sexta-feira, 15 de maio de 2015

Na Flórida, pesquisa usa espinafre para combater greening

Uma pesquisa inovadora, usando a proteína do espinafre pode ajudar a controlar o greening nos pomares. Em um passo decisivo na luta contra a doença, também conhecida como Huanglongbing, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA em inglês) aprovou a aplicação do produto nos pomares da empresa Southern Gardens Citrus (SGC) por meio de uma Permissão de Uso Experimental sob a lei federal para Inseticida, Fungicida e Raticida.

A sede da SGC em Hendry County, é uma das maiores produtoras de citrus no estado, com três pomares no sudoeste da Flórida, todos eles infectados com a doença. Nos últimos anos, a SGC trabalhou para encontrar uma solução efetiva para combater a doença.

O novo produto à base de espinafre teve autorização concedida pela EPA em 30 de abril deste ano. A permissão autoriza testes do produto em larga escala em pomares, por meio de uma parceria com o programa de pesquisas desenvolvido na Universidade A&M do Texas 

Com as condições estabelecidas pela EPA, a SGC pode agora avançar com testes de campo para avaliar a eficácia da proteína de espinafre contra o greening em tecidos de plantas cítricas. A partir daí, serão gerados dados de saúde e segurança ambientais que são exigidos pela lei federal para apoiar o registro de um novo produto comercial. 

Fonte: Citrus BR (via Fresh Plaza de 11/05/2015)

48ª Festa da Uva e 5ª Expo Caqui - Louveira/SP


Com o tema “Estação de Louveira, Estação das Frutas”, a proposta para este ano é contar a história da estação de Louveira, importante símbolo do desenvolvimento da cidade. A homenagem estará por todo o ambiente da festa, decorado. A expectativa de público para este ano é de aproximadamente 100.000 visitantes na Área de Lazer do Trabalhador no período de 16 a 31 de Maio. Nos dias 22 e 29 a festa funciona das 18h às 24h. Já nos demais dias das 10h às 23h30.

Para abrir a festa em grande estilo, o primeiro final de semana vai reunir artistas como Mato Grosso e Mathias, Mumuzinho, Demônios da Garoa e João Bosco e Vinícius. Michel Teló, Gustavo Lima e Jota Quest também estão entre as atrações deste ano no palco principal.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, enfatiza que, além de todos os atrativos, o público pode contar com muita variedade gastronômica. “Vale a pena ressaltar que serão mais de 30 opções de stands de alimentação com comida para todos os gostos, restaurante por quilo, costelaria, lanchonetes, comida japonesa, pastéis, comidas nordestinas e muita variedade de salgados e doces deliciosos”, comenta. Ao andar pela festa, os visitantes ainda têm a oportunidade de adquirir compotas de doces, geleias, queijos artesanais e vinhos feitos por produtores de Louveira.

O espaço contará com uma área de alimentação de excelente qualidade com comidas variadas para todos os gostos, um mini shopping com grande variedade de produtos entre roupas, bijuterias, acessórios, chapéus, bolsas, entre outros.

Segurança

Uma das grandes prioridades da festa será na área da segurança. Todos os visitantes poderão contar com apoio da Guarda Municipal de Louveira, da Polícia Militar e Rodoviária. Para reforçar ainda mais, uma empresa de segurança particular será contratada. 25 brigadistas treinados estarão à disposição da população e um local específico para atendimento médico e uma ambulância de UTI, além do apoio dos agentes de trânsito que estarão presentes todos os dias da festa. Ao todo serão mais de 100 pessoas diariamente envolvidas com a segurança, tudo isso para trazer paz, tranquilidade e muita segurança para toda a família.

Serviço:

48ª Festa da Uva e 5ª ExpoCaqui
Quando: nos fins de semana do mês de maio, com início no sábado (16)
Onde: Área de Lazer do Trabalhador, Rodovia Romildo Prado Km 1, Louveira
Ingresso: munícipes com cartão cidadão não pagam ingresso. Visitas sem cartão ou de outras cidades pagam entrada de R$ 10

Fonte: Prefeitura Municipal de Louveira

Câmara aprova planejamento agrícola de médio e longo prazos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (14), o projeto 2478/11, de autoria do deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS), que propõe ações de planejamento para a política agrícola em médio e longo prazos. A matéria agora segue para ser analisada no Senado.

O texto aprovado contempla períodos superiores a dois anos, “uma espécie de plurianual agrícola”. Moreira explicou que as iniciativas do governo federal são voltadas para o curto prazo no planejamento, financiamento e seguro agrícola. Por isso, diz ele, “o projeto busca a estipulação de metas, para se obter maior valorização e expansão da produção brasileira".

No projeto estão previstas a atenção às questões logísticas e tributárias, o preço mínimo para a comercialização dos produtos e o investimento em assistência técnica e extensão rural.

Fonte: Globo Rural

Agrotóxicos: Análise em vegetais da safra 2013/2014 mostra bom resultado

Segundo o Ministério, para reduzir a ocorrência dessas não conformidades, estão sendo intensificadas as ações de regularização dos registros de agrotóxicos


                                  Foto: Thinkstock
Análises de resíduos de agrotóxicos em vegetais mostram que a maioria das amostras colhidas no ano safra 2013/2014 apresentou índices de conformidade de acordo com o que é estabelecido pelo Ministério da Agricultura. Isso é o que comprovam ações de fiscais federais agropecuários, cujos resultados foram publicados na terça-feira (12/5), no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com comunicado do Ministério da Agricultura, todas as amostras das culturas de alho, amendoim, banana, batata, café, cebola, feijão, soja e trigo apresentaram níveis de resíduos de agrotóxicos dentro dos Limites Máximos de Resíduos (LMRs) estabelecidos pela legislação nacional, com um índice de conformidade de 100%.

