quinta-feira, 22 de setembro de 2016

No Dia Nacional da Banana, consumidor não tem o que comemorar

A banana é a fruta mais popular do Brasil. No mundo todo fica na segunda colocação de fruta mais consumida no planeta, perdendo apenas para a laranja. Mas a banana é uma das mais comercializadas e com maior movimentação financeira. E as vantagens não param por aí. Além de lucrativa, a fruta também é rica em nutrientes para a saúde e tem um dia nacional reservado para ela, 22 de setembro.

No entanto, os brasileiros não têm muitos motivos para comemorar. Nos últimos oito meses, o preço da banana subiu 39,3% em Curitiba; e 27% no restante do país. Os dados foram divulgados no 9º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O aumento também é consequência da queda na oferta, devido às geadas e queda da temperatura em algumas regiões produtoras.

O Brasil ocupa a terceira posição como maior produtor da fruta – são sete milhões de toneladas por ano, com participação de 6,9% no total do planeta, segundo dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São mais de 125 países que cultivam a banana e, em alguns deles, ela está como maior fonte de arrecadação e geração de emprego e renda.

Esse é o caso do agricultor familiar acreano Lázaro Júnior, de 18 anos. Ele, seu pai e sua irmã têm 17 hectares na propriedade, no município de Manoel Urbano (AC), dedicados à plantação de banana-comprida, também conhecida como banana-da-terra, bastante típica na região. “A nossa renda vem do plantio da banana”, afirma o jovem Lázaro.

Por mês, a família produz cerca de 10 toneladas da fruta para consumo próprio e também para vender em outras capitais, como Manaus (AM) e Porto Velho (RO). Segundo ele, a banana-comprida é fonte de muitas vitaminas. “E tem potássio também, né?”, lembra ele. São 35 mil bananeiras plantadas na propriedade e Lázaro diz que contou com o auxílio da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para alavancar a produção e, futuramente, partir para exportação. “Estamos planejando isso”, revela.

Safra no Brasil

Em 2014, o Distrito Federal ficou com a primeira posição entre os melhores rendimentos na safra brasileira, com 29,5 toneladas – a média nacional foi de 14,7 toneladas. Em seguida, ficaram os estados do Rio Grande do Norte (27,7 toneladas), Paraná (23,9 toneladas) e Santa Catarina (23,3 toneladas).

Curiosidades

A banana é rica em fibras, potássio, vitaminas C, B1, B2, B6, além dos minerais como magnésio, cobre, manganês, cálcio, ferro e ácido fólico. A fruta possui compostos antioxidantes, como a dopamina e catequina, e contém triptofano, que atua na produção de serotonina – que ajuda a relaxar e manter o bom humor.

Por ser rica em potássio, a fruta é indicada para baixar a pressão arterial. Dependendo do tipo da banana, ela ajuda a normalizar o intestino, além de acalmar o estômago e o sistema nervoso, sendo uma aliada na dieta.

Ela também pode ser usada como cosmético, uma opção, por exemplo, de hidratante natural para tratar pele e cabelos. As vitaminas e minerais da banana restauram a umidade perdida e repara a pele danificada, cansada e seca.

Melão: incremento de produtividade e qualidade para atender ao mercado internacional

Aparência e sabor estão entre os principais pontos avaliados pelo mercado externo

Em 2015, o melão foi a fruta mais exportada pelo país com 223,74 mil toneladas embarcadas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A cultura está entre as principais produzidas na região nordeste do Brasil e exige dos produtores diversas práticas de manejo que atendam às altas exigências do mercado internacional, como a padronização do fruto, a aparência e o sabor.

O gerente agrícola Mardônio Moreira, da CMR Brasil, de Jandaíra (RN), empresa especializada na produção de melão variedade “pele de sapo” para mercados da Europa, principalmente Espanha, explica que a aplicação de micronutrientes, e o uso de produtos à base de aminoácidos e microrganismos contribuem para o equilíbrio nutricional da planta, impactando na produção, qualidade e pós-colheita da fruta.

“A fruta não tem que ser boa apenas quando é colhida. Na exportação, da data da colheita até chegar à mesa do consumidor, temos em média de 25 a 30 dias. Então precisamos de um fruto com uma boa qualidade pós-colheita, uma boa capacidade de prateleira para suportar todo esse tempo”, afirma Mardônio. O gerente ainda destaca que as soluções naturais permitiram melhor pegamento do fruto gerando uniformidade na produção.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Alltech Crop Science, Antônio de Pádua, isso acontece porque os produtos reduzem o estresse causado por adversidades ambientais e aumentam os caracteres produtivos da planta. “É o trabalho que chamamos de Pegamento, Padronização e Crescimento (PPC) que auxilia nesse cenário de qualidade elevada. Além disso, os produtos biológicos, por terem origem natural, não prejudicam o meio-ambiente, mantendo o equilíbrio meio e planta”, finaliza. 

Expofruit

Entre os dias 21 e 23 de setembro, os produtores de fruta do nordeste brasileiro e demais regiões se reúnem para debater e conhecer as principais novidades do segmento, durante a Expofruit 2016 - Feira Internacional da Fruticultura Irrigada. Em mais um ano de participação, a Alltech Crop Science traz a parceria com a Crop Agrícola, distribuidor na região, para o estande no evento. Segundo Pádua, a feira tradicional é importante, pois permite negociação entre produtores e importadores.

Serviço - Expofruit 2016

Data: De 21 a 23 de setembro
Horário: Das 18h às 23h
Local: Centro de Exposição e Eventos (Expocenter) – Mossoró (RN)

Alta no preço da polpa cítrica peletizada

Segundo levantamento da Scot Consultoria, no estado de São Paulo, a tonelada da polpa cítrica peletizada está cotada, em média, em R$714,23. Em relação ao mês anterior, houve aumento de 14,3% nos preços. Já na comparação com o mesmo período do ano anterior, o produto está 99,8% maior.

A baixa disponibilidade do produto tem colaborado com este cenário, uma vez que a oferta de polpa cítrica é insuficiente para atender o mercado. A valorização do milho grão nesse ano é outro fator que colabora com a valorização nos preços do produto. Em curto e médio prazos a perspectiva é de que o mercado se mantenha firme e em patamares acima do ano anterior.


Fonte: Scot Consultoria

PIB do agronegócio cresce 2,45% no primeiro semestre

O resultado foi impulsionado pela cadeia produtiva da agricultura

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 0,62% em junho e acumula alta de 2,45% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O resultado foi impulsionado pela cadeia produtiva da agricultura, que teve alta de 3,64% em seis meses na comparação com janeiro a junho de 2015. A pecuária recuou 0,14%.

Todos os segmentos do agronegócio apresentaram expansão no primeiro semestre, com destaque para o primário, que se refere ao desempenho da atividade “da porteira pra dentro”, cuja expansão foi de 3,05%. O comportamento deste setor, segundo a CNA e o Cepea, foi atribuído à alta de preços agrícolas de janeiro a junho, que compensaram o recuo na produção, com destaque para as seguintes culturas: algodão, banana, batata, cacau, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, laranja (25,85%), mandioca, milho, soja e trigo.

O PIB da agroindústria subiu 2,28% nos primeiros seis meses de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado pela indústria de processamento vegetal, que elevou seus preços no semestre. Os serviços, que abrangem a comercialização e distribuição de produtos primários e agroindustriais, tiveram alta de 2,27%, também puxados pelos produtos agrícolas. Já os insumos cresceram 1,84%, sustentados pela indústria de rações, que deve ter aumento de receita neste ano, reflexo da alta dos preços e da produção.

No segmento agrícola, que cresceu 3,64% em seis meses na comparação com o primeiro semestre de 2015, o desempenho foi ainda melhor, com alta de 5,58% do segmento primário. Serviços, indústria e insumos tiveram altas de 3,55%, 2,77% e 2,40%, respectivamente. A retração do PIB na cadeia produtiva da pecuária, de 0,14%, foi puxada pelo recuo dos segmentos primário (0,06%), industrial (0,94%) e serviços (0,54%). Apenas os insumos tiveram crescimento, de 1,04%.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Agora é o suco do Brasil que preocupa produtores da UE

Produtores europeus são contra a retirada dos impostos do suco de laranja vindo do Mercosul.

