segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Produtores investem em nutrição preventiva para garantir qualidade das frutas no Natal


As frutas colhidas, selecionadas e embaladas criteriosamente pelo agricultor Nelson Hideki Okamura vão percorrer longos caminhos até chegarem às gôndolas de supermercados da região Sudeste do Brasil. Para atender às exigências de comerciantes e, principalmente, dos consumidores, os produtos precisam ser consistentes, saborosos e ter boa aparência, características obtidas com manejo nutricional adequado.

No Sítio Okamura III, no município de Salto de Pirapora (SP), Hideki investe em produtos de alta tecnologia para manter a qualidade da produção dos mais de 40 hectares de lavouras de frutas, divididos entre a produção de uvas, ameixa, atemoia e maçã. “Optamos por investir em fertilizantes foliares de alto desempenho, que são mais eficientes e acabam sendo mais econômicos devido a resposta ser mais rápida e efetiva”, diz Hideki.

O engenheiro agrônomo Ney Assis, que presta consultoria técnica nas áreas de Hideki, revela que a linha Metalosate é a tecnologia nutricional responsável pelo bom desenvolvimento e qualidade da produção das frutas no Sítio Okamura. “Hideki optou por utilizar uma das tecnologias mais modernas e mais eficientes que existe hoje no mercado em se tratando de nutrição foliar. A linha Metalosate, importada dos Estados Unidos pela Nutriceler, possui formulação diferenciada com nutrientes quelatados por aminoácidos, que permite rápida absorção, translocação e metabolização, com resultados visíveis a olho nu em poucos dias após a aplicação”, diz Ney.

De acordo com o agrônomo, a rápida metabolização evita desperdícios por lixiviação e evaporação, e garante a distribuição dos nutrientes para a planta nos momentos e nos pontos de maior demanda. “Hideki apostou em Metalosate para um manejo preventivo de nutrição, evitando ao máximo que a produção enfrentasse desequilíbrio nutricional”, acrescenta Ney Assis.

Estratégia – Para abastecer os grandes centros com as frutas para a época do Natal, o produtor traçou estratégias nutricionais preventivas, para evitar a proliferação de doenças e garantir frutos mais viçosos e com sabor mais pronunciado. “Uma planta bem nutrida não fica vulnerável a doenças. A prevenção é sempre a melhor estratégia”, afirma. Hideki apostou nas pulverizações de Metalosate Potássio para intensificar a doçura das plantas, e no Metalosate Cálcio, que auxilia na formação das paredes celulares da fruta, proporcionando maior durabilidade e melhor aparência. “Muitas vezes, as frutas comercializadas no fim de ano vão enfeitar mesas de festas. Para isso elas precisam de durabilidade superior e boa aparência”, destaca o produtor. 

Tempo bom – Hideki afirma que o ano, apesar de ter sido marcado por problemas econômicos, foi bom para quem aproveitou o clima favorável e produziu produtos de qualidade. “O mercado permanece aquecido. Sempre haverá espaço para quem produz com qualidade. O clima foi favorável na região e a tecnologia que utilizamos também ajudou muito. Vamos poder comemorar as vendas no final do ano”, diz o produtor de frutas. Ainda segundo Hideki, a procura por uvas e ameixas aumenta consideravelmente na época de festas de fim de ano.

Mais valor – Para agregar ainda mais valor à produção, Hideki comercializa as frutas já selecionadas em embalagens de aproximadamente 500 gramas. “Esse processo, além de facilitar a comercialização, permite que as frutas fiquem mais protegidas e, consequentemente aguentem mais tempo nas prateleiras”, diz Hideki. 

Cai percentual de cidades com vocação agropecuária no País

Mesmo que ligeiramente, caiu o percentual de municípios brasileiros que têm na atividade agropecuária sua principal atividade econômica privada, segundo mostra a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios (2010-2013) divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Dos 5.570 municípios do País, 3.191 tinham a agropecuária como atividade econômica predominante em 2013, o que representa 57,3% do total, segundo a pesquisa. Esse índice era de 62% em 2010.
Como pretendia medir a atividade privada da economia, o IBGE desconsiderou nesses cálculos administração pública (saúde, educação e seguridade social).
O número chama atenção porque o setor agropecuário representa pouco mais de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, segundo os dados das Contas Nacionais do IBGE.
O município baiano de São Desidério foi novamente o campeão do PIB da agropecuária, com valor adicionado bruto ao setor de R$ 1,3 bilhão em 2013. O município é o maior produtor de algodão herbáceo do País. Logo atrás aparece Rio Verde (GO), com valor adicionado de R$ 1,06 bilhão em 2013. O município é um grande produtor de soja, milho, aves, suínos e bovinos. Sua população é de 207.296 habitantes.

