sexta-feira, 29 de abril de 2016

4º Seminário da Cultura da Noz Pecan é realizado em Anta Gorda

Como parte da programação da 6ª FestLeite, que ocorre em Anta Gorda até domingo (01/05), no Parque de Eventos Aldi João Bisleri, foi realizado nesta quinta-feira (28/04), na Sociedade Cultural e Recreativa Carlos Gomes, o 4º Seminário da Cultura da Noz Pecan. O evento foi a oportunidade para que agricultores, técnicos, pesquisadores, estudantes e outros interessados na área trocassem informações sobre temas como manejo de doenças, produção e rentabilidade de um pomar, integração de nogueira pecan com a pecuária, mercado mundial e perspectivas, entre outras.

Na ocasião, o público de mais de 300 pessoas, vindas de 60 municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e do Espírito Santo, além de comitivas da Argentina, acompanhou as atividades, que foram divididas em duas partes. A primeira contou com palestras e painéis ministrados por representantes de diversas entidades, entre elas a Emater/RS-Ascar. Na parte da tarde houve atividade de campo na propriedade do produtor Jairo Casagranda, da localidade de Linha Pedro Álvares Cabral, com estações sobre colheita mecanizada, equipamentos para pulverização e manejo de pomar.

Para Casagranda, a oportunidade de receber um público tão diversificado em sua propriedade é um indicativo da qualidade do evento, que tem crescido a cada ano. ?Não é a primeira vez que recebo produtores aqui, mas este certamente é um dos maiores grupos?, ressaltou. Com 800 plantas, distribuídas em uma área de oito hectares, Casagranda ? que é empresário ? garante ter entrado para o ramo da produção de nozes, como uma forma de ?garantir uma boa aposentadoria?. ?Hoje, 15 anos após ter iniciado no cultivo, colho oito toneladas da fruta por safra, com valor de venda a R$ 20 por quilo?, salienta.

Ainda que a rentabilidade para o produtor seja boa, o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar de Lajeado, Derli Bonine, lembra que as árvores começam a frutificar, em média, somente oito anos após o plantio. ?O que não impede o agricultor de consorciar os cultivos, sendo a soja e o milho, plantados no mesmo terreno, excelentes alternativas?, garante. ?De qualquer maneira, é possível produzir nozes em qualquer município gaúcho, com bons resultados, desde que observada a correção de nutrientes do solo e a escolha adequada das mudas?, observa.

Em Anta Gorda, de acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Fernando Selaryaran, são cerca de 250 produtores que, juntos, cultivam uma área de cerca de 400 hectares, com rendimento total variando de 100 a 150 toneladas por hectare. ?Mas o número mais interessante é aquele que dá conta de que cerca de 80% dos pomares foram plantados nos últimos 15 anos?, afirma. ?Aos poucos o produtor tem percebido que este é um investimento altamente vantajoso, com boa rentabilidade e fácil manejo, sendo uma excelente alternativa para a diversificação da renda na propriedade?, pondera Selaryaran.

O seminário contou ainda com a presença de diversas autoridades, como o prefeito de Anta Gorda, Neori Dalla Vecchia, o presidente da 6ª FestLeite, Leandro Carlos Pitol, o coordenador do Seminário, engenheiro agrônomo Júlio Medeiros, e o assistente técnico estadual (ATE) em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antônio Conte, além de representantes de entidades, como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Embrapa Clima Temperado e Viveiros Pitol. No turno da noite, quando da abertura da FestLeite, diversas autoridades estiveram presentes, entre elas o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado, Marcelo Brandoli.

Embrapa realiza Dia de Campo sobre maracujá BRS Pérola do Cerrado

Produtores, técnicos e extensionistas rurais interessados em trabalhar com o maracujá BRS Pérola do Cerrado terão a oportunidade de participar na próxima terça-feira (3) de um dia de campo sobre o cultivo e a comercialização dessa cultivar de maracujazeiro silvestre. Lançado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em maio de 2013, a cada dia esse fruto conquista mais consumidores e torna-se uma alternativa de renda para produtores, convencionais e orgânicos.

O evento será realizado no assentamento Oziel Alvez III, no Núcleo Rural Pipiripau (Planaltina-DF), das 8h30 às 12h30. A inscrição é gratuita e será feita no local. Na programação estão previstas palestras sobre o custo de produção, mercado, cultivos consorciados e produção de polpa. Haverá ainda espaço para troca de experiência entre os produtores e as equipes técnicas.

O maracujá BRS Pérola do Cerrado é originário da biodiversidade do Cerrado e foi melhorado por meio de cruzamentos de populações de Passiflora setacea, com o objetivo de se obter plantas mais produtivas e com frutos maiores. Essa variedade possui baixa incidência de pragas e doenças e apresenta fácil manejo, exigindo pouca mão de obra para o cultivo.

Serviço:
Dia de Campo Cultivo e Comercialização do BRS Pérola do Cerrado
Local: Assentamento Oziel Alvez III, Núcleo Rural Pipiripau (Planaltina/DF)
Horário: das 8h30 às 12h30

Fonte: Embrapa

Mapa inaugura câmara temática para discussão da Lei Plurianual Agrícola


Representantes do governo e dos setores produtivo agrícola e financeiro debateram, nesta quarta-feira (27), as metas e os parâmetros da Lei Plurianual Agrícola (LPA). Eles participaram, em Brasília, da primeira reunião Câmara Temática da Lei Plurianual Agrícola, criada em caráter temporário para discutir o assunto.

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) pretende que a nova lei estabeleça os pilares de um planejamento estratégico de longo prazo para a agricultura brasileira. O órgão colegiado foi criado pela ministra em agosto de 2015, durante o Fórum das Entidades do Agronegócio.
Com validade de cinco anos, a lei plurianual vai permitir um melhor planejamento das atividades dos produtores rurais. O texto consolidará leis que regem importantes mecanismos e políticas agrícolas, como o Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Fundo de Catástrofe, além de estabelecer o seguro agrícola de faturamento.

A reunião da câmara temática foi coordenada pelo diretor de Crédito, Recursos e Riscos do Mapa, Vitor Ozaki. Segundo ele, o governo quer criar uma política de gestão de riscos do agronegócio, estabelecendo parâmetros para o crédito rural, preço mínimo dos grãos, seguro rural e garantia da atividade agropecuária.

A minuta da proposta da lei foi apresentada durante a reunião. Representantes de entidades – entre elas, a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Organização das Cooperativas Bolsa de Mercadorias e Futuros e Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais –, do Banco Central e dos ministérios da Agricultura, Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento Agrário, apresentaram sugestões ao texto da lei.

As próximas reuniões da câmara temática estão agendadas para 2 de junho, 6 de julho e 11 de agosto.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Tangerina cravo e berinjela estão mais em conta, diz Ceagesp

Outros preços em baixa são melão, alface, laranja e limão.
Uva, mamão, manga, maçã, pera e beterraba estão mais caros.


A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) divulgou a lista de produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta nesta semana. Veja abaixo:

Preços em baixa
Melão amarelo, tangerina cravo, caqui rama forte, abacate, figo roxo, carambola, laranja pera, laranja seleta, limão taiti, jaca, coco verde, pimentão verde, abobrinha italiana, gengibre, inhame, mandioca, pepino comum, pepino caipira, abóbora moranga, tomate carmen, berinjela, couve manteiga, rúcula, acelga, nabo, escarola, alface crespa, alface lisa e americana, milho verde, canjica.

