sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Conforme Diretor da ABPM, safra brasileira de maçã deverá superar 1 milhão de toneladas


O Brasil deverá colher mais de um milhão de toneladas de maçãs nesta safra 2016/2017. A produção será 25% superior a obtida no período anterior. Os dados foram divulgados pelo Diretor Técnico e de Qualidade da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã(ABPM) no programa Dinâmica 1050 da Rádio Club AM de Palmas, sul do Paraná, na manhã desta quinta-feira(01).

Conforme o produtor palmense, Ivanir Dalanhol, da produção nacional de 1.079.525 toneladas, 22% irá para a indústria. Outras 800 mil toneladas para consumo in natura no mercado interno. Para o mercado externo serão destinadas 40 mil toneladas.

Na projeção da ABPM, o país deverá importar neste ano aproximadamente 80 mil toneladas. Deverão ser colhidas 534,9 mil toneladas da variedade Gala, em fase de colheita e 466 mil de Fuji, que são de ciclo tardio. Ambas representam 95% da produção nacional de maçãs.As demais variedades (precoces) deverão alcançar 78 mil toneladas. Revelou que os produtores de Palmas, sul do Paraná, estão muito satisfeitos com a qualidade dos frutos que estão saindo dos pomares.

As condições climáticas no inverno e primavera pouco chuvosa favoreceram o desenvolvimento das plantas e seu ciclo produtivo contribuindo para aumento do calibre e coloração dos frutos que apresentam excelente qualidade física e sanitária, crocantes, suculentos, aromáticos e com muito sabor.

Fonte: RBJ

Mamão de Linhares será exposto em feira internacional na Alemanha

O mamão de Linhares, norte do Espírito Santo, participará de uma das principais feiras de frutas do mundo, a Fruit Logistica, realizada em Berlim, na Alemanha, ainda este mês. Diversas empresas capixabas do setor terão a oportunidade de mostrar seus produtos para clientes de fora, além de trocar experiência com produtores de todo o mundo.

De acordo com o diretor técnico-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes, todo ano a associação leva duas empresas associadas para expor seus produtos na feira. Além disso, outras empresas exportadoras de mamão possuem estande próprio no evento ou utilizam espaço cedido por parceiros comerciais.

Segundo Fontes, as duas empresas que participarão do evento este ano pela Brapex são a AGC Frutas e a Doce Fruit, ambas de Linhares. Outras associadas que marcarão presença na feira, por meio de parceiros comerciais, são a Interfruit, Caliman Agrícola, Marin Papaya, Frutmel Frutas e Bello Fruit, esta última do sul da Bahia. Já a UGBP possui estande próprio na feira.

"É uma oportunidade que essas empresas têm para trabalhar o relacionamento comercial. As exigências europeias vão além da qualidade intrínseca do produto, ou seja, são levadas em consideração também as qualidade ambiental e social desses produtos. Então é uma forma de as empresas compartilharem formas de produção com outras companhias e estreitarem laços comerciais com elas, além de expor seus lançamentos próprios e ampliar seu mercado. É uma feira que atrai a atenção de todo o mundo e pessoas de várias regiões, como o Oriente Médio, estarão presentes", ressaltou Fontes.

O diretor da Brapex destacou ainda a importância do mamão capixaba no mercado exterior. "Nosso mamão continua sendo a estrela em termos de qualidade, mas vem sofrendo e perdendo mercado para outros países produtores por causa da grande oferta. Contudo, nosso mercado interno também tem se mostrado bastante atrativo", ressaltou.

Feira

A Fruit Logistica será realizada nos próximos dias 8 e 10 e receberá mais de 2 mil empresas de toda a cadeia produtiva de fruta fresca. Durante o evento, os participantes poderão fechar negócios, conhecer novas tecnologias de produção e pós-colheita, além de estreitar a relação com varejistas e distribuidores do setor frutícola de todo o mundo.

Ao todo, participarão do evento 16 instituições brasileiras, entre elas a Brapex, que ocuparão 20 estandes. Além do mamão, os produtores brasileiros vão expor outras frutas, como uva, limão, melão, laranja, maçã e avocado.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Base de dados da Embrapa sobre espécies vegetais na alimentação e agricultura será compartilhada

Um dos principais objetivos é cumprir as exigências do TIRFAA



Brasília, 30 de janeiro de 2017 – Um acordo de cooperação firmado entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Crop Diversity, organização independente sem fins lucrativos, com sede em Bonn, Alemanha, vai viabilizar a migração automática de dados públicos sobre recursos genéticos de plantas importantes para alimentação e agricultura geradas no âmbito da Embrapa para o sistema de informações Genesys. Um dos principais objetivos é cumprir as exigências do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA), ratificado pelo Brasil em 2006, que estimula o compartilhamento de dados para facilitar o acesso aos acervos genéticos vegetais mantidos nas diferentes instituições, com vistas à repartição justa e equitativa dos benefícios derivados de sua utilização, em harmonia com a Convenção sobre Diversidade Biológica.

Os dados serão migrados de forma automática do AleloVegetal (https://www.embrapa.br/pt/alelo), responsável pela documentação e informatização de registros gerados pelas pesquisas de recursos genéticos de plantas para o Genesys, um portal mundial de informações sobre recursos genéticos vegetais para alimentação e agricultura, que reúne atualmente dados de bancos genéticos de mais de 250 países, abrangendo cerca de 11 milhões de registros, incluindo passaporte (espécie de “carteira de identidade” da planta), coleta, caracterização e avaliação..

Segundo o supervisor de TI da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Gilberto Hiragi, responsável pela gestão do Sistema Alelo, o Brasil já fazia parte da Plataforma Genesys, mas os dados de espécies vegetais eram repassados de forma manual e individual. Ou seja, os próprios pesquisadores é que colocavam as informações no sistema. Com a consolidação da cooperação, será criada uma ferramenta pela equipe de TI da Unidade, que vai permitir a migração automática dessas informações para o portal global.

“É importante enfatizar que os dados a serem compartilhados são aqueles corrigidos e validados pelos curadores dos bancos genéticos e/ou coleções e já disponibilizados para o público”, explica Hiragi.

Ferramenta de informática será a “ponte” entre o AleloVegetal e o Genesys

Na primeira fase da cooperação, o objetivo será criar a “ponte” entre o AleloVegetal e o Portal Genesys, ou seja, uma ferramenta de informática que será desenvolvida pela equipe de TI da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia responsável pela gestão do Sistema Alelo, para possibilitar a migração automática dos dados públicos sobre recursos genéticos de plantas de relevância para a alimentação e agricultura mantidos nos acervos da Embrapa para o portal global.

Hiragi acredita que essa ferramenta esteja pronta até o final de 2017. “Primeiro, temos que desenvolvê-la para, depois, testá-la, o que demanda meses. “É necessário trafegar alguns carrinhos (dados) para testar a resistência da ponte”, explica o analista, fazendo uma analogia com a vida real.

O projeto em cooperação entre a Embrapa e o Crop Trust é de três anos. Este primeiro ano será dedicado ao desenvolvimento da ferramenta. Os outros dois serão focados no treinamento das equipes dos bancos genéticos e coleções da Embrapa em todo o Brasil.

Além de facilitar o cumprimento do TIRFAA, a migração automática das informações permite aprimorar a qualidade dos dados compartilhados. “Essa interface diminui significativamente a possibilidade de erro”, ressalta Hiragi, lembrando que vai facilitar também o trabalho das equipes envolvidas que, muitas vezes, têm que reportar os mesmos dados a instituições diferentes, gerando retrabalho. “Com a automatização, os dados serão disponibilizados apenas uma vez no Sistema AleloVegetal e, de lá, sairão de forma automática para outras instituições nacionais e internacionais”, finaliza.


Indentificação de HLB em limão é mais difícil

Em novembro de 2016, o Centro de Diagnóstico de Doenças e Pragas de Citros do Fundecitrus chegou à marca de 90 mil testes de HLB realizados para citricultores, desde que a doença foi identificada em São Paulo, em 2004. A maioria das amostras eram de laranjeiras, principal atividade cítrica do estado. Mas, recentemente, a demanda por diagnóstico de HLB em plantas de lima Tahiti vem crescendo. Isso se deve à dificuldade de identificação dos sintomas de HLB, principalmente nas folhas, em plantas de citros que não são laranjeiras.

Os sintomas em plantas de laranja, como mosqueado e nervura saliente, são bastante conhecidos do citricultor, mas eles não são os mesmos nos outros citros. Algumas características podem ajudar o citricultor que tem dúvidas com sintomas em limeiras e limoeiros.

