quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Câmara Setorial da Citricultura discute mitigação de cancro cítrico e desoneração do suco de laranja

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) realizou, nesta quinta-feira (18), em Brasília, a terceira reunião de 2016, com a participação de representantes da citricultura de vários estados.
A necessidade de uma nova legislação para o cancro cítrico e a queda do consumo de suco de laranja dominaram a pauta da reunião.
A mudança da legislação de controle do cancro cítrico, que tem sido discutida ao longo desse ano, ganhou novo apoio. O setor produtivo de limão se manifestou a favor de uma nova abordagem de controle da doença e de comércio das frutas cítricas.
De acordo com o presidente do sindicato rural de Taquaritinga, Marco Antonio dos Santos,  no primeiro semestre as exportações de limão somaram U$S 80 milhões, mas a expansão da doença coloca em risco o comércio com o exterior, o que afetaria sobretudo os pequenos produtores da fruta.
Por decisão unânime de seus membros, a Câmara Setorial irá enviar ao MAPA, onde a nova legislação passa por avaliação, uma recomendação para que a liberação do sistema de mitigação de risco (SRM), uma proposta que prevê que os produtores tomem medidas rígidas de prevenção e fiscalização de produção nas áreas mais atingidas pelo cancro cítrico.  
O presidente da CitrusBr, Ibiapaba Netto, mostrou a situação do suco de laranja, desde os estoques até a queda de consumo da bebida no mundo. De acordo com o executivo, medidas como a isenção ou diminuição de impostos sobre o suco de laranja e o aumento da participação do suco natural nas bebidas prontas, como néctares, podem ajudar a estimular o consumo e teriam impacto positivo para a produção. Na próxima semana Netto deverá levar ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, uma proposta nesse sentido, na qual teve o apoio da Câmara Setorial.
O sistema de monitoramento de psilídeo (inseto transmissor do HLB/greening), chamado Alerta Fitossanitário – Psilídeo, também foi tema de uma apresentação feita pelo engenheiro do Fundecitrus, Ivaldo Sala. A ferramenta, desenvolvida pelo Fundecitrus, tem auxiliado os citricultores paulistas e do Triângulo Mineiro a controlar o HLB em suas propriedades e na região.
A iniciativa foi apreciada pelos representantes de outros estados que propuseram expandir o sistema para todo País com ajuda do MAPA.  
A reunião teve ainda um panorama da citricultura baiana, apresentado pelo representante do estado, Geraldo Almeida Souza.
Fonte: Fundecitrus

PIB do agronegócio cresceu 1,79% nos primeiros seis meses de 2016

Ao mesmo tempo, a atividade pecuária apresentou pequena queda, de 0,26%, comparado com os números de 2015

Nos primeiros cinco meses de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu 1,79%, em comparação com o mesmo período de 2015. O bom desempenho ocorreu devido ao comportamento do ramo agrícola, que cresceu 0,37% em maio e 2,73% de janeiro a maio. Já o ramo pecuário apresentou pequena queda de 0,07% no mês, acumulando queda de 0,26% nos cinco primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2015.

Na análise por segmentos, no ramo agrícola, o destaque foi o primário com crescimento de 0,71% no mês de maio, seguido por serviços (0,35%), insumos (0,27%) e indústria (0,17%). No acumulado, os segmentos do ramo agrícola mantiveram-se em crescimento e o segmento primário também foi destaque, com elevação de 3,55%. O setor de serviços, a indústria e de insumos também apresentaram índices positivos de crescimento no período analisado: 2,80%, 2,53% e 1,28%, respectivamente.

Com relação ao ramo pecuário, o desempenho foi menos intenso. Houve queda acumulada nos primeiros cinco meses de 2016 devido ao recuo na produção dos seguintes segmentos: primário (-0,24%), industrial (-0,74%) e de serviços (-0,53%), tendo em vista que houve elevação para o segmento de insumos (0,59%). No caso específico do mês de maio, os segmentos primário, indústria e serviços apresentaram desempenho negativo de -0,10%, -0,10% e -0,12%, respectivamente, enquanto o segmento de insumos apresentou alta de 0,14%.

Já o segmento de insumos agropecuários apresentou alta de 0,22% em maio, acumulando aumento de 0,99% até maio de 2016. A variação acumulada é ainda mais modesta em comparação a outros segmentos, mas a variação mensal já mostra maior equilíbrio. Entre as indústrias acompanhadas neste segmento, para fertilizantes e adubos, ocorreu redução anual de 8,89% no faturamento. Esses números refletem a estimativa para a produção: 3,38% menor no ano e queda de 5,71% dos preços nos primeiros cinco meses de 2016, em relação ao mesmo período de 2015. 