As culturas de abacaxi, arroz, kiwi, maçã, mamão, manga, milho, tomate e uva não conseguiram alcançar o mesmo índice das primeiras culturas, atingindo um porcentual de conformidade que varia entre 70 e 96,97%. O amendoim, amêndoa de cacau, castanha-do-Pará, feijão, milho e pimenta-do-reino tiveram o índice de conformidade de 83,33% a 97,06%.

Segundo o Ministério, para reduzir a ocorrência dessas não conformidades, estão sendo intensificadas as ações de regularização dos registros de agrotóxicos para Culturas com Suporte Fitossanitário Insuficiente (CFSI), conhecidas popularmente como minor crops, conforme estabelecido na Instrução Normativa Conjunta (INC 01/2014).

Fonte: Globo Rural

Irlandesa Mango Street aposta em sucos prensados a frio

A fabricante irlandesa de bebidas Mango Street desenvolveu uma nova linha de sucos prensados a frio. Os novos sucos da Mango Street estão disponíveis em cinco variedades - incluindo maçã, limão e kiwi; manga, laranja e limão; e cenoura, laranja e gengibre - e são embalados em garrafas de vidro de 250 ml, que segundo a fabricante, foram escolhidas por sua alta qualidade e poder de conservar por mais tempo o sabor do produto, além de serem recicláveis. 


Segundo o fundador da empresa, Colin Mackey, "os sucos são todos produzidos de forma ética e não contêm conservantes ou aditivos, incluindo água. É apenas suco natural extraído a partir de frutas e vegetais frescos que eu mesmo espremo. "


Ele conta que o que o levou a produzir suco prensado a frio foi o fato de esta ser uma técnica que conserva melhor os nutrientes do suco. "Espremedores de frutas tradicionais, ou modelos de centrífugas, usam lâminas e o processo adiciona um pouco de calor e expõe os ingredientes ao ar, duas coisas que reduzem a eficácia dos nutrientes", explicou.


O produto ainda tem um apelo social, já que Mackey conta ainda que parte de seus lucros será destinado a apoiar as organizações e as iniciativas locais "para combater a situação dos sem-teto, aliviar a pobreza alimentar, incentivar a sustentabilidade ambiental e promover a saúde e o bem-estar".

Fonte: Citrus BR (via Foodbev.com - 08/05/2015)

Nova gigante global de grãos toma forma com a chinesa COFCO

A maior negociante de grãos da China deu mais um passo para a formação de um grande concorrente para as gigantes globais do agronegócio, conhecidas como as "quatro grandes" do ABCD (ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus).

Por meio de uma joint venture com o fundo soberano China Investment Corp, a COFCO vai fundir suas participações majoritárias na trading holandesa Nidera e na Noble Agri em uma nova instituição, a COFCO International Holdings, a ser gerida pelo recém-contratado CEO da Noble Agri Matt Jansen, disseram fontes familiarizadas com o assunto à Reuters.

Uma vez que as unidades Nidera e Noble Agri estejam combinadas, o próprio negócio doméstico da COFCO será fundido na COFCO Internacional para criar uma rede global de originação de grãos que terá uma estrutura na China sem paralelos no setor, de acordo com uma fonte em uma das empresas.

"Atualmente, a integração já começou e no futuro COFCO International será a plataforma para integrar negócios relacionados para torná-la uma empresa de agronegócio global, que opera da produção à distribuição de produtos", disse a COFCO em um comunicado.

Operadores de mercado dizem que a nova empresa poderia ter um grande impacto sobre o fluxo global de comércio de grãos, uma vez totalmente integrada.

"É uma espécie de adição de uma quinta roda e vai ser significativo, dada a dimensão que eles têm. Eu acho que vai ser um grande player", disse Paul Deane, economista agrícola sênior da ANZ Bank em Melbourne.

Fonte: DCI (agencia Reuters)

Brasil deve cair para 8ª posição em ranking de maiores PIBs, mostra FMI


Brasil deve perder mais uma posição no ranking das maiores economias do mundo este ano, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e cair para o 8ª lugar. Depois de ser ultrapassado pelo Reino Unido em 2011, o país deve ser superado também pela Índia em 2015.

O ranking leva em conta o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país – que mede a riqueza que foi produzida em determinado período. Esse valor é convertido em dólares, a partir das moedas locais.

A queda é resultado da contração esperada pelo fundo de 1% no PIB brasileiro em 2015, para US$ 1,9 trilhão – em 2014, esse valor foi estimado em US$ 2,3 trilhões. Enquanto isso, o crescimento esperado para a Índia este ano é de 7,5%, chegando a US$ 2,3 trilhões.

E o país não deve voltar a subir no ranking tão cedo: as previsões do FMI vão até 2020 e, até essa data, o Brasil deve seguir na 8ª posição.

Nas primeiras posições em 2015, aparecem os Estados Unidos – que pelo menos até 2020 não devem perder a liderança para a China–, com US$ 18,1 trilhões; China (US$ 11,2 trilhões); Japão (US$ 4,2 trilhões); Alemanha (US$ 2,8 trilhões); Reino Unido (US$ 2,8 trilhões); e França (US$ 2,4 trilhões).

Se confirmada a queda, o Brasil volta à posição que ocupava em 2009. Naquele ano, no entanto, era a Itália, e não a Índia, quem fazia companhia aos outros seis países à frente do Brasil.

