quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Vai até dia 4 o prazo para empresários brasileiros pedirem redução de tarifa aos EUA

Brasil já tem 570 produtos agrícolas beneficiados por programa norte-americano


Termina na próxima terça-feira (4) o prazo para que exportadores brasileiros e importadores americanos peçam a inclusão de produtos agrícolas na lista do Programa Geral de Preferências (GSP, sigla em inglês).

Esse programa americano garante a isenção ou redução de tarifas para produtos originários de países em desenvolvimento. Já são 570 produtos agrícolas brasileiros com tarifa zero, como frutas, lácteos, lentilha, mandioca e cacau em pó.

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Cancro europeu ameaça pomares de maçã e alarma produtores

A produção de maçã no Brasil envolve cerca de 2.700 produtores, que colheram mais de 1 milhão de toneladas da fruta na safra 2016, segundo dados do IBGE. Dois terços dos produtores nacionais cultivam a fruta em Santa Catarina, o maior estado produtor da fruta. No Espírito Santo, que também se destaca na produção de maçã, os produtores capixabas colheram 650 mil toneladas da fruta.

Embora a produção de maçã represente uma cadeia produtiva bem sucedida no Brasil, o setor enfrenta a ameaça de uma nova doença, ainda sem cura e capaz de destruir pomares, de acordo com a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC). Antes, o Brasil era livre das principais pragas que afetam macieiras, como traça-da-maçã e cyndia pomonella, o que era uma vantagem para a competitividade no mercado internacional, mas esse quadro pode mudar com o aumento da incidência do cancro europeu.

O cancro europeu é uma doença que está prejudicando pomares localizados no Sul do País. No Rio Grande do Sul, o primeiro estado que registrou a ocorrência da praga, o cancro europeu já devastou muitas macieiras da região de Vacaria, tendo incidência de 90% de infestação.

De acordo com Leonardo Araújo, responsável pelas pesquisas com cancro europeu na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), o cancro europeu atingiu também Santa Catarina, que responde por mais da metade da safra brasileira de maçã. Dos 1.800 pomares do estado, em 121 foram registrados infestação com a doença. Saiba as características, sintomas e como controlar a doença.

1 – O que é o Cancro Europeu?

O cancro europeu é uma doença fúngica, que causa uma lesão grande no ramo ou no tronco principal da árvore. “Essa lesão causa um estrangulamento dos vasos da planta, assim não ocorre mais passagem de água. Dependendo de onde for, pode levar até à morte total da árvore”, explica o pesquisador.

Segundo ele, a doença também pode causar podridão nos frutos, percebida a partir de manchas escuras na base da maçã. “Isso diminui muito a produção, porque os frutos podres não são viáveis”, afirma o pesquisador.

2 – Sintomas

Em galhos com lesão, quando a rama fica seca, esse é um possível sintoma de cancro. Isso pode indicar que o fungo se alojou no machucado e está danificando a circulação da planta. “Na região que tem a lesão, é possível perceber um inchaço nas bordas e uma depressão bem grande no meio. Essas lesões se diferenciam por ter estruturas brancas e vermelhas, que são as fases sexuada e assexuada do fungo”, diz Araújo.

Outras maneiras de identificar a doença são pela presença de esporos do fungo na fase de flor e, consequentemente, por ter frutos lesionados e podres.

3- Prejuízos

Araújo explica que o cancro europeu pode chegar a dizimar pomares, porque a doença progride muito rapidamente. “Se em um ano tem uma árvore contaminada, no outro vai ter dez, depois cem, depois mil. Se o produtor não fizer nada, cerca de 10% das plantas do pomar morrem por ano”, diz.

O pesquisador afirma que outro fator prejudicado é a produtividade dos pomares, muito reduzida quando há incidência de cancro europeu. Em pomares saudáveis, a média de produtividade é de 40 toneladas por hectare, mas nos locais em que há cancro europeu esse número cai para 20 toneladas por hectare. “Com a queda na produtividade, a maçã não paga o custo de produção e o produtor acaba abandonando a área”, conta.

4 – Como cuidar?

O cancro europeu não possui uma cura definitiva. O pesquisador alerta que fungicidas usados para combater a doença têm uma eficiência de cerca de 80%, mas não curam a planta totalmente. “É preciso usar técnicas de manejo para evitar a dispersão do fungo”, afirma.

No Rio Grande do Sul, os produtores optam por conviver com a doença nos pomares. Em macieiras com incidência de cancro, podam o ramo danificado e desbastam a ferida, para retirar o fungo. “O problema é que isso vai diminuindo a produção ao longo do tempo, porque uma planta com menos galhos produz menos maçãs”, explica Araújo. Já em Santa Catarina, o manejo adotado visa a erradicação do cancro europeu, com a eliminação total da planta doente.

5- Técnicas de manejo

Araújo dá orientações de medidas preventivas que podem evitar a ocorrência do cancro europeu. Como o fungo se aproveita de feridas pré-existentes na árvore para se alojar, é preciso proteger a planta. Segundo o pesquisador, quando as folhas estão caindo ou antes do período chuvoso, esses fatores causam pequenos ferimentos na macieira, então o produtor deve aplicar um fungicida protetor. Depois de podas também é necessário recobrir a região cortada com uma tinta misturada com fungicida.

Além disso, outra medida é o uso de estruturas que cubram o pomar para evitar que as árvores sejam atingidas por granizo. A incidência do cancro europeu costuma aumentar muito depois de chuvas desse tipo, já que os pedaços de gelo machucam as plantas.

Mas a medida mais importante recomendada pelo pesquisador é que os galhos com cancro europeu retirados da árvore sejam queimados ou usados para compostagem, porque se forem deixados no chão continuam a transmitir a doença para outras macieiras.


Fonte: SFAGRO

Indústria de fragrâncias e cosméticos está de olho na biodiversidade brasileira

Cheiro de açaí, andiroba ou castanha. O uso de espécies nativas da biodiversidade brasileira e a busca por novas fragrâncias para expandir a paleta dos perfumistas é uma tendência que pode ser verificada pela grande quantidade de cosméticos com ativos brasileiros lançados nos últimos anos. Somente uma das linhas de produtos de uma empresa nacional utiliza em suas composições 11 espécies nativas.

