quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PIB do agronegócio recua 0,15% no primeiro semestre, diz CNA

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro caiu 0,15% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2014 e somou R$ 1,225 trilhão. São R$ 827,46 bilhões (67,5%) referentes ao ramo agrícola e R$ 397,96 bilhões (32,5%) do segmento pecuário. Enquanto a pecuária cresceu 0,53%, o setor agrícola teve queda de 0,47%.

Os números constam de levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), divulgados hoje (16) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A análise técnica da Cepea ressalta que a deterioração dos preços agrícolas no ano, no mercado externo, contribuiu de forma decisiva para o desempenho negativo da agricultura, uma vez que a produção da safra 2014/2015 cresceu 8,2%, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na pecuária, o bom desempenho das exportações de carne bovina puxou as cotações no mercado interno, explicando o viés de alta no período analisado. Também tiveram bom desempenho as vendas de carne suína, ovos e produtos lácteos.

A análise do Cepea/CNA destaca, porém, as incertezas sobre o desempenho do agronegócio no decorrer deste ano, por causa da queda de preços das principais commodities (produtos básicos com cotação internacional) agropecuárias, especialmente, soja e milho.

Edição: Nádia Franco - Agrolink

Corte na política de garantia de preços mínimos desagrada setor agrícola

Os cortes nos recursos para a política de garantia de preços mínimos desagradou o setor agrícola. “Significa que haverá menos dinheiro para que o governo possa comprar, por meio de leilões, produtos que estejam com preços deprimidos no mercado, para formação de estoques reguladores”, destaca o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga. 

“Isto deixará os agricultores mais inseguros em relação a eventuais flutuações no mercado dos produtos agrícolas. E esses preços sofrem influência de diversas variáveis no mercado interno e externo”, explicou.

Alvarenga ressalta que os valores dependem da safra norte-americana, dos estoques mundiais, da produção interna, entre outros fatores. “E a produção dependerá da disposição dos produtores, das condições climáticas, de eventuais pragas, etc.”, comenta Alvarenga salientando que, de forma geral, os produtos mais afetados com a redução destes recursos serão arroz, feijão, milho e mandioca.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pesquisa estuda microrganismos para uso na agroenergia

Bactérias, fungos e vírus são alguns dos microrganismos estudados por cientistas na área da agroenergia, principalmente, para a produção de etanol lignocelulósico. "Nós temos a levedura, que é exatamente a mesma que se utiliza para fazer o pão, para fazer a fermentação alcoólica e converter o açúcar da cana-de-açúcar em etanol", explicou a pesquisadora da Embrapa Agroenergia Betania Quirino, em entrevista concedida ao programa de TV Conexão Ciência.

Segundo Betania, durante o processo de produção do etanol lignocelulósico, ou de segunda geração, são necessárias enzimas que têm custo bastante elevado. Como as enzimas são produzidas por microrganismos, os cientistas têm focado em obter espécies capazes de produzir enzimas mais eficientes e por um custo menor. "É um processo complexo e por isso mais caro. Por isso estamos buscando enzimas mais eficientes e ao mesmo tempo mais baratas para que do ponto de vista econômico esse processo fique ainda mais atraente", afirmou.

Para encontrar essas substâncias, os pesquisadores buscam aqueles ambientes mais propícios para encontrar as enzimas de interesse. "No caso de uma lípase, por exemplo, vamos direto naquele ambiente onde tem microrganismos capazes de produzir essa enzima. Temos também o caso da celulase, enzima que serve para degradar a celulose, que é encontrada no rúmen de um caprino."

E a pesquisa vai além. É possível ainda, de acordo com a pesquisadora, fazer um banco de germoplasma de microrganismos extraídos desses ambientes. "Nós fazemos uma coleção desse material e bioensaios para tentar ter uma ideia do potencial desses microrganismos no que diz respeito ao que se está buscando. Então geralmente nossas pesquisas começam assim de maneira bem básica, tentado caracterizar o que temos para depois poder explorar", ressaltou.
Outro ponto abordado na entrevista foram técnicas avançadas para identificar os microrganismos como a metagenômica, que permite a identificação sem o isolamento desses seres. "Toda biologia clássica é baseada em técnicas de cultivo, ma o que conseguimos replicar no laboratório é uma fração mínima do que é cultivado no ambiente, ou seja, apenas 1%. Com a metagenômica é possível pular essa etapa do cultivo e ir direto para análise do DNA, o que permite verificar o potencial do microrganismo sem fazer o cultivo", explicou.