Fonte: Folha Web

Prazo para agricultor saldar dívidas com o Pronaf termina dia 30

Mesmo com desconto de até 70% da dívida em atraso, a procura de assentados e beneficiários do crédito fundiário para quitar os empréstimos com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é baixa. O prazo, que estava encerrado desde 30 de junho de 2015, foi reaberto até 30 de dezembro deste ano

Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente 203 mil produtores estão em dívida com o programa. Dos 100 mil agricultores que acessaram o crédito pelo Banco do Brasil, 30% solicitaram a liquidação das dívidas. Pelo Banco da Amazônia (Basa), dos quase 30 mil devedores, 6 mil renegociaram ou quitaram os débitos. Pelo Banco do Nordeste (BNB), são 40 mil que podem solicitar o serviço.

De acordo com o gerente em exercício do Ambiente de Microfinança Rural e Agricultura Familiar do Banco do Nordeste, Máximo Antônio Cavalcante Sales, o saldo devedor na instituição é de R$ 538,5 milhões. Foram formalizadas 3.504 renegociações e a expectativa para este mês de dezembro é de mais 170.

Em setembro deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu reabrir o prazo para agricultores familiares liquidarem operações de crédito rural contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

De acordo com a resolução do CMN, quem optar pela liquidação poderá ter abatimento de 70% sobre o saldo devedor atualizado. Ou seja, o produtor pode pagar somente 30% da dívida. Mas, para isso, tem de quitar todo o saldo devedor.

De acordo com Sales, em dezembro de 2013, quando o governo aprovou pela primeira vez a renegociação de dívidas, o banco fez reuniões com movimentos sociais e com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fazer ação conjunta em assentamentos, com mutirões.

“No começo, a adesão é maior. Quem tem vai juntando dinheiro. No fim do prazo, ficam as pessoas que tiveram mais dificuldades”, disse. Sales acrescentou que os produtores do Nordeste sofrem com a estiagem e, sem produzir o suficiente, não têm recursos para quitar a dívida. “Em algumas regiões, a estiagem é mais severa. Então, fica difícil. Eles continuam na inadimplência.”

O coordenador geral de Desenvolvimento de Assentamentos do Incra, Acácio Zuniga Leite, explicou que a renegociação da dívida é necessária porque o “desenho do financiamento agrícola do Pronaf estava equivocado e levava as pessoas à inadimplência”.

“Não existia nenhuma política que desse sustentação inicial para se assentarem. Ou seja, não chegava água, não chegava luz, as condições básicas de moradia não estavam atendidas. Muitas vezes o recurso do Pronaf acaba tapando o buraco que não era para tapar”, destacou Leite.

Segundo ele, em vez dos assentados investirem todo o dinheiro emprestado na produção, tinham de aplicar o recursos na construção de moradia e em meios de acesso à água, por exemplo. “Esse desconto no pagamento da dívida vem junto com a discussão de redesenho do financiamento. Agora a gente tem uma nova política de crédito de instalação, além de uma política de microcrédito e de estruturação produtiva. As coisas estão mais sólidas.”

Como quitar a dívida

A liquidação de débito das famílias que obtiveram crédito pelo Banco do Brasil pode ser feita pela internet, na Sala da Cidadania. Os produtores que pegaram os empréstimos no Banco da Amazônia ou no Banco do Nordeste precisam procurar as agências bancárias para fazer a renegociação.

Na Sala de Cidadania, o produtor deve entrar no campo Assentamento com data de nascimento e CPF. Em seguida, deve selecionar o nome da mãe e preencher um cadastro, com dados pessoais e da unidade familiar – os que tiverem um asterisco são obrigatórios, como email e celular. Após o preenchimento, abrirá uma nova tela com a opção de liquidar a dívida. Confirmada a opção, o sistema gerará um boleto para pagamento em até 15 dias.

Mesmo com o acesso pela internet, o Banco do Brasil orienta os produtores a procurarem uma agência para buscar informações sobre os procedimentos operacionais de renegociação.