Brasil já foi 6º da lista

De 2008 a 2011, o Brasil subiu uma posição por ano no ranking. A melhor posição no ranking do FMI obtida pelo Brasil foi em 2011, quando o país chegou a ser a sexta maior economia mundial, ultrapassando o Reino Unido. À época, o Brasil superou o PIB inglês em cerca de US$ 37 bilhões – atrás apenas dos EUA, China, Japão, Alemanha e França.

Mas os ingleses voltaram a superar o Brasil no ano seguinte. O país voltou à 7ª posição, mais por causa do câmbio do que pelo crescimento econômico. O PIB brasileiro cresceu 0,9%, mas o britânico avançou ainda menos: 0,2%. A diferença veio na conversão das moedas dos países para o dólar – que subiu mais de 9% frente ao real naquele ano.

O FMI chegou a prever que o Brasil voltaria à 6ª posição do ranking em 2013 – após ter caído para o 7º lugar em 2012, perdendo para o Reino Unido. Mas a previsão não se concretizou, e o país voltou ficou naquele patamar, onde está até o momento.

No ano passado, a Fundo estimava que o Brasil só chegaria à 8ª posição em 2018, superado pela Índia, em franca expansão. Antecipou para 2015, portanto, o cenário que previa para apenas quatro anos depois.

Fonte: G1 Economia

Alta do dólar e inflação: produtor deve ficar atento

O dólar está valorizado e, pelo menos ao que parece, deve continuar assim. A inflação medida pelo IPCA – índice oficial do governo brasileiro - deve se manter acima do teto da meta, de acordo com o projetado pelo mercado. Para o produtor rural, o momento é de atenção, já que esses dois importantes indicadores podem interferir no resultado da atividade e, consequentemente, na sua renda. A relação que resume tudo é bem simples: PV (preço de venda) > PC (preço de custo). A rentabilidade depende de vender por um valor acima do que custou para produzir. Mas o que têm a ver o dólar e a inflação com isso?

Em primeiro lugar, pode parecer que o dólar em forte subida é apenas positivo, uma vez que a safra, a princípio, acaba sendo vendida por um valor maior. Porém, o setor precisa ficar atento às contas e entender que para produzir, diversos insumos estão atrelados ao mercado internacional via câmbio, o que encarece o custo. Esse raciocínio serve, principalmente, para os produtos exportados. Os que são consumidos dentro do país vão depender do repasse para o consumidor, o que é mais difícil.

Outro fator muito importante é o câmbio atrelado ao aumento da inflação no Brasil. É necessário prestar atenção a uma equação que considera o preço de venda da safra. A influência do preço de aquisição insumos pode ser muito maior do que o possível lucro na hora da venda. E isso passa por diversos produtos, desde componentes de adubagem especiais que vêm de fora até mesmo os feitos aqui, mas com matéria prima do exterior.

O ciclo agrícola é muito extenso e requer atenção. Um produtor rural mais desatento pode não calcular com a exatidão necessária o quanto vai custar hoje para plantar e fazer uma relação com estimativa de quando a safra será colhida, considerando fatores de mercado relacionados diretamente a sua produção e a economia externa.

A produção e a balança comercial dependem da consagrada máxima de oferta e demanda. Isso passa também pela necessidade de determinados alimentos, sua importância, custo-benefício dos produtos finais para o mercado consumidor e o quanto o mercado externo - tendo suas moedas mais fortes frente ao Real - enxerga os preços brasileiros. Certamente, a princípio, eles parecem mais interessantes para negociação.

Portanto é fundamental ao setor agrícola pesquisar o que deve ter maior demanda e se programar, fazendo um paralelo entre os ciclos de plantio. Vale considerar, além das questões de clima, os possíveis reajustes do dólar para quando for investir nos insumos necessários. Contar com as possíveis oscilações do mercado financeiro ajuda a não perder dinheiro na colheita e na venda.


Fonte: Globo Rural
por Miguel Daoud, analista financeiro e diretor da Global Financial Advisor

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Publicado resultado das análises de resíduos de agrotóxicos em vegetais

Ações de fiscalização do uso desses produtos são incentivadas por meio do Sistema Único de Sanidade Agropecuária



A maioria das amostras colhidas no ano safra 2013/2014 apresentou índices de conformidade de acordo com o que é estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Isso é o que comprovam os resultados do controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem vegetal analisados pelos fiscais federais agropecuários.
Todas as amostras das culturas de alho, amendoim, banana, batata, café, cebola, feijão, soja e trigo apresentaram níveis de resíduos de agrotóxicos dentro dos Limites Máximos de Resíduos (LMRs) estabelecidos pela legislação nacional, com um índice de conformidade de 100%.

As culturas de abacaxi, arroz, kiwi, maçã, mamão, manga, milho, tomate e uva não conseguiram alcançar o mesmo índice das primeiras culturas, atingindo um percentual de conformidade que varia entre 70 e 96,97%. O amendoim, amêndoa de cacau, castanha-do-brasil, feijão, milho e pimenta do reino tiveram o índice de conformidade de 83,33% a 97,06%.

Os resultados foram publicados nessa terça-feira (12), no Diário Oficial da União (DOU).

Ferramenta

O Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal) é uma ferramenta oficial do Mapa que visa a prover garantias quanto à inocuidade dos alimentos de origem vegetal produzidos em território brasileiro e exportados, tendo como meta monitorar e fiscalizar resíduos de agrotóxicos, contaminantes inorgânicos, biológicos e suas toxinas.

Para reduzir a ocorrência dessas não conformidades, o Ministério está intensificando as ações de regularização dos registros de agrotóxicos para Culturas com Suporte Fitossanitário Insuficiente (CFSI), conhecidas popularmente como minor crops, conforme estabelecido na Instrução Normativa Conjunta (INC 01/2014).

