sábado, 28 de janeiro de 2017

Novacki debate projeto de apoio à agropecuária do oeste de MT nesta segunda (30), em Brasília

A reunião será no Ministério da Agricultura, na sala do CNPA (Conselho Nacional de Política Agrícola)


O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, vai se reunir nesta segunda-feira (30), às 10h, com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, e a bancada federal, além de prefeitos e vereadores de 14 municípios da região oeste do estado. Serão discutidas medidas para alavancar a agropecuária na região. A reunião será no Ministério da Agricultura, na sala do CNPA (Conselho Nacional de Política Agrícola), térreo, em Brasília.





sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Suco de laranja segue entre os mais exportados de 2016

Os sucos tiveram um acréscimo de 0,87% nas exportações foram o terceiro produto na pauta de exportação do agronegócio paulista no ano passado e geraram US$ 1,81 bilhão.


No ano de 2016, o agronegócio no Estado de São Paulo registrou um superávit de US$ 13,40 bilhões, representando um aumento de 23,4% em relação ao resultado da Balança Comercial de 2015, quando houve um déficit de US$ 18,13 bilhões, de acordo com Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Os sucos tiveram um acréscimo de 0,87% nas exportações foram o terceiro produto na pauta de exportação do agronegócio paulista no ano passado e geraram US$ 1,81 bilhão – dos quais 98,1% são referentes ao suco de laranja _, ficando atrás apenas dos produtos do complexo sucroalcooleiro (US$ 7,78 bilhões) e das carnes (US$ 2,01 bilhão), e ficando à frente dos produtos florestais (US$ 1,52 bilhão) e do complexo soja (US$ 1,34 bilhão). Esses cinco agregados representaram 81,4% das vendas externas do agronegócio paulista. Apesar da classificação de grupos se manter a mesma do ano anterior, eles passaram a ser 3,6% mais representativos no total do comércio externo brasileiro do que em 2015.

No ano passado, as exportações paulistas tiveram um crescimento de 12,8%, atingindo US$ 17,92 bilhões, enquanto as importações setoriais caíram 10%, somando US$ 4,52 bilhões.

No cenário brasileiro, o agronegócio registrou um superávit de US$ 71,30 bilhões, com exportação de US$ 84,93 bilhões e importações de US$ 13,63 bilhões. O resultado foi 5,1% inferior ao do ano passado, quando o saldo da Balança Comercial foi de US$ 75,15 bilhões.

“O comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 100,31 bilhões e importações de US$ 123,92 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 23,61 bilhões”, afirmou o pesquisador da Secretaria, que atua no IEA, José Roberto Vicente.

Dentre os produtos brasileiros, os que tiveram maior representatividade foram o complexo soja (US$ 25,42 bilhões); as carnes (US$ 14,21 bilhões); o complexo sucroalcooleiro (US$ 11,34 bilhões); os produtos florestais (US$ 10,24 bilhões); e o café (US$ 5,47 bilhões).

Os sucos de frutas representam o oitavo grupo do agronegócio brasileiro nas exportações até setembro, com US$ 2,1 bilhão, o que representa um aumento de 2,67%, em relação ao mesmo período do ano passado, mas ocupa uma fatia 2,48% das exportações do agronegócio brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

Protecionismo de Trump pode ajudar citricultura brasileira

O presidente dos EUA, poderá prestar uma grande ajuda à citricultura brasileira se cumprir mais uma de suas promessas de campanha: rever o Nafta (acordo comercial dos países da América do Norte).



Nos primeiros anos da década de 2000, os mexicanos colocavam, em média, 17 mil toneladas de suco de laranja por ano no mercado dos Estados Unidos.
Na safra 2003/04, esse volume foi de apenas 5.812 toneladas. Nos últimos anos, o volume exportado pelo México já está próximo das 90 mil toneladas.

Essa rápida evolução do crescimento das exportações se deve à inexistência de taxas para o produto entre os países do bloco do Norte.

Já o Brasil, o maior exportador mundial de suco, paga uma taxa de US$ 415 por tonelada de suco exportada para os Estados Unidos.

Essa taxa foi criada pelo governo dos EUA porque o suco brasileiro, com custos menores, chegava ao mercado americano com valores próximos ou até inferiores aos do suco produzido na Flórida.

Uma desestruturação do Nafta fará que o México perca as vantagens nas exportações, abrindo mais espaço para o Brasil, segundo Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Citrus-BR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).

Netto destaca que a produção interna de suco de laranja caiu 38% nos últimos dez anos nos EUA, recuando para um volume próximo de 420 mil toneladas. Em 1999/00, a produção americana era de 1,1 milhão de toneladas.

Já as importações cresceram 22% no mesmo período. Embora haja uma redução no consumo de suco de laranja nos EUA, uma eventual participação menor do México melhoraria a posição brasileira naquele mercado, segundo Netto.

A participação do Brasil nas importações de suco pelos EUA, que foi de 70% nos anos 1900, está próxima de 65%.

O Brasil perdeu espaço para o México, que se valeu do acordo comercial na América do Norte. Na avaliação de Netto, o Brasil tem deixado de aumentar sua participação devido a essa concorrência mexicana.

Não é fácil a vida dos exportadores brasileiros de suco de laranja. Para fazer o produto chegar aos quatro cantos do mundo, têm de pagar elevadas taxas.

No principal mercado brasileiro, a Europa, essas barreiras tarifárias vão de 12% a 15%. No Japão podem chegar a 25% e, na China, vão de 7% a 30%.

Na Coreia do Sul, onde o suco importado dos EUA, graças a um acordo comercial entre os dois países, não enfrenta barreiras tarifárias, o Brasil paga uma taxa de 54%. 


Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

SP: Chuvas interferem no preço da banana; variedade prata em alta

Assim como as demais lavouras, a banana também sofre com os excessos do clima. Neste mês, as chuvas no Vale do Ribeira, grande produtor da fruta, interferiram na colheita das últimas semanas e fizeram os preços disparar. A variedade que permanece em alta é a banana prata, sendo cotada no atacado por R$ 4 o quilo. Já a nanica, que foi comprada pelos consumidores há algumas semanas por até R$ 7 o quilo nos supermercados, está mais acessível, não ultrapassando a marca dos R$ 5 no varejo. No ano de 2016, a fruta acumulou alta de 94,3%, de acordo com índice do Ceagesp.

No box em que Antonio Vassalo trabalha, no Entreposto Central de Abastecimento de Jundiaí (Ecaj), são movimentadas por mês 30 toneladas de bananas de três variedades: nanica, maçã e prata. Entre a última semana do ano e início deste mês, houve queda na movimentação e aumento no preço da fruta. “Choveu demais no Vale do Ribeira e isso quebra a produção. As bananas ficam moles e apodrecem. Não dá nem para tirar da roça. Chegamos a comercializar a caixa com 15 quilos por R$ 46. Agora já baixou, está cotada em R$ 36, em média”, explica Vassalo.

O local não comercializa direto ao consumidor, mas a cotação por quilo de cada variedade é de R$ 2,30 para a nanica, R$ 4 para banana prata e R$ 5 para a variedade maçã. Nos supermercados, nesta terça-feira (24), em promoção, a fruta foi cotada por R$ 3,59. Mas esse valor chegou ao dobro há uma semana, com custo de R$ 7, o quilo. O mesmo preço também foi registrado entre maio e julho do ano passado, quando foram registradas perdas por conta das geadas nas áreas produtoras.

A dona de casa Andrea Batista, 40 anos, é fã de banana maçã e está sofrendo para conseguir comprar o produto. “Além de ser difícil de achar, está cara. Já cheguei a encontrar por mais de R$ 10 o quilo dessa, mas a nanica, que é comum, chegou a ser vendida por R$ 7”, comenta. Índices - De acordo com estatística de preços da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), a banana nanica foi uma das frutas que acumulou maior alta no ano, com 94,3%, seguida pela variedade prata (55,8%), entre janeiro e dezembro de 2016. A explicação dada pelo estudo é de que vários problemas interferiram e levaram para cima o preço das frutas. “Problemas climáticos como estiagem no nordeste e excesso de chuvas no sul e sudeste, diminuição do volume ofertado, crise econômica e juros elevados inibindo investimentos, entre outros aspectos, prejudicaram a oferta de hortifrutícolas ao longo do ano.”

