terça-feira, 15 de setembro de 2015

Recessão econômica chega ao campo

Última grande feira do calendário agrícola brasileiro, a Expointer este ano trouxe más notícias para o setor: as vendas de maquinário caíram 37% em relação ao ano passado. Revendas e produtores explicam a queda principalmente pelo atraso na liberação de crédito e taxas de juros mais altas – um reflexo direto da recessão econômica vivida pelo País.

“Como os bancos têm sido mais cautelosos para liberar crédito com taxas subsidiadas, alguns produtores desistem das compras. Mais gente está pagando à vista. Os produtores estão investindo menos em maquinário porque investiram demais até 2014 e agora estamos voltando à normalidade”, afirmou Ediney Amaral, gerente regional de vendas da New Holland no Sul do Brasil, ao Portal Agriculture.com.

“Mas observando e comparando a outros anos, eu diria que na região que eu cubro [Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná], haverá um crescimento de área de soja nas novas fronteiras agrícolas do RS”, completa. No Rio Grande do Sul a área de soja deve crescer perto de 3%, substituindo superfícies tradicionais de arroz e pecuário no sul e oeste do estado. 

Um exemplo é Vitor Dalima, sojicultor no Nordeste gaúcho, que investiu em uma máquina forrageira para alugar aos vizinhos. Neste ano, ele mesmo plantará 800 hectares da oleaginosa – a mesma área a qual está acostumado a cultivar em outras safras. “A nova máquina será usada para complementar a renda. Mas acho que se os preços de soja ficarem assim, acho que estaremos bem”, contou.

Depois de ter um mês de Julho lento em termos de vendas, o Brasil contabilizou em agosto mais vendas externas do que em todo o ano de 2014. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior revelou que o país exportou 5,16 milhões de toneladas no mês passado. No acumulado do ano, o volume exportado da oleaginosa foi de 45,85 milhões de toneladas. Ainda assim, as receitas dos produtores foram reduzidas em 24,82% - caindo de US$ 510,19 por tonelada para US$ 386,72 por tonelada.

“Quando as necessidades financeiras aumentaram, o crédito estava caro e os estoques estavam altos, não havia outra opção se não vender soja”, explica o consultor de mercado Carlos Cogo.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

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