Quanto ao futuro, a cientista acredita ser bastante promissor no que diz respeito às pesquisas com os microrganismos na área da agroenergia, considerando a imensa diversidade que o Brasil apresenta. O que deve ser feito, segundo ela, é explorá-la cada vez mais. 

Confira aqui a entrevista na íntegra.

por Juliana Freire (MTb 3053/DF) 
Embrapa Agroenergia

Preço ao produtor paulista sobe 0,92% em agosto, aponta IEA


O IqPR-V, indicador dos produtos de origem vegetal, subiu 1,17%.O IqPR-A, para preços de origem animal, apresentou alta de 0,17%.


O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) encerrou o mês de agosto com alta de 0,92%, de acordo com levantamento Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. O IqPR-V, indicador dos produtos de origem vegetal, subiu 1,17%, enquanto o IqPR-A, para preços de origem animal, apresentou alta em agosto de 0,17%.

Sem a inclusão da cana-de-açúcar, que tem São Paulo como a maior região produtora mundial, o IqPR fecharia com alta de 0,49% em agosto. Já o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) teria aumento de 0,79% no mês passado excluindo a cultura.

Os produtos que tiveram maior alta em agosto foram banana nanica (29,16%), por conta do desenvolvimento ruim do produto na safra, amendoim (15,65%) e soja (8,01%), ambos com oferta menor e demanda externa maior, além do café (7,35%). Exceto a carne bovina, que teve recuo de 1,01% no mês passado, todos os outros produtos de origem animal avaliados subiram de preços, com destaque para a alta de 1,89% da carne de frango.

Já os produtos que apresentaram quedas mais significativas de preços no mês de agosto de 2015 foram batata (39,06%), tomate para mesa (13,16%), trigo (7,78%) e laranja para a indústria (6,12%). Com isso, dos produtos avaliados 14 apresentaram alta de preços, 10 de origem vegetal e quatro animal, e cinco apresentaram queda (quatro vegetais e a carne bovina de origem animal) em agosto.

Fonte: Globo Rural

Agronegócio sofre corte de R$ 1,1 bilhão de acordo com os ajustes do governo


O agronegócio não escapou dos cortes promovidos pelo governo federal. O pacote de medidas anunciado em Brasília pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e Planejamento, Nelson Barbosa, no início da noite desta segunda-feira (14/9), inclui redução de subsídios destinados a programas de garantias de preços agrícolas, que devem gerar um impacto de R$ 1,1 bilhão. Ao todo, o governo pretende deixar de gastar R$ 26 bilhões do Orçamento previsto para 2016. O plano para reequilibrar as contas inclui ainda o retorno da CPFM, de 0,20%, além da suspensão de concursos públicos, redução de programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, entre outros.

A redução de subsídios para o agronegócio tende afetar principalmente produtores de alimentos que dependem mais do mercado interno que das exportações, avalia o economista Flávio França Junior. Produtos como arroz, feijão, trigo e milho estão entre os que mais demandam recursos públicos para sustentação dos preços. “Neste momento, o câmbio está empurrando as cotações para cima. Mas os mercados de alguns grãos são muito voláteis. Essa notícia é extremamente ruim no aspecto psicológico do setor, que agora não poderá contar com ajudar governamental em caso de problemas no mercado”, afirma.
Normalmente, quando os preços de grãos, frutas e outros produtos caem significativamente, o governo intercede, geralmente em leilões, para melhorar a liquidez no mercado e garantir preços suficientes para ao menos cobrir os custos dos produtores.

Para Júnior, o agronegócio também será impactado pelo rebaixamento da nota de crédito para investimentos, promovido pela agência internacional Standard & Poor´s na última semana. “Parte do dinheiro de capital especulativo vai sair e consequentemente teremos alta do dólar, o que traz inflação, aumento de custos. Além disso, encarece os empréstimos com juros altos. Isso que o setor já está apanhando com escassez e encarecimento do crédito. Essa nova situação vai tornar o cenário ainda pior”, diz.

O anúncio do governo mexeu imediatamente com o mercado financeiro nesta segunda-feira. O índice Ibovespa fechou o pregão com alta de 2%. As medidas são entendidas pelos investidores como maneira de tentar reverter a situação de déficit orçamentário, dando ao mercado menos insegurança. O dólar também reagiu e teve a maior queda no mês, fechando a R$ 3,81.