Nesta semana, segundo mesmo levantamento, permanecem em elevação os preços das frutas lichia, morango, melancia, lima da pérsia, uva thompson, banana prata, laranja lima, maçã nacional, maçã importada, pera importada, laranja pera, batata doce amarela, ervilha torta, mandioquinha, rabanete, brócolis, rúcula, coentro, couve-flor.




SC: AMAP enumera os desafios para 2017 na produção da maçã

Associação de Produtores De Maçã e Pêra De Santa Catarina – AMAP efetuou na semana passada a sua primeira reunião técnica com a nova diretoria e sob o comando do Presidente Rogério Pereira-Pirata.

A reunião contou com a presença dos produtores das principais localidade frutíferas da cidade de São Joaquim e também de Rio Rufino que destacaram detalhadamente as os desafios para 2017 no eixo setorial da AMAP.

De acordo com o presidente Rogério Pereira necessário – Pirata é necessário tornar impressionável a linha de produção de maçã de São Joaquim e Região no intuito de sensibilizar o governo sobre a importância de mercado que tem a maçã para o resto do país: -“É necessário sensibilizar o governo de que somos o maior produtor de maçã do Brasil e isto é indiscutível, é a nossa força de produção e a grande importância que temos para o mercado nacional” Destacou Pirata.

Entre os grandes desafios a serem enfrentados pela AMAP a partir de 2017 estão:

– A busca pelo desenvolvimento de novas moléculas para a produção de maçã, pois os fungicidas já estão perdendo seus efeitos

– A procura por novas tecnologias que possibilitem um melhor manejo da produção assim como a proteção dos pomares.

– Resgatar a auto-estima do produtor de maçã, como sendo o principal produto interno de uma economia já fortalecida.

– Uma luta implacável para a liberação dos seguros agrícolas.


– Negociação para novas modalidades de custeio.

– A busca pelo fortalecimento de uma representatividade política em todas as esferas.

– O requerimento para a melhoria das estradas do interior para o escoamento da safra.

– A busca para o aumento do preço de pauta da maçã que permanece baixo.

– A implantação dos pomos biodinâmicos aplicando uma nova tendencia de mercada para a maçã.

– Buscar métodos para combater a demanda criminal de pessoas que vem para São Joaquim trabalhar na colheita da maçã.

– Objetivar as mulheres para se integralizar na AMAP criando dessa forma diversos cursos de capacitação para os produtores e produtoras.

Por fim a AMAP também planeja visitar todas as localidades produtoras de São Joaquim e região para dialogar com os produtores e tomar conhecimento sobre as dificuldades e melhorias a serem implantadas no setor.


Cultivo de mamão é testado em assentamento rural de Confresa/MT


No município de Confresa foi implantada uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) para avaliar o desenvolvimento da cultura do mamoeiro. O experimento foi montado no Assentamento Independente I, na propriedade do produtor rural Nilson Rodrigues Mota, numa área de meio hectare. Foram plantadas 750 mudas de mamão da variedade Formosa, produzidas pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com a Secretaria de Agricultura do município.

O engenheiro agrônomo e supervisor da Empaer, Adaídes Aíres da Rocha, explica que a URT tem como objetivo fomentar a cadeia da fruticultura, observar o comportamento da cultivar, mostrar toda tecnologia aplicada no sistema de cultivo da fruta e permitir a introdução da cultivar como alternativa de renda e menor risco aos pequenos produtores. “O primeiro passo é mostrar aos agricultores da região como é feito o preparo do solo, plantio, manejo da cultura, tratos culturais e outros”, enfatiza.

Numa área de 98 hectares, o produtor rural Nilson Mota possui vacas leiteiras e produz 120 litros de leite por dia. A principal fonte de renda é a comercialização do produto. O supervisor da Empaer, Adaídes da Rocha, explica que o mamão completa a maturação fisiológica entre oito a nove meses, sendo necessário irrigar a planta para atingir a coloração amarela do fruto. O trabalho de acompanhamento da URT será avaliado durante dois anos.

Conforme o supervisor, o mamão é uma planta semiperene cultivada nos climas tropicais e subtropicais, onde não há chance de geadas ou temperaturas muito baixas. Para comercialização e consumo, deve-se colher os frutos quando apresentarem estrias ou faixas com 50% de coloração amarela. “Com o cultivo do mamão formosa, a intenção é vender para a merenda escolar e, a partir do mês de setembro, quando ocorre a colheita, vamos divulgar os primeiros resultados da fruta”, salienta.

O mamão é uma fruta que possui 86% de água na composição, é rica em vitaminas A, C, cálcio, ferro, potássio, minerais, carotenóides e fibras, além de possuir baixo teor de açúcar e aroma fraco. O mamão também possui algumas propriedades medicinais e pode ser considerada uma fruta calmante, além de ser um ótimo remédio natural para prisão de ventre.

Saf’s/Mapa

A Empaer, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está implantando, no município de Confresa, uma URT sobre Sistemas Agroflorestais (Saf’s) com as culturas de banana, cacau e seringueira. O projeto será executado numa área de um hectare, no assentamento rural independente. Segundo Adaídes da Rocha, o sistema Saf’s pretende fortalecer e desenvolver o potencial produtivo da agricultura familiar. “Essa URT ainda está aguardando algumas mudas de banana e acredito que até o final do ano, já iremos acompanhar a evolução das culturas”, finaliza.

Preços mais firmes dos adubos neste começo de ano


Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços dos adubos fosfatados e potássicos subiram 0,2% e 0,1%, respectivamente, na primeira quinzena de janeiro deste ano, frente a dezembro/16.

Os fertilizantes nitrogenados tiveram alta de 1,8% neste mesmo período. Algumas empresas falam em menor disponibilidade matéria-prima neste momento. Além disso, cabe destacar as recentes altas de preços dos adubos e matérias primas no mercado internacional, mais ajustado do lado da oferta nos últimos meses.

Já do lado da demanda interna, o cenário ainda é de baixa movimentação. A expectativa é de retomada a partir de fevereiro pelo setor de cana-de-açúcar e para atender a demanda para segunda safra no país.


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Clone de cajueiro Embrapa 51 se destaca em meio à estiagem no Nordeste

O clone de cajueiro-anão Embrapa 51 vem obtendo resultados bastante promissores entre produtores do município de Severiano Melo (RN). Nos últimos anos, apesar da severa estiagem registrada da região, os pomares do cajueiro registraram uma produtividade média de cerca de mil kg de castanha por hectare. Um diferencial do cajueiro é a resistência à seca e à resinose (Lasiodiplodia theobromae), uma das principais doenças que afeta a espécie. Além disso, o clone produz durante oito meses, enquanto que para os demais cajueiros a colheita é concentrada em quatro meses do ano.

O engenheiro agrônomo e produtor Antônio Tertulino explica que com a produção mais distribuída ao longo do ano o produtor consegue oferecer caju no mercado aproveitando o preço da safra e da entressafra. Ele salienta que o cajueiro tem se comportado bem no período de seca e que espera uma melhor produtividade (1,8 mil kg por hectare ) em anos com chuvas dentro da média histórica. Tertulino diz, ainda, que os produtores da região estão aproveitando melhor o pedúnculo, com a instalação de fábricas de suco na região. "Há seis anos, o principal produto aqui da região era a castanha, mas agora o caju é mais lucrativo", conta. 

