A safra brasileira de cacau 2015/16 deverá ser a menor em dez anos, o que tem motivado importações da commodity para suprir a demanda das esmagadoras no país, afirmou em relatório a consultoria INTL FCStone nesta sexta-feira.
A consultoria apontou que a produção em 2015/16 deve ter uma quebra de mais de 40 por cento em comparação com a safra anterior, para 130 mil toneladas de cacau em amêndoas, com uma severa seca na Bahia, maior produtor brasileiro, reduzindo a colheita.
"A quebra de safra no sul da Bahia coloca o Brasil novamente em um cenário de déficit no balanço de oferta e demanda de cacau, após ter experimentado um leve superávit em 2014/15, o que não ocorria desde 1996/97", disse o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende.
O Brasil disputa a quinta posição do ranking global de produção de cacau, mas tem sido um importador líquido da commodity, pois a demanda interna é maior do que a safra.
Com a demanda para moagem de cacau devendo se manter estável, segundo a consultoria, o déficit do balanço de oferta e demanda também deve ser o maior nos últimos dez anos, e o segundo maior da história, chegando próximo de 100 mil toneladas.
O prêmio do cacau em Ilhéus (BA) em relação à cotação na bolsa de Nova York já reflete o aperto na oferta.
"Na média de julho, Ilhéus pagou um prêmio de 268 dólares por tonelada, contra um deságio de 623 dólares por tonelada no mesmo mês do ano anterior", disse Rezende.
As importações, que são mais comuns no primeiro trimestre do ano, quando a colheita no Brasil é menor, continuam a ocorrer para suprir a demanda das esmagadoras, que mantêm a operação no mesmo ritmo que no ano passado, de acordo com o analista.
No final de junho, a consultoria INTL FCStone havia estimado os estoques brasileiros de cacau em amêndoas em 49,7 mil toneladas, contra 82 mil no ano anterior.
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