sexta-feira, 8 de julho de 2016

BB anuncia R$ 101 bilhões em recursos para a safra 2016/2017

Do total, crédito rural para produtores e cooperativas soma R$ 91 bilhões.
Temer reduziu crédito para agricultores de R$ 202,88 bi para R$ 185 bi.

O Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira (5) que vai disponibilizar crédito de R$ 101 bilhões para a safra 2016/2017. O presidente da instituição, Paulo Caffarelli, detalhou que o crédito rural para produtores e cooperativas soma R$ 91 bilhões. Outros R$ 10 bilhões serão destinados a empresas da cadeia do agronegócio.

O crédito disponibilizado pelo Banco do Brasil é parte do Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017 do governo federal, que destinará R$ 185 bilhões de crédito aos produtores rurais brasileiros investirem em custeio e comercialização. De acordo com o Ministério da Agricultura, o plano vigora de 1º de julho de 2016 a 30 de junho de 2017.

O volume de crédito para esta safra foi revisado para baixo durante o governo do presidente em exercício Michel Temer. Antes de ser afastada do cargo, a presidente Dilma Rousseff tinha anunciado, no início de maio, a liberação de R$ 202,88 bilhões em crédito para o Plano Agrícola e Pecuário do período 2016/2017.

Segundo o Ministério da Agricultura, a alteração no volume de crédito se deve ao "redimensionamento" das Letras de Crédito Agrícola (LCA), que são emitidas por bancos público e privados. Esse investimento, de renda fixa, é destinado a financiar o agronegócio.

O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou que a pasta vai trabalhar, se for necessário, para ampliar os recursos para a Safra 2016/2017.

"Vamos acompanhar a execução do plano safra e, se faltar recursos, vamos atuar junto ao Ministério da Fazenda para que recursos não faltem", disse.

Geller disse, ainda, que não há "necessidade" de disponibilizar um valor maior neste momento.

"Nós fizemos as coisas para entregar o que se promete. Não tem necessidade de ter recursos acima de R$ 185 bilhões só pra anunciar. Queremos dar credibilidade ao produtor e ao agente financeiro de cumprir com o que você promete", afirmou.

O ministro da pasta, Blairo Maggi, não participou do anúncio.

BB responde por 60%
O restante do valor do crédito a ser disponibilizado no Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017 caberá a outras instituições financeiras. O Banco do Brasil é responsável por mais de 60% do crédito destinado ao agronegócio no país.

"Somos um país que tem vocação para agricultura. Podemos atestar isso de forma inequívoca observando a contribuição [do setor] para a economia brasileira em momento especialmente difícil", afirmou Caffarelli.

A quantidade de crédito para produtores e cooperativas, de R$ 91 bilhões, é 10% superior ao volume disponibilizado na safra anterior (2015/2016), quando somou R$ 82,3 bilhões. Desse total, R$ 71,1 bilhões são destinados a operações de custeio e comercialização dos produtos e R$ 19,9 bilhões são para investimento.

O maior crescimento, de 12%, foi do crédito destinado à agricultura empresarial, que passou de R$ 54,5 bilhões para R$ 61,6 bilhões. Em seguida, aparece a agricultura familiar, cujo crédito disponível subiu 8%, passando de R$ 13,5 bilhões para R$ 14,6 bilhões.

Já o volume de recursos para os médios produtores subiu de R$ 14,3 bilhões para R$ 15,3 bilhões, o que representa uma alta de 7%.

Fonte: Globo Rural

Índice de preços dos alimentos sobe 4,2% em junho, maior alta em 4 anos

O avanço representa o quinto mês consecutivo de alta.
Com exceção dos óleos vegetais, todos as outras categorias subiram.


O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu 163,4 pontos em junho, com alta de 4,2% ante maio, porém, 1% abaixo do nível verificado no mesmo mês do ano passado. O avanço representa o quinto mês consecutivo de alta e a maior elevação mensal dos últimos quatro anos. Com exceção dos óleos vegetais, todos as outras categorias de alimentos avaliadas subiram, principalmente o açúcar. O índice considera uma média ponderada dos preços internacionais de cinco grupos de commodities, que tem ainda cereais, laticínios e carne.

O índice de preços do açúcar ficou em 276 pontos, 14,8% superior ao verificado no mês anterior. De acordo com o relatório da FAO, o aumento foi sustentado principalmente por perspectivas de produção menor pelo Brasil, após as fortes chuvas que dificultaram as operações de colheita e a concentração de açúcar nos canaviais do Centro-Sul do País.

No segmento de laticínios, a alta foi de 7,8%, na mesma base de comparação, para 137,9 pontos. O aumento foi registrado em todos os subprodutos que compõem esta categoria, segundo a FAO, por causa da perspectiva de que a oferta seja menor na temporada 2016/17. Queda da oferta pela Oceania e União Europeia também sustentou os preços. O relatório da instituição reforça que, apesar da alta significativa de junho, esta variação representa apenas uma recuperação dos preços mais baixos que vinham sendo praticados nos três meses anteriores. Em comparação com junho do ano passado, o índice caiu 23 pontos ou 14%.

Os cereais, por sua vez, avançaram 2,9%, para 156,9 pontos, mas ainda está 3,9% abaixo do registrado em igual período no ano passado. Segundo a FAO, o aumento é sustentado principalmente pela alta dos preços no Brasil, impulsionadas pelas exportações. As cotações do trigo aumentaram durante a primeira metade do mês, antes de inverter o curso posteriormente com relatórios de rendimentos recordes nos Estados Unidos. O preço do arroz variou pouco em relação aos níveis de maio, como uma pressão ascendente exercida pela pouca oferta contrabalançada pela baixa demanda.

O Índice de Preços de carnes ficou 2,4% acima do verificado em maio, atingindo 158,3 pontos. Pelo terceiro mês consecutivo, houve alta em todas as subcategorias, principalmente para suínos e ovinos. Na UE, a falta de suínos para abate e o peso dos animais terminados abaixo da média, sustentaram os preços. Os preços da carne de frango tiveram um aumento moderado, mas que é constante desde o início do ano, com alta de 10% desde janeiro, que é reflexo do aumento das vendas pelo Brasil para o Japão e Arábia Saudita.

Os óleos vegetais foram mais uma vez o ponto fora da curva, registrando queda de 0,8% em junho na comparação com maio, para 162,1 pontos. O óleo de palma foi o componente que mais pesou na queda, em virtude da queda da demanda global de importação e uma recuperação sazonal da produção na Indonésia e na Malásia. Perspectivas de ampla oferta do derivado de girassol e canola também pesaram sobre o índice. Em contraste, os preços do óleo de soja aumentou, sustentado pela menor disponibilidades do produto para exportação na América do Sul e projeções menos favoráveis de produção do que as inicialmente previstas para a safra 2016/17.

Fonte; Globo Rural

Transporte de banana na cabotagem garante integridade do produto

Dando continuidade a sua política de diversificação de cargas e mercados, a BR Multimodal iniciou em maio de 2016 o embarque de bananas na cabotagem de contêiner, visando atender os mercados de Manaus e Boa Vista.

Os resultados foram satisfatórios, especialmente no que se refere a integridade e qualidade do produto.

A banana preserva melhor as suas características quando transportada em um ambiente com 90% de umidade e com 100% de ventilação, o que significa que todo o ar do veículo de transporte deve ser completamente trocado a cada 72 horas.

Embora seja difícil atingir estas condições no transporte rodoviário, a cabotagem permite o ajuste exato destes parâmetros dentro do contêiner e a bordo no navio.

A redução de custos e o baixo índice de perdas auxiliaram a BR a atingir a marca de 140 toneladas de banana transportadas nos últimos 5 meses.

Sempre que você precisar de transporte para os mercados de Manaus, Boa Vista, Recife, Fortaleza, Maceió, João Pessoa ou Natal, lembre-se de cotar com a BR Multimodal.

Veja abaixo as fotos deste embarque, e note no detalhe como as caixas de papelão foram envoltas em uma estrutura de madeira para evitar o esmagamento e os danos ao produto:






Acesse o site da  BR Multimodal e saiba mais: http://www.brmultimodal.com.br/

Rural Show 2016: alternativas para controle da mosca-das-frutas são apresentadas

Maior produtora de frutas do Estado, a região da Serra também precisa enfrentar a principal praga das frutíferas atualmente: a mosca-das-frutas, que ataca um grande número de espécies. As larvas destroem a polpa dos frutos, causando prejuízos. Em 90 dias, uma mosca tem potencial para gerar até 20 mil outras moscas. 