Edvaldo Rodrigues de Oliveira produz cajueiro em uma área de 200 hectares e está muito satisfeito com a produtividade alcançada com o clone. "Ele diminui a produção, mas não para. É uma excelente planta em relação aos outros. Resistente à mosca branca e a seca. É o que melhor se adaptou à nossa região", diz

O clone Embrapa 51 foi lançado pela Embrapa Agroindústria Tropical para plantio comercial em cultivo de sequeiro no Semiárido. Além de ser resistente à resinose (Lasiodiplodia theobromae), uma das principais doenças que afeta a espécie, nos últimos anos a cultivar tem se mostrado bastante resistente à estiagem. Outra vantagem é que a safra ocorre quase sem interrupções por até dez meses, porque as etapas de desenvolvimento do fruto ocorrem simultaneamente.

O clone apresenta como características plantas de porte baixo, com altura média de 3,5m no sexto ano de idade. No quinto ano, sua produtividade média é de 1.510 kg de castanha por hectare. Dependendo da localidade, a safra varia entre julho e novembro.

Dia de campo

Em novembro, a Unidade promoveu um dia de campo naquela município em que reuniu mais de setenta produtores e técnicos. O evento contou com a parceria da Secretaria Especial do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Na ocasião, oito pesquisadores da Embrapa abordaram assuntos como manejo de pomares, fitossanidade, colheita e pós-colheita.

Fonte: Verônica Freire (MTb 01225) 

Manejar a matéria orgânica do solo é manejar a qualidade do sistema do solo

A palha para cobertura do solo proporciona benefícios como menor perda de água e de amplitude térmica



Para conhecer a capacidade produtiva do solo, é preciso fazer não somente a análise química, mas considerar também a análise física, como a densidade do solo, porosidade, agregação, retenção de água, raízes; e a biológica, como a microbiologia, fauna do solo e enzimas.

"Manejar a qualidade do sistema do solo é manejar a matéria orgânica do solo", afirmou Júlio Salton, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) na palestra "Estruturação física do solo", no Showtec 2017, no segundo dia do evento, 19 de janeiro. No estande da Embrapa, foram parceiros as Unidades da Embrapa: Agropecuária Oeste, Gado de Corte, Solos, além da Fundação Meridional e da organizadora do evento Fundação MS.

Se o solo tem poucas plantas, como no plantio convencional, o solo fica exposto, menos protegido, perde matéria orgânica e outros elementos. Com isso, há queda da fertilidade do solo, aumento da degradação e a produtividade dos cultivos diminui cada vez mais. "Ao serem colocadas mais plantas, intensifica-se o sistema de produção, com grande quantidade de palha e de raízes que serão decompostas, intensificando a atividade biológica aérea e subterrânea, além de aumento nos teores de matéria orgânica. Esses componentes começarão a interagir, de forma sinérgica, fazendo com que a planta tenha mais resistência a doenças, pragas e a veranicos, por exemplo", explicou o pesquisador.

A palha para cobertura do solo proporciona benefícios como menor perda de água e de amplitude térmica, maior taxa de infiltração de água da chuva, aporte de carbono, reciclagem de nutrientes, entre outros. No subsolo, as raízes, os microorganismos do solo e a matéria orgânica contribuem com a estrutura da solo ao formar e estabilizar os macroagregados, ao fazer o aporte de carbono, reciclar e disponibilizar maior quantidade de nutrientes, e ao ofertar mais água e maior sistema radicular.

Salton explicou que os macroagregados estáveis contribuem e são determinantes para a construção da estrutura de solo com qualidade, proporcionando macroporosidade, aeração, percolação da água no solo, favorecendo o crescimento radicular das plantas e estimulando a atividade biológica. Pesquisas, durante dez anos, em experimentos da Embrapa mostraram que o índice de estabilidade dos agregados foi de 91% em ILP e 97% em pastagem permanente. No sistema convencional o índice foi menor: 72%.

Quando os agregados são pouco estáveis, qualquer peso ou chuva os destrói e contribuem para o processo de compactação. "A braquiária é espetacular para formar agregados maiores e estáveis. A crotalária agrega as partículas mesmo em solo arenoso", disse. Na medida em que se aumenta o carbono no solo, aumenta-se também a estabilidade e a durabilidade de sua estrutura.

Para conciliar a produção vegetal de palha mais raízes com a produção de grãos, Salton explicou que é preciso ocupar o solo o tempo todo, diversificar as espécies, intensificar os cultivos e promover maior saldo de material orgânico. "A construção do solo para a máxima produtividade é promover a qualidade do solo", concluiu o pesquisador Júlio Salton.

Fonte: Embrapa

Curso de boas práticas de manipulação de alimentos indisponível

Curso era disponibilizado gratuitamente no portal da Anvisa, visando à capacitação de manipuladores de alimentos



A Anvisa retirou temporariamente do ar o curso online de boas práticas de manipulação em serviços de alimentação, a fim de realizar manutenção necessária para o seu pleno funcionamento, tendo em vista o recebimento de reclamações recorrentes dos usuários.

Para a capacitação adequada de manipuladores de alimentos exigida pela legislação sanitária, existem diversas alternativas, como cursos organizados e ministrados pelos próprios responsáveis pelo serviço de alimentação, por instituições terceirizadas e por instituições de fomento ao setor produtivo, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Clique aqui para acessar a cartilha da Anvisa sobre boas práticas para serviços de alimentação.


Fonte: Anvisa

Chamada pública para projetos de agroecologia e produção orgânica

Atenção pesquisadores de universidades públicas e particulares (sem fins lucrativos) de todo país! Foi lançado neste mês o edital nº 21/2016 destinará R$ 10,7 milhões aos melhores projetos voltados para a construção e socialização de conhecimentos e técnicas relacionados à agroecologia e à produção orgânica, bem como à promoção dos sistemas orgânicos de produção.

Realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Sead e pelos ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Educação (MEC), a chamada pública se encerra no dia 10 de março.

Como inovação, as propostas devem atender a implantação de Unidades de Referência nas áreas produtivas familiares, visando à construção participativa de referências em tecnologias produtivas e sociais voltadas à agricultura familiar. As propostas também devem atender à validação participativa de tecnologias de base agroecológica e orgânica e/ou o compartilhamento de conhecimentos de base agroecológica e orgânica, visando atender às demandas dos agricultores.

Outro requisito obrigatório dos projetos inscritos é que eles contemplem a realização de atividades de formação relacionadas aos temas de interesse da agroecologia e de produção orgânica, buscando a alternância entre teoria e prática. Tais atividades precisam ser realizadas ao longo do projeto, com pontos focais identificados previamente pelas instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), assim como a elaboração de fichas agroecológicas com tecnologias apropriadas à produção orgânica. 

Os projetos enviados devem estar inseridos em uma das seguintes linhas:
Linha 1: Criação de Núcleo de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEA);
Linha 2: Manutenção de Núcleo de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEA);
Linha 3: Criação de Centro Vocacional Tecnológico de Agroecologia e Produção Orgânica (CVT);
Linha 4: Manutenção de Centro Vocacional Tecnológico de Agroecologia e Produção Orgânica (CVT).

No processo de avaliação, serão considerados critérios como potencial de aplicabilidade para o desenvolvimento regional, atendimento ao público beneficiário, adequação da metodologia e capacidade técnica e gerencial para a execução do objeto.

Esta chamada dá continuidade às ações iniciadas pelo edital nº 81/2013, e apoia projetos de ensino, extensão universitária e pesquisa voltados para a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. 

Acesse aqui o edital


Produção de maçãs tem aumento de 11% no faturamento em 2016

Tipos da fruta mais produzidos no Brasil são Fuji e Gala.



A produção de maçãs no Brasil teve um bom ano-safra em 2016 e as fazendas faturaram R$ 4,3 bilhões, um aumento de 11% em relação a 2015.

Um dos fatores que contribuem para este crescimento é uma mudança realizada pelo governo em 2013: a liberação do uso de suco de maçã na produção de outras bebidas como sucos e até refrigerantes. Como o suco da maçã tem um gosto considerado neutro e é adocicado, ele possibilta que as quantidades de açúcar sejam reduzidas nessas bebidas.