Edição: Armando Cardoso - Agrolink

Fonte: Agência Brasil
Autor: Kelly Oliveira

Kátia Abreu: eliminação global de subsídios às exportações é conquista para o agronegócio brasileiro

O resultado da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Nairobi (Quênia), é extremamente positivo para o agronegócio brasileiro. As negociações resultaram na eliminação imediata dos subsídios a exportações dos países desenvolvidos e extinção gradual para nações em desenvolvimento, até o fim desta década. “Ótima conquista para nosso agronegócio. Condições de competição internacional menos distorcidas para nossos produtos”, afirmou a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.

O acordo representa um avanço no processo de reformas das regras que regem o sistema multilateral de comércio e “foi uma vitória da OMC”, segundo integrantes da equipe brasileira. Isso porque prevaleceu o argumento dos que acreditam no sistema multilateral de comércio, e, sobretudo, para o agronegócio brasileiro.

A Conferência da OMC garante competição internacional dos produtos brasileiros em condições mais justas e equitativas.

O Itamaraty e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram à frente das negociações, conduzidas pelo embaixador do Brasil na OMC, Marcos Galvão. O Mapa e o Itamaraty continuarão trabalhando para fortalecer os pilares de negociação da OMC, sobretudo para a futura eliminação e reforma dos subsídios domésticos.

Colheita da uva começa no norte do Rio Grande do Sul

Clima mais quente, em relação a Serra Gaúcha, possibilita a colheita nessa época. Em média, o quilo da uva é comercializado a quatro reais na região.


A uva fresca, que alegra a mesa de muitas famílias nas festas de fim de ano, já começa a ser colhida no Rio Grande do Sul, o principal produtor do país. As primeiras variedades estão saindo dos parreirais do norte do estado.

Os parreirais estão carregados com frutos de boa qualidade. Ha dez anos a família Côvado da Silva planta uva em uma propriedade de cinco hectares em Ametista do Sul, norte do estado.

As variedades niágara branca e rosa são destinadas ao consumo in natura, já a bordô vai para a fabricação de vinhos. Para ajudar no trabalho foram contratados 10 funcionários.

"Dá em torno de 10 mil quilos por hectare. Temos cinco hectares, então nós tiramos 45, 50 mil quilos por safra”, explica Volnei Côvado da Silva, agricultor.

O que possibilita a colheita nessa época é o clima mais quente em relação a Serra Gaúcha, maior produtora de uva.

“É uma uva excelente. Se diferencia um pouco da serra devido à quantidade de sol e luminosidade que nós temos em nossa região”, explica Joceani dal Cero, agrônoma da Emater.

Como os produtores da região começam antes a colheita, em relação a outras partes do estado, conseguem um preço melhor pela fruta. Em média, o quilo da uva está sendo comercializado a quatro reais. Nessa mesma época, no ano passado, o quilo da uva era vendido por volta de dois reais.

Parte da produção vai para indústrias de vinho do município, como uma que utiliza um antigo garimpo, de onde eram extraídas ametistas, para conservar o vinho. Trezentos metros dentro da mina desativada, o ambiente é escuro e a temperatura constante em 17 graus, ideal para maturação.

“Quando se tem uma temperatura controlada, que não tenha grandes variações, que não tenha luminosidade, que tenha uma umidade constante, isso conserva o produto no seu melhor e ainda atribui qualidades ao produto”, explica Silvanio Antônio Dias, enólogo.

Fonte: Globo Rural

Ministério da Agricultura abre consulta sobre importação de adubos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) abriu consulta pública sobre as novas normas para importação de fertilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas e matérias-primas. Os fertilizantes estão entre os principais produtos importados pelo Brasil do mundo árabe. 

O projeto de instrução normativa foi publicado no Diário Oficial da União e o Ministério vai receber sugestões de órgãos, entidades, empresas ou de pessoas interessadas no tema num prazo de sessenta dias. A consulta foi aberta na quinta-feira (17.12).

A instrução aborda os trâmites necessários e regras para a compra dos produtos de fora do Brasil. Entre elas estão quem pode importar os produtos: estabelecimentos importadores registrados do Mapa até consumidor final pessoa física ou jurídica para uso próprio, incluindo cooperativas para distribuição entre cooperados, empresas ou pessoas para fins de pesquisa e experimentação científica ou avaliação da qualidade do produto.

