sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Mudanças do clima podem afetar agricultura

A influência da mudança do clima na produção agropecuária foi discutida durante Fórum, em 10 de agosto, na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). O objetivo foi analisar criticamente se ocorrem alterações que justifiquem preocupações e permitam correlacionar eventos extremos com suposições atreladas à instabilidade produtiva das lavouras brasileiras.

O chefe geral da unidade Marcelo Morandi destacou, na abertura do evento, a importância do fórum, que começou com discussões internas, pela necessidade de analisar, entender e se preparar para essas mudanças. "É um tema preocupante para todos os segmentos e esse encontro com pessoas altamente qualificadas é o primeiro passo para atender essas demandas tão necessárias e urgentes no pais".

O pesquisador Eduardo Assad da Embrapa Informática Agropecuária, mediador do fórum, falou sobre os rumos do aquecimento global e os limites da adaptação. Para ele, não é possível mais apenas sentar e discutir, assim como não há como abordar essa questão sobre apenas um ângulo. "O planeta não está ameaçado. Nós é que estamos, a humanidade. A fase de discussão passou, cabe agora buscar soluções".

A primeira palestra, com Lincoln Muniz Alves, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST/Inpe), abordou as razões para o aumento das oscilações climáticas em nível nacional. Para ele, o Brasil precisa reavaliar sua vulnerabilidade e exposição para gerenciar melhor o risco de desastres. Essa reavaliação precisa ser plenamente integrada no processo de planejamento.

Logo após, Santiago Cuadra, da Embrapa Informática Agropecuária, falou sobre as perspectivas para cenários de mudanças de temperatura e precipitação: incertezas inerentes às projeções climáticas. Conforme Cuadra, ao longo das décadas, os modelos numéricos foram ficando mais complexos, integrando todos os processos envolvidos. Para ele, é importante usar não apenas um modelo. "A variabilidade é grande e o sistema atmosférico é dinâmico".

Em seguida, Caio dos Santos Coelho, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-Inpe) discutiu a recente seca na região Sudeste do Brasil, com a apresentação de um estudo sobre a viabilidade de previsão do início da estação chuvosa no estado de São Paulo. Ele abordou a crise de água, impactos no abastecimento humano, agricultura e geração de energia elétrica. Conforme Caio, esse foi um evento extremo, com período de retorno de 20 anos. Conforme seus estudos, o aumento da população e do consumo de água foram os principais fatores para a crise hídrica. Para Assad, mediador do Fórum, a falta de proteção dos mananciais e das nascentes com mata ciliar e o manejo de solo também contribui para esse déficit no abastecimento.

Na segunda parte, Paulo Sentelhas, da Esalq, abordou a variabilidade de mudanças climáticas e seus impactos na produtividade agrícola. De forma genérica, os principais fatores que causam impactos na produção agrícola são: clima (50%), solo (23%), planta (13%) e manejo (14%). De acordo com ele, a variabilidade climática é parte intrínseca do clima de um local e deve ser avaliada sempre que se objetiva caracterizar um ambiente de produção agrícola. "Temos cenários e não certezas. Precisamos nos preparar para eles, melhorando o que podemos, preparação do solo, melhoramento genético".

Em seguida, Joaquim de Souza Ferreira Filho, também da Esalq, apresentou simulação da perda econômica da agricultura brasileira em função das variações climáticas. Ele trabalha com modelos computáveis de equilíbrio geral (CEG), que são equivalentes aos modelos climáticos globais. Conforme o professor, haverá uma migração de retorno nordeste para sudeste, com queda acentuada de salários. "As regiões mais pobres seriam mais severamente afetadas pelo cenário simulado, com efeitos mais graves em algumas regiões específicas. Na agricultura, os impactos sobre a economia brasileira não serão muito grandes".

Edson Oliveira Vendruscolo, do Grupo El Tejar discorreu sobre as adequações empresariais para convívio com a variabilidade climática em áreas de produção de grãos. O Grupo El Tejar tem sede no Mato Grosso e seu foco é produção de grãos com custos controlados. "Nosso planejamento começa um ano antes do plantio e, como não podemos mudar o clima, nossa principal ferramenta de gestão está muito atrelada às ações de controle das operações agrícolas, visando ajustar a hora certa para a execução. Há 15 anos, a produtividade de soja no Mato Grosso está estagnada, por uma série de razões, o que aumenta o tamanho do nosso desafio".

E Verona Montone, representante da The Climate Corporation, abordou as ações da empresa rumo à agricultura digital, visando ajustes gerenciais de grande porte para convívio com cenários de incertezas, através do uso de ferramentas digitais, capazes de auxiliar o empresário rural no planejamento agrícola e tomada de decisões.

Na terceira parte do Fórum, foram discutidas as formas de minimização dos danos e as alternativas agrícolas para o convívio com o novo cenário nacional. O uso da tecnologia de adubação biológica para melhoria da interface solo-planta em condições adversas de cultivo foi demonstrado por Solismar Venzke Filho, consultor de P&D da empresa Microgeo. Conforme o consultor, o uso da tecnologia proposta pela empresa permite aumento da microporosidade e da troca de gases no solo, permitindo maior enraizamento das plantas, resultando em maior produtividade.

Alexandre Heinemann, da Embrapa Arroz e Feijão, apresentou a caracterização ambiental como ferramenta para a manutenção da produtividade agrícola em cenários de mudanças climáticas, através de um estudo de caso para feijão. Para o pesquisador, é necessário classificar a região de produção para subsidiar os programas de melhoramento vegetal com informações seguras, buscando compreender como as culturas respondem às variações espaço-tempo, solo, clima e manejo. Ainda, conforme o pesquisador, a escolha da época de plantio é essencial para convívio com cenários de mudanças climáticas.

As tecnologias biológicas para a proteção das plantas cultivadas aos eventos de seca foram abordadas pelo pesquisador Itamar Melo, da Embrapa Meio Ambiente, que expôs a importância do uso de ativos biológicos na agricultura, demonstrando o imenso potencial de contribuição dos microrganismos em sua interação com as plantas cultivadas, auxiliando a agricultura brasileira no convívio com cenários de mudanças do clima.

Alexandre Nepomuceno, da Embrapa Soja, abordou sobre as estratégias para aumento da eficiência e sustentabilidade da produção de soja em condições climáticas adversas. Conforme Alexandre, "não temos plantas resistentes à seca, então, tentamos reduzir as perdas agrícolas com o uso de genótipos mais tolerantes, associados a estratégias de manejo mais eficientes".

As estratégias para o aumento da eficiência e sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar, em condições climáticas adversas foram demonstradas por Hugo Molinari da Embrapa Agroenergia. "Em função da ocorrência de várias safras com quedas expressivas de produção de cana devido ao déficit hídrico, pensou-se no melhoramento genético como uma das estratégias de mitigação". O pesquisador destacou a necessidade de adaptação do setor frente às mudanças climáticas, através do desenvolvimento de variedades comerciais resistentes a seca – GM ou não.

O tema pecuária também foi abordado no tocante aos impactos das mudanças do clima na produção de gado de corte: desafios e alternativas, pela pesquisadora Lucimara Chiari, da Embrapa Gado de Corte. O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, sendo que a cada 3 bifes comidos, 1 vem do Brasil. Sabe-se hoje que a elevação da temperatura em 3ºC pode promover perdas de até 25% da capacidade de pastoreio.

Além disso, essa variação na temperatura influencia no ciclo de vida e na capacidade de desenvolvimento de parasitas importantes. "Maior temperatura, mais moscas e carrapatos. Houve surtos de mosca dos estábulos em períodos não esperados", diz a pesquisadora. E espécies que não causam problemas hoje, podem se tornar um grande entrave para a produção de carne, já que podem suportar temperaturas extremas e não há ainda estratégias de controle.

Uma das alternativas já existentes para mitigar esses efeitos é o ILPF, enfatiza a pesquisadora, já que melhora o bem estar animal. "Sistemas integrados proporcionam várias vantagens, como sequestro de carbono, diversificação, melhoria na qualidade da forragem e ciclagem de nutrientes.

O conceito Carne carbono Neutro, marca registrada da Embrapa, produz carne nesse sistema, onde as emissões de gases de efeito estufa são neutralizadas.

Já as iniciativas para o estímulo à inovação foram apresentadas por Renato Luzzardi, da Bayer, que, por sua vez, criou há alguns anos um setor dentro da empresa apenas para reunir e gerenciar novas ideias a partir da interface com a comunidade científica brasileira.