No Brasil, os tipos da fruta mais produzidos são Gala e Fuji. Os maiores produtores do país são os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que começam a fazer as colheitas no fim de janeiro e o trabalho se extende até o final de março.

Fonte: G1

Governo libera pré-custeio agrícola de R$ 12 bilhões com juros de até 9,5%

Agronegócio 'só precisa de financiamento', disse presidente Michel Temer.
Linha de crédito é voltada para compra de máquinas, sementes e fertilizantes.




O presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, confirmaram nesta quinta-feira (19) a liberação de um pré-custeio de R$ 12 bilhões para beneficiar produtores rurais na safra 2017/2018.

O valor da linha de crédito, que já tinha sido antecipado à imprensa esta semana, é 16,5% superior ao anunciado no período anterior, quando foram concedidos R$ 10 bilhões. A taxa de juros, no entanto, também é maior em relação ao que foi concedido um ano antes, ainda no governo Dilma Rousseff, e chega a 9,5% ao ano.

"A agricultura e o agronegócio vão tão bem, são tão sustentadores do país, que só precisa de financiamento. É o que estamos fazendo nesse momento", afirmou Temer durante evento no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Ribeirão Preto (SP).

Diante de autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ele também falou que o 'está começando a sair da recessão'.

Durante o anúncio, um grupo de 20 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez um protesto, mas não houve tumulto.

Pré-custeio
Viabilizado por meio de uma linha de crédito do Banco do Brasil, o pré-custeio, que antecede o Plano Safra 2017/2018, previsto para ser lançado em maio, visa auxiliar produtores no planejamento e na aquisição de insumos como máquinas, sementes, fertilizantes e pesticidas no início deste ano. Projeção do IBGE aponta uma produção de 213,7 milhões de toneladas de grãos em 2017, o que representa uma alta de 16,1% em relação ao ano passado.

Os juros anunciados pela União serão de 8,5% ao ano para um crédito de até R$ 780 mil por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp) e de 9,5% para a obtenção de até R$ 1,32 milhão aos demais produtores.

No ano passado, as taxas anuais eram de 7,75% para uma carta de crédito de R$ 710 mil e de 8,75% para R$ 1,2 milhão em financiamento.

Após a cerimônia no interior de São Paulo, o presidente da República volta para cumprir compromissos em Brasília (DF).

Participação no mercado externo
Em seu discurso, o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki, defendeu o bom momento do agronegócio brasileiro e o foco nos investimentos em território nacional para "mitigar" um legado deixado com mais de 12 milhões de desempregados.

Ele destacou que um em cada três brasileiros trabalha no agronegócio e que o governo tem a pretensão de elevar a participação do setor de 5% para 10% no mercado internacional em cinco anos.

"Não vamos aceitar a pecha de que produzimos mal, seja no Brasil, seja no mundo”, disse o representante da Agricultura no IAC, localizado onde também é realizado anualmente a Agrishow, maior feira de agronegócio do país.

Fonte: G1

Ações de companhia argentina de limões caem após EUA suspender acordo para importação

A companhia e o governo argentino não quiseram comentar imediatamente sobre o anúncio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos



As ações da exportadora argentina de limões San Miguel caíram 8,4 por cento mais cedo nesta segunda-feira após Washington emitir uma suspensão de 60 dias sobre sua decisão de dezembro que permitia a importação de limões do noroeste da Argentina para os Estados Unidos. A companhia e o governo argentino não quiseram comentar imediatamente sobre o anúncio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) sobre a paralisação, que segundo declaração de 22 de janeiro foi decidido "em acordo com a orientação da Casa Branca emitida em 20 de janeiro."

Nesta data, Donald Trump, que prometeu reformular acordos de comércio, tomou posse como presidente dos EUA

No mês passado, o USDA disse que iria retirar uma proibição sobre as importações de limões da Argentina, permitindo que produtores no maior produtor do mundo acessem o maior mercado consumidor pela primeira vez em 15 anos.


Fonte: Reuters

Viticultura de Qualidade é tema de evento em Santa Catarina

Encontro, com inscrições gratuitas, contará com a apresentação de técnicos da Epagri e Embrapa


Na próxima quinta-feira, dia 26 de janeiro, a Epagri e a Embrapa Uva e Vinho promovem Dia de Campo sobre Viticultura de Qualidade, no Viveiro Renato Viecelli, no Distrito de Anta Gorda, em Videira (SC). O encontro, com inscrições gratuitas, contará com a apresentação de técnicos da Epagri e Embrapa. Eles vão abordar assuntos essenciais para uma boa produtividade, como manejo de cultivares de uva sobre diferentes porta-enxertos, padrão sanitário e morfológico de mudas de videira, o processo de licenciamento de viveiristas e as cultivares de uva da Embrapa para o meio-oeste Catarinense. Os participantes também vão ouvir o depoimento do viveirista e degustar uvas e sucos de novas cultivares desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa – Uvas do Brasil.

O evento faz parte do Projeto Mudas de Qualidade Superior (SIBRATEC/FINEP) e do Programa para licenciamento de viveiristas de videira, que visam qualificar e disponibilizar materiais propagativos com garantias sanitárias, genéticas e agronômicas superiores, a um preço acessível aos produtores.

"Desde 2013 tem se realizado um enorme esforço público-privado na busca da produção de mudas de qualidade superior a partir da transferência responsável dos materiais vegetais básicos obtidos pelo programa de limpeza viral da Embrapa Uva e Vinho. Este evento é a possibilidade de mostrar o andamento deste trabalho em Santa Catarina que, junto com as tecnologias desenvolvidas pela Epagri permitirão o avanço tecnológico da viticultura do Vale do Rio do Peixe ", avalia Daniel Grohs, engenheiro agrônomo da Embrapa Uva e Vinho e um dos responsáveis pelo Dia de Campo.

Serviço:

O que: Dia de Campo sobre Viticultura de Qualidade

Data: 26 de janeiro

Horário: Das 13h30 às 16h

Local: Viveiro Renato Viecelli, Distrito de Anta Gorda, Videira (SC)


Programa:

13h30 - Recepção e Abertura – Gerência Regional da Epagri

13h50 – Estação 1 - Manejo de cultivares de uva sobre diferentes porta-enxertos

Marco Antônio Dalbó – Epagri – Estação Experimental de Videira (SC)

14h10 - Estação 2 – Padrão sanitário e morfológico de mudas de videira e sua relação com o declínio de parreirais - Daniel Grohs - Embrapa Uva e Vinho

14h30 – Estação 3 – Processo de licenciamento de viveiristas e cultivares de uva da Embrapa - Nelson Feldberg - Embrapa Produtos e Mercado

14h50 -Depoimento do viveirista licenciado - Renato Viecelli

15h10 – Encerramento com degustação de uvas e sucos de novas cultivares desenvolvidas pela Embrapa

Informações e inscrições: Epagri: (49) 3533-5495 e Embrapa (54) 3455-8071 Viveiro Renato Viecelli – (49)99825-6683


Fonte: Embrapa

Adubação com pó de rocha e agricultura biológica atraem produtores

Lei nº 12.890/13 instaurou o marco legal da rochagem no Brasil, possibilitando que remineralizadores de solo possam ser registrados




A busca por informações e relatos sobre manejos mais sustentáveis e economicamente viáveis em relação ao sistema convencional de cultivo atraiu mais de 400 produtores rurais, técnicos, profissionais e pesquisadores do agro de todo o País ao 3º Dia de Campo da Soja – Safra 2016/17 nessa quinta-feira (19), em Mineiros (GO). Um destaque da programação na Fazenda Babilônia foi a adubação com pó de rocha ou remineralizadores de solo, da qual o proprietário Rogério Vian é adepto.

