quinta-feira, 12 de março de 2015

Kátia Abreu: menos Brasília e mais Brasil

Ao participar, nesta segunda-feira (9), da abertura da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) transmitiu uma mensagem de otimismo aos produtores

Afirmou que a pasta trabalhará em defesa de todos os agricultores brasileiros com menos burocracia e mais qualidade de gestão. 

A ministra disse que a agricultura e o Brasil “sempre foram capazes de vencer dificuldades ao longo da história” e destacou a capacidade do governo federal de realizar os compromissos firmados com a agricultura. Um deles é o programa Moderfrota, que receberá mais R$ 1,5 bilhão para financiamento de máquinas agrícolas, conforme anunciou Kátia Abreu. 

Durante a abertura da feira agrícola, a ministra também destacou a necessidade de os produtores brasileiros ascenderem para a classe média. “Vamos fortalecer a classe média rural e garantir igualdade de oportunidades para todos os agricultores do país”, afirmou. 

Kátia Abreu ainda falou sobre os principais projetos do Mapa, como o Planejamento de Defesa Agropecuária, a escola de gestão agropecuária à distância e o programa voltado para aumento da produtividade do leite. 

Moderfrota 

O Moderfrota é uma linha de financiamento do BNDES que oferece juros mais atrativos do que os praticados no mercado para compra de tratores, colheitadeiras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadeiras, semeadoras e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café. Agricultores com renda bruta anual de até R$ 90 milhões pagam taxa de 4,5% ao ano. Para rendas superiores, os juros são de 6% ao ano. 

A vigência do Moderfrota vai até 30 de junho de 2015. Os produtores interessados devem procurar uma instituição financeira credenciada e checar as condições para a concessão do crédito.

Fonte: CNA

quarta-feira, 11 de março de 2015

Adapec orienta sobre controle da sanidade de frutas no Bico do Papagaio/TO

O cultivo de abacaxi na região do Bico do Papagaio em Tocantins, vem crescendo de maneira significativa nos últimos anos, com isso, a Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins – Adapec está acompanhando os produtores rurais no controle da sanidade das frutas produzidas na região. Entre as ações que estão sendo desenvolvidas pela Agência está a realização de uma palestra sobre a legislação que regulamenta o comércio de mudas de abacaxizeiros, que acontecerá na próxima quinta-feira, 12 de março, às 09 horas, no auditório do Instituto Federal do Tocantins – IFTO, no Campus de Araguatins.

A palestra será proferida pelo fiscal Federal Agropecuário, da Superintendência Federal de Agricultura no Tocantins, José Dourado Júnior, e, poderão participar os produtores de abacaxi da região, estudantes e pessoas interessadas em cultivar esta espécie.

Na região há uma predominância do cultivo do abacaxi na agricultura familiar, porém, já existem investimentos maiores, inclusive com plantio irrigado. “Com esse crescimento na produção, aumenta a comercialização de mudas, por isso, estamos orientando os produtores sobre a necessidade de adquirirem plantas com origens certificadas e que obedeçam à legislação, evitando assim, a entrada de doenças nas lavouras,” disse, o presidente da Adapec, Humberto Camelo.

Segundo o inspetor agropecuário da Adapec, Guilherme Rocha dos Santos, na palestra serão abordadas as exigências da Instrução Normativa Federal nº 43, de 17 de setembro de 2013 que estabelece as normas para produção e comercialização de material de propagação do abacaxizeiro. O evento conta com a participação da Adapec, Ruraltins, IFTO de Araguatins e Ministério da Agricultura.

Fonte: ADAPEC

Pesquisadores desenvolvem estudos com biomoléculas de frutas tropicais

O Brasil é um país fértil na produção de frutas tropicais como acerola, seriguela, jambolão e mangaba de óleos vegetais que são ricas em biomoléculas. Desenvolver estudos sobre Extração e purificação de biomoléculas de interesse industrial é o objetivo do projeto de pesquisa do doutor em Engenharia de Alimentos, Álvaro Silva Lima, que concorreu ao edital do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem) para captação de recursos. O Pronem é desenvolvido pelo Governo de Sergipe, através da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), em parceria com o CNPq.