Até o próximo domingo (10/07), os produtores que visitam o Rural Show, feira promovida pela Emater/RS-Ascar, Cooperativa Piá e Prefeitura de Nova Petrópolis, no Centro de Eventos do município, podem conhecer as alternativas de controle desta praga. O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Alexandre Meneguzzo, explica que com a retirada do mercado, pelo poder público, do principal produto que controlava a mosca-das-frutas (pelos resíduos que deixava nos frutos e no meio ambiente), hoje só há produtos de contato (que ficam por fora), então os produtores tiveram que lançar mão de outras estratégias que visam combater o inseto adulto e não a larva.

Ele explica que quando o agricultor fizer o monitoramento usando armadilha com atrativo, para saber a população de moscas no pomar, e notar a presença da praga, já pode começar a utilizar a isca tóxica. O produto é aplicado somente em uma parte da planta, fazendo um controle parcial quando a infestação é baixa. Outra tecnologia utilizada é um atrativo alimentar em pasta (isca envenenada), que pode ser aplicado com um soprador, e que, por ser pastoso, não é lavado pela chuva, persistindo por até um mês na planta. "Antes de fazer a postura, a mosca-das-frutas precisa se alimentar, então ela vai morrer e não vai ter larva no fruto", esclarece Meneguzzo. O produto também é encontrado na forma líquida. 

De acordo com o extensionista, com o uso dessas ferramentas de controle, os agricultores conseguem reduzir em até 70% o número de pulverizações de agrotóxicos. 

Fonte: Emater - RS

Reunião discute exportações de laranjas para a Europa

Representantes da cadeia produtiva de citros se reuniram no Centro de Citricultura Sylvio Moreira/Apta, em Cordeirópolis-SP para debater medidas sanitárias para a exportação de laranjas frescas para a Europa.

Organizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a reunião técnica reuniu empresas exportadoras de laranjas, entidades de classe, responsáveis técnicos das empresas e agentes públicos estaduais e federais responsáveis pelo Sistema de Mitigação de Risco (SMR) dos Estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais, e teve como objetivo repassar com o setor produtivo o protocolo para a pinta preta, voltado à exportação de citros para a União Europeia, trocar experiências sobre sua implementação e identificar eventuais oportunidades de melhorias ou necessidade de capacitação específica nos procedimentos fitossanitários e de controle adotados.

O Estado de São Paulo é o maior produtor mundial de citros, mas para que possa exportar frutas in natura é necessário acompanhamento fitossanitário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que precisa estar atenta às exigências impostas pelos países importadores e às medidas sanitárias adotadas na produção para evitar a disseminação de doenças.

A engenheira agrônoma da Secretaria, Georgia Rocha Vilela, responsável pelo Programa de Exportação de Frutos para a Comunidade Européia na Coordenadoria de Defesa Agropecuária, “a exportação de frutos de laranja in natura para a Comunidade Europeia é um Programa Estadual de Defesa de adesão voluntária por parte do exportador e visa garantir a sanidade e a qualidade de frutos de citros. Em 2015 estavam aptos para exportação, no Estado de São Paulo, 120.512,4 toneladas de frutos de laranja”.

Georgia informou ainda que a Defesa Agropecuária adota todas as medidas necessárias para a exportação de frutos para a Comunidade Europeia e que a reunião foi importante para troca de experiências e padronização de atividades.

Das pragas presentes no Brasil e com restrição à exportação são: Guignardia citricarpa, causadora da mancha preta ou pinta preta dos citros, Xanthomonas citri subsp. citri, causador do cancro cítrico, Elsinoe spp., causadora da verrugose e as moscas-das-frutas Anastrepha spp. e Ceratitis capitata.

Para exportar frutos cítricos in natura são realizadas fiscalizações para verificar o atendimento às exigências dos países importadores e das legislações vigentes, interceptação de pragas restritivas e auditorias na certificação fitossanitária.

Representando o estado de São Paulo, participaram também da reunião técnica, os engenheiros agrônomos Luciano de Aquino Melo, diretor substituto do Centro de Defesa Sanitária Vegetal, Cristina Abi Rached Iost, responsável pelo Programa de Certificação de Frutos da Defesa Agropecuária e Luís Fernando Bianco, diretor Técnico do Escritório de Defesa Agropecuária de Bauru.

Adubar sim, mas com inteligência e estratégia

Para muitos agricultores, nas principais regiões produtoras de grãos do País, o investimento contínuo em adubação a cada safra é sinônimo de altas produtividades. A prática também é responsável por altos custos, já que corretivos e adubos representam 30% ou mais dos gastos em sistemas de produção que envolvem as culturas de soja e milho. A boa notícia é que pesquisadores da Embrapa e de outras instituições de pesquisa comprovaram, em experimentos conduzidos em áreas de produção comercial de grãos, que em muitas situações é possível reduzir ou até mesmo deixar de adubar por algumas safras, sem perdas significativas de produtividade.

"Em solos de fertilidade construída, situação típica da agricultura de alta produtividade na região de Cerrado, é comum que os agricultores continuem adubando com quantidades fixas de nitrogênio, fósforo e potássio por temerem possíveis reduções de produtividade. Esse procedimento pode ser equivocado e levar a perda de competitividade do agricultor", revela o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) Álvaro Vilela de Resende, membro da equipe do projeto "Eficiência do uso de fertilizantes e validação de novas tecnologias", que envolveu diversas Unidades de pesquisa da Embrapa, instituições externas e produtores rurais.

Solo de fertilidade construída é o nome que se dá ao status adquirido em sistemas de produção, principalmente no Cerrado, após investimentos sucessivos em calagem, gessagem e em adubações corretivas e de manutenção com fósforo, potássio e micronutrientes, associados ao estabelecimento do sistema plantio direto, que mantém ou aumenta o estoque de matéria orgânica no solo.

Com o manejo ao longo das safras, esses solos passam a apresentar condições físicas, químicas e biológicas adequadas para as culturas expressarem melhor o seu potencial produtivo. "Apesar de o nível de fertilidade do solo ser alto ou até muito alto, é comum que os agricultores continuem adubando. Essa prática tem resultado em adubações desnecessárias ou superdimensionadas, com baixa eficiência de uso dos fertilizantes", cita um trecho do artigo "Adubação, produtividade e rentabilidade da rotação entre soja e milho em solo com fertilidade construída", publicado na revista PAB (Pesquisa Agropecuária Brasileira), editada pela Embrapa.

Experimento conduzido em área de produção comercial de grãos
A equipe de pesquisadores conduziu o experimento em uma fazenda localizada em uma região produtora de grãos no noroeste de Minas Gerais, cujo solo vem sendo cultivado há 15 anos em sistema de plantio direto com fertilidade considerada de adequada a alta para a região do Cerrado. Três cultivos de verão, em condições de sequeiro, na sequência de rotação soja/milho/soja, foram avaliados, sendo deixada uma área controle com o manejo de adubação utilizado normalmente pelo agricultor. As demais doses das adubações incluíram quantidades de fertilizantes abaixo e acima das empregadas pelo agricultor. As adubações de semeadura foram realizadas no sulco, via semeadora, e as aplicações em cobertura foram feitas manualmente, com filete de adubo nas entrelinhas.

Na primeira safra, foi semeada uma cultivar precoce de soja RR, com estande de 380 mil plantas por hectare. O segundo plantio foi feito com um híbrido simples de milho, com 68 mil sementes por hectare. E, por fim, na última safra, usou-se uma cultivar precoce de soja RR com estande de 280 mil sementes por hectare.

Após a análise dos dados de produtividade, os pesquisadores concluíram que "nesses casos de elevada fertilidade do solo, a adubação de manutenção com quantidades que apenas reponham a exportação nos grãos constitui o manejo mais racional, uma vez que os nutrientes aplicados e não absorvidos pelas plantas podem ficar sujeitos a processos de perdas no sistema".

Outros resultados importantes obtidos foram que "a soja não respondeu às adubações NPK de semeadura ou de cobertura potássica, em nenhuma das safras" e que "a produtividade do milho (safra 2011/2012), no entanto, respondeu tanto à adubação NPK na semeadura como à cobertura nitrogenada, o que confirma a maior responsividade dessa cultura à adubação".