Além disso, “as ações de fiscalização do uso de agrotóxicos estão sendo incentivadas junto às instâncias intermediárias do Sistema Único de Sanidade Agropecuária (Suasa). Também estamos estimulando a adoção da Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) como estratégia de implementar Boas Práticas Agrícolas (BPAs) e contribuir para uma agricultura sustentável”, diz Leandro Feijó, chefe da Coordenação de Controle de Resíduos e Contaminantes do Mapa.


Fonte: Ministério da Agricultura
Assessoria de Comunicação Social
Maycon Fidalgo
(61) 3218-3085

Projeção da safra do Ceará neste ano recua 8,24%

A quarta estimativa do ano para a produção agrícola do Ceará aponta para uma safra de grãos de 1.049.724 toneladas em 2015, correspondendo a uma redução de 8,24% em relação à estimativa inicial (1.143.956 t) e a queda de 1,20% comparativamente a projeção do mês anterior (1.062.458 t). Em abril, as chuvas irregulares e a distribuição localizada fora das áreas eminentemente agrícolas do Estado surpreenderam os técnicos do IBGE, que preveem um aumento ainda maior das perdas da safra cearense neste ano. 

Porém, em comparação a 2014, que foi um ano de seca, a previsão da produção de grãos do Ceará, no quarto mês do ano, é 99,89% superior. Os dados são da edição de abril do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, que se refere ao período de 16 de março a 15 de abril de 2015. O estudo é realizado mensalmente pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 

De acordo com Regina Feitosa, coordenadora do GCEA, apesar das chuvas observadas este ano pelos cearenses, as áreas produtoras de feijão e milho estão prejudicadas devido a irregularidade das precipitações. "A distribuição de chuva está muito irregular, não está sendo adequada. Os municípios já estão fazendo uma avaliação e a indicação é que eles terão perdas maiores do que estavam esperando. O problema é que as chuvas estão acontecendo mais nas regiões que não são tão representativas para as culturas de milho e feijão, como no litoral", explica. 

Produtos 

A produção de frutas também está ameaçada pela redução de água nos açudes. São esperadas para 2015 1.118.212 toneladas de frutas no Estado, o que representa uma redução de 8,47% frente ao primeiro prognóstico do ano (1.298.199 t) realizado em janeiro e 2,30% inferior em comparação a estimativa de março (1.216.146 t). "A água restrita está impactando produção irrigada do Estado", justifica Regina Feitosa. 

Dentre os 48 produtos atualmente levantados no pela pesquisa no Ceará, os dados indicam que houve ampliação em 11 produtos e redução em 22, comparando-se com o mês anterior. Os produtos que apresentam crescimento no mês são batata doce, feijão de corda de primeira safra (Vigna), milho (espiga), tomate, melancia, mamona, mandioca irrigada, castanha de caju (anão), goiaba irrigada, seriguela e palma forrageira. 
Já entre os produtos que apresentam redução, estão: algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, fava, feijão de arranca de primeira safra, feijão de corda de segunda safra, fumo, milho (grão), cana-de-açúcar de sequeiro, mandioca de sequeiro, acerola e banana irrigada, dentre outros.

Fonte: Diário do Nordeste

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Pesquisa utiliza irrigação com água salina para produção de mini melancias

Foto: de Alan Bernard
É muito comum encontrar, nas regiões semiáridas, problemas relacionados à salinização de água e do solo. Em algumas localidades, existe água de baixa qualidade que não pode ser utilizada para o consumo humano a não ser que passe por um processo de dessalinização e os dessalinizadores ainda são onerosos e precisam de manutenção especializada. Ao mesmo tempo, o incremento de gases causadores do efeito estufa, como é o caso do CO2, pode afetar o desenvolvimento dos vegetais. 

Com o objetivo de avaliar os efeitos da salinização e do incremento de CO2 atmosférico, especificamente na cultura de mini melancia, o engenheiro agrônomo e mestre em Engenharia Agrícola, Alan Bernard Oliveira de Sousa, iniciou estudo sobre as respostas da cultura ao estresse salino e ao incremento do gás. A pesquisa foi desenvolvida no doutorado do Programa de Pós-graduação (PPG) de Engenharia de Sistemas Agrícolas e orientada pelo professor Sérgio Nascimento Duarte, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). 

Sousa explica que, na escolha da cultura para desenvolver a tese, procurou eleger aquelas que pudessem ser produzidas em ambiente protegido (casa de vegetação). “Apesar da melancia, de uma forma geral, ser uma planta de comportamento rasteiro, um trabalho realizado pelo Departamento de Produção Vegetal da ESALQ e publicado como cartilha, apresenta metodologia para condução vertical de mini melancia, ideal para produção nesse ambiente protegido”, afirma. Segundo o pesquisador, a mini melancia apresenta, também, maior valor agregado em comparação à melancia comum. “Ela possui tamanho menor, cultivares com ausência de semente, entre outras características que facilitam seu consumo por famílias pequenas ou individualmente”, acrescenta. Além disso, a fruta apresenta maior adaptação às características climáticas das regiões semiáridas, sendo produzida, principalmente, em estados da região Nordeste do país. 

O estudo foi divido em duas etapas, sendo a primeira desenvolvida no Departamento de Engenharia de Biossistemas e direcionada a avaliar as características da planta em relação à concentração de sais na água de irrigação, sem que a produção fosse afetada. Além disso, observou-se a resposta da cultura ao estresse ocasionado pela salinidade. “Foi avaliado o desenvolvimento da mini melancia até a obtenção do fruto, verificando se houve algum efeito na sua qualidade”, conta Sousa. Neste experimento, foi possível verificar que a cultura possui tolerância moderada à salinidade, semelhante à melancia comum. “Isso quer dizer que podemos utilizar água salina para sua produção, contanto que a concentração não passe 2,5 de dS/m (deciSiemens por metro).” 