As biomoléculas são compostos químicos orgânicos que ocorrem naturalmente em organismos vivos, e são constituídos principalmente por carbono e hidrogênio. Segundo o pesquisador Álvaro Silva, dentre as diversas biomoléculas existentes, o projeto estudará os lipídios presentes na borra do café, antioxidantes, carotenos e compostos fenólicos presentes em frutas tropicais e as enzimas, pois são compostos de interesse para a produção de biodiesel.

“O que nós fazemos é utilizar diferentes técnicas para extrair biomoléculas de interesse para as indústrias de biodiesel, farmacêutica e alimentos. Nós extraímos essas biomoléculas e purificamos porque quando ela é extraída tem além da biomolécula de interesse, várias outras presentes. Além disso, nós aplicamos uma tecnologia para separar que é a biomolécula de interesse daquilo que não é a biomolécula de interesse”, explica Álvaro como ocorre o processo de extração. 

Ainda segundo Álvaro Silva, os compostos estudados apresentam grande interesse para a indústria de produção de biodiesel por causa da obtenção de óleos vegetais. Já a produção de enzimas lipolíticas, podem ter compostos de interesse como os aromas para a indústria farmacêutica, cosmética e de alimentos como os antioxidantes. E os compostos fenólicos e carotenoides são úteis no desenvolvimento de medicamentos, produtos antienvelhecimentos, anticâncer, dentre outros elementos funcionais.

Equipe

A equipe é composta por pesquisadores de diversas instituições de pesquisa que vem atuando em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. A equipe conta com pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Tiradentes (Unit) e Universidade de Avieiro em Portugal.

Fonte: Fapitec-SE

terça-feira, 10 de março de 2015

Publicação resgata importância da cultura alimentar do País


Divulgação/ IZP Alagoas
As iniciativas que visam garantir a continuidade de processos relacionados à educação alimentar e nutricional, e que incluem o acesso à informação sobre alimentação adequada e saudável, ganharam importante reforço com o lançamento da nova edição do livro "Alimentos Regionais Brasileiros". Acesse a publicação on-line

A publicação foi lançada durante evento promovido pelo Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde no dia 4 de março último, em Brasília. Estiveram presentes no lançamento, os pesquisadores Nuno Madeira e Neide Botrel, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF)

Ambos coordenam projeto que tem como foco o resgate do cultivo e do consumo de hortaliças tradicionais, na condição de coautores na publicação.

A apresentação dessa edição antecedeu a plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e contou com a presença da presidente da instituição, Maria Emília Pacheco, para quem o livro resgata uma parte do patrimônio culinário que integra a memória afetiva e cultural brasileira, "através de alimentos que pouco a pouco foram sendo esquecidos e/ou desvalorizados".

Nesse contexto, a publicação representa uma importante ferramenta para despertar o interesse sobre a grande quantidade de alimentos regionais, alguns de consumo ainda limitado.

Para Madeira, "o livro vem ao encontro de novas demandas da sociedade – o consumidor, que busca cada vez mais uma alimentação saudável, e o produtor, que procura novas oportunidades de mercado, ambas aliadas à valorização das tradições culinárias e de paladar especial e diferenciado".

"Promovendo o conhecimento das mais variadas espécies de frutas, hortaliças, leguminosas, tubérculos, cereais e condimentares existentes no País, a publicação vai contribuir para tornar conhecida a grande variedade de alimentos que temos disponível em várias regiões, ao mesmo tempo em que traz orientações para as formas de preparo culinário", acrescenta.

Edição

A nova edição de "Alimentos Regionais Brasileiros", como o próprio nome sugere, divide as espécies por região e exibe em suas 500 páginas as frutas, hortaliças, leguminosas, tubérculos, raízes e cereais, farinhas e preparações, ervas, condimentos e temperos do Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. 

"Além de contribuir para a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável da população brasileira, a publicação constitui, ainda, um instrumento de educação alimentar e nutricional que pode ser utilizado por profissionais de saúde, educação, assistência social, entre outros, ampliando o conhecimento sobre essa diversidade dos nossos alimentos e sua valorização", sintetizou o pesquisador.

