sábado, 2 de julho de 2016

Com crédito de R$ 185 bi, safra agrícola 2016/2017 iniciou-se em 1º de Julho

Um dos maiores produtores mundiais de alimentos, o Brasil começou na última sexta-feira (1º) mais uma safra agrícola. Para a temporada 2016/2017, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) oferece aos agricultores cerca de R$ 185 bilhões para financiamentos de custeio, investimento e comercialização. Segundo o ministro Blairo Maggi, a partir de hoje, os bancos que operam com o crédito rural oficial estão aptos a financiar as atividades do novo ciclo agrícola.

O volume de crédito rural sofreu alteração. Em maio deste ano, o governo federal anunciou R$ 202,88 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017. No entanto, os recursos ficaram agora em R$ 185 bilhões. Isso é reflexo do redimensionamento da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que terá em torno de R$ 10 bilhões à taxa controlada de 12,75% ao ano.

De acordo com o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, a expectativa da nova safra é favorável. “O Brasil vai colher mais de 200 milhões de toneladas de grãos. As cotações no mercado internacional estão aquecidos, há previsão de preços remuneradores e os recursos programados são significativos.”

As operações de custeio e comercialização com juros controlados contarão com R$ 115,6 bilhões. Os juros foram ajustados sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com taxas que variam de 9,5% a 12,75% ao ano. Já os juros para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 8,5%. Para os programas de investimento, o governo federal destinou R$ 34,045 bi.

Inovações

O Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017 traz inovações. Em reunião nesse quinta-feira (30), o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu o limite único de custeio de R$ 3 milhões por beneficiário por ano agrícola.

Deste total, no primeiro semestre do plano (1º de julho a 31 dezembro de 2016) podem ser aplicados no máximo 60% e o restante no segundo semestre (1º de janeiro a 30 de junho de 2017). Já para a comercialização, o limite aprovado foi de R$ 4,5 milhões por produtor. Para investimento, o teto permaneceu inalterado em R$ 430 mil reais por beneficiário.

Na pecuária de corte, a aquisição de animais para recria e engorda deixa de ser considerada investimento e passa para a modalidade de custeio. A mudança vai proporcionar ao produtor mais recursos e agilidade na contratação do crédito.

O Programa de Modernização à Irrigação e Cultivos Protegidos (Moderinfra), por sua vez, prevê incentivos à aquisição de painéis solares e caldeiras para geração de energia autônoma em áreas irrigadas. O valor programado é de R$ 550 milhões.

O novo plano ainda elevou, de R$ 40 mil para R$ 320 mil, o limite para financiamento de estruturas de secagem e beneficiamento de café, por meio do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Ao todo, o Moderfrota tem programado R$ 5,050 bilhões.

Outra meta do Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017 é incentivar, por intermédio do Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), o plantio de açaí e cacau na Amazônia. O programa ABC conta com R$ 2,990 bilhões.

Também foram renovados para a temporada os programas de investimento para construção de armazéns (PCA), inovação e modernização tecnológica na agropecuária (Inovagro e Moderagro) e os destinados às cooperativas (Prodecoop e Procap-Agro).

Letras de crédito

Os produtores de maior escala podem contar, agora, com recursos complementares àqueles limites fixados pelo crédito rural, conhecidos como extrateto, para fazer frente as suas despesas de custeio. Esses recursos serão oriundos das LCAs, com taxa fixada em 12,75% ao ano, cujo montante estimado é da ordem de R$ 10 bilhões. Nos planos anteriores, não havia essa opção. Os juros eram livres e, consequentemente, menos atrativos ao setor produtivo, destacou o ministro Blairo Maggi.

Além disso, os Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), emitidos por cooperativas e empresas que desejam atrair investidores, poderão ser corrigidos em moeda estrangeira, desde que lastreados na mesma condição.

Preços mínimos

O Conselho Monetário Nacional (CMN) também aprovou os novos preços mínimos das culturas de verão, produtos extrativistas e regionais para a nova temporada agrícola. Nos próximos dias, o Ministério da Agricultura divulgará as respectivas portarias no Diário Oficial da União.

O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 se estende até 30 de junho de 2017.

As portarias sobre os programas do plano estão no Diário Oficial da União. Acesse aqui.


Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Mapa e Universidade Federal de Viçosa promovem curso sobre produção integrada

Inscrições para o primeiro módulo vão até o dia 8 de julho


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promove, em parceria com a Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (Cead) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o curso gratuito de produção integrada, voltado à produção de alimentos seguros e à sustentabilidade.

A produção integrada busca a adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos e outros produtos agropecuários de alta qualidade. O objetivo é oferecer produtos seguros para a saúde humana e animal, levando em conta aspectos como higiene, conservação ambiental e uso racional de insumos.

O curso tem por objetivo capacitar os participantes sobre os procedimentos para implantação da produção integrada e está dividido em três módulos, tendo como público-alvo produtores rurais, técnicos agropecuários e engenheiros agrônomos.

Todas as atividades serão desenvolvidas na modalidade a distância, exceto o módulo 3, que terá um encontro presencial a ser custeado pelos participantes. A duração de cada um dos três módulos do curso vai variar de duas a oito semanas.

Os interessados podem se inscrever para o módulo 1 até o dia 8 de julho, na página do curso. A seleção dos inscritos será feita pela coordenação do curso da UFV e pelo Mapa, levando em consideração a relação dos candidatos com a certificação de produtos agrícolas. Mais informações pelo e-mail cursopiufv@gmail.com ou pelo telefone (31) 3899-1078.


Incaper incentiva controle biológico para combater praga na plantação de morango


As pragas podem trazer grandes prejuízos ao agricultor, podendo causar desde queda da produtividade até a perda total da plantação. Algumas pragas, como a broca do fruto “Lobiopa insularis”, podem causar sérios prejuízos, se a infestação não for controlada. Por isso, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) incentiva o manejo correto da plantação.

O lobiopa é um besouro de corpo achatado com cerca de 4 a 8 mm, de coloração marrom claro, com manchas escuras e amareladas no dorso. Põe seus ovos nos frutos, onde se desenvolvem as larvas. O inseto é atraído para a lavoura de morango pelo cheiro dos frutos maduros. Ele escolhe somente os morangos com polpa doce, bem vermelha e suculenta. 

“A praga perfura o morango e se alimenta do fruto. Em seguida, coloca os ovos e a larva se desenvolve. Assim que completa seudesenvolvimento, já adulta, ela desce para o solo. Tanto a larva quanto o adulto causam prejuízos na plantação”, ressaltou oentomologista do Incaper, José Salazar Zanúncio Junior.

Sérgio Ronchi é do Distrito de Pedra Azul, em Domingos Martins, e é um dos maiores produtores de morango da região. Ele só colhemorangos bem maduros, pra vender in natura na loja da família. Mas a broca do morango já chegou a comprometer 10% daprodução. “O lobiopa apareceu na minha plantação em 2006 fazendo um grande estrago. Como ele só come a fruta madura, esseproduto acaba não tendo valor comercial”, disse Sérgio.

Os prejuízos são bastante significativos, principalmente na qualidade do fruto, provocando a perda no valor comercial. “É importanteque o produtor fique atento aos sintomas e ao nível de dano de cada praga, a fim de conhecer o momento de aplicar as táticas decontrole adequadas para cada caso, evitando a aplicação indiscriminada de agrotóxicos e realizando o manejo de pragas de formasustentável”, ressaltou José Salazar.

Manejo correto

O Incaper recomenda o controle biológico do Lobiopa. “A isca para atrair o besouro é simples, basta o produtor misturar o morangoamassado, água e o inseticida microbiológico formulado a partir de esporos do fungo beauveria bassiana. A armadilha é distribuídanos canteiros, em potes. O besouro atraído pelo morango se alimenta e quando entra em contato com o produto ele morre” disseSalazar. O produtor aprovou o controle biológico. “Depois que comecei a utilizar a armadilha biológica percebi que a incidência dapraga na minha plantação diminuiu. O importante é que estou combatendo de forma sustentável sem agredir os frutos”, disse SérgioRonchi.

