sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Região Sul se prepara para colher frutas e grãos

No Brasil, devido a grande extensão territorial e diversidade climática, sempre é tempo de plantar e colher. Na região Sul, por exemplo, os agricultores familiares se preparam para colher as culturas típicas de inverno. Entre os principais grãos estão o trigo, a canola e a cevada, que começam ser extraídos em setembro. No caso das frutas, são destaque do segundo semestre as de caroço, sendo a principal o pêssego, que começa a ser colhido no final de outubro. Além desses produtos, no final de novembro será a vez da batata, cebola e alho. 

Também é tempo de plantar. A partir de setembro é feito o plantio do arroz, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor nacional do grão, que será colhido a partir de fevereiro. Já as hortaliças não têm época determinada – elas podem ser plantadas e colhidas o ano todo. “Só no Rio Grande do Sul são mais de 70 tipos de hortaliças”, afirma o engenheiro agrônomo Antônio Conte, da Emater/RS, que presta atendimento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) aos agricultores familiares do estado. “Damos orientações específicas para cada cultivo”, diz. Mas uma orientação é consenso, segundo ele. “Manter a conservação do solo, com cobertura de palhas é uma prática comum”, explica, ao garantir que a iniciativa assegura a qualidade da terra.

As frutas seguem a regra das hortaliças. De acordo com Antônio Conte, as que são cultivadas no Sul são as típicas do clima frio. “São frutas como maçã, pêssego, nectarina e uva, que são cultivadas principalmente no inverno”, exemplifica. A colheita se dá ao longo do ano, cada uma respeitando as especificidades de cada localidade. Em setembro começa a colheita do morango. “A produção de morango de dias neutros se estende até maio do ano que vem. Ela diminui um pouco o volume da colheita em janeiro e fevereiro, mas continua até fim de abril e inicio de maio”, explica Antônio Conte. Já a uva, fruta símbolo da região Sul, tem a colheita iniciada em dezembro. 

Inverno

Este ano, o inverno rigoroso favoreceu o cultivo de frutas como a uva, maçã, ameixa, pêssego, kiwi e caqui. Segundo Antônio Conte, essas frutas precisam de um regime de dormência durante o inverno. “Esse frio que está ocorrendo com intensidade no Rio Grande do Sul é uma condição favorável para que essas espécies entrem em um novo ciclo a partir do mês de setembro para apresentar produção no fim do ano e no semestre que vem”, explica. São plantas que precisam da ocorrência do frio para produzir uma safra boa”, acrescenta. “Este ano o inverno foi bem definido e isso foi bom para essas culturas”, destaca. 

Assistência 

O agricultor familiar que vai plantar e precisa de orientações pode contar com o os serviços de Ater. O objetivo da assistência é melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias rurais por meio do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável. O serviço é oferecido pela Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário em parceria com empresas públicas de Ater.

A família de Luís Carlos Laux, que tem uma propriedade em Serão Santana (RS), sabe bem a diferença que faz para a melhoria da produção quando se recebe assistência técnica. Ao lado da mulher, Eliane Hollas, e da filha, Lizandra Hollas Laux, ele tem investido na plantação de frutas depois de ter sido beneficiado na Chamada Pública do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco. “Plantamos sete variedades de pêssego e já estamos colhendo. É muito bom ver as terras se transformando a cada época do ano. Antes, eu abria a janela e só via fumo. Agora eu vejo flores, frutas, e cada mês a propriedade está de um jeito”, comenta Eliane. 

A filha, que saiu para estudar Tecnologia de Alimentos no Instituto Federal de Bento Gonçalves, voltou no começo deste ano para a fazenda. Agora sonha em montar uma agroindústria e beneficiar não só o pêssego, mas outras frutas que a família pretende cultivar na propriedade. “Quando se faz geleias e doces no lugar onde são colhidas, dá para aproveitar tudo, inclusive as frutas com pequenos defeitos”, diz Lizandra. Luís Carlos Laux conta entusiasmado que quer aumentar a parreira para colher mais uvas e que vai plantar também laranja. “O Clair Schäffer (técnico da Emater-RS) ajudou principalmente no começo. É difícil saber o que plantar, em que apostar, como adubar. Mas depois que a gente organiza, dá certo”, disse o agricultor familiar. 

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