Segundo Daniel Sabará, representante do Instituto de Tecnologia e Estudos e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ITEHPEC/ABIHPEC), há uma evolução do apelo "natural" no mercado global de cosméticos. "Vivemos uma quebra de paradigma no que diz respeito à utilização da biodiversidade brasileira."

O pesquisador Humberto Bizzo, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, sabe bem disso. Há quatro anos, ele e o pesquisador Roberto Vieira, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, se uniram para colocar os aromas do Cerrado pela primeira vez na paleta internacional de aromas e perfumes.

"As casas de aromas mundiais contam hoje com mais de 3 mil extratos naturais para a produção de perfumes e cosméticos, mas nenhum deles inclui matéria-prima do Cerrado", constata Bizzo. A escolha do Cerrado se deve ao fato deste bioma ter mais de 12 mil espécies catalogadas, mas ainda ser pouco estudado do ponto de vista fitoquímico.

Assim nasceu o projeto "Espécies Aromáticas do Cerrado", que já está na segunda fase e cujo objetivo é buscar aromas e óleos essenciais em plantas do Cerrado. Desde 2012, quando o projeto teve início, já foram coletadas mais de 150 amostras representativas de 50 espécies. Destas, cinco foram selecionadas por perfumistas da multinacional de essências Givaudan como tendo "aplicação potencial na indústria de fragrâncias e cosméticos" e uma já está na fase de estudos para formulação.

Percepção do consumidor

"Metade das espécies de plantas do mundo ainda não foram descobertas. Por isso, acreditamos que temos ainda muitas oportunidades para ampliar os ingredientes da perfumaria internacional", acrescenta Maurício Cella, diretor de Tecnologia e Inovação da Givaudan.

A Givaudan fez um estudo recente em diversos países do mundo para entender a percepção do consumidor em relação ao futuro das perfumarias finas (colônias). Os dados mostraram que os consumidores ainda entendem que os ingredientes vegetais permanecerão como base da perfumaria. "A fragrância do futuro será a representação do odor ideal para o consumidor", observa Cella.

E o mercado da perfumaria precisa mesmo se renovar, já que uma única fragrância é composta por um percentual que varia entre 20% e 80% de ingredientes diferentes. E, dos aproximadamente de 3 mil extratos naturais existentes para a produção de perfumes e cosméticos, somente cerca de 20% são produtos aromáticos.

Entre os fatores sensíveis para a perfumaria mundial, Cella destaca as questões de regulação do mercado (lei de acesso ao patrimônio genético), a segurança na oferta de suprimentos (qualificação do fornecimento de insumo vegetal) e a relação preço versus performance, considerada sensível pelo setor.

"Temos o grande desafio de organizar e desenvolver um arranjo produtivo nacional de aromáticas, melhorando assim toda a cadeia de suprimentos", afirma.

Ingredientes de origem vegetal

Dentro de cinco anos a Natura, empresa brasileira de cosméticos e perfumaria, pretende que 85% dos ingredientes que utiliza sejam de origem vegetal. "A gente acredita que esse mercado continuará se expandindo fortemente", destaca o diretor de Pesqu isa Avançada & Aplicada da Natura, Daniel Gonzaga.

Para alcançar essa meta, a empresa criou o Núcleo de Inovação Natura Amazônia, que concentra atualmente um terço do portfólio de projetos. "Realizamos pesquisas na área de bioprospecção, biotecnologia e também na utilização de resíduos da floresta.” Para Gonzaga, o fato de a Amazônia abrigar 10% das plantas de todo o planeta é motivo suficiente para investir na região.

A Natura também mantém uma cooperativa com 33 comunidades supridoras de matérias-primas e ingredientes, um total de 3 mil famílias. Elas produzem palma de dendê, madeira, cacau e cupuaçu num sistema de consórcio. "O plantio consorciado dessas espécies gerou um resultado exponencialmente superior. Esse é o tipo de projeto que a gente quer explorar mais no futuro".

Recentemente, a empresa passou a investir na prospecção de 23 óleos e manteigas oriundos da biodiversidade brasileira. Para chegar a um resultado satisfatório, será feito um estudo com mais de 150 genes diferentes, o chamado "screening genômico", que possibilitará à Natura descobrir características olfativas inéditas.

O potencial de utilização de plantas típicas da biodiversidade brasileira em diversos ramos da agroindústria foi tema do Workshop Nichos de Mercado para o Setor Agroindustrial: Espécies Nativas do Brasil, promovido pela Embrapa nos dias 21 e 22 de setembro em Campinas (SP). O evento reuniu 190 participantes, entre inscritos e convidados, de aproximadamente 65 instituições.

Mosca-da-Carambola é a principal ameaça à fruiticultura no Brasil

Mosca pode contaminar carambola, manga, caju, laranja, acerola, tangerina, jambo, e banana 


A mosca-da-carambola é uma das espécies de moscas-das-frutas de maior gravidade para a economia da fruticultura brasileira. Atualmente, ela é considerada a febre aftosa do setor, pela capacidade de afetar a produtividade, a qualidade do produto e, consequentemente, de colocar em risco as exportações do país. A praga, cujo nome é bactrocera carambolae, ataca várias espécies frutíferas, tais como: carambola, manga, caju, laranja, acerola, tangerina, jambo, e, até mesmo, banana. 

No Brasil, ela foi identificada pela primeira vez em 1996, no município de Oiapoque, (AP), no extremo Norte do país. Anos depois, a praga chegou a ser encontrada também no Pará e em Roraima. Hoje, sua maior ocorrência está no estado do Amapá. O temor, agora, é que a mosca-da-carambola avance para as regiões produtoras de frutas, especialmente no Vale do São Francisco. 

Para evitar a disseminação para o resto do país, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) elaboraram projeto para a erradicação da mosca-da-carambola. A proposta foi apresentada, nesta terça-feira (27/08), em Brasília, para os membros da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 

De acordo com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Marcus Coelho, o objetivo é erradicar de vez a praga no Brasil, especialmente nas fronteiras da região Norte, e acabar com os problemas de acesso aos novos mercados, já que a disseminação da mosca-da-carambola levaria ao fechamento dos principais mercados compradores de frutas do Brasil. “Viemos apresentar o projeto e receber contribuições do setor produtivo, como forma de aprimorar as ações, para que os encaminhamentos sejam feitos imediatamente e, no prazo de 15 anos, solucionemos o problema”, explicou.