Os pesquisadores interpretam que "a ausência de resposta da soja e a resposta relativamente baixa do milho à adubação são indícios de que o solo, de fato, apresentava grande reserva de nutrientes, e de que é possível diminuir a quantidade de fertilizantes aplicados no solo avaliado. Portanto, a adubação com quantidades fixas de N, P e K não parece adequada para o manejo do sistema de produção de soja e milho em solos com esse padrão de fertilidade. Para otimização do dimensionamento das adubações é preciso investir em monitoramento do solo ao longo do tempo, ajustando o fornecimento de cada nutriente de forma individualizada, de acordo com um diagnóstico periódico da condição de fertilidade na lavoura".

Conclusões contundentes
O artigo publicado revela ainda que alguns autores sugerem que culturas mais responsivas, como a do milho, deveriam ser adubadas mais intensamente, enquanto as menos responsivas e de maior plasticidade, como a da soja, poderiam ser cultivadas apenas com a adubação de arranque e com a adubação residual da cultura anterior. Paradoxalmente, não é esta a constatação mais comum no campo. No estudo de caso relatado no artigo, a adubação otimizada representaria uma economia expressiva no uso de fertilizantes. "A dose de fertilizante normalmente utilizada na fazenda para a adubação de semeadura do milho (359 kg/ha) poderia ser reduzida em 47 kg/ha (13%), uma vez que a dose de máxima eficiência econômica foi de 312 kg/ha. Além disso, a adubação de cobertura nitrogenada poderia ser reduzida de 350 kg/ha para 263 kg/ha, ou em 25%. A soja, por sua vez, dispensaria adubação".

Portanto, de acordo com o pesquisador Álvaro Resende, o agricultor deve seguir estratégias como o monitoramento do solo e ter conhecimento das taxas de exportação de nutrientes pelas colheitas das culturas e avaliar o balanço de nutrientes no sistema para depois definir a necessidade de adubação. "Essas estratégias, relativamente simples e que podem ser incorporadas à rotina das fazendas, são decisivas quando se busca eficiência de gestão para maior competitividade na produção de grãos, com ganho de rentabilidade", diz. Ainda segundo ele, o monitoramento do sistema de produção por meio de análises de solo e a avaliação econômica realizada nos estudos conduzidos até agora indicam a necessidade de se reavaliar o manejo da adubação em solos de fertilidade construída, visando o uso mais eficiente de fertilizantes.

Fonte: Embrapa

Profissionalizar a gestão da fazenda é uma das necessidades do setor produtivo

A profissionalização da gestão das propriedades rurais é considerada uma das necessidades do setor produtivo brasileiro, principalmente diante a conjuntura econômica vivida pelo país. A troca de experiências entre produtores e empresas empreendedoras é uma das oportunidades inclusive para levar práticas de gestão para ajudar na evolução do agronegócio.

A gestão nas propriedades é o principal ponto de discussão do Circuito RedeAgro, que é realizado em Cuiabá, nesta quinta-feira, 07 de julho. A RedeAgro é uma aliança estratégica idealizada por grandes empresas do agronegócio - Prodap, Dow AgroSciences, John Deere, TOTVS, Valley, em parceria com a Fundação Dom Cabral. É a primeira vez que o Circuito é realizado fora do eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A vinda do evento para Mato Grosso foi intermediada pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento da Bovinocultura (FABOV). Segundo o presidente do FABOV, Jorge Pires de Miranda, ao participar de um dos Circuitos da RedeAgro ele teve a impressão que além de conhecimento e boas práticas a troca de informações entre produtor e empreendedores é um fundamental.

“Uma das preocupações do FABOV e da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) é levar informação aos produtores. Esse foi um dos intuitos que nos levou a trazer o RedeAgro para Cuiabá”, comenta Jorge Pires de Miranda.

Uma das maiores necessidades das propriedades rurais, explica o diretor comercial da Prodap, Bernardo dos Reis, é a profissionalização da gestão das mesmas.

De acordo com o diretor de Planejamento Estratégico da John Deere, João Pontes, a RedeAgro dissemina conhecimento. “O agronegócio tem muito a ganhar com a convivência constante da agricultura e pecuária. É uma oportunidade de trazer praticas da agricultura para a pecuária, bem como práticas de gestão para o mundo do agronegócio para ajudá-lo a evoluir”, pontua ao esclarecer os motivos de empresas voltadas para a agricultura, como a própria John Deere, participarem de um evento voltado para a pecuária.

Integração Lavoura-Pecuária

O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (iLP) é um exemplo de ganho de agregação de valores que a união da pecuária e a agricultura podem trazer. Mato Grosso, conforme o presidente do FABOV, Jorge Pires de Miranda, possui aproximadamente 20 milhões de hectares com pecuária, dos quais cerca de 14 milhões de hectares são de áreas degradadas. Ele comenta que dentro destes 14 milhões de hectares estão aptos para a agricultura 9 milhões de hectares por meio da Integração Lavoura-Pecuária.

“Essa integração agrega mais valor para o setor e ainda traz uma valorização imobiliária da propriedade. A agricultura não é um bicho de sete cabeças”, salienta Pires que há cinco anos integra lavoura e pecuária. Ele revela que apesar do alto custo de investimento no primeiro ano há retorno com ganhos de produtividade. No primeiro ano de integração Pires comenta ter transformado 1,5 mil hectares de pastagem em área para a agricultura. Para a safra 2016/2017 projeta plantar 8 mil hectares.

Fonte: Olhar Direto

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Fundecitrus inicia ciclo de cursos de podridão floral

O Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus irá realizar pela primeira vez um ciclo de cursos com foco na prevenção e controle da podridão floral, doença também conhecida como “estrelinha”, causada pelo fungo Colletotrichum spp., que afeta as flores e causa queda precoce de frutos jovens.

O primeiro curso será realizado em Mogi Mirim, na próxima quinta-feira (14). Os próximos estão marcados para Avaré, em 28 de julho, e Araraquara, em 11 de agosto. A capacitação é voltada para citricultores, administradores de fazenda, engenheiros agrônomos e responsáveis pela área de fitossanidade das propriedades. O conteúdo irá abordar a importância da podridão floral, o impacto na produção, o ciclo da doença, os sintomas, a prevenção e o controle.

Também será apresentado o sistema online de previsão, recém-lançado pelo Fundecitrus, que informa o risco imediato ou futuro (até três dias) de ocorrência de podridão floral com base em dados de temperatura e molhamento que estimam a germinação de esporos do fungo. Os produtores cadastrados no programa recebem avisos por mensagens de celular ou e-mail sobre os riscos de ocorrência da doença e a indicação de pulverização e as informações na realização das aplicações de fungicida no momento correto, evitando pulverizações desnecessárias.

A inscrição para o curso deve ser feita pelo site do Fundecitrus (http://www.fundecitrus.com.br/cursos/inscricao) ou pelo telefone 0800 11 2155.

A podridão floral pode provocar perdas de até 80% na produção. Os prejuízos variam em função da quantidade e distribuição de chuvas durante o período de florescimento. No estado de São Paulo, os maiores danos foram registrados no final da década de 70, no início dos anos 90 e na safra referente ao florescimento de 2009.

Serviço

Ciclo de cursos de podridão floral

Local: Mogi Mirim/SP

Data: 14/07 – 9h

Endereço: Bristol Zaniboni Hotel – Av. Prefeito Luiz Gonzaga de A. Campos, 400, Vila Morani.

Local: Avaré/SP

Data: 28/07 – 9h

Endereço: Acquaville Hotel - Rod. SP-255, s/nº

Local: Araraquara/SP

Data: 11/08 – 9h

Endereço: Fundecitrus – Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201


Fonte: Fundecitrus

Produtos à base de fruteiras da Caatinga

O Dia de Campo na TV vai mostrar produtos desenvolvidos com frutos do semiárido nordestino que fazem parte da dieta das populações, como umbu e maracujá do mato. As frutas características do semiárido, são as matérias primas de produtos alimentícios inovadores com calorias reduzidas, como geléias, molhos agridoces do tipo chutney, barrinhas de frutas, chamada de fruta laminada e barra de cereal com outras frutas. O desenvolvimento dos produtos levou em consideração aspectos nutricionais como a redução ou eliminação de ingredientes como açúcar e sal.