Fonte: Embrapa

Crédito à agricultura empresarial chega a R$ 7,43 bi no primeiro mês da safra 2016/2017

Linha de financiamento mais procurada foi a de investimento, com R$ 1,4 bi


As contratações do crédito rural da agricultura empresarial no primeiro mês da safra agrícola 2016/2017 foram de R$ 7,43 bilhões, o que representa 4% do total programado de R$ 183,9 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O desembolso do crédito de investimento foi a modalidade mais procurada pelos médios e grandes produtores em julho último. O financiamento saiu de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,4 bilhão, aumento de 26%.

De acordo com os estudos dos técnicos da SPA, houve redução nos financiamentos de custeio. A queda está concentrada no segmento agrícola. A modalidade pecuária teve elevação de 15% nas contratações realizadas com recursos livres. No crédito para comercialização, apesar da retração de 3% no valor total contratado, a parcela referente aos recursos livres aumentou 22%.

LCA

As contratações de crédito rural com recursos procedentes da emissão da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) continuaram apresentando significativa expansão em resposta à política de direcionamento desses recursos para o financiamento da agricultura. Desta forma, as contratações da LCA em julho último tiveram um aumento de 56,6% em relação a julho de 2015, saindo de R$ 769,6 milhões para R$ 1,2 bilhão.

Banco do Brasil anuncia recorde de crédito ao agronegócio: R$ 184,5 bilhões

O Banco do Brasil anunciou ter alcançado um recorde na Carteira de Crédito ao Agronegócio, ao contratar R$ 184,5 bilhões nos últimos 12 meses. O resultado representa, na visão ampliada, crescimento de 9,6% neste período. 

O destaque ficou por conta da linha do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que totalizou R$ 40,5 bilhões. O número significa expansão de 7,5% frente ao segundo trimestre de 2015. Por sua vez, o Programa ABC totalizou R$ 9,5 bilhões e crescimento de 6% no mesmo período. 

Apenas na Safra 2015/16 o BB desembolsou R$ 82,4 bilhões em operações de crédito rural, um aumento de 12,4% em relação ao mesmo período da safra 2014/15. “O Banco mantém-se como o principal agente financeiro do agronegócio no país, com 62,0% de participação nos financiamentos destinados ao setor”, anuncia a instituição financeira. 


Fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

Ministro destaca importância da fruticultura no esforço do Brasil de aumentar exportações

Em visita a áreas de cultivo de maçã, Blairo também anunciou plano contra doença que ataca macieiras 


A fruticultura é uma atividade econômica importante e pode contribuir ainda mais com o esforço do governo federal de elevar a participação das exportações do agronegócio brasileiro de 6,9% para 10% do comércio agrícola mundial nos próximos 10 anos. A avaliação foi feita pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) após visita de dois dias a áreas de plantio de maçã, esta semana, na Região Sul do país. Na viagem, ele anunciou que o Ministério da Agricultura lançará, em novembro, um plano de manejo para controlar o cancro europeu – doença que está atingindo os pomares de macieiras.

Em encontros com os fruticultores de Vacaria (RS), na terça (9), e São Joaquim (SC), na quarta-feira (10), Blairo disse que o governo federal vai apoiar o setor naquilo que for possível e voltou a descartar a possibilidade de o Brasil importar maçã da China. “Chance zero”, destacou, ao tranquilizar os produtores dos dois municípios, os maiores polos de cultivo nacional de maçã. Segundo ele, questões fitossanitárias impedem que o mercado brasileiro compre a fruta chinesa. “Eles têm problemas que não temos aqui.”

Blairo reforçou aos produtores que o Plano Agrícola e Pecuária 2016/2017 tem um programa para apoiá-los, o Inovagro, com prazo de 10 anos e juros de 8,5% ao ano. Enfatizou, entretanto, que a atual conjunta econômica brasileira não permite ampliar o prazo de financiamentos agrícolas nem reduzir as taxas de juros. “O que o Ministério da Agricultura está fazendo agora é trabalhar para criar uma escola de móvel de juros para usá-la quando a inflação cair.” 

Cadeia produtiva estruturada

O ministro elogiou ainda a estrutura da cadeia produtiva de maçã nos dois municípios das serras catarinense e gaúcha. “São centenas de produtores muito bem estruturados em associações e preocupados com as questões sanitárias e com o desenvolvimento de pesquisa. Isso sempre traz bons resultados para a produtividade do setor.”

Durante a viagem, Blairo assinou um protocolo de intenções destinado a operacionalizar recursos do setor privado para dar suporte às ações do Centro de Controle Biológico e Manejo Integrado da Mosca das Frutas (Centro Moscasul), cuja sede fica em Vacaria. Também anunciou a liberação de R$ 506,9 mil para conclusão do centro.

A cooperação no Centro Moscasul envolve a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Sindocopel e Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas.

No roteiro à Região Sul, quando também visitou packing houses, Blairo estava acompanhado dos secretários de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, e de Política Agrícola, Neri Geller, e do seu chefe de gabinete, Coaraci Castilho.

Empresa norte-americana de defensivos chega ao Brasil com investimentos de US$ 300 milhões

De olho no crescente mercado agrícola brasileiro, a Albaugh amplia sua participação mundial e lança em agosto a Albaugh Brasil. Com investimentos iniciais de US$ 300 milhões, a empresa de origem norte-americana quer se firmar no País ampliando sua capacidade fabril e de distribuição. Assim, pretende quintuplicar seu faturamento nos próximos cinco anos, chegando a US$ 500 milhões em 2021.

Segundo o presidente da Albaugh Brasil, Renato Seraphim, os investimentos vão ocorrer neste e nos próximos três anos, tanto em infraestrutura quanto em pessoal. “Estamos comprando novos equipamentos de laboratório e fabricação, além de ampliar a capacitação dos funcionários, que são nosso principal foco, e promover equiparação salarial.”

Ao mesmo tempo, novos colaboradores estão sendo contratados e o sistema de gestão da empresa está passando por ajustes para comportar o objetivo de quintuplicar o faturamento anual no País, que hoje é de cerca de US$ 100 milhões, em cinco anos.

Assim, serão gerados pouco mais de 100 empregos diretos e indiretos, inclusive com reforço na equipe de vendas, que está espalhada pelo Brasil. Foram contratados profissionais com larga experiência no setor de agroquímicos, que já estão à frente da companhia. Hoje, a empresa conta com cerca de 120 colaboradores.

No Brasil, a Albaugh está presente desde 2005, por meio de sua subsidiária Atanor no Brasil. Recentemente, com a aquisição da Consagro, a empresa passou a se chamar Albaugh Brasil, em sincronia com o lançamento da marca no mundo todo.

Seraphim explica que a Albaugh escolheu se expandir no Brasil, pois trata-se do maior mercado de insumos agropecuários do mundo. “O agronegócio movimenta cerca de um quarto do PIB brasileiro e a produção e a produtividade, principalmente das commodities agrícolas, não param de crescer. Para manter esses números em alta, o mercado de defensivos é de extrema importância e por isso vemos no País uma grande oportunidade. Além disso, queremos ajudar a promover maior rentabilidade ao agricultor brasileiro.” 

A Albaugh vai oferecer produtos pós-patente de qualidade, com preço mais atrativo que o dos concorrentes. “Nosso objetivo é ser a melhor alternativa de custo x benefício para o produtor. Também queremos investir em serviços agregados a nossos produtos, que visam reduzir os custos de produção dos agricultores, e assim elevar nossa competitividade”, fala o presidente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Cultivo protegido de melão nobre é viável no Cerrado

Pesquisa realizada nos campos experimentais da Embrapa Hortaliças, no Distrito Federal, confirmou a viabilidade técnica e socioeconômica do cultivo protegido de melão nobre, do tipo cantaloupe, nas condições do Brasil Central, onde predomina o bioma Cerrado, com base em dados sobre determinação da exigência da cultura por água e nutrientes e da análise sobre a perspectiva de um nicho de mercado.

Mais de 93% da produção nacional de melão está concentrada no Semiárido nordestino, região favorecida por condições ideais para garantir uma boa produtividade e acentuar a doçura dos frutos, como temperaturas elevadas e alta luminosidade durante todos os meses do ano. O melão do tipo amarelo lidera a produção, com cerca de 70% das áreas cultivadas, mas os melões nobres vêm ganhando espaço. De acordo com o último censo agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Nordeste possui quase 14 mil hectares de área plantada com melão, já o Centro-Oeste não alcança 200 hectares, ficando à frente somente da região Sudeste.