Para a pesquisadora da Cepea/USP, Silvia Helena Miranda, o projeto traz a metodologia, a viabilidade econômica, o controle e o beneficio da erradicação da praga. Segundo ela, com o fim da mosca-da-carambola, o Brasil conseguirá manter os volumes de exportação de frutas como manga, laranja e goiaba; além de evitar prejuízos com frutas não exportadas; aumento do custo de produção de fruticultura em razão do uso de defensivos; perdas de produtividade, e despesas adicionais do governo. “Além de evitar que a praga chegue a áreas de produção de larga escala e causem grande impacto na economia”.

Coelho acrescentou que nos estados onde há incidência da mosca-da-carambola não têm plantações comerciais, são mais familiares, de populações ribeirinhas. “É preciso de fato ação de governo, tanto regional quanto federal. E também a ajuda do setor privado”, frisou. E concluiu falando das demandas prioritárias do projeto, tais como: estabelecer o programa internacional com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela; implementar ações integradas entre a União, por meio do Mapa; estados através das agencias de defesa agropecuária, e do setor privado, e incluir barreiras sanitárias no aeroportos, a fim de gerenciar o risco de introdução de pragas. 

Exportação - O Brasil exporta cerca de 3% de sua produção total de frutas - quase 790 mil toneladas em 2015. Apenas como comparação, as exportações de açúcar chegam a 68%, as de café a 53% e as de milho a 28%. Tudo isso sem causar qualquer tipo de desabastecimento no mercado interno. O potencial de crescimento das exportações de frutas é gigantesco, mas as barreiras fitossanitárias ainda prejudicam o País. 


Fundecitrus lança guia de controle químico para psilídeo, cancro cítrico e pinta preta

O Fundecitrus elaborou um guia para otimizar o controle químico do para psilídeo, cancro cítrico e pinta preta com o objetivo de ajudar o produtor a manter a sanidade do seu pomar de maneira eficiente e sustentável.

Desenvolvido em forma de cartaz, o guia traz em uma única publicação as principais informações obtidas com as pesquisas para o controle químico adequado desses problemas fitossanitários, como época, frequência e intervalo entre aplicações dos defensivos, volume de calda, velocidade de aplicação e doses dos diferentes produtos, sendo que as recomendações feitas considerando diferentes idades do pomar.

Há também a lista de produtos presentes na Lista PIC (Produção Integrada de Citros) para o controle de psilídeo, cancro cítrico e pinta preta.

O guia tem distribuição gratuita e pode ser adquirido nos eventos e cursos sobre HLB, cancro cítrico e pinta preta organizados pelo Fundecitrus, diretamente com os engenheiros agrônomos do Fundecitrus e ou por meio de pedido pelo e-mail comunicacao@fundecitrus.com.br, que será enviado pelos Correios. Há também a possibilidade de fazer o download do cartaz no site do Fundecitrus.

Fonte: Fundecitrus

Congresso Internacional de Citros é encerrado com debates sobre mudanças climáticas

O Congresso Internacional de Citros chega ao fim depois de uma semana de discussões e apresentações de pesquisadores de todo o mundo. Nesta sexta-feira (23), foram abordadas as mudanças climáticas, práticas culturais e agricultura de precisão. 

O evento teve 18 sessões plenárias, workshops, palestras e simpósios que debateram diferentes assuntos de interesse da comunidade citrícola mundial, entre eles o controle de HLB (huanglongbing/greening), a sustentabilidade, o uso racional da água, técnicas de irrigação e nutrição dos pomares.

O Fundecitrus apresentou 16 trabalhos no evento sobre as estratégias de controle e prevenção de HLB, podridão floral, pinta preta e cancro cítrico. No estande da instituição, foram distribuídos manuais informativos sobre as doenças, revistas e o relatório do inventário de árvores e da estimativa de safra para representantes de diversos países como China, Turquia, Austrália e Marrocos.

O Congresso Internacional acontece a cada quatro anos em um país diferente. O próximo evento está marcado para 2020, na cidade de Mersin (Turquia), com o tema: “Reformulando a Citricultura: Melhores Conexões para o Futuro”.

(Com apoio da assessoria do ICC)

Fonte: Fundecitrus

Nesta safra, SEAF já chegou a 12 mil agricultores familires

A safra 2015/2016 ainda não terminou de ser colhida e 12 mil agricultores já foram amparados pelo Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) devido às perdas que tiveram na lavoura. Os prejuízos foram causados por fatores climáticos como seca, granizo, geada e chuva excessiva. Ao todo, R$ 237 milhões já foram pagos pelo seguro a esses agricultores, e esse montante deve aumentar. Outros 15 mil laudos de perdas estão em fase de análise e se, comprovado o prejuízo, esses agricultores também devem receber o seguro até o fim do ano. Ao todo, mais de 340 mil agricultores estão assegurados na safra 2015/2016. O valor total segurando nessa safra é de R$ 9,4 bilhões. 

Os recursos do SEAF vêm do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Ele é destinado aos agricultores familiares que acessam o financiamento de custeio agrícola vinculado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor segurado é calculado da seguinte forma: 80% da receita bruta esperada da lavoura, limitado ao financiamento, mais R$ 20 mil. 

O seguro é feito na hora em que o agricultor acessa o financiamento de custeio. “A análise de risco e a definição do valor segurado são feitas com base em procedimentos e planilhas técnicas utilizadas para o financiamento da lavoura.” explica José Carlos Zukowski, diretor substituto do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção (DFPP) da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF).

O seguro opera em todo o Brasil e podem ser beneficiados agricultores familiares que plantam culturas do zoneamento agrícola e acessam o crédito do Pronaf. “A adesão é feita no contrato de custeio agrícola do Pronaf. A adesão é automática, mas é preciso fazer o financiamento da lavoura para ter o seguro”, explica Zukowski. 

A região Sul é a que concentra o maior número de beneficiários do SEAF. É que essa região concentra o maior número de agricultores familiares integrados ao mercado. O público alvo do seguro são os agricultores que produzem para vender, cultivam a lavoura como um empreendimento viável, tem acesso ao mercado e ao crédito. Para agricultores familiares com baixa integração ao mercado, há outros programas como o Garantia Safra, que concentra sua atuação na região Nordeste. 

