quinta-feira, 23 de julho de 2015

Governo reconhece recessão e que não vai cumprir a meta de economia

Em 2015, já são R$ 46,7 bilhões a menos no caixa do governo.
Por outro lado, despesas aumentaram R$ 11,4 bilhões além do esperado.

O governo reconheceu que a economia está em recessão e declarou que não cumprirá a meta de economizar para pagar os juros da dívida, anunciada no começo do ano. A explicação oficial é que a freada na economia reduziu fortemente a arrecadação, além de obrigar o governo a cortar gastos.

Foram muitas conversas. O ministro da Fazenda não queria a redução da meta agora, mas acabou cedendo. Os números falam por si. Em 2015, já são R$ 46,7 bilhões a menos no caixa do governo, efeito da retração da economia. Do outro lado, as despesas aumentaram R$ 11,4 bilhões além do esperado.

Joaquim Levy repetiu várias vezes que a redução da meta do superávit não significa afrouxar o controle das finanças públicas. “A reavaliação da meta não é indicação do abandono do ajuste fiscal ou de que está tudo resolvido, que agora é uma licença para gastar. O governo ainda não está preparado para isso”, declarou.

O ministro também anunciou mais um corte de R$ 8,6 bilhões em despesas que vai atingir todos os ministérios. No começo do ano, já houve contingenciamento de quase R$ 70 bilhões no orçamento.

Para ajudar a recompor a arrecadação, a equipe econômica fala em três alternativas: recuperação de débitos de empresas em atraso; cobrança dos impostos de quem levou dinheiro lícito para o exterior e não pagou o que devia; e os leilões de privatização de obras em infraestrutura. A expectativa com esse pacote é de recolher R$ 26,4 bilhões.

Duas dessas três medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso, mas e se esse dinheiro não vier? Nesse caso, o governo anunciou que terá uma espécie de licença para não entregar o superávit primário, ou seja, fazer déficit.

O projeto com a nova meta de economia do setor público também tem que passar pelo Congresso, que vive um momento de turbulência com o governo, mas o ministro do Planejamento está otimista. “Nós estamos fazendo isso agora no meio do ano. Tem tempo para que isso seja bem analisado”, afirmou Nelson Barbosa.

Fonte: G1

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