Os novos produtos são oportunidades para a agregação de valor, diversificação da renda de familias agrícolas e cooperativas do interior da Bahia. "A agroindustrialização é uma alternativa para agregar valor à produção agrícola e complementar as ações de manejo no campo, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores", afirma a pesquisadora Renata Torrezan. A comercialização dos produtos gerados por cooperativas e associações de agricultores familiares do semiárido baiano também tem sido estimulada pelo Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal (PPA), visando geração de renda para as comunidades locais.

O projeto é realizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com a Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), localizada no município de Uauá (BA), e a Embrapa Semiárido, que está implantando, em Pernambuco, unidades experimentais de enriquecimento da caatinga e estimulando o cultivo de fruteiras nativas. As fruteiras nativas do semiárido, como o umbuzeiro, permanecem silvestres, porém correm riscos de extinção em função dos contínuos desmatamentos e desequilíbrios ecológicos. Uma das formas para reverter a devastação é promovendo o aumento da densidade de plantas e o estímulo ao cultivo das fruteiras nativas. Esta foi uma atividade desenvolvida pela equipe da Embrapa Semiárido no projeto "Manejo e agregação de valor a fruteiras da caatinga".

O Dia de Campo na TV " Produtos à base de fruteiras da Caatinga " foi produzido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília-DF) em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), Embrapa Semiárido (Petrolina-PE) Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além do tema principal o programa aborda outros assuntos nos quadros – Agência Embrapa de Notícias, Sempre em Dia; Repórter em Campo; Na Mesa; Quem quer ser cientista; Minuto do Livro e Ciência e Tecnologia em Debate.

Fonte: Embrapa

FAPESP e Fundecitrus mostram os benefícios da pesquisa para o controle da CVC

A FAPESP (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) realizarão, no dia 13 de julho de 2016, o evento “O impacto da pesquisa apoiada pela FAPESP e Fundecitrus no controle da Clorose Variegada dos Citrus (CVC) ou ‘Amarelinho’ na citricultura paulista”.

O objetivo é apresentar os impactos de projetos de pesquisas apoiados pela FAPESP e Fundecitrus, desde o estudo do genoma daXylella fastidiosa até os de cunho aplicado, para o controle de CVC nos laranjais do Estado de São Paulo.

“Os impactos das pesquisas no controle das principais doenças da citricultura”, “A pesquisa em citricultura apoiada pela FAPESP” e “Avanços no conhecimento sobre a CVC para seu controle: chave para a agricultura sustentável e competitiva” serão temas apresentados.

O evento é gratuito e aberto a todos os interessados, das 10h às 12h no auditório da FAPESP, rua Pio XI, 1.500, Alto da Lapa, São Paulo.

Fonte: Fundecitrus

A bússola do agronegócio aponta para o Sul da América

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai desenham um verdadeiro gigante no mapa global: são 12 milhões de quilômetros quadrados, mais que os Estados Unidos (9,85 milhões km²) e a União Europeia (4,32 milhões km²). O enorme espaço territorial é fundamental para o desenvolvimento da agricultura, atividade que não para de crescer na região.

Nos últimos 20 anos, as exportações de soja e milho dos quatro países latinos tiveram um salto de aproximadamente 700%. Foram 123,9 milhões de toneladas na safra 2015/16, 29% a mais que os Estados Unidos, que tiveram crescimento de 10,3%. O Brasil, sozinho, representa mais de dois terços do total exportado. Os dados são do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). “No final da década de 1990, a China entrou na Organização Mundial do Comércio. O país tinha um crescimento muito forte. As importações de soja cresceram. E quem tinha área pra aumentar a produção era o Brasil”, diz o diretor de commodities da FC Stone, Glauco Monte. “Os EUA estavam consolidados, o crescimento era mais limitado”, explica.

Segundo especialistas, o Sul do continente americano deixou de ser apenas um coadjuvante. No entanto, apesar do boom das últimas décadas, ainda tem um longo caminho a percorrer. “O protagonismo varia muito conforme a oferta”, avalia o analista de mercado da Granoeste, Camilo Motter. “Mas, na formação de preços, o peso da safra norte-americana ainda é maior. Existe um monitoramento forte, os grandes investidores estão lá, a bolsa de Chicago. O acompanhamento é mais efetivo. O protagonismo é sazonal, mas com eles é mais intenso”, acrescenta.

Crescimento

A América do Sul é chamada de ‘celeiro do mundo’ há décadas. No entanto, é preciso avançar mais para aproveitar todo o tamanho territorial e a capacidade de produção da região. “As mudanças climáticas são um grande desafio e precisamos de tecnologia pra contornar. Também temos que melhorar nossa infraestrutura logística, investir em ferrovias e produzir mais carne, por exemplo, que demanda soja, para que o grão circule aqui com valor maior”, opina Monte, da FC Stone. “Os investidores estão vindo para cá. A América do Sul é o maior produtor e exportador de grãos. E isso tem um peso enorme”, afirma. Os quatro países serão abordados durante os painéis da 4.ª edição do Fórum de Agricultura da América do Sul, que acontece entre os dias 25 e 26 de agosto, em Curitiba.

A nova cara da Argentina

Enquanto o Brasil mantém a liderança no agronegócio sul-americano, nosso maior vizinho, em tamanho e potencial, a Argentina, começa a retomar um ritmo de crescimento que fortalece a região.

Assim que assumiu o governo, em dezembro de 2015, o presidente eleito Maurício Macri cumpriu a promessa de eliminar e reduzir as taxas de exportação de soja, milho e carne, que chegavam a 30%.

O resultado foi um aumento de 68% nas exportações agrícolas logo no primeiro trimestre de 2016. “A medida vai remunerar melhor e estimular os produtores”, diz Camilo Motter, da Granoeste.

Com relação à nossa principal moeda no mercado agrícola: a soja, os efeitos das novas políticas não devem afetar o comércio brasileiro. A tributação sobre a oleaginosa para os argentinos caiu de 35% para 30% e, pelo planejamento do governo, ainda terá uma redução gradativa nos próximos anos, até ser completamente eliminada. “O forte do país é a produção de farelo e óleo, por isso não há tanto impacto nos embarques do grão”, explica Glauco Monte, da FC Stone. 

Curso a distância 'Sustentabilidade'

A relação entre sustentabilidade e negócio está cada vez mais próxima, mas algumas empresas encontram dificuldades para encontrar ferramentas voltadas à gestão orientada à sustentabilidade. O conceito de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), técnica de avaliação e quantificação de impactos ambientais de produtos ou processos ao longo de sua cadeia produtiva ou vida útil, é uma destas ferramentas. Normatizada pela NBR ISO14040, a ACV gera informações suficientes para a tomada de decisões estratégicas, por produtores e consumidores, baseadas em dados comprovados pela ciência.

“Com o pensamento do ciclo de vida é possível gerenciar melhor a vida pessoal e profissional. Mesmo que não seja um especialista no assunto, este profissional fará questionamentos sobre o maior número possível de impactos gerados por suas ações”, afirma Sara Juarez Sales, gerente de Educação para a Sustentabilidade e Conservação Ambiental da Fundação Espaço ECO® (FEE®).

Oferecer estas informações e formar profissionais com visão sistêmica e capacidade para se antecipar na identificação de ações e na aplicação da sustentabilidade em seu cotidiano, é um dos objetivos do curso a distância “Sustentabilidade”, que está com inscrições abertas até 26/07. Com conteúdo desenvolvido pela Fundação Espaço ECO® (FEE®), organização com expertise em sustentabilidade empresarial, em parceria com o Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da Unesp e certificado pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Unesp, o curso tem carga de 180 horas distribuídas em seis módulos (18 semanas).

Além de informações sobre ACV, Pensamento do Ciclo de Vida e ISO 14040, o curso aborda conteúdos sobre ecoeficiência, Análise de Ecoeficiência e como aplicá-las. A Análise de Ecoeficiência é uma metodologia aplicada pela FEE® que além de medir os aspectos ambientais ao longo do ciclo de vida – baseada na norma ISO 14040 -, verifica os aspectos econômicos de todo este processo. Como evolução da ecoeficiência, a Socioecoeficiência, que analisa ainda as questões sociais associadas ao processo produtivo, é outro objeto de estudo deste curso.

