sexta-feira, 23 de outubro de 2015

MDIC e Apex realizam missão ao Irã com foco em agronegócio e indústria

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) realizam na próxima semana a primeira missão comercial ao Irã em cinco anos. Na visita, as instituições pretendem prospectar negócios e apresentar seminários sobre oportunidades para o comércio bilateral entre os países.

Na pauta estão segmentos do agronegócio, como o de proteína animal e o sucroalcooleiro, além de áreas do setor industrial. A missão ocorre após o país árabe firmar um acordo histórico com os Estados Unidos e outras potências para limitar o seu programa nuclear.

Em nota, a Apex afirma que a viagem se dará entre os dias 25 e 29 de outubro e também inclui visitas técnicas. Participam da missão 19 companhias brasileiras, das quais 11 já exportam ao Irã.

No agronegócio, a visita reserva oportunidades para a carne bovina. Em 2010, o Irã chegou à segunda colocação do ranking de importadores do Brasil, adquirindo 191,2 mil toneladas e gerando US$ 807,3 milhões em receitas.

Em entrevista ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) em julho, o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse esperar que o acordo nuclear leve a nação a aumentar suas compras. "Chegamos a ter uma participação de 90% neste mercado, então esperamos um impulso significativo (na exportação)", afirmou. Na visita oficial também serão discutidas oportunidades nas áreas de cana-de-açúcar e derivados, alimentos e frutas.

Além do agronegócio, a Apex e o MDIC traçam como prioridades os segmentos de equipamentos médicos e hospitalares, fármacos e farmoquímicos, máquinas e equipamentos, autopeças, tecnologia da informação, plásticos, vidros, infraestrutura e indústria de base e implementos rodoviários.

Em nota, o presidente da Apex, David Barioni Neto, afirma que a visita é uma oportunidade para alavancar as vendas de outros setores. "Não há razão para pensar que a pauta de exportação brasileira para o Irã não pode ir além dos produtos primários. Temos um excelente exemplo da área de equipamentos médicos e já mapeamos oportunidades para vários outros setores", diz.

Neto se refere a um estudo realizado pela Apex no início do ano, em que a agência mapeia oportunidades em diversas áreas, como a de equipamentos agrícolas (máquinas e armazenagem), alimentos e bebidas, aviação, máquinas e equipamentos de saúde e cosméticos. O Irã também é um mercado relevante para o segmento de autopeças e já foi o 11º maior produtor de veículos, à frente de Reino Unido, Itália e Argentina.

Em abril de 2010, pouco antes do enrijecimento das sanções, a Apex realizou missão ao país. Em nota, a agência descreve a viagem como "bastante produtiva", gerando US$ 60 milhões em negócios. A visita teve a participação de 64 empresas e resultou em 350 reuniões.

Fonte: Globo Rural

Seminário Mercosul de Bebidas está com inscrições abertas em Cascavel

Evento será realizado entre os dias 19 e 20 de novembro, das 8h30 às 17h.
Inscrições são gratuitas; programação inclui mini-cursos e expositores.




A Fundação para o Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de Cascavel (Fundetec), no oeste do Paraná, esta com as inscrições abertas para o 4º Seminário Mercosul de Bebidas. O evento ocorre entre os dias 19 e 20 de novembro, das 8h30 às 17h. As inscrições são gratuitas.

A programação do seminário inclui exposição de empresas, divulgação de trabalhos científicos com apresentação oral e exposição de painéis e três mini-cursos sobre a produção de bebidas artesanais e a avaliação química de bebidas.

A organização do evento espera a participação de cerca de 300 pessoas, entre representantes de empresas, agroindústrias, pesquisadores, estudantes, produtores rurais e outros interessados no assunto. Também são esperados participantes da Argentina e do Paraguai.

No site da Fundetec pode ser feita a inscrição no 4º Seminário Mercosul de Bebidas. A programação completa também está disponível na internet. Outras informações sobre o evento podem ser adquiridas pelo telefone: (45) 3218-1220.

