quinta-feira, 28 de abril de 2016

Pesquisadores apresentam resultados de monitoramento de pragas em tomate industrial

Durante três semanas, entre final de março e primeira quinzena de abril, um grupo de pesquisadores da Embrapa Hortaliças organizou um ciclo de palestras e uma reunião técnica, na empresa Agropecuária Sorgatto, em Luziânia-GO, com o objetivo de apresentar a produtores e técnicos da cadeia produtiva de tomate para processamento industrial os resultados de pesquisa na área de fitossanidade gerados nos últimos anos.

Desde 2010, os pesquisadores visitam periodicamente os cultivos de tomate das empresas Agriter-Goiás Verde e Sorgatto, na região de Luziânia e Cristalina, para monitorar pragas e doenças do tomateiro, com foco na mosca-branca e nos vírus transmitidos por esse inseto (geminivírus e crinivírus). "Analisamos a população de mosca-branca e a ocorrência de viroses ao longo da safra de tomate indústria", relata o agrônomo Miguel Michereff Filho ao explicar que o objetivo foi fornecer subsídios para atestar a efetividade do vazio sanitário, período em que, por lei, é proibido manter plantas de tomate para processamento industrial no campo.

"Constatamos que, no início do cultivo de tomate na região, em meados de fevereiro, são frequentes as revoadas de mosca-branca oriundas de cultivos de soja e algodão. Nessa época, a infestação dessa praga é muito alta em toda a paisagem agrícola e isso tem propiciado grande incidência de viroses nos cultivos de tomate", alerta Michereff ao concluir que os pesquisadores recomendam o transplantio a partir de março, ou melhor: se possível, retardar até abril.

Também na região, os pesquisadores utilizaram cerca de 30 cultivos de tomate sob pivô central para testar, entre outros, dois métodos para monitoramento da Helicoverpa armigera: um com armadilha luminosa e outro envolvendo armadilha iscada com feromônio sexual – odor que atrai as mariposas machos dessa praga. "A ocorrência da lagarta tem causado, em média, 15% de frutos broqueados", estima o pesquisador que acrescenta: "até o momento, as armadilhas para monitoramento permitem detectar a entrada da praga no cultivo, porém não é possível determinar o momento correto de controle de lagartas de Helicoverpa com base no número de mariposas capturadas nas armadilhas. Ainda precisamos avançar em técnicas de monitoramento que facilitem a tomada de decisão em relação ao controle".

No ciclo de palestras, também foram apresentados resultados de ensaios de controle químico da mancha bacteriana do tomateiro, que foram realizados em parceria com o campus Morrinhos do IF Goiano, além de trabalhos referentes a nematoides e ao manejo do solo com bokashi para incrementar a atividade microbiana e, assim, ocasionar uma ação supressora sob o fungo causador do mofo branco e outras doenças em tomateiro.

Durante os encontros, os pesquisadores e os técnicos da empresa também planejaram ações futuras no âmbito da parceria. "As perspectivas envolvem pesquisas sobre controle químico e manejo de resistência em mosca-branca, amostragem e nível de controle de Helicoverpa armigera, controle de viroses, influência de tiguera e plantas espontâneas na população de pragas na entressafra do tomate, e manejo da adubação para melhoria da estrutura do solo", enumera Michereff. Em razão do interesse pela cultura da batata-doce por parte da empresa Sorgatto, a cultura foi também tratada, abrindo perspectivas para parcerias futuras.

Também participaram das palestras e da reunião técnica os pesquisadores: Alice Nagata, Alice Quezado Duval, Jadir Pinheiro, Larissa Vendrame, Raphael Melo e Valdir Lourenço Júnior.


Fonte: Embrapa

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