Pesquisadores da Sakata, empresa de sementes localizada em Bragança Paulista, desenvolveram nova variedade de tomate italiano, melhor adaptada às condições brasileiras, com alta produtividade e qualidade para o consumidor
As chuvas, assim como os grandes períodos de seca, estão entre as maiores preocupações na produção de tomate, já que impactam diretamente na produtividade e qualidade dos frutos, comprometendo os lucros do produtor, além do preço e qualidade na mesa dos brasileiros.
Depois da batata, o tomate é a hortaliça campeã de consumo no Brasil. De acordo com dados da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação, o consumo per capita do tomate no Brasil está em torno 18 kg/ano, o que representa um incremento de consumo acima de 35% nos últimos 10 anos. Se compararmos com países que são altamente consumidores de tomate como a Itália, que é próximo a 70 kg/ano, e a Turquia e Egito, cujo consumo per capita é em média 85 kg/ano, ainda há boas perspectivas para o crescimento.
O crescente consumo do tomate está relacionado, entre outros fatores, à consolidação de redes de fast food, a presença da mulher no mercado de trabalho, a rapidez no preparo nas refeições, e mais recentemente, a busca por alimentos mais saudáveis, favorecendo tanto o crescimento do consumo do fruto fresco quanto processado. Além do que o tomate está entre os alimentos funcionais devido aos altos teores de vitaminas A e C, sua riqueza em licopeno e sua indicação na prevenção de doenças, como o câncer.
A presença do tomate na mesa do brasileiro se tornou tão importante que as altas nos preços viraram assunto nos jornais, principalmente em épocas de chuva, quando o “santo tomate de cada dia” fica escasso e mais caro nas feiras e supermercados. O interessante é que neste ano, mesmo com o período de chuvas em alguns estados no primeiro trimestre, especialmente na região Sudeste, a produção de tomates com novos híbridos da Sakata se manteve constante, motivo de comemoração para os pesquisadores com as novas variedades desenvolvidas no Brasil, caso do Ravena, recém-lançado pela empresa e que já alcança resultados surpreendentes.
Outro fator é que o tomate vem agregando valor in natura, com maior diversidade de grupos de cultivares que priorizam o sabor e a praticidade, caso do Ravena. Neste assunto, a Sakata é referência, reconhecida pelo pioneirismo em pesquisas e no desenvolvimento de cultivares adaptados às condições climáticas e as características de solo brasileiros. Como parte de seu projeto de melhoramento genético e foco em desenvolver variedades que se encaixem a cada região do Brasil, os pesquisadores têm se empenhado na Estação Experimental, também localizada em Bragança Paulista, em busca de tomates cada vez mais adaptados, resistentes e com maior produtividade.
Além do Ravena, estão entre as novas variedades de tomate no portfólio da Sakata, o Valerin, Santy, Carina (Star e Golden) e Pietra. Dentre tantos destaques, o Ravena se despontou rapidamente como mais uma estrela da casa, com um dos melhores resultados obtidos a campo em épocas de chuva e seca para um tomate muito apreciado pelo brasileiro, o tipo italiano.
As variedades Valerin, Santy e Ravena foram lançadas no ano passado na Hortitec 2015, sendo as duas primeiras destaques no segmento Salada pela alta produtividade, qualidade de frutos com alto calibre e, principalmente, pelo seu pacote de resistência a Geminivírus e Vira-Cabeça, doenças que atingem a cultura do tomate, com alta pressão na maioria das regiões produtoras. Frutos com estas resistências geram menos perdas aos produtores e minimizam o uso de agrotóxicos, tornando-os mais seguros para os consumidores. Já no segmento italiano (Saladete), o Ravena ganhou relevância na fase de teste, apelidado de “super tomate” pela excelente produção e desempenho, e alto nível de resistência ao vira-cabeça.
Em julho de 2015, o Ravena foi introduzido comercialmente no interior de São Paulo, em especial nas regiões de Ribeirão Branco, Apiaí e Guapiara, no sudoeste paulista. Foram plantadas mais de um milhão de sementes nesta região, com resultados muito além do esperado para praticamente a totalidade dos produtores, que na pesquisa relataram estarem totalmente satisfeitos com a variedade, principalmente nos períodos de chuva.
De acordo com o produtor Sérgio Vitor Barbosa, de Apiaí, que plantou 3 hectares do Ravena, a colheita está 35% acima da média, com mais de 300 caixas/mil pés de tomate. ”O desempenho deste tomate surpreende muito, com uma planta muito viçosa e sadia, que produz mais e prolonga a colheita depois do ponteiro, com este ganho de até 35% a mais de lucro extra”, explicou Barbosa.
Outro destaque para o produtor é que o Ravena é mais resistente a fungos e bactérias que outros italianos, bem propício às regiões úmidas como Apiaí. “Tem tudo que um tomate precisa. Espessura excelente, sabor equilibrado, que cairá na preferência do consumidor”, contextualizou.