Preços estáveis
Tangerina ponkam, caju, abacaxi havai, uva rosada, banana nanica, morango comum, laranja lima, lima da pérsia, acerola, graviola, melancia, abobrinha brasileira, pepino japonês, tomate pizzad`oro, abóbora japonesa, abóbora paulista, quiabo liso, pimenta cambuci, pimenta americana, couve-flor, cebolinha e cebola nacional.

Preços em alta
Mamão papaia, mamão formosa, manga tommy, uva itália, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, beterraba, pimentões vermelho e amarelo, batata doce rosada, cenoura, chuchu, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, alho porró, beterraba com folha, repolho roxo e verde, espinafre, agrião, brócolis, erva doce, rabanete, coentro, salsa, alho argentino, alho nacional, batata lavada e ovos.

Fonte: Globo Rural

Bancos projetam alta em crédito rural na Agrishow com juro abaixo da Selic

A alta dos juros no crédito agrícola não impediu o empresário Vinícius Nunes Ventura, de 45 anos, de financiar a compra de dois tratores na 23ª edição da Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (29).

"Já até comprei trator com taxas menores, de 4,5%, mas ainda vale a pena. Para a agricultura está muito bom", diz o produtor de leite e criador de gado de corte de Guanhães (MG). Ele obteve um crédito de R$ 282 mil por meio do Pronamp, uma das linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), a uma taxa anual de 7,5%.

Ventura contratou o recurso com o banco da própria fabricante dos tratores, a John Deer, uma das empresas que oferecem financiamento para equipamentos como tratores e colheitadeiras aos visitantes da Agrishow. O valor pré-aprovado entre as instituições no evento chega a R$ 10,2 bilhões - volume estimado pelo Banco do Brasil. A projeção de alta na procura chega a 15%.

Os bancos consideram o cenário ideal para negócios, mesmo com aumento dos juros no setor - o Moderfrota, por exemplo, antes com taxa anual de 4,5% a 6%, hoje tem custo de 7,5% a 9%.

O principal argumento é de que os juros dos empréstimos agrícolas seguem inferiores à Selic, taxa básica de juros praticada pelos bancos, em 14,25%. A rentabilidade das commodities, beneficiada pela alta do dólar, também impulsiona a procura, segundo profissionais do setor.

"A taxa continua mais ou menos equivalente a 50% da Selic. Para o agricultor, qualquer valor, qualquer empréstimo abaixo da Selic, mesmo que tenha dinheiro para pagar à vista para pagar a máquina, vale a pena aplicar o dinheiro no banco e tomar o empréstimo a 7,5%", explica o diretor comercial do Banco John Deere, Sérgio Moreira.

Crédito rural
Além do Pronamp, uma das apostas da empresa é uma linha de até R$ 300 mil voltada à agricultura familiar - o Pronaf Mais Alimentos - com taxas que variam de 2,5% a 5,5% ao ano e prazo de até dez anos para quitação.

Perfil de produtor que representa 50% do potencial de vendas da fabricante, com tratores de menor potência. "São agricultores que têm renda de até R$ 360 mil por ano. Tem todo um enquadramento de geração de emprego, família, tipo de bem que produz e tamanho da propriedade", diz.

Com programas como esse e com o Moderfrota, considerado o carro-chefe do portfólio, ele estima um crescimento parcial de 15% nas intenções de crédito assinadas no primeiro dia da feira. No ano passado, essa procura somou R$ 332 milhões.

A boa rentabilidade do setor agrícola associada a uma incerteza sobre o anúncio do próximo Plano Safra impulsionam a procura por financiamento, segundo ele. "A gente não tem ainda uma sinalização do que vai ser o próximo ano-safra, então tem muita gente aproveitando o bom momento para a agricultura para antecipar alguma compra."

Demanda por financiamento
A demanda por investimentos também é vista pelo diretor de agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, que projeta alta 15% na prospecção de créditos em relação à última edição da Agrishow, quando foi registrado um protocolo de R$ 460 milhões.

A instituição pré-aprovou R$ 860 milhões em recursos para os clientes na feira para diferentes aportes do BNDES. "Nos últimos 40 dias, houve vários comitês de crédito na região. Facilita, o cliente vem aqui, só tem que ir lá e escolher a máquina", diz.

Diante de juros mais altos, ele analisa que o produtor continuará a contratar crédito, mas desembolsará mais na entrada como compensação. "O produtor já acha que é um custo caro ou custo normal, mas o que achamos é que o mercado vai ficar dessa forma, menos subsidiado", afirma.

Produtor de soja e milho em Campo Grande (MS), Rodolfo Paulo Schlatter, de 53 anos, fechou com o banco um contrato de R$ 10 milhões para renovar 20% de suas máquinas através do Finame, financiamento de máquinas e equipamentos oferecido pelo BNDES.

O bom momento para a sua área de atuação - as duas culturas juntas geram 2,7 milhões de sacas ao ano, segundo ele - favorece a procura por crédito. "Não é barato, mas também não é tão caro. Aquelas taxas que houve dois anos atrás eram bem melhores, mas o país não teve condição de manter", comenta.

Crédito pré-aprovado de R$ 10,2 bilhões
Também presente na Agrishow 2016, o Banco do Brasil levou um crédito pré-aprovado de R$ 10,2 bilhões para 25 mil clientes cadastrados e esperados na feira. Além disso, a instituição aposta em um aplicativo com simulador de financiamento e a disponibilidade de R$ 536 milhões em recursos próprios a fim de agilizar os contratos.

A expectativa para 2016 é ao menos alinhar as propostas de financiamento, que no ano passado somaram R$ 2 bilhões.

"Na Agrishow o produtor está tendo condições diferenciadas para comprar máquina, está tendo um poder de barganha maior para negociar preço. Digo que é o momento de investir, de aproveitar, de agregar tecnologia", afirma José Roberto Sardelari, superintendente do Banco do Brasil em São Paulo.

Para o gerente regional da Caixa Econômica Federal, Célio Pereira Silva, a busca por financiamentos está diretamente ligada a uma necessidade constante de aprimoramento no campo. Além de recursos do BNDES, o banco oferece linhas de até R$ 385 mil por beneficiário.

"O investimento na modernização da frota e em tecnologia como um todo é essencial para o desenvolvimento do setor do agronegócio. Competitividade e produtividade estão diretamente relacionadas aos investimentos realizados na atividade", diz.

Fonte: Globo Rural

Porto de Paranaguá bate recorde de movimentação total de cargas no primeiro trimestre

O Porto de Paranaguá voltou a registrar marcas históricas. No primeiro trimestre deste ano, bateu o recorde de movimentação total de cargas. Em importações e exportações, o porto movimentou 11,18 milhões de toneladas de cargas e superou o recorde anterior, o de 11,10 milhões de toneladas registradas em 2014. Levando em conta o mesmo período do ano passado, a alta é ainda maior: 23% de aumento.

