ajustados sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com taxas que variam de 8,5% a 12,75% ao ano. Os agricultores de médio porte tiveram prioridade. Os recursos de custeio para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cresceram 15,4% e alcançaram R$ 15,7 bilhões, com juros anuais de 8,5%.

A oferta de crédito agrícola tem crescido a cada safra, demonstrando o potencial e a confiança dos produtores no setor. Somente nos últimos cinco anos, os recursos do Plano Agrícola aumentaram 89%, somando R$ 905,1 bilhões no acumulado do período. Saltou de R$ 107,2 bilhões na safra 2011/2012 para R$ 202,88 bilhões na atual.

Inovações
O plano traz diversas inovações aos anteriores. Na pecuária de corte, a aquisição de animais para recria e engorda deixa de ser considerada investimento e passa para a modalidade de custeio. A mudança vai proporcionar ao produtor mais recursos e agilidade na contratação do crédito.

O Programa de Modernização à Irrigação (Moderinfra) prevê incentivos à aquisição de painéis solares e caldeiras para geração de energia autônoma em cultivos irrigados.

Para o café, o novo plano aumentou o limite para financiamento de estruturas de secagem e beneficiamento no Moderfrota. Por sua vez, no Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o governo pretende incentivar o plantio na Amazônia de açaí, dendê e cacau.

Outra novidade é que o Ministério da Agricultura negociou com os bancos a emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para os produtores a juros controlados. Nos planos anteriores, não havia essa opção. Os juros eram livres e, consequentemente, menos atrativos ao setor produtivo. Além disso, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), emitidos por empresas que desejam atrair investidores, poderão ser corrigidos em moeda estrangeira desde que lastreados na mesma condição.

O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 entra em vigor no dia primeiro de julho deste ano e se estende até 30 de junho de 2017.

Veja aqui a apresentação do Plano Agrícola e Pecuário feita pela ministra Kátia Abreu no Palácio do Planalto.


São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, vive nova com diversificação de cultivo

Depois de décadas sendo reconhecida no estado do Rio de Janeiro como a “terra do tomate”, São José de Ubá vive uma fase de ampliação da produção agrícola. Desde 1960, a cidade de pouco mais de nove mil moradores do Noroeste Fluminense dedicou grande parte de suas propriedades rurais à cultura do tomate. O cenário começou a mudar recentemente com o incentivo à diversificação de cultivo do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura e Pecuária. Agricultores locais têm investido nas lavouras de outros hortifrutigranjeiros como berinjela, milho, abóbora e quiabo.

A produtora Alessandra Silva, da microbacia Córrego de Ubá, representa bem essa fase de transição. Assim como boa parte de sua família, que tem longa tradição nas lavouras de tomate, ela começou a trabalhar no ramo desse jeito, plantando e colhendo o fruto entre os meses de março e agosto. No entanto, percebeu que a lucratividade diminuía safra após safra. 

“A concorrência com os produtores paulistas foi encolhendo o preço do tomate aqui no município. Isso sem falar nos atravessadores. Estava saindo caro demais, a ponto de não compensar”, revela a agricultora.

Depois de pesar os custos, Alessandra pediu orientação técnica à Emater-Rio. Com o subprojeto de diversificação de cultivo, ela recebeu incentivo de aproximadamente R$ 5 mil e focou no plantio de três mil pés de quiabo, que lhe renderam, só nos últimos cinco meses, cerca de uma tonelada do fruto. O quilo do quiabo saindo da horta é comercializado, geralmente, a um real. De sua propriedade, a mercadoria segue para comunidades vizinhas ou para feiras em Itaperuna, município a 30 km de distância de São José de Ubá.

“Gostei da diversificação com o quiabo. Proporcionalmente, a produção dele é bem mais barata em relação ao tomate. E o melhor é que dá para colher o ano todo e tem procura”, conta, animada, a produtora. A espécie escolhida para o plantio foi a esmeralda, que atinge bom crescimento em 45 dias e exige irrigação duas vezes por semana.

A produtora otimizou o espaço de 2,5 hectares onde foi executado o subprojeto de diversificação de cultivo e fez outras experiências bem sucedidas, mas em pequena escala, com lavouras de berinjela, milho e abóbora.

Renovação da tradição
Mesmo com os bons resultados na lavoura de quiabo, Alessandra Silva não desistiu da hortaliça que sustentou sua família por várias gerações. Com recursos pessoais, ela incrementou o incentivo do Programa Rio Rural e implantou o cultivo protegido de tomate salada. 

