quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Exportação do agronegócio inicia ano com intensa queda nos preços

Após ter registrado a segunda desaceleração em 15 anos, em 2014, o saldo do agronegócio começa o ano apontando para novo recuo.

A perda de ritmo anterior havia ocorrido em 2009, logo após a crise financeira de 2008, que desestruturou a economia mundial.

As exportações até a terceira semana deste mês indicam que apenas 3 dos 16 principais produtos da lista do setor do agronegócio têm evolução positiva de preços no mercado externo.

Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), que aponta recuo em todos os demais, quando comparado o valor da tonelada deste mês em relação ao de igual período do ano passado no mercado externo. Os produtos que ainda conseguem valorização nas exportações são café e carnes.

O carro-chefe do agronegócio, o complexo soja, tem perdas acentuadas. Responsável pela vinda de US$ 31,4 bilhões ao país no ano passado, o setor representou 14% de todas as exportações nacionais. Neste ano, a soja em grão está sendo negociada com recuo de 25% em relação a janeiro de 2014. Nesse mesmo período, o farelo de soja cai 16%, e o óleo de soja, 15%.

Essa queda pouco afetou as exportações brasileiras de soja deste ano porque elas só começam a ganhar ritmo forte a partir de março. O país ainda está no início da colheita da oleaginosa.

O açúcar, outro item importante da balança comercial, também perde preço. A tonelada do produto em bruto recuou para US$ 350 em janeiro, 10% menos do que igual mês de 2014, de acordo com a Secex. Já o açúcar refinado registra queda ainda maior: menos 17%.

O milho, que passou a ser importante na balança comercial nos últimos anos, teve queda de 5% nos valores de exportação.

Além da queda de preços, o pais não repetiu, em 2014, o bom desempenho obtido nos volumes exportados em 2013, quando foi comercializado o recorde de 26,6 milhões de toneladas.

Apesar da queda de preço, as exportações continuam aceleradas neste mês e podem atingir o recorde para este período do ano. No ritmo atual, atingirão 3,8 milhões de toneladas, acima do recorde de 3,37 milhões de janeiro de 2013.

A manutenção do ritmo de exportação de milho nestes primeiros meses do ano dará sustentação aos preços internos, já que os estoques de passagem (o que sobra de uma safra para a outra) do país somam 19 milhões de toneladas.

O algodão, devido aos elevados estoques internacionais, também perde preço. O Brasil exportou a tonelada do produto a US$ 1.624 neste mês, 16% menos que em igual período de 2014. Os embarques de algodão neste início de ano, no entanto, têm aumento de 57% ante igual período anterior, diz a Secex.

ALTAS

O café segue por caminhos contrários aos das demais commodities há vários meses. Quebra na safra brasileira e enxugamento dos estoques mundiais elevaram os preços do produto brasileiro exportado em 55% nos últimos 12 meses.

Dados da Secex indicam que a saca está a US$ 206 neste mês, ante US$ 133 em igual período de 2014.

Mesma tendência de alta seguem as carnes suína e bovina, devido à demanda externa. Os preços subiram 1% e 3% em 12 meses. A de frango, no entanto, tem queda de 6% no período.

As maiores quedas na commodities estão fora do agronegócio. O minério de ferro teve recuo de 45% nos preços em 12 meses, enquanto o petróleo caiu 43%.



Fonte: Grupo Cultivar

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