A norma diz também que o importador deve providenciar licenciamento de importação, segundo as regras do Ministério. Esse documento deve trazer informações como descrição do produto, garantias, quantidades, se embalado ou a granel, número de inscrição do produtor rural no caso de compra pelo consumidor final ou cooperados, entre outros. O Serviço de Fiscalização pode requerer, no processo, documentos como certificado de análise do produto, emitido no país de origem e traduzido, com teores dos componentes, entre outros dados.

O Brasil é um grande importador de fertilizantes já que a produção nacional não consegue atender toda a demanda da agricultura local. De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), de janeiro a novembro deste ano o País importou 19,8 milhões de toneladas de fertilizantes. Já a produção nacional foi de 8,3 ilhões de toneladas no mesmo período. O consumo foi de 28,1 milhão de toneladas.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que o Brasil importou do mundo árabe 3,2 milhões de toneladas de janeiro a novembro deste ano. Os gastos com a compra do adubo da região foram de US$ 1,1 bilhão. O maior fornecedor árabe, no período, foi o Catar, seguido de Marrocos, Arábia Saudita e Omã. Os dois primeiros, no entanto, representam quase a totalidade do fornecimento, com 1,2 milhão de toneladas enviadas pelo Catar e 941 mil toneladas pelo Marrocos.

Chuvas no RS podem prejudicar ainda mais a safra de pêssego


Foto: Divulgação Agrolink
Nesta época, o pêssego é uma das frutas mais presentes nas mesas dos brasileiros, até porque, o calendário de plantio da cultura coincide com as festas de fim de ano, que fazem a demanda do pêssego aumentar. Em 2015, porém, já é possível observar uma pequena elevação no preço da fruta. 

De acordo com dados da Ceasa RS, na segunda quinzena de dezembro de 2014, o quilo do pêssego era vendido, em média, por R$ 3,50. Atualmente, o preço da fruta está em torno dos R$ 4,00, e pode ser encontrado até por R$ 7,00. O aumento de 12,5% na média do preço de venda já pode ser atribuído ao fenômeno El Niño, que prejudicou a oferta justo quando a procura aumenta. 

Mas os problemas climáticos que estão afetando os pessegueiros não são recentes. Em julho, período da florada no Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 60% da produção nacional da fruta, o problema foi o calor, que antecipou a floração. “Tivemos altas temperaturas, que superaram os 30ºC. Além disso, a plantação também sofreu com a mudança brusca no tempo, pois tivemos calor intenso e geada em uma única semana”, revela Maria do Carmo Raseira, pesquisadora da Embrapa de Pelotas (RS). 

Agora, na época da colheita, a principal preocupação são as chuvas, que não param de cair sobre o Rio Grande do Sul. O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, explica que a região Sul foi uma das que mais sofreu os impactos causados pelo El Niño, que já é o mais forte desde 1997 e que também atingiu a parte rural da capital Porto Alegre, onde o engenheiro agrônomo Antonio Conte, da Emater/RS, confirma os estragos. “O excesso de água não tem sido favorável, pois o pêssego é propicio de regiões áridas ou secas”, explica Conte, que ainda diz não ser possível falar quanto foi perdido, mas revela a estimativa de quebra de safra: “com base no que já foi colhido, os produtores esperam uma perda de até 30%”. Até o inicio da segunda quinzena de dezembro, quase 60% da área plantada ainda estava para colher. 

As previsões da Climatempo indicam que as chuvas ainda acontecem em fevereiro, mas com menor frequencia se comparado a Janeiro: “ Não dá para descartar a ocorrência de granizo e fortes rajadas de vento, até o final do ano, que inclusive podem atingir Porto Alegre”, comenta Nascimento. 

Além da chuva, também são esperadas temperaturas abaixo da média em todos os estados do Sul do país, que segundo Nascimento, “serão causadas por frentes frias e por sistemas de baixa pressão, que vão se formar sobre a região e ajudar a provocar mais chuva”. Com o céu cheio de nuvens, temperaturas baixas e pouco sol, mais da metade da safra que ainda não foi colhida, fica em estado de alerta.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Propostas de mudanças na Lei de Proteção de Cultivares restringe uso de sementes por apenas uma safra

A Lei de Proteção de Cultivares (Nº 9.456/97) foi criada para organizar o mercado de variedades de sementes e mudas das diversas culturas e os direitos dos obtentores. Um dos principais benefícios dessa legislação é a liberdade que o produtor tem de comprar a semente (germoplasma), plantar e salvar uma parte delas para os plantios seguintes, independente do número de safras e tamanho da área. A Lei está sendo discutida novamente na Câmara dos Deputados, e, no entanto, uma das principais alterações propostas refere-se à semente salva.