A Copa & Cogeca, poderosa central que representa agricultores europeus, continua a acompanhar com lupa as negociações em curso para o estabelecimento de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. E, depois de expor sua contrariedade em relação a uma maior abertura da UE para produtos como a carne bovina, por exemplo, agora realça sua preocupação com as tratativas que envolvem o suco de laranja.

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) exportado por países do Mercosul — basicamente o Brasil, líder global nesse mercado — paga uma taxa equivalente a 12,2% do valor total para entrar na UE, ao passo que a tarifa incidente sobre o suco de laranja pronto para beber (NEC) é de 15%. O Valor apurou que representantes do Mercosul tentam convencer os negociadores da UE a retirar essas taxas em um prazo de até quatro anos, enquanto os europeus insistem em dez. Ocorre que a Copa & Cogeca quer que tudo continue como está, ainda que já sejam isentos de tarifas, graças a acordos bilaterais, sucos produzidos no Caribe, no norte da África e no México.

A UE importa 90% de todo o suco de laranja que consome, e 80% dessas compras são do produto do Brasil. A posição da Copa & Cogeca busca defender sobretudo os fabricantes de NFC da Espanha, que reúne o maior parque agrícola da Europa e tem cerca de 35% desse mercado específico na UE. "A oferta espanhola é pequena para atender à demanda da UE e, com ou sem tarifa, a competitividade de seu suco está garantida pelo câmbio", disse um analista. A UE absorve 70% dos embarques totais de suco de laranja do Brasil.

Apesar de a UE estar agora concentrada nos problemas gerados pela decisão do Reino Unido de deixar o bloco, a negociação com o Mercosul continua mantida e a preocupação da Copa & Cogeca com produtos considerados sensíveis, também. No caso da carne bovina, os produtores europeus já se manifestaram totalmente contrários a uma maior abertura, a ponto de Bruxelas recuar e deixar quaisquer concessões nesse segmento para um segundo momento, já na barganha final.

A posição dos produtores do Velho Continente sobre o suco apareceu agora, quando impuseram barreiras no Parlamento Europeu contra a votação do acordo comercial entre a UE e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que reúne África do Sul, Botswana, Lesoto, Moçambique, Namíbia e Suazilândia. Nesse caso, a Copa & Cogeca informou ter "sérias inquietações" com as cotas para os países da SADC exportarem, sem tarifas, 100 mil toneladas de açúcar demerara, 50 mil de açúcar branco e 80 mil toneladas de etanol — concessões que também deverão ser feitas, de algum modo, ao Mercosul.

Foi então que a central reclamou que a UE permitirá, ainda, a importação de volumes expressivos de laranjas da África do Sul, o que causaria mais problemas aos citricultores europeus, que já enfrentam a concorrência, no mercado de suco, dos exportadores brasileiros. Mas, no Mercosul, a bem da verdade, o Brasil não é o único alvo da Copa & Cogeca. No mercado de grãos, por exemplo, quem enfrenta a contrariedade da central é a Argentina, pelo potencial que suas exportações têm de prejudicar a renda dos europeus nos segmentos de trigo e canola, por exemplo. Nas negociações com o Mercosul, a UE oferece uma cota para a entrada de 200 mil toneladas de trigo com a incidência de uma taxa de € 6 por tonelada.

Fonte: Valor Econômico On line

Venda de suco integral cresce 36% até 2018

Bebidas Tetra Pak diz que água de coco domina o segmento, com 62% das vendas, e continuará avançando.

O consumo de sucos integrais, categoria de maior crescimento no setor de sucos prontos para beber, vai crescer 36,3% entre 2016 e 2018 no Brasil (ou 10,8% ao ano), chegando a 492 milhões de litros. O ritmo de expansão é bem mais lento do que no triênio anterior, quando o consumo de suco integral em caixinhas no Brasil (incluindo água de coco) subiu em torno de 30% ao ano, saindo de 167 milhões de litros em 2012 para 361 milhões de litros em 2015.

As informações fazem parte do Tetra Pak Juice índex, estudo global sobre consumo e tendências para o mercado de sucos prontos para beber realizado anualmente pela fabricante de embalagens Tetra Pak Esta é a nona edição do estudo e é a primeira vez que a companhia avalia exclusivamente o mercado de sucos 100% integrais.

O volume apurado em 2015 de sucos 100% naturais prontos para beber (incluindo água de coco) é pequeno em relação ao consumo total de sucos integrais, equivalendo a 12,6% do mercado no Brasil. O consumo de sucos integrais feitos na hora, seja para consumo em casa ou em restaurantes e bares, chega a 2,5 bilhões de litros por ano.

De acordo com a Tetra Pak, essa proporção entre sucos envasados e os feitos na hora tende a permanecer inalterada no curto prazo. A pesquisa aponta, no entanto, alguns tipos de sucos integrais que tendem a ganhar mais espaço no mercado brasileiro nos próximos anos. São eles: sucos funcionais, como detox e com ação antioxidante; sucos que misturam frutas e verduras; sucos nos sabores cranberry, manga e água de coco; e bebidas chamadas totalmente naturais, ou seja, que não possuem adição de açúcar, conservantes, que usam ingredientes orgânicos e sem transgênicos. Essas tendências também valem para outros países emergentes.

Os fabricantes no Brasil têm aproveitado essas tendências. O suco Del Valle, da Coca-Cola Company, por exemplo, entrou no mercado de suco 100% integral em janeiro de 2015. A Do Bem, comprada este ano pela Ambcv, também oferece suco 100% integral pronto para consumo em diferentes sabores e com preços acima da média do mercado.

Em relação a sabores tradicionais, a água de coco, que hoje responde por 62% das vendas de sucos integrais prontos no Brasil, com vendas de 106, l milhões de litros em 2015, continuará avançando nos próximos anos, diz a Tetra Pak. O suco de laranja, segundo colocado, com 28,9% do mercado, enfrenta dificuldades para crescer.

Fonte:  Valor Econômico

População de psilídeo está acima da média no inverno

O monitoramento da população de psilídeos – inseto transmissor do HLB (greening) – em todo parque citrícola feito pelo Fundecitrus por meio do sistema de Alerta Fitossanitário – Psilídeo apontou um aumento expressivo no outono e inverno, período que, normalmente, a população é muito baixa.

Em virtude desse crescimento, o sistema está emitindo alerta de controle conjunto para as regiões de Araraquara, Bebedouro, Casa Branca, Frutal e Lins de 14 a 21 de setembro e para as regiões de Avaré e Santa Cruz do Rio Pardo de 19 a 26 de setembro. Essa pulverização regional tem o objetivo de diminuir a população do psilídeo antes do início da primavera, época em que, tradicionalmente, há pico da população do inseto, devido ao grande ciclo de brotações do período.

O aumento atípico é causado, provavelmente pelas chuvas acima do normal em maio e junho e em agosto. “Com falta de um período prolongado de estresse hídrico, as plantas continuaram vegetando e a população de psilídeo se manteve alta”, afirma o pesquisador Renato Beozzo Bassanezi.

Em todas as regiões do Alerta Fitossanitário o índice médio de psilídeos por armadilha adesiva entre a primeira quinzena de abril e a segunda quinzena de agosto foi alto, com destaque na região de Bebedouro, onde o aumento foi 555% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas regiões de Casa Branca e Araraquara, onde normalmente o estresse hídrico é maior no outono e inverno, a população de psilídeo esse ano foi 80% maior que em 2015. Nas regiões de Avaré e Santa Cruz, também houve aumento, mas em menor proporção: de 13% e 27% respectivamente.

O controle de psilídeo nos pomares é o ponto chave do controle do HLB. Por se tratar de um vetor, apenas um inseto encontrado é suficiente para determinar a necessidade de pulverização.

A pulverização conjunta entre vizinhos de uma área faz parte do manejo regional de HLB e evita que o psilídeo migre de uma propriedade para outra no momento das aplicações. Isso garante um período maior de controle da população do inseto, resultando em menor necessidade de pulverizações.

O programa do Alerta Fitossanitário é um serviço gratuito oferecido pelo Fundecitrus aos citricultores, para monitorar a população de psilídeos. O sistema engloba uma área de 230 mil hectares (55% do parque citrícola), monitorando 105 milhões de plantas, em cerca de mil propriedades, em mais de 140 municípios de São Paulo e Minas Gerais. Para incluir sua propriedade no sistema, o citricultor deve acessar o link:http://www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario . Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800 11 2155.