Bom negócio para o Centro-Oeste

Por outro lado, o consumo de melão no Centro-Oeste é o segundo maior do País, com a marca de 0,509 quilos por habitante a cada ano. "No Distrito Federal, por exemplo, há um centro urbano com grande potencial de consumo de melões nobres, de cerca de 300 toneladas por mês, mas a distância em relação às áreas produtoras compromete a qualidade do produto que chega ao mercado, principalmente pela pouca durabilidade após a colheita e pelos danos mecânicos causados durante o transporte rodoviário", observa o pesquisador Marcos Braga, ao destacar que o poder aquisitivo da população – a renda per capita do DF é a maior do Brasil – justifica o investimento dos agricultores locais em um produto de maior valor agregado.


O abastecimento nesse centro urbano também é limitado porque grande parte do escoamento da produção do Nordeste tem como destinos principais o mercado local e o mercado estrangeiro, principalmente na entressafra da produção de melão na Espanha que, segundo o Gabinete de Estatísticas da União Europeia, representa mais de 40% da produção da cultura no continente. "O pico de produção de melão no Nordeste coincide com a queda de produção na Espanha, grande provedor para os países da Europa, o que favorece os exportadores brasileiros, ainda mais em um cenário de alta do dólar", contextualiza o pesquisador Ítalo Guedes, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças.

Com o melão nacional cruzando o Atlântico, a opção para abastecer o nicho de mercado desse produto, especialmente no Distrito Federal, foi estudar uma alternativa para o cultivo rentável nas condições de Cerrado, e a resposta que os pesquisadores encontraram parte de dois pontos: (1) melão-cantaloupe, um tipo nobre do fruto com alta cotação no mercado, e (2) cultivo protegido, um sistema de produção que, além de possibilitar o plantio em condições adversas, condiz com culturas de maior valor agregado para compensar o investimento na estrutura.

Nutrientes na hora certa

Ao contrário do Nordeste, onde a produção se dá em campo aberto, em virtude das condições favoráveis, o cultivo de melão nobre nas condições do Cerrado somente se torna viável se planejado em ambiente protegido, como estufas e casas de vegetação, para um melhor controle de fatores como umidade relativa, temperatura, polinização, entre outros.

Estima-se que o Distrito Federal possua uma área de aproximadamente 200 hectares de cultivo em ambiente protegido, sendo que parte desse espaço é destinada ao plantio intensivo de pimentão e tomate, que fazem parte da mesma família botânica e, por isso, compartilham e perpetuam os mesmos problemas fitossanitários que, com o passar do tempo, se tornam de difícil resolução. O monocultivo dessas espécies ainda contribui para a salinização do solo e a saturação do mercado. 

"Para minimizar a incidência de pragas e doenças, recomenda-se a rotação de culturas. Porém, o agricultor nem sempre consegue inserir uma espécie sem valor comercial, embora benéfica para o solo, como os adubos verdes, já que as estruturas de cultivo protegido exigem um alto investimento e, por isso, o melão nobre é uma opção para fazer a rotação e, ao mesmo tempo, obter um bom retorno financeiro", esclarece o pesquisador da Embrapa Juscimar da Silva, que estudou as exigências nutricionais do melão-cantaloupe.

Os experimentos foram conduzidos com cinco diferentes híbridos de melão, sendo um experimental e quatro comerciais, dispostos em baldes plásticos com adubação por fertirrigação, que é a aplicação de nutrientes via água de irrigação, neste caso, em um sistema por gotejamento. Foi utilizada também fibra de coco, um substrato inerte que não interfere nas análises. Com base nos testes, foi possível estabelecer o padrão de acúmulo de nutrientes das cultivares de melão-cantaloupe nesse sistema e, assim, saber quais nutrientes e dosagens a planta vai exigir em determinada etapa do desenvolvimento, seja na fase vegetativa ou no estágio de formação dos frutos.

"Observamos que as plantas tiveram uma exigência substancial de macronutrientes secundários como potássio, magnésio e enxofre, e o primeiro está diretamente relacionado com qualidade e teor de açúcar do fruto", relata Silva ao comentar que, no que se refere a custos de produção do meloeiro, a adubação abarca uma fatia aproximada de 20%.


Na prática, a curva de absorção de nutrientes vai indicar para o técnico ou para o produtor a melhor forma de manejar com eficiência tanto a fertilidade do solo quanto a nutrição da planta. "Hoje, os produtores exigem que empresas forneçam não apenas a semente, mas também o padrão de absorção da cultivar, seja em ambiente externo ou em casa de vegetação", assinala Silva, ao comentar que essas informações permitem manejar os nutrientes para suprir satisfatoriamente a planta em cada estágio do desenvolvimento. Após os experimentos, sob o ponto de vista da adubação, o pesquisador sinalizou a viabilidade técnica do cultivo de melão-cantaloupe em ambiente protegido nas condições de clima e solo do Cerrado. 

Água na dose correta

Esse também é o parecer das análises de demanda hídrica do meloeiro, que considerou aspectos de evaporação e de transpiração das plantas, tensões-limite de água no solo e linhas de fluxo de energia para irrigar sempre em favor da região da estufa com maior demanda de água para que, assim, não se corra o risco de faltar irrigação em algumas plantas. 

Quanto às análises hídricas, os experimentos utilizaram os mesmos cinco híbridos, mas cultivados em solo com irrigação por gotejamento e tutoramento vertical da planta. "No monitoramento das condições climáticas dentro da estufa, foram usados sensores para acompanhar a faixa de temperatura, a umidade relativa do ar e a intensidade luminosa", explica o pesquisador Marcos Braga.

Os tratamentos com três diferentes tensões de água no solo (20 kPa, 40 kPa e 60 kPa – unidade internacional de medida referente à força de retenção da água no solo) não apresentaram diferenças estatísticas nos fatores relacionados à produção do melão, ou seja, a planta consegue manter seu rendimento mesmo com intervalos maiores de irrigação, o que indica uma maior economia de água. No geral, a produtividade ficou acima de 23 toneladas por hectare. "Acima de 20 t/ha podemos afirmar que o melão nobre enquadra-se em um valor razoável. Além da produtividade, a qualidade, o teor de açúcares e os diâmetros, transversal e longitudinal, também obtiveram bons índices para garantir a viabilidade do cultivo", pondera Braga, que também ressalta ser possível sugerir o plantio em Goiás e Mato Grosso, desde que exista constatação da viabilidade técnica e econômica no Distrito Federal.

Fonte: Embrapa
 

Brasil e Estados Unidos identificam gene para combate ao HLB dos citros

Cientistas brasileiros e norte-americanos identificaram um gene que poderá ser uma poderosa ferramenta no combate à Huanglongbing dos citros (HLB), também conhecida como greening, a mais importante doença que atinge os citros atualmente. Batizada de Met-1, a sequência isolada pertence ao pequenino inseto que transmite o HLB, o psilídeo Diaphorina citri. O gene mostrou-se essencial para a sobrevivência do inseto, tornando-se um forte candidato a ser silenciado pela técnica de RNA interferente (RNAi). A descoberta gerou pedido de patente nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita por meio de parceria entre Embrapa e o Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura daquele país (USDA/ARS) no âmbito do Programa Embrapa Labex-USA.

Em testes de laboratório, mais de 80% dos psilídeos que se alimentaram em plantas contendo RNAs idênticos ao gene Met-1 morreram. O RNA misturado à água é absorvido pela planta por meio de suas raízes, e passa a circular pelo xilema e floema, seu sistema de vasos que movimenta água e seiva elaborada, respectivamente. Ao se alimentar nesses vasos, o inseto ingere também o RNA, que uma vez dentro das células do inseto, leva ao "silenciamento" (desligamento da expressão) do gene Met-1, causando a morte do inseto. Assim como o Met-1, foram testadas mais duas dezenas de genes, sendo que ele apresentou o maior índice de mortalidade dos insetos. O objetivo desse trabalho é desenvolver estratégias de controle da doença por meio do combate ao psilídeo, e que seja inofensivo a outros seres vivos e ao ambiente.

O RNAi é uma das mais recentes ferramentas da biotecnologia e tem a vantagem de atingir seu alvo com grande precisão, pois se baseia no código genético do organismo-alvo. "Podemos dizer que o RNAi possui uma precisão cirúrgica, pois permite afetar especificamente o gene-alvo apenas no organismo de interesse", declara Eduardo Chumbinho de Andrade, pesquisador do Programa Embrapa Labex-USA, que conduziu a pesquisa em parceira com Wayne Hunter, pesquisador do ARS - Horticultural Research Laboratory USDA, em Fort Pierce, no Estado da Flórida.