Recebimento

O pagamento do seguro poderá ser feito se houver perdas superiores a 30% na lavoura, causadas por evento amparado. Para receber o seguro, o agricultor familiar deve comunicar ao banco o mais rápido possível que teve perdas na lavoura. “Ele tem que fazer a comunicação na época própria, depois que aconteceu o evento. Se for granizo, geada, ou coisas assim, tem que ser logo após o evento”, explica José Carlos Zukowski. “Se for seca, entre duas e três semanas antes da fase de colheita”, acrescenta. 

Feito o comunicado, o banco envia um perito que vai até a lavoura e elabora um laudo. O documento segue para o banco que vai analisar e calcular a indenização. “A solicitação é mandada ao Banco Central que envia os recursos e paga o agricultor”, explica Zukowski. “Uma parte vai para a conta do financiamento, para pagamento da dívida, e a outra parte vai para a conta corrente do agricultor, que é a parte que corresponde à renda liquida”, acrescenta. 

Cuidados

É importante o agricultor se atentar para alguns fatores que levam à perda da lavoura. Ele é responsável por adotar medidas que podem evitar prejuízos. Se na vistoria for verificado que tais cuidados não foram tomados por parte do agricultor, ele poderá perder a cobertura do seguro. 

Um exemplo prático disso pode-se ver no milho safrinha, que é recomendado para cultivares de ciclo curto. É comum plantá-lo em fevereiro para colher entre final de maio e junho. “Se o agricultor plantar cultivares de ciclo médio e longo, a lavoura fica em campo por mais tempo, exposta a riscos climáticos muito altos nessa época do ano”, explica Zukowski. “Em junho e julho é comum a ocorrência de geada, vendaval, chuva excessiva e até mesmo seca na região Sul, causando perdas na lavoura, quando a colheita já era para ter sido encerrada”, complementa ao informar que também é preciso ficar atento ao tempo correto de plantio para diminuir os riscos de perda.

A época apropriada para a colheita é outra questão que requer atenção. A cobertura do seguro termina no final da fase de colheita definida pelo ciclo da cultura. Quando os grãos ou frutos estão em condições de serem colhidos, a colheita precisa ser feita. 

A colheita não pode ser postergada, deixando produção no campo exposta a riscos climáticos, fungos e pragas. 

É importante destacar que o agricultor é responsável pela boa condução da lavoura e por medidas de prevenção ou mitigação dos impactos do clima. Se a vistoria de comprovação de perdas indicar que não houve a atenção devida, a indenização do seguro pode sofrer suspensão ou a lavoura pode perder totalmente a cobertura. “É preciso fazer a adubação correta, usar sementes de qualidade, cuidar bem do solo e respeitar o zoneamento agrícola, são cuidados básicos”, pondera Zukowski. 

No site da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário é possível encontrar diversas informações e cuidados que devem ser tomados para evitar a perda do segundo. Acesse o link e fique informado de como proteger a lavoura.








Falta de chuva preocupa produtores de laranja e café do SE

Um corredor de umidade sobre grande parte da região centro-norte do Brasil colaborou para a ocorrência de pancadas de chuvas sobre o Mato Grosso, norte de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e metade norte de Minas Gerais, bem como no Espírito Santo.

A chuva, principalmente nas regiões norte e noroeste do Mato Grosso possibilitarão que o plantio da soja avance, além de manter o solo com níveis razoáveis de umidade. Contudo, como serão chuvas irregulares, uma ou outra propriedade poderá não ser beneficiada com essas chuvas, alerta o agrometeorologista, Marco Antonio Santos.

A tendência é que durante a semana novas pancadas irregulares de chuva continuem a ocorrer sobre a faixa norte do Brasil. Porém, os modelos matemáticos de previsão continuam dando chuvas muito abaixo da média para o mês de outubro em grande parte da região Centro-oeste e Sudeste, bem como no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

No Sudeste, apesar da passagem de uma frente fria neste primeiro fim de semana de Primavera foi observado apenas pancada de chuvas isoladas, o que ocasionou apenas paralisações momentâneas na realização da colheita da cana de açúcar. Já o café e a laranja onde as plantas estão em fase de floração, a ausência de chuvas regulares vem preocupando os produtores. O motivo é que os solos não apresentam níveis de umidade suficientes para garantir um pleno pegamento da florada e, sobretudo, o desenvolvimento dos “chumbinhos”. De acordo com a Climatempo, uma nova frente fria deve avançar sobre a região no próximo final de semana (01/10 e 02/10), e com isso, novas pancadas de chuvas deverão ocorrer, porém, de forma irregular.

No Sul, bem como na região sul do Mato Grosso do Sul, a falta de chuvas regulares sobre a região vem preocupando os produtores, pois os plantios de arroz, milho, feijão e soja avançam a passos largos e os solos já não apresentam mais níveis elevados de umidade, para garantir condições confortáveis de desenvolvimento da planta.

A meteorologia prevê o retorno das chuvas no final de semana, por conta do avanço de uma nova frente fria. O volume de chuva não será muito alto, mas suficiente para permitir uma melhora nas condições hídricas do solo e consequentemente ao desenvolvimento das plantas e continuidade do plantio. Vale lembrar, que é importante o produtor ter cautela, já que uma ou outra localidade poderá não ser beneficiada pela chuva. O mesmo vale para as áreas produtoras de soja do Centro-oeste, onde as chuvas, devido ao resfriamento das águas do Oceano Pacífico, se manterão irregulares durante essas próximas quatro semanas, alerta Santos.

Com relação ao frio, a presença de uma massa de ar polar sobre o Sul do Brasil acarretou o declínio acentuado das temperaturas mínimas. Foi observado pontos de geada em alguns municípios da região, porém, não houve danos ou perdas significativas em lavouras de milho, trigo, feijão e arroz, que pudessem ser relatadas. Porém, algumas áreas de pastagens foram afetadas o que manterá as condições desfavoráveis à produção de leite. A tendência é o enfraquecimento da massa e a gradativa elevação da temperatura.


Fonte: Climatempo

Sistema Geral de Preferências isenta Brasil de tarifa para exportações aos EUA

Objetivo do encontro foi sensibilizar o setor de agricultura e pecuária para promover o melhor uso do SGP estadunidense


A Superintendência de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na quarta-feira (21/09), seminário sobre o Sistema Geral de Preferência (SGP) dos Estados Unidos, um mecanismo que oferece redução total da tarifa de importação incidente sobre determinados produtos originários e procedentes de países em desenvolvimento.

