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O pesquisador André Strassburger apresentou nesta quarta-feira (2 de setembro), na Casa da Fepagro na Expointer, informações sobre o cultivo protegido de morangueiros. A palestra faz parte do ciclo de debates promovidos pela Fepagro durante a Expointer, e o tema discutido hoje foi “Produção Vegetal: Cultivos Protegidos”.
O pesquisador da Fepagro Serra do Nordeste, de Caxias do Sul, falou sobre os aspectos produtivos do cultivo protegido de morangos, abordando, inicialmente, a importância econômica da fruta e seus sistemas de produção. No Brasil, são 4 mil hectares de morangueiros cultivados, e o Rio Grande do Sul está entre os maiores produtores nacionais.
De acordo com André, a utilização do ambiente protegido vem recebendo adesão maciça dos produtores. “Os agricultores estão preocupados com a rentabilidade dos cultivos e a estabilidade da produção. O insumo mais básico, que é a muda, exige um aporte significativo, com preço médio de R$ 0,70 a unidade. A proteção dos cultivos permite o incremento do rendimento, a qualidade, a segurança da colheita e sua rentabilidade”, detalhou.
Sobre as estruturas de proteção, o pesquisador listou os benefícios e contrapontos de modelos de túnel baixo, túnel alto e estufas. “A proteção do ambiente tem proporcionado a modificação dos sistemas de produção. Temos observado, no cultivo do morango, a saída do cultivo no solo para um cultivo sem solo”, avaliou. Segundo ele, cerca de 80% dos problemas com doenças nos morangueiros são reduzidos apenas pelo efeito guarda-chuva que o ambiente protegido pode proporcionar.
De acordo com o pesquisador da Fepagro, a principal estrutura de proteção utilizada atualmente é o mulching ou cobertura morta, um plástico que serve como barreira física para controlar o crescimento de plantas espontâneas; manutenção da umidade do solo; aumento da temperatura do solo; aumento da eficiência do uso da água e de nutrientes; diminuição da incidência e ocorrência de doenças; e proteção dos frutos.
Ele também tem observado a adoção de estufas rústicas, de baixo custo de instalação, que conseguem maximizar a mão de obra e são razoavelmente resistentes a ventos e outros problemas climáticos. “A adoção dessas estufas estão atreladas à modificação do sistema de produção para cultivo em substrato”, contou. O cultivo por substrato procura proteger o fruto do contato com o solo, e vem atrelado à produção em bancada, que veio resolver um problema de ergonomia. “Quem trabalhou com morangueiro no solo sabe a dificuldade que é. O sistema de bancada facilita a ergonomia do trabalho, não há problemas de coluna comuns no cultivo ao solo”, explicou André.
Ao final da apresentação, o pesquisador abordou alguns aspectos importantes no manejo das estruturas de proteção, como a abertura de túneis e janelas de estufas, para que toda a umidade seja eliminada e para que facilite a visitação das abelhas para polinização. “O acesso das abelhas às flores deve ser facilitado, recomendando-se a instalação de caixas de abelhas próximas à lavoura. Por isso é importante abrir as estruturas: quanto maior o número de visitas das abelhas, maior a produtividade”, concluiu.
Fonte: Expointer
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