A marca foi alcançada pelo desempenho nas exportações de granéis sólidos. Na comparação com os três primeiros meses do ano passado, o Porto de Paranaguá aumentou em 17% a movimentação deste tipo de produto, com mais de 8,4 milhões de toneladas movimentadas. Dentro deste grupo, o destaque é a soja, que teve, em março, a melhor movimentação mensal de todos os tempos pelo porto, com 1,6 milhão de toneladas.

“Registramos marcas muito boas na movimentação, especialmente de grãos, antecipando os estoques da safra de 2015/2016. O ritmo forte de escoamento deve se manter pelos próximos meses e voltaremos a registrar bons números”, afirma o presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

A movimentação de granéis líquidos também fechou o primeiro trimestre com forte alta. Foram mais de 1,1 milhão de toneladas movimentadas, crescimento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado.

RESULTADOS - A alta na movimentação de cargas é creditada também ao pacote de investimentos feitos no porto para dinamizar a operação e ganhar produtividade no escoamento.

Nos últimos cinco anos, foram R$ 511,9 milhões para melhorar a infraestrutura e logística do Porto de Paranaguá. Foram adquiridos quatro novos shiploaders (carregadores de navio), substituindo equipamentos da década de 70. Os novos carregadores conseguem embarcar grãos com 33% mais agilidade que os antigos, aumentando a velocidade de embarque de 1,5 mil toneladas por hora para 2 mil toneladas por hora.

Também foram adquiridos dez novos guindastes, balanças para pesagem dos caminhões, tombadores e demais componentes para descarregar cargas, scanners para inspeção de cargas. Além disso, foram instaladas guaritas informatizadas e novos acessos ao Pátio de Triagem.

Para os próximos anos estão previstos outros R$ 423 milhões em investimentos com recursos públicos.

DIVERSIFICAÇÃO – As exportações de produtos em contêineres e veículos também apresentaram crescimento no período. No caso dos contêineres, a movimentação registrou aumento de 5% na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram exportados 90,3 mil TEUs (unidade de medida equivalente a contêineres de 20 pés) de janeiro a março.

Os produtos que puxaram o resultado para cima foram carnes de aves congeladas, com alta de 17%, madeira, com crescimento de 46%, e papel, com aumento de 5%.

“Paranaguá é, hoje, o porto do Brasil com maior participação do modal ferroviário, o que é muito importante para as operações de contêineres. Conseguimos facilitar os acessos ao porto por todos os modais, reduzindo filas e tempo de espera, o que sempre foi um compromisso desta gestão”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.

A exportação de veículos por Paranaguá também teve forte alta no período de janeiro a março de 2016. Foram exportados 15,7 mil carros pelo porto paranaense, um volume mais de três vezes superior ao exportado no ano passado, quando a movimentação foi de 4,2 mil veículos.

Embrapa compartilha experiência sobre processamento de caju na Colômbia

Técnicos da Embrapa participaram esta semana de um seminário na Faculdade de los Andes sobre "Modelo Agro-Negocios Sostenibles (MAS) - Marañón (Caju)", em Vichada, um estado da Colômbia onde existe um polo de produção de caju.

Estiveram presentes produtores rurais, processadores de caju, compradores dos produtos processados, governo federal e estadual, além de representantes da Universidade, Corpoica e Embrapa.

O pesquisador Fábio Paiva abordou as tecnologias disponíveis para o processamento do caju (pseudofruto) e da castanha, bem como as oportunidades dessas tecnologias tanto para o produtor rural quanto para processadores e mercado consumidor.

O analista Genésio Vasconcelos, por sua vez, abordou a forma como a Embrapa o trabalho de P&D&TT junto a toda a cadeia produtiva do caju, com cases de sucessos e como as tecnologias podem gerar benefícios que repercutem em toda a cadeia, visando ao aproveitamento integral da matéria prima. As ações fazem parte do projeto MAS que é realizado pela Universidade de los Andes, Corpoica e outros parceiros locais, com o objetivo de difundir e fortificar a cultura do caju na região.

Fonte: Embrapa

Anvisa anuncia ter eliminado fila de registros para biodefensivos

Foto: Divulgação Agrolink
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou ter “limpado” a fila de registros de produtos agroquímicos de origem biológica, tanto para utilização na agricultura convencional como na orgânica. O objetivo, segundo o órgão oficial, é favorecer a “expansão da sua utilização e a redução do uso de agrotóxicos de maior toxicidade”.

“A Anvisa tem realizados diversos esforços para atender a determinação do Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002, tratando com prioridade a análise dos pedidos referentes aos produtos biológicos. Todos os pleitos submetidos até o momento para os produtos destinados à agricultura orgânica foram analisados, ou seja, não há nenhum pedido de registro na fila, aguardando na Agência a avaliação toxicológica de produto formulado fitossanitário”, justificou a Agência. 

De acordo com a Anvisa, o registro de produtos biológicos é uma das prioridades do Governo Federal. “Do ponto de vista da saúde humana, os defensivos biológicos são alternativas mais seguras para o controle de pragas agrícolas. São tecnologias que se valem de inimigos naturais das pragas, são menos agressivas aos seres humanos e representam importante alternativa para reduzir os custos da produção”, completa o órgão.


Fonte: Agrolink

Pesquisadores apresentam resultados de monitoramento de pragas em tomate industrial

Durante três semanas, entre final de março e primeira quinzena de abril, um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças organizou um ciclo de palestras e uma reunião técnica, na empresa Agropecuária Sorgatto, em Luziânia-GO, com o objetivo de apresentar a produtores e técnicos da cadeia produtiva de tomate para processamento industrial os resultados de pesquisa na área de fitossanidade gerados nos últimos anos.

Desde 2010, os pesquisadores visitam periodicamente os cultivos de tomate das empresas Agriter-Goiás Verde e Sorgatto, na região de Luziânia e Cristalina, para monitorar pragas e doenças do tomateiro, com foco na mosca-branca e nos vírus transmitidos por esse inseto (geminivírus e crinivírus). "Analisamos a população de mosca-branca e a ocorrência de viroses ao longo da safra de tomate indústria", relata o agrônomo Miguel Michereff Filho ao explicar que o objetivo foi fornecer subsídios para atestar a efetividade do vazio sanitário, período em que, por lei, é proibido manter plantas de tomate para processamento industrial no campo.

"Constatamos que, no início do cultivo de tomate na região, em meados de fevereiro, são frequentes as revoadas de mosca-branca oriundas de cultivos de soja e algodão. Nessa época, a infestação dessa praga é muito alta em toda a paisagem agrícola e isso tem propiciado grande incidência de viroses nos cultivos de tomate", alerta Michereff ao concluir que os pesquisadores recomendam o transplantio a partir de março, ou melhor: se possível, retardar até abril.

Também na região, os pesquisadores utilizaram cerca de 30 cultivos de tomate sob pivô central para testar, entre outros, dois métodos para monitoramento da Helicoverpa armigera: um com armadilha luminosa e outro envolvendo armadilha iscada com feromônio sexual – odor que atrai as mariposas machos dessa praga. "A ocorrência da lagarta tem causado, em média, 15% de frutos broqueados", estima o pesquisador que acrescenta: "até o momento, as armadilhas para monitoramento permitem detectar a entrada da praga no cultivo, porém não é possível determinar o momento correto de controle de lagartas de Helicoverpa com base no número de mariposas capturadas nas armadilhas. Ainda precisamos avançar em técnicas de monitoramento que facilitem a tomada de decisão em relação ao controle".