Entusiasta do pó de rocha, Rogério introduziu essa prática num talhão de 54 hectares e, gradativamente, a implementou em toda sua área. “Já são 10 safras (verão e safrinha) e a diferença mais gritante é a redução de custos, sem afetar a produtividade. Consegui diminuir 80% dos gastos com fertilizantes em relação à adubação convencional”, comentou. No primeiro ano da rochagem, o gasto “empata” com a fertilização tradicional, afirmou Rogério, porque são necessárias cinco toneladas de pó de rocha por hectare. Mas o custo é diluído com o tempo, já que esse tipo de adubação não requer adubações sucessivas.

Além de observar expressiva queda nos gastos com adubação, o produtor percebeu melhorias na qualidade do solo, presença de “mais vida” na terra e incremento de matéria orgânica. “O sistema vai mudando como um todo, não é só o pó de rocha; tem o uso de mais bactérias, tratamento de sementes sem químicos. Evito aplicar glifosato perto do plantio para não ter danos. Você vai aprendendo, gostando e se sentindo capaz de tocar as lavouras sem químicos”, ressaltou Rogério, que a 20 dias da colheita afirmou ter talhões onde não fez sequer uma aplicação química. Entre as “novidades” testadas na propriedade está a pulverização com calda bordalesa, fungicida em desuso na agricultura moderna.

Além do anfitrião Rogério, que é diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), o dia de campo teve a participação de outros dirigentes e associados. O presidente Bartolomeu Braz Pereira destacou a importância do despertar de produtores; órgãos de pesquisa, a exemplo da Embrapa; e entidades como Aprosoja-GO, Faeg, sindicatos rurais e associações do setor para opções sustentáveis, produtivas e viáveis economicamente.

“Estamos buscando essas alternativas para que o produtor não fique dependente das empresas de produtos químicos. Essa experiência na fazenda do Rogério nos dá outro caminho, em busca de uma fertilização e manejo de pragas mais natural, com produtos à base de bactérias, fermentados e outros agentes biológicos. Nós podemos ter um controle eficiente, mais barato e menos danoso ao meio ambiente”, comentou Bartolomeu. “É muito positivo tudo isso, vejo como o futuro da agricultura e espero que a gente possa disseminar essas informações para que mais produtores façam a experiência e possam obter os mesmos resultados vistos por aqui”.

Rochagem


A Lei nº 12.890/13 instaurou o marco legal da rochagem no Brasil, possibilitando que remineralizadores de solo possam ser registrados e comercializados. Pesquisador na Embrapa Cerrados, o geólogo Éder de Souza Martins ponderou que nem todo pó de rocha pode substituir a adubação convencional; depende do material de origem de onde se extrai o pó, que deve ter granulometria similar à de calcário.

Em Aparecida de Goiânia (GO), por exemplo, está localizada uma fonte de micaxisto, rico em potássio, que pode até substituir adubos à base de cloreto de potássio, segundo Martins. Apesar de essa pedreira abastecer muitos produtores de Goiás que fazem adubação com pó de rocha, o pesquisador explicou que o ideal é encontrar minas regionais, pela viabilidade do frete e também porque “cada ambiente agrícola tem sua fonte de remineralizadores na própria região”. Para levantar essas informações, a equipe de Martins vem realizando o zoneamento agrogeológico do Cerrado e do Sul do País.

Dentre as vantagens do pó de rocha, o geólogo da Embrapa destacou a geração de minerais 2:1 (argilas como vermiculita e esmectita) no solo e maior eficiência na liberação de nutrientes para as plantas. “As rochas são complexas, compostas de vários minerais que reagem de forma distinta com o solo. Mas sem atividade biológica, a rochagem não funciona. Os microrganismos interagem com o pó de rocha, elevando muito a CTC [Capacidade de Troca de Cátions] do solo”, informou Martins.

Coragem para mudar

Produtor de grãos em Silvânia (GO) e associado da Aprosoja-GO, Clodoaldo Calegari viajou mais de 600 km até a fazenda em Mineiros, interessado em conhecer as práticas apresentadas no dia de campo. “A gente tem que buscar novas tecnologias para obter formas de melhorar nossa margem de rentabilidade, pois nossa produtividade vem crescendo lentamente enquanto os custos estão se elevando cada vez mais”, disse. “É frequente a visita de fornecedores querendo nos vender produtos diferenciados, mas essas discussões com pesquisadores de alto nível, experiências e opiniões dos próprios usuários das tecnologias são até mais importantes que a dos fabricantes”, afirmou Clodoaldo.

Em sua propriedade, ele vem trabalhando com manejo fisiológico de plantas, mapeamento de adubação e, mais recente, começou a utilizar produtos biológicos. “Quando você consegue a interação entre biologia do solo, matéria orgânica e fertilidade, os resultados são bastante interessantes”, destacou. Para Clodoaldo, o produtor rural tem certa dificuldade de sair de sua zona de conforto. “Se a gente não correr atrás, vamos continuar no mesmo lugar. A gente vai pescando ideias e trazendo para nossa realidade, começando devagar, avaliando, adaptando. O principal entrave ainda o medo do novo. Mas se o pessoal está procurando [como demonstra o grande público do evento] é porque está interessado.”

O anfitrião Rogério Vian concorda com Clodoaldo, lembrando que é preciso coragem para mudar. “A primeira prova de coragem é tirar o adubo, depois você começa a tirar outras coisas e vai aprendendo com o que a natureza ensina todo dia. É só prestar um pouco de atenção, estudar e procurar quem entende do assunto e já fez essas mudanças.”

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Negociação da rastreabilidade de alimentos tem avanços

Objetivo de parceria com supermercados é garantir produtos com menos agrotóxicos.


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estão avançando na parceria, estabelecida em Termo de Cooperação, que amplia o acesso do agricultor a boas práticas de produção integrada agropecuária. O objetivo é reduzir custos de produção, com vantagens para o consumidor e o abastecimento de alimentos mais saudáveis, livres de resíduos que ofereçam riscos à saúde.

Segundo o coordenador de Produção Integrada Agropecuária da Secretaria de Mobilidade e Cooperativismo do Mapa, Helinton Rocha, a cooperação entre o governo e o setor deverá expandir o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). Houve experiência piloto bem sucedida em Santa Catarina, envolvendo mais de 30 grandes redes de supermercados.

O Rama será implantado no Rio Grande do Sul e no Paraná. As centrais de abastecimento de São Paulo (Ceagesp) e a de Minas Gerais (Ceasa Minas) também deverão estimular seus fornecedores a produzir alimentos mais seguros e com rastreabilidade.

O Rama é baseado no monitoramento e rastreabilidade de frutas, de legumes e de verduras (FLV), monitora resíduos de agrotóxicos utilizados desde a produção até o ponto de venda. O principal objetivo é garantir que resíduos de defensivos agrícolas encontrados nos alimentos não estejam acima de níveis que ofereçam riscos à saúde e também do nível permitido legalmente, estando, portanto, seguros para o consumo humano.

O superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que a entidade e o Mapa buscam maneiras de incluir todos os envolvidos na produção de vegetais e de frutas, até mesmo fabricantes de agrotóxicos, para que garantam produtos seguros e de qualidade.

Agricultores irão receber treinamento para fornecer produtos com maior valor agregado e varejistas para vender alimentos seguros. Milan informou que os produtos que mais preocupam em relação ao excesso de agrotóxicos são o pimentão, o morango e a laranja. Garantiu que as medidas de proteção não deverão aumentar os custos para os consumidores.

Em reunião realizada nesta terça-feira (17) no Mapa, participaram representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Federal de Viçosa (MG), da Associação Brasileira de Automação (GS1) e da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem). 

A Produção Integrada Agropecuária – PI Brasil, que respalda o selo oficial “Brasil Certificado” é um Sistema de Produção capaz de produzir comida segura para o consumo, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida, assegurando que a procedência do alimento é conhecida. Na Europa, mais de 90% das frutas, legumes e verduras são produzidos no sistema integrado.