Fonte: Revista Globo Rural

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Valor da produção agropecuária de 2015 é de R$ 473,2 bilhões

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) brasileira em 2015 é de R$ 473,2 bilhões, com base nas atualizações feitas em agosto pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O valor é 1% maior do que o obtido em 2014, de R$ 468,6 bilhões. As lavouras, das 21 culturas analisadas, tiveram aumento de 0,3% (R$ 303,34 bilhões), e a pecuária, 2,2% (R$ 169,88 bilhões).

“Neste ano, há uma combinação de ganhos de produtividade de grãos, da ordem de 5,3% em relação ao ano passado, com preços mais baixos para a maior parte das lavoras que fazem parte deste levantamento”, diz o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Garcia Gasques. Entre as culturas de verão com maior rendimento por hectare, destacam-se o milho segunda safra (+ 8,2%), amendoim (+ 6,1%), sorgo (+ 5,6%), feijão segunda safra (+ 5,4%) e soja (+ 5,1%).

Os produtos com maior acréscimo no valor da produção foram a cebola (147,5%), mamona (99,4%), pimenta do reino (58,6%), o trigo (7,5%), a soja (3,7%), o milho (3,4%) e o café (1,6%). Segundo Gasques, esses resultados ocorrem em função da combinação de preços e de quantidades produzidas.

A maçã (- 21,6%), uva (-19,2%), o tomate (-13,8%), a batata (-8,8%) e a mandioca (- 8,3%) foram os produtos que tiveram as maiores quedas em faturamento.

Carne bovina

A pecuária está com desempenho superior às lavouras. Isso ocorre principalmente pelos resultados positivos da carne bovina, com incremento de 10,2%, e ovos e suínos, com aumentos mais modestos, assinala Gasques.

De acordo com o levantamento da Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, leite e o frango vêm apresentando forte redução do valor da produção em 2015. O leite teve redução de 6,5%, e carne, de frango, 3,5%.

Os resultados favoráveis com a carne bovina beneficiam diversas unidades da Federação onde a pecuária é relevante: Pará e Tocantins, na Região Norte; Bahia, no Nordeste; Minas Gerais e São Paulo, no Sudeste; e os estados do Centro-Oeste.

Ainda conforme o estudo, a queda do valor da produção do leite vem afetando Minas Gerais, São Paulo e Goiás onde as agroindústrias têm forte contribuição na formação da renda regional.

Regiões

As estimativas regionais mostram que a liderança do valor bruto da produção continua sendo do Sul (R$ 136,96 bilhões), seguido pelo Centro-Oeste (R$ 127,34 bilhões), Sudeste (R$ 120,11 bilhões), Nordeste, (R$ 47 bilhões) e Norte (R$ 27,97 bilhões).

Pelo segundo ano consecutivo, o estado de Mato Grosso apresenta um valor da produção superior ao de São Paulo. A produção de milho segunda safra e carne bovina em Mato Grosso puxaram este ano a estimativa para R$ 62,37 bilhões. Já São Paulo é esperado um resultado de R$ 61,21 bilhões, com destaque para a cana-de-açúcar e laranja.

Saiba mais

O Valor Bruto da Produção Agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento.

Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários (entre culturas e carnes), o valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Veja as tabelas do VBP nacional e regional.

Fonte: Ministério da Agricultura
Assessoria de Comunicação Social

Recessão econômica chega ao campo

Última grande feira do calendário agrícola brasileiro, a Expointer este ano trouxe más notícias para o setor: as vendas de maquinário caíram 37% em relação ao ano passado. Revendas e produtores explicam a queda principalmente pelo atraso na liberação de crédito e taxas de juros mais altas – um reflexo direto da recessão econômica vivida pelo País.

“Como os bancos têm sido mais cautelosos para liberar crédito com taxas subsidiadas, alguns produtores desistem das compras. Mais gente está pagando à vista. Os produtores estão investindo menos em maquinário porque investiram demais até 2014 e agora estamos voltando à normalidade”, afirmou Ediney Amaral, gerente regional de vendas da New Holland no Sul do Brasil, ao Portal Agriculture.com.