Safra de morango

A produção de morango no Espírito Santo deve atingir uma média de dez mil toneladas no final da safra. Ao todo, são 250 hectares de plantação, que envolvem diretamente mais de 3.000 agricultores de base familiar. Para a produção orgânica, a área é de 2,5 hectares, envolvendo cerca de 30 famílias. “Estimamos que a área plantada tenha diminuído cerca de 20%, devido ao alto custo de produção, principalmente de mudas, que tem royalties em dólar. Muitos agricultores diminuíram a área plantada, mas terão maior rendimento, pois poderão cuidar melhor do plantio, já que morango demanda muita mão de obra”, ressaltou a coordenadora do polo de morango do Incaper, Cíntia Bremenkamp.

Fonte: Incaper

Plano Safra 2016-17 dispõe de R$ 3 bilhões para custeio e investimento no RS

Com recursos de R$ 3 bilhões do sistema financeiro estadual - Banrisul, Badesul e BRDE -, foi lançado nesta quarta-feira (29/06), no Palácio Piratini, o Plano Safra Gaúcho 2016/2017. São R$ 2,1 bilhões do Banrisul, R$ 550 milhões do BRDE e R$ 350 milhões do Badesul. O montante total destinado pelo Governo do Estado é recorde. Em 2015, o Plano Safra disponibilizou R$ 2,8 bilhões, volume superior ao ano anterior: R$ 2,74 bilhões.

Dos R$ 2,1 bilhões que podem ser aportados via Banrisul, R$ 1 bilhão é destinado para custeio, R$ 600 milhões para comercialização e R$ 500 milhões para investimento. Estão previstos financiamentos para agricultores familiares (Pronaf), médios produtores (Pronamp) e agricultores empresariais, cooperativas, agroindústrias, beneficiadores, cerealistas e demais empresas do setor.

A maior parte das operações envolvendo os R$ 500 milhões disponibilizados pelo BRDE é relacionada a projetos de irrigação e de armazenagem; aquisição de máquinas e equipamentos; pesquisas e tecnologia; obras civis; e projetos sanitários e ambientais. Recursos para compra de máquinas, equipamentos e implementos também podem ser financiados dentro dos R$ 350 milhões viabilizados pelo Badesul, que ainda oferece linhas de crédito para projetos de açudes, correção de solo e armazenagem.

"Este Plano Safra recorde é fruto de um esforço do governo. Apesar do momento de dificuldades, demonstra a crença no setor que contribui para o desenvolvimento da economia do Rio Grande do Sul. Estes recursos estarão à disposição no sistema financeiro estadual a partir de 1º de julho para que os agricultores já comecem a pensar na safra de verão", anunciou o governador José Ivo Sartori.

O governador elogiou o trabalho integrado das secretarias da Agricultura, Pecuária e Irrigação e do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. "A união, a construção coletiva e a articulação em favor do crescimento são premissas do nosso governo. Assim reafirmamos nosso compromisso com os produtores rurais e com o desenvolvimento no campo", afirmou.

Retorno imediato
O secretário da Agricultura, Ernani Polo, afirmou que viabilizar recursos aos produtores, por meio das instituições financeiras, "é investir no retorno imediato na economia do estado". O secretário do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, disse que o Plano Safra permite aos produtores planejar seus investimentos e até ampliá-los. "Para os pequenos produtores, representa investimento em tecnologia para aumentar a produção".

Representando os produtores rurais, Vinícios Ivan Andreazza, 19 anos, contou como financiamentos obtidos nas linhas do Plano Safra mudaram a realidade da propriedade da família. "Com o foco na qualidade, fiz cursos e adquirimos tecnologia. Aumentamos a produção e hoje temos sete funcionários". O presidente da Cooperativa Mista São Luiz (Coopermill) de Santa Rosa, Joel Antônio Capeletti, destacou a importância destes recursos para o sistema cooperativo.

Fonte: Emater - RS

Família de Entre-Ijuís surpreende-se com resultado da produção de bananas

O agricultor Elimar Almeu Martins se impressionou com o resultado da produção em uma das bananeiras de sua propriedade, localizada em Esquina Rondinha, interior de Entre-Ijuís. Um dos cachos, com 21 pencas, da variedade caturra, chegou a aproximadamente 1,68 de altura, o que é considerado um diferencial no Noroeste gaúcho. 

Na propriedade de 16 hectares, onde mora com a esposa Maristela Martins e dois filhos, existem cerca de 70 pés de banana, produzidas sem uso de químicos, entre as variedades caturra, catarina, prata, maçã e figo, além de uma produção diversificada de outros alimentos. Atualmente, a família aproveita a produção das bananeiras para consumo próprio, tanto in natura, como a banana processada em forma de doce, schmier, balas e outros. O excedente, compartilha com vizinhos. Segundo o produtor, o tamanho do cacho foi uma surpresa, pois até então foi o maior já produzido na propriedade. 

A extensionista da Emater/RS-Ascar, Fátima Jurani Santinon, lembra que a banana é uma fruta rica em potássio e carboidrato, que fornece energia para o organismo, e também é fonte de vitaminas e sais minerais. ?Além de ser benéfica para a saúde, possui grande valor artesanal, pois das suas hastes extrai-se a fibra, usada na fabricação de cordas e tranças e, destas, são fabricados objetos artesanais?, sugere.

Fonte: Emater - RS

Participantes da Rede Save Food Brasil discutem desperdício de alimentos

O desperdício de alimentos vai ser destaque nesta quinta-feira no último dia do Sustainable Food Summit da América Latina, realizado na capital paulista. O assunto interessa do produtor ao consumidor, passando pela indústria e pelo varejo: Um terço de tudo o que é produzido para consumo humano se perde antes de chegar à mesa, causando um prejuízo anual de US$ 940 bilhões (R$ 3 trilhões), segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A recém-lançada rede Save Food Brasil, cuja campanha global é liderada pela FAO e no Brasil tem apoio institucional da Embrapa e do WRI Brasil (instituição de pesquisa global), montou um stand no fórum para mobilizar os participantes em torno da perda e do desperdício de alimentos, estimada em 41 mil toneladas ao ano no país. E vai mostrar em palestras e discussões que acontecem na tarde desta quinta-feira (30) os diferentes impactos sociais, econômicos e ambientais destes alimentos que vão para o lixo sem necessidade, além de mostrar que as soluções existem.

“Muitos países têm conseguido reduzir o índice de perdas e desperdícios de alimentos, mas os desafios ainda são muitos. O mundo do futuro não pode permitir o grande desperdício de alimentos e de recursos naturais e, principalmente, precisa combater a poluição e as emissões de gases de efeito estufa que estes desperdícios produzem no meio ambiente,” defende Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil.

Além de advogar a maior eficiência no transporte e na embalagem de alimentos, a rede Save Food Brasil está em fase de engajamento de parceiros e membros, e tem como mensagem principal a mudança de atitude. “É necessário um forte engajamento da sociedade civil, dos produtores, dos governos para fixar metas concretas de redução do desperdício e das perdas dos alimentos, não só no Brasil, mas em todo o mundo”, defende Bojanic, que abrirá as discussões no início da tarde.

Na mobilização da sociedade, a rede Save Food Brasil também tem auxiliado “legisladores com pareceres técnicos para fundamentar projetos estaduais e federais ligados à questão da perda e desperdício”, lembra o pesquisador da Embrapa, Murillo Freire.

O Brasil aos poucos avança nesse tema. Desde o ano passado, na Assembleia Legislativa de São Paulo, tramita um projeto de autoria do vereador Ricardo Young (PV), que obriga os estabelecimentos que comercializam alimentos a doarem os que ainda são próprios para consumo, mas perderam o valor comercial. O projeto prevê que estes alimentos não poderão mais ser jogados em aterros sanitários e serão doados para vulneráveis, processados para produção de ração animal ou usados na compostagem para produzir adubo orgânico.