No ciclo de palestras, também foram apresentados resultados de ensaios de controle químico da mancha bacteriana do tomateiro, que foram realizados em parceria com o campus Morrinhos do IF Goiano, além de trabalhos referentes a nematoides e ao manejo do solo com bokashi para incrementar a atividade microbiana e, assim, ocasionar uma ação supressora sob o fungo causador do mofo branco e outras doenças em tomateiro.

Durante os encontros, os pesquisadores e os técnicos da empresa também planejaram ações futuras no âmbito da parceria. "As perspectivas envolvem pesquisas sobre controle químico e manejo de resistência em mosca-branca, amostragem e nível de controle de Helicoverpa armigera, controle de viroses, influência de tiguera e plantas espontâneas na população de pragas na entressafra do tomate, e manejo da adubação para melhoria da estrutura do solo", enumera Michereff. Em razão do interesse pela cultura da batata-doce por parte da empresa Sorgatto, a cultura foi também tratada, abrindo perspectivas para parcerias futuras.

Também participaram das palestras e da reunião técnica os pesquisadores: Alice Nagata, Alice Quezado Duval, Jadir Pinheiro, Larissa Vendrame, Raphael Melo e Valdir Lourenço Júnior.


Fonte: Embrapa

Goiânia sediará em junho a quarta edição do Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos

O LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, que tem Luiz Fernando Furlan como chairman, e o LIDE Agronegócios, liderado pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, agendaram para o dia 17 de junho próximo, novamente em Goiânia, no Hotel Mercure, o Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, em sua quarta edição.

Desta vez, o Fórum – que deverá receber mais de 200 lideranças empresariais e políticas da cadeia da alimentação - focará aspectos ligados ao mercado mundial de alimentos industrializados, tema de grande interesse em razão do Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do Planeta. Na abertura, já estão confirmadas as presenças do governador de Goiás, Marconi Perillo, do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), Edmundo Klotz, dos ex-ministros Roberto Rodrigues (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), além de André Rocha, presidente do SIFAEG – Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás.

O programa de palestras será dividido em três painéis: o primeiro sobre uma visão atual e tendências da indústria de alimentos, o segundo versará sobre a busca de novos mercados para exportação e o terceiro terá como tema negociações internacionais.

Encerrados os painéis, será outorgado o Prêmio ABIA para empresas de destaque no campo da Alimentação, categorias Desenvolvimento de Canais de Distribuição, Eficiência em Comunicação e Marketing, Inovação em Produtos e Indústria Exportadora.

Substâncias húmicas são aliadas no desenvolvimento radicular e no aumento de produtividade

Com o sistema radicular bem desenvolvido, são maiores as chances de plantas mais produtivas e resistentes. Especialistas afirmam que uma boa solução para o desenvolvimento de raízes mais fortes e saudáveis é o investimento em tecnologias que contem com ácidos húmicos e fúlvicos em sua composição. O engenheiro agrônomo, Emerson Sousa, que atua no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Nutriceler, explica que o uso de fertilizantes fluidos compostos por esses elementos apresentam resultados superiores nas mais diversas culturas.

“O sistema radicular é responsável pela fixação dos vegetais no solo e pela absorção de água e sais minerais. Todo manejo do solo, como irrigação e adubação, tem por objetivo atingir o sistema radicular”, explica. Emerson conta que, além de auxiliar no desenvolvimento e fortalecimento das raízes, o uso das substâncias húmicas e fúlvicas apresentam outras vantagens nutricionais. “Essa tecnologia reduz a fixação de fósforo no solo, tornando a planta mais tolerante a períodos secos e apresentando melhor desempenho de desenvolvimento”, explica. O agrônomo revela ainda que os tratamentos nutricionais são economicamente viáveis e proporcionam aumento de produtividade.

Boa procedência
A Nutriceler desenvolveu uma formulação especial que conta com os ácidos húmicos e fúlvicos, além de aminoácidos e extratos de algas, o Maxifós. Com matérias primas extraídas da leornadita do Novo México (EUA), com cerca de 80 milhões de anos, o produto possui maior eficiência em comparação a outras formulações com matérias primas extraídas a partir da turfa. “É um produto exclusivo no mercado brasileiro, com ótimas concentrações e com a melhor procedência.

Versatilidade no campo
A tecnologia do produto Maxifós permite que seus benefícios sejam aproveitados em todos os tipos de cultivo. A formulação faz parte dos tratamentos de fertilização fluida via sulco de plantio em culturas anuais como a soja, milho, trigo e feijão, tecnologia que está superando as expectativas de agricultores de todo país que buscam praticidade, economia e aumento de produtividade”, conta Emerson. O produto também tem obtido resultados acima do esperado com tratamentos via fertirrigação, como é o caso dos hortifrútis e do café. 

O agrônomo relembra estudos realizados com cana-de-açúcar, onde a aplicação do fertilizante fluido, associado à adubação sólida convencional em quantidade reduzida, possibilitou aumento de produtividade em cerca de 20%. “Maxifós possibilita a liberação de parte do fósforo fixado no solo, além de proporcionar melhor enraizamento, melhor desempenho dos cultivos sob stress hídrico, aumento da nodulação na soja, melhora da eficiência da ação de trichodermas e possibilita o aumento considerável de produtividade das culturas”, completa. Ainda de acordo com o agrônomo, Maxifós complexa nutrientes catiônicos como o cálcio, potássio, magnésio e zinco, aumentando sua disponibilidade e reduzindo a lixiviação.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Kátia Abreu: O mundo quer alimentos brasileiros

Foto: Carlos Silva/MAPA
“O mundo nos aguarda e quer alimentos brasileiros”, destacou a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), nesta terça-feira (26), durante a assinatura de acordo de cooperação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para atrair investidores estrangeiros para os produtos do agronegócio nacional.

“Temos as leis mais rigorosas na área ambiental e trabalhista. Precisamos criar uma inteligência comercial para divulgar esta sustentabilidade social”, assinalou Kátia Abreu, ao falar da importância do acordo. “O nosso café, por exemplo, pode ter até um preço diferenciado, mas nós respeitamos a dignidade humana.”

A parceria buscará mercados prioritários. As primeiras viagens serão à China e Coreia do Sul, no mês de junho. Nesses países, estão previstos seminário com investidores estrangeiros e rodada de negócios.

Entre os setores selecionados para a promoção comercial por meio do acordo estão as carnes (bovina, suína e de aves), produtos lácteos, pescados, frutas e sucos, cafés e máquinas agrícolas.

“É o acordo mais amplo que a Apex já fez até agora, tanto pela importância do Ministério da Agricultura, quanto do agronegócio”, enfatizou o presidente da Apex-Brasil, David Barioni.

Na avaliação da secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Tatiana Palermo, a parceria é essencial para o crescimento econômico do nosso país. “Esse acordo pode acelerar as negociações sanitárias e fitossanitárias para abertura de mercados. Precisamos diversificar nossa pauta de exportações e combater as barreiras comerciais.” Tatiana lembrou que os produtos agrícolas, no mês passado, foram responsáveis por 52,2% de todas as vendas externas brasileiras.