Informações sobre a publicação podem ser obtidas na Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição pelo telefone (61) 3315-9004, e-mail cgan@saude.gov.br ou pela internet

Fonte:

segunda-feira, 9 de março de 2015

Aplicativo gratuito reduz custos na agricultura

O agricultor Ronaldo Branco planta milho e soja nos 300 hectares de terra que possui na ci­dade de Castro, no interior do Paraná. Até o ano passado, decisões como o momento de plantar, irrigar ou aplicar defensivos na lavoura eram tomadas com base em anotações que ele mesmo fazia em uma velha caderneta. O sistema, que perdurou por anos, estava longe de ser preciso, mas era o que ele tinha à mão.

Em 2013, lendo uma revista americana de técnicas agrícolas, Branco descobriu o Farmlogs, um aplicativo gratuito para gerenciamento de fazendas desenvolvido em Ann Arbor, no Michigan, no Meio-Oeste dos Estados Unidos. De lá para cá, dados do plantio e da colheita de suas lavouras e as informações atualizadas sobre o preço das commodities na bolsa de Chicago estão no smartphone do agricultor.

“Administrar uma fazenda envolve dezenas de etapas que precisam ser realizadas na hora certa”, diz Branco. “Agora, por exemplo, sei exatamente quando foi irrigado cada pedacinho da fazenda. As decisões passaram a ser mais rápidas e precisas.” A caderneta, obviamente, foi aposentada.

As ferramentas que o agricultor paranaense usa no Farmlogs são apenas parte das funções disponíveis no aplicativo nos Estados Unidos, seu principal mercado. Lá, além das funções de gerenciamento, os produtores rurais podem saber as características do solo e a quantidade exata de chuva que cai em cada parte da propriedade e, assim, programar a irrigação e a aplicação de fertilizantes na medida certa.

O aplicativo faz um cruzamento de informações que vêm de bancos de dados públicos dos Estados Unidos. “A ideia foi ajudar os produtores a mapear seus campos e a entender quais áreas são capazes de produzir mais”, diz Jesse Vollmar, criador do aplicativo. Aos 26 anos, Vollmar é um típico nerd que hoje se encontra aos montes no Vale do Silício.

Ainda adolescente, aprendeu sozinho a programar softwares. Tudo isso enquanto vivia numa fazenda — Vollmar faz parte da quinta geração de produtores do interior do Michigan. Ao se formar em sistema de informação, aos 23 anos de idade, enxergou uma oportunidade justamente naquilo que conhecia: a agricultura.

A startup começou no Vale do Silício e passou pelo programa de aceleração da Y Combinator, que já foi considerada a melhor incubadora de startups do mundo. “O Farmlogs é um exemplo de negócio que parecia ser uma ideia chata, mas tornou-se uma tecnologia que já ajudou os agricultores a ganhar centenas de milhões de dólares em eficiência”, escreveu Sam Altman, presidente da aceleradora, em seu blog.

“Antes, simplesmente plantávamos, irrigávamos e colhíamos sem muito controle do que estava acontecendo”, diz o agricultor Derek Anthofer, que planta soja e milho em sua proprie­dade de 525 hectares no estado de Iowa. O Farmlogs, com certeza, não foi o primeiro software para o setor agrícola, mas, por ser gratuito, é um dos principais responsáveis pela digitalização do campo.

Criado em 2012, hoje o aplicativo é utilizado por 50 000 produtores rurais. Vollmar estima que a ferramenta ajude a gerenciar 20% do número de fazendas de agricultura intensiva dos Estados Unidos, que são responsáveis por uma receita de 15 bilhões de dólares anuais em produção agrícola. Como não cobra pelo aplicativo, a startup ainda não tem receita proveniente de seu produto.

Todo o dinheiro da empresa veio de investidores, que fizeram três aportes que somam 15 milhões de dólares. No fim de fevereiro, o Farmlogs deverá lançar uma versão premium paga que trará novas funções ainda não divulgadas.