Já a segunda etapa foi conduzida em uma câmara de crescimento da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas – SP) e avaliou o desenvolvimento da mini melancia em um ambiente com o dobro da concentração atual de CO2. Pôde-se observar que o incremento do gás na atmosfera favoreceu o aumento do tamanho do fruto, tanto irrigado com água salina quanto com água de boa qualidade. “Apesar do CO2 ser um gás que favorece o efeito estufa, o aumento da concentração desse gás na atmosfera irá melhorar o rendimento da produção de frutos de mini melancia.” A obtenção da salinidade da água nos dois experimentos foi realizada por meio de sais oriundos de adubos para fertirrigação e pela adição artificial de sais comumente encontrados na água. 

Segundo o pesquisador, o estudo mostra que a cultura de mini melancia não é tão sensível à salinidade e que o modelo de cultivo vertical, bem como a utilização de água de baixa qualidade, podem ser utilizados em ambiente protegido sob fertirrigação. “Esse trabalho é um primeiro passo para estudar como as mudanças ocasionadas no incremento de gases na atmosfera podem afetar o desenvolvimento da mini melancia”, afirma. Sousa salienta, ainda, que devem existir outros estudos que avaliem as respostas dessa cultura à temperatura e a outros fatores climáticos. 

O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). 

Por Alessandra Postali - Comunicação ESALQ


Especialista americano apresenta pesquisa inédita sobre raleio químico em macieiras da serra gaúcha

Foto: Freepik
Dois dos maiores especialistas em maçãs do mundo estarão em Caxias do Sul para discutir os resultados de experimento de raleio químico da cultura feitos na serra gaúcha em parceria com a Embrapa Uva e Vinho e AGAPOME. Participam de seminário e dia de campo, em 14 e 15 de maio, Terence Lee Robinson, responsável pelo trabalho e docente da Cornell University, acompanhado por Gabino Reginato Meza, da Universidad de Chile. O evento é organizado pelo Sindicato Rural do município e tem apoio e patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-RS).

“O professor Terence é um dos ícones da pesquisa em maçãs de todo o mundo. Temos de aproveitar essa relação que ele tem com a Embrapa e o Estado para levar tecnologia a quem trabalha no campo”, destaca o presidente do Sindicato Rural de Caxias do Sul e chefe da Divisão Administrativa e de Finanças do SENAR-RS, Valmir Susin.

O trabalho será apresentado na próxima quinta-feira (14), às 18:30h, em palestra no Auditório de Eventos e Hospedagem Murialdo, no distrito municipal de Fazenda Souza. Segundo Andrea Rufato, pesquisadora de sistemas de produção sustentáveis da Embrapa Uva e Vinho, que colaborou com o professor Robinson, os experimentos consistiram basicamente em testes de produtos e épocas de aplicação para derrubada do fruto. O raleio químico é considerado uma técnica rápida e eficiente, além de reduzir mão de obra e desgaste das macieiras. Foram 14 pontos de experimentação na serra gaúcha.

Na sexta-feira (15), às 9h, os pesquisadores estrangeiros ainda promovem dia de campo na propriedade de Valdecir Bordin, no interior do município, em São Braz, distrito da Fazenda Souza. O ponto de encontro é na RST 453, em frente à agrícola HF. Os principais assuntos programados são poda e condução da macieira. “Mas eles vão falar de todo o ciclo, da muda à colheita”, garante Susin.

O convite para as atividades é aberto e gratuito. Para participar, basta entrar em contato com o Sindicato Rural de Caxias do Sul. A expectativa é de 150 pessoas no encontro, entre produtores, trabalhadores rurais, técnicos, agrônomos e estudantes da área.

Essa é a terceira vez que o professor Robinson participa das atividades de pesquisa no Estado. Ele esteve no Rio Grande do Sul em outubro de 2014, para planejar e montar os experimentos de raleio químico, e em janeiro de 2015, para observar o período de colheita.

Fonte: Grupo Cultivar

Alta do dólar anima produtores de manga e uvas do Vale do São Francisco


Foto: Agrolink
Se para uns a alta do dólar é um ponto negativo, para outros é motivo de comemoração. No Vale do São Francisco, região do nordeste brasileiro reconhecida internacionalmente pela qualidade da produção de frutas, produtores de uvas e mangas já conseguem fazer negócios mais lucrativos com a exportação para Estados Unidos e Europa.

De acordo com o supervisor técnico comercial da Nutriceler, Corifeu Buzetti, que atende produtores da região, o momento econômico é favorável aos agricultores que investem em qualidade de produção e fornecem os alimentos para países estrangeiros. “Hoje, com o alto preço do dólar, o produtor está conseguindo vender sua produção a um preço muito mais vantajoso do que há alguns meses atrás. Os investimentos em tecnologia de nutrição são fundamentais para garantir uma boa pós-colheita e frutos com padrão de exportação para os mercados europeu e norteamericano”, explica.

Ao mesmo tempo em que as frutas estão mais valiosas, os insumos agrícolas importados, também sofreram altas. Corifeu destaca que para aproveitar o bom momento da economia para os produtores, é preciso saber investir em nutrição eficiente. “A estratégia é escolher bem os produtos que vão entrar no manejo nutricional, levando em consideração sua real eficiência. Algumas frutas vão ter que aguentar a longa jornada que pode passar de 40 dias, entre transporte de navio e armazéns, até chegar à mesa do consumidor que está do outro lado do oceano. Por isso precisa-se investir em nutrição eficiente, para obtermos frutos com maior durabilidade”, diz o consultor agronômico.