Prazo de entrega do CAR pode ser prorrogado para 2017

Faltando poucos dias para o prazo final de entrega do Cadastro Ambiental Rural (CAR), produtores de todo o Brasil podem ganhar mais tempo para aderirem ao documento. A possibilidade de prorrogação do cadastro para até 31 de dezembro de 2017, visto que o prazo se encerra no dia 5 de maio deste ano, está no relatório da Medida Provisória 707/2015 e aguarda votação do Plenário da Câmara dos Deputados, marcada para esta terça-feira (26), em Brasília.

Nesse contexto vale lembrar que, mesmo com a forte campanha encabeçada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), grande parte dos produtores do centro-oeste ainda não aderiram ao CAR.

Na semana passada, a Medida Provisória foi aprovada em Comissão Mista do Congresso e, nesta terça-feira (26), será o terceiro item da pauta do Plenário. Para virar lei, no entanto, a matéria ainda precisa passar por duas votações, na Câmara e no Senado, e pela sanção da presidente Dilma Rousseff.

“O produtor precisa entender que o CAR não foi prorrogado, diferentemente do que saiu na mídia. O cadastro ainda aguarda tramitação e aprovação para que haja o adiantamento. Por isso os produtores que ainda não fizeram o cadastro precisam fazer antes do prazo legal, que encerra no dia 5 de maio”, alerta o assessor técnico da Faeg, para área de meio ambiente, Marcelo Lessa.

Para o presidente da Federação, José Mário Schreiner, a prorrogação é importante já que, sem a regularização, o produtor ficaria impossibilitado de adquirir crédito junto ao banco para o custeio das próximas safras, além de perder os benefícios previstos no novo Código Florestal. Apesar disso, ele alerta para a urgência de o produtor realizar o cadastro e não deixar para a última hora.

“O CAR garante segurança jurídica ao produtor e é o início da regularização ambiental. A Faeg e o Senar Goiás estão cumprindo seu papel, capacitando técnicos do interior do Estado e tirando dúvidas dos produtores que nos procuram. Precisamos que o produtor faça sua parte. Vemos a notícia com bons olhos e esperamos agora apenas a votação para prorrogação”, completou.

Capacitação orienta sobre o manejo no cultivo de árvores frutíferas

Foto: Divulgação FAEMG
Tratos culturais, manejo do pomar, controle fitossanitário, colheita e pós-colheita foram habilidades abordadas durante o curso do Senar Minas de Cultivo de Árvores Frutíferas, realizado no município de Francisco Badaró, no Vale do Jequitinhonha.

Com carga horária de 24 horas, o curso teve como objetivo treinar os 12 participantes a realizar o cultivo convencional para fruteiras perenes. As aulas foram ministradas pelo técnico em agropecuária Anderson Pinto Botelho na sede da Associação Municipal de Assistência Infantil (AMAI) de Francisco Badaró.

Os participantes aprenderam técnicas de controle de plantas invasoras, adubação de cobertura, de desbaste, de desbrota, de poda de formação e frutificação, de escoramento, ensacamento de frutos, irrigação e outros tratos imprescindíveis para o sucesso do cultivo de árvores frutíferas.

O produtor Antonio Pereira dos Santos se revelou otimista com as novas técnicas adquiridas. Ele, que já comercializa hortaliças, destacou a importância da poda no processo de formação da muda e a prática de identificação das pragas como procedimentos de relevância repassados pelo instrutor durante o treinamento.

O curso foi realizado em parceria com a APRISCO – Associação de Promoção Infantil Social e Comunitária de Virgem da Lapa, município que, na mesma semana, também recebeu curso do Senar Minas na área de fruticultura. Em Virgem da Lapa, o treinamento foi voltado para implantação de pomar.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Agricultores trabalham para modernizar a lavoura de cacau na BA

No sul do estado, o cultivo do cacau orgânico é novidade.  As fábricas de chocolate agora estão dentro das fazendas.



Produtores de cacau do sul da Bahia vivem uma nova fase. Depois de um período difícil por causa de uma doença nas lavouras, a vassoura de bruxa, eles aprenderam a produzir um cacau de melhor qualidade.

E não é só isso. Hoje já tem fábrica de chocolate dentro das fazendas, na região de Ilhéus. Essas tecnologias estão chegando também para os pequenos agricultores.

O município de Ilhéus, com suas belas praias, também leva fama de ser a terra do cacau e não é por acaso. Quase todo agricultor já se aventurou na lavoura cacaueira.

Em um assentamento, três Marias, Santiago, da Conceição e de Lurdes, trabalham em dia de colheita. Cada uma tem em torno de três hectares de cacau e, em mutirão, se ajudam no trabalho. Retiram os frutos do pé e ali mesmo, no meio da lavoura, separam a polpa da casca.

O bom humor tem motivo. Há quatro anos, as agricultoras passaram a vender o cacau para uma cooperativa que transforma o fruto em achocolatado e o preço que recebem pelo quilo da amêndoa dobrou, passou de R$ 4 para R$ 8.

Valorizar o produto também foi uma das maneiras para sobreviver do cacau depois da vassoura de bruxa. A doença causada por um fungo acabou com grande parte das lavouras da Bahia, no início da década de 90.

O fungo ainda está presente nas lavouras, mas hoje dá para conviver com a doença usando variedades resistentes e boas práticas de manejo. Para o achocolatado, só vão os frutos sadios.

O capricho segue na fermentação e na secagem. O cacau seco é levado para a cooperativa e 60% das amêndoas que chegam vão para a produção do chocolate em pó.

A fábrica da cooperativa funciona em uma incubadora dentro da Ceplac, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, órgão que trabalha com a pesquisa do cacau. O achocolatado é vendido para a merenda escolar de municípios da Bahia.

Os resultados dessa parceria com a cooperativa já aparecem na casa de dona Maria. O banheiro foi reformado, tem sofá novo, internet e a cozinha está equipada.

Assim como os associados da cooperativa de Maria, outros produtores estão melhorando a renda com a estrutura da Ceplac. Além da incubadora, a Ceplac montou uma fábrica de chocolate para beneficiar o cacau de pequenos agricultores.

O agricultor paga a fábrica deixando 10% do que é produzido. O que fica é aproveitado pela Ceplac como divulgação do chocolate. A embalagem e a comercialização ficam por conta do agricultor.

Da fábrica da Ceplac também sai o chocolate do produtor Luciano Sanjuan, que tem 12 hectares de cacau. Ele conseguiu valorizar ainda mais a produção: o cultivo é orgânico, sem nada de agrotóxico.

Uma das principais formas para o cultivo do cacau orgânico é o sistema cabruca. O cacau é plantado debaixo da Mata Atlântica, o que garante umidade e a produção de matéria orgânica para a planta.

No sistema cabruca, parte da mata dá espaço para o cacau que é plantado nos morros, em curva de nível, ou seja, em linhas horizontais, o que segura a água da chuva e por consequência a matéria orgânica. O mato que fica na lavoura e as folhas do próprio cacaueiro servem de adubo e Luciano também aproveita a casca do cacau.

Luciano hoje vende o cacau orgânico para as indústrias de chocolate do Brasil e da Europa, além de atender empresas de cosméticos.