"As tecnologias digitais e a metodologia empregadas nesse curso são inovadoras, baseadas em propostas de aplicação prática e com mediação do processo de aprendizagem a distância feita por profissionais qualificados", ressalta o professor Klaus Schlunzen Junior, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Unesp. "Essa abordagem leva à maior participação e engajamento do cursista, que terá a oportunidade de dar um significado à sua aprendizagem, de acordo com o seu contexto profissional", completa.

Para participar desta iniciativa, o interessado deve estar matriculado ou ter concluído o ensino superior. As inscrições devem ser feitas através do site http://edutec.unesp.br/cursosnead/paginas_n/curso_ver.php?idc=44. As vagas são limitadas e há condições especiais para inscrições em grupo.

O curso ainda conta com o apoio da Fundação para o desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) e do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI).

“Sustentabilidade” oferece ferramentas de gestão aplicada aos negócios
Inscrições até: 26 de julho de 2016
Informações: atendimentocursos@nead.unesp.br
Inscrição: http://edutec.unesp.br/cursosnead/paginas_n/curso_ver.php?idc=44

Fonte: UNESP

Cobre auxilia nos mecanismos de proteção e desenvolvimento fisiológico nas lavouras

Antes de bons resultados na colheita, as práticas de manejo e os aspectos climáticos, relacionados aos diversos estádios fenológicos do vegetal, estão envolvidos na produção. Cada fase exige cuidados e nutrientes especiais para o desenvolvimento, impactando diretamente na produtividade. Entre os elementos essenciais às plantas, o cobre possui funções nutricionais, fisiológicas e protetivas, e sua falta ou deficiência pode ocasionar distúrbios fisiológicos e facilitar a manifestação de doenças promovidas por fitopatógenos.

Segundo o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico de hortifruti da Alltech Crop Science, o cobre é “cofator de muitas reações bioquímicas e fisiológicas nas plantas, participando dos processos de fotossíntese e respiração, e diretamente sobre os complexos reprodutivos. Além disso, o íon Cobre participa nos processos de indução de resistência e nos efeitos de proteção, proporcionando efeitos danosos do íon no interior dos microrganismos nocivos”, explica.

Em Boa Esperança (MG), o produtor de café Ricardo de Souza realiza aplicações de cobre com o objetivo de aumentar o vigor de desenvolvimento das plantas, visto que a região sofre com a incidência de doenças como a ferrugem, por exemplo. “Conseguimos reduzir a quantidade de doenças na lavoura, além de melhorar a qualidade e a intensidade da coloração verde nas folhas da planta. Observamos também que o grão está mais sadio”, analisa o agricultor. 

Revoredo explica que o cobre é essencial ao desenvolvimento de várias culturas e que o vigor no desenvolvimento proporciona incrementos nos tecidos de reserva em plantas perenes. “O nutriente cobre, além de participar de complexos reprodutivos, estimula os processos de fotossíntese e, em plantas perenes, contribui para que as folhas apresentem um verde mais intenso e melhor vigor no desenvolvimento, que será essencial para as sucessivas fases fenológicas”.

Treinamento online

A importância da utilização do Cobre na agricultura e a contribuição do Coppercrop®, solução biotecnológica da Alltech Crop Science para o fornecimento do nutriente, será tema do treinamento “Benefícios do Coppercrop® no desenvolvimento e auxílio do manejo da proteção de plantas”. A palestra será online e ao vivo, aberta ao público em geral, e acontece no dia 11 de julho. Com duração média de uma hora, o treinamento abordará os aspectos nutricionais, fisiológicos e protetivos do elemento cobre.

Serviço:
• Benefícios do Coppercrop® no desenvolvimento e auxílio do manejo da proteção de plantas Palestrante: Marcos Revoredo
Data e horário: 11 de julho, às 10h
Inscrição: https://goo.gl/HsMEMN

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Uso de inseticidas sistêmicos reduz transmissão de HLB em até 60%

Aplicações de inseticidas sistêmicos com drench ou via tronco inibem em até 90% a alimentação de psilídeoDiaphorina citri, inseto transmissor de HLB, em mudas de citros e podem reduzir em até 60% a transmissão da bactéria. Esses resultados são frutos de pesquisas do Fundecitrus que avaliaram a influência desse tipo de defensivo no comportamento de psilídeo, coordenadas pelo pesquisador Marcelo Pedreira de Miranda.

As análises foram feitas com o uso do EPG (electrical penetration graph), aparelho que monitora eletronicamente as atividades alimentares de psilídeo em tempo real. Dias após a aplicação do inseticida sistêmico, as mudas eram levadas para o laboratório do Fundecitrus para serem avaliadas no aparelho. Os resultados das análises mostraram que nas plantas tratadas com inseticidas neonicotinoides, a alimentação de psilídeo foi 90% menor do que nas sem controle. O que também acarretou em uma queda de até 90% na transmissão da doença.

"A mudança no hábito alimentar ocorre porque ao sugar a seiva da planta tratada, o psilídeo percebe a diferença e interrompe a alimentação o que colabora com a queda da transmissão da bactéria, já que é durante esse processo que ela ocorre", afirma Miranda.

Para validar esses resultados no campo, está sendo desenvolvida outra pesquisa que avalia a influência das aplicações de sistêmicos no controle do inseto. Os dados iniciais apontam uma redução de até 60% na incidência de plantas com HLB nas áreas tratadas com sistêmico em conjunto com pulverizações foliares, em comparação com as que receberam apenas aplicações foliares. "A diferença entre a redução da inoculação da bactéria nas plantas em estufa e no campo ocorre devido à menor exposição das mudas ao inseto e também a maior concentração de defensivos no seu interior, quando comparado com as árvores no pomar", diz o pesquisador.

Miranda explica que o inseticida sistêmico tem efeitos positivos devido à ação no interior da planta, já que com as aplicações via drench é absorvido pela raiz e nas feitas no tronco penetra diretamente nesta parte da planta e, em ambos casos, se espalham por toda árvore. "Diferentemente das pulverizações comuns, as aplicações viadrench e tronco sofrem menor influência de fatores externos como chuva e sol, que reduzem o contato do defensivo com o inseto. Além disso, protegem mais as brotações, pois quando o inseticida penetra na planta atinge principalmente essas partes, que são as preferidas pelo psilídeo para alimentação", diz Miranda.

A matéria completa está disponível na edição 35 da Revista Citricultor:http://www.fundecitrus.com.br/comunicacao/revista/conhecendo-de-perto-o-manejo-do-cancro-citrico---35/38#page/12

Fonte: Fundecitrus

Cultura de frutas e verduras abre espaço para crescimento de portifólio bio

A onda sustentável, focada da aplicação de produtos menos agressivos ao meio ambiente, pode até ter demorado um pouco mais para chegar à agricultura, mas, nos últimos dois anos, tem fincado seu lugar de vez no segmento. O movimento do mercado deixa isso bem claro. Enquanto houve queda na venda dos defensivos agrícolas tradicionais, algumas culturas abriram precedentes para que os biológicos entrassem em cena, como é o caso das frutas e vegetais com seus sprays pré-colheita. “Os bionematicidas também cresceram no Brasil no último ano. E mesmo que esse mercado tenha registrado uma queda, esses nichos específicos apontam para uma boa perspectiva em um futuro próximo”, explica Mauricio Hideki Ouchi, gerente de Produtos da IHARA.

Atuando nesse mercado há algum tempo, a IHARA, tradicional fabricante de defensivos agrícolas, criou um departamento específico para o desenvolvimento de produtos bio no fim de 2014. De lá para cá, a empresa investiu em diversos projetos e já apresentou algumas tecnologias para registro. Uma delas, inclusive, deve sair no final do segundo semestre, quando a companhia poderá apresentar o Eco-Shot (Bacillus amyloliquefaciens estirpe D747) justamente para as culturas de frutas e legumes. “O que favorece esse mercado é que o registro para esse tipo de tecnologia é muito mais rápido. Isso acontece porque as autoridades responsáveis têm oferecido equipes específicas para avaliar os biopesticidas, com requisitos diferentes das análises tradicionais”, explica Hideki.

De acordo com dados divulgados em novembro do ano passado pela Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), entidade que reúne os principais produtores dessa indústria no País, incluindo a IHARA, o mercado de defensivos agrícolas biológicos no Brasil deve registrar crescimento entre 15% a 20% nos próximos anos, levando em consideração o amplo número de concessões liberadas para produtos. Só no ano passado foram 20 novas soluções postas no mercado, uma alta de mais de 135% em relação à média dos últimos seis anos.

