segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Alto custo da energia elétrica muda rotina de agricultores em Minas Gerais

Culturas que consomem mais água foram substituídas para diminuir gastos.
Produtores estão pagando em média 56% a mais pela energia, diz Cemig.


Os pivôs de irrigação estão trabalhando menos em Minas Gerais. Culturas que exigem mais água foram substituídas. O aumento da energia elétrica forçou os agricultores a mudar a rotina das propriedades. Uma realidade que preocupa também quem lida com leite.

Em uma fazenda em Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, a ordenha é mecanizada e dois motores ficam ligados o tempo inteiro para que o leite resfriado permaneça na temperatura ideal. Os ventiladores também funcionam sem parar. Do lado de fora, mais gastos com a plantação irrigada.

Manter esses sistemas funcionando têm pesado no bolso do produtor. “A gente fica retraído e com medo de fazer um investimento maior. Então, certamente vamos ter uma lavoura, vamos plantar novamente, mas com um nível tecnológico um pouquinho menor”, avalia João Carlos Semenzini, agricultor.

Em outra propriedade em Iraí de Minas, a irrigação também virou dor de cabeça para o produtor. Segundo a Companhia de Energia Elétrica de Minas Gerais, a Cemig, desde o início o ano os produtores rurais estão pagando em média 56,50% a mais.

Esse cenário obrigou o agricultor Matias Michels a repensar o planejamento da fazenda. Onde tem milho deveria ter feijão. “Por causa do alto custo da energia nós optamos por plantar milho em cima de milho. Apesar de não ser recomendado agronomicamente, nós fixemos isso para baixar o custo da fazenda. Então, essa lavoura de milho, nós praticamente não irrigamos. Ele foi plantado em fevereiro, enquanto que o feijão eu só posso plantar a partir do mês de março, justamente onde o clima fica mais seco e exige mais irrigação”, explica o agricultor.

O feijão é a principal cultura irrigada na fazenda, mas teve a área reduzida em 75%. Além do milho, ganham espaço na propriedade o trigo e a ervilha, que precisam de menos água, mas têm um rendimento menor.

“Comparando a cultura de feijão em condições normais, com a do milho e a ervilha, temos uma perda de faturamento em torno de 50%. Vamos esperar o país entrar na normalidade de novo, para voltar a produzir, porque na condição que está hoje está impossibilitando da gente produzir em área irrigada”, diz o agricultor.

Fonte: Globo Rural

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