No município de Barro Preto, vizinho a Ilhéus, os 210 hectares de cacau de uma fazenda são orgânicos, plantados no sistema cabruca. O agricultor Fernando Botelho é outro que precisou se reinventar, depois da vassoura de bruxa. Ele montou uma pequena fábrica de chocolate dentro da propriedade.

Além do chocolate, Botelho aposta também no mercado de outra especialidade: o chamado nibs, um produto que é a matéria-prima do chocolate, um poderoso antioxidante.

Aos poucos, o chocolate fino, ou gourmet, vem ganhando espaço, mas por trás do título de gourmet, tem uma série de práticas no campo.

Fonte: Globo Rural

Sistema de bombeamento de água com energia solar gera economia em propriedades rurais do Espírito Santo

As bombas da linha anauger solar têm sido uma alternativa viável para obtenção de água para agricultores da região de Itapemirim/ES. Os produtores rurais, que antes sofriam com o tempo constantemente seco, hoje possuem água em abundância, graças a essa solução criada pela Anauger. O acesso à tecnologia foi concedido por meio de um projeto da Secretaria de Agricultura de Itapemirim, através de um cadastro e análise de situação dos agricultores e pecuaristas. “É uma grande oportunidade de levar a força da tecnologia fotovoltaica a trabalhadores que precisam muito desse recurso. Estamos muito honrados em fazer parte de um projeto que beneficie muitas pessoas, promovendo economia e facilidade em suas rotinas”, diz o diretor comercial da Anauger, Marco Aurélio Gimenez.

Os agricultores interessados podem fazer um cadastro junto à Secretaria de Agricultura e, após análise da necessidade e situação, é feita a doação de um kit do sistema anauger solar (com placa fotovoltaica, bomba e driver). A estimativa é de que dois mil produtores rurais recebam o produto, gratuitamente. Como é o caso de Eliseu Coutinho, produtor de leite da região de Piabanha do Norte, um dos primeiros a utilizar o equipamento por meio do projeto. “Abasteço minha caixa d’água e consigo hidratar minha criação de mais de 25 cabeças de gado. Não conhecia o sistema anauger solar, mas fiquei impressionado, pois consegui economizar mais de 20% de energia elétrica em minha rotina”, diz.

Outro agropecuarista que se beneficiou do sistema é Gelson Motté Carvalho, da Comunidade de Afonso. Ele abastece além de sua residência, mais duas casas vizinhas (de seus filhos) e consegue oferecer água limpa e potável para sua criação de gado de leite. “A estiagem é difícil para nós. Já hoje, consigo facilmente mais de 4 mil litros de água todos os dias sem agredir o meio ambiente”, conta.

O secretário de agricultura de Itapemirim, Luciano Henriques, conta que a ideia do projeto veio de uma necessidade da região. “A população sofreu muito com a seca no ano passado e, diante da demanda, começamos a buscar alternativas para ajudar os agricultores. E, pelo fato de a energia também ter encarecido, achamos as placas fotovoltaicas a solução perfeita”, diz Henriques.

O representante da Anauger na região, Sergio Lentini Junior, destaca o potencial desse projeto. “Ficamos felizes em poder promover a ponte entre um produto tão inovador e sustentável como o da Anauger e os produtores rurais que necessitam de uma solução que viabilize o acesso à água de forma econômica , para suas atividades”, diz Lentini. Josiel Nascimento Coelho, proprietário da empresa Agrosolo, que forneceu os itens à Secretaria de Agricultura , por meio de uma licitação, destaca a confiabilidade do produto. “Os agricultores da região tinham uma carência que o produto conseguiu suprir perfeitamente. Além do que, a Anauger é uma empresa de grande tradição e confiabilidade”, conclui.

Cobertura do Alerta Fitossanitário atinge 48% do parque citrícola com inclusão das regiões de Frutal e Lins

Sistema do Fundecitrus monitora a presença do psilídeo, inseto transmissor do HLB, em 231 mil hectares de citros

A área atendida pelo Alerta Fitossanitário cresceu 25% com a inclusão de mais duas regiões produtoras de citros: Frutal e Lins. Com o ingresso das novas áreas, o sistema passou a verificar a presença da praga em 48% do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais. 

Ao todo, são monitorados 231 mil hectares de citros por meio de 26 mil armadilhas amarelas georreferenciadas, em sete regionais: Araraquara, Avaré, Bebedouro, Casa Branca, Frutal, Lins e Santa Cruz do Rio Pardo. A ferramenta do Fundecitrus auxilia os citricultores no manejo regional do greening (huanglongbing/HLB), a pior doença da citricultura, por meio do monitoramento da população do inseto transmissor, o psilídeo Diaphorina citri. 

As novas regiões somam 59 mil hectares, distribuídos em 38 municípios, monitorados com 7,5 mil armadilhas. A regional de Frutal é composta por sete municípios do Triângulo Mineiro – Comendador Gomes, Fronteira, Frutal, Monte Alegre de Minas, Planura, Prata e Uberlândia – e sete do norte do estado de São Paulo – Altair, Colômbia, Guaraci, Icém, Nova Granada, Onda Verde e Palestina. A cobertura do sistema abrange 76,7% da área, monitorando 35,9 mil hectares de citros por meio de 4,7 mil armadilhas. 

De acordo com o engenheiro agrônomo do Fundecitrus Luís Scandelai, o principal desafio dessa região em relação ao HLB é a grande quantidade de árvores de citros em pomares domésticos, que podem servir de criadouro de psilídeos. “Embora a incidência da doença na região seja baixa, variando de 0,07 a 4%, essas áreas que não têm o controle do psilídeo representam risco de contaminação. Com o Alerta Fitossanitário, fica mais fácil dos citricultores identificarem onde estão os focos do inseto e tomarem decisões para protegerem seus pomares”, afirma Scandelai. 

A situação do HLB na região de Lins é mais preocupante, com o registro de 16% de plantas com sintomas da doença, de acordo com o último levantamento feito pelo Fundecitrus, em 2015. A regional é composta por 24 municípios: Adolfo, Álvaro de Carvalho, Arealva, Avaí, Balbinos, Bauru, Cafelândia, Garça, Getulina, Guaiçara, Guaimbê, Guarantã, Iacanga, Júlio Mesquita, Lins, Marília, Pederneiras, Pirajuí, Pongaí, Presidente Alves, Reginópolis, Sabino, Sud Mennucci e Uru. A ferramenta cobre 68,5% da área, com a presença de 2,7 mil armadilhas instaladas em 23 mil hectares. 

Parceria com o citricultor
O sistema online do Alerta Fitossanitário é abastecido quinzenalmente com informações dos citricultores sobre a população de psilídeos encontrados nas armadilhas de suas propriedades e de dados gerados por armadilhas do próprio Fundecitrus. São elaborados relatórios que mostram a situação de cada propriedade e das regiões participantes, indicando quais os locais críticos de presença do inseto e onde é necessário fazer o controle. A participação na ferramenta é gratuita e conta com o apoio das empresas Bayer CropScience, Koppert e Syngenta. 