O sistema protegido se difere do cultivo comum. Neste caso, se utiliza o sombrite, uma tela de malha que diminui a incidência dos raios solares em até 70%. Em excesso, o efeito do sol pode comprometer a plantação. Além de adotar essa proteção, ela decidiu fazer o cultivo de tomate na entressafra para evitar a concorrência de outros fornecedores.

“Plantei cinco mil pés em novembro. Colhi até fevereiro com um ótimo preço, até quatro vezes melhor do que o tomate de safra pois, a essa altura, ninguém tinha para vender aqui. Sou grata ao Rio Rural por esse incentivo porque mudou a minha visão de negócio. Agora, quero sempre fazer diferente. O recurso veio na hora certa”, comenta Alessandra.

O sucesso da diversificação na lavoura tem chamado a atenção dos agricultores das microbacias de São José de Ubá. A Emater-Rio vem incentivando a visitação na propriedade de Alessandra para que o espaço possa servir como vitrine, transformando a visão dos produtores sobre o mercado.

“Muita gente que passou anos e anos pensando apenas em tomate e do jeito tradicional, está abrindo a mente para essa novidade. É importante que essa diversificação aconteça em Ubá porque revigora nossa economia, que é essencialmente agrícola. Os produtores se animam, permanecem no campo e o dinheiro circula no comércio”, afirma Norma Lúcia Vieira, técnica executora do Rio Rural na microbacia Córrego de Ubá.

Desde o ano passado, outros nove produtores também foram beneficiados com o projeto de diversificação de cultivo em São José de Ubá. A maioria das lavouras é de aipim, jiló, couve, alface e taioba. Cada projeto tem incentivos de R$ 5 mil, em média.

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

Oferta de crédito para agricultura familiar do país crescerá 3,8% em 16/17

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/17 prevê 30 bilhões de reais em crédito para os pequenos agricultores, aumento de 3,8 por cento ante o valor ofertado no ano anterior, segundo documento do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) divulgado pouco antes do lançamento do programa, nesta terça-feira. Para o plano 2015/16, o governo federal havia anunciado 28,9 bilhões em crédito.

Contudo, o governo destacou em comunicado à imprensa nesta terça que a safra atual (15/16), que vai até junho, deve fechar com 22 bilhões de reais em recursos contratados. Segundo o ministério, o montante ofertado para a próxima safra vai ao encontro das solicitações de movimentos sociais e representa um recorde no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Produtores de itens "agroecológicos" e de produtos que integram a cesta básica de alimentos, cuja variação impacta a inflação, terão acesso a juros de 2,5 por cento ao ano, ante taxa de 5,5 por cento na safra ainda vigente. O governo destacou ainda que para assentados da reforma agrária e para o grupo B do Pronaf os juros serão de 0,5 a 1,5 por cento ao ano. Para as demais operações, os juros serão de até 5,5 por cento ao ano, mesmo teto anunciado para a safra 2015/16. Diferentemente do que acontece normalmente, a divulgação do Plano Safra da Agricultura Familiar está sendo realizada este ano antes do Plano Safra empresarial, previsto para quarta-feira.

Fonte: Reuters
Autor: Marcela Ayres

Pesquisa desenvolvida no Fundecitrus é premiada na China

A pesquisa de doutorado de Juan Camilo Cifuentes Arenas, orientada pelo pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes, foi premiada na Conferência da Organização Internacional de Virologistas de Citros (IOCV), realizada de 10 a 15 de abril, em Chongqing, na China.

O estudo que avalia o desenvolvimento de brotos em citros e a influência de cada estágio de crescimento na multiplicação da população de psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor do HLB (greening), foi escolhido entre as cinco melhores pesquisas de doutorado inscritas na conferência.

Juan Arena é natural da Colômbia e aluno de doutorado da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/Unesp), mas desde 2014, desenvolve sua pesquisa no Fundecitrus, com orientação do pesquisador da instituição.

Os primeiros resultados do estudo apontam que a multiplicação da população de psilídeo é maior em brotos mais jovens. "O intuito é que ao final do estudo consigamos desenvolver um modelo matemático que permita quantificar as brotações do pomar, classificá-las de acordo com a fase de desenvolvimento e estimar a influência de cada uma na multiplicação do inseto", diz Arenas.

De acordo com Silvio Lopes, esses resultados dão norte para que seja feito um controle mais eficaz do psilídeo. "Há tempos estamos investindo esforços em compreender melhor o desenvolvimento das brotações, pois essa é a parte da planta preferida do psilídeo para se alimentar, e a própria bactéria do HLB também penetra mais facilmente nos brotos", afirma o pesquisador.