Trio de sucesso
Corifeu revela que a nutrição equilibrada vai proporcionar frutos de melhor qualidade e com maior resistência. Segundo o consultor, a combinação dos elementos cálcio, boro e magnésio, é responsável pelo fortalecimento da estrutura celular dos frutos, conferindo maior durabilidade e boa aparência no pós-colheita. “É nesse momento que o produtor precisa ter a tecnologia como aliada. O fertilizantes Metalosate®, distribuídos no Brasil pela Nutriceler, cumprem bem o papel de fornecer essa nutrição via folha equilibrada, com nutrientes quelatados por aminoácidos”, ressalta Corifeu.

No caso da produção de uvas, o consultor destaca ainda que a aplicação dos nutrientes é normalmente realizada durante o período de divisão celular da fruta, que ocorre do pegamento até aproximadamente oito milímetros de calibre de baga, quando se define o potencial de resistência da fruta em pós-colheita. “Um exemplo é a baixa mobilidade do cálcio, que é resolvida com a tecnologia Metalosate®. Por ser orgânico, Metalosate® Cálcio possibilita maior mobilidade das moléculas do nutriente via floema, auxiliando na distribuição de nutrientes das folhas para os frutos”, finaliza.




Fonte: Agrolink

terça-feira, 12 de maio de 2015

Fiscalização de agrotóxicos será discutida em Salvador

Com o objetivo de harmonizar os procedimentos de fiscalização de comércio e uso de agrotóxicos entre os órgãos estaduais e federais, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) vão realizar, entre os dias 18 e 22 de maio, em Salvador, o Encontro de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos (Enfisa). O evento, que está em sua 13ª edição, reuniu cerca de 350 profissionais da área no ano passado.

O Enfisa terá atividades restritas aos profissionais de fiscalização e às entidades de representação, com atividades abertas ao público. O evento terá um workshop sobre o uso de sistemas eletrônicos, no dia 20 de maio, para discutir meios de integrar os sistemas que cada unidade federativa tem implementado para o cadastro e fiscalização de agrotóxicos. 

No dia 21 de maio, acontecerá um seminário, com cinco sessões sobre temas relevantes para a agricultura brasileira, como o combate ao contrabando e a fiscalização do tratamento e comércio de sementes. As inscrições podem ser feitas por meio do site do encontro: http://www.enfisa.net/.


Fonte: Ministério da Agricultura
Assessoria de Comunicação Social
Maycon Fidalgo
(61) 3218-2204
maycon.fidalgo@agricultura.gov.br

Após queda na produção, cultivo de coco passa por bom momento em MT

Em Mato Grosso, atividade ocupa aproximadamente dois mil hectares.
Estado produz entre fevereiro e outubro 21 milhões de frutos


Foto: Reprodução/TVCA

A região nordeste do Brasil, ainda é a maior produtora de coco no país, sendo responsável por 70% da produção. No entanto, no Cerrado os coqueirais já ocupam 4 mil hectares e em Mato Grosso, apesar da queda registrada nos últimos anos, a produção vive uma fase de expansão. Atualmente a atividade ocupa uma área de aproximadamente 2 mil hectares. Há dez anos, os coqueirais chegaram a ocupar quase 5 mil hectares no estado.

Ao longo dos últimos anos, foi registrado um grande deslocamento das áreas tradicionais do cultivo. Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Produtores de Coco no Brasil (Sindicoco), Francisco Coco, o consumo da fruta no país cresce entre 10 a 15% ao ano. “O que está havendo é que estamos entrando num naturalismo”, explicou o presidente. Para ele, isso é resultado do despertar do brasileiro para o consumo de produtos cada vez mais saudáveis.

Mato Grosso está entre os estados que estão descobrindo as vantagens da produção da fruta, cultivada entre fevereiro e outubro no Estado. Dados da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) mostram que, no Estado, cerca de 1,6 mil a 2 mil hectares são destinados ao cultivo de 21 milhões de cocos. O que é produzido no estado atende apenas 10% do mercado e o restante vem de fora, principalmente do nordeste.

No país, são produzidos atualmente 1,5 bilhão de coco verde anão, que é destinado exclusivamente à produção de água de coco.

Mesmo com a produção em expansão, o produtor encontra dificuldades. O estado não dispõe de mudas da planta. Os exemplares utilizados vêm, na maioria das vezes, do nordeste do país. De acordo com o engenheiro agrônomo da Empaer, Antonimar Marinho dos Santos, tanto a muda utilizada quanto a adubação têm ter qualidade.

Para ele, o maior desafio do produtor é alinhar o uso da tecnologia no cultivo. “A cultura do coqueiro demanda bastante tecnologia. O produtor que não utilizá-la não vai para frente com o seu plantio”, pontua. O engenheiro explica que o principal gasto no plantio, é com o sistema de irrigação subterrâneo. “Um coqueiro em franca produção, requer cerca de 180 litros de água por dia”, explica Santos. Por ano, a manutenção chega aos R$ 2 mil.

O engenheiro da Empaer esclarece que é necessário tomar algumas precauções para garantir a qualidade da produção. “Todo o material que foi perdido, como as folhas e o os restos de frutos, podem ser triturados e jogados em torno da planta. É uma excelente adubação”, completa.

Em Rondonópolis, na região Sul de Mato Grosso, a família Vilela, a 30 quilômetros do município, investe na cultura há 20 anos. São 15 mil coqueiros plantados, sendo que 12 mil já estão em produção. O sucesso do negócio deu tão certo que montaram uma pequena indústria para engarrafar a água de coco. O problema é que para abastecer o mercado, o coco produzido na fazenda não é suficiente e têm que comprar o fruto do Nordeste do país. Por isso, a indústria só opera com 20% da capacidade de processamento.