"A identificação do gene Met-1 e o avanço no desenvolvimento da tecnologia é um bom exemplo de resultado proporcionado pelo programa Embrapa Labex ao colocar talentos brasileiros em contato com colegas e instituições de outros países que trabalham no estado da arte da pesquisa", ressalta o coordenador de Cooperação Científica da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da Embrapa, Alexandre Morais do Amaral.

A tecnologia de RNAi

Para compreender a tecnologia, é preciso entender como o mecanismo funciona naturalmente nas células. A sobrevivência de qualquer organismo depende da expressão de seus genes, fenômeno que ocorre quando a informação do gene é transcrita em um RNA mensageiro, que vai então ser "lido" e "traduzido" em uma proteína. Tão importante quanto expressar seus genes, é necessário que a célula desempenhe o controle da expressão de seus genes. Uma das formas de a célula realizar essa regulação é ativando o mecanismo de RNA interferente, que causa o silenciamento do gene.

Este silenciamento pode ser alcançado de duas formas, que podem ou não ocorrer simultaneamente. A primeira é exercida diretamente no gene, desligando sua expressão, enquanto a segunda é realizada pela degradação do RNA mensageiro, assim, mesmo o gene sendo expresso, sua informação não é traduzida em proteína. 

Esse processo é todo feito com base na sequência do gene a ser silenciado. Para isso a célula produz pequenos RNAs interferentes (small interfering RNAs – siRNAs) que irão possuir a mesma sequência do gene que precisa ser silenciado. Assim, os siRNAs funcionam como guias do mecanismo, causando o silenciamento apenas do gene que possua a sequência idêntica a eles. É isso que confere à técnica sua grande precisão. 

Assim, apesar de o mesmo gene estar presente em diferentes espécies, em cada uma ele apresenta pequenas alterações na sua sequência, permitindo criar um siRNA que afete apenas uma ou um grupo de espécies que partilhem sequências idênticas. Isso também dá previsibilidade à ação, segundo detalha o pesquisador. "Podemos saber de antemão quais espécies deverão ser afetadas por um determinado RNA, e principalmente saberemos que será inofensivo às espécies benéficas, como as abelhas por exemplo", afirma.

A tecnologia de RNAi envolve o uso direcionado desse mecanismo natural. "Conseguimos fazê-lo trabalhar a nosso favor, induzindo-o a silenciar o gene que desejamos, e se este gene for essencial à célula, ela e o organismo como um todo irão morrer", explica Andrade.

A pesquisa desenvolvida nessa parceria envolve três fases. O trabalho começa com a identificação dos genes-alvo do organismo que se quer atingir. No caso do psilídeo que transmite o HLB, foram selecionados genes envolvidos em diferentes processos que são considerados vitais para a sobrevivência do inseto.

Na segunda fase, os genes candidatos são validados em testes que verificam a sua importância para o inseto. Para isso, para cada gene são sintetizadas moléculas de RNA de dupla fita (double-strand RNA, ou dsRNA) com sequência idêntica a ele. Esses dsRNAs após serem ingeridos pelos insetos, entram em suas células e são reconhecidos pelo mecanismo de RNAi, que vai quebrá-los em pequenos RNAs (os siRNAs), que então serão usados como guias pelo mecanismo que vai identificar e degradar todos os RNAs mensageiros idênticos aos siRNAs, reduzindo a expressão ou mesmo causando o silenciamento total do gene. "Alguns genes são tão vitais que se forem silenciados mesmo que parcialmente já provocam a morte do organismo. Outros precisam ser completamente eliminados para causar o mesmo efeito", explica o pesquisador da Embrapa. Foi nessa etapa que os cientistas selecionaram o Met-1.

A terceira fase, igualmente importante, consiste em encontrar os melhores meios de fazer o dsRNA chegar até o inseto. Isso pode ser obtido de várias maneiras as quais apresentam diferentes índices de eficácia. Ele pode ser misturado à água e aplicado para ser absorvido pela planta por meio de suas raízes, ser pulverizado sobre as folhas para que seja absorvido, ou mesmo ser produzido pela própria planta (neste caso uma planta geneticamente transformada). Cada método possui vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas.

Para os casos que envolvem a aplicação do dsRNA na planta, uma estratégia que o grupo envolvido no trabalho está testando é o uso da nanotecnologia. A ideia é desenvolver nanocápsulas que protejam o dsRNA no ambiente até a planta absorvê-lo e que também melhore a absorção do dsRNA pelas células do inseto. Este trabalho está sendo realizado em parceria com pesquisadores da Embrapa Instrumentação e Embrapa Semiárido.

"O dsRNA é muito instável e se degrada facilmente por oxidação ou ação da luz solar, por exemplo, por isso nosso objetivo é aumentar o tempo de vida dessas moléculas e a quantidade efetiva com que elas chegam ao alvo, encapsulando-as em nanoestruturas", detalha o engenheiro de materiais Caue Ribeiro, pesquisador da Embrapa Instrumentação que participa do desenvolvimento das nanocápsulas. Ribeiro explica que o maior desafio é obter a interação química necessária entre a molécula e a cápsula. "Cada molécula precisa de uma nova cápsula, o que exige um novo processo e torna o trabalho ainda mais complexo", diz o cientista ressaltando que, apesar de a pesquisa estar em fase fundamental, o emprego da nanotecnologia com esse propósito é promissor.

Abordagem global para o controle

Mesmo com as vantagens da técnica RNAi, Eduardo Chumbinho frisa que ela será mais uma ferramenta a ser utilizada de maneira integrada para o combate ao HLB. "Não há até o momento uma solução única para o HLB, e o manejo adequado da doença irá ocorrer com o desenvolvimento e emprego conjunto de diferentes tecnologias". Com esse objetivo, foi estabelecido o Arranjo HLB, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura. O arranjo contempla um conjunto de projetos de pesquisa organizados em grandes áreas como fitopatologia, diagnose, melhoramento tradicional, sistemas de produção, biotecnologia (do qual faz parte a técnica RNAi) e biomatemática, que já desenvolveu um sistema que prevê a dispersão do HLB.

O pesquisador acrescenta que a tecnologia de RNAi pode ser aplicada em outras abordagens. "Como é um mecanismo que ocorre em todos os organismos eucariotos [que possuem células com núcleo individualizado], ela pode ser utilizada para se controlar doenças causadas por fungos e nematoides. Além disso, vírus também podem ser alvos da técnica, nesse caso, a ideia é fazer o mecanismo de RNAi degradar o RNA do vírus. A tecnologia permite alterar a expressão de genes na planta visando melhorar sua qualidade, em ter frutos com maior teor de determinada vitamina, analisa o pesquisador que voltará ao Brasil em agosto, quando reintegrará a equipe da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), de onde continuará sua pesquisa. "Os planos são de continuar e fortalecer a parceria com USDA-ARS na temática de RNAi aplicado à agricultura, assim como em outras áreas de pesquisa relacionadas a citros. Estamos buscando mecanismos de financiamento bilateral para essa cooperação internacional, incluindo universidades brasileiras e americanas", informa.

Fonte: Embrapa

Manga e alface estão mais em conta, diz Ceagesp

Outros preços em baixa são espinafre, chicória, laranja e tomate.
Mamão formosa, limão taiti e ovos estão mais caros.




A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) divulgou a lista de produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta nesta semana. Veja abaixo:

Preços em baixa
Morango, manga tommy, abacate margarida, carambola, laranja pera, laranja lima, coco verde, tomate carmem, batata doce rosada, beterraba, cenoura, gengibre, inhame, mandioca, abóbora moranga, espinafre, brócolis ninja, pepino comum, chuchu, chicória, alfaces, coentro, escarola, rúcula, couve manteiga, alho porró, repolho, acelga, nabo, cenoura com folha, salsa, cebolinha, milho verde, cebola nacional e canjica.

Preços estáveis
Tangerina murcot, melão amarelo, laranja seleta, manga palmer, banana nanica, atemoia, maracujá azedo, caju, lima da pérsia, acerola, graviola, cara, batata doce amarela, tomate pizzad’oro, abóbora japonesa, abóbora paulista, abobrinha italiana, brócolos comum, beterraba com folha, erva doce, couve-flor, rabanete e batata lavada.

