terça-feira, 24 de maio de 2016

Dólar sobe quase 2% e se aproxima de R$3,60 por temores políticos com Jucá

"Ninguém quer pagar para ver se o governo vai lidar bem com isso. Na dúvida, você se protege", disse o superintendente de derivativos da corretora de um banco nacional.

Está previsto que a Comissão Mista do Orçamento (CMO) vote nesta segunda-feira a nova projeção de déficit primário deste ano, no primeiro desafio político no Congresso Nacional do governo interino de Michel Temer.

Na noite de sexta-feira passada, o governo anunciou que pedirá ao Congresso autorização para fechar 2016 com déficit primário recorde de 170,5 bilhões de reais. A proposta inclui o desbloqueio de 21,2 bilhões de reais em contingenciamentos anunciados na gestão da presidente Dilma Rousseff.

Embora o número fosse em certa medida esperado pelo mercado, operadores se decepcionaram com a falta de anúncio de medidas concretas para reduzir o rombo.

"O novo governo Temer precisa alcançar um equilíbrio delicado, anunciando novas medidas e ao mesmo tempo assegurando apoio no Congresso", escreveram analistas do banco JPMorgan em nota a clientes. "O governo precisa demonstrar progresso constante ou corre o risco de frustrar as expectativas".

Apesar do quadro de incertezas políticas, estrategistas da corretora Nomura Securities acreditam que a economia brasileira tende a caminhar para a recuperação no médio prazo, recomendando a investidores que apliquem no país para aproveitar essa tendência.

Especificamente, a Nomura sugeriu que investidores tomem emprestado em euro e apliquem em contratos a termo de real.

O Banco Central não realizou nesta sessão qualquer intervenção cambial, mantendo-se ausente do mercado pela terceira sessão seguida.

Fonte: Reuters

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