Fonte: Fundecitrus

Escaladas tarifárias dificultam comércio de produtos agroindustriais entre Brasil e China

Tradicional importadora de commodities e principal destino das exportações agropecuárias brasileiras, a China tem dificultado a entrada de produtos de maior valor agregado produzidos no Brasil. Com o objetivo de proteger sua indústria doméstica, entre outros, o país asiático tem utilizado escaladas tarifárias - diferença entre a taxação da matéria-prima e seus respectivos itens processados -, cada vez mais altas, afetando o comércio bilateral. Em alguns casos, a proporção desta escalada chega a 30 pontos percentuais em relação ao insumo.

As informações fazem parte de um estudo da Superintendência de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (SRI/CNA), que mapeou, entre outros setores, aqueles em que o Brasil tem participação no mercado internacional, mas comércio nulo ou inexpressivo com a China. Em relação a estes mesmos segmentos, o país asiático importa volume expressivo do mundo. Nesta lista, estão produtos derivados do cacau, café, amendoim, oleaginosas e vegetais, que são os mais afetados pelas escaladas tarifárias.

Os processados a partir do amendoim enfrentam as maiores escaladas, que chegam a 30 pontos percentuais. Segundo o estudo, a matéria-prima é isenta de taxa, enquanto sob o amendoim preparado ou conservado incide uma alíquota de 30% para entrar na China. Enquanto o país asiático importou US$ 2,16 bilhões no mercado internacional, não houve registro de compras provenientes do Brasil. No caso do café solúvel, a escalada tarifária chega a 22 pontos percentuais. Os chineses têm aumentado o consumo de forma expressiva nos últimos anos, mas apenas 0,2% do volume importado por eles vêm do Brasil.

Em relação ao cacau, o grupo que inclui manteiga, gordura e óleo também tem sofrido com as altas tarifas de importação para, com escaladas tarifárias de 14 pontos percentuais. O Brasil tem 2% de fatia no mercado internacional destes produtos. Entretanto, a China, apesar de ser responsável por 1,6% das compras mundiais, não tem qualquer volume adquirido pelo país asiático. “O fato de o Brasil não acessar o mercado chinês sugere que a escalada tarifária pode estar constituindo uma barreira proibitiva ao comércio brasileiro com o país asiático”, explica o estudo.

Quanto às oleaginosas, a China é o principal destino da soja em grão brasileira. Entretanto, o mesmo não se pode dizer sobre seus derivados processados. De acordo com a SRI, o Brasil é o segundo maior exportador mundial de óleo de soja, mas as alíquotas aplicadas para acesso ao mercado asiático têm sido uma barreira. A escalada, neste caso, é de 6 pontos percentuais, diferença entre 9% da taxa de importação para o produto industrializado e de 3% sobre a matéria-prima. Outros produtos, como óleo de algodão e pimentão e pimenta secos (não triturados nem em pó), têm de pagar taxas de 10% e 7%, respectivamente, para entrar em território chinês.

“É exatamente o comércio bilateral desses produtos beneficiados que mais é atingido pelas altas tarifas. A determinação das escaladas tarifárias aos produtos agropecuários brasileiros na China é uma importante ferramenta para detectar setores com potencial de comércio que têm sido prejudicados devido à existência de barreiras tarifárias, e viabilizar uma estratégia adequada para a negociação de possíveis acordos comerciais baseada na redução de tarifas”, conclui o estudo.

Pesquisadores participam de capacitação sobre cultivo de castanheiras

Pesquisas comprovam que produzir castanha em cultivos de apenas cinco anos é possível, desde que sejam utilizadas técnicas adequadas. Para propiciar a troca de experiências sobre o plantio de castanhais, a Embrapa e o Ministério do Meio Ambiente do Peru realizam, entre os dias 19 a 21 de abril, curso sobre a propagação vegetativa da castanheira. A produção de mudas por sementes ou enxertia é considerada um dos gargalos para a expansão dos cultivos da amêndoa e a capacitação visa a atender essa demanda de conhecimento.


A castanha-do-pára ou castanha-da-amazônia (como vem sendo denominada, por acorrer no Brasil, Peru e Bolívia), é fonte de emprego e renda para milhares de famílias rurais e outros trabalhadores da região amazônica, envolvidos com a cadeia produtiva. A coleta do produto é realizada, predominantemente, em áreas de ocorrência natural. No entanto, devido à grande procura por esse alimento no mercado consumidor, o cultivo da espécie pode ser uma alternativa para potencializar a produção.

Segundo o engenheiro florestal e pesquisador do Instituto de Investigações da Amazônia Peruana (IIAP), Ronald Corvera Gomringer, um dos instrutores da capacitação, uma das técnicas utilizadas é a enxertia, processo onde uma das partes de uma planta promissora é inserida em outra planta. "As árvores enxertadas começam a produzir em um tempo mais curto do que as de ocorrência natural, entre quatro a cinco anos, e podem integrar os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Embora a produção inicial seja baixa, com o tempo aumenta e pode ajudar na renda das famílias. Temos castanheiras enxertadas nos campos experimentais peruanos e agora começamos a trabalhar na área das principais associações de produtores da região de Madre de Dios, na Amazônia peruana ", conta.

Participam do curso analistas, técnicos e pesquisadores da Embrapa Acre, Embrapa Rondônia, Embrapa Agrosilvipastoril e Embrapa Amapá e técnicos do IIAP. A programação inclui visitas a castanhais localizados na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Brasileia (AC), onde acontece também atividades práticas da capacitação. 

José Ricardo Duarte, técnico da Embrapa Acre, um das participantes do curso, considera importante a troca de conhecimentos proporcionada pela capacitação. "O IIAP é uma referência em técnicas para propagação de castanheira e com o curso poderemos adotar métodos já utilizadas no Peru, assim como também podemos compartilhar as técnicas desenvolvidas aqui", comenta.

Para Hélio Tonini, pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop/Mato Grosso), muitos dos temas abordados serão colocados em prática na condução de pesquisas da Embrapa. "A coleta dos galhos, técnica de conservação e seleção das gemas, os cuidados com as mudas e as técnicas de cultivo são fundamentais para a produtividade das castanheiras".

Pesquisas

Há vários anos a Embrapa realiza estudos voltados para a geração de conhecimentos com foco na cadeia produtiva da castanha-da-amazônia. O TechCast, arranjo implementado a partir de 2014, reúne 23 projetos, sendo nove em execução. O objetivo do arranjo é gerar, adaptar e integrar ferramentas tecnológicas e sociais para promover o fortalecimento da cadeia de valor da castanha-da-amazônia, trabalhando aspectos como conservação, manejo, comunicação e oportunidades de mercado, para melhoria da eficiência produtiva e promoção do desenvolvimento social e econômico na Amazônia. As ações de pesquisa e desenvolvimento são realizadas no Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.

O IIAP trabalha desde 2000 no Programa de Melhoramento da Castanheira no Peru. O programa conta com mais de 160 matrizes de castanheiras caracterizadas e selecionadas. A troca de experiências entre brasileiros e peruanos conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


Priscila Viudes (Mtb 030/MS) 
acre.imprensa@embrapa.br 
Telefone: ¨(68) 3212-3250

Colaboração: Ana Flávia Soares 
Embrapa Acre

Dia de campo discute tecnologias para uma agricultura de baixa emissão de carbono

No próximo 30 de abril, acontece em Araguatins, região do Bico do Papagaio, Norte do Tocantins, dia de campo sobre tecnologias ligadas à agricultura de baixa emissão de carbono. Serão tratados temas como recuperação de pastagens degradadas, ILP (integração lavoura-pecuária) e plantio direto.