Big data rural


Desde a década de 90, o desenvolvimento da tecnologia tem ajudado fazendeiros de diferentes partes do mundo a analisar suas terras e a propor diferentes estratégias de cultivo para cada parte. Sensores e sistemas de rastreamento via satélite passaram a ser instalados em máquinas agrícolas com o objetivo de um manejo mais preciso da plantação.

Mas o problema é que esse conhecimento gerou soluções tecnológicas que não conversavam entre si. As informações sobre chuva, por exemplo, não estavam integradas às de solo. A Farmlogs é uma das empresas que estão juntando as pontas.

Nos últimos anos, o avanço da computação criou o que se convencionou chamar de big data, que é a análise de gigantescas quantidades de informação para a geração de novos dados. De acordo com a multinacional americana Monsanto, o potencial do Big Data na agricultura mundial é de 20 bilhões de dólares por ano. É mirando nesses números que a Monsanto tem adquirido várias empresas.

A Climate Corporation era especializada em dados sobre o clima, e a Precision Planting analisava informações captadas em máquinas semeadoras. Agora a Monsanto vende soluções baseadas nas tecnologias desenvolvidas pelas duas empresas. No Brasil, apenas a ferramenta FieldView, que organiza o histórico de dados das propriedades rurais, está disponível.

Por aqui, as fazendas que adotam as mais modernas ferramentas de acompanhamento da produção no campo acabam encomendando soluções sob medida. Isso porque a diversidade das fazendas brasileiras (muitas trabalham ao mesmo tempo com grãos, pecuária e outras culturas) dificulta encontrar um produto de prateleira.

O americano Vollmar, da Farmlogs, planeja expandir o alcance do produto no mercado americano antes de alçar voo para o exterior. Quando o plano de internacionalização for colocado em prática, o Brasil deverá ser um dos primeiros destinos. “O jeito de fazer agricultura no Brasil é muito similar ao dos Estados Unidos”, diz Vollmar.

A adoção de um aplicativo rural por aqui deverá avançar lentamente. Antes de mais nada, falta infraestrutura de comunicação no campo. “Nos Estados Unidos, mesmo em fazendas distantes das áreas urbanas, há cobertura de internet. No Brasil, há conexão, no máximo, na sede da propriedade”, diz Anderson Galvão, da consultoria agrícola Céleres, da cidade mineira de Uberlândia.

Outro problema é que falta precisão nos dados públicos brasileiros. Nos Estados Unidos, os mapas de solo utilizam uma escala de precisão na qual 1 centímetro equivale a 100 metros — no Brasil, essa relação, em média, é de 1 centímetro para cada 50 quilômetros.

Ou seja, enquanto os americanos têm um nível de precisão que equivale a um quarteirão, os brasileiros analisam porções de terra do tamanho de uma cidade de 60 000 habitantes. A estatal Embrapa tem um projeto para aprimorar o mapeamento do solo nacional. “O problema é que falta financiamento”, diz Maria de Lourdes Mendonça Santos, pesquisadora da Embrapa Solos, com sede no Rio de Janeiro. Até lá, a maioria dos agricultores brasileiros continuará tendo de se contentar com uma agricultura sem tanta precisão assim.

Fonte: Revista Exame

Preço médio das terras agrícolas subiu 308% no país de 2002 a 2013

O preço médio das terras agrícolas subiu 308,1% entre 2002 e 2013 no Brasil e alcançou R$ 10.619,77 o hectare, conforme estudo realizado pela assessoria de gestão estratégica do Ministério da Agricultura em parceria com o pesquisador Flavio Botelho, da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com informações divulgadas no último dia 2 pelo ministério, no mesmo período o IGP­DI da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu 121,9%. Em larga medida, esse aumento superior à inflação pode ser creditado à mudança de patamar das cotações internacionais de algumas commodities fundamentais para o agronegócio brasileiro, como soja, milho, café, açúcar e suco de laranja.

Ainda que atualmente estejam sob pressão, em parte por conta da valorização do dólar, os preços desses produtos, cuja demanda por parte de países emergentes como a China cresceu significativamente, seguem bastante acima das médias históricas que davam o tom nos mercados até meados da década passada. 