Preços em alta
Mamão formosa, limão taiti, banana prata, uva niágara, pinha, figo roxo, goiaba vermelha, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, pepino japonês, abóbora seca, abobrinhas brasileira, pimentões vermelho e amarelo, ervilha torta, quiabo liso, mandioquinha, vagem macarrão, rabanete, alho argentino e ovos.

Ministro da Agricultura conhece Centro Moscasul na Embrapa Uva e Vinho

Primeiro local visitado pela comitiva foi o Centro Moscasul, onde o ministro anunciou duas importantes medidas


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, visitou nesta semana o Centro de Controle Biológico e Manejo Integrado da Mosca-das-Frutas (Centro Moscasul), na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria (RS). Nos dias 9 e 10, ele conheceu o dia a dia da produção e comercialização de maçãs nos principais polos da pomicultura no País, acompanhado por uma comitiva com o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. O grupo foi recebido por autoridades e lideranças setoriais em Vacaria (RS) e São Joaquim (SC).

O primeiro local visitado pela comitiva foi o Centro Moscasul, onde o ministro anunciou duas importantes medidas. A primeira foi a assinatura da liberação de R$ 506 mil dos recursos faltantes para o início da operacionalização do Centro, totalizando R$ 2 milhões aportados pelo governo. O segundo anúncio foi a não importação de maçãs da China, por questões fitossanitárias. "Neste momento não há possibilidade da importação de maçã da China, pois existem pragas lá que não queremos que venham atrapalhar a nossa cultura", afirmou.

Ainda na solenidade, foram assinados dois documentos relacionados à operacionalização do Centro Moscasul, previsto para começar a funcionar em setembro. O primeiro, um protocolo de intenções entre Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel) e Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas (APPRP), para operacionalizar recursos do setor privado. Já o segundo foi um convênio de cooperação técnica entre a Embrapa e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), que será responsável pelo fornecimento dos insetos estéreis para o projeto.

Sobre a instalação do Centro Moscasul e o combate à mosca-das-frutas, Maurício Lopes elogiou a parceria público-privada entre o Ministério da Agricultura, a Embrapa, as associações de produtores e o setor privado, como forma de viabilizar a ação. "Está sendo previsto o uso de tecnologia de ponta, de baixo impacto ambiental, com uso do inseto estéril que, combinado com o controle biológico, vai permitir uma produção de frutas com menor custo e baixo impacto ambiental, fortalecendo cada vez mais nossa competitividade", pontuou o presidente.

Lopes aprovou a estrutura do Moscasul, pelo uso de containers modulares, de menor custo e móveis, um modelo inovador e mais inteligente de fazer pesquisa, adaptação e transferência de tecnologia. "A produção de maçã vai demandar cada vez mais conhecimento e tecnologia de ponta. O setor produtivo aqui entende isso. Eles vêm para dentro da nossa estação, nós vamos aos pomares deles e isso dá ao pesquisador um senso de praticidade, com mais solução e rapidez", destacou.

O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, apresentou o histórico e a estruturação do Centro Moscasul. Além da base física na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria (RS), também terá três núcleos de apoio: em Pelotas (RS), Porto Alegre (RS) e São Joaquim (SC), visando ampliar o alcance da iniciativa. A liderança é do pesquisador Adalécio Kovaleski.

Além dos pronunciamentos do secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, representando o governador do Rio Grande do Sul, de Maurício Lopes e do diretor-executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, os deputados federais Afonso Hamm e Jerônimo Goergen, defensores da causa do Moscasul, fizeram um breve pronunciamento a pedido do ministro.

Dia de campo

Na primeira agenda da tarde, a comitiva participou de um dia de campo na Agropecuária Schio, onde os pesquisadores Fernando José Hawerroth e Gilmar Nachtigall apresentaram os experimentos com diferentes coberturas de tela antigranizo e o uso da irrigação, parceria que também conta com o apoio da empresa Polysack telas agrícolas. O granizo é um dos eventos meteorológicos de maior impacto na produção de frutas. "Embora seja uma solução de alto custo, tem alta eficiência quando adequadamente aplicada e, para seu uso mais amplo, requer políticas específicas de crédito agrícola para os produtores", ponderou Hawerroth. Já Nachtigall destacou os importantes resultados obtidos com a irrigação por gotejamento nos cinco ano sde pesquisas realizadas."Conseguimos obter uma maior altura nas plantas, maior número de ramos, antecipação na produção e possibilitar condições para maior produtividade e qualidade", comentou Nachtigall.

Encerrando a parte técnica da visita ao setor da pomicultura, o empresário Raul Randon e a direção da RAR-Rasip apresentaram à comitiva a estrutura de packing e armazenamento, onde as maçãs são classificadas e conservadas em câmaras frias. Durante a visita, o ministro fez diversos questionamentos e registros do processo em seu celular.

Além das autoridades da comitiva, a passagem de Maggi por Vacaria foi acompanhada pelo prefeito da cidade, Elói Poltronieri, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, o presidente da Agapomi, Eliseu Zardo Boeno, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Clenio Pillon, e outras autoridades gaúchas e catarinenses.

Fonte: Embrapa

Congresso Internacional abordará a sustentabilidade da Citricultura

São esperados cerca de 1 mil participantes de mais de 20 países

Será realizado entre 18 e 23 de setembro, em Foz do Iguaçu, o Congresso Internacional de Citricultura 2016 (ICC 2016). O evento acontece a cada quatro anos e depois de 32 anos voltará a ser realizado no Brasil. O ICC é um evento da Sociedade Internacional de Citricultura, e no País está sendo organizado pelos Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e Instituto Agronômico (IAC), com apoio da Fapeagro – Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio. Todos os detalhes do evento estão disponíveis no site: www.icc2016.com.

Nesta edição, o tema central do congresso será “Citricultura Sustentável: o papel do conhecimento aplicado”, com palestras, sessões científicas, workshops e eventos paralelos que abordarão o processo produtivo. “Precisamos produzir adequadamente, de forma que dê lucro, mas que mantenha a produtividade”, pontua Eduardo Fermino, pesquisador do Iapar e um dos coordenadores do congresso ao lado de Dirceu de Mattos Jr., do IAC.

Ele ressalta que dentro desse tema serão abordados, por exemplo, o uso racional de agrotóxicos, mecanização agrícola e OGM (organismos modificados geneticamente). Segundo o pesquisador, o congresso tem como foco o setor científico, com a apresentação de trabalhos de vários países, e o setor produtivo (indústria e produtores), com a realização de workshops e eventos paralelos. “São temas pertinentes para a maioria das regiões produtoras no mundo”, frisa Mattos. Entre os principais países produtores de citros no mundo estão Brasil, Estados Unidos e China.

São esperados cerca de 1 mil participantes de mais de 20 países. Sobre a organização do evento, Fermino ressalta a relevância de se realizar um evento desse porte no Brasil. Além disso, destaca a importância de ter uma Fundação como a Fapeagro colaborando na organização do congresso. “É importante para agilizar, flexibilizar e dar segurança no trato com os recursos”.

Para a Fapeagro, com 20 anos de atuação gerenciando projetos e eventos na área do agronegócio, colaborar na organização do ICC 2016 tem sido motivo de orgulho, uma vez que um evento dessa envergadura exige experiência, competência e estratégias. “A Fapeagro tem um papel de facilitadora e apoiadora nesse processo organizacional, permitindo que sejam debatidos e difundidos temas de extrema importância para a citricultura do Brasil e do mundo”, pontua Antonio Carlos Rodrigues da Silva, diretor presidente da Fapeagro.

Ainda, o diretor técnico da fundação, Áureo Lantmann, observa que se trata de um evento que envolve um universo de pessoas especializadas e que vai oferecer no mesmo ambiente “conhecimento, novidades e informações para toda a cadeia produtiva”. 

Mercado de defensivos agrícolas deve atingir US$ 70,57 bilhões em 2021

O mercado de defensivos agrícolas deve atingir o valor de US$ 70,57 bilhões até 2021, crescendo a uma CAGR (taxa composta de crescimento anual) de 5,15% A projeção é de relatório da Consultoria MarketsandMarkets divulgado nesta semana no Portal Agropages.

As razões para esse exponencial crescimento no setor de proteção de cultivos é a necessidade garantir segurança alimentar em um cenário de aumento populacional mundial. Outros fatores relevantes são a evolução para novas práticas e tecnologias agrícolas e o aumento das perdas com infestações de pragas.