O Alerta Fitossanitário tem o apoio das empresas amigas do citricultor Bayer CropScience, FMC, Koppert e Syngenta.

Fonte: Fundecitrus

Estudo aponta queda no preço de hortaliças e alta no valor das frutas

A queda na maioria dos preços das hortaliças é destaque no 9º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado nesta terça-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Batata e cebola lideram a baixa de preço em todos os mercados estudados. Os maiores percentuais de redução para as duas hortaliças aconteceram na Ceasa Brasília: 23% para batata e 27,8% para cebola. Alface e cenoura também registraram recuo de valores na maioria das centrais de abastecimento analisadas. As quedas nos preços aconteceram devido às condições climáticas favoráveis que aumentaram a oferta dos produtos.

A exceção deste mês foi o tomate, que registrou aumento em sete das nove Ceasas estudadas. Os maiores reajustes aconteceram nos entrepostos de Campinas (SP) e de Belo Horizonte (MG) com índices de 37,26% e 33,55%, respectivamente. Já nas centrais de abastecimento de Fortaleza e Recife houve queda de 10,10% e 4,11%, respectivamente. A alta nos preços do tomate pode se repetir em setembro, em função das adversidades climáticas.

Frutas

Após três meses de queda contínua de preços, o mamão apresenta alta generalizada e substancial. Nas centrais de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília, a fruta teve aumento de três dígitos, com índices subindo entre 118,24%, em Brasília, e 159,43%, em BH. O menor reajuste aconteceu nas capitais nordestinas, Recife (39,34%) e Fortaleza (41,81%). A tendência deve se manter até o fim do ano, resultado da redução da oferta em razão da seca no norte de Minas Gerais e no oeste do Espírito Santo.

Banana também apresentou alta nos valores, principalmente em Curitiba (39,37%) e Campinas (38,49%). O aumento também se deu pela queda na oferta, mas devido as geadas e queda da temperatura em algumas regiões produtoras. Já a melancia apresentou queda de preços em seis dos nove mercados estudados, em função da safra de Goiás e Tocantins, com aumentos apenas no Nordeste - entre 10% em Recife e 15,7% em Fortaleza.

O levantamento é feito mensalmente, a partir de informações fornecidas por grandes mercados atacadistas no país, por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab. Para a análise do comportamento dos preços de agosto, foram considerados os principais entrepostos dos estados de SP, MG, RJ, ES, PR, CE, PE e DF.

A íntegra do boletim pode ser acessada no link do site www.prohort.conab.gov.br

EUA revisa programa de redução de tarifas de importação para países em desenvolvimento

Exportadores brasileiros e importadores americanos têm até 4 de outubro para solicitar a inclusão de produtos agrícolas na lista do Programa Geral de Preferências (SGP, sigla em inglês). O Brasil tem acesso à tarifa zero para 570 produtos agrícolas, como frutas, lácteos, lentilha, mandioca e cacau em pó.

O link do edital é este: https://www.federalregister.gov/articles/2016/08/25/2016-20054/generalized-system-of-preferences-gsp-notice-of-initiation-of-the-20162017-annual-gsp-product-and.

O SGP concede isenção ou redução das tarifas de importação para produtos originários de mercados em desenvolvimento. Além dos Estados Unidos, vários outros países possuem esse tipo de programa. Cada um deles estabelece um esquema distinto, definindo suas listas de produtos cobertos, além das tarifas aplicadas com o benefício do programa.

O SGP dos EUA está em vigor desde 1976 e garante a isenção da cobrança das tarifas de cerca de 5 mil produtos de 122 países e territórios em desenvolvimento, inclusive do Brasil. A lista completa dos produtos atualmente cobertos pelo programa pode ser acessada na página do USTR.

Os dados de importação dos EUA estão disponíveis para consulta em banco de dados da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, sigla em inglês), na sua página eletrônica https://dataweb.usitc.gov.

Nova tecnologia para proteção do melão é destaque do evento

Manejo da mosca-branca e mosca-minadora com a tecnologia de ponta do Ciantraniliprole será apresentado pela DuPont Proteção de Cultivos


No período de 21 a 23 de setembro acontece a 20ª edição da Expofruit – Feira Internacional da Fruticultura Irrigada –, em Mossoró (RN). Um dos mais importantes evento do País no segmento frutícola, a Expofruit atrai investidores do agronegócio, importadores e exportadores de frutas. A DuPont Brasil Proteção de Cultivos, em parceria com distribuidor na região, Crop Agrícola, apresentará durante o evento o Programa Verimark® e Benevia® para a cultura do melão.

Segundo a companhia, o Programa Verimark® e Benevia® tem como ingrediente ativo o Ciantraniliprole. Na cultura do melão, o programa é recomendado para controle de pragas importantes como mosca-branca (Bemisia tabaci raça B) e mosca-minadora (Lyriomyza sativae), que causam prejuízos significativos às lavouras.

De acordo com a DuPont, o Programa Verimark® e Benevia® contribui para o melhor estabelecimento da cultura do melão, principalmente quando aplicado no início do ciclo produtivo da fruta. As aplicações de Verimark®, ressalta a empresa, são realizadas via solo e as de Benevia®, foliares.

“Trata-se de um novo conceito na proteção da lavoura e no manejo da produção, uma inovação que transfere resultados extraordinários na rentabilidade do agricultor”, resume Luís Grandeza, engenheiro agrônomo, gerente de marketing HF da DuPont.

De acordo com Grandeza, outro destaque da DuPont no evento será o inseticida Rumo WG®, para controle do complexo de lagartas do melão. “Este produto preserva insetos benéficos às lavouras e melhora a qualidade da produção. É recomendado, ainda, na prática do manejo de resistência a inseticidas”, finaliza o engenheiro agrônomo.


Espumantes Miolo conquistam medalhas em Londres

Reconhecida como uma das vinícolas mais premiadas do Brasil, a Miolo celebra sua mais recente conquista: uma Medalha de Prata e uma Medalha de Bronze no International Wines & Spirits Competition (IWSC), que é realizado há quase 50 anos na Inglaterra.

O espumante Miolo Cuvée Tradition Brut é o medalhista de prata da Miolo na competição, que acaba de divulgar seus resultados. O rótulo se destacou entre centenas de amostras inscritas no IWSC, reforçando sua evidência no cenário internacional: ele já foi eleito um dos melhores da América do Sul por outra referência inglesa, a Revista Decanter, e também é destaque em Paris na loja Soif D’ailleurs, onde ocupa a posição de espumante mais vendido.

Elaborado com as uvas Chardonnay e Pinot Noir pelo Método Tradicional – com fermentação na própria garrafa –, o mesmo utilizado na produção do champagne, o Miolo Cuvée Tradition Brut permanece durante 12 meses nas caves subterrâneas da Miolo no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul. É perfeito para acompanhar aperitivos e uma conversa entre amigos.

O IWSC também premiou outro rótulo Miolo: o Terranova Brut, que conquistou uma Medalha de Bronze. Elaborado nos vinhedos da vinícola no Vale do São Francisco (BA) com as uvas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo, é excelente como aperitivo, além de harmonizar perfeitamente com comidas gordurosas e com tendência à doçura, devido a sua efervescência e acidez. 

Miolo

A Miolo é uma das maiores e mais reconhecidas vinícolas do Brasil. Iniciou seus trabalhos em 1897, quando o italiano Giuseppe Miolo chegou ao Brasil. Hoje, possui projetos em diferentes regiões: Vale dos Vinhedos (RS), Campanha (RS), Campos de Cima da Serra (RS) e Vale do São Francisco (BA). Informações: www.miolo.com.br.

São Paulo amplia a divulgação do Plano Safra 2016/2017

Com o objetivo de organizar os lançamentos e reuniões técnicas do Plano Safra 2016-2017 para a Agricultura Familiar no estado de São Paulo, o secretário executivo adjunto da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Jefferson Coriteac, esteve nesta quinta-feira (15) em reunião com o delegado do desenvolvimento agrário em São Paulo, José Roberto Venerando.

“Uma equipe da sede da Sead acompanhará todos os lançamentos do Plano Safra, fornecendo todos os esclarecimentos operacionais aos prestadores de assistência técnica e representantes das prefeituras, dentre outras entidades que atuam no segmento de crédito ao agricultor familiar”, informou Coriteac, destacando a importância da ampla divulgação do Plano Safra 2016/2017 para garantir o efetivo acesso dos agricultores familiares aos créditos mais baratos que estarão disponíveis.