O objetivo do encontro, que contou com a presença de representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) dos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foi sensibilizar as associações setoriais, empresas e federações estaduais de agricultura e pecuária para promover o melhor uso do SGP estadunidense e, consequentemente, alavancar as exportações brasileiras.

Segundo a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Alinne Betania Oliveira, conhecer e saber efetivamente como esse Sistema funciona é muito importante, principalmente nesse momento em que o governo federal dá ênfase para o comércio exterior como forma de impulsionar a economia brasileira. “Os Estados Unidos são um grande consumidor mundial de produtos agropecuários e o 3º principal destino das exportações brasileiras. Portanto, devemos aproveitar todos os mecanismos disponíveis para ampliar nossa competitividade naquele mercado”, observou.

Para o chefe da Divisão de Acesso a Mercados do MRE, João Paulo Ortega Terra, é preciso a mais ampla divulgação possível, uma vez que o SGP oferece oportunidades para que os produtores brasileiros exportem com tarifa zero. “O governo brasileiro dá capacitação para o melhor uso desse sistema. Atualmente, há cerca de 3,7 mil produtos cadastrados como beneficiários do Sistema. Exportávamos aproximadamente 1,2 mil itens. Hoje, apenas 900 via SGP. É importante a divulgação para aproveitarmos mais essa oportunidade”, frisou.

Renata Thompson, analista do Comércio Exterior do MDIC, acrescentou que o SGP foi um instrumento concebido para estimular o desenvolvimento dos países menos desenvolvidos. Em 2015, mais de 125 eram elegíveis ao SGP dos Estados Unidos. O Sistema é revisado periodicamente e os países que alcançam um nível mais elevado de desenvolvimento costumam ser excluídos do benefício. “O Brasil já foi ameaçado algumas vezes de perder o acesso ao SGP dos Estados Unidos, mas ele deve ter acesso ao sistema até dezembro de 2017”. A analista observou também que o Brasil exporta anualmente para os Estados Unidos US$ 25 bilhões, incluindo produtos agrícolas, como café e celulose, mas principalmente produtos manufaturados.

Para a subchefe da Divisão de Acesso a Mercados do MRE, Christine Aquino, o Sistema americano vem sendo cada vez menos aproveitado pelo Brasil. “Nos anos 90, chegou a 25% das nossas exportações. Hoje cerca de 7% das exportações são feitas via SGP”, comentou.

Histórico de exportação brasileira

2011 - 208 linhas de produtos – 12 agrícolas (leveduras)
2012 - 229 linhas de produtos – 20 agrícolas (cereais)
2013 – 210 linhas de produtos 24 agrícolas (cacau)
2014 - 207 linhas de produtos – 21 agrícolas (mamão papaia)
2015 – 202 linhas de produtos – 21 agrícolas (alimentos para animais)

Faltam apenas 5 dias para término do prazo para entrega do ITR

Termina no dia 30 de setembro o prazo para entrega da declaração do ITR - Imposto Territorial Rural, relativo ao ano de 2015. O alerta é do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS para que os produtores não deixem para fazer o cadastro das informações na última hora.

Os produtores rurais precisam ficar atentos ao prazo e realizar a declaração com base em documentos que possam confirmar as informações prestadas. Para fazer a declaração o interessado deve acessar o site da receita federal e utilizar o Programa Gerador e logo em seguida, o Programa Receita Net, pelo link: http://www.receita.fazenda.gov.br. O pagamento do imposto pode ser parcelado em até quatro vezes, desde que cada quota não seja inferior a R$ 50,00.

O ITR é anual e pago por todo contribuinte, pessoa física ou jurídica, que possui imóvel rural. De acordo com Receita Federal, a declaração é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral (DIAC), onde os dados do imóvel e dos proprietários são atualizados junto à Receita e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), relativo ao imóvel rural sujeito ao imposto.

Fonte: Famasul

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Santa Catarina produz a banana mais doce do Brasil

Região de Corupá conquista o selo de Indicação Geográfica (IG) reconhecendo a banana produzida nos municípios de Schroeder, Corupá, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul como a mais doce do Brasil. Com o slogan “Banana de Corupá: doce por natureza”, a fruta se torna patrimônio regional e ganha destaque nacional e internacional.

O grande diferencial da banana produzida na região de Corupá é o sabor da fruta, que é mais doce do que as demais, além da cultura e o modo de produção dos bananicultores. O sabor único da fruta se deve a combinação do clima, relevo e temperatura da região. Com um tempo maior para se desenvolver e amadurecer, a banana acaba acumulando mais minerais e açúcares e é esse o segredo da banana da região de Corupá.

Com a Indicação Geográfica, toda banana produzida na região terá um selo de origem, que dará aos consumidores a garantia da qualidade diferenciada da fruta e aos produtores uma vantagem competitiva na busca por mercados. O secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, explica que a banana da região de Corupá sempre teve um sabor diferenciado, porém a Certificação materializa essa vantagem e torna um atributo comercial.

“A Indicação Geográfica é um selo que valoriza a banana produzida na região de Corupá e incentiva os produtores a melhorarem cada vez mais já que terão acesso preferencial ao mercado nacional e a exportação. Sem dúvida este é um impulso para o desenvolvimento da bananicultura de Santa Catarina”, ressalta Spies.

Para que o bananicultor possa utilizar o selo de IG ele deverá estar vinculado a uma associação de produtores, com um corpo técnico que possa garantir a qualidade da fruta e se ela se enquadra nos requisitos necessários. De acordo a Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), para que os consumidores saibam a origem da fruta e como ela foi produzida, haverá a rastreabilidade da banana da região.

Atualmente, Corupá é o maior produtor de banana do estado, com 155 mil toneladas por ano, envolvendo 600 famílias. Cerca de 10% da produção é exportada para Argentina e Uruguai. Em 2014, Santa Catarina produziu 710 mil toneladas da fruta, se tornando o quarto maior produtor nacional de banana.

Processo de Certificação

O processo para Certificação foi baseado em dossiês técnicos e científicos do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram/Epagri) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com estudos aprofundados sobre as condições naturais da região de Corupá e as características da banana produzida nos municípios de Schroeder, Corupá, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul. Com o resultado em mãos, os produtores da região acionaram o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para obter o selo de Identificação Geográfica.