Aminoácidos diminuem em até 50% os estragos causados pela geada

Há dois anos, Maurício Bellaver, produtor de frutas em Farroupilha, Rio Grande do Sul, apostou em uma nova estratégia para combater os estragos causados pela geada na plantação. Orientado por técnicos agrícolas, decidiu fazer um teste em parte de sua propriedade para proteger o pomar do frio com a pulverização de um produto a base de aminoácidos (nutrientes que se ligam entre si para formar as proteínas, que são a essência de todas as formas de vida).

Desde que tomou a decisão, o produtor que cultiva pêssegos, ameixas, caquis e uvas, em um terreno de 45 hectares, viu os estragos causados pelo fenômeno meteorológico caírem pela metade. Neste ano, Maurício conta que vai aplicar a fórmula pelo segundo ano consecutivo em toda a lavoura. “A coisa melhorou aqui, pode dar até temperatura abaixo de zero grau que a árvore aguenta, o fruto não queima como acontecia antes”, comemora Bellaver.

O que explica a maior resistência das plantas é uma alteração no modo como ela realiza seu processo de fotossíntese, conforme detalha Marcos Revoredo, engenheiro agrônomo da Alltech Crop Science. “Os aminoácidos promovem o aceleramento do metabolismo da planta, aumentam a temperatura interna do tecido vegetal da célula. Isso faz com que se altere o ponto de congelamento celular da planta”, relata.

Revoredo enfatiza que as plantas produzem naturalmente aminoácidos, mas que produtos como esse têm a capacidade de “turbinar” a circulação de seiva do vegetal. O insumo pode ser utilizado em qualquer cultura, segundo ele. “Tratam-se de produtos líquidos, alguns têm nutrientes na composição e outros produtos são apenas aminoácidos, que devem ser aplicados de forma pulverizada. O importante é garantir que o produto seja absorvido pela folha e que essa substância seja metabolizada”, explica. 

terça-feira, 5 de julho de 2016

Produtores de fruta no interior de MG investem na venda para fábricas de suco

Em um mercado sem crise, fruticultores negociam a colheita com fabricantes de bebidas. Novas áreas rurais do estado passam a ser cobiçadas para o plantio de maracujá e outras variedades



Diante do mercado promissor do consumo de bebidas prontas no Brasil, produtores rurais mineiros estão diversificando as atividades e investindo no plantio de frutas para fornecer a matéria-prima diretamente aos fabricantes de sucos. Ao contrário de outros setores que foram afetados pela crise econômica, eles dizem não ter do que se queixar. Além da fruticultura voltada para o consumo in natura e de outras atividades, como o plantio de café e a venda de leite, a aposta na produção que atende a demanda dos fabricantes de sucos tem movimentado a economia de municípios do Sul de Minas e da Zona da Mata.

Em Tocantins, na Zona da Mata, a principal fruta vendida para as indústrias de suco é a manga ubá. Segundo o extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), José Domingos Telles, somente na cidade são 60 hectares plantados que geraram 960 toneladas de fruta na safra de dezembro de 2015 a fevereiro deste ano. Os produtores vendem para marcas como Tial, Bela Ischia e Mais/Del Vale. “Essa manga ubá tem como característica o açúcar, então o foco é a indústria, porque ela faz a composição, junto com outras mangas, para a produção do suco. Os produtores da região são os maiores”, afirmou. Estão no time dos fornecedores, os municípios de Ubá, Visconde do Rio Branco, Tocantins, Guidoval, Astolfo Dutra e Rodeiro.

Dono de cerca de 50 hectares no município de Tocantins, o produtor rural Clévio de Oliveira Apolinário, da Fazenda Vista Alegre, tem pomares com mangas, bananas e mexericas. Enquanto as bananas e mexericas são vendidas in natura, a manga ubá, colhida em 13 mil pés, vai para o suco. “No ano passado, vendi a R$ 0,60 o quilo, mais barato que um picolé. As indústrias combinam e pagam barato”, reclama o produtor. Em 2015, a produção foi reduzida por falta de chuva, mas este ano a safra promete mais um pouco na avaliação de Apolinário.

Segundo o produtor, que diz ter a maior plantação de manga da região, a crise não afetou o mercado, até porque a produção já tinha sido pequena. O investimento é constante. Para produzir há gastos com adubo, pulverização, contratação de parceiros e até o frete para entrega nas fábricas. A fruta é colhida verde e há o trabalho de colocar para madurar. “Mas para a gente, que vive com pouco, sempre sobra”, disse, sem revelar a lucratividade do negócio.

Outro dos maiores produtores da manga ubá de Tocantins, Adilson Marciano Lopes, da Sabiá Agronegócios, está no negócio há 10 anos. Ele diz produzir 500 toneladas da fruta por ano e vender manga a R$ 0,60 o quilo para os fabricantes de sucos. O volume já foi maior: ele chegou a oferecer 800 toneladas, mas o clima não foi favorável no ano passado e a colheita foi reduzida. O produtor também vende cerca de 800 toneladas de maracujá, a R$ 2,20 o quilo, e mamão, para produção de polpa.

Com a redução na produção de manga, o produtor Adilson aposta na ampliação do maracujá, que tem maior saída e é produzido em nove meses do ano. Ele está fechando uma parceria com a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (Ebba), fabricante do suco Maguary, e pretende fornecer 1.500 toneladas de maracujá com venda garantida, na safra que tem início em setembro. “A perspectiva é boa. Está faltando maracujá no mercado porque a exportação de suco é muito grande. É muito consumido internacionalmente. Na alta do dólar, o Brasil vendeu o estoque todo e as indústrias ficaram secas”, explica. A Sabiá Agronegócios emprega 50 funcionários, número que dobra na época da colheita.

GARANTIA Quem também está apostando na produção de maracujá e na parceria com a Ebba é Francisco Gonçalves de Paula, do município de Alpinópolis, no Sul de Minas. Ele é um dos cerca de 50 produtores da região que aderiram à parceria que oferece venda garantida das frutas a um preço mínimo de R$ 1,30, por quilo. Só nessa área, o retorno econômico deve ser em torno de R$ 1,3 milhão. A movimentação deste montante deve ser concentrada nos municípios de Cássia, Fortaleza de Minas, Alpinópolis, Ilicínea e Guapé, que aderiram ao projeto mediado pela Emater-MG.

De olho no mercado que se abriu, o produtor Francisco Gonçalves de Paula começou o plantio de maracujá em Alpinópolis com cinco hectares. Ele já trabalhava com mandioca, café e feijão, de onde tira atualmente o seu sustento. Este ano, porém, o clima prejudicou a produção de feijão e de café. “Já são três anos consecutivos de seca e prejuízo. Então, fui buscar mais uma alternativa, que é o maracujá. O potencial é grande e, tendo essa garantia de preço, a rentabilidade pode ser maior do que das outras culturas”, espera Francisco. A previsão dele é colher 30 toneladas por hectare, o que ao preço mínimo oferecido, pode lhe garantir uma renda bruta de R$ 39 mil.

O investimento inicial, para quem não tem nada plantado, é de R$ 12 mil a R$ 15 mil por hectare, mas o retorno é certo. Para o pequeno produtor, que é tesoureiro do sindicato dos produtores rurais da cidade, a parceria da venda garantida é ainda melhor, pois fica mais fácil entrar no mercado. Além de Francisco, outros 12 pequenos produtores de Alpinópolis estão apostando na venda de maracujá. “Temos mais interessados para o próximo plantio. “No total, teremos em torno de 10 hectares e uma produção de 150 toneladas, tudo vendido”, afirma.

O gerente da unidade regional da Emater-MG, Frederico Ozanam de Souza, afirma que o projeto visa potencializar a fruticultura no Sul. “A região é muito forte em café e leite e estamos trazendo para cá essa diversificação. As propriedades não vão deixar de trabalhar com esses produtos, mas sim agregar uma alternativa de renda e emprego de forma sustentável”, afirma. De acordo com ele, nessas cidades já há cerca de 40 hectares plantados e a parceria resolve o ponto mais importante na cadeia de produção, que é o escoamento do produto.