Também influem nesse mercado algumas tendências como a maior procura por defensivos biológicos e o aumento da aceitação e emprego do Manejo Integrado de Pragas (MIP) pelos agricultores. O relatório da Consultoria MarketsandMarkets aponta ainda grandes oportunidades nos países em desenvolvimento.

Em relação às categorias, o mercado de defensivos agrícolas segue sendo liderado pelos herbicidas, seguidos pelos insecticidas e fungicidas. Os produtos para o controle de plantas daninhas deve continuar sendo a categoria de maior crescimento no mercado de produtos químicos para proteção de cultivos, devido às grandes perdas registradas e a alta eficácia dos herbicidas.

A América do Sul deve continuar sendo um dos principais mercados mundiais consumidores de produtos para a proteção de cultivos, com uma maior conscientização acerca da necessidade dos defensivos. No entanto, o relatório aponta que a Ásia deve crescer e assumir a liderança nos próximos cinco anos, com grandes investimentos de fabricantes multinacionais na região. 

Fonte: Agrolink

Alimentos pressionam e inflação volta a subir, atingindo 8,74% em um ano

Dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


Os preços dos alimentos continuaram a pressionar a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, voltou a subir ao passar de 0,35% para 0,52% entre junho e julho deste ano, uma alta de 0,17 ponto percentual no período.

Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, com a alta de julho, a taxa acumulada nos últimos doze meses (a inflação anualizada) ficou em 8,74%, abaixo, no entanto, dos 8,84% relativos aos doze meses imediatamente anteriores: 0,1 ponto percentual.

Nos primeiros sete meses do ano (janeiro/julho) a inflação medida pelo IPCA acumula alta de 4,96%, resultado também inferior aos 6,83% de igual período de 2015. Neste caso, a queda é bem maior do que a taxa anualizada: 1,87 ponto percentual. Em julho de 2015, o IPCA registrou variação de 0,62%.


Fonte: Olhar Direto

Cuidados com o cancro cítrico devem ser redobrados durante a colheita

Com o início da safra e o aumento de atividades no pomar por conta da colheita, é preciso redobrar os cuidados para não deixar o cancro cítrico entrar na propriedade.

Apesar do período de sobrevivência da bactéria do cancro cítrico ser relativamente curto em maquinários e equipamentos, a disseminação por meio deles é muito comum e ocorre quando são utilizados em plantas doentes molhadas e, em seguida, em plantas sadias. Para reduzir o risco da entrada da bactéria no pomar ou que a doença passe de um talhão para o outro, é essencial a utilização de equipamentos próprios para a colheita, a desinfestação de caixas, sacolas, escadas e a higienização das mãos, sapatos e roupas dos colhedores.

Os produtos utilizados para a desinfestação de veículos, equipamentos e ferramentas são à base de amônia quaternária e hipoclorito de sódio. Já o digluconato de clorohexidina é indicado para aplicação nas mãos. Na entrada e pontos de acesso à propriedade é indicada a instalação de arco-rodolúvio para a desinfestação de carros, caminhões, ônibus de trabalhadores e implementos. Os condutores e visitantes devem ser orientados a passar pelo pedilúvio para lavar as mãos e os calçados.

Outra estrutura que ajuda é o bin para o recolhimento das frutas colhidas, o que evita a entrada de caminhões no interior da propriedade, para evitar a disseminação por meio de restos vegetais contaminados em carrocerias de caminhão.

A priorização da colheita de áreas sem histórico da doença para aquelas com ocorrências prévias auxilia na prevenção. O mesmo princípio deve ser seguido nas atividades mecanizadas, como inspeção com plataformas e pulverização.

Além dos cuidados durante a colheita, é preciso realizar inspeções constantes e a erradicação imediata das plantas doentes. Também é indicado o uso de mudas sadias, instalação de quebra-ventos e aplicação protetiva de cobre.

Confira matéria completa na edição 30 da Revista Citricultor:http://bit.ly/2bcxWca

Fonte: Fundecitrus

Ministro assina protocolo com setor privado para apoiar atuação da Embrapa na área de fruticultura

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, assinou nesta terça-feira (9), em Vacaria (RS), protocolo de intenções destinado a operacionalizar recursos do setor privado para dar suporte às ações do Centro de Controle Biológico e Manejo Integrado da Mosca das Frutas (Centro Moscasul), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A cooperação envolve a Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Sindocopel e Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas. O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, e representantes das quatro entidades do setor de fruticultura participaram da assinatura do protocolo.

Em sua visita ao Sul do país, o ministro também anunciou a liberação de R$ 506,9 mil para conclusão do Centro Moscasul. Blairo também disse que, em setembro, irá à Índia participar da reunião dos Brics e começar as negociações para a abertura do mercado indiano às exportações brasileiras de maçã.

O ministro visitou ainda um pomar com telas de proteção contra granizo. Parte da tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa. As telas também garantem melhor coloração às maçãs.

Nesta quarta-feira (10), Blairo vai ao município de São Joaquim, grande produtor da fruta de Santa Catarina.


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Doodle Fruit Games é o novo jogo do Google para as Olimpíadas Rio 2016

Frutas viram atletas em competição virtual no Doodle do Google



As frutas são tão importantes que o Google criou um jogo para celebrar as Olimpíadas: o Doodle Fruit Game, que se passa no Rio de Janeiro, durante as competições da Rio 2016. A proposta é fazer uma versão adaptada dos jogos olímpicos que tem frutas (abacaxi, morango, melancia, limão, entre outros) como atletas. Para jogar é preciso ter o aplicativo de buscas instalado e atualizado no seu Android ou IOS. Sendo assim, baixe o Google App. Caso você use o sistema operacional do Google, é bastante provável que o App já esteja no seu celular.

Veja nesse link como jogar: http://goo.gl/KfEU2x


Fonte: TechTudo

Manga e alface estão mais em conta, diz Ceagesp

Outros preços em baixa são espinafre, chicória, laranja e tomate.
Mamão formosa, limão taiti e ovos estão mais caros.



A Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) divulgou a lista de produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta nesta semana. Veja abaixo:

Preços em baixa

Morango, manga tommy, abacate margarida, carambola, laranja pera, laranja lima, coco verde, tomate carmem, batata doce rosada, beterraba, cenoura, gengibre, inhame, mandioca, abóbora moranga, espinafre, brócolis ninja, pepino comum, chuchu, chicória, alfaces, coentro, escarola, rúcula, couve manteiga, alho porró, repolho, acelga, nabo, cenoura com folha, salsa, cebolinha, milho verde, cebola nacional e canjica.

Preços estáveis

Tangerina murcot, melão amarelo, laranja seleta, manga palmer, banana nanica, atemoia, maracujá azedo, caju, lima da pérsia, acerola, graviola, cara, batata doce amarela, tomate pizzad’oro, abóbora japonesa, abóbora paulista, abobrinha italiana, brócolos comum, beterraba com folha, erva doce, couve-flor, rabanete e batata lavada.

Preços em alta

Mamão formosa, limão taiti, banana prata, uva niágara, pinha, figo roxo, goiaba vermelha, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, pepino japonês, abóbora seca, abobrinhas brasileira, pimentões vermelho e amarelo, ervilha torta, quiabo liso, mandioquinha, vagem macarrão, rabanete, alho argentino e ovos.

Fonte: G1 Agro

IGP-DI cai 0,39% em julho, com forte queda nos preços de produtos agropecuários

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,39 por cento em julho, sobre elevação de 1,63 por cento no mês anterior, movimento influenciado pela forte queda nos preços de produtos agropecuários, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta segunda-feira. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) caiu 0,81 por cento em julho, após avançar 2,10 por cento em junho. O índice responde por 60 por cento do IGP-DI.

No IPA, os preços dos produtos agropecuários recuaram 2,01 por cento, ante 5,58 por cento de alta em junho, com o principal responsável o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 16,07 por cento para -3,09 por cento. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) teve alta de 0,37 por cento no mês passado, depois de ter avançado 0,26 por cento em junho. O IPC-DI mede a evolução dos preços às famílias com renda entre um e 33 salários mínimos mensais e corresponde a 30 por cento do IGP-DI.

No IPC, a alta em Alimentação foi de 0,39 por cento no mês passado, após avanço de 0,07 por cento em junho. Já o grupo Transportes mostrou alta de 0,25 por cento, após queda de 0,22 por cento em junho. A FGV informou ainda que a alta de preços do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) desacelerou a 0,49 por cento no mês passado, frente a 1,93 por cento em junho. O índice representa 10 por cento do IGP-DI.