“Mas observando e comparando a outros anos, eu diria que na região que eu cubro [Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná], haverá um crescimento de área de soja nas novas fronteiras agrícolas do RS”, completa. No Rio Grande do Sul a área de soja deve crescer perto de 3%, substituindo superfícies tradicionais de arroz e pecuário no sul e oeste do estado. 

Um exemplo é Vitor Dalima, sojicultor no Nordeste gaúcho, que investiu em uma máquina forrageira para alugar aos vizinhos. Neste ano, ele mesmo plantará 800 hectares da oleaginosa – a mesma área a qual está acostumado a cultivar em outras safras. “A nova máquina será usada para complementar a renda. Mas acho que se os preços de soja ficarem assim, acho que estaremos bem”, contou.

Depois de ter um mês de Julho lento em termos de vendas, o Brasil contabilizou em agosto mais vendas externas do que em todo o ano de 2014. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior revelou que o país exportou 5,16 milhões de toneladas no mês passado. No acumulado do ano, o volume exportado da oleaginosa foi de 45,85 milhões de toneladas. Ainda assim, as receitas dos produtores foram reduzidas em 24,82% - caindo de US$ 510,19 por tonelada para US$ 386,72 por tonelada.

“Quando as necessidades financeiras aumentaram, o crédito estava caro e os estoques estavam altos, não havia outra opção se não vender soja”, explica o consultor de mercado Carlos Cogo.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Requisitos fitossanitários para importação de frutos de manga entram em vigor segunda-feira (14)

De acordo com o Diário Oficial da União do dia 14 de setembro de 2015, ficam estabelecidos os requisitos fitossanitários para a importação de frutos de manga (Mangifera indica) in natura, que sejam da categoria 3 na classe 4, e que sejam produzidos no Equador. 

A normativa, que entrou em vigor nesta segunda-feira (14.09) prevê que as partidas dos frutos deverão estar livres de material de solo e resíduos vegetais, assim como restos de folhas, caules e pedúnculos. Além disso os frutos deverão estar acondicionados em embalagens novas, sendo o seu primeiro uso. 

Conforme o artigo 2º, o envio dos frutos necessitam estar acompanhados de Certificado fitossanitário - CF, emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária - ONPF do Equador. Em caso de interceptação de pragas quarentenárias, bem como de pragas sem registro de ocorrência no Brasil, esta será notificada e a ao mesmo tempo que a ONPF do Brasil poderá suspender as importações de manga até a revisão da Análise de Risco de Pragas.

Fonte: Agrolink
Autor: Aline Merladete

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Biofach 2016: Inscrições abertas para feira na Alemanha



Empreendimentos da agricultura familiar brasileira que queiram participar da Biofach 2016 - maior feira internacional de negócios do setor orgânico, têm até o dia 20 de setembro para fazer a inscrição. Os interessados devem preencher o formulário online e enviar para feiras.mda@mda.gov.br. O objetivo é selecionar até 13 empreendimentos da agricultura familiar que possuem produtos com certificação orgânica internacional. As condições para participar e mais informações se encontram na Chamada Pública.

A Biofach, que recebe cerca de 30 mil visitantes a cada edição, será realizada de 10 a 13 de fevereiro de 2016, na cidade de Nuremberg, na Alemanha. Durante o evento, os agricultores familiares poderão expor produtos, promover degustações, agendar visitas, encontrar fornecedores e compradores de produtos orgânicos certificados, conhecer novas tecnologias e realizar negócios. Não há venda direta.

A participação dos empreendimentos é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Embaixada do Brasil em Berlim.

Esta é a 12ª vez que o MDA levará a agricultura familiar ao pavilhão do Brasil, que terá 115m².

Fonte: MDA

Citros/Cepea: chuvas favorecem pomares paulistas

As recentes precipitações beneficiam as plantas de pomares de laranja do estado de São Paulo. Mesmo com os ventos registrados em algumas cidades paulistas, não houve danos às laranjeiras nem queda de frutos ou flores em volume representativo. Segundo produtores consultados pelo Cepea, as temperaturas elevadas e o forte sol dos últimos dias estavam debilitando as árvores.

Em nova estimativa divulgada na última quinta-feira, 10, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) manteve a produção o cinturão citrícola (estado de São Paulo e Triângulo Mineiro) em 278,99 milhões de caixas de laranjas. O número de plantas também não foi alterado, permanecendo acima de estimativas de outras entidades.