Rafael Vilela, um dos empresários, diz que para atender a todos os pedidos, seriam necessários pelo menos mais 500 mil pés de coco em Mato Grosso. A mãe dele, que plantou os primeiros pés de coco da propriedade, Elisete Vilela, sonha em ver a fábrica aumentar a produção. "É uma lavoura que não tem uma resposta rápida igual soja, algodão, que você planta e colhe no mesmo ano. Ela só vai responder em quatro anos, mas em compensação tem uma vida útil de 30 anos. Bem adubado, um pé de coco vai continuar produzindo para você com grande qualidade", ressalta.

Na fábrica, são envasados 1,5 mil litros a cada hora. O investimento inicial foi de R$ 5 milhões. Além do Centro-oeste, a produção da indústria é vendida para Minas Gerais e Rondônia.

Fonte: G1 - MT

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Farelo de acerola reduz ácidos graxos saturados na carne suína, sinaliza pesquisa na Unesp

A tese de doutorado intitulada “Farelo de Acerola em Programa de Restrição Alimentar para Suínos Pesados”, defendida recentemente pelo Zootecnista Fabricio Rogério Castelini, sob a coordenação da professora Maria Cristina Thomaz, docente do Departamento de Zootecnia da Unesp de Jaboticabal e financiada pela Fapesp, demonstrou resultados que contribuirão para aumentar o consumo da carne suína e desmistificá-la.

As conclusões apresentadas geram credibilidade para um produto tão nobre do ponto de vista nutricional, que possui tantos mitos agregados a ele, como por exemplo: aumento do colesterol; transmissão de doenças, atrapalha a cicatrização, entre outros.

O trabalho consistiu na inclusão de uma fonte de fibra, o farelo de acerola, na alimentação de suínos. Após abater os animais, o pesquisador avaliou as carcaças e descobriu que os animais que receberam o farelo apresentaram reduções nos teores dos ácidos graxos saturados, com destaque para o Mirístico e Palmítico. Tais ácidos graxos estão relacionados com o desenvolvimento de mudanças degenerativas nas paredes das artérias, e seu consumo demasiado pode provocar doenças cardiovasculares.

“Outro ponto muito importante revelado foi o aumento nos teores dos ácidos graxos α linolênico (C18:3n3) e linoleico conjugado (CLA), popularmente conhecidos como ômega 3 e 6. Isso é muito importante, pois a ingestão do ômega 3 auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim (LDL), enquanto pode favorecer o aumento do colesterol bom (HDL)”.

Fonte: UNESP


Pesquisadores brasileiros inventam plástico comestível feito de frutas


Foto: Samuel Vasconcelos

Pesquisadores da Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), desenvolveram uma série de películas comestíveis que funcionam como plástico. Os sabores incluem espinafre, mamão, goiaba e tomate, mas a técnica permite que outros sabores sejam desenvolvidos. O trabalho recebeu financiamento de R$ 200 mil e o material, além de ser biodegradável, pode ser utilizado no preparo dos alimentos. Dessa forma, uma pizza que esteja embalada com o material pode ir ao forno diretamente, assim como outros alimentos. A película pode, inclusive, ser utilizada como parte do tempero.

A matéria-prima é composta por água, polpa de fruta e carboidratos vegetais. No meio ambiente, se descartado, o "plástico" se decompõe em três meses e pode ser utilizado como adubo, ou mesmo descartado na rede de esgoto, sem prejuízos. Além disso, ele tem capacidade de conservar os alimentos pelo dobro do tempo. O plástico convencional, por sua vez, demora 400 anos para se decompor.

O projeto de plástico comestível utilizando frutas é o primeiro a ser desenvolvido no mundo e abre um imenso campo a ser explorado pela indústria de embalagens. Segundo o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que coordenou a pesquisa, o material pode ser utilizado também gastronomicamente. "Aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente e muitas outras possibilidades", explicou.

Outras possibilidades levantadas pelo pesquisador incluem goiabadas vendidas em plásticos feitos de goiaba, sushis envolvidos com filmes comestíveis no lugar das tradicionais algas, perus vendidos em sacos feitos de laranja, que vão direto ao forno, e geleias em formato de ursinhos, só que elaboradas com frutas naturais.

O pesquisador informa ainda que o plástico comestível tem ainda a vantagem de reaproveitar alimentos rejeitados pelas indústrias e vegetais que deixam de ser comercializados por não apresentarem bom aspecto visual, mesmo estando em condições de consumo. "Esses vegetais que iriam estragar na prateleira podem ser matéria-prima para a embalagem comestível", acredita o especialista.

De acordo com o doutorando Marcos Vinicius Lorevice, que participa do projeto, ainda não há prazo para que a inovação chegue ao mercado, mas já há empresas interessadas em produzir o filme comestível em escala industrial.

Características

O material tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura, e tem igual capacidade de proteger alimentos. Além disso, o "plástico orgânico" apresentou propriedades mecânicas superiores aos plásticos sintéticos. Em laboratório, os produtos se mostraram mais resistentes ao impacto, além de serem três vezes mais rígidos que os plásticos sintéticos.

A maior diferença, entretanto, está na matéria-prima. O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto. "O maior desafio dessa pesquisa foi encontrar a formulação ideal, a receita de ingredientes e proporções para que o material tivesse as características de que precisávamos", explica o engenheiro de materiais José Manoel Marconcini, pesquisador da Embrapa que também participou do projeto.