De acordo com os números da equipe Custos Agrícolas/Cepea, a desvalorização do dólar nos últimos meses resultou em queda nos preços dos fertilizantes no mercado interno, seguindo a tendência já destacada no relatório de abril. Esse cenário tem elevado o ritmo de aquisição de insumos por parte dos produtores, que estava enfraquecido desde o ano passado, por conta da alta das cotações dos fertilizantes com o dólar elevado e das dificuldades de acesso a crédito.

Importação de cacau pelo Brasil dispara e indústria quer amêndoa da Costa do Marfim

As importações de amêndoas de cacau pelo Brasil deverão atingir neste ano cerca de 80 mil toneladas, ante 11 mil toneladas no ano passado, aumentando os custos do setor após uma expressiva quebra de safra pela seca na Bahia, afirmou o diretor-executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Eduardo Bastos.

"É muita coisa essa importação, para nós é ruim porque é sempre melhor se abastecer com safra interna, (para importar) tem que fazer compras seis meses antes...", disse Bastos em entrevista à Reuters, ressaltando que o Brasil já importou quase 50 mil toneladas até o momento no ano.

A safra do país foi estimada pela AIPC em 150 mil toneladas na temporada 2016/17, queda de quase 30 por cento ante a temporada anterior, com perdas expressivas no principal Estado produtor do Brasil, um dos maiores consumidores globais de chocolate em volumes.

A estiagem foi tão severa na Bahia que provocou a morte de lavouras, o que terá impacto na produção dos próximos anos e consequentemente manterá as importações mais altas do que as cerca de 10 mil toneladas registradas nos últimos anos.

"O volume a ser importado (nos próximos anos) dependerá muito das próximas safras, mas esperamos redução pelo menos para a metade (do importado neste ano)", disse Bastos, da AIPC, que tem entre as associadas grandes companhias multinacionais como Olam, Cargill e Barry Callebaut.

Isso significaria importações de aproximadamente 40 mil toneladas ao ano até que a cultura possa se recuperar da severa estiagem.

COSTA DO MARFIM

Diante desse cenário, a associação está pressionando o governo federal para reverter uma proibição fitossanitária à importação do produto da Costa do Marfim, o principal produtor e exportador global, que poderia dar mais uma opção e aliviar custos para a indústria, que hoje só traz cacau de Gana.

"Como o pessoal sabe que o Brasil está importando só de Gana, o preço está muito alto", afirmou, sem dar detalhes.

O preço no mercado interno também está alto, com a quebra de safra. O prêmio do cacau de Ilhéus (BA) em relação à cotação na bolsa de Nova York atingiu média de 268 dólares por tonelada em julho ante deságio de 623 dólares/t no mesmo mês do ano anterior, segundo a consultoria INTL FCStone.

Bastos acredita que até o final do ano a indústria conseguirá autorizações para importar da Costa do Marfim.

As importações terão um papel importante para o mercado brasileiro, segundo o dirigente da associação, ainda que com a crise econômica o consumo tenha caído em 8 por cento no ano passado, para 220 mil toneladas, com projeção de estabilidade em 2016.

Até porque a indústria nacional deverá exportar 69 mil toneladas (no equivalente em amêndoas) em derivados, como a manteiga de cacau e o cacau em pó --tais exportações ocorrem em regime de "drawback", com benefícios tributários.

Para os próximos anos, o Brasil espera reduzir fortemente suas importações, uma vez que há um plano para o país voltar a produzir pelo menos 300 mil toneladas em cinco anos e assim se tornar autossuficiente.

Fonte: Reuters

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Morango e manga estão mais em conta, diz Ceagesp

Outros preços em baixa são laranja, alho poró, tomate e cebola.
Mamão formosa e papaia, limão taiti e ovos estão mais caros.


A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) divulgou a lista de produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta nesta semana. Veja abaixo:

Preços em baixa
Morango, manga tommy, abacate margarida, carambola, laranja pera, laranja lima, coco verde, berinjela, pimentão verde, tomate carmem, batata doce rosada, beterraba, cenoura, gengibre, inhame, mandioca, abóbora moranga, pepino comum, chuchu, espinafre, chicória, alfaces, coentro, escarola, rúcula, couve manteiga, alho porró, repolho, acelga, nabo, cenoura com folha, salsa, cebolinha, milho verde, cebola nacional e canjica.

Preços estáveis
Tangerina murcot, melão amarelo, laranja seleta, manga palmer, maracujá azedo, caju, lima da pérsia, acerola, graviola, cara, batata doce amarela, abóbora japonesa, abóbora paulista, abobrinha italiana, brócolos ninja, comum, beterraba com folha, erva doce, couve-flor, rabanete e batata lavada.

Preços em alta
Mamão formosa, mamão papaia, limão taiti, banana prata, uva niágara, pinha, figo roxo, goiaba vermelha, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, tomate pizzad`oro, pepino japonês, abóbora seca, abobrinha brasileira, brócolos comum, pimentões vermelho e amarelo, ervilha torta, quiabo liso, mandioquinha, vagem macarrão, alho argentino e ovos.