O mosqueado é bem característico nas folhas do limoeiro cravo. Entretanto, em limoeiro verdadeiro, há um padrão de sintoma foliar similar ao mosqueado, mas que não tem relação com o HLB, e cujas as causas ainda não são conhecidas.

Na limeira ácida Tahiti, o mosqueado não é muito contrastante, mas é claro o suficiente para permitir a identificação de plantas com HLB. Entretanto, a ocorrência da anomalia genética conhecida como Wood Pocket pode causar confusão. Seus sintomas usualmente desenvolvem-se em plantas com mais de dois anos e meio e são mais pronunciados em regiões quentes. Inicialmente afeta alguns setores da planta, mas progride para toda a copa, causando um mosaico nas folhas, com tecido esverdeado contrastando com o limbo amarelado, confundindo-se, em muitas situações, com o mosqueado de HLB. Nos frutos, são típicos os setores com impregnações lenhosas na casca, que deixam saliências longitudinais entre os dois polos dos frutos.

Essa anomalia é diferente da lima ácida Tahiti quebra galho. Um clone com presença de viroide. Os sintomas neste caso são a ruptura da casca dos ramos, com o desenvolvimento de tecido clorofilado próximo ao lenho, visível após a remoção da casca do ramo. Não ocorrem sintomas típicos nas folhas. Caso o porta-enxerto seja suscetível, como no caso de limão cravo e Poncirus trifoliata, ocorre descamamento, com consequente perda de vigor da planta devido aos sintomas de exocorte causado pelo viroide.

No campo, o quadro sintomatológico completo da planta, pode fornecer pistas para o correto diagnóstico da doença. O fato de conhecer os sintomas de HLB e os que podem levar a confusão no seu diagnóstico são úteis para o citricultor. No caso de persistirem dúvidas, o diagnóstico laboratorial por meio da PCR pode ser utilizado em um número de amostras representativas do problema e é um poderoso aliado para diagnosticar amostras foliares com sintomas de HLB.


Para os casos nos quais os sintomas não permitem identificar claramente a ocorrência de HLB, o diagnóstico laboratorial pode ser útil. No Fundecitrus os testes são gratuitos. A técnica utilizada é a reação em cadeia da polimerase (PCR), que identifica a presença de DNA da bactéria na amostra.

O resultado da PCR é sensível e específico, com grande confiabilidade. Para realizá-lo é preciso que haja uma coleta de amostras de folhas, de preferência com sintomas, de ramos afetados da planta suspeita. Caso seja feita a coleta de folhas em ramos sem sintomas, há grande chance de o teste produzir resultado negativo.

No Brasil foram relatadas três bactérias associadas ao HLB: Candidatus Liberibacter asiaticus, Ca. L. americanus e fitoplasma do grupo IX. Atualmente a Liberibacter asiaticus é a mais comum, ocorrendo em 99,9% das amostras. Nos testes realizados no Fundecitrus, cada amostra é diagnosticada para a presença dessas três bactérias em um teste simultâneo.

O DNA é utilizado para o teste de PCR quantitativo em tempo real, uma das mais sensíveis técnicas de detecção bacteriana. O resultado com a presença de uma das bactérias de HLB classifica a amostra como positiva para a doença, a qual tem sua foto confrontada com o resultado da PCR.

O resultado é enviado ao citricultor por e-mail em até duas semanas após o recebimento da amostra. Atualmente, além de confirmar a presença de HLB, o diagnóstico é utilizado para aferir equipes de inspeção quando essas têm dúvidas com amostras, seja pela ocorrência de deficiências nutricionais, ondas de frio que camuflam sintomas, lesão na casca do ramo ou outra causa que esteja confundindo os inspetores de campo.

Clique aqui para saber mais sobre o trabalho realizando no laboratório de Pesquisa e Diagnóstico do Fundecitrus.

Fonte: Fundecitrus

Governador Raimundo Colombo participa da abertura oficial da colheita da maçã em Fraiburgo

Colombo afirmou que medidas como a isenção do ICMS e o subsidio de parte do seguro agrícola auxiliaram o setor



Está oficialmente aberta a colheita da maçã em Fraiburgo, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A solenidade que marcou o início da colheita no município, que é o segundo maior produtor da fruta no Estado, ocorreu nesta segunda-feira, 30, e contou com a presença do governador Raimundo Colombo. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), a safra 2017 está sendo classificada como excelente e será, em média, 20% maior que a de 2016, com um potencial de colheita em torno de 1,2 milhão de toneladas no país, cerca de 600 mil em Santa Catarina e aproximadamente 200 mil toneladas na região de Fraiburgo.

O governador Raimundo Colombo destacou o trabalho dos produtores e disse que o bom resultado da safra ajuda Santa Catarina a enfrentar o período de crise econômica brasileira. “A produção das grandes e pequenas propriedades tem sido um vetor importante de dinamismo econômico que nos mantém fortalecidos diante das dificuldades”, disse o governador. Colombo afirmou que medidas como a isenção do ICMS e o subsidio de parte do seguro agrícola auxiliaram o setor a superar prejuízos e dificuldades que vinham se acumulando e enfraquecendo a atividade no estado.

Aliado ao bom desempenho da safra agrícola catarinense, o governador reforçou a importância de não aumentar impostos como forma de manter o estado competitivo e o nível de emprego como um dos melhores no país. “Infelizmente, no Brasil, a taxa de desemprego já passa de 13%, enquanto que em Santa Catarina estamos na faixa dos 6,2%. É um indicador social que pauta o trabalho de qualquer agente público, e é por isso que optamos por arrecadar menos, é evidente, mas por proteger a sociedade catarinense”, argumentou Colombo.

Segundo o governador, o efeito positivo da decisão em não aumentar impostos deverá se acentuar no futuro, quando a crise for superada. “Teremos um dos melhores cenários para os novos investimentos que virão depois de superada essa fase complicada em nosso país”, completou.

Também participou do evento, o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Gelson Merisio e o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.

Qualidade da safra em 2017 e a produção local

O diretor executivo da ABPM, em Fraiburgo, Moisés Lopes de Albuquerque explica que as condições climáticas foram fundamentais para uma safra maior e de melhor qualidade. “A maçã é uma fruta de clima temperado e que precisa de muitas horas de frio para se desenvolver. Esse ano, além de um inverno rigoroso tivemos uma primavera, na época da florada, de baixa umidade, foi essa combinação que formou frutas de casca lisa – sem problemas fitossanitários -, coloridas e graúdas”, comemora.

Depois de décadas de trabalho dedicadas ao cultivo de maçãs, o produtor de Fraiburgo Dirceu Dias conta que nunca havia colhido frutos de tão boa qualidade. “Numa primeira classificação, conseguimos enquadrar 86% das maçãs que colhemos em categoria 1, isso nunca havia acontecido, é um resultado excepcional”, afirma. De acordo com o produtor, categoria 1 é quando as maçãs atingem o nível máximo de qualidade tanto para o mercado nacional como para o de exportações.

Dirceu renovou todos os pomares e, esse ano, deve colher 800 toneladas em cerca de 20 hectares de área plantada. A fruta da variedade Gala é a primeira a ser colhida e o produtor só tem a comemorar esse início de colheita. De acordo com ele, a qualidade das frutas garante melhor preço ao produtor. Nos pomares de Dirceu, pelo menos 30 pessoas já estão trabalhando na colheita das maçãs.

O município de Fraiburgo, conhecido nacionalmente como Terra da Maçã, é hoje responsável por 20% da produção nacional, este índice, segundo a ABPM, sobe para 30% quando se fala em comercialização da fruta. Isto porque as empresas produtoras trazem o equivalente a mais 10% da produção nacional de outras regiões, para armazenagem, beneficiamento e venda no mercado interno e externo. 

A colheita da variedade Gala, que responde por 70% do volume de produção em Fraiburgo, deve se intensificar a partir do dia 23 de janeiro. Em março, inicia-se a colheita de variedade Fuji. Ambas representam cerca de 95% da safra fraiburguense.

Fraiburgo, com uma população de pouco mais de 36 mil habitantes, é considerado o berço da moderna pomicultura brasileira. O cultivo da maçã representa diretamente 35% da economia do município. Mas se for considerado o volume de empregos gerados no comércio pela cadeia produtiva, essa participação pode subir para pelo menos 50%.

Além de movimentar a economia local, a colheita da fruta, realizada de janeiro a maio, é responsável por atrair cerca de 10 mil turistas por ano. Em Santa Catarina, Fraiburgo é o segundo maior produtor da fruta, atrás apenas de São Joaquim.

No Brasil e no Estado

A Cadeia Produtiva da Maçã, considerando todo o seu ciclo, proporciona anualmente ao Brasil cerca de R$ 6 bilhões em riquezas, e gera 58,5 mil empregos diretos e outros 136,5 mil empregos indiretos.

O Estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. Segundo informações da Associação Brasileira de Produtores, a maçã catarinense responde por 50% da safra brasileira.


Epagri lança sistema web para gerenciar dados da vitivinicultura

Dentro do Sysvitis, o agricultor vai cadastrar dados de sua produção, como fenologia, maturação e colheita



A Epagri lança nesta quarta-feira, 1, em São Joaquim, o Sysvitis, um sistema web para gerenciamento de dados da vitivinicultura catarinense. O evento ocorre às 19h30min, no auditório da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) local, e vai contar também com lançamento do livro “Tecnologias para o Desenvolvimento da Vitivinicultura de Santa Catarina” e a palestra “Resultados do Projeto de Vitivinicultura Trento-SC: Variedades Promissoras para Vinhos Finos em Santa Catarina”, proferida pelos pesquisadores Dr. Marco Stefanini e Dr. Duilio Porro, da Fundação Edmund Mach - Instituto Agrário de San Michele all’Adige (FEM-IASMA), de Trento, na Itália. 

O sistema a ser lançado amanhã é um site (http://ciram.epagri.sc.gov.br/sysvitis/) que poderá ser acessado por produtores de uvas ou pelo público geral, bastando para isso um login e senha, que devem ser solicitados pelo e-mail sysvitis@epagri.sc.gov.br.

Dentro do Sysvitis, o agricultor vai cadastrar dados de sua produção, como fenologia, maturação e colheita. Ele também vai associar a localização de seu parreiral à estação meteorológica mais próxima e assim, cruzar seus dados com os de clima gerados pelo equipamento, agregando valor à informação final. Por outro lado, o sistema vai fornecer informações importantes ao produtor, como datas de poda, floração, maturação e colheita adequadas para cada variedade.
Caberá ao vitivinicultor decidir se seus dados ficarão públicos ou para seu uso restrito. Já o usuário comum poderá ver os dados publicados, mas não poderá cadastrar informações no sistema.

Na prática, o Sysvitis vai se tonar, ao longo dos anos, um arquivo histórico da produção de uvas em Santa Catarina, que permitirá ao produtor e aos entes públicos realizar comparações entre safras e tomar decisões mais assertivas. Ao serem lançados no sistema, os dados também ganharão mais valor graças ao cruzamento com dados climáticos. Esse cruzamento irá gerar informações importantes para a prática agrícola, explica Hamilton Justino Vieira, Gerente do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Epagri/Ciram), que desenvolveu a tecnologia.

Em breve a Epagri/Ciram lança um aplicativo mobile que vai ser usado pelos agricultores para coleta dos dados em campo. Esses dados poderão ser coletados mesmo de modo off-line e, quando o agricultor chegar com seu celular ou tablete a um local com internet, eles serão automaticamente adicionados ao Sysvitis.

O Sysvitis é um dos resultados do projeto Tecnologias para o Desenvolvimento da Vitivinicultura Catarinense, desenvolvido desde 2005 numa parceria entre a Epagri/Ciram, a UFSC e o Instituto San Michele, localizado na Província Autônoma de Trento. A Província ofereceu apoio financeiro e suporte técnico-científico, permitindo o intercâmbio de técnicos e de conhecimentos que resultaram na produção de vinhos finos de altitude em Santa Catarina.

Serviço
• O que: lançamento do Sysvitis, sistema web para gerenciamento de dados da vitivinicultura catarinense;
• Quando: nesta quarta-feira, 1 de fevereiro, às 19h30min;
• Onde: o auditório da Agência de Desenvolvimento Regional de São Joaquim;
• Mais informações: Hamilton Justino Vieira, gerente da Epagri/Ciram, pelo fone (48) 98801-9235.


Parceria entre Embrapa e Epagri apresenta viticultura de qualidade

No dia 26 de Janeiro mais de 100 pessoas entre agricultores e técnicos se reuniram no município de Videira


Quando se fala em produção de uva, Janeiro é um dos meses mais corridos para os viticultores e técnicos, pois é o período em que começa a colheita da tão apreciada fruta. Mesmo assim, no dia 26 de Janeiro mais de 100 pessoas entre agricultores e técnicos se reuniram no município de Videira, região do Meio-Oeste Catarinense, para participar do Dia de Campo “Viticultura de Qualidade”, promovido em parceria entre a Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS), Embrapa Produtos e Mercado – Escritório de Canoinhas e Epagri – Estação Experimental de Videira.

Com o foco em uma viticultura sustentável, que começa com a aquisição de mudas de qualidade genética e fitossanitária superiores, os pesquisadores da Epagri e analistas da Embrapa reuniram esforços para apresentar os resultados e avanços nas pesquisas que vêm sendo realizadas, cujo objetivo final é entregar aos agricultores recomendações e alternativas para que a atividade melhore em qualidade.

O evento foi realizado na propriedade da Família Viecelli, parceira da Embrapa desde 2014, quando o viveiro de mudas de videira foi licenciado para a comercialização de materiais desenvolvidos pela empresa. Atualmente Renato Viecelli, agricultor e produtor de mudas, faz parte do grupo de 10 viveiristas autorizados e acompanhados por uma equipe da Embrapa para a produção e venda de mudas de videira de qualidade diferenciada.


Durante o dia de campo, organizados em três grupos, os participantes visitaram 3 áreas: o engenheiro agrônomo da Embrapa Produtos e Mercado, Nelson Feldberg e o viveirista Renato Viecelli apresentaram a experiência de licenciamento do viveiro e as novas cultivares da Embrapa recomendadas para a região: ‘BRS Violeta, ‘BRS Carmem’ e ‘BRS Magna’ (para processamento) e ‘BRS Núbia’ (com sementes), ‘BRS Isis’ e ‘BRS Vitória’ (sem sementes), essas três últimas para consumo in natura (uvas de mesa).

O agrônomo Daniel Grohs explicou aos presentes a importância da utilização de mudas de qualidade, como identificá-las e quais os riscos da implantação de vinhedos com plantas de origem desconhecida, o que pode levar a uma produção menor e desuniforme e, inclusive, comprometer toda a produção do parreiral com a morte de plantas. A dupla de pesquisadores e agrônomos da Estação Experimental da Epagri de Videira, Marco Antônio Dalbó e André Luiz Külkamp de Souza apresentaram resultados dos experimentos com diferentes porta-enxertos testados na propriedade de Viecelli, bem como uma ampla coleção de uvas de mesa que têm se comportado bem na região e que são boas opções para os agricultores que querem investir na produção de uvas de mesa.

A região de Videira, em Santa Catarina, juntamente com os municípios de Tangará, Pinheiro Preto, Iomerê e Arroio 30, é bastante representativa para a viticultura catarinense, principalmente para processamento, mas também de mesa. A realização de eventos como esse, segundo Daniel Grohs da Embrapa Uva e Vinho, reforça a importância de levar a viticultores familiares conhecimentos que podem ajudá-los a melhorar a qualidade de sua produção. O sucesso do evento, segundo Neslon Feldberg da Embrapa Produtos e Mercado de Canoinhas, só reforça a ideia de que a parceria entre pesquisa e extensão é essencial para atingirmos objetivos comuns, como o fortalecimento da viticultura sustentável em diversas regiões do país.
Os agricultores participantes do evento, dentre eles alguns que produzem suas próprias mudas, ficaram surpresos com os resultados de pesquisa na região: novas cultivares, interação entre porta-enxertos e diferentes variedades de uva e os aspectos ligados ao declínio e morte de videiras foram alguns dos pontos destacados.

Evidentemente, seria impossível realizar um dia de campo sobre uva sem oferecer aos participantes a oportunidade de degustar diferentes uvas; por isso, ao final do evento, foi preparada uma degustação de uvas da cultivar ‘BRS Vitória’ e sucos de ‘BRS Magna’, e ‘BRS Carmem’.
Para a equipe da Embrapa envolvida na organização, eventos como esse demonstram a importância do desenvolvimento de parcerias entre instituições federais e estaduais, na busca da profissionalização do agricultor e seu contato com novas tecnologias.


Fonte: Embrapa

Propriedade diversifica a produção e garante lucro e renda para família rural

Há 32 anos, o produtor rural Joacy Elias Pereira e a esposa, Maria Sebastiana Pinho Pereira, proprietários de uma área de 20 hectares, no município de Santo Antônio de Leverger (34 km ao Sul de Cuiabá), moram no Sítio Ranchinho, na comunidade Sangradouro. A diversificação de culturas e criação de animais é a marca registrada da propriedade que recebe orientação dos técnicos da Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) no cultivo da mandioca, limão, pocan, criação de suínos, alevinos e gado.

