sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Nova metodologia para medição de resíduos de defensivos é positiva para o consumidor


Na avaliação do diretor financeiro do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável), José Otavio Menten, é positiva para o consumidor a atualização da metodologia para medição de resíduos de defensivos nos alimentos. “O procedimento atual representa a realidade. Avalia a quantidade de resíduo de produto fitossanitário presente nos alimentos que pode ser ingerida durante um período de até 24 horas sem causar efeito(s) adverso(s) a saúde”, aponta. 

“Antes, as cifras apresentadas eram baseadas na porcentagem de amostras com traços de produtos não autorizados para a cultura ou com valores acima do LMR (Limite Máximo de Resíduos). Estes valores têm grande importância para o aprimoramento das práticas agrícolas e pouco significado para o consumidor”, explica o Pós-Doutor em Manejo de Pragas e Biotecnologia e Professor Associado da ESALQ/USP.

De acordo com o especialista, é importante que as notícias do agro cheguem de maneira correta aos moradores dos grandes centros urbanos. “Um dos exemplos clássicos era a maneira que o monitoramento de resíduos de produtos fitossanitários em alimentos era entregue a população. Eram apresentados dados muito técnicos que pouco esclareciam a população. O destaque era para as inconformidades como se elas fossem importantes para o consumidor. O que o consumidor quer é saber se o alimento que adquire apresenta risco a sua saúde”, afirma.

Menten ressalta que, pela primeira vez, a Anvisa divulgou os resultados da qualidade dos alimentos de maneira “sóbria, com base na avaliação do risco em conformidade com padrões internacionais, demonstrando que as frutas e hortaliças à disposição das pessoas são de qualidade aceitável quanto aos riscos de intoxicação aguda. Apenas 1% das amostras analisadas estavam com algum problema. Nas edições anteriores, citavam-se cifras preocupantes, como 70-80% das amostras com problemas. Essas notícias, sem base científica, desestimulavam o consumo de frutas e hortaliças, prejudicando a saúde das pessoas e os agricultores”.

O PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos), da Anvisa/Ministério da Saúde apontou que 99% dos alimentos que os agricultores brasileiros entregam a população estão livres de resíduos que representam risco agudo para a saúde. Com isso, acredita o especialista, é possível que haja o aumento desejado do consumo de frutas e hortaliças, fundamental para a nutrição adequada das pessoas e prevenção de certos tipos de câncer e outras doenças crônicas.

Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems


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