Ele afirma que o café sustenta a economia da região, mas tem anos que a remuneração da atividade não é das melhores. Nessa hora, é importante ter uma alternativa. “A região é rica em água e tem condições climáticas favoráveis não só ao maracujá mas a qualquer fruta. Já estamos pensando em ampliar a produção para goiaba e manga, mas é um projeto posterior”, conta.

Fonte: EM Digital

Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2016 e 2017

Previsão dos analistas para o IPCA deste ano caiu de 7,29% para 7,27%.
Já a expectativa de retração do PIB em 2016 passou de 3,44% para 3,35%.

Os economistas do mercado financeiro reduziram sua expectativa de inflação para este ano e para 2017, ao mesmo tempo em que também passaram a estimar uma contração menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.

As previsões foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (4), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 7,29% para 7,27% na semana passada. Com isso, interrompeu uma sequência de seis altas seguidas. A estimativa permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA voltou a acelerar e atingiu 0,78% em maio. De janeiro a maio, o IPCA acumula avanço de 4,05% (perto da meta central de inflação de 4,5% para este ano) e, em 12 meses, somou 9,32%.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação caiu de 5,5% para 5,43% na última semana, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% - fixado para 2017 - mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a Produto Interno Bruto

No caso do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o mercado melhorou a estimativa para o nível de atividade de uma contração de 3,44% para uma queda menor, de 3,35%.

Recentemente, o IBGE informou que o PIB brasileiro teve queda de 0,3% em comparação com os três meses anteriores.

Foi a quinta queda trimestral seguida do PIB brasileiro. Apesar da contração, o resultado veio melhor do que a expectativa dos economistas.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Com a previsão de um novo "encolhimento" do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua previsão de uma alta de 1%, informou o BC.

Taxa de juros
O mercado financeiro manteve na semana passada a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em 13,25% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14,25% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de um corte dos juros neste ano.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 11% ao ano - o que pressupõe a continuidade da queda dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,60 para R$ 3,46. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar passou de R$ 3,80 para R$ 3,70.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 50,7 bilhões para US$ 51 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit ficou estável em US$ 50 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 60,5 bilhões para US$ 64 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas permaneceu inalterada em US$ 60 bilhões.

Fonte: G1

Agricultores de Pernambuco aprendem a produzir com pouca água

Com soluções simples e ajuda da cooperativa, produtores do sertão variam suas atividades: frutas, hortaliças e até peixes surgem onde só havia seca.



O homem do sertão é acostumado a conviver com as armadilhas do clima, principalmente a seca. Aproveitar a pouca água é sempre um desafio. É isso que um agricultor vem fazendo junto de uma cooperativa de pequenos produtores, em Pernambuco.

"O que eu vivi antes aqui, sem ter água... hoje a gente se considera outra pessoa, diferente, rico. Porque tendo água, tem riqueza".

Seu Raimundo Morato tem autoridade para falar assim. Sertanejo, sabe bem o que é conviver com a falta de água. Para entender como a vida da família dele está mudando, vamos conhecer o que está por trás de tudo isso: o trabalho de uma cooperativa de pequenos agricultores.

No município de Tabira, na região do sertão do Pajeú, em Pernambuco, fica a sede da Coodapis, que até bem pouco tempo atrás se dedicava principalmente à apicultura. Com novas técnicas, os produtores conseguiram baixar custos e melhorar a qualidade do mel. Hoje, o mel de Tabira é referência no estado!

À frente da cooperativa, está Adelmo Cabral, um agricultor inquieto, que achou que não dava para ficar só na produção de mel. E ele conta o que o motivou a diversificar: "O castigo da seca. Estamos indo para 5 anos de seca e a gente viu que tinha que fazer alguma coisa diferente. Se ficasse na mesmice, acho que a cooperativa não ia muito além".

A mudança começou há dois anos, na própria área da cooperativa, que serve de experimento para os associados. Ao lado de um açude quase seco, tem verde, tem lavoura! "A gente provou a todo mundo que com pouca água dá pra se fazer muito" conta Adelmo, orgulhoso.

A pouca água vem de um poço que já existia na propriedade, mas que ninguém botava fé. Ele tem 40 metros de profundidade e uma vazão de 600 litros de água por hora. "As informações que eu fui buscar, disseram que não dava pra fazer nada. Tinha que ter vazão acima de mil litros de água por hora. Esse poço mal dá pra alimentar uma resma de gado. O desafio é esse, então vamos procurar fazer pra ver se vai dar certo. E deu", afrima Adelmo.

O poço fica ligado 24 horas. Como a vazão é pequena, Adelmo usa um cano de 32 milímetros para a saída da água. Assim, não força muito a bomba. "É como se fosse um olho d'água na propriedade", analisa ele, que também afirmou que o poço nunca secou.

Hoje, são 12 hectares de plantio, principalmente de hortaliças e frutas, como maracujá, uva, banana. Tudo com certificação orgânica.

Todas as lavouras da área da cooperativa são irrigadas. A água segue do poço para tanques, para ser distribuída, mas não vai de imediato para as plantas. Primeiro, ela tem outra utilidade: a criação de tilápias. 

Os tanques de tilápia são de concreto, têm 3m de diâmetro, 1,70m de profundidade e comportam 12 mil litros de água. Segundo Adelmo, esse não é um sistema convencional de criação de tilápias. Ele começa com 1.200 alevinos em um único viveiro. São 100 peixes por metro cúbico. No método convencional, para esse tipo de tanque, com água represada, o usual são três peixes por metro cúbico.

Adelmo tem uma receita para o sistema funcionar. Primeiro: em seis meses, quando as tilápias atingem 600 gramas, inicia-se o processo de despesca. Com esse peso, os peixes já podem ser vendidos. "Consequentemente, o peixe que vai ficar na água ele vai crescer, então vai precisar de mais espaço. Então a gente despesca 50% dos peixes. Fica a metade dos peixes aqui, para aguentar até mais um ano, um ano e meio".

Mas não é só isso. Enquanto que no sistema convencional, em tanques de concreto ou escavados, a troca da água é mais lenta, no sistema da cooperativa a renovação deve ser frequente. Isso porque a concentração de dejetos facilita a produção de amônia, que, em excesso, mata os peixes. "A matéria orgânica produzida nesse espaço é muito grande, devido ao resíduo das fezes dos peixes, restos de alimentos e a secreção do peixe. Por isso que a gente tem que remover essa água a cada dois ou três, para eliminar as toxinas que são produzidas na água".

O ideal é sempre retirar metade da água do tanque. Nunca toda de uma só vez. O que sai é o que vai para a irrigação.

Mais uma dica é a cada 15 dias aspirar o fundo do tanque para remover os resíduos sólidos. Outro detalhe importante é a oxigenação. Adelmo usa as bombas comuns, que renovam a água, mas faz adaptações que aumentam a quantidade de ar para os peixes: "A gente usa mangueiras para puxar o ar, e aumentar a quantidade de oxigênio". Ele explica como faz esta adaptação no vídeo da reportagem.

Uma tela colocada em cima dos tanques, além de evitar que os peixes maiores pulem para fora, é uma questão de segurança que Adelmo encontrou para tranquilizar os criadores: "Quando a gente vai abordar o associado para criar o peixe, ele diz que não dá pra criar porque tem muito ladrão de peixe. Então já cria uma dificuldade".

Cada um dos sete viveiros abriga os peixes de um associado. E irriga a lavoura de vários agricultores. Adelmo explica a vantagem de usar, para irrigação, a água que foi retirada nos tanques dos peixes: "Ela vem rica em nutrientes para a planta. Então o solo, cada dia mais, ele vai ficando melhor, mais rico. Então a gente não tem muita necessidade de colocar adubo químico, muito esterco, porque a própria água já vem rica em nutriente".

A técnica para molhar as plantas também é uma invenção de Adelmo. "O sistema de gotejo e de microaspersor não funciona. Porque a água sai com resíduos das fezes dos peixes e, às vezes, com ração. E entope rapidinho. Então a gente pega só o terminal do microaspersor, porque o buraco dele é um pouco maior, então os resíduos conseguem passar por aqui. Aí dentro eu coloco um arame para direcionar a irrigação para a planta".