Na avaliação de colaboradores do Cepea, os dados do Fundecitros estão em linha com o esperado, visto que a seca em 2014 prejudicou o vigor dos pomares e limitou o “pegamento” das floradas.

Fonte: Cepea/Esalq

Programa de agricultura familiar quer levar alimentos direto do produtor para a mesa do consumidor

Produtos saudáveis, cultivados de maneira orgânica, com todo o cuidado, com qualidade e a preços justos. Esse é o objetivo da Feira da Agricultura Familiar e Urbana, que acontece toda sexta-feira, na Cidade Administrativa de Minas Gerais, coração do governo do Estado. O programa é coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (Seda), em parceria com a Emater-MG, IMA, Fucam e Intendência.

Participam dez empreendimentos familiares, representando mais de 300 famílias que vivem e trabalham em municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. São agricultores e agricultoras ligados à agricultura familiar urbana, à produção orgânica e à agroecologia e também a empreendimentos agroindustriais familiares.

Esses dez empreendimentos expõem hortaliças tradicionais, derivados do leite de cabra, ovelha e búfala, mel, pescado, café, entre outros produtos, toda sexta-feira, das 11h às 15h, no túnel do Prédio Gerais. Eles aproveitam que, por ali, circulam diariamente mais de 10 mil pessoas, população igual a muitos municípios mineiros.

Relatos emocionantes
Na última sexta-feira (11), esses produtores tiveram uma reunião com o secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Glenio Martins, para discutir ações para o aprimoramento e ampliação do projeto. Integrantes da Frente da Gastronomia Mineira, o chef Eduardo Avelar e Márcia Martini, também acompanharam a reunião de trabalho, em que os feirantes tiveram a oportunidade de contar suas histórias.

“Fizemos uma opção de vida e estamos satisfeitos com a escolha. Essa feira é uma das principais fontes de renda da família e dependemos muito dela”, disse Daniela Leonel, da Emporium da Roça, especializada em orgânicos produzidos em Caeté.

“Trabalhar com produtos sem agrotóxicos não é fácil, porque muitos não valorizam, apesar do crescimento do mercado”, ressaltou Ciro Santos, que formou associação em Betim, onde mantém hortas comunitárias.

Já a agricultora Luzia Falcão conta que no bairro Cardoso, na região do Barreiro, 14 pessoas trabalham em uma horta comunitária, em terreno cedido pela Prefeitura de Belo Horizonte. “Só precisamos de um selo para provar que nossas verduras não tem agrotóxicos”, disse ela.

Durante a reunião, alguns relatos de feirantes chegaram a emocionar os presentes. E essas histórias também apontam caminhos. Um deles é que o esforço desses trabalhadores em acordar cedo todos os dias para semear a terra, cuidar da criação, colher e processar produtos, vem dando frutos.

É missão da Seda fortalecer a agricultura familiar. Para tanto, a Secretaria está estruturando o programa de apoio à produção sustentável, agregação de valor e comercialização. Denominado inicialmente de “Do Campo à Mesa”, o objetivo é executar nos próximos quatro anos ações para o fomentar o desenvolvimento da agricultura familiar e a produção rural sustentável.

Além disso
Pesquisa inédita realizada pela Seda, em parceria com os parceiros, aponta a satisfação dos servidores públicos com a feira livre.

A Feira da Agricultura Familiar e Urbana da Cidade Administrativa é aprovada por mais de 87% dos clientes, segundo o levantamento realizado pela internet, com os usuários da feira livre. Ao todo foram 1.053 entrevistados.

O dia e o horário da feira também foram aprovados pela maioria dos entrevistados. De acordo com a pesquisa, 75% estão satisfeitos com a realização da feira às sextas-feiras e 56,4% dos entrevistados responderam que o horário atende plenamente às suas demandas. Quanto à frequência, 52,1% acham que um dia é o suficiente, enquanto outros 42% afirmam que a feira deveria ocorrer duas vezes por semana.

Quase um terço dos entrevistados (32,5%) disseram que vão à feira quatro vezes por semana. Em relação aos produtos, 28,4% disseram que gostariam de encontrar na feira frutas e outras 20,3%, doces. Uma das dificuldades de quem não frequenta a feira, mas respondeu à pesquisa, é com o transporte dos produtos em ônibus e metrô.