O delegado federal agrário, por sua vez, apresentou o planejamento das ações envolvendo o Plano Safra para Agricultura Familiar no estado: “Conseguimos articular lançamentos e reuniões técnicas em cinco regiões do interior de São Paulo, em atividades que contarão com representantes do Banco do Brasil, técnicos que fazem os projetos e autoridades locais”, destacou Venerando.

As atividades de lançamento, sempre seguidas de reuniões técnicas nas quais dúvidas e detalhes sobre as modalidades e valores dos créditos disponíveis, seguirão o seguinte roteiro ao longo da próxima semana: Jacupiranga (19/09), Bauru (20/09), São José do Rio Preto (21/09), Andradina (22/09), e Teodoro Sampaio (23/09).

Venerando reforçou que o Plano Safra para a Agricultura Familiar é estratégico para o desenvolvimento econômico e para a saúde de toda a população: “Além de ampliar a produção de alimentos, o que contribui para o controle dos índices de inflação, o Plano Safra para a Agricultura Familiar estimula fortemente a produção de base agroecológica e orgânica, melhorando a qualidade dos alimentos e buscando a segurança alimentar de toda a população”, afirmou.

Fortalecimento das políticas para a agricultura familiar em SP

O representante da Sead conheceu a estrutura física e de trabalho da Delegacia Especial de Desenvolvimento Agrário em São Paulo, deixando claro o compromisso de fortalecer ações e programas para a agricultura familiar: “Estamos buscando novas formas de atuação para o êxito dos programas para os produtores familiares e famílias assentadas, pensando formas de titulação nos assentamentos e a superação de gargalos, como as questões envolvendo a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), por exemplo”, anunciou Coriteac.

Dentre as diretrizes para a execução da política de desenvolvimento agrário, o secretário executivo adjunto adiantou que haverá a unificação de instrumentos de gestão, como a de tecnologia de informação, para otimizar recursos e potencializar o funcionamento do Incra e da Sead: “Haverá uma reestruturação como um todo para a melhor execução de nossas atribuições”, declarou Coriteac.

Cientistas criam sistemas de previsão para agricultura

Plataforma digital em desenvolvimento pelo Cemaden será capaz de prever veranicos com até 4 semanas de antecedência. Ferramenta pode contribuir para minimizar impactos do clima sobre a produção agrícola.

Num esforço para reduzir os impactos das mudanças climáticas sobre a agropecuária, um dos setores da economia mais sensíveis ao clima, pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) estão aperfeiçoando a modelagem agrometeorológica para aprofundar o conhecimento científico sobre a relação entre a produtividade ou o desenvolvimento de culturas agrícolas e as variáveis do clima.

As projeções feitas pelo Cemaden já dão como certa a transferência de culturas tradicionais para outras regiões nos próximos 40 anos por causa do aumento da temperatura. Um exemplo é o café, cujo cultivo é feito sob o clima temperado de Minas Gerais e de São Paulo. Entretanto, a elevação da temperatura nesses estados pode fazer com que a cultura cafeeira migre para regiões mais ao sul, em busca de um clima mais adequado ao seu desenvolvimento.
"Nos próximos 40 anos, pode haver um aumento da temperatura em Minas e em São Paulo, que podem ter um impacto significativo na produção de café. Se isso se confirmar, aumenta consideravelmente o risco de colapso de safras e podemos chegar a um quadro em que será mais seguro plantar na região Sul do que no Sudeste, com base no zoneamento climático", explicou o especialista em modelagem agrometeorológica do Cemaden Marcelo Zeri.

Os climatologistas do Cemaden também trabalham no desenvolvimento de uma plataforma digital capaz de prever episódios de veranico – fenômeno caracterizado por alguns dias de seca durante a estação chuvosa – com até quatro semanas de antecedência. Segundo Marcelo Zeri, a ferramenta pode servir para auxiliar no planejamento dos agricultores.

"Se nós emitirmos alertas antecipados de episódios de veranico, o produtor rural pode se precaver. Se ele tiver acesso a sistemas de irrigação, pode acioná-los sem a preocupação de fornecer uma quantidade maior de água às plantas ou, então, antecipar a colheita. Essa é uma informação a mais para ajudar o produtor a se planejar", afirmou Zeri.
As contribuições da ciência para a produção de alimentos e a segurança alimentar serão discutidas durante a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) realiza entre 17 e 23 de outubro em todo o país.

Biotecnologia

As mudanças no clima também preocupam a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição, Ladislau Martin Neto, variações de temperatura, por exemplo, podem decretar a perda de safras inteiras.

"Muitas vezes, o aumento da temperatura média é pequeno, mas é grande nos extremos máximos e mínimos. Esses dados são cruciais e, por conta dessa grande variação nos extremos, o vegetal morre. Conhecermos as condições climáticas e termos espécies mais resistentes são fundamentais para a agricultura brasileira", disse.

Por isso, a Embrapa trabalha para desenvolver espécies com maior capacidade de adaptação ao aumento da temperatura, longos períodos de estiagem e inundações. Em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o objetivo é produzir espécies vegetais mais resistentes às intempéries.

"Nós batizamos essa iniciativa de unidades mistas de pesquisa. A premissa é utilizarmos recursos humanos da instituição parceira para gerar produtos com grau de complexidade maior e que é a exigência atual do mercado. São parcerias para o desenvolvimento conjunto", explicou Martin Neto. "Com a Unicamp, trabalhamos com biotecnologia para mudanças climáticas. Temos o objetivo de criar espécies que possam resistir melhor a secas e inundações. É uma linha de produção para gerar ativos de inovação", completou.

Outro braço das unidades de pesquisa mistas está na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde máquinas e equipamentos mais eficientes estão sendo desenvolvidos, inclusive com a incorporação da Internet das Coisas (IoT) para otimizar o trabalho do produtor rural.

"A questão da automação vai desde o uso de drones para agricultura até o desenvolvimento de máquinas e equipamentos mais avançados na linha da agricultura de precisão, com agenda de uso mais eficiente dos insumos e da água, que é um fator fundamental para o desenvolvimento do agronegócio", afirmou o diretor da Embrapa 

Mobilidade que gera resultados

Uma visita rápida na App Store ou Play Store comprovam: o agronegócio se tornou mobile. Na tela do tablet e, principalmente, do celular, os produtores rurais aproveitam o "boom" criativo das empresas e instituições de pesquisa em desenvolver aplicativos que, de fato, façam a diferença no campo. Um movimento de mercado que começou tímido há cerca de quatro anos, mas que agora se mostra sólido e tem feito a diferença para quem acompanha tais inovações agrodigitais. Um objetivo é claro na maioria destes apps: gerar informação "real time" para tomada de decisões.

São os mais diferentes segmentos atendidos pelas empresas e pesquisadores que apostam na tecnologia móvel: informações para controle de pragas, controle nutricional em confinamento, mercados, clima, mapeamento de áreas e diversas outras criações. Inclusive, já há produtores paranaenses solicitando aplicativos próprios para o seu negócio.

O professor do departamento de zootecnia Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Dante Pazzanese Lanna, é especialista neste tipo de trabalho. Na universidade paulista, a equipe desenvolveu um software chamado "Ração Lucro Máximo" (RLM), utilizado por diversas empresas para formulação e otimização de dietas, cálculo de exigências nutricionais e simulação de desempenho de bovinos de corte. Agora, em parceria com a gigante IBM, a universidade tem projetos para aplicativos móveis, das mais variadas ferramentas. "Hoje estamos num mundo de coleta de informação. Agricultura é velocidade para tomada de ações corretivas. Se a gramagem de um produto na ração está errada, em 30 dias você perdeu muito dinheiro. A velocidade para definir estratégias é importante, e com aparelhos móveis isso fica mais eficiente".

Lanna não vive apenas na teoria esse tipo de trabalho. Na propriedade de sua família, no município de Bom Sucesso - a pouco mais de uma hora de Londrina – eles utilizam um aplicativo que é possível saber pelo celular o ganho dos animais confinados em tempo real, já que há sensores ligados nas balanças. "Hoje há muitos produtores que coletam dados, mas muitas vezes não sabem o que fazer com eles. Os aplicativos acabam sendo interessantes porque colocam todas as informações de forma organizada, transformando-se em algo útil para o desenvolvimento do negócio". 