Outros dois estudos desenvolvidos pelo Fundecitrus foram apresentados no evento. Silvio Lopes falou sobre a pesquisa que avalia o efeito da temperatura na multiplicação da bactéria causadora do HLB. E o pesquisador Nelson Arno Wulff fez apresentação sobre a detecção de um novo fitoplasma em amostras de laranja doce.

Também estiveram presentes na conferência pesquisadores de outros países, entre eles Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai, Turquia e Austrália.

Fonte: Fundecitrus

terça-feira, 3 de maio de 2016

Agrotins 2016 traz tecnologias da mandioca e fruticultura

Produtores rurais, técnicos, pesquisadores, estudantes e empresários ligados ao agronegócio que visitarem a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins), realizada de 3 a 7 de maio, em Palmas (TO), vão ter a oportunidade de conhecer o trabalho da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Quatro tecnologias das cadeias produtivas da mandioca e da fruticultura foram destacadas para divulgação no estande corporativo da Embrapa:

Abacaxi BRS Imperial – Resistente à fusariose (principal doença da cultura), e tem como diferencial as folhas completamente lisas e a resistência ao escurecimento interno do fruto, o que confere boa aceitação no mercado internacional. Os frutos obtidos podem ser destinados para o mercado de consumo in natura e para a industrialização. A planta tem porte médio e apresenta folha de cor verde escuro, sem espinhos nas bordas. O fruto é pequeno, cilíndrico, casca de cor amarela na maturação. A polpa é amarela, com elevado teor de açúcar e acidez titulável moderada. Apresenta peso médio do fruto sem a coroa de 1.672g e tamanho médio de 18,5 cm.

Multiplicação rápida de mandioca – Método simples e barato para aumentar a taxa de multiplicação da mandioca que consiste em cortar hastes da planta em pedaços com duas ou três gemas e plantá-los em canteiros cobertos com plástico transparente para reter o calor do sol. Esses canteiros são regados frequentemente e, assim, a umidade e a temperatura elevadas induzem à brotação. Ao atingirem 10 a 15 cm, os brotos são cortados e postos em água para enraizar. Por sua vez, as manivas de duas ou três gemas voltam a brotar. A taxa de multiplicação varia entre 1:140 a 1:170, isto é, 28 a 34 vezes maior do que a prática convencional (1:5).

Banana BRS Princesa – Atende à demanda de frutos da cultivar Maçã, em escassez no mercado, devido à suscetibilidade dessa cultivar ao mal-do-Panamá. Atinge boa produtividade, em torno de 15 a 20 toneladas por hectare e apresenta porte menor que o da 'Maçã'. Possui a vantagem de ser resistente ao mal-do-Panamá, além de ser resistente à Sigatoka-amarela e ter mediana resistência à Sigatoka-negra. Produz frutos menores (preferência no mercado), possui excelente aceitação comercial e já é cultivada em escala empresarial para comércio em grandes centros urbanos do país.

Reniva – A "Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária" é uma estratégia para promover efetivo ganho de qualidade e produtividade no sistema de produção da mandioca, ao promover maior sustentabilidade e competitividade para esta cultura e disponibilizar manivas em quantidade suficiente e nos períodos de maiores demandas, em função das melhores épocas de plantio. A ideia nasceu a partir do trabalho da equipe de transferência de tecnologia da Embrapa para preencher importante lacuna relacionada à falta de material propagativo de mandioca (manivas) para o sustento dessa atividade geradora de alimento e renda da agricultura familiar brasileira.

Fonte: Embrapa

Citricultores podem ajudar a mapear as colmeias do estado de São Paulo

Os citricultores podem ajudar a mapear as colmeias do estado de São Paulo e contribuir para as boas práticas na citricultura e a conservação do meio ambiente. O Projeto Colmeia Viva criou o Mapeamento de Colmeia Participativo (MAP) para o levantamento de dados sobre a mortalidade de abelhas e os fatores que contribuem para a perda de colmeias e abelhas no Estado de São Paulo.

O MAP possui um canal exclusivo por meio do 0800 771 8000 para agricultores, apicultores (criador de abelhas com ferrão - Apis mellifera) e meliponicultores (criador de abelhas sem ferrão) relatarem perdas de colmeias e esclarecerem dúvidas.

O projeto foi idealizado pelo setor de defensivos agrícolas, por meio do Sindiveg - Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal e tem a participação da Unesp e da UFSCar.