O resultado da pesquisa está em sintonia com o cenário atual, em que o consumo de produtos orgânicos, sem agrotóxicos, cresce a passos largos, à margem da crise econômica”, avalia o secretário Glenio Martins.

Ele destaca ainda que ao vender seus produtos diretamente para os consumidores, sem a presença de atravessadores, os agricultores familiares tem a possibilidade de aumentar a renda.

Fonte: Hoje em Dia

Safra do caju deve dobrar em 2015

Foto: Freepik
Produtores de caju estão animados com a perspectiva de bons resultados da safra da fruta em 2015. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que, este ano, a castanha de caju deverá somar 229 mil toneladas, o que representa um aumento de 113% em relação a 2014. O Ceará deve ser responsável pela maior fatia da produção. Segundo a IBGE, o estado deve produzir este ano 148 mil toneladas de castanha de caju – 64% do resultado nacional esperado.

A expectativa dos produtores cearenses é superar as 51 mil toneladas produzidas no ano passado. A Central de Cooperativas Copacaju possui seis cooperativas ativas, cada uma com cerca de 50 famílias em diferentes municípios. A presidente da entidade, Cleoneide Lima Silva, espera espantar a lembrança de um 2014 fraco. Mudanças no cultivo do cajueiro e a morte de árvores devido à severidade da seca deixaram a matéria-prima mais cara no ano passado, afetando o lucro das cooperativas, e foi preciso terceirizar a produção para poder atender o mercado.

A Copacaju comercializa castanha de caju para supermercados brasileiros e exporta para a Itália, além de fornecer a polpa do pedúnculo (parte carnosa do caju ou pseudo-fruto) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do governo federal.

Segundo Cleoneide, a colheita do caju nos pomares deve começar em outubro e a Copacaju já se prepara para fornecer um novo produto a partir do pseudo-fruto: a cajuína. Por meio de um projeto apresentado à Fundação Banco do Brasil, a central conseguiu recursos para a compra de equipamentos para três fábricas da bebida. “Com a chegada da safra – e esperamos que ela seja boa, pois os cajueiros estão bonitos – esperamos que o preço da matéria-prima caia e que tenhamos mais sobras da produção dos cooperados para serem comercializadas.”

Pequeno cajueiro
Apesar de a safra oficial começar só em outubro, muitos cajueiros já estão frutificando em setembro graças ao cajueiro anão-precoce. Como o próprio nome diz, ele é mais baixo que o cajueiro comum, o que permite a colheita com as mãos. A espécie, que se destaca por frutificar mais cedo e por mais tempo, começou a ser desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na década de 1950 a partir de métodos naturais de melhoramento genético, com o objetivo de atender a diferentes necessidades dos produtores, como melhor adaptação ao clima semiárido e resistência a pragas.

Segundo Francisco Vidal, pesquisador em melhoramento genético do cajueiro da Embrapa Agroindústria Tropical, o cajueiro anão-precoce representa atualmente 18% da área plantada no Ceará, mas sua produtividade já ultrapassa a do cajueiro comum. No ano passado, a espécie foi responsável por um rendimento médio de 271 quilos de castanha por hectare, contra 104 quilos oriundos do cajueiro comum.

Em tempos de seca, o pequeno cajueiro vem se destacando. “Nos tem surpreendido que, nesses anos de irregularidades climáticas, o cajueiro anão-precoce tem proporcionado safra fora de época, aumentando o período de colheita. Se vem uma chuva em um mês fora do período chuvoso, ele começa a rebrotar, floresce e produz numa época em que, normalmente, não era para produzir.”

A tendência, segundo Vidal, é que o cajueiro anão-precoce se expanda não só pela sua capacidade produtiva maior, mas pela melhor qualidade do fruto (castanha) e pela valorização do pseudo-fruto. “Muitos novos plantios estão acontecendo agora porque a comercialização do pseudo-fruto está tomando impulso. Essa possibilidade está motivando os produtores a investir em práticas de produção, dando melhor manejo e se adequando ao sistema de cultivo. Isso também possibilita um aumento na produtividade”, explicou.

A expectativa do pesquisador é confirmada por Cleoneide. Muitos produtores da Copacaju plantaram cajueiros anão-precoces em 2014 e hoje eles já são maioria nos pomares das cooperativas. “Trabalhamos com uma castanha média, que é melhor de beneficiar. E o caju é mais doce, tem mais qualidade”, comparou.