A redução da perda e desperdício de alimentos reduz não só a pressão sobre o clima, mas a poluição da água e do solo. A Coordenadora de Mudanças Climáticas do WRI Brasil destaca que se a perda e o desperdício fossem “um país”, este país “seria o terceiro maior emissor de gases que provocam o efeito estufa no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos”.

Em 2015 a Organização das Nações Unidos lançou 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que devem ser perseguidos por todos os países membros. Entre eles, a meta de reduzir a perda e desperdício de alimentos pela metade em todo o mundo até 2030. “Estamos muito confiantes de que a formação da rede Save Food Brasil irá conectar as pessoas para promover maior cooperação sobre o tema no Brasil”, destaca Freire.

SERVIÇO:
PALESTRAS COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – DIA 30 DE JUNHO

14 HORAS
Global Food Loss & Waste Reduction (Perda Global de Alimentos e Redução do Desperdício)
Alan Bojanic – FAO

14:30 HORAS
Environmental Impacts of Food Loss & Waste (Impactos ambientais da perda e Desperdício de Alimentos ) 
Viviane Romeiro - WRI Brasil 

17 HORAS
Mitigating Food Waste by Changing Consumer Behavior (Mitigando desperdício de comida ao Mudar Comportamento do Consumidor)
Gustavo Porpino, Analista de Comunicação – Embrapa

17:30 HORAS
Painel - Overcoming Sustainable Consumption Barriers (Superando Barreiras ao Consumo Sustentável)

Endereço: Hotel Pestana - Rua Tutóia 77, São Paulo
www.pestana.com/en/pestana-sao-paulo-hotel/

Festa do Morango é opção de lazer em Jarinu

Programação tem música, alimentação, exposição e venda da fruta.
Evento tem entrada gratuita e segue até o dia 10 de julho.



A tradicional festa do morango de Jarinu (SP) começou no último sábado (25) no Parque do Morango Duílio Maziero, a partir das 9h. A entrada é gratuita e a festa continua nos finais de semanas seguintes, até os dias 2, 3, 9 e 10 de julho.

Aos sábados a festa começa às 10h e vai até as 23h. Aos domingos o horário é das 10h às 21h. Além da apresentação de Bon Odori, exposição e venda de morangos e show regionais, ainda haverá comida italiana, japonesa, mineira e outras variedades tanto na praça de alimentação quanto nas barracas montadas por todo o parque.

Neste ano, também haverá cicloturismo do Endurance Bike. Quem quiser participar pode ter mais informações pela internet. O Parque do Morango Duilio Maziero fica no quilômetro 77 da Rodovia Edgard Máximo Zambotto, na saída 87 da Rodovia Dom Pedro I.

A festa é realizada pela Associação dos produtores de morango de Jarinu e Atibaia (SP) com o apoio das duas prefeituras.

Fonte: G1

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Bacteriose do maracujá é combatida com microrganismos da própria planta

Foto: Bernardo Halfeld Vieira
Bactérias encontradas na própria planta podem ser a solução para uma doença que provoca até 30% de perdas a fruticultores: a bacteriose do maracujá. Ao isolar organismos da superfície das folhas (filoplano), cientistas os testaram no combate à doença e conseguiram reduzir sua severidade em até 40%. A bacteriose provoca lesões nas folhas e deixa os frutos impróprios para consumo e pode exigir a eliminação total do pomar em caso de surto.

"Selecionamos os melhores isolados, e quisemos saber como essas bactérias exerciam o controle, ou seja, o modo como elas atuam", conta Bernardo Halfeld Vieira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (SP) que desenvolve a pesquisa com os colegas Alessandra Ishida, da Embrapa Amazônia Oriental (PA), e Daniel Schurt, que atua na Embrapa Roraima.

A doença costuma ser controlada pelo uso de produtos químicos (cúpricos) e do antibiótico casugamicina. Porém, com aplicações recorrentes, o microrganismo causador adquire resistência rapidamente. "Por não termos cultivares resistentes a essa doença disponíveis no mercado, o produtor acaba utilizando produtos químicos para o seu controle, sendo muitas vezes pouco eficientes, de custo elevado e ecologicamente não adequado", afirma Daniel Schurt. Outro agravante é que a bactéria é transmitida pela semente e está presente em abundância nos locais de cultivo. "Oferecer uma alternativa de controle à mancha-bacteriana traz vantagens para toda a cadeia produtiva do maracujá", diz Alessandra Ishida.

Remédio na própria planta

Utilizar microrganismos nativos contra microrganismos patogênicos à própria planta é uma estratégia interessante, segundo explica Halfeld Vieira. Por essas bactérias nativas serem adaptadas à planta de onde foram retiradas, espera-se que elas tenham maiores chances de se estabelecer na cultura e exercer seu papel de controle da doença, explica o pesquisador. "Desse modo, se pressupõe que as bactérias selecionadas utilizam algum mecanismo de antagonismo ou atuam por indução de resistência, desfavorecendo o patógeno", detalha. "Após diversos estudos, concluímos que as bactérias selecionadas competem por fontes de nitrogênio e ferro, e, com isso, a bactéria que causa a doença tem sua capacidade de infecção reduzida", complementa.

A partir desse conhecimento, os pesquisadores pretendem utilizar esses microrganismos para reduzir os danos ocasionados pela doença, além de procurar outras alternativas que limitem o acesso da bactéria fitopatogênica aos nutrientes, imitando esse mecanismo. A próxima etapa é verificar se é possível utilizar esse princípio para o controle de doenças bacterianas também em outras culturas e comprovar se as bactérias antagonistas (de combate à doença) são seguras para utilização prática.

Início

Os estudos que levaram aos microrganismos de combate começaram em 2011, coordenados pela Embrapa Meio Ambiente e cofinanciados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Como essa doença causa prejuízos significativos em São Paulo, Pará e Roraima, cada pesquisador fez a seleção de antagonistas nesses locais e depois testaram juntos para definir quais seriam as melhores bactérias. 

Maior produtor e consumidor mundial do maracujá, com mais de 700 mil toneladas produzidas em 2009, o Brasil vem registrando significativas perdas no campo por causa da doença que é de difícil controle e de ocorrência generalizada. A partir daí, iniciou-se a verificação de como elas controlam a doença, conferindo se produziam substâncias responsáveis pelo antagonismo, além de procurar outros meios de ação.

O conhecimento do mecanismo de controle biológico que proporcione redução significativa da severidade da doença pode orientar os procedimentos de seleção de bioagentes, além de permitir a descoberta de novas possibilidades de controle. Nesse estudo, o controle da doença foi demonstrado utilizando-se nove bactérias nativas da planta, capazes de controlar a doença independentemente da origem do agente causal(Xanthomonas axonopodis pv. passiflorae) utilizado na pesquisa.

Causa da atividade antagonista

Foi realizado ensaio para os dois antagonistas que demonstram atividade de inibição da X. a. pv. passiflorae. Foi confirmada a capacidade de inibir o crescimento de três cepas de origens diferentes. Nas plantas, bactérias selecionadas de São Paulo e Roraima foram capazes de reduzir a severidade da doença entre 20% e 37%.

O conjunto de resultados mostrou que o mecanismo de competição explica a capacidade de controle de bacteriose do maracujá. Independentemente da origem da estirpe, os resultados para todos os nove antagonistas confirmam a hipótese de que a carência de ferro ou fontes de nitrogênio orgânico no filoplano é fator importante no controle da doença no maracujá.

Aplicações em outras espécies

Ainda não há evidências de que a competição é eficaz para o controle de outras bacterioses que atingem a parte aérea de outras espécies de plantas, pois há indicativos de que algumas bactérias patogênicas não requeiram aumento de população tão expressivo para que possam iniciar o processo infectivo. Também é necessário levar em consideração a composição e abundância de nutrientes secretados na superfície das folhas, que varia de acordo com cada espécie vegetal. Quanto maior a disponibilidade e diversidade de nutrientes na superfície foliar, menor as chances da competição atuar.