Fonte: Globo Rural

Produtores de limão se unem para regular o setor contra o cancro cítrico

Produtores de limão do estado de São Paulo se reuniram no Fundecitrus para discutir as dificuldades de produção e comercialização da fruta com a presença do cancro cítrico – estimado em 9% dos talhões, atualmente –e propor uma união para ações conjuntas de educação e prevenção e dar agilidade ao andamento das mudanças na legislação de controle da doença.

A preocupação é que o aumento da incidência do cancro cítrico nas regiões produtoras de limão comprometa o comércio da fruta, sobretudo as exportações que hoje representam a maior fatia de negócios do setor.

A falta de conhecimento dos citricultores à respeito da doença e de fiscalização dos packing houses são alguns dos desafios a serem ultrapassados para regular o setor no controle do cancro cítrico.

“Tanto os produtores de laranja quanto os de limão entendem que a situação atual do cancro cítrico demanda outra atitude. Por décadas a supressão em São Paulo foi eficiente, mas com a mudança da legislação para a erradicação apenas da planta doente e o crescimento da doença no estado, é preciso repensar a legislação para a mitigação de risco, seguindo um rígido protocolo de controle”, afirma o gerente do Fundecitrus, Juliano Ayres.

O Fundecitrus irá dar o suporte necessário para a orientação técnica dos produtores sobre o manejo do cancro cítrico.

“A aproximação entre Fundecitrus e o setor de limão é muito favorável, assim como a postura de supressão para mitigação de risco. Sem sombra de dúvida, a experiência a instituição vai auxiliar em muito com pesquisa e treinamento. É condição indispensável para o setor de limão estar associada e uma instituição com essa experiência e credibilidade”, afirmou o presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Limão (ABPEL), Afonso Castellucci.

Na semana que vem, os produtores devem se reunir com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e ainda expor a preocupação do setor na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura, que será realizada em Brasília.

Fonte: Fundecitrus

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Citros/Cepea: Demanda aquecida impulsiona preços da pera

As temperaturas firmes no início desta semana aqueceram a demanda pela laranja pera de mesa, animando produtores e elevando os preços da variedade. Além disso, segundo pesquisadores do Cepea, a forte absorção da indústria também tem limitado a oferta da fruta e influenciado a alta nos preços.

A média da pera, na parcial da semana (segunda a quinta-feira), é de R$ 21,06/cx de 40,8 kg, na árvore, avanço de 2,8% frente à anterior. Quanto à lima ácida tahiti, a oferta ainda limitada também manteve os preços da fruta em patamares elevados por mais uma semana – o que segue afastando compradores do mercado. Na parcial desta semana, a média de comercialização da tahiti é de R$ 59,59/cx de 27 kg, colhida, alta de 6,7% em relação à da semana passada. 

Fonte: Cepea/Esalq

Uva orgânica produz vinhos com gosto melhor, afirma pesquisa


Estudo desenvolvido pela Universidade da Califórnia (UCLA) constatou que as uvas orgânicas produzem vinhos com gosto melhor. Comparando pontuações e comentários de mais de 74 mil garrafas de vinhos da Califórnia nas três principais revistas da área, em uma escala padronizada de 100 pontos, os vinhos ‘eco-certificados’ receberam uma média de 4,1 pontos acima dos vinhos regulares.

De acordo com a pesquisadora e economista da UCLA, Magali Delmas, a agricultura orgânica e biodinâmica tem “pequenos, mas significativos efeitos positivos sobre a qualidade do vinho”. No entanto, embora o estudo tenha sido feito apenas com vinhos da Califórnia, a equipe de pesquisa acredita que os resultados possam ser aplicados de forma ampla, já que o estado produz 90% do vinho dos Estados Unidos. Estudos preliminares também apontam que as bebidas francesas também têm dados similares.

A pesquisa analisou vinhos feitos com uvas provenientes de uvas orgânicas e fazendas biodinâmicas, mas não incluíam um terceiro tipo de vinho ‘eco-certificado’: vinhos orgânicos. Esse tipo de bebida não se refere apenas ao modo como as uvas foram cultivadas, mas também como o vinho foi produzido. Mais notadamente, vinhos orgânicos não contém adição de sulfito, um importante conservante.

Delmas acredita que a pesquisa possa incentivar produtores e vinícolas a investir em práticas ambientais e mostrar suas certificações. Apenas 1% dos vinhos estudados era ‘eco-certificado’ e dois terços das vinícolas certificadas da Califórnia não apresentaram os selos em suas garrafas. A pesquisadora acredita que o vinho orgânico, livre de conservantes e que já foi conhecido por azedar rapidamente e ser de qualidade inferior, pode ser uma das razões para o receio das vinícolas.

Ela também afirma que a motivação para os produtores de vinho utilizaram práticas ambientais é melhorar a qualidade do vinho. Além disso, especialmente no caso de agricultores familiares, a motivação principal é fornecer um ambiente mais limpo para as futuras gerações.