O IGP-DI é usado como referência para correções de preços e valores contratuais. Também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.

Fonte: Reuters

Fepagro e Agas querem qualificar fornecedores de hortifrutigranjeiros para supermercados

Objetivo é trabalhar junto aos produtores rurais


A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) quer qualificar os fornecedores de produtos hortifrutigranjeiros para os supermercados do Rio Grande do Sul. Para tanto, convidou a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e outras instituições para fazerem parte de um grupo técnico. Reunião nesse sentido ocorreu na semana passada. A ideia é elaborar um plano de ação conjunto que visa construir estratégias de qualificação da produção e fornecimento de alimentos seguros à sociedade gaúcha. Segundo o diretor da Agas, Eduardo Cidade, o objetivo é trabalhar junto aos produtores rurais: “Eles conhecem seu trabalho, sabem plantar e colher, mas há uma carência em termos de gestão do negócio”.

O diretor técnico da Fepagro, Carlos Oliveira, salientou a relevância da iniciativa de reunir atores do setor público e privado para debater um tema que atinge a todos. “Assim, cada instituição pode contribuir para melhorar ainda mais a qualidade dos alimentos produzidos e ofertados no Rio Grande do Sul.

Durante o encontro, o gerente comercial da WQS Certificações - empresa de São Paulo que coordena o Projeto 3P do Grupo Walmart -, André Tanzi, salientou o perfil dos produtores de hortifrutigranjeiros no Rio Grande do Sul. Conforme ele, há um predomínio de produtores da agricultura familiar, e 46% dos fornecedores têm rendimentos anuais de até R$ 100 mil. “Esse percentual é muito maior que os demais estados em que trabalhamos”, avaliou.

A diretora da Food Design - empresa de consultoria especializada para a cadeia de alimentos -, Ellen Lopes, enfatizou que a segurança dos alimentos não pode ser uma vantagem competitiva, mas sim, uma responsabilidade compartilhada por todos os atores da cadeia de produção e distribuição.

Participam do grupo técnico, além da Fepagro: Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação; Emater/RS-Ascar; Secretaria do Desenvolvimento Rural Pesca e Cooperativismo; Ceasa; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Sebrae e varejistas.

Exportações do agronegócio somam US$ 52,8 bilhões no acumulado do ano

Faturamento do setor corresponde a 49,6% do total do comércio exterior brasileiro de janeiro a julho


As vendas externas brasileiras do agronegócio chegaram a US$ 52,8 bilhões entre janeiro e julho de 2016, o que representou crescimento de quase 1% em relação ao mesmo período de 2015. Já as importações apresentaram queda de quase 12% nos valores, atingindo US$ 7,24 bilhões. Assim, o saldo comercial do setor ficou positivo em US$ 45,58 bilhões. O setor representou 49,6% das exportações totais do país nesses sete meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Resultado de julho

As exportações brasileiras do agronegócio diminuíram de US$ 9,11 bilhões em julho de 2015 para US$ 7,81 bilhões em julho de 2016. Esses números indicam uma queda de US$ 1,3 bilhão na comparação entre julho de 2015 e 2016 ou -14,2%. As importações, por sua vez, decresceram de US$ 1,15 bilhão em julho de 2015 para US$ 1,14 bilhão em julho de 2016. Uma redução percentual de -0,6%.

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em julho de 2016 foram complexo soja (39% do total das exportações); carnes (15,1%; complexo sucroalcooleiro (15,0%); produtos florestais (10,7%); e café (4,1%). Esses cinco setores foram responsáveis por 83,8% das exportações do agronegócio em julho de 2016.

A queda internacional dos preços de vários produtos exportados pelo Brasil, como por exemplo, carne suína (- 21%), bovina (- 12,6%), frango (- 3,4%), celulose (- 15%), suco de laranja (- 8,6%), e também a diminuição das quantidades exportadas no mês foram fundamentais para explicar o recuo dos valores exportados pelo Brasil.Outros produtos apresentaram aumento do preço médio no mesmo período comparado, como o açúcar (18%); o complexo soja, com destaque para a soja em grãos (+9,7%) e farelo de soja (+7,6%); frutas (+8,6%) e milho (+3,5).

Veja aqui e aqui os dados da balança comercial do agronegócio.

"O agronegócio carrega o Brasil nas costas", afirmam lideranças no Congresso Abag

"O agronegócio andou para a direção do Sol, enquanto os demais setores cairam diante a situação do Brasil. A colocação é do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luis Carlos Carvalho, na abertura do 15º Congresso Abag. Para líderes do setor do agronegócio o Brasil é maior que a crise.

O 15º Congresso da Abag debate neste ano "Liderança e Protagonismo" e, segundo Luis Carlos Carvalho, é preciso que o setor mostre seu protagonismo. "Hoje, somos o segundo maior exportador e deveremos ser o primeiro nos próximos anos, como aponta a FAO. Porém, não é só exportar. É preciso ter voz mais ativa perante a política também". Carvalho destacou ainda que os líderes são as chaves mestras para instigar o desenvolvimento. "O Brasil caminha para o seu protagonismo. É o agronegócio que faz o país andar".

Há um ano o Brasil vivia uma situação delicada e de indecisões. Hoje, conforme o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, pautas ligadas ao setor produtivo começam a entrar em discussão. "O setor está pronto pa ter liderança e fazer seu protagonismo. Os acordos que estamos vendo no Ministério da Agricultura, com o ministro Blairo Maggi, mostra que o Brasil está andando".

Importância mostrada

Na opinião do deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Marcos Montes, o setor está começando a mostrar ao Brasil o que é o agronegócio e a sua importância. "A gente sente no presidente em exercício Michel Temer, ele ele dá sinais claros, que vê o agronegócio como saída para o Brasil".

Expemplo de liderança

Um exemplo de liderança na visão da senadora do Rio Grande do Sul Ana Amélia Lemos (PP), e que deveria ser seguido, é o do ministro da Agricultura Blairo Maggi. O Maggi está tendo comprometimento. O que ele não entende, ele vai e busca conhecimento. Pela primeira vez um ministro da Agricultura visitou uma lavoura de fumo no Rio Grande do Sul e viu a importância do setor para a economica de um Estado. ISso mostra liderança. O Brasil é maior que a crise. O agronegócio é protagonista. O agronegócio carrega o Brasil nas costas".


Fonte: Olhar Direto

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Cuidados no pomar

Qualidade do fruto começa com uma planta preparada fisiologicamente. Manejo nutricional e cuidados pós-colheita também impactam no resultado final.

Atualmente, o Brasil é responsável por 60% da produção mundial de suco de laranja. Ao todo mais de 18 milhões de toneladas da fruta são colhidas anualmente no país, segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Entretanto somente um potencial produtivo grande não é suficiente para atender às demandas do mercado interno e externo, tudo começa nos cuidados ao solo e às plantas. 

Segundo o engenheiro agrônomo, Marcos Revoredo, gerente técnico de Hortifrúti da All-tech Crop Science, "para buscar essa qualidade da fruta, é importante um bom manejo, que deve começar com uma planta bem preparada fisiologicamente, com sanidade para que possamos alcançar bons resultados", explica. Para isso, o especialista destaca o uso de produtos que auxiliam na fotossíntese, por meio da indução natural de resistência e no complemento nutricional, através de boro, cobre, e zinco que impactam no desenvolvimento e padronização dos frutos. Esse conjunto de práticas contribui para o resultado final, consequentemente, melhor comercialização do produto. 

Entre as principais exigências do mercado, o agrônomo aponta dois fatores importantes, um c o rendimento industrial, como o melhor acúmulo de sólidos solúveis para o setor de sucos concentrados - onde o Brasil se destaca como maior exportador mundial; o segundo é a coloração, o brilho e a textura das cascas para os citros de mesa, ou seja, a fruta in natura destinada em sua maioria ao consumo interno.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Emílio Fávero, as redes de comércio varejista também têm se preocupado cada vez mais com a gestão de perdas e quebras dos seus lotes. "Isso exige do produtor ou do fornecedor uma qualidade maior nas frutas e um manejo no pós-colheita. Pois é esse trabalho que garante um shelf life (tempo de prateleira) maior e melhor", analisa.