Os resultados desse trabalho fornecem uma perspectiva de como antagonistas podem reduzir a severidade da bacteriose em plantas de maracujá. Porém, são necessários mais estudos para compreender como a carência desses nutrientes altera a dinâmica populacional da bactéria nas folhas e sua capacidade de infecção.

Seda conserva frutas frescas sem refrigeração



Frutas frescas, não geladas

Metade das frutas e hortaliças do mundo são perdidas na cadeia de abastecimento alimentar sem chegar aos consumidores, devido principalmente à deterioração prematura desses alimentos perecíveis, de acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Engenheiros da Universidade Tufts, nos EUA, apresentaram uma tecnologia que poderá ajudar a diminuir esse desperdício, permitindo que as frutas fiquem frescas por mais de uma semana mesmo na ausência total de refrigeração.

A solução está em um composto inodoro, biocompatível e comestível, feito a partir da seda, que pode ser aplicado sobre as frutas, ficando praticamente invisível.

Fibroína de seda

Sua estrutura cristalina única torna a seda um dos materiais mais resistentes da natureza. Também já se sabia que a fibroína, uma proteína insolúvel encontrada na seda, tem uma notável capacidade de estabilizar e proteger outros materiais, sendo ainda biocompatível e biodegradável - ela está sendo testada, por exemplo, em implantes cerebrais.

Benedetto Marelli e seus colegas mergulharam morangos e bananas recém-colhidos em uma solução de 1% de fibroína de seda, repetindo esse processo de revestimento até quatro vezes.

Em seguida, os frutos revestidos foram tratados com quantidades variáveis de tempo com vapor de água sob vácuo (recozimento a água) para criar diferentes porcentagens de folhas cristalinas no revestimento. Quanto maior o tempo de exposição, maior foi a porcentagem das chamadas folhas-beta que se formaram, e mais robusto o revestimento de fibroína - o revestimento variou de 27 a 35 micrômetros de espessura.


Comparação de deterioração visual e de consistência. [Imagem: B. Marelli et al. - 10.1038/srep25263]

Frutas conservadas sem refrigeração

As frutas - os pesquisadores testaram bananas e morangos - foram então armazenadas a temperatura ambiente. Sete dias depois, as revestidas com a camada mais espessa de fibroína ainda estavam suculentas e firmes, enquanto as frutas não revestidas já estavam desidratadas e descoloridas.

Os testes mostraram que o revestimento de seda prolonga o frescor retardando a respiração dos frutos, mantendo a firmeza dos frutos e evitando seu apodrecimento.

Preços ao produtor no Brasil sobem em maio após 3 quedas pressionados por alimentos

Os preços ao produtor no Brasil interromperam três meses seguidos de quedas e subiram com força em maio, pressionados principalmente por alimentos e pela indústria extrativa. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou em maio alta de 0,90 por cento, contra queda de 0,34 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta terça-feira.

Com isso, o índice, que mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", acumula em 12 meses avanço de 5,61 por cento. De acordo com o IBGE, as principais influências para o resultado de maio foram exercidas por alimentos, com 0,57 ponto percentual, e pelas indústrias extrativas, com 0,33 ponto percentual.

Os preços dos alimentos registraram avanço mensal de 2,82 por cento em maio, leitura mais alta desde setembro de 2015, quando subiram 5,47 por cento. Já a indústria extrativa apresentou alta de 11,37 por cento no período, terceiro mês consecutivo de avanço nos preços.

A resiliência dos preços de alimentos tem sido responsável por impedir uma desaceleração mais forte nos preços ao consumidor, diante do clima adverso no país. O próprio Banco Central citou nesta terça-feira em seu Relatório de Inflação "a confluência de fenômenos climáticos sobre a produção mundial de alimentos, mais especificamente de grãos, e seus efeitos sobre os preços domésticos" como uma questão no combate à inflação.

Agrônomos e técnicos da Emater/RS-Ascar participam de capacitação sobre produção de morangos

Produção de morangos em substrato e fertirrigação em tomates e pepinos foi o tema de uma capacitação realizada no município de David Canabarro, nesta terça-feira (28/06), com a participação de mais de 20 extensionistas da Emater/RS-Ascar. A capacitação teve a sua parte teórica realizada na Casa da Cultura Domingos Bresolin. 

Para o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, que esteve presente, é importante capacitações como esta, que permitem que o extensionistas possa dar retorno e atender às demandas dos agricultores. ?Nós trabalhamos muito em cima da ideia de que a família rural tenha qualidade de vida. Para isso, é fundamental ter renda e acesso a políticas públicas e a tecnologias. E é a Emater que faz esse elo?, disse o diretor.

A capacitação abordou questões como construção de abrigos para a produção; utilização de substrato, condutivímetro e peagâmetro; plantio de mudas, irrigação e fertirrigação; controle de pragas e doenças; e eficiência da pulverização. Os instrutores foram o assistente técnico regional, Ivan Guarienti, a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar de Tapejara, Virgínia Crestani Viero, e o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de David Canabarro, Rodrigo Battistella. Na oportunidade, foi realizada visita técnica à propriedade de Ademir Gatto, que tem aproximadamente oito mil pés de morangos.

Essa foi a segunda edição da capacitação. A primeira edição foi realizada no mês de agosto do ano passado. Agora, técnicos dos 40 escritórios municipais que compõem a região administrativa da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo passaram por essa atividade. De acordo com o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Oriberto Adami, o mercado para essa área de hortifrutigranjeiros cresceu muito, tendo em vista, em especial, os mercados institucionais. Participou também da abertura da atividade o prefeito de David Canabarro, Marcos Antônio Oro. 

Fonte: Emater - RS

Tendências Tecnológicas para Auxiliar na Qualidade de Plantio

Nas últimas décadas passamos por uma revolução tecnológica no campo. Hoje, são muitas as tecnologias disponíveis ao produtor para poder exercer seu trabalho com maior agilidade, eficiência e precisão.

Uma das tecnologias mais difundidas, graças a disponibilização do sinal de GPS aos consumidores (década de 90), é o piloto automático, que tem contribuído para o ganho operacional e precisão nas atividades de campo, como pulverizações, colheitas e plantios. A precisão do sinal também tem evoluído, graças as opções de correção disponíveis (exemplo, DGPS – Sinal Diferencial e RTK – Real Time Kinematic), alcançando níveis de precisão menores que 5 cm.

Esta precisão contribui em muito na melhoria da operação de semeadura, pincipalmente na maximização da utilização da área e diminuição de “repasse” de linhas (imagem 1). A qualidade de plantio é um tema que está constantemente pauta, visto sua grande influência na produtividade, principalmente na cultura do milho. Vários são os fatores que podem comprometer a distribuição longitudinal de sementes, como velocidade excessiva (Madaloz et al., 2014) e problemas de regulagem na semeadora.

Atualmente, o produtor tem uma linha de produtos e serviços que lhe auxiliam na busca da melhor uniformidade de distribuição, deposição e acomodação da semente no solo. Vamos discutir alguns destes:

Sensores de linha

Já presentes no mercado há mais tempo, a utilização de sensores por linha da semeadora tem auxiliado muito na correção de falhas de plantio decorrentes do “embuchamento” da linha ou falta de sementes. Uma nova geração de sensores de linha é capaz de isolar o efeito causado por poeira (como grafite, por exemplo) no tubo condutor, evitando leituras errôneas. Estes sensores, associados a monitores, possibilitam a geração de mapas de plantio em tempo real, informando o percentual de distribuições uniformes, falhas e duplas, taxa de semeadura real, área plantada, entre outras.