Fonte: MAPA 

Maracujazeiro silvestre faz sucesso em assentamentos de reforma agrária

O agricultor Pedro Malaquias, juntamente com sua esposa, Dovalina Soares, cultivam há um ano o maracujazeiro silvestre Pérola do Cerrado no assentamento da reforma agrária Oziel Alves III, em Planaltina, DF. O sorriso estampado no rosto do casal indica facilmente que a experiência deles está sendo bastante positiva. "Estou muito satisfeito. As pessoas estão conhecendo aos poucos o produto e todo mundo gosta muito. Minha ideia é aumentar cada vez mais a área plantada com essa variedade", contou.

O casal iniciou a produção a partir de 50 pés da cultivar BRS Pérola do Cerrado implantados em sua propriedade por meio do projeto Desenvolvimento Tecnológico para Uso Funcional das Passifloras Silvestres - Rede Passitec. Hoje eles possuem dois mil pés desse maracujazeiro silvestre na propriedade de apenas 7,5 hectares. "E nossa ideia é ampliar essa área cada vez mais", planeja o agricultor. Para ele, um dos aspectos de destaque do Pérola é a rusticidade do material. "Não precisamos colocar veneno na plantação. Pra gente que optou pelo cultivo orgânico isso é muito bom". Por se tratar de um maracujá silvestre, o BRS Pérola do Cerrado apresenta alta resistência a pragas e doenças, característica importante para reduzir a aplicação de defensivos agrícolas.

O trabalho no assentamento Oziel Alvez III é parte de um exercício de logística para alavancar o crescimento econômico de produtores de baixa renda pelo cultivo e comercialização de plantas com maior valor de mercado. Também participam da ação os agricultores que fazem parte do programa Brasil sem Miséria. "É um grande desafio trabalhar com tantos produtores, mas o resultado é gratificante", afirmou Maria Bezerra, coordenadora do programa no âmbito da Emater-DF.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ana Maria Costa, 69 famílias receberam mudas e treinamento no cultivo do maracujá Pérola. "Hoje boa parte já tem os frutos produzindo e agora nossa meta é gerar opções para a comercialização com base no estudo econômico que fizemos", afirmou. As ações são executadas pela Embrapa, em colaboração com a Emater-DF, Associação dos Fruticultores Familiares e Produtores de Maracujá do DF e Entorno (Aprofama), CEASA-DF e Universidade de Brasília (UnB).

Pérola na merenda - a Cooperativa dos Produtores Rurais da Lagoa Formosa (Cooperlag), localizada no município goiano de Planaltina de Goiás, está recebendo de produtores rurais da região, desde o mês de outubro de 2015, polpas do maracujá BRS Pérola do Cerrado. As polpas são entregues pela cooperativa para as escolas da região dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

A partir do lançamento, em 2013, a BRS Pérola do Cerrado vem sendo cultivada com sucesso por produtores de várias regiões do Brasil, incluindo os produtores da Cooperlag. Toda semana, a cooperativa entrega centenas de quilos de polpa de frutas variadas, incluindo do maracujá BRS Pérola do Cerrado, para as escolas de Planaltina de Goiás e de Santo Antônio do Descoberto, também no município goiano. "Para nós é uma grande satisfação saber que as crianças das escolas do município têm acesso a essa fruta. É mais uma forma de assegurar o equilíbrio nutricional dos nossos alunos", destacou a nutricionista da prefeitura de Planaltina de Goiás, Karla Coimbra.

A pesquisadora Ana Maria Costa ressalta a relevância desse tipo de parceria. "É muito importante atuarmos nas diversas fases do processo de adoção das tecnologias. Nosso papel, nesse contexto específico, é o de sermos articuladores. A partir daqui os atores envolvidos podem caminhar sozinhos. É gratificante para nós chegarmos nessa etapa e ver na ponta o resultado de todo um trabalho de anos de pesquisa", afirmou. De acordo com o extensionista da Emater-DF, Geraldo Magela, o maracujá é uma cultura que se vende facilmente. "O consumo tem aumentado muito e os agricultores têm conseguido colocar seus produtos no mercado", afirmou.


Organização - a organização dos produtores é fundamental para o desenvolvimento da cadeia produtiva do maracujá. Juntos eles podem adquirir insumos e financiamentos em melhores condições, agregar valor à produção e acessar diversos mercados, inclusive externos. Um exemplo dessa organização foi a criação da Associação dos Fruticultores Familiares e Produtores de Maracujá do DF e Entorno (Aprofama). Fundada em 2013, a entidade busca melhorar as condições de vida dos associados, compartilhando informações sobre técnicas de produção e manejo, mercado, preços, e a melhoria da qualidade e da produtividade.

Para Magela, a organização dos produtores é importante em todos os elos da cadeia. "Tanto na compra de insumos, na comercialização dos produtos e até mesmo na agregação de valor dos produtos obtidos", afirma. O extensionista conta ainda que o retorno econômico proporcionado pela cultura do maracujá também está contribuindo para um fenômeno interessante: a reversão do êxodo rural. "Jovens que deixaram a propriedade rural para trabalhar na cidade, estão retornando, pois conseguem vislumbrar um futuro promissor".

É o caso do técnico agrícola Vinicius Ribeiro de Sousa. Filho de agricultores, ele trabalhou por nove anos em uma instituição financeira, mas decidiu voltar para a chácara da família em Planaltina e hoje ajuda na produção do maracujá. "Quem tem vocação sempre volta para a sua origem, que é onde você se sente bem. Meu pai já está na idade de se aposentar. Como eu estava percebendo que essa atividade dele com o maracujá estava crescendo, resolvi voltar e ajudar", relata.

"O maracujá tem sido destaque em alguns casos de sucesso, porque maracujá é transformação, é uma cultura que pode melhorar e muito a qualidade de vida das pessoas que vivem no campo, muitas vezes pessoas trabalhadoras e humildes que querem qualidade de vida. Essas pessoas querem seus filhos na escola, querem seus filhos próximos da família. Nessa linha, a fruticultura e o maracujá são exemplos de sucesso", enfatiza o pesquisador da Embrapa Fábio Faleiro.

O Pérola - lançada depois de quase 20 anos de pesquisa, a BRS Pérola do Cerrado foi a primeira cultivar de maracujazeiro silvestre disponibilizada para fruticultores e consumidores. Possui quádrupla aptidão: consumo in natura, processamento industrial, ornamental e funcional. As condições de cultivo e produção são semelhantes às do maracujazeiro azedo. A produção dos frutos começa a partir dos oito meses e a planta produz o ano inteiro.

Mais informações sobre a BRS Pérola do Cerrado podem ser obtidas no endereço eletrônico https://www.embrapa.br/busca-de-produtos-processos-e-servicos/-/produto-servico/1039/maracuja---brs-perola-do-cerrado-brs-pc

Foto: Juliana Caldas


Fonte: Embrapa

Controle das doenças da videira na fase de pré-colheita

Artigo de Lucas da Ressurreição Garrido, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho



No último boletim publicado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em dezembro de 2016, a análise detalhada do modelo estatístico (CPPMet/UFPel) indicou, para o mês de janeiro, precipitações dentro do padrão climatológico na maior parte do estado do Rio Grande do Sul. Já para os meses de fevereiro e março, uma tendência é de chuvas abaixo do padrão, especialmente durante fevereiro.

Para a agricultura, uma das variáveis meteorológicas que mais influencia o desenvolvimento de doenças é o volume de precipitação e, no caso da videira, como em outras espécies de plantas, ela é extremamente importante neste período que antecede a colheita da uva. A frequência de chuvas, a alta umidade relativa, o molhamento foliar constante, o orvalho e a cerração tornam o ambiente extremamente favorável para o crescimento dos fungos sobre a superfície dos tecidos vegetais, dando prosseguimento à infecção, colonização e esporulação, quando eles podem se disseminar. As principais doenças que têm ocorrido nos vinhedos da Serra Gaúcha nessa época são o míldio (mufa) e as podridões do cacho.