O produtor fala que a parceria com a Empaer tem dado bons resultados e a assistência técnica tem proporcionado lucro e renda. Ele conta que tudo começou com o cultivo da citricultura, com a implantação de 200 mudas de limão Taiti e 35 mudas de pocan. Hoje eles produzem 60 quilos de limão por árvore em apenas uma semana de colheita e durante dois meses, colhem de nove a duas caixas de pocan. No ano passado, venderam o limão por R$ 50,00 o saco de 20 quilos e a pocan por R$ 30,00 a caixa de 20 kg.

Com 3.150 metros quadrados de lâmina d’água, divididos em quatro tanques, realizam cria e engorda de quatro mil alevinos, sendo três mil de tambatinga e mil de pintado. A intenção do produtor é fazer a despesca no momento certo da venda, ou seja, quando o pintado atingir o peso de três quilos, poderá ser comercializado em até R$ 60,00 a peça. A tambatinga com apenas dois quilos é vendida por R$ 20,00 o peixe inteiro, só retirado as vísceras. A comercialização está prevista para acontecer durante a semana Santa.

Com a previsão de colher 30 toneladas de mandioca até o mês de março, o produtor Joacy fala que também aprendeu a plantar a cultura com a mandioca e variedade certa que foram indicadas pela Empaer. Vende a mandioca nas feiras e na propriedade por R$ 2,00 o quilo com casca e R$ 2,50 descascada. A produtora Maria Sebastiana comenta que a lida na zona rural é diária, de domingo a domingo, e ela participa ao lado do produtor.

O engenheiro agrônomo da Empaer, Henrique Teodoro de Melo, esclarece que são repassadas informações sobre sistema de produção, desde escolha de semente, variedade e também com a criação de animais. E ressalta que todo o trabalho é uma parceria com o produtor, e que depende de ambos para ter sucesso.

O Sítio Ranchinho possui também uma pocilga com oito porcas e 30 leitões que são vendidos normalmente no final do ano e consumidos pela família. O gado é utilizado para produção de leite e carne. Joacy recorda que muita coisa mudou na vida da sua família e depois de todos esses anos na labuta da terra se sente um homem realizado em ver suas terras tão produtivas.

“Com o auxílio da Empaer e a assistência, tenho conseguido me manter produtivo nessas terras. E tudo que tenho hoje foi graças ao incentivo dos técnicos e o levantamento que foi realizado em minha propriedade, dando oportunidade de produzir diversas culturas e animais”, enfatiza Joacy.

De Acordo com Henrique, a agricultura familiar é uma atividade rural produtora de pequena escala diversificada, envolvendo o proprietário e a sua família, e produz exclusivamente para o consumo interno. “E as ações da Empaer têm como objetivo contribuir para o fortalecimento da agricultura com informações e conhecimento técnicos, baseados em sistemas adequados de produção que propiciem o desenvolvimento sustentável da pequena produção e consolidem o crescimento da renda e da melhoria das condições de vida do produtor e sua família”, destaca Melo.

Secretário-executivo do Mapa viaja à Rússia para intensificar negociações e participar de feira agropecuária

Na Prod Export, maior exposição de produtos agrícolas do país, Novacki falará sobre a qualidade dos produtos brasileiros



O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, embarca nesta quarta-feira (1°) para a Rússia, onde participa de mais uma rodada de negociação para ampliar o comércio entre os dois países. O primeiro compromisso será na sexta-feira (3), quando Novacki se reunirá com o vice-ministro de Agricultura da Rússia, Evgeny Gromyko.

No mesmo dia, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Rangel, mantém encontro com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária (Rosselkhoznadzor) da Rússia, Sergey Dankvert, para discutir sobre a legislação dos dois países.

No dia seguinte, os representantes do Mapa participarão da Prod Export, maior feira de produtos agropecuários da Rússia. No evento, o secretário-executivo fará uma apresentação sobre a qualidade dos produtos brasileiros, e Rangel falará sobre as garantias fitossanitárias do país.


A Rússia é um país com quase 150 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de U$ 1,3 trilhão. De acordo com dados do Mapa, o agronegócio representa 92% do total das exportações para o país asiático. Em 2015, as carnes – bovina, suína e aves – somaram 60% do total das exportações do setor para os russos.

Essa será a segunda visita do secretário-executivo do Mapa à Rússia em um período de quatro meses. A primeira foi em outubro do ano passado, quando Novacki negociou a ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas a exportar carnes para aquele país.

Na oportunidade, Novacki ainda discutiu com os russos a abertura do mercado para mel, frutas, ovos, lácteos e rações para animais de pequeno porte (pets). Por sua vez, os russos pretendem aumentar as exportações de pescados e trigo para o Brasil.


terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Balanço 2016 do setor de orgânicos

Mercado orgânico cresceu 20% no mercado interno e registrou queda de 9,5% nas exportações em 2016



O mercado nacional de orgânicos aumentou 20% em 2016, com faturamento estimado de R$ 3 bilhões, menos que nos anos anteriores por conta da crise econômica, segundo o Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS) que avaliou os dados disponíveis sobre vendas no varejo e produção orgânica. 

Nas exportações, o grupo com 54 empresas associadas ao Organics Brasil fechou US$ 145 milhões em negócios, 9,5% menos que o previsto, consequência da oscilação do câmbio, apesar de terem exportado 15% a mais em volume. “O produto brasileiro ficou barato. A diferença do câmbio prejudicou as empresas. A expectativa é crescer 10% nas exportações em 2017, pois o setor continua em crescimento no mundo todo e o Organics Brasil participará das duas maiores feiras do setor – a Biofach, na Alemanha, em fevereiro; e a Expo West, na Califórnia, em março”, explica Ming Liu, diretor do Organics Brasil e do ORGANIS.

Ainda no primeiro semestre, o ORGANIS participará das feiras APAS (maio) e Bio Brazil Fair/ Biofach América Latina (junho) que permitirão negócios qualificados para toda cadeia dos orgânicos.

“A expectativa para 2017 é melhorar o ambiente de consumo no Brasil, apesar a retomada lenta da economia. O setor de bem estar propicia os orgânicos, como demonstra o aumento de feiras locais (mais de 600) e o aumento de oferta de produtos nos supermercados e empórios em todo o país”, explica Ming Liu.


Fonte: Agrolink com informações de assessoria

Saiba qual o melhor horário para consumir o suco de laranja

Quando se pensa sobre os benefícios do suco de laranja para a saúde, rapidamente vem à cabeça a presença de vitamina C, que combate resfriados, e a alta quantidade de flavonoides como hesperidina, que reduz o mau colesterol e a pressão arterial, prevenindo problemas cardiovasculares e o risco de infarto.

De acordo com a nutricionista Paula Torcato, o consumo de suco de laranja traz muitos outros benefícios que podem ser potencializados de acordo com o horário que ele é ingerido. Confira as recomendações para o consumo e veja qual se enquadra no seu objetivo:

- Tomar o suco pela manhã energiza o corpo e promove o bom humor.

– Consumido em jejum, o suco de laranja puro purifica o corpo, elimina os resíduos e melhora o ciclo intestinal. A ingestão diária reduz em pelo menos 14% as possibilidades de obesidade.


– Tomado junto as refeições, o suco de laranja reduz grande parte da oxidação celular, retardando o envelhecimento e evitando doenças. A vitamina C também ajuda a produzir colágeno, que é responsável pelo bom estado dos tecidos dos órgãos.

– Recomenda-se que o suco de laranja seja consumido com carnes e lentilhas, pois facilita a assimilação do ferro. O consumo dessa maneira é indicado para pessoas que têm anemia.

(Com colaboração da nutricionista Paula C. Torcato - CRN3 35839)

Codasp prepara ampliação de seus serviços e garante sustentabilidade econômico-financeira de suas atividades

A Companhia pretende ainda investir em parcerias com prefeituras, usinas e empresas do segmento agropecuário



Com foco na ampliação dos serviços de infraestrutura para o agronegócio paulista, recuperação e preservação do solo e da água e na sustentabilidade econômico-financeira de suas atividades, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresentou, no dia 27 de janeiro de 2017, o planejamento das ações para o quinquênio 2017-2021 aos membros do Conselho de Administração da empresa.

Elaborado pela Comissão Interna da companhia, o plano levou em consideração um momento de reestruturação da empresa e tem como principais objetivos racionalizar o processo de compras e contratações, expandir o portfólio de serviços, promover a sustentabilidade econômico-financeira da empresa e ampliar a captação de serviços.