O professor doutor em economia rural da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Eugênio Stefanelo, também concorda que a informação precisa gerar soluções concretas para o produtor. "É preciso ter uma capacidade analítica sobre essas informações para que, de fato, o produtor as utilize e gere resultados. Muitos ainda têm acesso a esses aplicativos, mas não conseguem utilizá-los de forma eficiente", salienta.

Stefanelo também alerta: há muitas ferramentas e programas com pouquíssima utilidade para o negócio. "É preciso ter um critério muito forte para utilizá-los. É necessário a busca por ferramentas que tragam algo concreto para a atividade, em que a tomada de decisão gere impacto verdadeiro". 

Agricultura sintrópica utiliza 75% a menos de espaço e água

Plantas de diferentes espécies, como numa floresta, são encontradas no sítio das Mangueiras, no município de Florestal, na região metropolitana de Belo Horizonte. Só que, diferentemente da floresta, a produção feita pelo homem será comercializada. Em 1 hectare (ha) foi desenvolvido um modelo de agricultura ainda pouco utilizada no país: a sintrópica. “A lógica vem do funcionamento da floresta. Lá, convivem várias espécies de plantas”, conta o engenheiro agrônomo, palestrante e consultor técnico Lucas Faria Machado.

Dessa forma, cai por terra a ideia antiga de que para plantar alimentos é preciso desmatar. Aliás, a técnica inspirada na floresta recuperou parte do terreno degradado do sítio de Florestal. “Até o fim do ano, serão 2 ha plantados. Em cinco anos, todos os 4 ha da área de plantio”, diz. No sítio convivem hortaliças e árvores frutíferas.

Machado explica que diferentemente de uma área voltada para a produção de um único produto (monocultura), onde existe um período para colheita, no sítio a produção é constante, já que no local há culturas de diversos ciclos, ou seja, com colheitas em várias épocas. Logo, a produção é constante. “Isso é interessante para o produtor e mostra que a agricultura sintrópica é viável economicamente. É um sistema eficiente”, observa.

Segundo ele, existe uma lógica na escolha das plantas que irão dividir um canteiro. “A mandioca, por exemplo, acaba sombreando, protegendo o morango, que é uma fruta que não precisa de muita exposição ao sol”, diz.

De acordo com o agrônomo, outra vantagem é a economia de espaço. No caso da água, o consumo pode ser 75% menor na comparação com o modelo tradicional. “No começo, como o solo ainda está frágil, é necessário mais irrigação, o que com o tempo vai diminuindo”, diz. Ele conta que atualmente irriga o local três vezes por semana, quantidade que vai sendo gradativamente reduzida. “Depois de um tempo, será uma vez por semana. No futuro, uma vez ao mês”, diz.

O engenheiro agrônomo explica que, antes, o terreno do sítio era pobre em nutrientes, de cor clara e bem seco. “Por causa da situação do solo, usamos fertilizante orgânico, com esterco e húmus de minhoca, no início. Hoje, o solo está mais escuro e úmido”, frisa. A diferença entre a área recuperada e o terreno degradado é visível mesmo para quem não é especialista na área. Além do uso de fertilizantes naturais, o solo é coberto com capim triturado, o que ajuda a mantê-lo úmido. “Na floresta, o solo é coberto naturalmente, seja pela queda de folhas ou por árvores”, explica.

Mais vantagens

Modelo recupera terras secas e e beneficia a biodiversidade

A agricultura sintrópica ajuda a devolver a fertilidade para a terra graças à recuperação da biodiversidade, explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Milho e Sorgo Thomaz Correa e Castro da Costa. “Outra vantagem é a redução da perda de energia, já que há menos exposição direta do solo ao sol, assim como ocorre com a floresta”, observa.

Ele conta que o principal expoente dessa modalidade de agricultura no país é o suíço Ernst Götsch, que nos anos 80 veio para o Brasil e se estabeleceu no Sul da Bahia. “Lá, ele restaurou o solo de uma extensa área”, diz.

Quando o pesquisador e produtor suíço chegou ao local, o nome da propriedade era Fazenda Fugidos da Terra Seca. Eram cerca de 500 ha de terra tornada improdutiva devido às práticas de corte de madeira, repetidos ciclos de cultivo de mandioca nas encostas dos morros, criação de suínos nas baixadas e formação de pastagens por meio de fogo ao longo das margens da estrada que corta a fazenda.
Atualmente, em torno de 410 ha foram reflorestadas, sendo por volta de 350 ha transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), além de 120 ha de reserva legal. E até nascentes ressurgiram no local, que mudou de nome e se chama Fazenda Olhos d’Água. (JG)

Fonte: O Tempo.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mapa divulga nova Revista de Política Agrícola

Última edição trimestral está disponível na internet


A mais recente edição trimestral da Revista de Política Agrícola pode ser encontrada no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A revista aborda assuntos variados, como o potencial do Matopiba na produção de aves e suínos, a correlação entre preços do petróleo e de commodities agrícolas e o comércio internacional de agrotóxicos.

No artigo de abertura, o ministro Blairo Maggi apresenta suas diretrizes de atuação à frente do Mapa: a ampliação do mercado internacional aos produtos brasileiros e a desburocratização de normas e procedimentos para o setor. A revista é feita Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, com a colaboração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


Setor agropecuário terá queda de 1,26% no faturamento em 2016

Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário mede o faturamento “dentro da porteira”


O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário, que mede o faturamento “dentro da porteira” de 20 produtos agrícolas e cinco pecuários, deve ter queda de 1,26% em 2016 em relação ao ano passado, chegando a R$ 541,15 bilhões, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O resultado é reflexo da queda de 10,3% do último levantamento da safra de grãos e fibras, afetada pela estiagem ou excesso de chuvas.

A agricultura terá receita de R$ 339,3 bilhões, 2% a menos do que em 2015. Além das questões climáticas, o recuo dos preços da soja, que responde por 23,5% do VBP total, é um dos fatores que puxarão para baixo o faturamento do setor. O valor bruto da produção da oleaginosa está projetado em R$ 126,9 bilhões, 2,1% abaixo do resultado de 2015. O segmento de cana-de-açúcar terá queda de 7,2% no faturamento, passando de R$ 56,1 bilhões para R$ 52,1 bilhões.

Apesar da queda de produção estimada para o milho e o algodão, também por conta do clima e do déficit hídrico, as duas culturas terão alta de faturamento em razão da alta dos preços. Para o cereal, espera-se um VBP de R$ 50,8 bilhões, elevação de 11,2% na comparação com 2015, reflexo da valorização de 40,6% na cotação. Já a fibra terá elevação de 21,4% na receita, somando R$ 4,1 bilhões em 2016, por conta dos preços 47,2% superiores aos do ano passado. 

A pecuária terá a mesma receita de 2015: R$ 201,7 bilhões. O desempenho da carne bovina deve ficar estável em relação ao ano passado (-0,1%), atingindo R$ 101,8 bilhões. Este segmento responde por 18,8% do VBP. A criação de frango terá alta de 1,7% no faturamento, enquanto o VBP dos ovos crescerá 4,6%. Nos dois casos, o aumento da oferta compensou a queda dos preços. Suínos e leite terão recuo em suas receitas, de 4,2% e 1,2%, respectivamente. 

Alta nos preços dos fertilizantes em setembro

O dólar reagindo em relação ao real e a boa movimentação no mercado interno deram sustentação às cotações dos adubos.

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), foram entregues 3,92 milhões de toneladas ao consumidor final em agosto. O volume foi 9,9% maior que o entregue no mesmo mês do ano passado.

De janeiro a agosto as vendas totalizaram 20,45 milhões de toneladas de adubos no país, 10,3% mais que em igual período de 2015.

Em São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços dos fertilizantes subiram 0,8% na primeira quinzena de setembro, em relação à segunda quinzena de agosto.

No caso dos fertilizantes fosfatados a alta foi de 0,5%, em média, neste mesmo período, enquanto o preço do cloreto de potássio ficou estável.

Em curto e médio prazos a expectativa é de preços mais firmes no mercado de fertilizantes.