Os citricultores podem contribuir informando sobre colmeias não identificadas em sua propriedade. Também podem tirar dúvidas na ocorrência de um incidente por aplicação de defensivo agrícola e se precisarem de orientação sobre boas práticas de convivências entre as atividades agrícola e apícola. Os apicultores podem informar quando verificarem perdas de colmeias e abelhas em seus apiários e buscar suporte para o entendimento das causas de perda de colmeias; sobre o que fazer em caso de possível incidente com abelhas e também se necessitarem de orientação sobre boas práticas de convivência entre agricultura e apicultura.

O serviço funciona das 7h às 19h, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.

Segundo a vice-presidente executiva do Sindiveg, Silvia Fagnani, entender os fatores que contribuem para a perda das abelhas é o primeiro passo para uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. "Quanto mais pessoas no campo tiverem acesso ao número do 0800 e participarem do Projeto, maior será a abrangência do mapeamento almejado por esta iniciativa inédita", afirma.

Para explicar o passo a passo de como participar e o funcionamento, o Colmeia Viva - Mapeamento de Colmeia Participativo conta com uma cartilha explicativa.

O mapeamento dará origem a um Plano de Ação Nacional voltado às boas práticas de aplicação dos defensivos agrícolas para uma relação mais produtiva entre apicultura e agricultura.

O Fundecitrus disponibiliza um manual gratuito de boas práticas entre citricultura e apicultura com orientações sobre os cuidados com a pulverização de citros e o relacionamento entre citricultores e apicultores. 

Fonte: Fundecitrus

Fundecitrus divulga estimativa da safra de laranja 2016/17 em 10 de maio


O Fundecitrus irá divulgar, no próximo 10 de maio, a estimativa da safra de laranja 2016/17 e a atualização do inventário de árvores do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, na sua sede em Araraquara.

O trabalho de atualização do inventário foi iniciado no campo em janeiro. Agentes do Fundecitrus visitaram 2.631 talhões - correspondentes a 5% do parque citrícola - para fazer a contagem de todas as árvores, estratificadas por região, variedade e idade. O procedimento avaliou expansão, renovação e retração da área citrícola do parque.

Na sequência, foi feita a derriça (colheita) de 2,2 mil árvores para realizar uma estimativa amostral da quantidade de frutos por pé. Os dados da derriça associados aos do inventário compõem os números da safra que serão divulgados.

O trabalho da Pesquisa de Estimativa de Safra - PES é feito pelo Fundecitrus, em parceria com a Markestrat, a Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão Preto e o Departamento de Estatística da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal.

A divulgação será transmitida ao vivo pelo site do Fundecitrus: www.fundecitrus.com.br, a partir das 10h.

Serviço:
Divulgação da estimativa da safra de laranja 2016/17 e atualização do inventário de árvores
Data: 10 de maio
Horário: 10 horas 
Local: Auditório do Fundecitrus 
Endereço: Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201, Vila Melhado - Araraquara/SP


Fonte: Fundecitrus

Manejo de moscas-das-frutas é decisivo para sucesso das culturas

Foto: Divulgação Agrolink
O manejo das moscas Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata nas frutas de caroço é decisivo para o sucesso das culturas. No entanto, o controle com inseticidas tem sofrido restrições progressivas em função do resíduo nas frutas. Por outro lado, as moléculas menos tóxicas apresentam eficiência limitada.

Há um consenso entre os pesquisadores da área que a melhor estratégia é aliar ferramentas de manejo que integradas possibilitem o controle eficiente sem riscos econômicos ao produtor e à saúde alimentar dos consumidores. Neste contexto, surgem como alternativas as ferramentas para monitoramento e controle das moscas-das-frutas, como armadilhas contendo atrativos alimentares ou paraferomônios.

Um produto que vem sendo bem utilizado pelos produtores é a armadilha Bola (modelo McPhail, da Isca Tecnologias). Isso porque não necessita de mão de obra especializada para a identificação do inseto, uma vez que atrai especificamente a mosca-das-frutas. Os dados de flutuação populacional auxiliam na tomada da decisão de controle.

Para a mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata) além desta opção, é possível usar um atrativo sexual específico conhecido por trimedlure ou TML, sendo recomendada neste caso a armadilha do modelo Jackson. Este conjunto tem aplicação restrita ao monitoramento, isso porque a atração é efetiva apenas para machos desta espécie.

Para controle das moscas-das-frutas, a isca tóxica Anamed é atualmente uma grande opção do mercado, por aliar grande atratividade e alta durabilidade no campo, evitando aplicações frequentes. Esta formulação foi desenvolvida para suportar chuvas de até 40 mm sem perder eficiência.


Fonte: Agrolink