A partir da próxima segunda-feira, a bolsa de Chicago (CME) dará início à comercialização de contratos futuros de cacau denominados em euro, na tentativa de tomar o mercado da bolsa de Nova York, sua maior rival. O vencedor será responsável por uma commodity-chave, cujos contratos atingem não só os preços dos chocolates como a renda de milhões de pequenos agricultores. Com quase 70% da oferta mundial originada no oeste da África e destinada à indústria de chocolates que movimenta US$ 150 bilhões ao ano , a amêndoa está sujeita à alta volatilidade. E isso gera tanto a necessidade de "hedge" quanto oportunidades comerciais no mercado futuro.
O cacau, ainda considerado um nicho em relação a outros grandes
contratos de commodities agrícolas, já é negociado em dois mercados
futuros: na ICE, que opera os contratos de cacau em Nova York e em
2013 assumiu o controle da Nyse Liffe, proprietária da bolsa de
Londres, que também negocia cacau.
Agora, a bolsa de Chicago irá apresentar um novo contrato físico de
cacau em euros e outro em dólar, negociado em dinheiro , enquanto
a ICE, de olho em proteger a sua posição, lançará opções em euro para
o cacau.
A chegada da CME nesse mercado de entrega futura da amêndoa é a estreia de Chicago nas chamadas "soft
commodities", que incluem café e açúcar. Se o lançamento for um sucesso, poderá abrir o caminho que poria fim
ao "reinado" da ICE nestes segmentos agrícolas.
Jeffry Kuijpers, diretorexecutivo para commodities agrícolas da CME, diz que a ideia vinha sendo discutida há 18
meses com pessoas do mercado, entre eles processadores. Isso porque a negociação em libras esterlinas de
contratos em Londres causava "preocupações" de falta de opções à ICE entre participantes do mercado de cacau.
Além disso, a maior parte da amêndoa negociada em Londres é considerada de qualidade inferior e vendida a
granel.
Fonte: Valor Econômico
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