Ação criada por pesquisadores da UFSCar aproxima agricultura familiar do consumidor final

Programa 10 a 1 visa fortalecer a agricultura familiar local e melhorar a qualidade de vida dos consumidores


No dia 6 de setembro, o Grupo de Pesquisas em Plantas Hortícolas e Paisagismo (GPHP), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), realizou sua primeira ação relativa ao Programa 10 a 1, atividade desenvolvida junto dos produtores rurais da Agricultura Familiar de Araras e dos estudantes do GPHP como uma ideia de aproximar a agricultura familiar do consumidor final. "O objetivo do Programa é fortalecer a agricultura familiar local, bem como melhorar a qualidade de vida das pessoas que consomem esses alimentos.

Dessa forma, os benefícios são mútuos", esclarece Jean Carlos Cardoso, professor do Departamento de Desenvolvimento Rural (DDR) e coordenador do GPHP. O Programa acontece por meio do projeto de extensão "Economia Solidária, Autogestão e Cooperativismo: (re)construindo caminhos alternativos ao desenvolvimento" em parceria com a professora Liliane Schlemer Alcântara, também do DDR; a Prefeitura de Araras; e com os produtores rurais da Associação dos Agricultores Familiares dos Assentamentos Rurais de Araras Terra Boa, também de Araras.

De acordo com o docente, o Programa consiste no processo de agrupar, no mínimo, 10 consumidores organizados interessados em comprar cestas de produtos da Horticultura, como hortaliças e frutas, a partir de um grupo de produtores rurais locais (Associação ou Cooperativa), que entregam as cestas diretamente ao consumidor num ponto específico de interesse. "A necessidade de 10 consumidores é para tornar viável esse transporte da produção até o local de consumo", explica. Dessa maneira, a ação visa estabelecer relações mais diretas entre produção no campo e o consumo de produtos da Horticultura, evitando que o alimento seja transportado a longas distâncias, o que diminui a qualidade dos alimentos, encarece o processo, diminui os ganhos dos produtores rurais e aumenta o custo para o consumidor.

O primeiro ponto de entrega em Araras foi o próprio CCA e contou com várias pessoas interessadas que já estão recebendo seus alimentos semanalmente. Foram oferecidas cestas com oito itens: abobrinha, beterraba, cheiro verde (salsa ou coentro e cebolinha), couve, repolho, alface, almeirão e cenoura. O professor Jean explica que, nesse processo, as cestas são ofertadas a um preço justo, o que garante a qualidade de vida do produtor rural e sua manutenção na atividade, enquanto o consumidor final, além de conhecer a origem de seu alimento, recebe sua cesta com hortaliças frescas e nutritivas em seu local de trabalho ou residência. "Essa é uma mudança de vida, pois normalmente somos adaptados ao consumo de alimentos mais prontos e dificilmente passamos com periodicidade adequada em supermercados e varejos para adquirir constantemente produtos perecíveis, como folhas. Com esse Programa, o produto chega diretamente ao consumidor semanalmente, o que faz com que ele consuma mais alimentos saudáveis", ressalta.

Ao fazer parte desta ação, o consumidor assume um compromisso por dois meses, recebendo cestas semanais dos produtores, podendo ser renovado quando houver interesse de ambas as partes. "Dessa maneira, todos os envolvidos ficam compromissados com o Programa. O pagamento é feito diretamente ao produtor no momento de retirada da cesta de alimentos", esclarece Jean. Ainda de acordo com o docente, o intuito é que sejam criados mais pontos de distribuição em Araras e, consequentemente, que haja maior número de produtores da agricultura familiar envolvidos com o programa. Nesse sentido, a atividade não tem limites geográficos e pode ser replicada em qualquer cidade. "Basta promover a organização de produtores com os consumidores finais para viabilizar as entregas das cestas de alimentos. É importante que a organização entre consumidores e produtores seja intermediada por uma associação ou cooperativa de produtores rurais, pois isso garante que os benefícios sejam aplicados diretamente a produtores da agricultura familiar regional", lembra o professor.

Os interessados em implantar o Programa 10 a 1 em outras localidades podem enviar um email parajeancardosoctv@gmail.com. Mais informações sobre a ação podem ser conferidas na página do Facebook do GPHP, emwww.facebook.com/gphep.ufscar.

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

Portos do Paraná anunciam R$ 5,1 bilhões em investimentos privados

Plano de investimentos previstos pela Appa para os portos do Paraná prevê um cenário até 2030


A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) anunciou nesta quinta-feira (15) investimentos privados de R$ 5,1 bilhões nos dois portos. Os projetos, que incluem novos terminais e arrendamentos, renovações de contratos e rearrendamentos de áreas públicas, foram detalhados pela Appa para representantes do setor produtivo, agricultura, a indústria, o comércio e instituições financeiras.

O plano de investimentos previstos pela Appa para os portos do Paraná prevê um cenário até 2030. Neste período, a demanda de movimentação de cargas no Paraná deverá saltar das atuais 45 milhões de toneladas para 83 milhões de toneladas.

“O Porto hoje é o grande indutor de investimento do Estado e, justamente por isso, estamos ampliando as discussões sobre a modernização de ferrovias e rodovias”, declarou o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho. “Serão R$939 milhões em investimentos públicos até 2018 para fortalecer a competitividade aos portos e trazer segurança para a iniciativa privada”, completou Richa Filho.

Previsão

Entre os investimentos estão R$ 1,4 bilhão em novos Terminais de Uso Privado, R$ 1,2 bilhão em arrendamentos do Programa de Investimentos em Logística (PIL), R$ 960 milhões em renovações antecipadas de áreas, R$ 820 milhões em contratos de passagem e R$ 700 milhões em rearrendamentos de áreas públicas ocupadas.

“Criamos um ambiente favorável ao investimento, com dezenas de obras que incluem a reforma do cais, campanhas periódicas de dragagem, troca de shiploaders e, ao longo do ano que vem, a extensão do Cais Oeste”, destacou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

“Estas obras, somadas à troca das balanças, reforma dos acessos, instalação de scanners de carga, construção de dois novos prédios e troca da iluminação contribuíram para 27 recordes históricos de aumento de movimentação nos últimos 18 meses no Porto de Paranaguá. Isto tudo é resultado de uma agenda positiva entre os governos de Estado, Federal, Appa e iniciativa privada na busca pelo aumento da capacidade instalada dos portos paranaenses”, completou Dividino.

Contratos de passagem

São cerca de R$ 820 milhões em projetos autorizados ou já em execução na interligação da área privada e berços públicos do Porto de Paranaguá.

Entre os investimentos estão novos silos e correias da AGTL, Coamo, Rocha, Moinhos Iguaçu, Gransol, Gencon, Diamond e Sipal, incrementando em 15 milhões de toneladas/ano a capacidade do porto, além do projeto da CBL no píer de inflamáveis de Paranaguá e da Interbulk no Porto de Antonina.

Renovações antecipadas

Alguns terminais ainda com contrato de arrendamento vigente com a Appa solicitaram as renovações de concessão antecipadamente, mediante a apresentação de um programa de investimentos para o período.

Somente nesta modalidade, o Terminal de Conteiners de Paranaguá, o Terminal Ponta do Félix de Antonina e a Fospar vão investir R$ 960 milhões, conferindo mais 12 milhões de toneladas por ano em movimentação em novos armazéns, prolongamento do cais e demais obras.

Arrendamentos do Pil

Seis novas áreas públicas serão arrendadas no Programa de Investimentos em Logística. São quatro terminais para operação de granéis sólidos, uma área para carga geral florestal, como papel e celulose, e mais um pátio de veículos, somando investimentos previstos de R$ 1,2 bilhão.

A expectativa é que estes leilões aconteçam ainda no primeiro trimestre de 2017 e que, ao final das obras, sejam incrementadas 6 milhões de toneladas na capacidade de movimentação anual do porto.

Rearrendamentos 

Há também a previsão de regularizar áreas que estão em operação, mas com contratos de arrendamento já vencidos. Ao todo, são quatro terminais que somam 120 mil metros quadrados, tanto de granéis sólidos como líquidos. Os investimentos neste caso serão de R$ 700 milhões.

Terminais de uso privado 

Com a revisão da poligonal, abriu-se a oportunidade de construção de novos portos privados no Litoral paranaense. Há dois projetos de Terminais de Uso Privado (TUPs) em fase de estudos e licenciamentos ambientais.

O mais avançado deles é o Porto de Pontal, com projeto de um terminal com quatro berços de atracação, sendo dois de granéis líquidos e dois de granéis sólidos. O outro é o Porto do Embocuí, em Paranaguá, com possibilidade ser um TUP com oito berços de atracação. A expectativa é que até 2030 os dois portos somem uma capacidade de operação de 20 milhões de toneladas ao ano.