A Secretaria da Agricultura e da Pesca foi responsável por analisar os documentos e reconhecer oficialmente a delimitação geográfica da região formada por Corupá, Jaraguá do Sul e Schoroeder como a “Região da Banana de Corupá”.

O registro de Indicação Geográfica da Região da Banana de Corupá é um trabalho conjunto entre a Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), Associação dos Bananicultores de Schoroeder (ABS), Associação dos Bananicultores de Jaraguá do Sul (Abajas) e Associação De Produtores Rurais De São Bento Do Sul (Aprosul)

Fonte: Agrolink com informações de assessoria

Abacaxi como diversificação das pequenas propriedades

O cultivo de abacaxi pode ser uma alternativa para aumentar a renda de produtores familiares de Astorga (PR). O clima favorável e a proximidade com mercados consumidores – Maringá e Londrina – favorecem a atividade. Um grupo de oito produtores já se organizou para analisar a implantação de cultivos no município além de participar de uma palestra técnica sobre a fruta, promovida pelo Instituto Emater e IAPAR. Assim, eles conheceram um pouco mais da cultura do abacaxi. 

De acordo com Wilson Lopes da Silva, técnico agrícola do Instituto Emater de Astorga, os produtores que participam do grupo também integram programas oficiais como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Foi justamente por tomarem conhecimento da demanda dos programas que eles decidiram se informar sobre o abacaxi. “Eles viram que o abacaxi está entre as frutas demandadas pelos programas. Além disso, descobriram que 90% da fruta que abastece o mercado regional vem de Minas Gerais ou São Paulo. É uma oportunidade”, relata Silva.

O pesquisador Sérgio Colucci de Carvalho, do Iapar, falou aos produtores sobre aspectos econômicos, sociais e ambientais da produção de abacaxi. “A ideia é iniciar com alguns módulos de produção, atendendo inicialmente a demanda dos programas onde os produtores já estão inseridos e também o mercado local. Depois disso é preciso verificar como se comporta o mercado regional”, afirmou o pesquisador.

Em outubro, o grupo deve fazer uma visita a produtores de abacaxi do município de Santa Izabel do Ivaí, região de Paranavaí, que já lidam com a cultura. “A partir dessa conversa, queremos definir uma área mínima de cultivo para cada um dos interessados”, explicou Wilson Silva. A visita também deve sanar dúvidas dos produtores sobre o manejo e a condução da lavoura.

Programa de tratamento previne principais doenças e bactérias da batata e do tomate

A equipe técnica da DuPont desenvolveu um conceito inovador para a proteção das culturas de batata e tomate. Baseado nos fungicidas Equation®, Midas® e Kocide®, o Programa Top Bac mira o controle de doenças importantes mesmo nos períodos mais chuvosos. De acordo com a empresa, esses produtos agem com desempenho efetivo na prevenção da requeima e pinta-preta em ambas as culturas, bem como da mancha-bacteriana do tomate e da canela-preta da batata.

“A aplicação do Programa Top Bac em conformidade com as recomendações técnicas resulta em uma solução eficaz e permite proteção superior com melhor qualidade das lavouras”, salienta Luís Grandeza, engenheiro agrônomo e gerente de marketing da DuPont.

De acordo com o agrônomo, a mancha-bacteriana do tomate (Xanthomonas vesicatoria) resulta em perdas da ordem de 30% da produção, ocorrendo em todos os estágios de desenvolvimento da planta. Uma vez instalada em frutos novos, a mancha-bacteriana provoca deformação e queda”, diz o gerente da DuPont.

Grandeza acrescenta que a canela-preta da batata (Ervinia carotovora), é causada por bactérias que degradam as paredes celulares das plantas e ocasionam o colapso dos tecidos, conferindo aos tubérculos e ramas afetados o aspecto amolecido. “As perdas causadas pela ação dessas bactérias são estimadas entre 10% e 40% na fase de desenvolvimento da cultura, podendo chegar a até 100% durante o armazenamento”, observa Grandeza.

De acordo com o executivo, a requeima (Phytophtora infestans) é considerada uma das principais doenças da batata e do tomate, pelos danos que pode causar à produção. Sua ocorrência é associada às baixas temperaturas e à elevada umidade do ar. Os sintomas são pequenas manchas de cor verde de difícil detecção nos primeiros dias. Se não controlada preventivamente, diz Grandeza, torna-se difícil para o agricultor deter a doença após o surgimento.

Com potencial igualmente danoso, a pinta-preta (Alternaria solani) também aparece nos períodos de temperaturas elevadas e alta umidade. O fungo ataca toda a parte aérea da planta, além dos pecíolos e do caule. As partes atingidas são reconhecidas pelo surgimento de pequenas manchas escuras. Muitas vezes, observa Grandeza, a pinta-preta e a requeima surgem ao mesmo tempo nas lavouras.

Chegada da primavera estimula polinizadores e aumento da produção de culturas agrícolas

Café e laranja são algumas das culturas beneficiadas


O período mais bonito e florido do ano começou. A estação, que tem como principal característica a formação de belas paisagens, é o pico das floradas e o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas, além de promover o aumento das colônias de polinizadores. Em algumas culturas, a polinização possibilita a elevação de até 95% na produção.

Não é à toa que a primavera marca o período mais feliz do ano para o apicultor, meliponicultor e agricultor. “Nessa época os criadores levam suas colônias a determinadas plantações, como as de café e laranja, para que suas abelhas colham néctar, polinizem as flores e, consequentemente, produzam mel”, explica Cristiano Menezes, Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e conselheiro da A.B.E.L.H.A. “O agricultor, por sua vez, obtém aumento na colheita e garante frutos de maior qualidade”, completa. 

Esse fenômeno acontece porque a partir da primavera os polinizadores têm alimento abundante e temperaturas agradáveis até fim do outono, em maio. Segundo o artigo “Pollinator dependence of Brazilian crops and economic value of pollination service”, da pesquisadora Tereza Cristina Giannini, isso possibilitará que a produção de café, soja, algodão, morango e laranja aumente cerca de 25%. Já a produção de maçã pode crescer até 65% e a de melão, aproximadamente 95%

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Citros/Cepea: Laranja pera é negociada acima dos R$ 30,00/cx

As lavouras de laranja do estado de São Paulo estão em “pico de safra” e os preços da fruta são negociados pelo dobro do valor verificado no mesmo período do ano passado. Segundo dados do Cepea, na parcial de setembro (até o dia 22), a média da pera de mesa é de R$ 25,92/cx de 40,8 kg, 97% acima do valor setembro/15, em termos nominais.

