Nesta segunda-feira (5), em Barreiras, no Oeste da Bahia, aconteceu o segundo seminário da Expedição Safra 2016/17. Com o tema ‘Safra cheia desafia mercado e retomada da produção no Brasil’, o evento reuniu produtores, analistas de mercado e técnicos. É a primeira vez, nos 11 anos de história do projeto, que a Expedição Safra faz um seminário na cidade.
Durante a apresentação, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, falou sobre os desafios do agronegócio para os próximos anos. Entre as oportunidades para o Brasil, Ferreira citou o efeito Trump e a ampliação do Canal do Panamá. “O discurso protecionista do novo presidente americano, Donald Trump, de derrubar acordos comerciais logo que assumir, pode abrir portas para o mercado sul-americano, principalmente para o Brasil, abrindo novos mercados e aumentando nossa competitividade”, afirma.
No entanto, apesar da oportunidade e da vocação exportadora do país, o coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo fez um alerta sobre a necessidade de planejamento interno e estratégia para aproveitar a oportunidade. “Um exemplo é o milho. O país exportou 30 milhões de toneladas na temporada passada e faltou milho no mercado interno ao longo de 2016. Isso fez o preço da saca disparar. Números da Expedição Safra mostram que nós só vamos voltar a exportar essa quantidade em 2021, daqui a cinco anos”, explica. “Mas, dependendo das decisões dos Estados Unidos nos próximos anos, o Brasil pode rever e ampliar a participação no mercado internacional”.
Giovani Ferreira também falou sobre a ampliação do Canal do Panamá, que aumentou a capacidade de transporte de 360 milhões de toneladas para 600 milhões de toneladas. A Expedição Safra esteve no Panamá neste ano. “O agronegócio, que atualmente responde apenas 10% pelos produtos que passam pelo canal, será cada vez mais necessário para garantir viabilidade econômica para o novo canal. E o Brasil está no radar, principalmente os portos do Arco Norte”, diz.
Segundo Ferreira, uma viagem do Brasil para o Japão, de navio, demora até 42 dias atualmente. Pelo Canal do Panamá, é possível encurtar o trajeto em dez dias. “Por enquanto, com o preço do petróleo neste patamar [baixo], os navios preferem navegar mais a passar pelo canal. E a Autoridade do Canal sabe disso, sabe que precisa ser mais competitivo e ter mais escala. Eles vão buscar navios no Brasil. E o Matopiba vai se beneficiar disso, os portos do Arco Norte”, concluí.
A FCStone apresentou um painel sobre a situação climática e mercadológica da próxima safra no Matopiba.
Fonte: Gazeta do Povo
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