Para as plantas que exigem mais água, a mangueira é maior. A banana é molhada todo dia. Em dois hectares estão 50 pés, de nove associados. Nas culturas que não precisam de irrigação sempre, o intervalo é no máximo de três dias, porque junto, vem a necessidade de renovar a água do tanque. É peixe que garante nutrientes para as plantas. E lavouras que servem às tilápias.

Para baratear o custo do alimento dos peixes, os agricultores se prepararam. Antes de colocar as tilápias nos tanques, eles plantaram milho e capim exclusivamente para fabricar a ração. A máquina que produz a ração foi comprada pela cooperativa para atender aos associados. A base é o farelo de milho - os grãos triturados.

Outras vitaminas e a proteína também vêm da roça, como Adelmo conta: "Aqui a gente tem o capim elefante, folha do pé de milho. O pé de gerimum, abóbora, a palma. E o broto da mandioca, que concentra a maior quantidade de proteína".

As folhas e brotos são batidos no liquidificador com água, um pouco de sal e óleo vegetal. Essa pasta é misturada ao farelo e então, a ração é peletizada, ou seja: compactada em pequenas porções. Depois, ela fica dois dias no sol, e está pronta. É o tempo suficiente também para a evaporação do ácido cianídrico, que é um veneno presente na folha verde da mandioca. O alimentador dos tanques é automático, movido a energia solar. Quatro vezes ao dia, as tilápias recebem comida.

Não só a ração dos peixes é feita na cooperativa. O milho e o capim viram comida para as galinhas caipiras, que aproveitam ainda as sobras da lavoura. A criação é um projeto piloto, que a dona Leonísia Almeida cuida com carinho: "Se estragava muita banana, melancia, e eu disse por que não utilizar essas frutas que estão sendo jogadas?"

Para quem quer começar, a cooperativa fornece 20 pintinhos e depois ajuda o associado na comercialização. "Se cada um, um tiver 20, outros 50, 100, isso dá um volume grande que tem como colocar num grande mercado", afirma dona Leonísia.

Aos poucos, Adelmo vai disseminando suas ideias por aqui. Natural de Recife, ele chegou ao sertão há 10 anos, depois de casar. Formado em belas artes, não exerce a carreira, mas está sempre inventando. "Não paro de praticar a minha arte aqui, nessa terra bruta e lapidando e criando coisas que as pessoas acham 'é impossível', e a gente vai fazendo".

Seu Raimundo, do começo da reportagem, também é um dos agricultores que estão mudando o jeito de conviver com a seca. Acostumado a criar tilápia em açudes, agora usa um dos tanques da cooperativa. Ele conta que não imaginava que pudesse funcionar: "Esse conhecimento aqui eu não tinha não. Eu achava que podia não dar certo, né? Eu pensava como que o pessoal desenvolveu esse tanque, sem ter lama para ele comer, aquela comida com capim, aquelas coisas lá, esse peixe não vai se desenvolver. É tudo puro engano meu, não sabia de nada, né?".

Raimundo mora no município de Santa Teresa, a 30 Km de Tabira. Lá, ele tem uma roça, que cuida junto com a esposa, dona Bernardete. A produção em 11 hectares, dependia só de um açude que não enche mais. “Aqui era para gado, era para pasto, era para tudo”

As coisas começaram a mudar há seis meses, quando a cooperativa abriu um poço para o Raimundo. E que surpresa!! São 800 litros de água por hora. Ele nem imaginava que tinha tanta água ali, logo abaixo dos pés: "Não tinha essa noção, de jeito nenhum. É a coisa de a gente dormir pobre e acordar rico. Porque a gente ter água num subsolo desse aqui, a gente dorme pobre e acorda rico".

Com essa riqueza, seu Raimundo vai construir dois tanques para tilápia. Por enquanto, a água do poço segue para a caixa, que, por gravidade, chega ao capim - alimento das cabras - e às hortaliças. Dona Bernardete comemora: "Foi bom demais, eu não tenho palavras para agradecer o que a gente ta colhendo agora".

Nunca falta produto, e o poço é até chamado de cofre, como conta o seu Raimundo: "Toda vez que tô em casa, o pessoal liga: 'trás três molhos de coentro, um molho de cebola', nunca volto sem nada. Quer dizer que isso aqui é meu cofre. Toda vez que eu venho para cá, eu levo um dinheirinho pra casa".

A renda melhorou. Mas eles querem bem mais. Esse ano, o casal voltou para a escola, para terminar o ensino fundamental. Incentivado pela cooperativa, seu Raimundo já fez até curso de estratégia de negócios: "Você ter o que é seu e saber administrar, isso é mto bom, né? A gente não sabia. Tinha o que era da gente e não sabia administrar. Minha meta agora é não parar. Eu enquanto for vivo, daqui pra frente, eu com a minha família, tenho que trabalhar".

A cooperativa tem 245 associados, em Pernambuco, Paraíba, Piauí e Bahia. A maioria é de apicultores. Mas pelo menos 10 produtores já estão implantando as técnicas para aproveitar melhor a água.

Fonte: Globo Rural

Fórum na Embrapa aborda influência da mudança do clima na agropecuária

A influência da mudança do clima na produção agropecuária será discutida durante Fórum, em 10 de
agosto, das 8h30 às 17h, na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). O objetivo é analisar criticamente se ocorrem alterações em macro e meso escala em razão da ação antrópica que justifiquem preocupações e permitam correlacionar eventos extremos com suposições atreladas à instabilidade produtiva das lavouras brasileiras, com a participação de pesquisadores, professores, profissionais liberais e estudantes de pós-graduação.

O pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) será o mediador das discussões dos temas a serem apresentados. São organizadores do evento os pesquisadores Andre May, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e Nilce Gattaz, da Embrapa Meio Ambiente.

A primeira palestra, com Lincoln Muniz Alves, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST/Inpe), abordará as razões para o aumento das oscilações climáticas em nível nacional. Logo após, Santiago Cuadra da Embrapa Informática Agropecuária, falará sobre as perspectivas futuras para cenários de mudanças de temperatura e precipitação: incertezas inerentes às projeções climáticas. Em seguida, Caio dos Santos Coelho, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-Inpe) versará sobre a recente seca na região Sudeste do Brasil, com a apresentação de um estudo sobre a viabilidade de previsão do início da estação chuvosa no estado de São Paulo.

Na segunda parte do Fórum haverá discussões sobre 5 temas. Paulo Sentelhas abordará a variabilidade de mudanças climáticas e seus impactos na produtividade agrícola; em seguida, Joaquim de Souza Ferreira Filho apresentará a simulação da perda econômica da agricultura brasileira em função das variações climáticas, ambos são professores da Esalq. Edson Oliveira Vendruscolo, do Grupo El Tejar discorrerá sobre as adequações empresariais para convívio com a variabilidade climática em áreas de produção de grãos, enquanto que Verona Montone, representante da The Climate Corporation, abordará essa corporação rumo à agricultura digital. A última apresentação dessa seção será sobre formas de minimização de danos e alternativas agrícolas para convívio com o novo cenário nacional.

Na terceira parte do Fórum, no período da tarde, serão discutidas as formas de minimização dos danos e as alternativas agrícolas para o convívio com o novo cenário nacional. Serão 5 palestras: uso da tecnologia de adubação biológica para melhoria da interface solo-planta sob fatores adversos, com Solismar Venzke Filho, consultor de P&D da empresa Microgeo; caracterização ambiental como ferramenta para a manutenção da produtividade agrícola em cenários de mudanças climáticas: estudo de caso para feijão, com Alexandre Heinemann, da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antonio de Goias, GO); tecnologias biológicas (inoculante) para redução do consumo de água na agricultura e proteção de plantas à seca: eficiência atual e perspectivas futuras, com Itamar de Melo, da Embrapa Meio Ambiente; estratégias para aumento da eficiência e sustentabilidade da produção de soja em condições climáticas adversas, com Alexandre Nepomuceno, da Embrapa Soja (Londrina, PR) e por fim, estratégias para o aumento da eficiência e sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar em condições climáticas adversas, com Hugo Molinari da Embrapa Agroenergia (Seropédica, RJ).

Durante o evento, o tema Pecuária será também abordado no tocante aos impactos da variabilidade climática na produção de gado de corte: desafios e alternativas, pela pesquisadora Lucimara Chiari, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS). Já as iniciativas para o estímulo à inovação, serão apresentadas por Renato Luzzardi, da Bayer.

Fonte: Embrapa