Fonte: G1

Risco de inadimplência coloca em alerta revendas de insumos agrícolas

Produtores brasileiros têm enfrentando dificuldades com o crédito este ano.
Há menos subsídios do governo federal aos financiamentos.


As vendas de importantes insumos para a safra de grãos 2015/16, como sementes e fertilizantes, estão praticamente concluídas, mas revendas de todo o país colocam-se em estado de alerta com o aperto no fluxo de caixa dos produtores e riscos de inadimplência, afirmaram importantes executivos do setor.

"Num ano desses, de custos aumentando e o preço das commodities caindo, o mais difícil é você fazer essa seleção de clientes", disse à Reuters o vice-presidente da Agro Amazônia, uma das maiores distribuidoras de insumos do Centro-Oeste, Roberto Motta.

Produtores brasileiros têm enfrentando dificuldades com o crédito este ano, com menos subsídios do governo federal aos financiamentos, no contexto do ajuste fiscal capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Além disso, os preços internacionais de commodities como a soja e o milho recuaram cerca de 30% desde os picos de 2014. Com os preços de insumos como fertilizantes e defensivos também atrelados ao mercado externo, os benefícios da desvalorização do real vêm sendo limitados.

"Em ano de margens apertadas, o foco é o fluxo de caixa. Vender a prazo é fácil... mas se você não tiver atenção ao fluxo de caixa, você não sobrevive para chegar lá na frente e receber essas contas", afirmou o presidente da Terrena Agronegócios, de Minas Gerais, Marco Antônio Nasser de Carvalho.

Segundo ele, o momento atual, de implementação e manejo das lavouras de grãos, é o que mais exige capital de giro nas fazendas, com necessidade de pagamento de combustíveis, maquinário e compra de alguns insumos, como defensivos. É neste estágio que começam a surgir dificuldades de fluxo de caixa para produtores menos capitalizados ou com pouco acesso a crédito bancário, com possibilidade de repercussão também para seus fornecedores.

"A falta do recurso de custeio é grave... Nós somos altamente impactados. Se ele está apertado aqui, como ele vai liquidar (suas dívidas) lá na frente?", ponderou Carvalho.

A Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), entidade que reuniu executivos do setor esta semana em São Paulo para marcar seus 25 anos de atuação, já vem registrando casos de empresas com problemas financeiros e pedidos de falência.

"Já começou a aparecer... Todos os que vinham com gestão arriscada no passado, estão começando a aparecer agora com algumas quebras", disse o presidente da Andav, Carlos Henrique Nottar, citando problemas em Mato Grosso, mas sem dar outros detalhes.

'Barter'
No contexto de crédito apertado e maiores riscos, as revendas buscam selecionar com mais cuidado o perfil dos clientes para quem vendem a prazo.

Na Agro Amazônia, por exemplo, é aplicado um questionário com 70 perguntas para avaliar anualmente as condições dos compradores.

Na avaliação de Motta, cerca de metade das vendas de defensivos de Mato Grosso são feitas com operações de crédito das próprias revendas.

Outra estratégia que volta com força em anos de crédito bancário mais difícil e caro é o "barter", no qual o agricultor paga pelo insumo com a entrega do grão após a colheita.

"Em anos de crise, isso se acentua.... Na próxima safra (2015/16) de soja devemos ter algo em torno de 50% dos negócios em barter", revelou o sócio-gerente da Ferrari Zagatto, Ferreirinha Costa, com forte atuação na distribuição de insumos no centro-norte do Paraná.

Segundo ele, as operações de "barter" representavam 25 a 30% dos negócios das revendas da região em anos anteriores.

Na estimativa de Motta, da Agro Amazônia, essa modalidade para a safra 2015/16 pode chegar a 30% das vendas de alguns produtos pelas revendas de Mato Grosso.

Fonte: Globo Rural