domingo, 28 de agosto de 2016

Logística trava competitividade do agronegócio sul-americano

Especialistas defenderam a necessidade de investimento público em infraestrutura no 4º Fórum de Agricultura da América do Sul

Com crescimento constante em seus índices produtivos, a América do Sul encontra dificuldade em escoar com agilidade e eficiência sua produção agrícola para países do hemisfério Norte como a China, grande parceiro comercial do bloco. O tema foi assunto de debate no painel “Logística: A América multimodal em busca da competitividade”, durante o primeiro dia do 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR).

A falta de investimento nos modais de transporte impede que o agronegócio da região seja competitivo na entrega dos seus produtos. “Na origem já somos, temos que ser também no destino final”, afirma o diretor-presidente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique Dividino. “Precisamos trabalhar o nível de serviço logístico para atender o setor de commodities”, complementa.

Atualmente, 65% da produção agropecuária brasileira é escoada pelas rodovias, o que mostra a sobrecarga do modal. “Estamos ocupando muito as estradas do Brasil. Isso porque não há uma boa política voltada para ferrovias, e não temos estrutura hidroviária que responda às necessidades do país”, afirma o presidente do Terminal de Grãos do Porto de Itaqui, Luiz Claudio Santos.

Como reflexo da falta de investimento, o especialista destaca entraves como a ausência de manutenção adequada das rodovias e pavimentação e baixa extensão de duplicação. “Temos muito a fazer. Estamos atrasados em competitividade em relação ao preço”, explica Santos. De acordo com o presidente, se o nível de investimento em logística não for incrementado serão necessários 50 anos para tirar o déficit dos valores aplicados para melhorar toda a cadeia logística.

Novas rotas

A analista comercial do Terminal Internacional de Manzanillo, no Panamá, Larissa Barrios, também participou do painel e detalhou o funcionamento do novo Canal do Panamá, inaugurado em junho, após nove anos de obras. A principal mudança foi feita nas eclusas, que passaram a receber embarcações com até 150 mil toneladas (Neopanamax) – navios 2,5 vezes maiores que os recepcionados até então, os Panamax. A ampliação pode gerar queda nos custos de frete e também no tempo gasto com transporte, principalmente no escoamento da safra de grãos pelos portos do Arco Norte brasileiro.

Serviço

4º FÓRUM DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL

DATA: 25 e 26 de agosto de 2016

LOCAL: Museu Oscar Niemeyer (MON)

ENDEREÇO: Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – Curitiba (PR)

INFORMAÇÕES e INSCRIÇÕES: www.agrooutlook.com.br

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

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