Segundo o levantamento, no Centro­Oeste a valorização média das terras no período foi de 444,6%, a maior entre as cinco regiões do país. No Norte, chegou a 383,5%. Mas as terras com preços mais elevados ainda estão localizadas no Sul. Na região, o hectare alcançou, em média, R$ 21.738,39 em 2013, com destaque para o Paraná (R$ 30.137,42), como realçou José Garcia Gasques, responsável pelo departamento de gestão estratégia do ministério. 

Entre os Estados, o que registrou maior a valorização média das terras entre 2002 e 2013 foi Tocantins (698,5%), seguido por Mato Grosso do Sul (586%), Sergipe (578,3%), Mato Grosso (514,1%), Pará (452,2%) e Piauí (415,8%). Também houve altas acima da média nacional em Pernambuco (385,1%), no Rio Grande do Sul (362,4%), no Espírito Santo (362,4%), em Minas Gerais (361,0%), no Amazonas (349,8%), em Roraima (344,7%) e em Goiás (323,6%). Segundo o ministério, a terra, cujo preço é terminado sobretudo pela expectativa de ganhos que oferece, representa, em média, 70,5% do valor dos bens de um estabelecimento agropecuário no Brasil. O restante é dividido entre prédios, instalações e benfeitorias, lavouras permanentes e temporárias e matas, entre outros ativos como veículos e animais. Segundo os dados compilados pelo ministério a partir de diversas fontes, cerca de 60% do valor das terras do país está em estabelecimentos com mais de 200 hectares. No mais recente Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, foram identificadas 252,4 mil propriedades desse porte.

Fonte: Valor Econômico

Supersafra derruba preços e põe polo de coco seco em alerta

Maior produtor de coco seco do país, o município de Conde, no litoral norte da Bahia, vive hoje uma supersafra do fruto. Mas nenhum produtor da região está comemorando o fenômeno, que, a princípio, poderia compensar as perdas com a desastrosa seca de 2013.

A alta abrupta na oferta ajudou a derrubar ainda mais o preço do coco no mercado nacional, que foi novamente inundado pelos asiáticos após o fim da salvaguarda do fruto, há três anos. Os agrônomos de Conde dizem que a supersafra é um reflexo direto do instinto de perpetuação dos coqueirais. As plantas aproveitaram as chuvas dos últimos 12 meses para se reproduzir em grande escala, depois de enfrentar a forte escassez de água no ano anterior.

A "ressaca" da estiagem fez do grande ao pequeno agricultor de Conde conseguir coco de boa qualidade e em grandes volumes, mas todos reclamam de prejuízo. Com 15 mil hectares plantados e 70% de sua economia ligada à produção de coco, Conde é um retrato da atividade no país. Variedades antigas, de baixa produtividade e mais suscetíveis a pragas, colheita manual e alta informalidade trabalhista marcam a produção da cultura, que se espraia por estimados 260 mil hectares no Nordeste e alguns Estados do Sudeste brasileiro. Boa parte desse cenário se deve à baixa tecnificação. Enquanto em áreas de agricultura irrigada pelo rio São Francisco é possível colher até 300 frutos por coqueiro ao ano, a média em Conde não chega a 50. O que predomina na região ainda é o cultivo de sequeiro, ou seja, regado só com as águas das chuvas. 

Dona de 8 mil pés de cocos, a produtora Fernanda Salles Grünewald, decidiu construir cinco poços artesianos em sua propriedade após o sufoco com a seca de 2013. Ela, uma das poucas produtoras de Conde que trabalha com irrigação, teve a sorte de encontrar água no subsolo e o azar de ter a primeira colheita após o investimento justamente quando o preço do coco seco atingia suas piores baixas: cerca de R$ 0,35 a unidade. Fernanda conta que chegou a colher 87 cocos em um único cacho este ano. "Vinte cocos por cacho é normal. 25, 30 é ótimo. Já 87 é um problema", diz a produtora. Para o produtor Rômulo Almeida, dono de 12 mil pés ­ todos eles carregados de coco ­ a colheita este ano é uma empreitada fadada ao prejuízo.

