Produtos menos danosos ajudam a manter o equilíbrio natural do pomar e preservam o efeito benéfico dos inimigos naturais de pragas
Foto: Divulgação Fundecitrus |
O professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq/USP) Pedro Yamamoto, que foi pesquisador do Fundecitrus por 14 anos, testou dezenas de produtos em relação à seletividade aos inimigos naturais em efeito direto e residual (persistência). A pesquisa seguiu padrões internacionais para classificar o impacto de cada um. As classes variam de 1 a 4, aumentando de acordo com a nocividade do produto. A partir do estudo foi organizada uma tabela que mostra os efeitos dos inseticidas nos inimigos naturais.
Para determinar o efeito direto, os insetos foram colocados em superfícies pulverizadas duas a três horas antes. Já a persistência apurou por quantos dias o produto exerceu efeito sobre os inimigos naturais.
De acordo com o professor Yamamoto, antes de pulverizar, o produtor precisa saber quais inimigos naturais há em seu pomar - isso pode ser feito juntamente com o levantamento de pragas - e conhecer quais são os defensivos mais e menos agressivos a eles. Dessa forma é possível compatibilizar a pulverização com a ação benéfica destes insetos.
Preservar os inimigos naturais ajuda a conter as pragas de citros e manter o equilíbrio ambiental. Na citricultura, a joaninha, o bicho lixeiro e ácaros predadores são aliados no controle de pulgões, cochonilhas e moscas. Há também a ageniaspis citrícola, inimigo natural do minador dos citros, e a Tamarixia radiata, parasitoide do psilídeo Diaphorina citri.
De acordo com o professor, nem sempre os defensivos mais seletivos são os mais eficazes, mas são importantes na composição de um bom manejo do pomar. "Um boa pulverização, tem que levar em conta três fatores: eficiência, seletividade e rotação de produtos. O conhecimento dos inimigos naturais presentes torna este tripé eficaz e sustentável", afirma.
Fonte: Fundecitrus
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