Nesta quarta-feira, dia 16 de dezembro, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT) apresentou o parecer do Projeto de Lei nº 827/2015, do deputado Dilceu Sperafico (PP/PR), que altera a Lei de Proteção de Cultivares. No documento, ele propõe a incorporação de regra que se pretendeu estabelecer por meio da Lei de Sementes (Nº 10.711/2003) que impõe limitações aos agricultores que planejam reservar sementes para uso próprio, restringindo sua utilização apenas à próxima safra.

De acordo com o consultor de Tecnologia da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré, esse comando contido atualmente na Lei de Sementes apresenta dificuldade para ser aplicado, pelo fato de que a Lei de Proteção de Cultivares não impõe esse tipo de limitação à liberdade do agricultor para reservar semente para uso próprio. “A CNA reivindica garantia à manutenção dessa liberdade ao produtor, ou seja, salvar a semente independente do número de safras e tamanho da área”, frisa.

Minaré acrescenta que caso a própria Lei de Proteção de Cultivares reconheça os comandos contidos na estrutura normativa baseada na Lei de Sementes, o agricultor terá sua liberdade restringida. “É preciso modificar o parecer do Projeto de Lei do deputado Nilson Leitão antes que seja votado. Temos que preservar a garantia da reserva de sementes”, finalizou.

O PL Nº 827/2015 ainda precisa passar pela Comissão Especial e Plenário da Câmara dos Deputados antes de seguir para o Senado Federal.

Agricultura de Jundiaí busca se reinventar para o futuro

Em uma pacata propriedade rural de 30 hectares no bairro Champirra, em Jundiaí, o produtor Moacir Mazzi cultiva 180 mil pés de uva, o que lhe rende 78 mil caixas recheadas do fruto ao ano. Apesar da plantação ter atingido seu ápice no passado, quando 400 mil pés estavam espalhados pelo local, o desafio de Moacir nos dias atuais é manter a colheita de bons frutos e aumentar a capacidade produtiva.

Para tanto, o agricultor aplica técnicas eficientes de manejo que reduzem a quantidade de mão de obra e o tempo de serviço na terra. Além disso, a Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo, busca estreitar o relacionamento entre a administração e o campo. Na tarde desta quinta-feira (17), o prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) visitou, ao lado do secretário de Agricultura, Marcos Brunholi, a plantação de Moacir. “Estamos aqui para ouvir o produtor. O papel da secretaria tem sido dialogar e fortalecer o compromisso com a agricultura de Jundiaí”, disse o prefeito.

Segundo Brunholi, a visita é importante para mostrar à população que um trabalho de seriedade e destaque é desenvolvido nas terras cultivadas do município. “Em outra ocasião visitei a propriedade do Moacir e postei uma foto que tirei na rede social. A reação imediata de muitos foi perguntar se eu estava na Europa”, confessou.

O secretário reforçou que muitos jundiaienses não imaginam os grandes investimentos realizados pelos produtores. “Diversas pessoas não têm conhecimento da infraestrutura empregada no campo. Esse fator é fundamental para os bons resultados apresentados pelos nossos produtores. Acredito que vivemos num momento de reinvenção da agricultura.” Técnica - Membro da quarta geração da família Mazzi que atua no campo, Moacir se adaptou, em 2008, para não perder a luta contra as pragas. “Trouxemos a técnica do plantio das videiras no sistema Y para nos livramos da pérola (da terra)”, relembra, em referência à peste que ataca os parreirais.

Nesse sistema, as uvas crescem suspensas e distantes do solo, o que impede o acesso dos micro-organismos que vivem na terra. Além disso, a plantação em Y colabora ao reduzir a mão de obra e aumentar a capacidade produtiva.

“Antigamente, eu precisava de 15 homens para o trabalho que hoje é realizado por quatro pessoas”, explica. Como a distância entre os corredores dos pés de uva é maior, um pequeno trator transita e facilita o manejo do fruto. “Nossa produção cresce entre 20% e 25% quando comparada com o plantio tradicional.” Enquanto o antigo sistema enchia até 60 caixas de uva em um dia, o novo rende 150. “Isso nos ajuda muito, ainda mais neste período. É agora que nós conseguimos a recompensa por todo o esforço do ano”, diz, em referência às vendas de Natal e Ano Novo.