Sistemas distribuidores de sementes

No Brasil, o sistema mais utilizado ainda é o mecânico de discos de plantio. Este sistema sofreu uma série de melhorias, que possibilitaram um ganho considerável na qualidade de distribuição de sementes. No entanto, foi com os sistemas pneumáticos (imagem 2) que avançamos muito na uniformidade de distribuição de sementes. Uma das grandes vantagens destes sistemas é o uso de um único tamanho de disco para a maioria dos tamanhos de sementes da mesma cultura, flexibilizando a operação.

Uma nova geração de distribuidores traz a possibilidade de trabalhar com dois híbridos diferentes ao mesmo tempo. Desta forma, através da prescrição de mapas de plantio pode-se alterar a taxa de sementes e o híbrido a ser semeado. Outro equipamento novo, que pode ser utilizado junto ao distribuidor, é o sistema de condução da semente ao solo através de esteira ou escovas, o que evita possíveis “ricocheteamentos” da semente na parede do tubo condutor, o que pode acarretar em desuniformidades de distribuição das sementes na linha de plantio.

Sistemas de linhas independentes

Um problema frequente na operação de semeadura é o “remonte”, que ocorre principalmente nas cabeceiras e arremates da lavoura. Isto implica em um gasto maior de sementes e problemas de “superpopulação” nestas áreas. Para corrigir, existe a opção de utilizar o controle de seções ou de linhas individuais, trabalho realizado por motores elétricos independentes ou eletro-hidráulicos. O mesmo modelo também pode ser utilizado nos distribuidores de adubo. Outra vantagem deste sistema é a possibilidade de realizar plantios à taxa variável de sementes e adubo perante uma prescrição de mapa de plantio.

Monitores de plantio

Com o avanço dos sensores, sistemas distribuidores de sementes e novos componentes auto-ajustáveis da semeadora, os monitores passaram a ter papel fundamental no controle e regulagem do equipamento. Apesar de ser mais difundido nos EUA, o uso de mapas com prescrição de taxa de semeadura já começam a ser utilizados no Brasil (imagem 3). É necessário ter um estudo mais detalhado da lavoura para poder desenvolver a prescrição das populações de plantas desejadas, conforme o potencial produtivo das diferentes zonas de manejo.

Pressão das linhas

Sistema em grande expansão de uso no exterior, com forte tendência para chegar ao Brasil é a utilização de sistema pneumático independente por linha de plantio em “substituição” às molas de pressão das linhas da semeadora. O objetivo maior deste sistema é a autorregulagem da pressão exercida pelas linhas no solo, conforme a condição do terreno e da cultura.

Preparo do leito de cultivo

Um ponto importante a ser observado é a preparação do chamado leito de cultivo, para a deposição da semente. Não se pode esquecer que apenas possuir um excelente sistema de distribuição não garante um perfeito stand de plantas, uma vez que, além da distribuição horizontal (na linha) há também a distribuição vertical (profundidade), proximidade com adubo e formato do leito de cultivo (“seedbed” – imagem 4) que podem influenciar. A maioria das semeadoras-adubadoras utilizadas no Brasil são compostas de secção de corte da palha, abertura e deposição do adubo; abertura e deposição da semente; fechamento e acomodação do solo junto à semente (imagem 5). Isto torna o processo de semeadura mais complexo que o realizado em outros países, onde a situação de plantio é bem diferente. Os avanços tecnológicos nos distribuidores de sementes foram enormes, mas o primeiro conjunto da semeadora (corte, abertura e deposição de adubo, e preparação do leito) mudou pouco nos últimos anos. O que se tem trabalhado é com a adição de itens à semeadora para melhorar a preparação do leito, exemplo disto é o disco preparador do leito de cultivo.

Circuito Frutificaminas em Curvelo apresenta o potencial da fruticultura mineira

Nesta quinta-feira, 30 de junho, o Circuito Mineiro de Fruticultura (Frutificaminas) chega a Curvelo, região central do Estado. A partir das 13h, haverá palestras sobre o desenvolvimento da atividade, suas potencialidades e desafios. Em seguida, na parte prática do evento, os técnicos da Emater-MG levarão os participantes para conhecer o pomar da Unidade Demonstrativa, instalada na Fazenda Santa Maria.

O Frutificaminas é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, executada e coordenada pela Emater-MG. Os eventos oferecem aos produtores rurais a oportunidade de conhecer e aprimorar as tecnologias, para aumentar a produção e o rendimento da atividade.

Atraente do ponto de vista financeiro e que, ao mesmo tempo, pode ser conduzida com mão de obra familiar, a fruticultura é uma boa alternativa de investimento para os pequenos proprietários rurais. A atividade gera mais de 500 mil empregos, só em Minas Gerais, mas tem potencial para crescer muito ainda, na avaliação do coordenador Estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio. Ele é o gestor do Circuito Frutificaminas, que, em seis anos, já levou informações técnicas e de mercado a mais de sete mil produtores mineiros, em 355 municípios do Estado.

De acordo com Deny Sanábio, o domínio da tecnologia de produção é um dos maiores desafios para os produtores. "A fruticultura apresenta alto rendimento por área, em comparação com outras atividades rurais. Porém, requer muita tecnologia para que se obtenha bons resultados. Do início ao fim da atividade, tem que ter acompanhamento técnico adequado. Dados do IBGE mostram que os produtores que têm assistência técnica têm um rendimento, por área, quatro vezes maior do que os que não utilizam", afirma o coordenador da Emater-MG.

Rombo fiscal em 2017 deve superar R$ 100 bilhões, diz ministro

Previsão foi dada nesta quarta pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Mais cedo, ministro da Fazenda havia falado em proposta realista para déficit.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quarta-feira (29) que o déficit nas contas públicas em 2017 deve superar os R$ 100 bilhões. Isso significa que o governo deve gastar, no ano que vem, acima de R$ 100 bilhões a mais do que vai arrecadar com impostos.

Segundo o ministro do Planejamento, a proposta para o rombo fiscal do ano que vem, com o valor final, ainda não está fechada.

“A discussão está bem aprofundada. O cenário não é fácil, mas ainda não tem o número fechado. Não vou ficar conjecturando, mas será acima de R$ 100 bilhões”, declarou.

Oliveira informou a previsão ao ser questionado por jornalistas após participação em um seminário do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), em Brasília.

Valor realista
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também compareceu ao evento, havia dito que o governo apresentará ao Congresso, na semana que vem, uma alteração no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 para incluir uma estimativa "realista" para o rombo nas contas públicas.

O ministro da Fazenda não havia, porém, informado qual o novo valor para o déficit público a ser proposto.

Em abril, ainda sob o comando de Dilma Rousseff, a equipe econômica enviou ao Legislativo uma proposta para a LDO prevendo, para 2017, um novo rombo nas contas públicas de até R$ 65 bilhões.

O mercado financeiro, porém, já estima um buraco muito maior nas contas do governo em 2017, acima de R$ 100 bilhões.

"Nós estamos calculando cuidadosamente qual é uma estimativa realista para o resultado primário de 2017. E deveremos estar apresentando isso no início da próxima semana ao Congresso Nacional", disse o ministro da Fazenda a jornalistas após participar de evento no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

"A nossa visão, e linha de ação, da mesma maneira que fizemos quando da apresentação e 2016, é que tudo começa bem quando começa com realismo e com a verdade", completou.

Depois de assumir o governo, resultado do afastamento de Dilma dentreo do processo de impeachment, a equipe econômica do presidente em exercício, Michel Temer, enviou ao Congresso um pedido para que o governo registre em 2016 um rombo fiscal recorde de até R$ 170,5 bilhões. A proposta foi aprovada pelo Legislativo.

Com a previsão de que um novo rombo acontecerá no ano que vem, serão quatro anos consecutivos de déficits nas contas públicas. Em 2014, houve um déficit de R$ 17,24 bilhões e, em 2015, um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões.

Bolsa Família
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou ainda que o impacto do reajuste para o Bolsa Família, anunciado nesta quarta pelo presidente em exercício, Michel Temer, já estava previsto no orçamento do governo para este ano e, por isso, está dentro da estimativa de um rombo de até R$ 170,5 bilhões para 2016.