Brasil pode se tornar potência agroambiental

Grandes empresas de varejo, produtores, acadêmicos, representantes de indústrias de alimentos, governo e especialistas do terceiro setor se reuniram nesta quinta-feira para analisar os progressos da “Agricultura de Baixo Carbono e a contribuição do GHG Protocol Agrícola” – uma ferramenta desenvolvida pelo WRI, em parceria com a Embrapa e Unicamp para calcular emissões em propriedades rurais, contribuindo na transição para uma agropecuária de baixo carbono cada vez mais valorizada pelo mercado.

“O GHG Protocol Agrícola é uma ferramenta que permite tirar uma fotografia das emissões de gases de efeito estufa que a fazenda emite. E é também uma ferramenta de gestão do carbono, porque incentiva a adoção de boas práticas agrícolas. Quando o produtor faz isso, os ganhos são múltiplos. Ele reduz as emissões, aumenta a produtividade e, de quebra, ainda acessa novos mercados promissores no Brasil e no exterior”, afirma Juliana Speranza, Pesquisadora da área de Clima do WRI Brasil. 

Nos projetos-piloto que já estão utilizando a ferramenta, lançada há dois anos e oferecida gratuitamente aos usuários, é possível verificar que a introdução de boas práticas como plantio direto, recuperação de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta aumentam a lucratividade do produtor, ao mesmo tempo em que reduzem as emissões de gases que provocam o efeito estufa.

O pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad, que participou do desenvolvimento do GHG Protocol, acredita que o país está deixando a “lavoura solteira” para entrar em um sistema de produção que inclui integração da agricultura, pecuária e floresta e amplia o tempo de ocupação da terra para até 92% do ciclo anual, seguindo o mesmo caminho que o plantio direto teve no passado. “Temos área, tecnologia, capacidade de produção e podemos reduzir as emissões de carbono e aumentar a oferta de alimentos. Só o Brasil tem isto, por isto acredito que podemos nos tornar uma potência agroambiental”, profetiza. São valores e oportunidades que colocam o Brasil no lugar privilegiado de celeiro do mundo e maior produtor mundial de carne, contribuindo para a segurança alimentar global assentada em padrões de produção com respeito ao meio ambiente.

Dentre os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo do Clima de Paris quase um terço das reduções das emissões estão nas mãos do setor agropecuário: restauração de 12 milhões de hectares de florestas e recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens, além da integração de cinco milhões de hectares em sistemas de lavoura-pecuária-floresta. A meta anunciada deverá reduzir as emissões do setor em 28%, até 2030, tendo 2005 como referência. Mas este potencial de mitigação pode ser muito maior, segundo o climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências dos Estados Unidos. Isto seria possível por meio do desmatamento zero e o fortalecimento e expansão da agricultura de baixo carbono no Brasil. 

“Estamos acostumados a esperar que as soluções venham do governo e a cobrar a introdução de políticas públicas para resolver questões”, disse Nobre. “Mas o que estou vendo nesta discussão com representantes de todos os elos da cadeia de produção é uma proposta no sentido inverso. Mercado, especialistas e academia propondo mudanças que vêm debaixo para cima”.

Nobre vê dificuldades, como o baixo nível educacional da maioria dos agricultores e pecuaristas brasileiros. Capacitação do produtor e acesso a financiamento também são apontados como essenciais para o diretor de Sustentabilidade da JBS, Marcio Nappo. O problema foi contornado no Projeto Novo Campo, em que mais de 20 pequenos e médios produtores de Alta Floresta utilizam boas práticas agropecuárias e seguem o GHG Protocol para calcular a redução de suas emissões. Iniciado pelo Instituto Centro de Vida (ICV), uma ONG de Mato Grosso, o projeto é hoje monitorado pelo ICV e financiado por uma empresa privada (Pecsa). Mc Donald’s e JBS recentemente anunciaram uma parceria com a Pecsa para compra da carne sustentável produzida no Novo Campo. 

“Quando falamos de tecnologia, esquecemos o ser humano. O que leva um pecuarista a se engajar em algo novo? Ele vê que o vizinho está tendo bons resultados e lucrando mais e aí recebe assistência técnica para fazer igual. O GHG é um indicador que vai dizer se todos os esforços que estão sendo feitos estão dando resultados”, diz Leonardo Lima, diretor de Sustentabilidade para a América Latina da Arcos Dorados, dona da franquia da Mc Donald’s em mais de 20 países do continente.

“O setor produtivo e as OnGs não são mais antagônicos. Chegamos a um momento em que concordamos que a intensificação da produção é a solução em potencial para aumentar a produção e reduzir as emissões do setor”, afirma Caio Penido, diretor de Novos Negócios e Sustentabilidade do Grupo Roncador, um grande empreendimento agropecuário do país. O Roncador participa de outro projeto-piloto que utiliza o GHG Protocol. O Carbono Araguaia, que está recuperando 26 mil hectares de pastagens em diferentes estágios de degradação, em 24 fazendas do município de Cocalinho, em Mato Grosso.

“O GHG Agropecuário é importante porque estabelece uma metodologia que pode ser seguida e comparada e que pode ser usada para pressionar toda a cadeia produtiva a emitir menos”, afirma Tatiana Trevisan, gerente de Sustentabilidade da rede Walmart.

O governo do Mato Grosso, que se comprometeu na COP-21 de Paris a zerar o desmatamento ilegal até 2020, tem apoiado o uso da ferramenta no estado, por meio do programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI). Cerca de 100 produtores, representantes de entidades de classe e gestores públicos já foram treinados no uso da ferramenta, que vai ajudar na “eficiência da produção agropecuária e florestal do estado, aliada à conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos ambientais”, segundo o Secretário Adjunto de Agricultura do Mato Grosso, Alexandre Possobon. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Citros/Cepea: Preço da pera sobe no BR; tahiti tem queda

Os preços da laranja pera avançaram nesta semana no Brasil, o que já era esperado por colaboradores consultados pelo Cepea. Com a forte absorção da indústria, o mercado se preocupa com possível escassez da fruta. Além disso, o clima favoreceu a demanda no período.

De segunda a quinta-feira, a pera teve média de R$ 26,45/cx de 40,8 kg, na árvore, alta de 7,1% em relação à média da semana passada. Já o preço da lima ácida tahiti caiu nesta semana, devido às menores demandas interna e externa. De acordo com pesquisadores do Cepea, os altos preços praticados no início do mês têm afastado compradores. Além disso, as chuvas de agosto e setembro favoreceram o desenvolvimento da tahiti, levando alguns produtores a retomarem a colheita e, consequentemente, aumentarem a oferta. Na parcial da semana, a fruta teve média de R$ 59,81/cx de 27 kg, colhida, queda de 7,2% em sete dias.

Fonte: Cepea/Esalq

Indústria de sorvetes busca na biodiversidade brasileira opção para inovação e novos negócios

Sorvete de morango, abacaxi, uva e limão todo brasileiro conhece, entretanto, quando falamos de frutas nativas como araçá, pitanga, cagaita, cambuci ou perinha-do-cerrado, você vai ter que pensar um pouco para afirmar se conhece, não é mesmo? Pode ser que não esteja familiarizado com algumas delas na sua região.

Começamos a falar de sorvete e frutas nativas por ser um dos assuntos que serão apresentados durante o "Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial", nos dias 21 e 22 de setembro de 2016, que este ano traz o tema biodiversidade brasileira e vai tratar sobre conhecimentos, tecnologias e negócios dentro de dois blocos: "Alimentos dos biomas do Brasil" e "Cosméticos e fragrâncias".

O "Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial" é um modelo de evento criado pela Embrapa Produtos e Mercado para aproximar públicos de interesses comuns e abrir espaço de articulação e negociação com empresas interessadas em ampliar ou mesmo iniciar um negócio com base em ciência, tecnologia e a troca de conhecimentos existentes no setor. Este ano, o foco do workshop é a utilização de matérias-primas da biodiversidade.

Dentro do setor de alimentos existem alguns segmentos de mercado que buscam inovações que agreguem valor ao produto e ampliem o seu consumo, um deles é a indústria de sorvetes.

Atualmente, o Brasil conta com oito mil empresas ligadas à produção e comercialização de sorvete. O setor gera 75 mil empregos diretos, 200 mil indiretos e tem faturamento anual acima de R$ 12 bi.