Com o preço da unidade praticamente no mesmo patamar de 1996, não compensa pagar as despesas com o tirador de coco, que sobe no coqueiro a R$ 1."Está todo mundo abastecido. Estou com três carretas cheias de coco paradas sem comprador", diz Maurino Domingos Santos, intermediário da venda de coco seco de Conde para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A supersafra em Conde foi apenas o tiro de misericórdia na trajetória de queda dos preços do fruto no mercado nacional, que já vinham sendo pressionados pela importação de coco seco da Ásia. Após dez anos de duração, a salvaguarda do coco chegou ao fim em 2012, acelerando ainda mais o avanço do coco estrangeiro no Brasil. 

Além de deprimir a produção doméstica ­ já às voltas com suas próprias deficiências ­, a entrada dos importados provocou um recuo nos preços de R$ 1,10 a unidade para a faixa atual de R$ 0,3 a R$ 0,4, diz Chico Porto, presidente do Sindcoco. Não à toa, a produção anual do Brasil caiu de 1 bilhão de cocos secos para 500 milhões de frutos nos últimos sete anos. De acordo com Porto, a importação de coco ralado (obtido a partir do coco seco) cresceu 460% nos últimos cinco anos, passando de 5,3 mil quilos em 2010 para 24,3 mil quilos no ano passado. Isso significa que o Brasil comprou de fora do país 70% do seu consumo aparente do produto, quando cinco anos atrás essa fatia era de 17%. A maior ameaça vem da Indonésia, que responde por 65% das importações do produto no Brasil, seguida por Malásia e Vietnã. 

No mês passado, o Sindcoco aproveitou a execução do brasileiro Marco Archer ­ condenado a morte na Indonésia por tráfico de drogas ­ para fazer um apelo à presidente Dilma Rousseff. Por intermédio do senador pernambucano Humberto Costa, líder do PT no Senado, a entidade representante do setor enviou carta à Presidência pedindo que se exija a certificação técnica brasileira para que o coco estrangeiro entre no país. A exigência poderia mitigar vantagens competitivas dos asiáticos em termos de salários e subsídios. "A Indonésia não atendeu ao pedido da Presidência de não executar o brasileiro e, há cinco anos, não compra o nosso frango. Mas o coco do país entra no Brasil sem nenhuma restrição", argumenta.

Fonte: Valor Econômico

Brasil exportou 161 mil toneladas de suco de laranja em fevereiro

Foto: Portal do Agronegócio
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil embarcou 161,0 mil toneladas de suco de laranja em fevereiro. Na comparação com o mês anterior houve queda de 8,9% no volume exportado. Em janeiro foram embarcadas 176,70 mil toneladas.

Já frente ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 158,40 mil toneladas, a alta registrada foi de 1,6%. Vale lembrar que esta queda está relacionada com o menor número de dias úteis de fevereiro. Os embarques diários foram de 8,90 mil toneladas, em média, incremento de 6,3% em relação a janeiro.

A tonelada de suco de laranja exportada fechou cotada, em média, em US$1.007,50, uma alta de 10,5% em relação a janeiro. A expectativa é que as exportações de suco de laranja se mantenham em bom ritmo em curto e médio prazos, refletindo a alta do dólar e considerando o aumento do consumo esperado para os Estados Unidos.

Fonte: Scot Consultoria/ Portal do Agronegócio

Safra da goiaba garante renda para agricultores do noroeste do Paraná


Foto: G1
O cultivo da goiaba tem ajudado na renda de produtores familiares de São Tomé, no noroeste do Paraná. O município tem 18 pequenos produtores que vivem do cultivo da fruta. Cerca de 30% da produção são vendidas para o comércio local, e o restante vai para a agroindústria, que comercializa os produtos para o Paraná e mais oito estados.

Uma das fábricas processa cerca de quatro toneladas da fruta por mês. A polpa da goiaba é retirada e estocada em tambores de 200 litros. O produto é usado na produção de doces, geleias e polpas.