Sobre a fase pós-colheita, o gerente técnico de hortifrúti indica uma boa higienização e aplicação de produtos que mantenham o aspecto de qualidade, seja na casca ou internamente ao fruto, como o sabor e acidez. No mesmo período, Revoredo orienta cuidados especiais com o pomar através do manejo nutricional e sanitário com aplicações preventivas de produtos à base de cobre, já preparando as plantas a próxima safra.

Campanha

Qualidade na mesa é sinônimo de qualidade de vida para o consumidor. Recentemente lançada pela ABCM, a campanha "H1 Nenhum" estimula os brasileiros a consumirem mais citros, principalmente nas épocas do ano mais propensas a surtos de gripe. Isso porque, as frutas cítricas possuem alta concentração de vitamina C, que reforça a imunidade do corpo. "Aproveitamos o momento para incentivar as pessoas a consumirem suco de laranja e as frutas cítricas, como sendo uma forma de propiciar uma resistência maior ao vírus", explica Fávero.

Fonte: Revista Rural

Campo Largo lança suco integral de tangerina


A fabricante brasileira Famiglia Zanlorenzi, dona da marca de sucos Campo Largo, colocou no mercado seu novo suco de tangerina. O produto, comercializado em garrafas de vidro, chegou ao varejo no final do mês de julho. De acordo com a fabricante, o produto é processado com frutos adquiridos da Ecocitrus – Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, do município de Montenegro (RS). A entidade conta com cerca de 100 produtores associados, especialmente pequenos produtores de citros.

A fabricante que já tem no mercado sucos nos sabores de Uva, Laranja e Limão, viu no lançamento do suco de tangerina uma oportunidade de ampliar o portfólio de sucos, que já cresceu consideravelmente nos últimos meses. “Este é o nosso quarto lançamento na linha de sucos em menos de dois meses, o que mostra o dinamismo e a versatilidade da companhia, bem como a aposta no mercado de saudabilidade, que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos”, explica o diretor presidente da Famiglia Zanlorenzi, Giorgeo Cruif Zanlorenzi.

Comercializado em todo o Brasil em embalagens exclusivas de vidro de 1 litro – com design que facilita o manuseio e tampa twist-off –, o Suco Integral de Tangerina Campo Largo tem como matéria-prima uma fruta cítrica que contém sais minerais (cálcio, ferro, fósforo, potássio e magnésio) e vitaminas (A e C) que ajudam no fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, é uma fruta pouco calórica e com alto teor de água, o que contribui para a hidratação.

Fonte: CitrusBR / Alimentos & Bebidas

Quebra de safra de cacau no Brasil impulsiona importações, diz FCStone

A safra brasileira de cacau 2015/16 deverá ser a menor em dez anos, o que tem motivado importações da commodity para suprir a demanda das esmagadoras no país, afirmou em relatório a consultoria INTL FCStone nesta sexta-feira.

A consultoria apontou que a produção em 2015/16 deve ter uma quebra de mais de 40 por cento em comparação com a safra anterior, para 130 mil toneladas de cacau em amêndoas, com uma severa seca na Bahia, maior produtor brasileiro, reduzindo a colheita.

"A quebra de safra no sul da Bahia coloca o Brasil novamente em um cenário de déficit no balanço de oferta e demanda de cacau, após ter experimentado um leve superávit em 2014/15, o que não ocorria desde 1996/97", disse o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende.

O Brasil disputa a quinta posição do ranking global de produção de cacau, mas tem sido um importador líquido da commodity, pois a demanda interna é maior do que a safra.

Com a demanda para moagem de cacau devendo se manter estável, segundo a consultoria, o déficit do balanço de oferta e demanda também deve ser o maior nos últimos dez anos, e o segundo maior da história, chegando próximo de 100 mil toneladas.

O prêmio do cacau em Ilhéus (BA) em relação à cotação na bolsa de Nova York já reflete o aperto na oferta.

"Na média de julho, Ilhéus pagou um prêmio de 268 dólares por tonelada, contra um deságio de 623 dólares por tonelada no mesmo mês do ano anterior", disse Rezende.

As importações, que são mais comuns no primeiro trimestre do ano, quando a colheita no Brasil é menor, continuam a ocorrer para suprir a demanda das esmagadoras, que mantêm a operação no mesmo ritmo que no ano passado, de acordo com o analista.

No final de junho, a consultoria INTL FCStone havia estimado os estoques brasileiros de cacau em amêndoas em 49,7 mil toneladas, contra 82 mil no ano anterior.

Em missão à Ásia, Blairo tentará abrir novos mercados para o agronegócio

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, vai liderar em setembro uma missão, reforçada por empresários, que fará um tour de 22 dias por sete países da Ásia para tentar abrir ou consolidar mercados para produtos do agronegócio brasileiro. O roteiro planejado inclui negociações para a costura de acordos em frentes como algodão, etanol, frutas e madeira, mas as carnes serão mesmo a prioridade e já deverão dominar as discussões logo na primeira parada de Blairo.

No dia 4 de setembro, o ministro estará na China para a cúpula do G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, acompanhando o presidente interino Michel Temer. O ministro quer que o país habilite um número maior de frigoríficos brasileiros de carne bovina, suína e de frango para exportação ao gigante asiático. Após a visita, Blairo irá à Coreia do Sul, onde as negociações para a abertura para carne suína brasileira já estão adiantadas, conforme informações do portal Beef Point. 

O itinerário de Blairo Maggi também incluirá negociações para a abertura da Tailândia para as três carnes e para a farinha de aves, e de Myanmar para carne suína. No Vietnã, a ideia é buscar a habilitação de novos estabelecimentos para ampliar os embarques de carnes e negociar espaço para farinhas, bovinos vivos, material genético bovino e lácteos; na Malásia, o objetivo é habilitar frigoríficos de carnes em geral, abrir mercado para a carne bovina com osso e negociar espaço para material genético de aves e de bovinos vivos; e na Índia, é a venda de carne suína que também está na mira.

Fonte: Só Notícias

Ministro José Serra participará do 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio debatendo as perspectivas externas geradas com as novas negociações comerciais

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, confirmou presença no 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), que será realizado nessa segunda-feira (8), em São Paulo, e deverá reunir as principais lideranças políticas ligadas ao agronegócio brasileiro. A participação do ministro no mais importante evento do agronegócio brasileiro ganha especial importância em função do momento vivido pelas relações internacionais do Brasil, que sinaliza na direção de novos acordos com mercados efetivamente relevantes do ponto de vista comercial, uma antiga demanda das lideranças do agronegócio e também da agroindústria brasileira.

Exemplo desse novo direcionamento foi o acordo fechado essa semana com o governo americano que abre o mercado de carne dos Estados Unidos para os frigoríficos brasileiros. A expectativa é que os embarques de carne in natura para o mercado americano comecem já em 90 dias, após a conclusão de trâmites administrativos. Atualmente, o Brasil já vende carne bovina industrializada para os Estados Unidos. As exportações realizadas em 2015 somaram US$ 286,8 milhões. Com o acordo, a estimativa é que as transações de carne in natura e congelada agreguem US$ 900 milhões às receitas do Brasil com a exportação de carne. Considerando as vendas externas de carnes para vários países, segundo dados do governo, o total das exportações de carnes brasileiras no ano passado foi de US$ 6 bilhões.

Serra participará da abertura do evento que contará com a presença de vários políticos no primeiro painel, com destaque para o deputado federal Marcos Montes, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a senadora Ana Amélia Lemos, que é uma das debatedoras do painel Liderança do Agronegócio; além do governador do Mato Grosso, Pedro Taques, que será um dos homenageados do evento. Também foram convidados para o CBA o ministro da Agricultura, Blairo Maggi; além do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Na lista de confirmados estão: os secretários estaduais da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, e do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. São esperadas ainda as participações de deputados estaduais e federais ligados ao agronegócio, e líderes das mais importantes entidades do setor em nível nacional.

O CBA é promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e o tema central deste ano será “Liderança e Protagonismo”, que discutirá os desafios de manter o Brasil na liderança mundial da produção de alimentos, fibras e energia renovável, ao mesmo tempo em que se consolida a percepção de ser o produtor brasileiro um dos mais sustentáveis do mundo.

Realizado desde 2002, o Congresso Brasileiro do Agronegócio já faz parte da agenda dos principais lideres e formadores de opinião do país. A edição deste ano deverá reunir cerca de 800 participantes entre empresários, lideranças políticas e setoriais, além de profissionais ligados às várias atividades da cadeia produtiva do agronegócio. Outras informações no hotsite do evento: www.abag.com.br/cba