O diretor-presidente em exercício da Companhia, Alexandre Penteado Pires, ressaltou que o planejamento leva em consideração o momento de reestruturação das atividades da empresa. “Detectamos a necessidade de simplificar o nosso centro de negócios e criar uma área comercial, para dar maior visibilidade ao trabalho realizado em todo o Estado”, afirmou. “Por ter sido elaborado pela equipe interna, o plano nos possibilitou verificar as fortalezas, vulnerabilidades e oportunidades de crescimento”, pontuou o dirigente.

De acordo com Amanda Simionato de Almeida, que integra a Comissão Interna da Codasp, “o plano contempla ações de marketing para promover os serviços realizados pela empresa, bem como divulgar o seu reflexo positivo na sociedade”, afirmou. “As medidas visam tornar a empresa mais eficiente, mantendo a boa qualidade da prestação de serviço e ampliando sua capacidade produtiva”, complementou Henrique Fraga, que também participou da elaboração do plano.

Executora do Programa Melhor Caminho/Pontos Críticos, do Governo do Estado desde 1997, a Codasp já recuperou 12.586,40 quilômetros de estradas rurais paulistas. De acordo com Pires, há um grande potencial para que a companhia contribua ainda mais para a melhoria da malha viária e rodoviária rural, que totaliza 149.421,58 quilômetros. “Além da recuperação das estradas, a Codasp conta com técnicos capacitados para executar serviços como reflorestamento, recuperação de solo e de águas. Por ser uma empresa do Estado, há a vantagem de agilizar o acompanhamento das obras nos demais órgãos estatais”, ressaltou.

A Companhia pretende ainda investir em parcerias com prefeituras, usinas e empresas do segmento agropecuário para possibilitar a transferência de conhecimentos e de suas tecnologias. “Dessa forma, o município sairá ganhando, pois na execução de uma recuperação de estrada, por exemplo, ela poderá capacitar sua equipe ao acompanhar os trabalhos junto aos operadores, secretários de obras e fiscais da Codasp, criando um legado de conhecimento para que a manutenção das vias continue sendo feita posteriormente”, disse.

“A Codasp tem realizado com excelência um trabalho de recuperação de estradas rurais e conservação dos recursos naturais, contribuindo para uma agricultura cada vez mais harmônica com o meio ambiente. Essa é uma determinação do governador Geraldo Alckmin, que é entusiasta do trabalho realizado pela empresa”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, que é presidente do Conselho de Administração da Codasp.

Para o conselheiro Airton Sandoval, “a grande virtude do planejamento estratégico para os próximos anos é ter sido elaborado por esforço dos funcionários da empresa, que já conhecem sua estrutura e procedimentos. Trata-se de uma forma da direção prestigiar o trabalho de seus colaboradores”, afirmou.

A opinião é compartilhada pelo conselheiro Gualberto Luiz Nunes Gouvea, funcionário da Codasp há 40 anos. “O planejamento foi feito por pessoas que já estavam na empresa, um fato inédito. Isso possibilitará que as medidas sejam acompanhadas e revistas constantemente”, destacou.

“A direção da empresa conseguiu passar ao Conselho uma proposta de fôlego, muito bem estruturada com o auxílio técnico-administrativo das pessoas que estão em campo. Estamos muito entusiasmados e esperamos que este plano seja balizador, um indicativo de que a companhia possa viver tempos melhores”, afirmou o conselheiro Sergio Murilo Hermógenes da Cruz.

O Conselho de Administração da Codasp é composto ainda por Rubens Rizek Jr., secretário-adjunto de Agricultura e Abastecimento; Fernando Nascimento Barbosa e Tirso de Salles Meirelles.


Mapa discute plano de apoio à cadeia produtiva do açaí do Pará

A Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou nesta sexta-feira (27) reunião para debater a melhoria da cadeia produtiva do açaí no Pará. O Mapa quer apoiar os produtores da fruta com assistência técnica rural, mudas e sementes e implementação de boas práticas agropecuárias, entre outras ações.

Em duas semanas, deverá haver novo encontro do Mapa com os demais parceiros que vão cooperar no projeto e os integrantes da cadeia do açaí paraense para analisar as vulnerabilidades e o plano de ação destinado a reduzir os problemas enfrentados pelo setor.

De acordo com levantamento apresentado na reunião, as principais dificuldades dos produtores de açaí são a carência de assistência técnica, a falta de crédito rural, a contaminação do produto pelo barbeiro (Doença de Chagas) nos açaizeiros, a sazonalidade da produção e o baixo grau de associativismo (cooperativas).

Isso, segundo o secretário interino de Mobilidade Social, Pedro Neto, requer maior incentivo aos produtores da região para se unirem em associações e viabilizar a produção e comercialização.

Hoje, cerca de 12.804 produtores dependem do cultivo do açaizeiro no Pará. Em 2014, foram vendidas 795 mil toneladas da fruta. Em 2015, a comercialização aumentou 73%. A atividade movimenta mais de R$ 3 bilhões ao ano.

Os maiores importadores do produto brasileiro são os Estados Unidos e o Japão. Em 2015, foram embarcadas 8 mil toneladas de açaí para esses mercados, com receita de R$ 93 milhões.

Além de técnicos do Mapa, participaram da reunião representantes do Ministério da Integração Nacional, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Organização dos Estados Íbero-americanos (OEI).


Seminário em Jaboticaba promove debate sobre sucessão rural entre pais e filhos

O evento aconteceu na Sede da Terceira Idade Conviver



Para estimular a discussão sobre sucessão familiar junto aos jovens do meio rural do município de Jaboticaba e seus familiares, a Emater/RS-Ascar e Prefeitura promoveram na última sexta-feira (27/01) o Seminário Municipal Pais e Filhos. O evento aconteceu na Sede da Terceira Idade Conviver, e destacou o tema sucessão familiar com renda e qualidade de vida.

A proposta do Seminário surgiu a partir da necessidade percebida em estimular o debate entre as famílias rurais quanto a este tema. Sucessão familiar com renda e qualidade de vida foi o tema da palestra ministrada pelo gerente do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Francisco Frizzo.

"O nosso objetivo ao levantar essa temática é incentivar o diálogo entre os jovens e o núcleo familiar, quanto aos investimentos a serem feitos na propriedade rural, com visão de sucessão familiar planejada e não apenas por ocasião do inventário. Além disso, apresentar alternativas econômicas possíveis de serem implementadas nas propriedades rurais, de acordo com a realidade de cada jovem e com as características e vocação de cada propriedade. Dessa forma, esperamos motivar e orientar o jovem a ser um empreendedor rural, capaz de transformar a propriedade rural em um empreendimento rural, economicamente viável e ambientalmente sustentável", declarou Frizzo. 

Ainda segundo ele, a Emater/RS-Ascar trabalha para estimular e fortalecer formas organizativas de jovens nos diferentes municípios da região, para que estes reconheçam a atividade agrícola como profissão, com alternativas de renda e qualidade de vida, tornando-se, de fato, um protagonista, um empreendedor no meio rural.

Durante a palestra, Frizzo deixou um recado aos pais. "Facilitem a comunicação", aconselhou. "Cabe a vocês provocarem o assunto sucessão na família, bem como conduzirem o processo de inserção dos filhos. Orientem os filhos no processo de qualificação. Permitam que eles dediquem tempo à construção do conhecimento e a vivenciarem experiências relacionadas aos negócios da família, junto com o acompanhamento de vocês. Mas não esqueçam a afetividade. Existem pontos na relação familiar que vão além do negócio, dizem respeito a um projeto de vida, a princípios e valores pessoais", exclamou.

Da mesma forma, o gerente Frizzo dirigiu-se aos jovens e deixou sua mensagem. "Ao decidir levar adiante os negócios da sua família, tenha respeito por tudo o que já foi feito. É preciso reconhecer o trabalho e esforço realizado pelas gerações que precederam, especialmente pelas dificuldades do passado, que certamente eram maiores. É natural que você tenha preocupações com a geração de renda, com a dimensão da sua participação nas decisões, com a disponibilidade de tempo para participar da vida social. Esses pontos devem ser discutidos e decididos em família. O diálogo é a melhor ferramenta para estabelecer uma relação positiva entre as gerações. Esse ponto é fundamental para ter êxito na sucessão, para se tornar um empreendedor rural. E não se esqueçam que a decisão é de vocês. Vocês criam o futuro onde querem viver ou vivem no futuro construído pelos outros", finalizou.

A Emater/RS-Ascar em Jaboticaba já está planejando outras ações com essa finalidade para este ano. A intenção da equipe é manter o diálogo com as famílias, motivando cada vez mais a sucessão rural. O Seminário Municipal Pais e Filhos contou com a presença do prefeito de Jaboticaba, Luis Clovis Molinari, e demais autoridades do município.