Alguns negócios são fechados acima dos R$ 30,00/cx de 40,8 kg. O impulso aos valores na roça vem da oferta limitada no estado paulista, da demanda aquecida no mercado de mesa, da forte absorção de laranja pera pelas indústrias paulistas e dos volumes já comprometidos em contratos de curto e médio prazos. A expectativa é que os valores avancem ainda mais até o fim desta safra, já que boa parte dos produtores aposta em escassez da variedade.

Fonte: Cepea/Esalq

Deficientes visuais visitam Unidade Demonstrativa de produção integrada de morango

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Um grupo de deficientes visuais visitou uma Unidade Demonstrativa Central do Programa de Produção Integrada de Morango (PIMo), localizada no Parque do Morango Duílio Maziero em Atibaia, SP, em 17 de setembro. Foi a primeira vez que conheceram um projeto como esse e, principalmente, uma plantação de morangos.

O grupo, composto por doze deficientes visuais e doze "videntes" - guias que os acompanham, além de representantes da Secretaria de Turismo da Prefeitura de Atibaia, foi recebido por Osvaldo Maziero, produtor e presidente da Associação dos Produtores de Morangos e Hortifrutigranjeiros de Atibaia, Jarinu e Região, com sede no Parque.

Maziero contou a história de sua família e sua relação com o cultivo de morango, e ao entrarem nas estufas, explicou como é realizado o processo do cultivo, desde a escolha das mudas até a colheita do fruto, ressaltando as práticas agrícolas mais sustentáveis realizadas conforme o manejo preconizado pela PIMo.

Segundo Fagoni Calegario, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), coordenadora de projeto sobre PIMo, dentre essas práticas, destaca-se a anotação de todos os procedimentos em cadernos e campo, rastreabilidade, cuidados com a higiene e priorização do controle biológico são algumas das práticas que diferenciam o sistema e o morango obtido.

Durante as explicações, os visitantes se mostraram interessados, curiosos, fizeram várias perguntas em relação à plantação, produção e colheita do fruto. Ao longo da visita, puderam tocar nos morangos, sentir o fruto, sua folhagem, e também puderam degustar a fruta direto do pé.

Ao final do passeio, saborearam um suco de morangos colhidos na hora. Como forma de agradecimento pela receptividade, dois membros do grupo cantaram algumas músicas, entre elas, Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

"Foi a primeira vez que recebemos a visita de deficientes visuais em uma lavoura da PIMo e, tanto para eles quanto para os integrantes do Programa, a experiência foi muito interessante, emocionante e enriquecedora", destaca Maziero.

Esta foi uma iniciativa da Secretaria de Turismo do Município de Atibaia.

Fonte: Embrapa

Sistema de plantio direto se consolida na região do cerrado brasileiro

A abertura oficial da 15ª edição do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha – 15 ENPDP foi realizada na noite do dia 20 de setembro, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG) – Campus Samambaia (Goiânia/GO).

A mesa de abertura foi composta por Alfonso Sleutjes - diretor presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp); José Mário Schreiner – presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás Faeg); Orlando Afonso Vale do Amaral - reitor da Universidade Federal de Goiás, Flávio Breseghello, chefe geral da Embrapa Arroz e Feijão; Nelson Ramos – representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Pedro Arraes – presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária de Goiás (Emater/GO); Rubens de Souza Andrade – representante da Itaipu Binacional, Miguel Carballau – presidente da Confederação das Associações Americanas para a Agricultura Sustentável (CAAPAS), Rocq Dechen - presidente da Fundação Agrisul; e, Bartolomeu Brás Ferreira – presidente da Aprosoja Goiás.

O encontro, que vai até o próximo dia 22 de setembro com o dia de campo sobre plantio direto e gases de efeito estufa, a ser realizado na Fazenda Capivara, sede da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO) conta com a participação de 600 representantes dos diversos segmentos da agropecuária, instituições públicas e privadas, professores e estudantes universitários, técnicos e extensionistas, consultores e produtores rurais de diversas regiões do país.

A edição deste ano traz como tema central ‘Palha, Ambiente e Renda' e busca levantar aspectos para a melhoria da produção e renda agropecuária e debater sobre o Sistema Plantio Direto (SPD), que possibilita a conservação do solo e a melhoria da produção, além de diminuir seu custo.

A rotação de culturas, o controle biológico de pragas e doenças, a fertilidade do solo, o estresse hídrico, a mecanização agrícola e os sistemas integrados de produção são alguns dos temas que estão sendo debatidos na programação.

A conferência de abertura foi proferida pelo analista financeiro, Miguel Daoud, que debateu sobre as "Oportunidades e desafios no agronegócio", tanto no contexto global, quanto nas decisões de governo e outros fatores que influenciam os setores produtivos do Brasil e as decisões de negócios na indústria e agronegócio.

Para Flávio Breseghello, o plantio direto é uma das tecnologias necessárias que, junto com outras tecnologias, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a fixação biológica de nitrogênio e a utilização de microrganismos benéficos à produção são condições importantes para a conservação do solo e melhoria da produtividade. "Estas ações estão sendo discutidas, também, em outros segmentos e instituições, indicando que estas coisas estão acontecendo".

Pedro Arraes, em sua apresentação de boas vindas aos participantes, destacou que o Brasil tem um papel muito importante na pesquisa em agricultura tropical e que muito temos, ainda, que pensar e avançar na conservação ambiental, na biodiversidade, na produtividade de alimentos sustentáveis, nas pesquisas que estão sendo feitas e que tragam benefícios, efetivamente, para todos".

Em 1996, o ENPDP ocorreu em Goiânia e teve uma abrangência para toda a região Centro-Oeste e outros estados do país, como Tocantins, Bahia, Piauí. Na época, os agricultores e técnicos se reuniram para discutir e trocar experiências sobre a adoção do Plantio Direto que apresentava diversos desafios. A erosão do solo, a dificuldade de formação de palhada, as poucas alternativas de cultivos e a deficiência de máquinas e equipamentos configuravam entre os principais entraves ao avanço do plantio direto.