Processo de produção

O plástico foi desenvolvido após duas décadas de trabalho e o processo de produção é considerado simples. Primeiramente, a matéria-prima, como frutas e verduras, é transformada em uma pasta. A seguir, os pesquisadores adicionam componentes para dar liga no material e o colocam em uma fôrma transparente, que será levada a uma câmara que emite raios ultravioleta. Após poucos minutos, a película sai da máquina pronta para ser consumida.

O líder da Rede de Pequisa de Nanotecnologia para Agronegócio da Embrapa, Cauê Ribeiro, conta que, depois de passar pelos raios ultravioleta, o plástico recebe o último processamento e toma forma de filme. "O nosso plástico tem características similares aos filmes convencionais, ou seja, ajuda a diminuir a passagem de gases e evita o contato com outros organismos", destacou.

O resultado é um alimento completamente desidratado com a vantagem de manter suas propriedades nutritivas. Os pesquisadores adicionaram, ainda, quitosana, um polissacarídeo formador da carapaça de caranguejos, com propriedades bactericidas – o que pode aumentar o tempo de prateleira dos alimentos. "Dessa forma, temos um plástico facilmente degradável e que fornece proteção superior aos alimentos, além de poder ser utilizado para dar sabor", finaliza.



Fonte: BOL Notícias

Cultivo de uva vira aposta de agricultores do Rio Grande do Norte


Foto: Fred Veras/Sebrae 
Apesar de não ter um clima temperado, algumas áreas do semiárido nordestino apresentam um potencial para a viticultura. Parte delas já está bem consolidada, como a região do Vale do São Francisco (situado entre os sertões da Bahia e Pernambuco), que é um dos mais importantes polos vitivinícolas do Nordeste, responsável por mais de 90% da exportação de uva de mesa. Novas áreas, porém, despontam como promessa nesse tipo de cultivo, como é o caso do Oeste Potiguar. Por isso, o Sebrae no Rio Grande do Norte está estimulando agricultores familiares a apostarem na plantação da fruta. Núcleos já instalados em Apodi e Mossoró – e outros em implantação em Pureza e cidades próximas a Natal – comprovam a viabilidade da viticultura no estado.

Pesquisa da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) ratificam que o clima e o solo dessas regiões têm condições propícias ao desenvolvimento da variedade popularmente conhecida como uva Isabel precoce, que ideal para o consumo in natura e, principalmente, para produção de sucos integrais. Os pesquisadores também identificaram que a uva apresenta qualidade bem superior. “A uva que produzimos em nossa fazenda experimental, em Mossoró, obteve 24° Brix. O mínimo, no caso de uvas especiais, fica na faixa entre 16 ° a 18°. Esse índice mede o teor de doçura e de qualidade da fruta”, explica o pesquisador da Ufersa Django Dantas, que também é consultor do Sebrae.

Para estimular o cultivo, o Sebrae decidiu instalar experiências piloto em assentamentos, visando fornecer novas fontes de renda para agricultores familiares das regiões Oeste, Grande Natal e Mato Grande. Ao todo, são 14 produtores envolvidos no cultivo da espécie, sendo cinco em Mossoró, nove em Apodi e os demais nas outras áreas. As famílias capacitadas para o plantio vêm recebendo consultorias do Sebrae desde o agosto do ano passado e devem contar a assistência até o próximo ano.

“Estamos aplicando o que foi identificado nas pesquisas nesses assentamentos. Todas as mudas que estão sendo fornecidas são multiplicadas através da técnica de enxerto e mantidas em viveiros da Ufersa e no campus de Apodi do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)”, diz o gestor do projeto de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho.

Além da qualidade da uva produzida em solo potiguar, as condições climáticas também se apresentam como mais uma vantagem para o cultivo na região Oeste, já que produzem duas safras por ano. Enquanto os produtores do sul do país colhem apenas uma safra por ano, devido ao período de inverno, quando o parreiral não produz. O gestor também explica os benefícios para quem deseja apostar na atividade. “A vantagem do cultivo da uva é a rentabilidade, pois um hectare plantado rende em média de R$ 80 a 100 mil por ano”.

Além da Ufersa, o IFRN integrou a parceria para implementar a iniciativa. “O instituto entrou no projeto na articulação dos produtores em Apodi e com a produção das mudas”, explica o professor do IFRN, Renato Alencar.

Assentamentos

A experiência animou os agricultores instalados nos assentamentos. É o caso de Sônia Silva, da Agrovila Paulo Freire, instalada na zona rural de Mossoró. Com um quarto de hectare plantado, a produtora já planeja expandir a plantação para um hectare até o final do ano. “A uva está vindo como uma inovação e a gente acredita muito, pois até agora de 100 mudas só perdemos três”, comemora a agricultora.

Além dela, outros cinco produtores trabalham no lote de Sônia Silva, onde está sendo cultivada a uva da espécie Isabel Precoce. Com a consultoria e cursos oferecidos pelo Sebrae, o pessoal da agrovila está aprendendo o manejo do cultivo para que, depois, cada um, possa multiplicar a ideia entre os demais integrantes do assentamento.

O agricultor Edson Rocha é um dos que ajudam nos cuidados com o parreiral e que pretende aplicar os conhecimentos em seu lote. “Hoje, cultivo mamona, mas, aqui, percebi que o plantio de uva é possível e já penso em plantar também”, afirma.

Com a primeira colheita prevista para janeiro de 2017, os 22 agricultores familiares assistidos pelo Sebrae no Rio Grande do Norte recebem visitas semanais onde são ensinados o passo a passo de como conduzir o plantio. “Estamos orientando os produtores com a tecnologia de produção, e também no tocante a comercialização e organização. O próximo passo do projeto é a unidade extratora de suco, para produção do suco da uva”, aponta Franco Marinho.

Fonte: G1