Fonte: Emater - RS

3ª Festa da Uva mostra consolidação do cultivo em São Sepé

A Emater vem desde o início, apoiando na organização e nas recomendações técnicas os produtores



A 3ª edição da Festa da Uva de São Sepé, reuniu mais de 1, 5 mil pessoas na Praça das Mercês, no centro da cidade, promovida pela Associação de Vitivinicultores Sepé Tiarajú, Prefeitura de São Sepé, Fundação Cultural Afif Jorge Simões Filho, Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e Emater/RS-Ascar. 

?Nesta edição, foram comercializados cerca de quatro mil quilos de uva in natura?, avaliou o engenheiro agrônomo do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de São Sepé, Werner Ritter Wegner. ?Nesta terceira edição, observou-se a melhoria da qualidade dos produtos e o aumento da comercialização, pois a cultura vem se consolidando no município. A Emater vem desde o início, apoiando na organização e nas recomendações técnicas os produtores, pois vemos a produção de uvas como mais uma possibilidade de diversificação da propriedade e aumento de renda?, completou Wegner.

A abertura do evento contou com a presença de autoridades do setor, além do prefeito Léo Giradello, que destacou o crescimento da Festa da Uva e sua importância para o crescimento da viticultura do município. O cultivo de uvas em São Sepé ocupa atualmente uma área de 18 hectares, das variedades bordô, francesa e niágara branca e rosa, conforme dados da Emater/RS-Ascar.

Oito expositores da Associação de Vitivinicultores Sepé Tiarajú exibiram a produção local de uva in natura, cucas, sucos e vinhos. Também foram comercializados produtos derivados como geleias, licores e doces. 

Para promover a Festa de Uva foram realizadas duas degustações de produtos, às 10h30 e às 15h30, com a participação de grande número de pessoas. Houve ainda apresentações musicais organizadas pela Fundação Cultural Afif Jorge Simões Filho. 


Fonte: Emater - RS

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cientistas combinam veneno de aranha e proteína de vírus para atingir mosca-branca

Uma proteína artificial com ação inseticida poderá ser uma poderosa ferramenta de controle da mosca-branca, praga que ataca culturas como as de soja, algodão, feijão e tomate. Ferramentas da biotecnologia têm permitido que cientistas da Embrapa Hortaliças (DF) desenvolvam uma proteína formulada a partir da associação de outras duas: uma tóxica e outra pertencente a um begomovírus, microrganismo transmitido pela própria mosca-branca.

A proteína artificial é obtida por meio da fusão da proteína da capa proteica (CP) do vírus – responsável por formar um envoltório que reveste o material genético desse microrganismo – com uma molécula tóxica isolada do veneno de aranhas. Essa molécula possui efeito letal e específico para insetos desde que atinja a hemolinfa (líquido que circula nos vasos dos animais invertebrados análogo ao sangue em animais vertebrados) e alcance o sistema nervoso central do inseto, causando paralisia. Em linhas gerais, a hipótese é de que quando o inseto ingere a proteína de fusão, a CP transporte a molécula tóxica do sistema digestório para o sistema circulatório, e de lá para o sistema nervoso, local em que ocorre o bloqueio de neurotransmissores que causam espasmos no inseto-praga até causar sua morte.

A ingestão apenas da molécula tóxica pela mosca-branca não surte efeito porque, uma vez no trato digestivo, ela é excretada pelo inseto antes de atingir a hemolinfa. É exatamente nesse ponto que entra a CP do vírus para atuar como um cavalo de Troia e permitir que o veneno alcance seu destino. No organismo do inseto, o vírus tem um ciclo circulatório e isso permite que ele transite do aparelho digestório para a hemolinfa. Logo, a proteína de fusão soma o efeito da molécula tóxica do veneno de aranha ao mecanismo de circulação do vírus dentro do inseto e, assim, promove uma pane no funcionamento do organismo da mosca-branca.

Para o biólogo Erich Nakasu, analista de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças (DF), o desafio maior da pesquisa não é sintetizar a proteína de fusão, mas garantir que a proteína tóxica seja produzida em conjunto com a capa proteica viral, e que se mantenha protegida dentro do corpo do inseto contra seus mecanismos naturais de defesa para, então, chegar ao sítio de ação em condição de expressar o efeito tóxico, provocando a morte do inseto.

"Há duas possibilidades delineadas para conseguir o efeito tóxico: desenvolver uma planta que expresse a proteína de fusão, sendo a fonte do produto tóxico, ou alimentar o inseto com uma dieta artificial", enumera, ao destacar que o próximo passo será testar esse método de controle da praga em casas de vegetação sob condições controladas.

Ação específica para mosca-branca

Como a proteína de fusão é formulada com base na proteína da capa do begomovírus, microrganismo transmitido exclusivamente pela mosca-branca, assume-se a especificidade da ação tóxica somente para este inseto-praga. Dessa forma, a proteína de fusão surte efeito prejudicial somente para a mosca-branca e não compromete um inseto não alvo, preservando joaninhas, por exemplo, que são inimigos naturais da praga, e abelhas, importantes polinizadoras.

Na natureza, os animais que se alimentam de pragas geralmente produzem e injetam toxinas em suas presas. "A toxina específica que está sendo avaliada no projeto, extraída do veneno da aranha, tem ação específica e ocasiona danos somente em insetos. Em vertebrados, em geral, incluindo humanos, essa toxina não causa nenhuma consequência nociva ou efeito deletério", explica o biólogo que também destaca que os experimentos seguem as normas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) e que o laboratório possui certificação de qualidade.

Há uma tendência no meio científico de testar o uso de proteínas de fusão no controle de pragas, contudo, a aplicação desta metodologia em mosca-branca é inédita e, se os resultados forem positivos, pode ocorrer um grande avanço no manejo integrado desta praga que, atualmente, baseia-se principalmente no controle químico, o que pode ser prejudicial para a sustentabilidade da produção agrícola.

A perspectiva de sucesso da pesquisa deve-se principalmente à expertise da equipe de cientistas. Nakasu, em sua tese de doutorado, realizada na Newcastle University e na Durham University, no Reino Unido, trabalhou na avaliação de uma proteína de fusão originada a partir da combinação do veneno de determinada espécie de aranha com uma substância encontrada em flores da família Amaryllidaceae, mas na ocasião o alvo do controle eram pulgões. Ele também analisou o efeito dessa proteína de fusão na capacidade de memória e aprendizado de insetos benéficos e não alvos, como abelhas, concluindo que não há quaisquer complicações para esses insetos.

A mosca-branca

A mosca-branca é uma praga que não faz distinção de alimento e, devido ao alto grau de polifagia, mantê-la sob controle é uma tarefa que tem mobilizado esforços de diversas cadeias produtivas que se preocupam com o impacto negativo na produtividade. Grandes culturas como soja e algodão hospedam a praga e sentem os danos ocasionados pela sucção da seiva, contudo, eles são secundários diante dos prejuízos da ferrugem e do bicudo, principais pragas dessas culturas, respectivamente.

No caso do tomate, além de agir como um inseto sugador que compromete o desenvolvimento da planta e injeta toxinas capazes de estragar os frutos, a mosca-branca também transmite viroses que afetam a produtividade das lavouras e geram perdas de até 50%. Algumas regiões produtoras adotaram o vazio sanitário, que prevê um período sem plantas vivas de tomate no campo, para tentar controlar o nível populacional da mosca-branca. Contudo, para garantir o sucesso no controle dessa praga, mais do que contar com políticas públicas implantadas por órgãos de defesa vegetal, é preciso propor aos agricultores um manejo racional a fim de manter a sustentabilidade de todo o sistema e, nesta parte, entra a pesquisa científica.

A mosca-branca é um inseto sugador de seiva e transmissor de vírus. Além de prejudicar o desenvolvimento normal da planta, o que naturalmente reduz a produção, no processo de alimentação, a mosca-branca injeta toxinas que, no caso do tomateiro, ocasionam o amadurecimento desuniforme e a isoporização dos frutos. Quanto aos vírus, a praga pode transmitir para o tomate o begomovírus, o crinivírus ou, ainda, ambos, o que é chamado de mistura viral. Esta possibilidade preocupa a pesquisa, que já se questiona se a combinação pode interferir no manejo de outros vírus do tomateiro, como o tospovírus, transmitidos pelos tripes. Com mecanismos que favorecem a adaptação em condições extremas, a mosca-branca apresenta alta taxa de fecundidade, além de ter como característica a partenogênese, ou seja, a fêmea é capaz de produzir clones que vão manter possíveis genes de resistência a produtos químicos, o que facilita o estabelecimento da população.

