Guloseima “daquele jeito”: doce, colorida, com textura “de tudo que não presta” e, de quebra, saudável. Não parece fazer sentido? Pois esse foi o desafio de uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que não apenas desenvolveu uma espécie de jujuba saudável – claro, sem aquela cobertura de açúcares – como atingiu o feito aplicando sabor às “balas” a partir de frutas do semiárido nordestino.
O alimento foi desenvolvido no laboratório do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, do Departamento de Ciências Domésticas da UFRPE.
A chamada “fruta estruturada” é produzida (e tem sabor) da seriguela, do cajá e da acerola, frutas-base que emprestam cor, aroma e sabor ao alimento. Rica em nutrientes e vitaminas, em especial a C, a guloseima passa longe de ser comparada às balas industrializadas, mas podem ser produzidas em larga escala.
“Aproveitamos as frutas presentes no semiárido para a produção dessas balas. É uma forma de utilizar o potencial de nossa região. Aquelas feitas do cajá e da seriguela ainda recebem um reforço de ácido ascórbico (vitamina C)”, ressalta a professora Maria Inês Sucupira Maciel, que também já produziu as jujubas nos sabores uva, goiaba e manga – todas sem conservantes artificiais e com baixo teor de açúcares.
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“Nossa preocupação é em pesquisar as frutas da região, entender o valor nutritivo delas e tentar repassar para a população em forma de educação alimentar. O que estamos desenvolvendo é um tipo de produto à base de frutas regionais, nutritivo e saudável, porém não sei se vai ser aceito pela maioria das pessoas. Acaba sendo procurado por um nicho, que se preocupa com a dieta e o consumo consciente”, avalia a pesquisadora.