Primeiro local visitado pela comitiva foi o Centro Moscasul, onde o ministro anunciou duas importantes medidas
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, visitou nesta semana o Centro de Controle Biológico e Manejo Integrado da Mosca-das-Frutas (Centro Moscasul), na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria (RS). Nos dias 9 e 10, ele conheceu o dia a dia da produção e comercialização de maçãs nos principais polos da pomicultura no País, acompanhado por uma comitiva com o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. O grupo foi recebido por autoridades e lideranças setoriais em Vacaria (RS) e São Joaquim (SC).
O primeiro local visitado pela comitiva foi o Centro Moscasul, onde o ministro anunciou duas importantes medidas. A primeira foi a assinatura da liberação de R$ 506 mil dos recursos faltantes para o início da operacionalização do Centro, totalizando R$ 2 milhões aportados pelo governo. O segundo anúncio foi a não importação de maçãs da China, por questões fitossanitárias. "Neste momento não há possibilidade da importação de maçã da China, pois existem pragas lá que não queremos que venham atrapalhar a nossa cultura", afirmou.
Ainda na solenidade, foram assinados dois documentos relacionados à operacionalização do Centro Moscasul, previsto para começar a funcionar em setembro. O primeiro, um protocolo de intenções entre Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi), Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel) e Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas (APPRP), para operacionalizar recursos do setor privado. Já o segundo foi um convênio de cooperação técnica entre a Embrapa e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), que será responsável pelo fornecimento dos insetos estéreis para o projeto.
Sobre a instalação do Centro Moscasul e o combate à mosca-das-frutas, Maurício Lopes elogiou a parceria público-privada entre o Ministério da Agricultura, a Embrapa, as associações de produtores e o setor privado, como forma de viabilizar a ação. "Está sendo previsto o uso de tecnologia de ponta, de baixo impacto ambiental, com uso do inseto estéril que, combinado com o controle biológico, vai permitir uma produção de frutas com menor custo e baixo impacto ambiental, fortalecendo cada vez mais nossa competitividade", pontuou o presidente.
Lopes aprovou a estrutura do Moscasul, pelo uso de containers modulares, de menor custo e móveis, um modelo inovador e mais inteligente de fazer pesquisa, adaptação e transferência de tecnologia. "A produção de maçã vai demandar cada vez mais conhecimento e tecnologia de ponta. O setor produtivo aqui entende isso. Eles vêm para dentro da nossa estação, nós vamos aos pomares deles e isso dá ao pesquisador um senso de praticidade, com mais solução e rapidez", destacou.
O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, apresentou o histórico e a estruturação do Centro Moscasul. Além da base física na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria (RS), também terá três núcleos de apoio: em Pelotas (RS), Porto Alegre (RS) e São Joaquim (SC), visando ampliar o alcance da iniciativa. A liderança é do pesquisador Adalécio Kovaleski.
Além dos pronunciamentos do secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, representando o governador do Rio Grande do Sul, de Maurício Lopes e do diretor-executivo da ABPM, Moisés Lopes de Albuquerque, os deputados federais Afonso Hamm e Jerônimo Goergen, defensores da causa do Moscasul, fizeram um breve pronunciamento a pedido do ministro.
Dia de campo
Na primeira agenda da tarde, a comitiva participou de um dia de campo na Agropecuária Schio, onde os pesquisadores Fernando José Hawerroth e Gilmar Nachtigall apresentaram os experimentos com diferentes coberturas de tela antigranizo e o uso da irrigação, parceria que também conta com o apoio da empresa Polysack telas agrícolas. O granizo é um dos eventos meteorológicos de maior impacto na produção de frutas. "Embora seja uma solução de alto custo, tem alta eficiência quando adequadamente aplicada e, para seu uso mais amplo, requer políticas específicas de crédito agrícola para os produtores", ponderou Hawerroth. Já Nachtigall destacou os importantes resultados obtidos com a irrigação por gotejamento nos cinco ano sde pesquisas realizadas."Conseguimos obter uma maior altura nas plantas, maior número de ramos, antecipação na produção e possibilitar condições para maior produtividade e qualidade", comentou Nachtigall.
Encerrando a parte técnica da visita ao setor da pomicultura, o empresário Raul Randon e a direção da RAR-Rasip apresentaram à comitiva a estrutura de packing e armazenamento, onde as maçãs são classificadas e conservadas em câmaras frias. Durante a visita, o ministro fez diversos questionamentos e registros do processo em seu celular.
Além das autoridades da comitiva, a passagem de Maggi por Vacaria foi acompanhada pelo prefeito da cidade, Elói Poltronieri, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, o presidente da Agapomi, Eliseu Zardo Boeno, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Clenio Pillon, e outras autoridades gaúchas e catarinenses.
Fonte: Embrapa
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