Origem da mosca-branca

Acredita-se que a mosca-branca originou-se no Oriente Médio e, dali, expandiu-se para regiões da África e da Europa até cruzar o oceano e chegar às Américas no início da década de 1990. A explosão populacional da praga foi praticamente simultânea nos Estados Unidos e no Brasil e, no nosso país, encontrou condições muito favoráveis ao desenvolvimento. Os vírus transmitidos pelo inseto para o tomate, por exemplo, são oriundos da flora brasileira. "A mosca-branca facilitou a transferência de vírus nativos que antes eram restritos às plantas daninhas. Antes não havia um inseto-vetor que fosse eficiente em adquirir o vírus da planta daninha e transmiti-lo para o tomate", explica o pesquisador Miguel Michereff Filho, da área de Entomologia da Embrapa Hortaliças.

Polo de produção inviabilizado pela mosca-branca

Devido ao manejo inadequado, em meados da década de 1990, a tomaticultura no polo agrícola de Petrolina (PE) foi muito prejudicada pela mosca-branca e, com isso, a indústria processadora teve que migrar a produção para o Centro-Oeste. Atualmente, Goiás é o maior produtor de tomate do País, com mais de 30% da produção nacional do fruto, e, para evitar que a praga comprometa a sustentabilidade do sistema produtivo na região, assim como aconteceu no Nordeste, o órgão de defesa agropecuária estadual aprovou uma instrução normativa que prevê a implantação do vazio sanitário para o tomate entre os meses de novembro e janeiro. "Esse período do ano é problemático porque existem outros cultivos que são hospedeiros da mosca-branca, por exemplo, a soja. Por isso, quanto mais o produtor de tomate atrasar o plantio para não coincidir com a colheita da soja, que é quando a mosca-branca se desloca em busca de outras culturas, menores serão as chances de haver uma alta população de insetos no início do estabelecimento da lavoura de tomate, quando as plantas são mais vulneráveis", analisa o pesquisador que recomenda os meses de fevereiro e março para início do plantio do tomate.

A fim de garantir a efetividade do vazio sanitário, os órgãos de defesa supervisionam os viveiros de produção de mudas, que devem apresentar relatórios com informações sobre os compradores, volume comercializado e época da venda. Outro aspecto da fiscalização é a amostragem de polos de produção para checar se, na entressafra, há cultivo de tomate no campo ou tigueras, ou seja, restos vegetais que não são colhidos e ficam no campo até brotar novamente. Essas plantas preocupam porque elas podem servir como fonte de vírus e prejudicar a quebra no ciclo da doença, que é o principal objetivo do vazio sanitário. De acordo com Michereff, a pesquisa identificou que a taxa de transmissão de vírus entre plantas de tomate é muito mais alta do que de plantas daninhas para tomate, daí a importância de eliminar qualquer planta verde do campo.


Potes de argila são alternativa de irrigação de baixo custo no Brasil e na África

A utilização de potes de argila, muito parecidos com aqueles usados para armazenar água potável nas cozinhas de fazendas e cidades do interior, está sendo validada como tecnologia social para irrigação de baixo custo e uso racional dos recursos hídricos no Brasil e na África. Por meio de uma parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental (PA) e a Universidade de Makelle, da Etiópia, a tecnologia foi estudada e posteriormente implantada na região norte da Etiópia, sendo incorporada como política pública para agricultura familiar daquele país. No Brasil, o projeto foi batizado de IrrigaPote com pesquisas conduzidas em várias regiões do Estado do Pará e já apresenta resultados positivos em fruticultura e cultivo de hortaliças.

A tecnologia permite uma interação solo-planta-atmosfera de forma a garantir a oferta de água no solo em períodos de estiagem prolongada, tendo como foco a agricultura familiar, conforme esclarece a pesquisadora da Embrapa Lucieta Guerreiro Martorano, responsável pelo projeto no Brasil. Ela explica que, no processo, a água da chuva é captada por meio de calhas distribuídas ao longo dos telhados e depois armazenadas em reservatórios para então serem distribuídas para os potes de barro enterrados junto às culturas alimentares escolhidas pelos agricultores. "Uma tecnologia simples, de fácil implantação, que aproveita a água da chuva e garante as colheitas às famílias, gerando renda e segurança alimentar", defende a cientista.

De acordo com a pesquisadora, a Embrapa foi convidada pela universidade africana para aderir ao desafio de encontrar soluções de irrigação de baixo custo e fácil adoção pelos agricultores, o que gerou mais um projeto da parceria Brasil/África integrante à iniciativa internacional Agricultural Innovation MarketPlace. A plataforma Marketplace agrega diversos especialistas e instituições brasileiras, africanas, latino-americanas e caribenhas para desenvolver, de madeira conjunta, projetos de pesquisa e inovação para a agricultura, por compreender o papel fundamental para o crescimento dos países e superação das desigualdades.

O projeto foi iniciado em 2014 envolvendo pesquisadores dos dois países, inicialmente, a fim de encontrar a tecnologia mais adequada para enfrentar o desafio da agricultura familiar no norte da Etiópia, com vistas a garantir a segurança alimentar em períodos de baixa oferta pluvial. De acordo com dados do projeto, naquela região, mais de 50% da água disponível para a agricultura é perdida por questões como evaporação direta, escoamento superficial e drenagem profunda.

Desafio da pesquisa para mudar realidades

Lançado o desafio, a cientista conta que a hipótese da pesquisa era comprovar a viabilidade do uso de tecnologias de baixo custo e soluções inteligentes para identificar estratégias de reposição hídrica e armazenamento de água em recipientes, considerando, além do preço, a facilidade de acesso aos materiais utilizados na implantação e a fácil adoção pelo público. Os vasos de cerâmica ou potes de argila foram a solução encontrada, mas, para implementá-la, era necessário descobrir que tipo ou formato de pote seria o mais adequado a cada cultura e medir, em campo, sua eficiência.

Para tanto, foram utilizados os princípios da agrometeorologia, campo de estudo de Lucieta, que utiliza a aplicação da meteorologia nas atividades agrícolas. "Estudar o desempenho de qualquer sistema de irrigação requer medir as taxas evapotranspiratórias (ET), monitorar as fases fenológicas e contabilizar crescimento e rendimento de culturas", exemplificou. Isso foi feito para padronizar e testar as tecnologias e avaliar sua viabilidade técnica e econômica em condições de campo. "O estudo busca subsidiar estratégias de enfrentamento à seca em condições atuais e em cenários de mudanças climáticas, garantindo segurança alimentar, geração de renda e desenvolvimento local", complementa a pesquisadora.

A pesquisa comparou ainda a utilização dos potes em detrimento a outras formas de irrigação de baixo custo, a exemplo do gotejamento, mas o resultado demonstrou, entre outros aspectos, maior eficiência dos potes por evitar a evaporação e preservar água, além de apresentar menor custo. Como resultado da etapa africana da pesquisa, concluiu-se que a panela ou pote de argila em forma de jarro não perfurado era a mais apropriada para o cultivo das culturas analisadas, como as hortaliças.

A aplicação em campo incluiu a preparação de manuais de treinamento traduzidos para o idioma local, tigrigna, que foram distribuídos para mais de 60 agricultores e 12 agentes de desenvolvimento agrícola, além de especialistas em extensão do distrito. O processo tecnológico foi estruturado e listado como política pública para o norte da Etiópia.

Potes fornecem água garantindo a produtividade de frutas e hortaliças

De acordo com a pesquisadora, a tecnologia é relativamente simples e há séculos vem sendo utilizada em diversos países sem, no entanto, o estabelecimento de protocolos, testes e pesquisas de eficiência necessárias para uma validação. 

Para a instalação do equipamento de irrigação, são necessários potes de barro (argila), além de tubos, flutuadores, conectores, higrômetros, calhas e tanques de água. Na África, a água da chuva era coletada pelas calhas, mas os agricultores tinham de levar o líquido até as áreas de cultivo e abastecer os potes que são enterrados juntos às plantas, aumentando o trabalho e desgaste físico no campo.

Mesmo sendo eficiente para oferta de água, a observação desse trabalho extenuante incomodava a pesquisadora e ela partiu para um novo experimento, o de automatizar todo processo, mas com equipamentos simples, que continuassem a garantir à viabilidade econômica do sistema. "No Brasil, a tecnologia foi testada já com o processo todo automatizado e deve ser patenteado ao longo de 2017, ano em que se encerra o projeto", adianta Lucieta.

Os potes são enterrados em covas junto às plantas a serem irrigadas e recebem, por meio de tubos, a água captada da chuva. A cientista conta que a diferença entre modelo africano e o brasileiro é que aqui a água segue automaticamente do reservatório para os potes, por meio do sistema de boias, semelhantes ao utilizado nas descargas dos banheiros ou caixas d'água.