“Esse é aquele impacto que já havia sido anunciado pelo governo anterior, que teria o aumento. Havia já um orçamento para isso e havia toda uma expectativa em volta dessa questão. Foi mantido esse reajuste do Bolsa Família dentro do que estava previsto”, afirmou.

O ministro não soube dizer, porém, qual vai ser o impacto total nos gastos deste ano.

O aumento dado por Temer no valor pago aos beneficiários do Bolsa Família, de 12,5%, é superior aos 9% que haviam sido anunciados pela presidente Dilma Rousseff, pouco antes de seu afastamento, em maio.

Fonte: G1

Fruticultura está em pleno desenvolvimento na região de Rondonópolis

Formada por 15 municípios, a regional de Rondonópolis, em Mato Grosso, tem diversas cadeias produtivas em desenvolvimento e muitos projetos promissores. Uma das coisas que poucos sabem é que a região tem 300 hectares produzindo coco. Há muitos projetos em discussão e, outros bastante promissores em implantação. Além disso, as cadeias produtivas da cotonicultura, da pecuária, da soja e do milho também garantem destaque para a região.

O supervisor da Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR/MT), Alexandre Garcia conta que o Plano Anual de Trabalho (PAT) foi finalizado na segunda-feira (27/006) e, ao todo, foram realizadas 11 reuniões na regional de Rondonópolis. Ele disse que houve um aumento na demanda de treinamentos para 2017. "As próximas etapas do PAT serão o recolhimento das solicitações e as reuniões com os Sindicatos Rurais para fazer o planejamento para o próximo ano. Mas já percebemos que as solicitações por treinamentos de Formação Profissional Rural (FPR) devem aumentar em até 30%".

Itiquira é um dos municípios que fazem parte da Regional de Rondonópolis. De acordo com o presidente do Sindicato Rural deste município, Roberto Carlos Montagna, o SENAR/MT é o principal parceiro para minimizar a preocupação dos produtores com a falta de mão de obra qualificada. Segundo ele, os agricultores investem muito dinheiro em máquinas e equipamentos agrícolas. "Algumas chegam a custar mais de R$1,5 milhão e, no entanto, na maioria das vezes não temos um profissional que consiga extrair tudo o que o equipamento ou a máquina oferece".

Em função desta situação, Montagna diz que os treinamentos, cursos e qualificações do SENAR/MT, voltados para o setor de máquinas e implementos agrícolas são os mais demandados. De acordo com Montagna, o município planta cerca de 100 mil hectares de milho safrinha e 10 mil hectares de algodão segunda safra. "Temos ainda pelo menos 40 mil hectares de área onde os agricultores estão fazendo integração lavoura e pecuária".

O presidente do Sindicato Rural de Jaciara, Ereno Giacomelli, que produz aproximadamente de 1.800 hectares de soja na região, acrescenta que no futuro só será possível produzir utilizando agricultura de precisão. "E para isso é preciso ter profissionais qualificados. Por isso, cada vez mais os produtores estão demandando treinamentos de formação profissional rural junto ao SENAR/MT".

Alto Araguaia também faz parte da regional de Rondonópolis. De acordo com o presidente, João Dias de Freitas, a base da economia de Alto Araguaia é a soja, mas os 900 produtores da região estão diversificando a produção. "A soja tem se destacado como uma das culturas mais importantes para a região. Mas também temos o milho, algodão, a cana de açúcar e o eucalipto".

Alto Taquari é mais um dos 15 municípios da regional de Rondonópolis. O presidente do Sindicato Rural, Antonio Carlos de Melo Corrêa conta que dos 100 mil hectares de área agricultável, o município de Alto Taquari, destina 52 mil para o cultivo da soja e 46 mil para o de cana de açúcar. Estas duas culturas são a base da economia. "O número de produtores em nosso município é pequeno. Não passa de 50, mas assim como os outros também sofremos com a falta de mão de obra qualificada".

O presidente do sindicato rural enfatiza que o SENAR/MT tem contribuído para a qualificação da mão de obra. "Com profissionais qualificados conseguimos diminuir a rotatividade de colaboradores. Isso também minimiza o custo. Contratar e demitir um colaborador sempre é muito caro".

Em Alto Taquari, assim como na maioria dos municípios mato-grossenses os treinamentos mais demandados junto ao sindicato rural e consequentemente junto ao SENAR/MT são os da área de máquinas e implementos agrícolas e os de Normas Regulamentadoras relacionados à segurança do trabalho.



quarta-feira, 29 de junho de 2016

Produtores do Sul de Minas investem no plantio de maracujá para produção de suco

Produtores rurais do Sul de Minas estão investindo no plantio de maracujá como opção para diversificar a produção e garantir mais renda. Com apoio da Emater- MG, aproximadamente 30 produtores dos municípios de Alpinópolis, Cássia, Fortaleza de Minas, Guapé, Ilicínea e Passos assinaram contrato de venda com a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (Ebba), fabricante do suco Maguary, e têm comercialização garantida.

O gerente da Unidade Regional da Emater-MG de Passos, Frederico Ozanam de Souza, explica que o objetivo é buscar uma alternativa às práticas das culturas dominantes, centradas na cafeicultura e bovinocultura de leite e corte. “Faz parte da atividade da Emater-MG buscar alternativas para fortalecer a atividade rural, com geração de renda e qualidade de vida. Em uma região em que predomina certas atividades, a parceria com a Maguary foi uma alternativa de intensificar a fruticultura na região e criar alternativas de renda”, destaca.

Os produtores plantaram neste ano, em média, 35 hectares de maracujá azedo com previsão de colheita para dezembro. O contrato acertado prevê o preço mínimo de compra da produção por R$ 1,30 o quilo de maracujá. O transporte até a fábrica localizada em Araguari, no Triângulo Mineiro, e a embalagem são de responsabilidade da fabricante de sucos. “No começo o combinado é que o fabricante irá buscar a produção de 15 em 15 dias. E, de acordo com o crescimento da produção os intervalos vão diminuindo. É uma renda garantida para os produtores, com certeza de comercialização, e uma grande chance de crescimento”, ressalta o gerente da Emater-MG.

Capacitação para produzir

O produtor rural Francisco Gonçalves de Paula, do município de Alpinópolis, produz café em parceria com os irmãos e nunca havia trabalhado com fruticultura. Um dos responsáveis pela parceria, o produtor estava atrás de novas opções de renda e ficou sabendo de uma oportunidade de comercialização para Maguary. “Procuramos a Emater-MG e fomos juntos até a fábrica com o objetivo de criar alternativas de produção e tentar agregar valor aos nossos produtos”, conta.

Os produtores que participam do projeto além da garantia de venda da safra, possuem assistência técnica e capacitação fornecida pela fabricante. Segundo o supervisor de compras da Ebba, Hércules José Oliveira, os produtores também recebem um pacote tecnológico desenvolvido para atender as exigências de mercado. “Os produtores trabalham com mudas desenvolvidas para a indústria, com características rústicas e alta capacidade produtiva e com resistências a pragas. As mudas são fornecidas por parceiros com preços acessíveis aos produtores”, destaca.

Como a produção de maracujá é uma atividade nova na região, os técnicos da Emater-MG também acompanham as capacitações para atuar junto aos produtores. “Realizamos reuniões e dias de campo com a presença da Emater-MG, que acompanha o dia-a-dia dos produtores. Nos colocamos à disposição para estar presente e orientar no processo de plantio e sanar as dúvidas. A Emater-MG já uma parceira antiga e muito importante”, ressalta Hércules.

Bom para todos

Se para os produtores rurais a parceria é boa porque garante a comercialização da produção e o aumento da renda, para a Ebba a parceria garante uma fruta de qualidade. A tecnologia utilizada pelos produtores do Sul de Minas é desenvolvida para fornecer um fruto voltado para a indústria. “Compramos produção de diversos estados, como por exemplo Santa Catarina. Mas a produção desenvolvida com nosso pacote tecnológico possui mais qualidade”, garante o gerente de compras da Ebba.