Eventos climáticos elevam os preços de frutas e hortaliças

Foto: Freepik
As hortaliças registraram alta nos preços comercializados nas principais centrais de abastecimento do país, no mês de novembro. É o que aponta análise divulgada nesta sexta-feira (18.12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre os preços de comercialização no atacado dos principais produtos hortigranjeiros. 

O estudo, feito pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Companhia, revela que as culturas de tomate, cebola e batata foram influenciadas pelas temperaturas elevadas aliadas às fortes chuvas que incidiram nas principais regiões produtoras do país. Essa conjuntura prejudicou a quantidade e a qualidade dos produtos ofertados no mês de novembro deste ano, ocasionando alta de preços. A menor elevação foi de 16,7%, para o tomate, e o maior aumento foi de 107,5% para a cebola nas capitais pesquisadas. A cenoura acompanhou o comportamento e chegou a apresentar elevação de até 23% em alguns mercados.

Já as variações de preços de alface são típicas de cada mercado, uma vez que a produção da folhosa está localizada sempre mais próxima dos centros de consumo. Apesar dessa especificidade, a hortaliça apresentou alta nos entrepostos pesquisados, com elevação máxima de 91% em Curitiba, reflexo da queda na oferta do produto devido às constantes chuvas ocorridas durante o mês de novembro.

Frutas – A alta demanda por frutas impulsiona os preços comercializados para cima, mesmo com uma maior oferta disponibilizada pelos produtores. Outro fator que influencia a subida de preços é o favorecimento das exportações com o dólar em patamar elevado, o que diminui a oferta de produtos no mercado interno.

A maçã foi a fruta que apresentou maior elevação quando comparada com outubro. A alta chegou a 34,6% em Campinas. As fortes chuvas, que levaram à redução da colheita do produto, e a continuidade da alta do dólar colaboraram para o aumento dos custos de produção e favoreceram a exportação, contribuindo para a alta registrada.

O excesso de chuvas nas regiões produtoras no Sul do país também prejudicou a produtividade da banana, acarretando na diminuição da área plantada. Já em Minas Gerais e no sul da Bahia, a escassez de chuva influenciou na menor demanda do produto nos entrepostos.

Os altos custos de produção e as exportações elevadas são os principais fatores que influenciam na menor oferta do mamão no país, o que pressiona para cima os preços de comercialização da fruta. A melancia não apresentou comportamento uniforme. Já a laranja foi a única fruta que apresentou uma ligeira queda nos preços, uma vez que a oferta se manteve forte no último mês.

O levantamento é feito nos principais mercados atacadistas. Em novembro, a análise contou com informações das centrais de abastecimento de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Curitiba. Minas Gerais não teve os dados analisados devido à greve dos funcionários da Ceasa Minas. Já os dados estatísticos do Espírito Santo, Goiás e do Ceará não foram informados em virtude de problemas operacionais na integração das informações de comercialização no Sistema de Informações dos Mercados de Abastecimento do Brasil – SIMAB.

CMN amplia prazo para renegociação de crédito fundiário


O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nessa quinta-feira (17.12) dar novo prazo para renegociação de parcelas de crédito fundiário. De 31 de janeiro deste ano, a data final de negociação passou a ser 31 de dezembro de 2016. A oportunidade vale para parcelas vencidas até o fim de dezembro de 2012. O prazo foi reaberto a pedido do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Segundo informações do Ministério da Fazenda, a autorização abrange operações envolvendo o Fundo de Terras e da Reforma Agrária, o Acordo de Empréstimo 4.147-BR e uma renegociação de dívidas de crédito rural aprovada em janeiro de 2013.

O colegiado estabeleceu também novo prazo de entrega da documentação necessária à formalização da renegociação, até 30 de junho de 2016. De acordo com a Fazenda, o prazo vale “excepcionalmente, para mutuários que realizaram pagamento da amortização mínima obrigatória no prazo previamente estabelecido”.

Ainda na reunião desta quinta-feira, o CMN autorizou a reabertura do prazo de contratação de financiamento de capital de giro para indústrias de torrefação no âmbito do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

O prazo, que tinha sido encerrado em 30 de novembro deste ano, agora ficará aberto até 29 de fevereiro de 2016. O Funcafé é uma linha de financiamento do governo, disponível em vários bancos, destinada a cafeicultores, cooperativas e agroindústria cafeeira.