"A compra da goiaba é feita de janeiro até abril, aproximadamente. Aí damos um tempo, porque a polpa consegue conservar durante seis meses. A hora que termina o estoque, voltamos a comprar de novo", diz o gerente-administrativo de uma agroindústria, Ivaldo Antônio Rossi.

O quilo da fruta é vendido por R$ 0,55 na agroindústria. O produtor Daniel Alvarenga colhe, em média, uma tonelada por dia, dividida em 40 caixas. Ele diz que estende a produção em vários meses do ano para garantir a renda da família.

“A gente procura escalonar para vir em fases diferenciadas do ano. Às vezes, não é possível porque o clima não ajuda, mas a gente tenta fazer esse acompanhamento anual”, comenta. Ele começou a produzir goiaba em 1998. Hoje, Alvarenga tem 1.300 pés da fruta em três hectares de área plantada. A área é o dobro da que o agricultor tinha em 1998, quando começou o cultivo.

Mão de obra é familiar 

Produzida em áreas pequenas, a goiaba fortalece a agricultura familiar na região. O produtor Valdomiro Pereira, diz que reúne a família na plantação. “A maior dificuldade aqui é a mão de obra, que está muito escassa. Por isso que a gente procura segurar os filhos na lavoura, para poder trabalhar junto e ganhar o pão de cada dia”, comenta Pereira.

Enquanto a goiaba mais verde é vendida na agroindústria, a madura é destinada ao consumidor final. Nas feiras, a fruta produzida no noroeste faz sucesso. “Até hoje ninguém reclamou, muitos pegam para tirar foto e postar, porque é bonita”, acrescenta o feirante Thalison Henrique.

Fonte: G1

Visitantes buscam novas tecnologias em feira de agronegócios no RS

A busca por novas tecnologias deve levar milhares de pessoas a uma das maiores feira de agronegócio do país. A Expodireto será aberta nesta segunda-feira (9) em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul.

No parque com mais de 80 hectares, equipes trabalham nos últimos ajustes da estrutura. Cerca de 230 mil pessoas devem passar pela Expodireto. O público vai em busca das novidades em serviços, máquinas e implementos agrícolas.

Para atender a expectativa dos visitantes, os mais de 500 expositores apostam em inovações. Em apenas um estande, mais de 50 máquinas vão ser expostas. A expectativa é fechar bons negócios, que devem ser impulsionados pela colheita de milho e a previsão de uma safra recorde de soja no estado.

“Estamos com quatro lançamentos para a feira para apresentar ao produtor rural as novidades que e gente tem em tecnologia”, comenta Paulo Roberto Krelin Filho, diretor Marketing da empresa.

Representantes de pelo menos 60 países participam desta edição da feira. São delegações que vem em busca de conhecimento, novas tecnologias, mas principalmente para participar das rodadas de negócios.

Os estrangeiros vão ser responsáveis por boa parte dos negócios que serão fechados na Expodireto. No ano passado, o volume de vendas ultrapassou os três bilhões de reais. A expectativa para esta edição, é manter esse numero.

“No Rio Grande do Sul temos um clima muito favorável para a cultura do milho, foi muito boa a colheita. A soja muito promissora, com um bom estágio de desenvolvimento, uma boa produtividade. E os preços internacionais se mantendo, isso gera uma confiança e uma expectativa de bons negócios aqui na Expodireto”, explica Nei Mânica, presidente da Expodireto.
Fonte: Globo Rural

Educação: Inscrições para o Programa Jovem Agricultor continuam em Bragança Paulista/SP

Estão abertas as inscrições para participar do Programa Jovem Agricultor do Futuro, destinados aos jovens com idade entre 14 e 17 anos. O curso tem duração de 150 dias e a previsão de início é no mês de março. Esta é a sétima turma que será formada em uma parceria entre a Prefeitura, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o Sindicato Rural de Bragança Paulista, com objetivo de proporcionar educação profissional básica às atividades rurais.

Para fazer inscrição, que é gratuita, o interessado deverá ter concluído ou estar matriculado no ensino fundamental ou médio e apresentar o RG na sede da Secretaria Municipal dos Agronegócios, localizada na avenida Dr. Fernando Costa, 800, Vila Municipal (Posto de Monta), das 08h às 16h. Restam 12 vagas a serem preenchidas.