Neste momento decisivo da safra, o controle do míldio vem sendo realizado com a utilização de produtos à base de cobre, entre eles a calda bordalesa, que possibilita uma proteção de aproximadamente 15 dias, devido à presença da cal, que age como um fixador do cobre sobre os tecidos, reduzindo a lavagem. Já as formulações de hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre, por causa de sua formulação diferente, devem ser reaplicadas a cada 7 dias ou após chuvas acima de 20 mm, a fim de não deixar os tecidos desprotegidos.

As podridões do cacho da videira, por outro lado, devem ser manejadas visando reduzir tanto o inóculo presente no parreiral como também garantir a proteção dos tecidos das bagas. Assim, o produtor deve percorrer diariamente o vinhedo e retirar as bagas ou pedaços de cacho que estejam com alguma podridão, recolhendo-os para posterior destruição. Esta medida visa reduzir a disseminação da doença para outras bagas ou cachos presentes na área. Também é recomendada a pulverização dos cachos com fungicidas sistêmicos (piraclostrobina + metiram, tebuconazole, tetraconazole, boscalida + cresoxim metílico, pirimetanil, procimidone, azoxistrobina, Bacillus subtilis, entre outros) antes do fechamento do cacho, uma segunda aplicação pode ser feita, observando e respeitando o período de carência do produto utilizado. É importante pulverizar o cacho completamente, para que fique "revestido" com o produto utilizado, uma vez que falhas na cobertura possibilitam o desenvolvimento de podridões.

O agricultor também deve se lembrar dos cuidados na hora da aplicação para a maior eficiência dos tratamentos: evitar os horários muito quentes ou com vento, além de direcionar os bicos adequadamente, seja para as folhas ou para os cachos. Dessa forma, o manejo realizado no vinhedo representará um resultado positivo na qualidade da uva colhida. O uso de EPI's é outro ponto que deve receber uma atenção especial, pois irá garantir a saúde e a segurança do produtor.

Fonte: Embrapa

EUA e Europa tem semelhanças na queda de consumo

Entidade brasileira busca parceria com empresas e associações americanas para fazer nos EUA uma campanha de promoção de suco de laranja similar ao que está sendo feita na Europa



As vendas de suco de laranja terminaram em 2016 em queda, mas num ritmo ligeiramente mais moderado. Os produtores de laranja da Flórida, que fornecem a maior parte do suco de laranja consumido nos Estados Unidos, podem se lamentar junto com os brasileiros, que também viram declínio de suas vendas na Europa, seu principal mercado. "De fato, a história nos Estados Unidos e na Europa é a mesma", disse Ibiapaba Netto, diretor executivo da Associação Brasileira de Exportadores de Cítricos (CitrusBR), que representa os processadores de suco do Brasil. "A única diferença é a velocidade com que o mercado de suco de frutas tem diminuído. Nos Estados Unidos a situação parece mais crítica".

-6,2%
Esse é o declínio nas vendas domésticas de suco de laranja no período de quatro semanas que termina em 24 de dezembro, de acordo com o relatório mais recente do Departamento da Flórida de Citrus. Esse é um desempenho melhor do que os dois primeiros meses da temporada de cítricos 2016/17 Florida, que começou em outubro. Os declínios nas vendas tiveram média de 8,5% nesses dois meses.

As vendas de suco de laranja terminaram a temporada de 2015/16 com queda de 5,4%, continuando uma tendência em 14 das últimas 15 temporadas, segundo estatísticas do departamento. Um aumento de 1% na temporada 2008/09 interrompeu a tendência de queda.


2,6%

Esse foi o aumento médio no preço de varejo de um litro de suco de laranja durante o período de quatro semanas que terminou em 24 de dezembro em grandes lojas dos EUA, informou o Departamento de Citrus. O preço médio em dezembro subiu para US $ 6,62 por galão, acima de US $ 6,45 em relação ao ano anterior.
O preço médio de varejo subiu da média de 1,5% observada nos dois primeiros meses de 2016/17. Isso elevou a média para todos os três meses da atual temporada para 1,8 % maior.

Os aumentos de preços não são o único fator por trás das quedas das vendas. Para a maior parte das últimas 15 temporadas, os funcionários de marketing do Departamento de Citrus trabalharam para contrariar a publicidade negativa sobre o teor de açúcar no suco de laranja, que dizem ter afastado consumidores do produto.

-71%

Esse foi o declínio na colheita de laranja da Flórida desde 2003/04, a temporada antes da chegada do greening para os pomares do estado. Os produtores de citrus da Flórida produziram 242 milhões de caixas de laranjas há 13 temporadas, em comparação com 71 milhões de caixas que devem ser colhidas nesta safra.

A queda na produção de fruta significa menos suco de laranja disponível para vender, outro fator no declínio das vendas, segundo Tom Spreen, professor emérito da Universidade de Florida de economia agrícola e uma autoridade na indústria de citrus do estado. "O principal fator que reduz o consumo de óleos no mundo é a redução da produção, especialmente na Flórida e em São Paulo, no Brasil", disse Spreen. "A oferta reduzida resultou em preços substancialmente mais altos em todo o canal de marketing, inclusive no nível de varejo".
O Brasil é o maior produtor de laranja e de suco de laranja do mundo. O Greening chegou lá em 2004, um ano antes que surgiu na Flórida, e teve um efeito igualmente devastador na sua produção. Outros fatores também desempenham um papel no declínio da demanda pela bebida entre consumidores mundiais. "Há preocupações no lado da demanda que incluem fatores demográficos, crescimento econômico fraco (especialmente na Europa) e preocupações dietéticas, que principalmente girar em torno do açúcar", acrescentou Spreen. 

22%

Foi a queda no consumo europeu de suco de laranja de 2003 a 2015, segundo dados fornecidos pela CitrusBR. O declínio norte-americano no mesmo período foi de 35%. Florida também fornece suco de laranja para o mercado canadense.
Alguns mercados europeus têm recuado de forma mais acelerada durante o período de 12 anos, incluindo a Alemanha (-42% ) e Reino Unido (-27% ), conforme mostram os números da CitrusBR.

Os comerciantes de suco de laranja brasileiro têm enfrentado a mesma publicidade negativa sobre o conteúdo de açúcar que acontece nos EUA, disse Netto. "No caso dos Países Baixos, por exemplo, apenas 8% de todas as menções sobre o suco de fruta foram positivos", disse ele. "No Reino Unido, vamos enfrentar problemas com as autoridades locais para mudar algumas leis sobre as bebidas açucaradas, mas sem considerar que os sucos de frutas não têm açúcar adicionado. Há um grande mal-entendido sobre essa questão na Europa".

Os brasileiros estão tentando neutralizar a publicidade negativa por meio de uma parceria com a Associação Européia de Sucos de Frutas (AIJN) a um custo de US $ 3,5 milhões por ano, disse Netto. Como na campanha do Departamento de Citrus da Flórida, ele se concentra em compartilhar informações científicas sobre nutrição e benefícios para a saúde do suco em comparação com bebidas com açúcar adicionado.

Os brasileiros estão procurando parceria com o Departamento de Citrus da Flórida e varejistas de suco de laranja dos EUA para a campanha de promoção do suco de laranja , acrescentou Netto. "No final do dia, embora a Europa represente 70% do nosso negócio, os EUA são o maior e mais importante mercado do mundo, como de costume", disse Netto. "E gostaríamos de iniciar uma conversa sobre como o Brasil e os EUA podem trabalhar juntos para aumentar o consumo de suco de laranja".

Publicado no jornal The Ledger 

Emater/RS-Ascar incentiva diversificação de culturas

Crise também gera oportunidades. É o caso da família do agricultor Ronaldo Magoga, de Vista Alegre do Prata, que devido a questões de divisão da área de terra e baixa do preço do leite, foi forçada a buscar alternativas. Sem muitas opções, o agricultor decidiu investir na produção de morangos em ambiente protegido (ou cultivado em substrato), e está contando com a assistência técnica da Emater/RS-Ascar.