Valor futuro

Outra vantagem para os produtores que ingressam na parceria é que o acordo garante um valor futuro de produção. A produção que será colhida a partir de dezembro já tem o valor mínimo acertado desde o plantio, feito em março. Em 2017, no novo processo de plantio, o valor será ajustado e garantido para a nova safra.

Mangaba ganha repositório digital atualizado

Foto: Saulo Coelho
Especialistas lançaram a edição atualizada do ‘Sistema de Produção da Mangaba para a Região Nordeste do Brasil'. Publicado sob a coordenação técnica dos pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE) Josué Francisco da Silva Junior e Ana Lédo, o sistema é um repositório digital completo sobre a fruteira, com informações técnicas objetivas, organizadas e qualificadas, de interesse prático, sobre o seu processo produtivo.

A versão anterior do sistema havia sido lançada em 2002, com foco nos Tabuleiros Costeiros e Baixadas Litorâneas, sob a coordenação do pesquisador da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Raul Dantas Vieira Neto, falecido em 2011. A Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa) também tem gerado, ao longo dos anos, informações importantes que compõem o atual sistema de produção de mangaba para a Paraíba e o Rio Grande do Norte.

A nova versão teve a participação de alguns dos maiores especialistas do País em suas áreas de atuação e com experiência na cultura da mangaba em Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará e na região do Cerrado, no Planalto Central do Brasil. 

"A participação direta da iniciativa privada, sobretudo na industrialização, permitiu que o sistema de produção também fosse validado pelo segmento. Com isso, a Embrapa e instituições parceiras disponibilizam informações atualizadas para a produção da fruta no Nordeste, reunindo as tecnologias geradas e adaptadas disponíveis para a cultura nessa região", explica Josué. 

Sistema

O repositório apresenta todas as informações sobre a mangaba de forma organizada e de fácil acesso e navegação para o usuário, com divisões por tópicos específicos, sempre com imagens que ajudam a ilustrar e facilitar a compreensão. 

A linguagem clara e objetiva permite que o Sistema de Produção da Mangaba atenda a qualquer pessoa que deseje iniciar o cultivo da fruta, desde pequenos agricultores a produtores de escala comercial e proprietários e técnicos de agroindústrias.

As primeiras seções trazem, além de uma introdução geral, as principais características da fruta, sua área de ocorrência, importância socioeconômica e as principais variedades, com indicações de clima e solo favoráveis ao desenvolvimento da cultura. As demais áreas têm foco em aspectos mais importantes do sistema produtivo, como adubação, produção de mudas, técnicas e parâmetros de plantio, tratos culturais, doenças e pragas. 

Em seguida, o sistema apresenta detalhes das fases de colheita e pós-colheita, com informações sobre conservação, comercialização e características de mercado, bem como processos industriais de beneficiamento da polpa.

Na parte de Coeficientes Técnicos, o usuário encontra tabelas completas que registram estimativas de custos de produção divididas por tipo de insumo e mão de obra.

"Por meio das novas técnicas de preservação e cultivos, poderemos incentivar a maneira correta de coleta e armazenamento. E também ensiná-los a preparar mudas e fazer plantações de mangabeiras", acredita o técnico ambiental, Jackson Andrade, do núcleo operacional de Mata de São João (BA) da Assessoria Técnica, Social e Ambiental do Incra, responsável por atender famílias de nove assentamentos.

A fruta

A mangabeira, de nome científico Hancornia speciosa, possui distribuição ampla, com ocorrência nos Tabuleiros Costeiros, Baixada Litorânea e Cerrados do Brasil. Seu fruto é rico em vitamina C e ferro, tem sabor marcante e encanta nativos e turistas pela variedade de produtos que se pode obter de sua polpa: geleia, licor, bombons, sorvete e suco, que deixa um duradouro visgo nos lábios.

Na medicina popular, a casca, o látex (leite do tronco), a raiz e as folhas são remédios que combatem hipertensão, diabetes, colesterol alto, úlceras e gastrite. Cantada em prosa e verso por poetas, menestréis e grupos folclóricos, a mangabeira é a árvore símbolo oficial de Sergipe, estado que registra maior índice de produção extrativista. 

Mas nem tudo é poesia quando se trata da realidade em torno da mangaba. Uma situação crescente de destruição dos recursos naturais, intensificação das indústrias imobiliária e do turismo, privatização das áreas e impedimento do acesso às plantas em locais anteriormente de entrada livre são os maiores obstáculos. Além disso, a mangaba tem sido valorizada por seu sabor marcante, tendo demanda superior à oferta.

Conhecimento

Para conhecer toda a problemática em torno da mangaba em suas áreas de ocorrência no Brasil, a Embrapa tem conduzido pesquisas com abordagens metodológicas que combinam as ciências sociais e naturais. Josué Júnior e a pesquisadora Dalva Mota, da Embrapa Amazônia Oriental (PA), têm atuado em projetos pioneiros desde 2003.

Informações aprofundadas sobre a mangabeira estão reunidas também na ‘Árvore do Conhecimento da Mangaba', publicada no repositório da Agência Embrapa de Informação Tecnológica em 2011. A Árvore do Conhecimento, também chamada de árvore hiperbólica, é uma forma de organização das informações e documentos sobre temas específicos para navegação e acesso em forma de teia hierarquizada, com visual semelhante ao da copa de uma árvore. 

Em 2016 a mangaba entrou para a galeria da Coleção Plantar, série de livros de bolso editada pela Embrapa com linguagem didática, simples e objetiva, tendo como alvo produtores rurais, proprietários de sítios e chácaras, estudantes, donas de casa e demais interessados em resultados de pesquisa testados e validados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

A ex-presidente do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM), uma das entidades associativas dessa população tradicional em Sergipe, Patrícia de Jesus, reconhece a importância do trabalho dos pesquisadores para o fortalecimento da sua luta. "A atuação de todos tem sido fundamental para fortalecer o nosso movimento, subsidiar políticas e promover a conservação da mangabeira", afirma.

A Embrapa Tabuleiros Costeiros mantém um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Mangaba em seu campo experimental de Itaporanga D'Ajuda, no litoral sergipano. Com 253 acessos (amostras de plantas em número suficiente para representar a variação genética de uma população) provenientes de oito estado brasileiros, o BAG da Mangaba foi implementado em 2006, e possui grande variabilidade genética e conserva amostras de algumas populações com enorme vulnerabilidade, por estarem situadas em áreas de intensa especulação imobiliária.

Extrativismo

Cerca de 90% da mangaba produzida no País são provenientes do extrativismo, e, por causa do desmatamento, a demanda tem sido maior do que a oferta. "A mangaba tem o preço elevado no mercado, pois não é fácil de ser encontrada em muitas regiões", relata Josué.

De acordo com Silva, há poucas áreas de plantio, e o extrativismo ocorre de modo rudimentar, sendo praticado principalmente nos estados da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O valor mercadológico crescente resulta também em aumento do conflito de interesses, tanto pelo fruto quanto pelas terras onde ele cresce. Atentos a essa valorização da fruta, donos de terras que, tradicionalmente, permitiam a entrada das catadoras, agora fecham suas cancelas e sobem suas cercas, além de derrubarem pés de mangaba para dar lugar a outras culturas, em diversas áreas de conflito em Sergipe e outros estados.

Uma ação importante realizada pela Embrapa e instituições parceiras foi o "Mapa do Extrativismo da Mangaba em Sergipe – Ameaças e Demandas", lançado em 2010. A publicação traz um diagnóstico detalhado sobre a realidade das catadoras, suas nuances sociais, econômicas, políticas e ambientais. 

A obra está sendo atualizada desde 2015, e terá nova edição até o final deste ano. Os novos dados trarão uma visão da evolução dos conflitos e problemas, auxiliando na construção de políticas públicas que favoreçam as catadoras. Uma delas é a implantação de uma reserva extrativista no litoral Sul de Sergipe, em fase de negociação entre as autoridades estaduais e federais.