A carga horária do curso é de 600 horas, divido em 23 módulos. Durante a formação serão realizados, projetos e oficinas, com temas como plantio de diversas culturas, criação de animais, pecuária e agricultura polivalente. Os alunos realizarão visitas técnicas para conhecer a produção e comercialização de produtos, cultivos em estufas, utilização de equipamentos agrícolas. Também terão oficinas de ética e cidadania, comunicação oral e escrita, atendimento ao cliente, marketing. Os alunos terão alimentação no local e transporte.

O curso será ministrado no Posto de Monta, de segunda a sexta-feira das 13h30 às 17h30. Para mais informações os interessados poderão entrar em contato pelo telefone (11) 4035-7673 ou pelo e-mail: agronegocios@braganca.sp.gov.br.

Fonte: Portal Bragança Noticias

Produção de abacaxis cresce e ganha destaque em Cujubim, RO

Foto: Eliete Marques/G1

Em meio a folhas espinhentas, desponta de uma flor o fruto suculento e com grande quantidade de vitamina C: o abacaxi. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), em 2013, havia 180 hectares plantados de abacaxi em Cujubim (RO), localizado no Vale do Jamari. Em 2014, a plantação aumentou para 200 hectares. Cada hectare produz, em média, 35 toneladas do fruto. O agricultor José Donizete Aparecido Castro de 33 anos faz parte desta estatística e colhe 15 mil abacaxis por mês.

Na produção de Donizete, no assentamento Américo Ventura, são cerca de 500 mil pés da variedade pérola, distribuídos em 15 hectares. O agricultor faz o parcelamento do cultivo, trabalha com irrigação e produz durante o ano todo. Há 10 anos trabalhando com o fruto, o produtor se diz satisfeito com os resultados. "Em 2014, apesar das mudanças de clima, não tivemos perdas. A colheita foi boa e continua boa. Vou continuar investindo no abacaxi", ressalta.

Foto: Eliete Marques/G1
Cada fruta tem peso médio de 1,5 a 2 quilos e a produção é comercializada para mercados e escolas. Segundo José Donizete, um pé pode produzir duas vezes. Na primeira, leva-se um ano e meio até a colheita e, na segunda, um ano. Cada pé pode gerar de 10 a 12 mudas, que são utilizadas depois do descarte da primeira planta.

Uma das dificuldades da produção é a broca-do-fruto, uma lagarta que ataca o fruto em desenvolvimento. Depois, a lagarta se torna uma borboleta, de cor cinza, que bota ovos durante a inflorescência da fruta e o ciclo começa novamente. "Temos conseguido impedir esta praga com controle químico e inspeção da área. Se não fizer, pode-se perder a área toda", salienta.

Atento às perspectivas positivas para a produção do abacaxi, o agricultor Adirá Souza da Silva, de 59 anos, começa a investir na cultura. Na propriedade, localizada também no assentamento Américo Ventura, plantou 50 mil pés, em sete hectares. "Aqui é a terra do abacaxi. Resolvi investir, pois vi que estava ficando para trás", conta.

O extensionista rural da agência Emater do município, Talles Lage, explica que 95% da produção de abacaxi do município está concentrada no Américo Ventura, onde 45 famílias estão assentadas. Apesar de não estar entre as primeiras culturas do município, a produção do abacaxi é crescente. "A projeção da Emater é da produção chegar a 240 hectares plantados este ano. A produção de abacaxi está mais distribuída entre as famílias do que o arroz, feijão e a soja, que são concentrados com um número menor de produtores", explica.

Festival do Abacaxi

Nos dias 26 e 27 de setembro de 2015 será realizada a 9ª edição do Festival do Abacaxi. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves organiza o evento com a ajuda dos pais, que, em sua maioria, são produtores.

Durante a festa, há concursos do rei e da rainha do abacaxi, pratos derivados e a distribuição gratuita do fruto. No evento também é eleito o maior abacaxi da região.

Fonte: G1