Na última quinta-feira (19/01), a equipe do Escritório Municipal, reforçada com a presença do assistente técnico regional, Enio Todeschini, realizou visita técnica para apoio à produção de morango. Magoga implantou, de forma experimental, em torno de 500 mudas na metade do ano passado. A experiência foi aprovada e a família está motivada, já planeja ampliar o cultivo para cerca de três mil mudas de morangueiro, o que vai oportunizar um incremento na renda e a ocupação da mão de obra de todos os integrantes (casal e filha). 

Na visita, o produtor foi capacitado na produção das mudas para ampliação do negócio e recebeu orientações sobre adubação, manejo fitossanitário e fisiologia da planta. 

"Esperamos que o exemplo deste produtor motive mais agricultores do município a buscarem alternativas de negócios, garantindo renda para as famílias e promovendo a diversidade e qualidade de produtos na mesa dos consumidores locais", diz o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Gabriel Pontalti. 

Fonte: Emater - RS

A influência da qualidade do solo para a atividade agrícola

Asmus reforça que o produtor rural ao realizar o manejo de nematoides tem que olhar o todo


Um dos maiores patrimônios da agricultura é o solo e toda atenção a ele foi dada durante o primeiro painel de palestras que abriu as atividades técnicas do Showtec 2017 em Maracaju (MS). No espaço da Embrapa e parceiros, os participantes da feira lotaram o auditório para debater e trocar experiências sobre a qualidade do solo e sua estrutura e, ao final, perceber a campo as diferenças entre áreas em condições favoráveis e outras com histórico de degradação e em diversos sistemas de cultivo.

Palestrante no painel, a pesquisadora Michely Tomazi da Embrapa Agropecuária (Dourados-MS) afirma que muitas vezes o produtor não observa a parte física do solo pela ausência de ferramentas adequadas. "Geralmente cuidamos das características químicas, mas a qualidade estrutural leva em consideração elementos físicos, biológicos e químicos e a estrutura do solo é um dos atributos mais completos para avaliação da qualidade", enfatiza.

Em sua explanação, a agrônoma apresentou um método para diagnóstico rápido da estrutura a campo, que chegou para preencher essa lacuna de ferramentas de reconhecimento em larga escala. A técnica desenvolvida examina o formato e tamanho dos agregados, feições de compactação, sistema radicular e atividade da fauna do solo. A metodologia integra o projeto Solo Vivo, financiado pela Embrapa e Itaipu Nacional.

O manejo segundo a especialista é um componente que impacta diretamente no solo e sua estrutura. Tomazi explica que uma área bem manejada possui predomínio de agregados de 1 a 4 cm, atividade biológica intensa, raízes distribuídas em todas as direções, perfil sem divisão abrupta de camadas e ruptura com faces desuniformes. Por sua vez, um solo em más condições apresenta terra fina (pulverizado), torrões maiores que 7 cm, camadas endurecidas no perfil, ruptura com faces retas, raízes achatadas ou raras, mínima atividade biológica e divisão abrupta de camadas. 

"Se queremos um alicerce formado em cima, precisamos ter um bem formado embaixo", ratifica a pesquisadora ao ressaltar a importância de o produtor optar por sistemas de cultivo que utilizem rotação e consórcio de culturas e priorizem o manejo correto do solo, pois "tudo isso funcionando corretamente, a produtividade é certa". O fitopatologista da Embrapa, Guilherme Asmus, comunga da mesma recomendação, ao relatar que os resultados de experimentos com nematoides demonstram também que o sistema de rotação de culturas é o mais recomendável para o controle da doença.

Nematoides 

Também painelista no Showtec, Asmus reforça que o produtor rural ao realizar o manejo de nematoides tem que olhar o todo. "Não adianta fazer um manejo pontual. São muitos fatores envolvidos e precisam ser considerados. Tudo influencia a densidade populacional de nematoides. É um sistema complexo", frisa o nematologista.

Ele detalha que a população do parasita é influenciada pela temperatura e pH do solo, água livre, textura (argiloso e arenoso), volume de matéria orgânica, culturas de cobertura e susceptíveis, sistema de cultivo adotado e o dano dependerá dessa densidade populacional. "Não é por que há nematoide que ocorrerá um problema imediato, mas há sim um indicador futuro".

Em seus estudos em Mato Grosso do Sul, Asmus acompanha a densidade dos quatro principais grupos de nematoides do sistema agrícola – das galhas, das lesões radiculares, de cisto e reniforme e sua interação com as culturas da soja, milho, braquiária e outras. Áreas com soja (verão) e milho/braquiária (safrinha e consórcio) são adequadas para regiões com histórico de nematoides de cisto, reniforme e das galhas e altamente inadequadas para os de lesões radiculares, o mesmo acontece para o sistema de soja e milho solteiro. Por outro lado, sistemas de soja e forrageiras somente são susceptíveis a nematoides de cisto, reniforme e galhas.

"As condições do crescimento populacional são melhores durante a safra, então qual o melhor sistema?", indaga. A recomendação é ter uma cultura de ‘pousio' ou não hospedeira na entressafra para o controle de nematoide e no ano seguinte, na safra, uma hospedeira ou má hospedeira, se for possível, sugere a pesquisa. "Temos experiências positivas de rotação (não sucessão) de culturas de inverno e verão em sistema plantio direto e sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP). A rotação é mais favorável que permitir um cultivo solteiro".

Na quinta-feira (19), o solo volta a ser tema no painel "Construção do solo para máxima produtividade" com os pesquisadores Elaine Lourente da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Júlio César Salton da Embrapa Agropecuária Oeste e Henrique Debiase da Embrapa Soja.

Parcerias e integração – Durante a abertura oficial de mais uma edição do Showtec (18), as autoridades destacaram que a relação dos produtores rurais com a comunidade científica seu fortaleceu a partir de parcerias como a formada pela Embrapa e Fundação MS, realizadora do evento. Para Luis Alberto Moraes Novaes, presidente da Fundação MS, as duas instituições construíram um ambiente colaborativo e de integração ao longo dos anos.

Um exemplo, de acordo com o chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus, é o estande da Empresa que este ano abrigou toda a programação técnico-científica da feira tecnológica e ao lado da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS (Agraer) atende, em único local, os visitantes. "Somos um sistema integrado e se Mato Grosso do Sul hoje apresenta um ambiente mais favorável para o desenvolvimento sustentável no País é devido a esse ambiente institucional agregado e colaborativo".

Presente na abertura, o governador de Mato Grosso do Sul enfatizou que a integração e estabilidade institucional é importante para que ocorra o diálogo entre todos os segmentos, mais ainda em tempos de crise, e no agro isso é notável. Reinaldo Azambuja lembrou o quanto o agro brasileiro contribui com o PIB nacional e segundo ele isso é possível devido à adoção e expansão de novas tecnologias, tecnificação do campo e profissionalização das cadeias produtivas, resultado do entrosamento entre setores e cadeias produtivas.

Agora o esforço é intensificar com sustentabilidade afirmam os representantes. O conhecimento gerado pelas diversas organizações brasileiras exige um tratamento diferenciado e "o grande desafio é como tratar esse conhecimento, como modular os sistemas de produção adequadamente para avançar na produtividade com sustentabilidade?", fica a reflexão.

Os chefes-gerais da Embrapa Gado de Corte e Pantanal, Cleber Soares e Jorge Lara, respectivamente, além dos dirigentes do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), mantenedores institucionais da Fundação MS, estiveram na abertura oficial. Ainda políticos e representantes de sindicatos rurais, universidades, Sebrae/MS, Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Fundect (Fundação de Apoio do Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (CREA-MS), dentre outras entidades.

Fonte: Embrapa