Segundo Eduardo Weisberg, presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), o consumo do produto em 2015 foi de 1,1 bilhão de litros. O executivo, que também é proprietário de uma indústria de produção de sorvetes, é um entusiasta da inovação e se preocupa em ampliar e diversificar as matérias-primas usadas no setor.

"O mercado brasileiro ainda utiliza muito pouco de suas riquezas, constata o presidente da Associação, sendo fundamental impulsionar o intercâmbio de alimentos nas diversas regiões do país, trazendo novas opções de sabores e funcionalidades ao produto. Desta forma, aproveitaremos um de nossos grandes diferenciais, que é a biodiversidade, com frutas ricas em sabor e em propriedades nutricionais que trazem benefícios ao organismo".

Weisberg acredita que esta é uma cadeia produtiva que tem tudo para atingir o objetivo de maior aproveitamento de nossa biodiversidade. "É preciso desenvolver a agricultura familiar, com foco na produção de frutos nativos, para que possamos contar com a produção dentro dos pilares necessários para a indústria, que são volume, regularidade e qualidade em frutos e castanhas, mas, acho que estamos caminhando para isso", afirma.

Para o presidente da ABIS, com um bom planejamento de marketing, a indústria do setor não só conseguirá ampliar o consumo nacional, como também exportar sorvetes com foco na biodiversidade brasileira.

"O workshop é uma boa oportunidade de avançar na organização deste tema no setor e acredito que a Embrapa seja o parceiro certo para desenvolvermos fornecedores para a indústria", finaliza Eduardo Weisberg.

Sobre o objetivo e programação do evento
Rafael Vivian, gerente adjunto de mercado da Embrapa Produtos e Mercado, lembra que "além da diversidade de espécies nativas, existe a diversidade cultural encontrada nos biomas brasileiros, com infinitas possibilidades para novos produtos e novas oportunidades de agregação de valor às cadeias produtivas".

Os programas de melhoramento genético são fundamentais nesse processo e muitas espécies nativas já estão contempladas nas pesquisas da Embrapa, a exemplo do umbu, cajuí (caju nativo do bioma cerrado), abricó-do-pará, sapotá, cajá e bacuri. Além do sabor diferenciado, estas e outras espécies brasileiras possuem propriedades nutracêuticas e funcionais, algumas ainda desconhecidas.

Vivian acredita que o incentivo ao consumo de produtos da biodiversidade e a articulação com empresas interessadas nesse segmento são essenciais para ampliar o mercado de nicho do setor no país e também o mercado internacional, por isso organizamos este workshop, conclui.

"A indústria de alimentos é um elo crítico e estratégico de várias cadeias produtivas, inclusive de nichos de mercado, e sua participação no processo é relevante para alavancar ações com espécies nativas, ressalta Fernando Matsuura, pesquisador da Embrapa Produtos e Mercado na área de alimentos e um dos coordenadores do workshop. "O uso de frutas da biodiversidade brasileira mostra-se como uma possibilidade para o setor de sorvetes", conclui o pesquisador.

O estudo de caso "Panorama e perspectivas do Setor de Sorvetes no Brasil - Desenvolvimento de sorvetes com frutas e castanhas nativas" será apresentado e debatido no dia 21 de setembro, com a presença do presidente da ABIS.

Além deste tema, o workshop tem na programação representantes dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, falando sobre "Políticas públicas para o aproveitamento racional e sustentável dos produtos da biodiversidade do Brasil" e "Biodiversidade para alimentação e nutrição", e pesquisador da Embrapa, sobre "Agroextrativismo: potencial sócio-econômico e conservação da biodiversidade".

A programação segue com a palestra "Alimentos de espécies nativas do Brasil: atualidades e tendências", um painel "Pesquisa, conhecimento e tecnologias da Embrapa em recursos genéticos e biotecnologia de espécies nativas do Brasil" e outro sobre "Pesquisa, conhecimento e tecnologias da Embrapa em frutas nativas brasileiras", e mais dois estudos de caso "Liotécnica e os ingredientes alimentícios com produtos da biodiversidade do Brasil", e "Brasil a Gosto: uma experiência gastronômica com ingredientes brasileiros" com Ana Luiza Trajano, chef e pesquisadora do tema.

No fechamento deste primeiro dia acontece uma aula show com degustação sobre gastronomia regional dos biomas do sul com Marcos Livi, chef dos bares Quintana e Veríssimo. Veja a programação completa e informações sobre as inscrições no site: embrapa.br/workshopnichos2016

Propriedades nutracêuticas - Os alimentos funcionais situam-se no limite dos alimentos comuns e dos fármacos tradicionais, sendo definidos como alimentos que promovem algum efeito benéfico no organismo, retardando ou impedindo o aparecimento de doenças crônicas e, principalmente o envelhecimento (Fonte: Embrapa).

Serviço:
Evento: Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial.
Tema: "Espécies nativas do Brasil: conhecimentos, tecnologias e negócios"
Data: 21 e 22 de setembro de 2016.
Horário: 8h00 às 18h00.
Local: Auditório 5 FCM/Unicamp
Endereço: Rua Albert Sabin. s/nº – Cidade Universitária "Zeferino Vaz"
Distrito de Barão Geraldo - Campinas, SP

Embrapa realiza evento de negócios sobre o aproveitamento sustentável da biodiversidade brasileira

O aproveitamento racional e sustentável das diferentes espécies nativas do Brasil é uma preocupação constante do governo, das indústrias que utilizam matérias-primas da biodiversidade brasileira e da sociedade em geral. Alimentos, cosméticos, perfumaria, medicamentos, inoculantes, fibras e resinas são alguns dos produtos do nosso dia-a-dia que utilizam estas matérias-primas.

Para conhecer melhor e refletir sobre os aspectos que envolvem o mercado de espécies nativas brasileiras, a Embrapa está realizando, nos dias 21 e 22 de setembro, o Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial com o tema “Espécies Nativas do Brasil: conhecimentos, tecnologias e negócios”, organizado pela Embrapa Produtos e Mercado, em parceria com a Unicamp.

O objetivo é proporcionar a articulação e discussão entre os participantes, identificar as oportunidades de negócios relacionados às cadeias produtivas de nichos, com enfoque em produtos advindos de espécies nativas, além de promover a cooperação entre os participantes e a Embrapa, criando alternativas de ampliação desse mercado e a inserção de novos empreendedores no segmento.

Na dinâmica do workshop, serão apresentadas palestras, estudos de caso e debates sobre oportunidades de mercado para produtos da biodiversidade brasileira, políticas públicas para o aproveitamento responsável destes produtos, bem como o conhecimento sobre o uso de matérias-primas de espécies nativas como frutas, castanhas, palmito, peixes e recursos florestais não madeireiros nativos e sua aplicação na indústria de alimentos, incluindo o setor de sorvetes e nas indústrias de cosméticos e fragrâncias.

Dentro do contexto do evento estão programados espaços e intervalos para a articulação de empresas públicas e privadas envolvendo negócios com espécies nativas, seus processos, tecnologias e conhecimentos. Na programação estarão presentes profissionais da indústria, da produção rural, dos setores de alimentos, recursos florestais e cosméticos, pesquisadores e técnicos de centros de pesquisa da Embrapa e representantes do Governo.

Os públicos-alvo do “Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial” são empresários e industriais do setor agrícola e afins, distribuidores varejistas e atacadistas, produtores rurais, representantes do setor de produção de sementes e mudas, profissionais da área de gastronomia, empreendedores, agentes de instituições de fomento, agentes de órgãos reguladores, formadores de opinião e estudantes universitários.

O evento conta com o apoio institucional da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e Instituto de Pesquisas e Estudos da ABIHPEC , Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Essenciais, Produtos Químicos Aromáticos e Afins (ABIFRA), Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS) e Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR).

As inscrições para o Workshop e informações detalhadas estão disponíveis no site:


Serviço:

Evento: Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial.

Tema do Evento: “Espécies nativas do Brasil: conhecimentos, tecnologias e negócios”

Data: 21 e 22 de setembro de 2016.

Horário: 8h00 às 18h00.

Local: Auditório 5 FCM/Unicamp

Endereço: Rua Albert Sabin. s/nº – Cidade Universitária “Zeferino Vaz”

Distrito de Barão Geraldo - Campinas, SP

Fonte: Embrapa