A partir daí a natureza assume, e a planta vai prolongar suas raízes, que envolvem os potes, sugando a água necessária somente no período de estiagem. "Quando há oferta hídrica, com as chuvas, por exemplo, a água do pote permanece intacta", garante a pesquisadora.

Ela explica que isso ocorre porque quando o solo seca, a força gravitacional faz com que a água condense na superfície do pote, que é feito de barro − uma substância porosa − e, por isso, a planta emite a raiz até o pote e vem captar a água que está condensada na superfície.

Produtores do oeste paraense aprovam a tecnologia

Embora a Amazônia seja reconhecida por seus rios de água doce e grandes períodos de chuvas, a estiagem é uma realidade durante vários meses, algo que vem se agravando nos últimos anos. "Temos alta oferta pluvial, mas, nos meses de agosto a outubro, apenas 4% da Amazônia não está em deficiência hídrica. Por isso, os produtores em mais de 90% da região não conseguem cultivar nesse período, acarretando perda de fonte de renda da família e risco à segurança alimentar", analisa Lucieta.

Após testar o sistema de irrigação em áreas de pesquisa da Embrapa em diversos municípios paraenses, a cientista levou os experimentos para a comunidade de Lavras, zona rural de Santarém, município do oeste paraense. Com apoio da Emater do Pará, a pesquisadora instalou o projeto IrrigaPote na propriedade de dona Maria Cinira e João da Rocha. O sítio do casal está em processo de transição agroecológica e comercializa frutas e hortaliças em uma feira semanal de produção orgânica em Santarém. Dona Cinira contou que trabalha como agricultora há mais de 30 anos e que nos últimos anos vinha perdendo dinheiro e produção com a seca. "Não temos poço na comunidade e sofremos com a falta de água", comentou a agricultora.

A situação vem mudando desde a instalação do IrrigaPote, como festejou a agricultora. "Para nós está sendo uma experiência muito boa. Minhas plantas estavam morrendo e eu não tinha solução. Os pés de acerola, que estavam morrendo, retornaram e já deram uma boa produção este ano. As outras plantas também estão renovadas e tenho certeza que só vão melhorar", conta.

Satisfeita com os resultados, dona Cinira sonha agora com tempos melhores e acredita poder manter a família com qualidade de vida no campo. "Quero meus filhos trabalhando aqui com a família, mas sem a garantia da produção e da renda, não seria possível. Agora temos mais esperança na produção e nossos filhos ficam mais seguros em continuar com a agricultura e não precisam ir morar na cidade", comenta.

Sistema proporciona vantagens econômicas e ambientais

Além de uma tecnologia social de baixo custo e fácil adoção pelos agricultores familiares, o projeto IrrigaPote possui diversos componentes de sustentabilidade ambiental e social. A pesquisadora lembra que a agricultura é responsável por até 70% do consumo da água potável mundial e que esse recurso é limitado, até mesmo em uma região como a amazônica. "O IrrigaPote aproveita a água da chuva e seu sistema não utiliza energia elétrica, resultando em economia para o agricultor que não precisa arcar com a despesa extra da conta de luz. Também ganha o meio ambiente no uso eficiente do recurso hídrico e no serviço ambiental como provisão de água", defende a pesquisadora.

Lucieta diz também que outra vantagem para o agricultor e o meio ambiente é que no sistema de irrigação com potes de argila, como as plantas emitem as raízes até o pote, a própria planta suga a quantidade de água necessária a seu pleno desenvolvimento, não correndo o risco de os demais sistemas encharcarem a terra com excesso de líquido ou ofertar menos água que o necessário e, com isso, comprometer o desenvolvimento e a produtividade. "Ganha o produtor em tempo de trabalho ou adequação ao sistema que é autorregulável e inteligente, a planta, que tem água na medida certa, e o meio ambiente, com a ausência de desperdício de água",

A satisfação com os resultados trouxe novas perspectivas ao projeto que, em 2017, deve ganhar outras formas para aumentar a diversidade na produção, renda e mais oferta de alimento aos agricultores. Lucieta adiantou que vai iniciar a análise do plantio de hortaliças em sistema de mandalas, dispostas ao redor dos potes utilizados inicialmente, somente para a irrigação de árvores frutíferas. Ela acredita que essa tecnologia poderá gerar renda extra às famílias o ano inteiro, pois haverá colheitas regulares preenchendo os períodos entre as safras das frutas ou mesmo durante o crescimento da árvore até ficar adulta e produzir frutos.



Parcerias institucionais aumentam a força da agropecuária

O evento aconteceu entre os dias 18 e 20 de janeiro de 2017, na sede da Fundação MS



A locomotiva que puxa a economia do Brasil é o agronegócio”, disse Guilherme Asmus, chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, citando, durante o Showtec 2017, o economista brasileiro Mailson da Nóbrega. Ele acrescentou que é um “compromisso grande de todas as instituições envolvidas com tecnologias fomentar o desenvolvimento do Agro de Mato Grosso do Sul e do Brasil. O que seria da agropecuária sem os parceiros?”

Para Asmus, Mato Grosso do Sul possui um ambiente favorável para contribuir com o desenvolvimento sustentável do País, porque “a integração entre as instituições é forte, criando um ambiente propício para o crescimento em diversos do Agro”, afirmou, dizendo também que, atualmente, o grande desafio é como modular os sistemas de produção mais adequados para intensificar a produção de maneira sustentável e atender a demanda da sociedade, transformando o conhecimento para uma linguagem acessível a todos os públicos e de forma prática.

Reuniões institucionais

No estande da Embrapa no Showtec 2017, onde trabalharam como parceiros três Unidades da Embrapa: Agropecuária Oeste, Gado de Corte, Solos, além da Fundação Meridional, Agraer, e da organizadora do evento Fundação MS, houve espaço para reuniões institucionais, como já aconteceu em outros anos. 

Nesse espaço, a Embrapa Agropecuária Oeste reuniu-se com a Biosul para discutir a programação do 3º Ciclo de Seminários Agrícolas para a cultura da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul. O evento tem a finalidade de atender as demandas de usinas, empresas agrícolas e de defensivos, com o foco no aumento da produtividade da cana-de-açúcar.

O Sebrae também se reuniu com a Unidade da Embrapa de Dourados para tratar sobre o novo projeto do governo de MS para a olericultura, que tem como objetivo ampliar a produção de alimentos no Estado, para atender a demanda interna e, futuramente, tornar-se um exportador para outras unidades da federação. Estão envolvidos no projeto a Sepaf, Agraer, Iagro, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Pantanal, Embrapa Hortaliças, Senar/MS, FAF/MS, Cecaf, Ceasa, Agrofer, entre outras instituições ligadas ao tema.


A Cooperativa Agroindustrial LAR aproveitou o Showtec 2017 para articular ações com a Embrapa Agropecuária Oeste, entre elas acertar os detalhes do Dia de Campo sobre soja abordando os temas: plantabilidade em soja, espaçamentos e densidades de cultivo da soja, no dia 27 de janeiro, em Maracaju, MS. Neste dia, além das visitas a campo, haverá uma palestra sobre arranjos espaciais de plantas e como podem contribuir para a produtividade de grãos, ministrada pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia. No decorrer do Showtec, várias reuniões espontâneas aconteceram no estande da Embrapa para estreitar relacionamentos e articular ações com diferentes públicos ligados ao setor agropecuário.

Sucesso

Pela primeira vez, todas as instituições deram palestra no Showtec no auditório do estande da Embrapa. Além de pesquisadores das três Unidades da Embrapa (Michely Tomazi, Guilherme Asmus, Crébio Ávila da Embrapa Agropecuária Oeste, Fabiana Villas e Ademir Zimmer da Gado de Corte e Henrique Debiase da Soja), ministraram palestras profissionais da Fundação MS, Famasul, MNP Jovem, Grupo Água Tirada e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Também esteve no estande, realizando atendimento institucional, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).

Quem foi ao estande da Embrapa também conheceu a campo a nova cultivar de mandioca, a BRSCS-01, desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura em parceria com diversas Unidades, inclusive Embrapa Agropecuária Oeste; as cultivares de forrageiras da Embrapa Gado de Corte: capins solteiros (Piatã, Paiaguás, Ipýporã (pré-lançamento), Quênia (pré-lançamento), Tamani, Zuri; consórcios: Milho x Piatã; Milho x Paiaguás, Milho x Guandú, Milho X Zuri, e culturas sobre palhada de Piatã: milho, soja, mandioca, feijão; como controlar infestação de nematoides, pragas e doenças; assim como outros temas.

Showtec 2017 

O evento aconteceu entre os dias 18 e 20 de janeiro de 2017, na sede da Fundação MS, em Maracaju (MS), realizado pela Fundação.

Fonte: Agrolink com informações de assessoria