Agora, após 20 anos, de volta a Goiânia, o Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha consolida na região do cerrado a proposta de viabilizar a conservação do solo, a melhoria e estabilidade da produtividade com redução dos custos de produção. Foi com a adoção do sistema de plantio direto (SPD) nestas condições de clima e solo que se difundiu, por exemplo, propostas de cobertura viva e as atividades agropecuárias integradas.

Atualmente os desafios são outros e mais complexos, como a resistência de plantas daninhas ao controle de herbicidas, novas pragas e doenças, instabilidades climáticas. Porém, da mesma forma, surgem inovações que devem ser avaliadas, validadas e difundidas. O conceito de SPD se ampliou, e hoje se aplica em todas as atividades agropecuárias e nos diferentes cultivos, como feijão, arroz, milho, sorgo, trigo, hortaliças, cana-de-açúcar, café, pastagens.

Fonte: Embrapa

Setor produtivo de Mato Grosso pede redução de juros e controle da inflação para produzir mais

Lançamento ocorreu na Safra 2016/2017 em Sinop na manhã na última quinta-feira (22/09)

As plantadeiras em Mato Grosso entraram no campo para semear a soja 2016/2017 com pedidos de controle da inflação, redução das taxas de juros e que o Governo Federal cuide do produtor rural. Assim foi marcado o lançamento da Safra 2016/2017 em Sinop na manhã desta quinta-feira, 22 de setembro, com a presença do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), entidades ligadas ao setor produtivo, produtores, pesquisadores, entre outros.

As projeções para Mato Grosso são de 29,8 milhões de toneladas para serem colhidas na safra que iniciou na última semana. O volume pode ser considerado recorde, porém de acordo com o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, o resultado caso se concretize não significa que será espetacular, pois a questão é que a safra 2015/2016 foi ruim. 

A soja, como destacou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, é uma das principais commodities do Brasil, juntamente com milho, algodão e carne bovina. “É o que tem segurado a Balança Comercial. Mato Grosso tem passado por frustações com a quebra das safras de soja e milho. São cerca de nove milhões de toneladas que deixamos de produzir entre as duas culturas em decorrência ao clima e no Brasil as perdas chegam a quase 20 milhões de toneladas. Precisamos de crédito para a próxima safra. Precisamos que o Governo Federal cuide mais dos nossos produtores”.

O cuidado com os produtores rurais também foi endossado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado. “O Blairo Maggi está fomentando a produção do Brasil, mas precisamos ser mais competitivos. Uma das melhores políticas públicas que o Brasil pode fazer é controlar a inflação e reduzir os juros. Isso pode impulsionar a produção brasileira”.

Prado pontuou que há produtores no país em dificuldades, mesmo que ainda estejam contribuindo com a Balança Comercial. “Os bancos estão mais seletivos na hora de liberar o crédito. Acreditamos que essa será a maior safra. Esperamos que o clima ajude”.

O grande desafio do Brasil hoje é transformar a pujança do setor produtivo rural em qualidade de vida, renda e emprego. “O que se tem visto é que mesmo com as dificuldades enfrentadas o Brasil é competitivo. Além de não atrapalhar o setor, queremos é ajuda-lo. O Plano Agro + vem para desburocratizar”, declarou o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki.

Cuidar dos produtores rurais, como foi solicitado pelo próprio setor, já é uma das orientações do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de acordo com o secretário de Políticas Agrícolas, Neri Geller. “Não só do produtor, mas como de toda a cadeia produtiva. Não foram só os produtores que sofreram com a quebra da safra passada”. Geller salientou que o Governo Federal, por meio do Ministério, tem feito o possível para auxiliar o setor produtivo brasileiro, tanto que conseguiu realocar R$ 100 milhões de recursos para o seguro rural. 

Mercado descoberto

A abertura de mercado externo para as commodities brasileiras, principalmente para a Ásia, foi um dos pontos destacados durante o lançamento da safra 2016/2017 em Sinop, nesta quinta-feira. Conforme o ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, o ministro Blairo Maggi deverá no próximo dia 27 de setembro apresentar um balanço da Missão Ministerial e Empresarial para a Ásia, que teve início no dia 30 de agosto.

“O mercado estava bastante descoberto. Irá nos trazer mais competitividade”, pontuou o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.

Fonte: Olhar Direto

Água na medida certa: irrigação no período de chuva?

A grande e rápida demanda por alimentos e energia tem requerido métodos para identificar as mais apropriadas regiões e tipos de manejo para uma agricultura eficiente. O período de déficit hídrico pelo qual o Brasil passou em 2015 foi um dos maiores responsáveis pela queda na produção e, consequentemente, no aumento do preço para o consumidor final.

Mas e nos períodos de chuva? Como fica a questão da irrigação? Essas são algumas das questões que rondam os produtores. Para auxiliá-los, o gerente agronômico da israelense Netafim, Carlos Sanches, listou alguns pontos de atenção para facilitar o entendimento sobre a importância da irrigação também nos períodos em que há água em abundância.

Muitos agricultores se esquecem do fato de que a planta não precisa apenas de água para o seu desenvolvimento e produção: a nutrição é fundamental. Nesse sentido, a Netafim oferece a técnica de nutrirrigação, que leva nutrientes junto com a água na quantidade certa diretamente na raiz da planta. “Assim como nós, as plantas preferem se alimentar em pequenas quantidades e no momento exato. Além disso, as técnicas permitem economia na lavoura já que não desperdiça água, insumos e tempo”, afirma o gerente lembrando que “Há casos na ordem de até 200% superior de produtividade”.

O clima úmido também deixa o ambiente propício ao surgimento de doenças, principalmente as causadas por fungos. Um exemplo dela é o Oídio, doença causada pelo fungo Sphaerotheca macularis presente praticamente em todas as áreas de cultivo do país que causa podridões nos caules e nas raízes. Para seu combate, o indicado são produtos à base de enxofre. Para auxiliar o produtor, o sistema de irrigação por gotejamento permite a utilização de defensivos agrícolas nas tubulações sem o risco de contaminação da área e do produtor, garantindo a segurança da lavoura e do profissional. “Nosso sistema não é só pra irrigar. Queremos revolucionar a irrigação no mundo para um futuro sustentável, de forma que o homem do campo passe a enxergar o sistema como forma de nutrição e proteção”, finaliza Sanches.