Assim como o produtor Sérgio, outros produtores da região perceberam no Ravena um grande valor para campo aberto, com potencial produtivo insuperável e características como calibre, vigor e produtividade. O padrão de fruto é outro destaque, pois gera essa percepção de valor pelo consumidor, com ótima coloração e ausência de manchas e rachaduras nos frutos, problemas típicos de épocas chuvosas.
Sem contar que reúne outras importantes características como firmeza, formato de fruto desejado pelo mercado, frutos grandes, alto pegamento da base ao ponteiro e alto nível de resistência a bacterioses.
Pela extensão do país, com características climáticas bem diferentes entre as regiões, a empresa busca sempre as melhores variedades e janelas de cultivo para cada região. Afinal, é necessário estar atento às diferenças regionais para tirar o melhor proveito destas características que influenciam na produção e resultam em melhores frutos.
O tomate Pietra, por exemplo, introduzido comercialmente em julho de 2015, vem se destacando como ótima opção para plantio no sul do país (Serra Gaúcha e Oeste de Santa Catarina, região de Caçador), especialmente na safra de verão. Mais um grande produto do tipo salada, junto com o Gislani, também lançado em 2015, que se destaca com alta resistência à Geminivírus, F3 e chuva, com bons resultados no RJ e ES.
A variedade Pietra tem alto potencial de rendimento e garante maximização dos lucros para o produtor. Sua genética gera segurança em períodos chuvosos e resiste a manchas, rachaduras e bacterioses, além do alto nível de resistência ao Vira-Cabeça. Apresenta frutos firmes, com elevada durabilidade pós-colheita, padrão e calibres de frutos bastante procurados pelo mercado.
Ainda no segmento salada, destacam-se também o Valerin e Santy, este último com alto desempenho na estação seca, indicado principalmente para a região do Cerrado, Sudoeste e Nordeste do Brasil, com ótimos resultados também na região de Campinas (SP), Triângulo Mineiro e Belo Horizonte (MG), Serra da Ibiapaba (CE) e nos estados do Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Norte.
O Valerin já se tornou uma referência no tipo salada. Possui coloração vermelha intensa, maior produtividade de frutos grandes dentre os resistentes a vírus (Geminivírus e Vira-Cabeça) com 90% de colheita de classificação AA (grande). Pode ser plantado o ano inteiro pela alta resistência a manchas e rachaduras nos períodos de chuvas intensas. Em termos de qualidade, é imbatível, já que suas plantas vigorosas produzem frutos grandes e uniformes da base ao ponteiro, com coloração intensa e alta firmeza. Essa uniformidade é muito apreciada pelos consumidores, o que gera alta atratividade no ponto de venda e valor agregado na comercialização.
No segmento Santa Cruz, mais conhecido nos supermercados como tipo “Débora”, estão entre os lançamentos de 2016 os híbridos novos do tipo Carina, eleito em 2015 como o “Melhor tomate de mesa do Brasil” por suas características físicas, químicas e sensoriais.
O concurso analisou frutos produzidos em todo o país durante o 6º Seminário Nacional de Tomate de Mesa promovido pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM). Com o objetivo de identificar os melhores produtos e incentivar a constante a melhoria da qualidade desta hortaliça no Brasil, o concurso destacou o Carina como o mais saboroso tomate brasileiro. O Carina Star e Carina Golden trazem essa qualidade consagrada do Carina TY, somando ainda mais segurança em períodos chuvosos, com alto pegamento de frutos firmes, elevado pós-colheita, coloração vermelha intensa e ótimos formato e padronização. Outra característica é que o Carina Golden possui também alta resistência ao Geminivírus e o Star, maior resistência ao Vira-Cabeça e Fusarium 3.
De acordo com Gustavo Veiga, Gestor de Produto da Sakata e especialista em tomates, as características diferenciadas são percebidas não apenas pelo produtor, mas também pelo consumidor. “Os novos híbridos da Sakata possuem uma qualidade de frutos diferenciada. Chamam a atenção por conta da uniformidade e do tamanho do fruto, além da coloração vermelha intensa interna e externa, excelente firmeza e preenchimento de polpa, características decisórias no momento da compra e que geram maior satisfação quanto à qualidade, textura e ao sabor aos consumidores mais exigentes, sendo diferenciados no momento da comercialização”, explica.
Juntos os lançamentos já citados, totalizam 7 novos híbridos competitivos disponíveis no mercado e ainda para este ano, a empresa já se prepara para o lançamento comercial de mais dois tomates: Mariaty e Grazianni, no segmento Saladete. Com portfólio completo – que incluem os segmentos Grape, Salada, Saladete e Santa Cruz – a Sakata espera cada vez mais superar as expectativas de produtores e consumidores, com sua genética adaptada e produtos de altíssima qualidade, que garantirão qualidade o ano todo no cardápio dos brasileiros.
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