O evento acontecerá na Fazenda Araguaiana, que participou do projeto ABC TO (liderado pela Embrapa no estado). Em outubro de 2013, começou na propriedade a adoção de tecnologias relacionadas à prática de uma agricultura com baixa emissão de carbono. Primeiramente, foram trabalhadas a recuperação de pastagens degradadas e a adubação de manutenção de pastagens já recuperadas.

No ano seguinte, explica Cláudio Barbosa, analista de transferência de tecnologia da Embrapa, "o produtor aceitou adotar a ILP na reforma de uma pastagem, usando como componente ‘lavoura' a cultura do milho de ciclo mais longo, em sistema de plantio direto na safra 2014/2015".

Para a safra seguinte, aumentou a adoção de tecnologias: cresceu a área com ILP usando o milho em sistema de plantio direto para recuperar pastagens degradadas, sobretudo para combater o capim duro (também conhecido como capim capivara ou navalhão) e o capim barba de paca (ou barba de bode), considerados plantas daninhas; e, para recuperar pastagens de áreas mais baixas também com ILP, começou plantio direto de arroz de terras altas, usando cultivares que apresentam ciclo mais longo que o tradicional.

O projeto de transferência de tecnologia em ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) no Matopiba (região que engloba partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), também coordenado pela Embrapa, deu sequência ao projeto ABC TO. A Fazenda Araguaína também participa dele.

Cláudio relata que "como resultados dos trabalhos na fazenda, conseguimos melhorar a administração da propriedade, estabelecendo o uso contínuo das ferramentas de diagnóstico, planejamento estratégico, tático e operacional, as ferramentas de controle da atividade bovinocultura de corte para se obter a leitura dos indicadores de produção e a análise dos índices de produtividade agrícola e pecuária".

Além disso, segundo ele, "reduziram-se os custos e o prazo de reembolso do custeio das reformas das pastagens, aumentou-se a disponibilidade estratégica de alimentos volumosos de melhor qualidade para os animais durante a seca. Aumentaram-se a produção de Quilograma de Peso Vivo de animais/ha/ano e o lucro dos proprietários na propriedade por ano. A fazenda adotou definitivamente o plantio direto e a integração lavoura-pecuária".

Serviço:

O que: Dia de Campo na Unidade de Referência Tecnológica (URT) de Araguatins

Quando: 30 de abril, das 7h30: às 11h:30

Onde: Fazenda Araguaiana (acesso pela Rodovia TO 201, Buriti do Tocantins, sentido Esperantina)

Estações técnicas:

1.Pastagem degradada, com Joaquim Junior, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Cláudio Barbosa

2. Integração lavoura-pecuária usando plantio direto de arroz, com Daniel Fragoso, da Embrapa

3.Integração lavoura-pecuária usando plantio direto de milho, com Rodrigo Almeida, da Embrapa

4. Manejo da pastagem, com Luciano Vilela (proprietário da fazenda)


Análise de impactos ambientais de produtos favorece desenvolvimento sustentável

Em 19 de abril, o programa Conexão Ciência abordou um tema que diz respeito a todos os consumidores. No último episódio, o pesquisador Fernando Dias, da Embrapa Pantanal, conversou com a repórter Juliana Freire sobre a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) – uma abordagem que analisa os impactos ambientais dos produtos, considerando a totalidade do seu ciclo de vida. "Isto é, incluindo toda a extração de matéria-prima, bem como emissões e resíduos gerados pela produção, transporte e disposição final do produto no ambiente", afirma Fernando.

ACV na prática
O pesquisador cita um caso como forma de ilustrar a questão: a Avaliação do Ciclo de Vida de uma garrafa de azeite de oliva estrangeiro, por exemplo, irá investigar os impactos ambientais da produção do óleo, mas também do plantio das oliveiras, da produção da garrafa que contém o azeite, do transporte do produto ao Brasil e até dos impactos gerados pela produção do navio que traz essas garrafas ao país. É um trabalho longo, detalhado e que precisa de grandes quantidades de dados para ser realizado.

Para facilitar essas avaliações, Fernando ressalta que os pesquisadores utilizam "inventários" em seus trabalhos – que são, basicamente, bases de dados com ACVs de diferentes produtos finalizadas por outras pessoas. Afinal, medir todo o impacto da produção de um navio cargueiro para concluir a ACV do azeite de oliva pode ser um trabalho desnecessário, se a avaliação de ciclo de vida do navio já tiver sido realizada antes, certo?

Por isso, ele conta que foram criadas redes para o compartilhamento de informações no mundo inteiro, permitindo que os pesquisadores incluam estudos concluídos por outros profissionais em suas avaliações. No Brasil, a primeira base de dados de ACV foi lançada em março deste ano, conhecida como o Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida do Brasil – SICV Brasil (http://www.acv.ibict.br/programa-brasileiro-de-acv/acesso-ao-sicv-brasil).

Embrapa e a ACV
Integrando o projeto "Rede ACV" da Embrapa, coordenado pela pesquisadora Marília Folegatti da Embrapa Meio Ambiente, Fernando trabalha para disseminar o uso dessa abordagem nos projetos de pesquisa da empresa. "Participo de iniciativas que visam definir inventários para ACV de produtos da agropecuária nacional. Por meio dessas iniciativas, recentemente tivemos a aprovação de uma proposta de projeto para o Ecoinvent (http://www.ecoinvent.org/), que é a base de dados de inventários de ACV reconhecida como uma das melhores e mais utilizadas no mundo. Minha responsabilidade nesta proposta é coordenar o desenvolvimento de base de dados do inventário da pecuária de corte no centro-oeste, Pantanal incluído".

Segundo o pesquisador, os estudos de ACV que avaliam os impactos dessa atividade no ambiente pantaneiro consideram aspectos como o descarte do material usado para vacinar os rebanhos, o uso de fertilizantes em pastagens plantadas, as emissões de gases do efeito estufa pelos animais e o uso de óleo diesel no transporte e nas fazendas, por exemplo. Ele afirma que os biomas Cerrado e Pantanal serão os primeiros modelos usados para a realização de um inventário da pecuária nacional, dentro do projeto aprovado pelo Ecoinvent, reunindo esse tipo de informação sobre a atividade em banco de dados.


Fonte: Embrapa

Citros/Cepea: Contratos da safra 2016/17 atingem R$ 18/cx

As indústrias paulistas têm aumentado os preços da laranja 2016/17, tanto para as vendas de portão (spot) quanto de contratos para uma safra. Os valores agora chegam a R$ 18,00/caixa de 40,8 kg, dois reais acima do que vinha sendo ofertado até o final de março. Segundo colaboradores do Cepea, esses reajustes estão atrelados aos baixos estoques e à expectativa de menor produção no cinturão citrícola em 2016/17.

Apesar dos valores maiores, a rentabilidade do produtor ainda depende da produtividade dos pomares e dos custos de produção. Neste cenário, citricultores ainda tendem a ser cautelosos com relação aos investimentos nesta temporada.

Fonte: Cepea/Esalq