Em 2012, a Embrapa lançou o livro "A Mangabeira As Catadoras O Extrativismo". Financiada com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a obra traz a visão de diversos pesquisadores sobre aspectos da realidade em torno da fruta e das comunidades que garantem o sustento a partir da sua extração. Estão reunidos no livro reflexões e resultados de oito anos de estudos em comunidades de catadoras e apanhadoras do Nordeste – especialmente de Sergipe, do Norte (Pará e Tocantins) e Sudeste (Minas Gerais).


Parceria com projeto Reca permitirá aproveitamento de resíduos industriais

Foto: Joana Souza
O cupuaçu é um dos principais geradores de resíduos na produção industrial, principalmente pelo volume de sementes descartadas no processo. O aproveitamento desse material pode gerar renda para as famílias e proporcionar benefícios ambientais. Essa é uma das finalidades do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Embrapa Acre (Rio Branco) e o projeto Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado (Reca), visando à integração de esforços para execução de pesquisas de interesse mútuo.

A cooperação vai possibilitar o desenvolvimento de novas pesquisas e potencializar a execução de trabalhos já em andamento na Embrapa, especialmente os estudos na área de tecnologias de alimentos, com o aproveitamento de amêndoas de cupuaçu, iniciados em 2015. "Nessa primeira fase vamos definir as etapas do processo de fermentação e o padrão de qualidade das amêndoas para uso dessa matéria prima na elaboração de produtos alimentícios", explica a pesquisadora Joana Souza, responsável pelo estudo.

De acordo com o pesquisador Jacson Rondinelli, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Acre, além do desenvolvimento de alternativas tecnológicas para aproveitamento de resíduos da produção de frutas, a parceria também contempla estudos com solos, implantação e manejo de Sistemas Agroflorestais (SAFs), definição de técnicas pós-colheita para melhoria da qualidade do fruto e do processo de extração de óleo de bacaba e avaliação dos sistemas produtivos utilizados pelos agricultores do projeto Reca. "A integração de esforços permite atender demandas da comunidade e da pesquisa, com resultados para ambas as partes, além de fortalecer vínculos institucionais", destaca.

Articulação

As pesquisas serão desenvolvidas articuladas às ações do projeto Saram (Sistemas Agroflorestais para a Produção e Recuperação Ambiental na Amazônia), iniciativa executada pela Embrapa que, em linhas gerais, visa disponibilizar tecnologias agroflorestais e indicar modelos de SAFs compatíveis com as condições socioeconômicas e ambientais da região. 

Além dos estudos com resíduos industriais para fins alimentícios, já estão em execução atividades de estimativa dos estoques de carbono em diferentes sistemas de uso da terra no Reca, classificação dos solos das propriedades rurais e seleção de modelos de SAFs, para posterior recomendação. Na opinião do pesquisador Tadário Kamel, líder do projeto Saram, a parceria gera oportunidades para o desenvolvimento de pesquisas participativas em área de produção, em articulação também com necessidades dos agricultores, e acelera a obtenção de resultados.

"A geração de tecnologias para melhoria dos sistemas produtivos, a definição de instrumento de planejamento para uso da terra, a formação de multiplicadores de conhecimentos técnicos e a sistematização de informações científicas são alguns dos resultados práticos previstos na cooperação", afirma.

Trabalho compartilhado

As ações de pesquisa para aproveitamento de resíduos agroindustriais do cupuaçu acontecem de forma compartilhada, utilizando matéria prima descartada no processamento de polpas, recolhida semanalmente no projeto Reca. Cerca de 400 quilos de amêndoas de cupuaçu, fermentadas e secas, já estão em fase de análises quanto às modificações e efeitos da fermentação e secagem, no laboratório de tecnologias de alimentos da Embrapa. Os processos de fermentação e secagem ocorreram no Projeto Reca, com supervisão de pesquisadores e técnicos da Embrapa, para verificação dos padrões de qualidade.

Segundo a engenheira de alimentos Scarlett Moura, bolsista da Universidade Federal de Rondônia, instituição que apoia iniciativas de pesquisa no projeto Reca, e responsável pelo acompanhamento das atividades nos cochos e terreiro de secagem, um dos pontos fortes dessa pesquisa é a possibilidade de dar uma finalidade útil para resíduos que antes não tinham destinação. "Esse trabalho é extremamente importante porque atribui maior valor à produção, gera renda para os agricultores e benefícios para o meio ambiente", diz.

Para Alexsandro Santos, presidente do projeto Reca, a parceria vai ajudar os agricultores a vencer o desafio de aumentar a produtividade de frutas, ampliar o processo agroindustrial e conservar o meio ambiente. "Queremos fortalecer o trabalho nas áreas de extrativismo, aproveitando de forma sustentável os recursos naturais como forma de potencializar a renda das famílias. O trabalho compartilhado pode nos ajudar a errar menos no planejamento de nossas atividades e, ao mesmo tempo, resultar em novos conhecimentos também para a pesquisa científica", afirma.

Cupulate

As sementes do cupuaçu correspondem a cerca de 20% do fruto e geralmente são descartadas pelas agroindústrias como resíduo da produção. Esse material, aparentemente sem utilidade, pode se transformar em alimentos nutritivos e saborosos, entre eles o cupulate. Com este objetivo, um projeto aprovado pela Embrapa Acre, previsto para iniciar em julho deste ano, vai possibilitar o desenvolvimento de um equipamento capaz de realizar o processo de remoção da película das amêndoas. A iniciativa será executada em parceria com a Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos/SP), Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), Universidade Federal de Pelotas e Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA).

De sabor e textura semelhantes ao chocolate convencional, o cupulate foi desenvolvido na década de 1980, pela Embrapa Amazônia Oriental, podendo ser apresentado nas versões em barra e pó. Joana Souza explica que as amêndoas de cupuaçu são ricas em lipídios e proteínas e após processadas, para obtenção do produto, resultam em uma composição com características química e nutricional semelhantes à do cacau.

Ainda de acordo com a pesquisadora, as amêndoas possuem teor de gordura equivalente a 58%, média superior ao do cacau, que é de 50,08%. Além disso, a manteiga derivada dessa matéria prima é fonte de ácidos poli-insaturados, substâncias ricas em ômega 3, 6 e 9, e apresenta um ponto de fusão próximo de 30°C, aspecto sólido, macio que se funde rapidamente ao contato com a pele, demonstrando alto poder de absorção e capacidade de hidratação. Tais fatores representam um diferencial de mercado para o produto, especialmente quanto à sua qualidade.

"O aproveitamento integral de um material residual da agroindústria de polpa é uma alternativa eficiente para associações e produtores agregarem valor aos seus produtos, principalmente se considerado o valor nutricional das amêndoas de cupuaçu fermentadas. O trabalho de pesquisa pode ajudar a dar visibilidade comercial a um produto até então fabricado predominantemente de forma artesanal", ressalta a pesquisadora.

Sobre o projeto Reca

Localizado na Vila Nova Califórnia, município de Porto Velho (RO), a 150 quilômetros de Rio Branco, o projeto Reca é uma organização comunitária, composta por agricultores de base familiar, com mais de duas décadas de existência. Pioneiro no cultivo integrado de frutas, se tornou referência em sistemas agroflorestais (Saf´s). As 15 famílias que moram no local cultivam mais de 20 espécies frutíferas, em plantios consorciados, além de atuarem com o extrativismo da castanha-do-brasil e produção de mel, mas o carro chefe da produção é o cupuaçu, a pupunha e o açaí.

Entre os principais produtos agroindustriais fabricados e comercializados pelos agricultores estão doces, licores, geleias, palmito, polpas de frutas e sementes certificadas. A produção agroindustrial é vendida na sede da associação de produtores, localizada no próprio projeto, e para estabelecimentos comerciais de diversos estados.